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DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS E SUAS 
ANÁLISES 
 
 
 
Autor: 
William Notário 
2022 
 
 
William Notário 
 
 
 Demonstrações Contábeis e suas Análises 
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Sumário 
1. ESTRUTURA CONCEITUAL PARA RELATÓRIO FINANCEIRO ............................................ 4 
1.1. ELEMENTOS PATRIMONIAIS ................................................................................................................ 5 
1.1.1. ATIVO .................................................................................................................................................................. 5 
1.1.2. PASSIVO .............................................................................................................................................................. 7 
1.1.3. PATRIMÔNIO LÍQUIDO ........................................................................................................................................ 8 
1.2. ELEMENTOS DE RESULTADO .............................................................................................................. 13 
1.2.1. RECEITAS ........................................................................................................................................................... 13 
1.2.2. DESPESAS .......................................................................................................................................................... 14 
1.3. NOÇÕES DE ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL ............................................................................................. 14 
1.3.1. CONTAS E O PROCESSO CONTÁBIL ................................................................................................................... 15 
1.3.2. REGIME DE COMPETÊNCIA E DE CAIXA ............................................................................................................ 26 
1.3.3. RECEITAS E DESPESAS ANTECIPADAS ................................................................................................................ 28 
1.3.4. APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ...................................................................................................... 30 
2. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ................................................................................ 34 
2.1. BALANÇO PATRIMONIAL – BP ............................................................................................................ 35 
2.1.1. ATIVO CIRCULANTE ........................................................................................................................................... 36 
2.1.2. ATIVO NÃO CIRCULANTE ................................................................................................................................... 36 
2.1.3. PASSIVO CIRCULANTE ....................................................................................................................................... 37 
2.1.4. PASSIVO NÃO CIRCULANTE ............................................................................................................................... 37 
2.1.5. PATRIMÔNIO LÍQUIDO ...................................................................................................................................... 37 
2.2. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – DRE ................................................................... 38 
2.2.1. DEVOLUÇÕES .................................................................................................................................................... 40 
2.2.2. CANCELAMENTOS ............................................................................................................................................. 40 
2.2.3. ABATIMENTOS .................................................................................................................................................. 40 
2.2.4. DESCONTOS INCONDICIONAIS .......................................................................................................................... 40 
2.2.5. IMPOSTOS SOBRE AS VENDAS .......................................................................................................................... 40 
2.2.6. AJUSTE A VALOR PRESENTE .............................................................................................................................. 40 
2.2.7. DESPESAS OPERACIONAIS ................................................................................................................................. 42 
2.2.8. DESPESAS COM VENDAS ................................................................................................................................... 42 
2.2.9. DESPESAS ADMINISTRATIVAS ........................................................................................................................... 42 
2.2.10. DESPESAS GERAIS .......................................................................................................................................... 42 
2.2.11. RECEITAS FINANCEIRAS ................................................................................................................................. 43 
2.2.12. DESPESAS FINANCEIRAS ................................................................................................................................ 43 
2.2.13. IMPOSTOS SOBRE O LUCRO E PARTICIPAÇÕES ESTATUTÁRIAS .................................................................... 43 
 
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2.3. DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS – DLPA ............................................ 45 
2.4. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO – DMPL ........................................... 46 
2.5. DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA – DFC ................................................................................ 49 
2.6. DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO – DVA ............................................................................ 55 
3. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS .......................................................... 59 
3.1. ANÁLISES VERTICAL E HORIZONTAL ................................................................................................... 60 
3.1.1. ANÁLISE VERTICAL ............................................................................................................................................ 61 
3.1.2. ANÁLISE HORIZONTAL ....................................................................................................................................... 63 
3.2. ANÁLISES POR ÍNDICES ...................................................................................................................... 65 
3.2.1. INDICADORES DE LIQUIDEZ ............................................................................................................................... 65 
3.2.1.1. LIQUIDEZ IMEDIATA ...................................................................................................................................... 65 
3.2.1.2. LIQUIDEZ CORRENTE ..................................................................................................................................... 66 
3.2.1.3. LIQUIDEZ SECA .............................................................................................................................................. 66 
3.2.1.4. LIQUIDEZ GERAL ............................................................................................................................................ 66 
3.2.2. INDICADORES DE ENDIVIDAMENTO ................................................................................................................. 67 
3.2.2.1. ENDIVIDAMENTO GERAL ............................................................................................................................... 67 
3.2.2.2. ÍNDICEempresa. Além disso, temos as aplicações de recursos em despesas de exercícios seguintes, por exemplo, os 
seguros e aluguéis pagos antecipadamente. 
2.1.2. ATIVO NÃO CIRCULANTE 
Esse subgrupo está composto por algumas contas bem específicas, por exemplo, o Ativo Realizável a 
Longo Prazo – ARLP, que compõe os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, por exemplo, 
as vendas a prazo, os títulos a receber, os empréstimos realizados aos sócios, na qual a empresa tem o direito 
a receber, mas no longo prazo. 
Além disso, está presente nesse subgrupo também os investimentos, que se justificam pelas participações 
permanentes em outras entidades empresariais, as quais não representem a atividade principal da entidade 
empresarial, mas que dela gere fluxos de caixa. 
 
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Outro grupo de contas importante, que inclusive, iremos discutir mais adiante é o imobilizado, que traz 
os bens corpóreos que promovem a manutenção da empresa, por exemplo, máquinas, veículos, terrenos, 
edifícios, ferramentas, móveis e computadores, entre outros. 
Por último e não menos importante, temos o intangível, que apresenta os bens incorpóreos que 
promovem a manutenção da empresa, por exemplo, marcas e patentes, direitos autorais, sistemas e direitos 
de exploração, entre outros. 
As principais contas do passivo total são divididas em passivo circulante, passivo não circulante e 
patrimônio líquido, e são representadas da seguinte forma: 
2.1.3. PASSIVO CIRCULANTE 
São contas que serão exigidas da empresa até o final do próximo exercício financeiro, por exemplo, 
fornecedores, impostos a pagar, aluguel a pagar, salários a pagar, duplicatas descontas, empréstimos e 
financiamentos, receitas diferidas (quando forem realizadas no curto prazo), entre outras contas que tenham 
essas características. 
2.1.4. PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
São contas que serão exigidas da empresa depois do final do próximo exercício financeiro, por exemplo, 
empréstimos e financiamentos, debêntures, receitas diferidas (quando forem realizadas a longo prazo), 
passivos fiscais diferidos, provisões de longo prazo, entre outras que possuírem essas características. 
2.1.5. PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
São contas ligadas aos sócios e/ou acionistas da entidade empresarial 
Capital social, reservas de capital, reservas de lucros, entre outras contas mais específicas que você irá 
estudar em outras disciplinas. 
Você deve ter percebido em vários momentos a utilização das nomenclaturas curto e longo prazo, ou 
circulante e não circulante. Talvez, na sua cabeça, deve estar passando o questionamento do que realmente 
seja isso. Segundo a Lei nº 6.404/76, em seus artigos 178 e 179, podemos perceber que a interpretação é: 
 
 
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 Figura: Circulante e não circulante 
 Fonte: O autor 
É desse entendimento que vêm as classificações para a apresentação no balanço patrimonial, conforme 
acabamos de ver na estrutura! Uma outra informação importante é aquela apresentada no Parágrafo Único 
desses artigos da Lei, que estamos discutindo, sendo que “Na companhia em que o ciclo operacional da 
empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base 
o prazo desse ciclo”. 
Por definição, ciclo operacional “compreende o período desde a data em que a empresa efetua as 
compras de matérias-primas ou mercadorias até o recebimento de clientes”. Isso acontece muito, por 
exemplo, quando estamos falando de uma empresa que vende navios: vai prevalecer o ciclo operacional ao 
invés da contagem do exercício social. 
Depois desses aspectos introdutórios, vamos apreciar os principais conceitos e informações das 
demonstrações financeiras, de maneira esquematizada. 
2.2. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – DRE 
 
A DRE é uma demonstração de cunho econômico e de desempenho, ou seja, ela traz os resultados da 
entidade empresarial em determinado período. Tem ainda, por característica, ser dinâmica, ao contrário do 
balanço patrimonial que é estático, uma vez que na DRE conseguimos entender a composição do resultado. 
A demonstração do resultado do exercício é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa 
em determinado período, normalmente 12 meses. É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das 
receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). 
Conseguimos perceber então a explicação de ela ser uma demonstração dinâmica e mais que isso, uma 
demonstração de desempenho: traz o resultado da entidade empresarial. 
Curto prazo ou circulante
• São aqueles valores que serão realizados ou exigidos da 
empresa até o fim do próximo exercício financeiro 
Longo prazo ou não circulante
• São aqueles valores que serão realizados ou exigidos da 
empresa depois do próximo exercício financeiro
 
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 Receitas 
 (-) 
 Despesas 
 
Lucro ou Prejuízo 
 
Percebe que não precisamos ir muito para entender a importância dessa demonstração, a qual tem por 
modelo, de acordo com o artigo 187 da Lei nº 6.404/76. A seguir, vamos conhecer a estrutura da DRE: 
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE 
+ Receita Bruta 
(-) Deduções da Receitas Bruta 
= Receita Líquida 
(-) CMV, CPV ou CSP 
= Lucro Bruto 
(-) Despesas com vendas, administrativas e gerais 
(+/-) Outras receitas e despesas 
= Resultado antes das receitas e despesas financeiras 
+ Receitas financeiras 
(-) Despesas financeiras 
= Resultado antes dos tributos sobre o lucro 
(-) Despesas com tributos sobre o lucro - IR e CSLL 
= Resultado antes das participações sobre o lucro 
(-) Participações Estatutárias 
= Resultado líquido das operações continuadas 
(+/-) Resultado líquido das operações descontinuadas 
= Resultado líquido do período 
 
 
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As receitas brutas são compostas pelo somatório de notas fiscais de vendas (mercadorias para comércio, 
produtos para indústria e serviços para prestadora de serviços) durante determinado período, que iremos 
considerar 12 meses. Vale lembrar que o reconhecimento dessas vendas atende ao regime de competência, 
conforme legislação em vigor. 
As deduções da receita bruta representam os valores que irão diminuir o valor das vendas, deixando-as 
líquidas. As deduções são: 
2.2.1. DEVOLUÇÕES 
Trata-se de vendas devolvidas, ou seja, quando as mercadorias ou produtos já haviam sido entregues ao 
cliente. 
2.2.2. CANCELAMENTOS 
São as vendas canceladas, representando aquelas que ainda não haviam sido entregues ao cliente. 
2.2.3. ABATIMENTOS 
É uma espécie de desconto concedido ao cliente, quando a mercadoria ou produto já foi entregue e tem 
por objetivo evitar a devolução daquela venda. 
2.2.4. DESCONTOS INCONDICIONAIS 
Também conhecido como desconto comercial ou promocional, é aquele que acontece no momento da 
venda, sem condição específica para o ter. 
2.2.5. IMPOSTOS SOBRE AS VENDAS 
Sem dúvida, representam a principal dedução da receita, principalmente devido à alta carga tributária 
que o Brasil possui. Temos aqui, por exemplo, o ICMS, o Pis e a Cofins como assíduos representantes desse 
grupo. 
2.2.6. AJUSTE A VALOR PRESENTE 
Uma alteração trazida pela Lei nº 12.973/2014, rezando que as operações vinculadas à Receita Bruta 
sejam ajustadas a valor presente para um melhor efeito sobre a tomada de decisões dos usuários da 
informação. 
A receita bruta deduzida das situações acima apresentadas (deduções da receita bruta) nos traz a receita 
líquida com vendas, que é a primeira igualdade da demonstração do resultado do exercício.William Notário 
 
 
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Para um melhor entendimento da demonstração do resultado do exercício, considere todas as contas 
com efeito positivo como sendo receitas, ao passo que todas as contas com efeito negativo como despesas. 
Sobre a receita líquida, iremos deduzir os custos das vendas realizadas. Essa nomenclatura irá depender 
exclusivamente das atividades empresariais desenvolvidas: 
Empresa comercial Venda de mercadorias 
Empresa industrial Venda de produtos 
Empresa prestadora de serviços Venda de serviços 
Importante observar que nada impede de uma empresa ser industrial e comercial, comercial e prestadora 
de serviços, ou ainda industrial, comercial e prestadora de serviços ao mesmo tempo. A separação das 
receitas existe para um maior controle e, como sempre, buscar atender ao objetivo da contabilidade: gerar 
informações com qualidade aos usuários. 
Esse custo é composto principalmente pelo valor da compra das mercadorias ou da matéria-prima 
necessária para o processo produtivo. Mas, além desse valor principal, da compra em si paga ao fornecedor, 
temos embutidos todos os gastos necessários para realizar a compra, por exemplo, fretes, seguros e 
despesas acessórias. 
De igual modo, para obter a receita com venda dessas mercadorias e/ou produtos, temos o que 
chamamos de sacrifício para obter a receita – que são as despesas – que podem ou não gerar saída de caixa 
da empresa, por exemplo, frete sobre vendas, propaganda e publicidade e despesas com clientes, entre 
outros. 
 
 Figura: Relação de custos e despesas sobre as vendas 
 Fonte: O autor 
Compras
=
Custo
ESTOQUE
Vendas
=
Despesas
 
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Na sequência da estrutura, temos o lucro bruto, também conhecido como resultado com mercadorias (no 
caso de uma empresa comercial), uma vez que apresenta, até este momento, apenas valores relacionados 
com as mercadorias (vendas e principais deduções das vendas). Esse lucro bruto é um importante indicador 
para a entidade empresarial, tendo em vista que a partir dele ainda serão deduzidas todas as despesas 
operacionais e financeiras da entidade, ou seja, esse resultado no lucro bruto tem de ser considerável, caso 
contrário, podemos afirmar que a empresa certamente terá um prejuízo como resultado. 
Do lucro bruto, a estrutura propõe uma importante dedução: as despesas operacionais, que podem ser 
divididas em despesas com vendas, administrativas e gerais. 
2.2.7. DESPESAS OPERACIONAIS 
Esse grande grupo se apresenta, geralmente, em Despesas com Vendas, Administrativas e Gerais, os quais 
iremos estudar a partir de agora. 
2.2.8. DESPESAS COM VENDAS 
Relacionadas diretamente com as vendas, por exemplo, fretes sobre vendas (para entregar as 
mercadorias vendidas), propagandas e publicidades, despesas com estimativas de perdas com clientes, com 
perdas de estoques, salários e comissões de vendedores ou funcionários desse setor, entre outras. 
2.2.9. DESPESAS ADMINISTRATIVAS 
Relacionadas geralmente com o alto escalão da empresa e/ou com o departamento administrativo, por 
exemplo, pró-labore dos diretores e administradores, honorários contábeis e advocatícios, sistemas e 
salários de funcionários desses setores. 
2.2.10. DESPESAS GERAIS 
Relacionadas com as despesas de ordem comum, por exemplo, água, energia elétrica, aluguel, materiais 
de limpeza, de escritório, de consumo, de expediente, ou seja, aquelas despesas que geralmente são comuns 
a todos os departamentos da entidade empresarial. 
Assim sendo, as “outras receitas” e “outras despesas” são compostas por situações que esporadicamente 
podem impactar o resultado da empresa, por exemplo, venda de imobilizado, venda de intangível e venda 
de investimento. Essas situações anteriormente eram tratadas como “Não Operacionais”, ou seja, “Receitas 
Não Operacionais” e “Despesas Não Operacionais”. 
 
 
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Considere que determinada empresa tenha adquirido uma máquina e a usado em suas atividades por 
vários anos, até que resolva vender essa máquina para adquirir uma nova, mais moderna, que irá melhorar 
seu processo produtivo. Ao vender essa máquina com lucro, estamos falando de um ganho – receita – a ser 
registrado na conta “outra receita” para essa empresa. Por sua vez, ao vender essa máquina com prejuízo, 
estamos falando de uma perda – despesa – a ser registrado na conta “outra despesa” para essa empresa. 
Continuando, temos que outra igualdade conhecida como resultado antes das receitas e despesas 
financeiras, as quais irão contemplar os impactos no resultado por conta das seguintes situações: 
2.2.11. RECEITAS FINANCEIRAS 
Integram as receitas financeiras, os juros ativos que representam os valores recebidos dos clientes depois 
do vencimento das duplicatas. Também temos a variação cambial ativa que representam os valores que a 
empresa ganha, por exemplo, ao deixar de pagar um valor maior em uma operação de compra de 
mercadorias no mercado externo. Além dessas contas, temos o desconto obtido que representam os valores 
que a empresa deixa de pagar em uma duplicata, por exemplo, paga antes do vencimento. 
2.2.12. DESPESAS FINANCEIRAS 
Compostas pelos juros passivos que representam os valores pagos aos fornecedores por duplicatas pagas 
após o vencimento. Seguidamente, a variação cambial passiva que representam os valores que a empresa 
perde, por exemplo, ao pagar um valor maior em uma operação de compra de mercadorias no mercado 
externo. Junto a essas contas, existe o desconto concedido que representam os valores que a empresa 
concede de desconto aos seus clientes, por exemplo, quando eles pagam as duplicatas antes do vencimento 
original do título. 
2.2.13. IMPOSTOS SOBRE O LUCRO E PARTICIPAÇÕES ESTATUTÁRIAS 
Após essa operação de diminuir as despesas financeiras e adicionar as receitas financeiras, chegamos a 
uma nova igualdade conhecida por “Resultado antes dos tributos sobre o lucro”, que concede a base de 
cálculo para os impostos sobre o lucro: 
• Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ 
• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL 
Esses impostos são calculados em um livro extracontábil, conhecido como LALUR (livro de apuração do 
lucro real), e os valores calculados são trazidos para a DRE, sendo esses de efeito negativo – despesas. 
 
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Na sequência, temos o cálculo das participações estatutárias – aquelas definidas no estatuto social da 
companhia – e que representam uma espécie de complemento da remuneração dos investidores, 
empregados e administradores, da seguinte forma: 
✓ Debenturistas 
✓ Empregados 
✓ Administradores 
✓ Partes Beneficiárias 
✓ Fundos Assistenciais 
Os percentuais são definidos no estatuto social, e essa é a ordem imposta pela Lei nº 6.404/76, 
especificamente no Art. 190, que traz em sua redação que as participações estatutárias de empregados, 
administradores e partes beneficiárias serão determinadas, sucessivamente e nessa ordem, com base nos 
lucros que remanescerem depois de deduzida a participação anteriormente calculada. 
Imagine que determinada empresa apure um lucro antes das participações estatutárias no valor de R$ 
100.000,00 e tenha as participações para calcular e pagar, na ordem de 10% para cada participação. 
Lucro antes das participações sobre o lucro 100.000,00 
(-) participação dos debenturistas 10.000,00 
Base de cálculo para participações dos empregados 90.000,00 
(-) participação dos empregados 9.000,00 
Base de cálculo para participações dos administradores 81.000,00 
(-) participação dos administradores 8.100,00 
 
 Depois de evidenciadas as deduções referentesàs participações estatutárias, chegamos ao resultado 
líquido das operações continuadas. Por último, mas não menos importante, temos o resultado líquido das 
operações descontinuadas. Mas o que são as operações continuadas e descontinuadas? 
A Resolução CFC nº 1.188/09 (CPC 31) e a Resolução CFC nº 1.185 (CPC 26), destacam a nova forma de 
apresentação do Resultado Líquido do Período, que objetivam evidenciar a capacidade de geração de 
resultados das atividades correntes ou em funcionamento normal (continuadas) e das atividades que foram 
descontinuadas, com seus componentes alienados ou classificados como mantidos para vendas 
(descontinuadas). 
 
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Isso nos mostra que, diante do processo de convergência às Normas Internacionais de Contabilidade, 
temos mais essa importante alteração: demonstrar os resultados separadamente das operações continuadas 
e descontinuadas. 
Operações continuadas referem-se ao antigo “resultado operacional” que representa o resultado gerado 
pelas atividades cotidianas da entidade empresarial, ou seja, as compras e vendas de mercadorias, as 
despesas operacionais normais (água, energia elétrica e aluguel, entre outras) e todas as outras operações 
ligadas às rotinas diárias da empresa. 
Por sua vez, as operações descontinuadas trazem à tona resultados gerados de atividades e/ou unidades 
que estão em declínio na empresa, por exemplo, uma empresa que tenha além da matriz, duas filiais e 
resolva, por motivos específicos e particulares, encerrar as atividades de uma das filiais. Imagine também 
que, por questões de logística, não compensa trazer os móveis e computadores para a matriz, e a empresa 
então resolva vender esses bens. O resultado dessa venda, positivo ou negativo, será registrado nas 
operações descontinuadas. 
2.3. DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS – DLPA 
 
Essa demonstração tem por finalidade evidenciar o lucro líquido do exercício e a sua destinação, os ajustes 
pertinentes a essa conta e os saldos anteriores e atuais. Existe uma grande discussão e entendimentos sobre 
a relação dessa demonstração e da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL, já que a 
elaboração dessa demonstração é exigida pela Lei nº 6.404/76, que faculta às companhias inclui-la na 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; contudo, essa demonstração não é contemplada pelas 
normas internacionais. 
Podemos perceber o posicionamento da legislação ao mesmo tempo que permite a elaboração de uma 
demonstração que está fora das exigências e padrões internacionais. 
A DLPA é exigida pela Lei nº 6.404/76, ao mesmo tempo que faculta as empresas elaborarem a DMPL, e 
então estarem desobrigadas a elaborarem a DLPA. Uma verdadeira confusão, não é mesmo? Então, pela Lei: 
DLPA. Caso a empresa opte pela DMPL, estará desobrigada de elaborar a DLPA. Isso porque a DLPA está 
contida na DMPL, ou seja, elaborando a DMPL, automaticamente, a DLPA estará atendida! 
Vale lembrar ainda que a Lei nº 11.638/07 excluiu do PL a conta e Lucros Acumulados, obrigando então 
que as empresas fizessem a destinação dos lucros acumulados e deixassem apenas a empresa acumular 
prejuízos! Nesse sentido, a partir dessa nova determinação, as entidades devem dar destino a todo o lucro 
 
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líquido apurado no final do exercício social, utilizando-o na compensação de prejuízos acumulados, na 
constituição de reservas, no aumento do capital ou na distribuição dos acionistas. 
Sendo assim, está proibida a apresentação de saldo na conta “lucros acumulados”, ou ainda de saldo 
credor (saldo credor representa mais receitas do que despesas, ou seja, um resultado positivo, que é um 
lucro) na DLPA. 
DESCRIÇÃO 
EXERCÍCIO 
ATUAL EM R$ 
EXERCÍCIO 
ANTERIOR EM 
R$ 
1 Saldo no início do período 
2 Ajustes de exercícios anteriores 
3 Saldo ajustado 
4 Lucro ou prejuízo do exercício 
5 Reversão de reservas 
6 Saldo a disposição 
7 Destinação do exercício 
7.1 Reserva Legal 
7.2 Reserva Estatutária 
7.3 Reserva para Contingência 
7.4 Outras Reservas 
7.5 Dividendos Obrigatórios 
7.6 Juros sobre Capital Próprio 
8 Saldo no fim do período 
 
Para proceder com a elaboração da Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA, temos 
que coletar os dados que foram registrados anteriormente, através da escrituração contábil (os débitos e 
créditos). 
2.4. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO – DMPL 
 
A demonstração das mutações do patrimônio líquido, de acordo com a Lei nº 6.404/76, é facultativa. 
Todavia, regulamentações da CVM e do CPC tornam essa publicação obrigatória. 
 
 
 
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Lei nº 6.404/76 DMPL é facultativa 
CPC DMPL é obrigatória 
CVM DMPL é obrigatória 
 
Para entender melhor, a DMPL apresenta as movimentações de todas as contas do patrimônio líquido 
durante determinado exercício social, incluindo a formação e utilização de reservas e o dividendo por ação. 
A DMPL é conhecida por ser uma demonstração sintética que aponta as alterações que aconteceram no 
patrimônio líquido, ou seja, não tem por objetivo apresentar informações analíticas sobre essas 
movimentações. 
Isso pode ser entendido, por exemplo, ao imaginar que uma filial faça uma reversão parcial de 
determinada reserva de lucro (o que seria uma informação analítica) será apresentado na DMPL apenas 
como uma reversão (em valores) sem maiores explicações e detalhes. 
O patrimônio líquido deve apresentar o capital social, as reservas de capital, os ajustes de avaliação 
patrimonial, as reservas de lucros, as ações ou quotas em tesouraria, os prejuízos acumulados, se legalmente 
admitidos os lucros acumulados e as demais contas exigidas pelos Pronunciamentos Técnicos emitidos pelo 
CPC. 
Segundo o Pronunciamento Técnico do CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis, 
demonstração das mutações do patrimônio líquido inclui as informações apresentadas a seguir. 
O resultado abrangente do período, apresentando separadamente o montante total atribuível aos 
proprietários da entidade controladora e o montante correspondente à participação de não controladores. 
Para cada componente do patrimônio líquido, os efeitos da aplicação retrospectiva ou da reapresentação 
retrospectiva, reconhecidos de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 23 – Políticas Contábeis, 
Mudança de Estimativa e Retificação de Erro. 
Para a conciliação do saldo no início e no final do período, demonstrando-se separadamente (no mínimo) 
as mutações decorrentes: 
➢ Do resultado líquido; 
➢ De cada item dos outros resultados abrangentes; e 
➢ De transações com os proprietários realizadas na condição de proprietário, demonstrando 
separadamente suas integralizações e as distribuições realizadas, bem como modificações nas 
participações em controladas que não implicaram perda do controle. 
 
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Mesmo parecendo complexa, a elaboração da demonstração das mutações do patrimônio líquido é 
relativamente simples, já que apresenta as movimentações do patrimônio líquido de forma organizada, ou 
seja, as contas do capital social, reservas de capital, reservas de lucro, ajuste de avaliação patrimonial, ações 
em tesouraria e prejuízos acumulados. 
Basicamente temos uma coluna para cada conta, que deve representar o saldo inicial da conta, a 
movimentação na conta e o saldo final da conta. A parte mais complexa aqui seria da movimentação, por 
exemplo, alteração por consequência do resultado líquido, dos itens dos outros resultados abrangentes etc. 
Os componentesdos outros resultados abrangentes incluem, segundo a norma técnica, os seguintes 
itens: 
• Variações na reserva de reavaliação, quando permitidas legalmente; 
• Ganhos e perdas atuariais em planos de pensão com benefício definido reconhecidos; 
• Ganhos e perdas derivados de conversão de demonstrações contábeis de operações no exterior; 
• Ganhos e perdas resultantes de investimentos em instrumentos patrimoniais designados ao valor 
justo por meio de outros resultados abrangentes; 
• Ganhos e perdas em ativos financeiros mensurados ao valor justo por meio de outros resultados 
abrangentes; 
• Parcela efetiva de ganhos e perdas de instrumentos de hedge em operação de hedge de fluxo de 
caixa e os ganhos e perdas em instrumentos de hedge que protegem investimentos em instrumentos 
patrimoniais mensurados ao valor justo por meio de outros resultados abrangentes; 
• Para passivos específicos designados como ao valor justo por meio do resultado, o valor da alteração 
no valor justo que for atribuível a alterações no risco de crédito do passivo; 
• Alteração no valor temporal de opções quando separar o valor intrínseco e o valor temporal do 
contrato de opção e designar como instrumento de hedge somente as alterações no valor intrínseco; 
e 
• Alteração no valor dos elementos a termo de contratos a termo ao separar o elemento a termo e o 
elemento à vista de contrato a termo e designar, como instrumento de hedge, somente as alterações 
no elemento à vista, e alterações no valor do spread com base na moeda estrangeira de instrumento 
financeiro ao excluí-lo da designação desse instrumento financeiro como instrumento de hedge. 
 
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72 
Sugiro que você observe o modelo da demonstração das mutações do patrimônio líquido, que a própria 
norma oferece em da 
página 40 a 43. 
2.5. DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA – DFC 
 
A demonstração dos fluxos de caixa tem por objetivo apresentar as alterações que acontecem no caixa 
de uma empresa durante um exercício social, inclusive, o conceito de caixa para o estudo dessa 
demonstração deve ser revisto ou atualizado. 
Um ponto importante a respeito da DFC é a obrigatoriedade na sua apresentação para alguns tipos de 
empresa. Atualmente, ela é obrigatória para as empresas de capital aberto e para as de capital fechado que 
tenham, na data do balanço patrimonial, um patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de 
reais). 
Vale lembrar que essa exigência está de acordo com a Lei nº 11.638/07, diferente do Pronunciamento 
Técnico do CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa, que torna a referida demonstração obrigatória para 
todas as empresas. 
 
Imagem: obrigatoriedade da DFC. 
Fonte: o autor. 
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/312_CPC_26_R1_rev%2014.pdf
 
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As informações sobre o fluxo de caixa de uma entidade são úteis para proporcionar aos usuários das 
demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de 
caixa, bem como as necessidades da entidade de utilização desses fluxos de caixa. 
As decisões econômicas que são tomadas pelos usuários exigem avaliação da capacidade de a entidade 
gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como da época de sua ocorrência e do grau de certeza de sua 
geração. 
Caixa, segundo a norma técnica do CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa, compreende numerário 
em espécie e depósitos bancários disponíveis. Por sua vez, os equivalentes de caixa são aplicações financeiras 
de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa e que 
estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor. 
Um outro ponto importante é que a demonstração dos fluxos de caixa analisa as atividades da empresa 
(entradas e saídas de recursos), dividindo tais atividades em três grupos: operacionais, de investimentos e 
de financiamentos. 
 
 
Imagem: atividades da demonstração dos fluxos de caixa. 
Fonte: o autor. 
As atividades operacionais, ou melhor, os fluxos de caixa dessa atividade é um indicador chave da 
extensão pela qual as operações da entidade têm gerado suficientes fluxos de caixa para amortizar 
empréstimos, manter a capacidade operacional da entidade, pagar dividendos e juros sobre o capital próprio 
e fazer novos investimentos sem recorrer a fontes externas de financiamento. 
 
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As informações sobre os componentes específicos dos fluxos de caixa operacionais históricos são úteis, 
em conjunto com outras informações, na projeção de fluxos futuros de caixa operacionais. 
Os fluxos de caixa advindos das atividades operacionais são basicamente derivados das principais 
atividades geradoras de receita da entidade. Portanto, eles geralmente resultam de transações e de outros 
eventos que entram na apuração do lucro líquido ou prejuízo. Exemplos de fluxos de caixa que decorrem das 
atividades operacionais são: 
(a) recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de serviços; 
(b) recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras receitas; 
(c) pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços; 
(d) pagamentos de caixa a empregados ou por conta de empregados; 
(e) recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de prêmios e sinistros, anuidades e outros 
benefícios da apólice; 
(f) pagamentos ou restituição de caixa de impostos sobre a renda, a menos que possam ser 
especificamente identificados com as atividades de financiamento ou de investimento; e 
(g) recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos para negociação imediata ou disponíveis 
para venda futura. 
Tão importante quanto, temos as atividades de investimentos, que compreendem os seguintes exemplos: 
(a) pagamentos em caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo prazo. 
Esses pagamentos incluem aqueles relacionados aos custos de desenvolvimento ativados e aos ativos 
imobilizados de construção própria; 
(b) recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo 
prazo; 
(c) pagamentos em caixa para aquisição de instrumentos patrimoniais ou instrumentos de dívida de 
outras entidades e participações societárias em joint ventures (exceto aqueles pagamentos referentes a 
títulos considerados como equivalentes de caixa ou aqueles mantidos para negociação imediata ou futura); 
(d) recebimentos de caixa provenientes da venda de instrumentos patrimoniais ou instrumentos de dívida 
de outras entidades e participações societárias em joint ventures (exceto aqueles recebimentos referentes 
aos títulos considerados como equivalentes de caixa e aqueles mantidos para negociação imediata ou 
futura); 
 
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(e) adiantamentos em caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto aqueles adiantamentos e 
empréstimos feitos por instituição financeira); 
(f) recebimentos de caixa pela liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos 
a terceiros (exceto aqueles adiantamentos e empréstimos de instituição financeira); 
(g) pagamentos em caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais contratos 
forem mantidos para negociação imediata ou futura, ou os pagamentos forem classificados como atividades 
de financiamento; e 
(h) recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e swap, exceto quando tais contratos 
forem mantidos para negociação imediata ou venda futura, ou os recebimentosforem classificados como 
atividades de financiamento. 
Por último e não menos importante, nesse estudo das atividades da DFC, temos as atividades de 
financiamento, as quais podem ser: 
(a) caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos patrimoniais; 
(b) pagamentos em caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade; 
(c) caixa recebido pela emissão de debêntures, empréstimos, notas promissórias, outros títulos de dívida, 
hipotecas e outros empréstimos de curto e longo prazos; 
(d) amortização de empréstimos e financiamentos; e 
(e) pagamentos em caixa pelo arrendatário para redução do passivo relativo a arrendamento. 
Um outro aspecto muito discutido no estudo da demonstração dos fluxos de caixa, são os métodos de 
apresentação, que podem ser pelo método direto ou indireto, sendo o método direto, segundo o qual as 
principais classes de recebimentos brutos e pagamentos brutos são divulgadas. 
Por sua vez, temos também o método indireto, segundo o qual o lucro líquido ou o prejuízo é ajustado 
pelos efeitos de transações que não envolvem caixa, pelos efeitos de quaisquer diferimentos ou apropriações 
por competência sobre recebimentos de caixa ou pagamentos em caixa operacionais passados ou futuros, e 
pelos efeitos de itens de receita ou despesa associados com fluxos de caixa das atividades de investimento 
ou de financiamento. 
Pelo método direto, as informações sobre as principais classes de recebimentos brutos e de pagamentos 
brutos podem ser obtidas, alternativamente, dos registros contábeis da entidade ou pelo ajuste das vendas, 
dos custos dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos (no caso de instituições financeiras, pela receita 
de juros e similares e despesa de juros e encargos e similares) e outros itens da demonstração do resultado 
ou do resultado abrangente referentes a: 
 
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• variações ocorridas no período nos estoques e nas contas operacionais a receber e a pagar; 
• outros itens que não envolvem caixa; e 
• outros itens tratados como fluxos de caixa advindos das atividades de investimento e de 
financiamento. 
Já de acordo com o método indireto, o fluxo de caixa líquido advindo das atividades operacionais é 
determinado ajustando o lucro líquido ou prejuízo quanto aos efeitos de variações ocorridas no período nos 
estoques e nas contas operacionais a receber e a pagar; além de itens que não afetam o caixa, tais como 
depreciação, provisões, tributos diferidos, ganhos e perdas cambiais não realizados e resultado de 
equivalência patrimonial quando aplicável; e todos os outros itens tratados como fluxos de caixa advindos 
das atividades de investimento e de financiamento. 
Alternativamente, o fluxo de caixa líquido advindo das atividades operacionais pode ser apresentado pelo 
método indireto, mostrando-se as receitas e as despesas divulgadas na demonstração do resultado ou 
resultado abrangente e as variações ocorridas no período nos estoques e nas contas operacionais a receber 
e a pagar. 
Sabendo disso, podemos entender que: 
Redução no ativo 
Aumenta o caixa 
Aumento no ativo 
Diminui o caixa 
Redução no passivo 
Diminui o caixa 
Aumento no passivo 
Aumenta o caixa 
Existem algumas transações que não envolvem o caixa e seus equivalentes, por exemplo, depreciação e 
resultado de equivalência patrimonial nos investimentos entre as empresas, as quais devem ser excluídas da 
DFC. Tais transações serão divulgadas em notas explicativas, já que são importantes e irão influenciar as 
tomadas de decisões. 
Talvez o ponto mais importante (não que os outros não sejam, obviamente), dessa norma técnica, seriam 
o tratamento dos juros e dividendos, que recebem particularidades que serão estudadas a seguir. 
 
William Notário 
 
 
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Os fluxos de caixa referentes a juros, dividendos e juros sobre o capital próprio recebidos e pagos devem 
ser apresentados separadamente. Cada um deles deve ser classificado de maneira consistente, de período a 
período, como decorrentes de atividades operacionais, de investimento ou de financiamento. 
O montante total dos juros pagos durante o período é divulgado na demonstração dos fluxos de caixa, 
quer tenha sido reconhecido como despesa na demonstração do resultado, quer tenha sido capitalizado. 
Os juros pagos e recebidos e os dividendos e os juros sobre o capital próprio recebidos são comumente 
classificados como fluxos de caixa operacionais em instituições financeiras. 
Todavia, não há consenso sobre a classificação desses fluxos de caixa para outras entidades. Os juros 
pagos e recebidos e os dividendos e os juros sobre o capital próprio recebidos podem ser classificados como 
fluxos de caixa operacionais, porque eles entram na determinação do lucro líquido ou prejuízo. 
Alternativamente, os juros pagos e os juros, os dividendos e os juros sobre o capital próprio recebidos 
podem ser classificados, respectivamente, como fluxos de caixa de financiamento e fluxos de caixa de 
investimento, porque são custos de obtenção de recursos financeiros ou retornos sobre investimentos. 
Os dividendos e os juros sobre o capital próprio pagos podem ser classificados como fluxo de caixa de 
financiamento porque são custos da obtenção de recursos financeiros. Alternativamente, os dividendos e os 
juros sobre o capital próprio pagos podem ser classificados como componente dos fluxos de caixa das 
atividades operacionais, a fim de auxiliar os usuários a determinar a capacidade de a entidade pagar 
dividendos e juros sobre o capital próprio utilizando os fluxos de caixa operacionais. 
O Pronunciamento Técnico do CPC 03 encoraja fortemente as entidades a classificarem os juros, recebidos 
ou pagos, e os dividendos e juros sobre o capital próprio recebidos como fluxos de caixa das atividades 
operacionais, e os dividendos e juros sobre o capital próprio pagos como fluxos de caixa das atividades de 
financiamento. Alternativa diferente deve ser seguida de nota evidenciando esse fato. 
FATO CLASSIFICAÇÃO 
Juros recebidos ou pagos e os dividendos e 
juros sobre o capital próprio recebidos 
 
Atividades operacionais 
Os dividendos e juros sobre o capital 
próprio pagos 
Atividades de financiamento 
Alternativa diferente disso deve ser seguida de nota explicativa evidenciando esse fato. 
Tabela sobre a classificação dos fatos na DFC. 
Fonte: adaptado de SANDE, Silvio; NEIVA, André. 
 
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2.6. DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO – DVA 
 
A demonstração do valor adicionado (DVA) é obrigatória para as empresas de capital aberto, conforme 
prevê a legislação vigente (leia-se a Lei nº 11.638/07 e o CPC 09). 
A DVA deve proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis informações relativas à riqueza 
criada pela entidade em determinado período e a forma como tais riquezas foram distribuídas. 
A distribuição da riqueza criada deve ser detalhada, minimamente, da seguinte forma: 
(a) pessoal e encargos; 
(b) impostos, taxas e contribuições; 
(c) juros e aluguéis; 
(d) juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos; 
(e) lucros retidos/prejuízos do exercício. 
É importante conhecer algumas definições para o entendimento dessa demonstração e de conceitos 
importantes aplicados a tais riquezas, por exemplo, saber que valor adicionado representa a riqueza criada 
pela empresa, de forma geral medida pela diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de 
terceiros. Inclui também o valor adicionado recebido em transferência, ou seja, produzido por terceiros e 
transferido à entidade. 
Outras definições são comuns as demais demonstrações, isto é, a demonstração do resultado do exercício 
e estudadas em outro momento.Por sua vez, é importante saber que valor adicionado recebido em 
transferência representa a riqueza que não tenha sido criada pela própria entidade, e sim por terceiros, e 
que a ela é transferida, como por exemplo receitas financeiras, de equivalência patrimonial, dividendos, 
aluguel, royalties etc. Precisa ficar destacado, inclusive para evitar dupla-contagem em certas agregações. 
A DVA está fundamentada em conceitos macroeconômicos, buscando apresentar, eliminados os valores 
que representam dupla-contagem, a parcela de contribuição que a entidade tem na formação do Produto 
Interno Bruto (PIB). Essa demonstração apresenta o quanto a entidade agrega de valor aos insumos 
adquiridos de terceiros e que são vendidos ou consumidos durante determinado período. 
Na primeira parte da DVA, será apresentada de forma detalhada a riqueza criada pela empresa, as quais 
serão apresentadas a seguir: 
 
William Notário 
 
 
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Venda de mercadorias, produtos e serviços: inclui os valores dos tributos incidentes sobre essas receitas 
(por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), ou seja, corresponde ao ingresso bruto ou faturamento bruto, mesmo 
quando na demonstração do resultado tais tributos estejam fora do cômputo dessas receitas. 
Outras receitas: da mesma forma que o item anterior, inclui os tributos incidentes sobre essas receitas. 
Provisão para créditos de liquidação duvidosa: Constituição/Reversão - inclui os valores relativos à 
constituição e reversão dessa provisão. 
A construção de ativos dentro da própria empresa para seu próprio uso é procedimento comum. Nessa 
construção diversos fatores de produção são utilizados, inclusive a contratação de recursos externos (por 
exemplo, materiais e mão-de-obra terceirizada) e a utilização de fatores internos como mão-de-obra, com 
os consequentes custos que essa contratação e utilização provocam. Para elaboração da DVA, essa 
construção equivale a produção vendida para a própria empresa, e por isso seu valor contábil integral precisa 
ser considerado como receita. A mão-de-obra própria alocada é considerada como distribuição dessa riqueza 
criada, e eventuais juros ativados e tributos também recebem esse mesmo tratamento. Os gastos com 
serviços de terceiros e materiais são apropriados como insumos. 
Além disso, temos os insumos adquiridos de terceiros: 
Custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos: inclui os valores das matérias-primas 
adquiridas junto a terceiros e contidas no custo do produto vendido, das mercadorias e dos serviços vendidos 
adquiridos de terceiros; não inclui gastos com pessoal próprio. 
Materiais, energia, serviços de terceiros e outros: inclui valores relativos às despesas originadas da 
utilização desses bens, utilidades e serviços adquiridos junto a terceiros. 
Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais, serviços, energia etc. 
consumidos, devem ser considerados os tributos incluídos no momento das compras (por exemplo, ICMS, 
IPI, PIS e COFINS), recuperáveis ou não. Esse procedimento é diferente das práticas utilizadas na 
demonstração do resultado. 
Perda e recuperação de valores ativos: inclui valores relativos a ajustes por avaliação a valor de mercado 
de estoques, imobilizados, investimentos etc. Também devem ser incluídos os valores reconhecidos no 
resultado do período, tanto na constituição quanto na reversão de provisão para perdas por desvalorização 
de ativos, conforme aplicação do CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos (se no período o valor 
líquido for positivo, deve ser somado). 
Depreciação, amortização e exaustão: inclui a despesa ou o custo contabilizado no período. 
 
William Notário 
 
 
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Um ponto menos cobrado, por exemplo, em concursos públicos e até mesmo trabalhado em aulas, são 
as distribuições da riqueza gerada, as quais veremos a seguir: 
Pessoal: valores apropriados ao custo e ao resultado do exercício na forma de: 
• Remuneração direta - representada pelos valores relativos a salários, 13º salário, honorários da 
administração (inclusive os pagamentos baseados em ações), férias, comissões, horas extras, 
participação de empregados nos resultados etc. 
• Benefícios - representados pelos valores relativos a assistência médica, alimentação, transporte, 
planos de aposentadoria etc. 
• FGTS – representado pelos valores depositados em conta vinculada dos empregados. 
Impostos, taxas e contribuições: valores relativos ao imposto de renda, contribuição social sobre o lucro, 
contribuições ao INSS (incluídos aqui os valores do Seguro de Acidentes do Trabalho) que sejam ônus do 
empregador, bem como os demais impostos e contribuições a que a empresa esteja sujeita. Para os impostos 
compensáveis, tais como ICMS, IPI, PIS e COFINS, devem ser considerados apenas os valores devidos ou já 
recolhidos, e representam a diferença entre os impostos e contribuições incidentes sobre as receitas e os 
respectivos valores incidentes sobre os itens considerados como “insumos adquiridos de terceiros”. 
• Federais – inclui os tributos devidos à União, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em 
parte aos Estados, Municípios, Autarquias etc., tais como: IRPJ, CSSL, IPI, CIDE, PIS, COFINS. Inclui 
também a contribuição sindical patronal. 
• Estaduais – inclui os tributos devidos aos Estados, inclusive aqueles que são repassados no todo ou 
em parte aos Municípios, Autarquias etc., tais como o ICMS e o IPVA. 
• Municipais – inclui os tributos devidos aos Municípios, inclusive aqueles que são repassados no todo 
ou em parte às Autarquias, ou quaisquer outras entidades, tais como o ISS e o IPTU. 
Remuneração de capitais de terceiros: valores pagos ou creditados aos financiadores externos de capital. 
• Juros - inclui as despesas financeiras, inclusive as variações cambiais passivas, relativas a quaisquer 
tipos de empréstimos e financiamentos junto a instituições financeiras, empresas do grupo ou outras 
formas de obtenção de recursos. Inclui os valores que tenham sido capitalizados no período. 
• Aluguéis - inclui os aluguéis (inclusive as despesas com arrendamento operacional) pagos ou 
creditados a terceiros, inclusive os acrescidos aos ativos. 
• Outras - inclui outras remunerações que configurem transferência de riqueza a terceiros, mesmo que 
originadas em capital intelectual, tais como royalties, franquia, direitos autorais etc. 
Remuneração de capitais próprios: valores relativos à remuneração atribuída aos sócios e acionistas. 
 
William Notário 
 
 
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• Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos - inclui os valores pagos ou creditados aos sócios e 
acionistas por conta do resultado do período, ressalvando-se os valores dos JCP transferidos para 
conta de reserva de lucros. Devem ser incluídos apenas os valores distribuídos com base no resultado 
do próprio exercício, desconsiderando-se os dividendos distribuídos com base em lucros acumulados 
de exercícios anteriores, uma vez que já foram tratados como “lucros retidos” no exercício em que 
foram gerados. 
• Lucros retidos e prejuízos do exercício - inclui os valores relativos ao lucro do exercício destinados às 
reservas, inclusive os JCP quando tiverem esse tratamento; nos casos de prejuízo, esse valor deve ser 
incluído com sinal negativo. 
• As quantias destinadas aos sócios e acionistas na forma de Juros sobre o Capital Próprio – JCP, 
independentemente de serem registradas como passivo (JCP a pagar) ou como reserva de lucros, 
devem ter o mesmo tratamento dado aos dividendos no que diz respeito ao exercício a que devem 
ser imputados. 
 
 
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3. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 
 
Você deve se lembrar de que já comentamos e estudamos dentro dos conceitos iniciais de contabilidade 
as técnicas que a ciência utiliza para atingir todos os seus objetivos no cenário empresarial, que são 
escrituração, demonstração, auditoria e análises. 
Essas análises são as feitas nas demonstrações financeiras para delas extraírem os dados e informações 
necessárias para auxiliar as tomadas de decisões. 
A técnica da análise é muito utilizada pelas instituições financeiras. Isso mesmo! Quando as entidades 
empresariais precisam de operações de créditos (empréstimos e financiamentos), é feita uma análise de 
crédito na empresa por meio de índices determinados, que serão estudados na sequência. 
 
 Figura: Técnicas contábeis 
 Fonte: O autor 
Essa técnica não tem embasamento em nenhuma legislação específica ou norma contábil, portanto, o 
que vamos estudar nesta aula tem como base autores e práticas contábeis. O cuidado é entender que as 
análises são feitas nas demonstrações financeiras publicadas que, por sua vez, estão sujeitas às legislações 
vigentes e demais normas contábeis, o que consequentemente faz com que as análises estejam dentro 
dessas exigências legais, mesmo que indiretamente. 
As análises das demonstrações contábeis também são conhecidas como “análise das demonstrações 
financeiras” e “análise de balanços”, ou seja, qualquer termo pode ser normalmente utilizado. 
 
William Notário 
 
 
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Os dados extraídos e compilados sobre a forma de índices e/ou indicadores permitirão que os analistas 
concluam sobre a situação financeira, estrutura de endividamento e capitais, aspectos relevantes da política 
operacional, geração de caixa, entre outros aspectos importantes para uma conclusão sobre a entidade 
analisada. 
Você já sabe, mas não custa lembrar: para que sejam extraídos dados e informações a ponto de auxiliarem 
no diagnóstico da entidade, a ponto do que comenta o autor e que vemos nas práticas empresariais, as 
demonstrações contábeis devem ter sido elaboradas de acordo com as normas e embasamentos legais 
vigentes, obviamente. 
Devemos entender que não é apenas “chegar e analisar” os relatórios contábeis apresentados pelas 
entidades empresariais. Antes de qualquer análise das demonstrações financeiras, é necessário realizar 
alguns ajustes e simplificações. 
Existem diversas formas de proceder com as análises das demonstrações financeiras, por exemplo, análise 
horizontal e vertical, análises por índices de liquidez, de endividamento e de rentabilidade, ou ainda pelos 
ciclos que a empresa pode apresentar, como o ciclo financeiro e operacional. 
A análise de balanços apresenta-se em três grandes processos, ou grupos, a saber: 
➢ Análise vertical ou análise de estrutura 
➢ Análise horizontal ou análise de evolução 
➢ Análise por quocientes ou análise por índices 
Agora, iremos estudar mais formas de analisar as demonstrações financeiras e principalmente, trabalhar 
com os resultados obtidos pelas análises. 
3.1. ANÁLISES VERTICAL E HORIZONTAL 
 
A análise vertical, também conhecida como análise de estrutura, tem por objetivo estudar a estrutura das 
demonstrações financeiras por meio de cálculo dos coeficientes de participação, obtidos da divisão que cada 
conta ou grupo de contas obtém com relação a um valor base, resultando em percentuais que irão 
demonstrar o que chamamos de proporcionalidade existente. 
Já a análise horizontal, tem por objetivo estudar as contas que compõe as demonstrações financeiras ao 
longo de vários períodos, sendo no mínimo, dois exercícios financeiros, por meio de índices e com a 
finalidade principal de verificar a evolução de cada conta ou grupo de contas isoladamente em relação a um 
determinado exercício financeiro base, buscando as características e entender as tendências. 
 
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3.1.1. ANÁLISE VERTICAL 
A análise vertical demonstra a importância relativa que cada conta possui dentro das demonstrações 
contábeis e por meio da comparação com outros concorrentes do mesmo ramo de atuação ou com a 
relações da própria empresa, podemos observar a mudança de política com relação a obtenção e aplicação 
de recursos. 
Nesse sentido, podemos entender que essa análise busca demonstrar a proporcionalidade que cada conta 
analisada representa no contexto geral da organização, o que sem dúvida é uma informação importante. 
Nessa análise, sempre em um mesmo exercício, comparamos a importância relativa de uma conta em 
relação a seu grupo de contas, ou de um grupo de contas em relação ao total de seu grupo, por exemplo, ao 
total do ativo, passivo, patrimônio líquido, ou ainda as receitas e despesas. 
Esse assunto pode ser um pouco cansativo e talvez difícil em alguns aspectos, uma vez que envolve 
fórmulas e outras interpretações necessárias para o bom andamento e entendimento do tema. 
Para realizar a análise vertical, por exemplo, do ativo, vamos usar a seguinte fórmula: 
 
Conta ou Grupo de Contas do Ativo 
x 100% 
Ativo Total 
Imagine uma empresa que apresente as seguintes informações, que já estão com a análise vertical 
calculada: 
ATIVO 2021 ANÁLISE 
Circulante 200 20% 
Realizável a Longo Prazo 300 30% 
Imobilizado 500 50% 
 1.000 
 
Nesse caso, podemos perceber que o ativo imobilizado representa 50% do ativo total da entidade 
empresarial. 
Ao mesmo tempo, para realizar a análise vertical do passivo, vamos usar a seguinte fórmula: 
 
 
 
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Conta ou Grupo de Contas do Passivo x 
100% Passivo Total 
Utilizando o mesmo raciocínio para esse grupo, imagine a seguinte situação: 
PASSIVO 2021 ANÁLISE 
Circulante 800 80% 
Fornecedores 500 50% 
Empréstimos 300 30% 
Não Circulante 200 20% 
 1.000 
 
Pode-se perceber que os fornecedores representam 50% do passivo total dessa empresa, concorda 
comigo? 
Você pôde notar que, para o ativo e passivo, usamos como base os valores totais do grupo. Mas como 
seriam a análise vertical para as contas de resultado? Usamos a seguinte fórmula: 
Conta da DRE x 
100% Receita Líquida 
 
Para proceder com a análise vertical nas contas de resultado, utilizamos como base a receita líquida. 
Cuidado com isso! 
Observe comigo a situação abaixo, em que determinada empresa apresenta uma DRE. Vamos analisar a 
representatividade das despesas operacionais, divididas em administrativas, com vendas e gerais: 
 
 
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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - DRE 2021 ANÁLISE 
+ Receita Bruta 1.000.000,00 
(-) Deduções da Receitas Bruta 400.000,00 
= Receita Líquida 600.000,00 
(-) CMV, CPV ou CSP 250.000,00 
= Lucro Bruto 350.000,00 
(-) Despesas com vendas, administrativas e gerais 175.000,00 29% 
(+/-) Outras receitas e despesas 15.000,00 
= Resultado antes das receitas e despesas financeiras 160.000,00 
+ Receitas financeiras 7.000,00 
(-) Despesas financeiras 8.000,00 
= Resultado antes dos tributos sobre o lucro 159.000,00 
(-) Despesas com tributos sobre o lucro - IR e CSLL 60.000,00 
= Resultado antes das participações sobre o lucro 99.000,00 
(-) Participações Estatutárias 39.000,00 
= Resultado líquido das operações continuadas 60.000,00 
(+/-) Resultado líquido das operações descontinuadas 4.000,00 
= Resultado líquido do período 64.000,00 
Conseguimos perceber que as despesas operacionais representam 29% das receitas líquidas auferidas no 
período analisado. Nesses casos, sempre adotamos os arredondamentos necessários para melhorar a 
visualização e entendimento de cada situação. 
3.1.2. ANÁLISEHORIZONTAL 
A análise horizontal, também conhecida como análise de evolução, tem por objetivo estudar as contas 
que compõe as demonstrações financeiras ao longo de vários períodos, sendo no mínimo, dois exercícios 
financeiros, por meio de índices e com a finalidade principal de verificar a evolução de cada conta ou grupo 
de contas isoladamente em relação a um determinado exercício financeiro base, buscando as características 
e entender as tendências. 
 
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Os componentes das demonstrações contábeis desse exercício social base são fixados em 100%, e a partir 
daí verifica-se a comparação do valor de cada conta que compõe as demonstrações contábeis de exercícios 
sociais subsequentes com o valor correspondente das demonstrações contábeis tomadas como base. 
Os números índices citados anteriormente são obtidos por meio da divisão dos componentes contábeis 
de determinado exercício social pelos componentes das demonstrações tomadas como base, como veremos 
a seguir. 
A análise horizontal das contas do ativo pode ser feita utilizando a fórmula: 
Conta do Ativo do exercício social analisado x 
100% Conta do Ativo do exercício social base 
 
A análise horizontal das contas do passivo pode ser feita utilizando a fórmula: 
Conta do Passivo do exercício social analisado x 
100% Conta do Passivo do exercício social base 
 
Existe também a análise horizontal das contas de resultado, que pode ser feita utilizando a seguinte 
fórmula: 
Conta da DRE do exercício social analisado x 
100% Conta da DRE do exercício social base 
 
Imagine que determinada empresa apresentou as seguintes informações sobre as suas demonstrações 
financeiras em 31/12/2021: 
 
ATIVO 2021 ÍNDICE 2020 ÍNDICE 
Circulante 300 150% 200 100% 
Realizável a longo prazo 500 166% 300 100% 
Imobilizado 1000 200% 500 100% 
 1.800 1.000 
 
 
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Podemos perceber que o ativo circulante no período de 2021 é 150% em relação ao período anterior, ou 
seja, cresceu 50% no período analisado. Observe que essa análise permite ao analista considerar as 
tendências e as percepções da entidade empresarial ao longo do tempo. 
Nesse caso apresentado, usamos o período imediatamente anterior ao analisado, mas podemos proceder 
com análises de períodos maiores, por exemplo, de 2021 a 2018. 
ATIVO 2021 2020 2019 2018 
 
 
 
3.2. ANÁLISES POR ÍNDICES 
 
Agora vamos estudar as análises das demonstrações financeiras por meio dos indicadores, que podem 
considerar: 
• Liquidez 
• Endividamento 
• Rentabilidade 
• Situação Operacional 
3.2.1. INDICADORES DE LIQUIDEZ 
Na contabilidade, liquidez representa a velocidade que um ativo pode ser convertido em dinheiro. Por 
isso, assumimos que o caixa é a conta mais líquida da entidade, uma vez que é o próprio dinheiro! Ao 
contrário, por exemplo, do grupo de investimentos, imobilizado ou intangível, que são mais demorados para 
serem convertidos em dinheiro. 
Os indicadores de liquidez são interpretados da seguinte forma: quanto maior, melhor! 
3.2.1.1. LIQUIDEZ IMEDIATA 
Entendemos que esse é o único índice que, de fato, apresenta a liquidez real da entidade empresarial, 
pois trabalha com as disponibilidades (caixa, banco e aplicações financeiras de liquidez imediata – aquelas 
com resgate em até 90 dias) junto ao passivo circulante. Para realizar o seu cálculo, utilizamos a seguinte 
fórmula: 
 
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Liquidez Imediata (LI) = 
Disponibilidades 
PC 
3.2.1.2. LIQUIDEZ CORRENTE 
Esse índice é calculado pela razão do ativo circulante pelo passivo circulante, e é também um dos mais 
utilizados pelos analistas. Para realizar o seu cálculo, utilizamos a seguinte fórmula: 
 
Liquidez Corrente (LC) = 
AC 
PC 
3.2.1.3. LIQUIDEZ SECA 
Também conhecido por teste ácido da empresa, mostra o quanto da empresa pode ser empregado em 
liquidar as obrigações a curto prazo desconsiderando os estoques, ou seja, o que demoraria mais tempo para 
ser convertido em dinheiro do ativo circulante. Para realizar o seu cálculo, utilizamos a seguinte fórmula: 
 
Liquidez Seca (LS) = 
AC - 
Estoques 
PC 
3.2.1.4. LIQUIDEZ GERAL 
Digamos que esse é o indicador mais completo, que indica o quanto de ativos de curto e longo prazo – 
ativos especulativos, ou seja, aqueles que não são permanentes, por exemplo, o imobilizado e intangível, 
que são tratados em outros indicadores – a empresa possui para honrar seus passivos de curto e longo prazo, 
é uma visão mais geral de que ativos não permanentes podem garantir as dívidas totais. Para realizar o seu 
cálculo, utilizamos a seguinte fórmula: 
 
Liquidez Geral (LG) = 
AC + ARLP 
PC + PNC 
 
 
 
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3.2.2. INDICADORES DE ENDIVIDAMENTO 
Também conhecidos como indicadores de estrutura de capital, são índices estáticos que demonstram a 
relação entre os capitais de terceiros e outros grupos de contas patrimoniais. Vamos ver as possibilidades de 
cálculos? 
Ah, para os indicadores de endividamento, a interpretação é quanto menor, melhor! 
3.2.2.1. ENDIVIDAMENTO GERAL 
Indica quanto o passivo exigível (dívidas) representa do total dos ativos, esse índice apresenta a relação 
do total de capitais de terceiros (passivo exigível: PE = PC + PNC) em relação ao total dos capitais, isto é, 
passivo total (PT + PE + PL). Para realizar o seu cálculo, utilizamos a seguinte fórmula: 
Endividamento Geral (EG) = 
PE 
PT 
3.2.2.2. ÍNDICE DE RECURSOS CORRENTES 
Quando estamos estudando análises das demonstrações financeiras, é um tanto quanto corriqueiro 
chamarmos o passivo circulante de recursos correntes. Sendo assim, esse indicador demonstra quanto os 
recursos de terceiros de curto prazo (recursos correntes = PC) representam em relação ao total de capitais 
que uma empresa obtém junto a seus sócios (PL) e credores (PC + PNC). Para realizar o seu cálculo, utilizamos 
a seguinte fórmula: 
Índices de Recursos Correntes (RC) = 
PC 
PT 
3.2.2.3. IMOBILIZAÇÃO DE RECURSOS NÃO CORRENTES 
Acabamos de conhecer que em análise das demonstrações financeiras damos ao passivo circulante o 
nome de recursos correntes. Sendo assim, a diferença do passivo total (PE + PL) menos o passivo circulante 
resulta nos recursos não correntes, que matematicamente é PNC + PL. Esse indicador demonstra o quanto 
desses recursos estão aplicados no “ativo permanente”. Para realizar o seu cálculo, utilizamos a seguinte 
fórmula: 
Imobilização de Recursos Não Correntes (RNC) = 
AP 
PNC + PL 
 
 
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3.2.2.4. PARTICIPAÇÃO DAS DÍVIDAS DE CURTO PRAZO 
Também conhecido como composição do endividamento, apresenta o perfil do endividamento, ou seja, 
o quanto das dívidas é de curto prazo. Para realizar o seu cálculo, utilizamos a seguinte fórmula: 
Participação das dívidas de curto prazo = 
PC 
PE (PC + PNC) 
3.2.2.5. PARTICIPAÇÃO DAS DÍVIDAS DE LONGO PRAZO 
Esse índice evidencia o perfil do endividamento, isto é, o quanto das dívidas são dívidas de longo prazo, 
representada pela seguinte fórmula: 
Participação das dívidas de longo prazo = 
PNC 
PE (PC + PNC) 
Assim, conseguimos estudar os principais e mais recorrentes indicadores de endividamento das entidades 
empresariais. Vale lembrar que existem outros indicadores a serem considerados quando o assunto é 
endividamento, ou seja, não esgotamos o tema. 
3.2.3. INDICADORES DE RENTABILIDADE 
Conhecidos como indicadores que tratam da situação econômica da entidade empresarial, são 
indicadores que ilustram o retorno sobre determinada referência,que iremos conhecer a partir de agora. A 
interpretação desses indicadores é quanto maior, melhor. 
3.2.3.1. MARGEM BRUTA 
Esse indicador compara o lucro bruto com as vendas líquidas. Ah, cuidado aqui, pois alguns autores tratam 
o lucro bruto como sendo “lucro com mercadorias”; são apenas mudanças de nomenclaturas, mas vale a 
pena ficar atento. Para realizar o cálculo, utilizamos a seguinte fórmula: 
Margem Bruta (MB) = 
Lucro Bruto 
Vendas Líquidas 
3.2.3.2. MARGEM LÍQUIDA 
Já esse indicador compara o lucro líquido do exercício com as vendas líquidas da seguinte forma: 
 
 
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Margem Líquida (ML) = 
Lucro Líquido 
Vendas Líquidas 
3.2.3.3. MARGEM OPERACIONAL 
Cuidado com as similaridades dos termos nessa aula, ok? Esse indicador compara o lucro líquido do 
exercício com as vendas líquidas da seguinte forma: 
Margem Operacional (MO) = 
Lucro Operacional 
Vendas Líquidas 
3.2.3.4. RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Esse indicador compara o lucro líquido do exercício com o capital próprio, ou seja, com o patrimônio 
líquido, demonstrando o retorno sobre o PL. Para calcular, vamos utilizar a seguinte fórmula: 
Rentabilidade do PL = 
LLE 
PL 
Esse índice tem importância especial para o investidor que deseja comparar a rentabilidade da poupança 
ou qualquer outra aplicação com o retorno oferecido pelas ações de determinada empresa. 
3.2.4. INDICADORES SOBRE A SITUAÇÃO OPERACIONAL 
Neste item, estudaremos os indicadores de rotação, conhecido como prazos médios, que são aqueles que 
possuem um item do resultado comparado com um item do patrimônio, apresentados em: 
• Prazo médio de rotação dos estoques (PMRE) 
• Prazo médio de rotação dos clientes (PMRC) 
• Prazo médio de rotação dos fornecedores (PMRF) 
Vamos estudar cada um deles, vem comigo! 
3.2.4.1. PRAZO MÉDIO DE ROTAÇÃO DOS ESTOQUES (PMRE) 
Antes de ir para as vias de fato, temos que calcular quantas vezes o estoque gira, ou seja, quantas vezes, 
em média, os estoques são vendidos e repostos durante determinado período da seguinte forma: 
Giro dos Estoques (GE) = 
CMV 
Estoque médio 
 
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Agora sim: para calcular o PMRE, basta dividir o número em dias do ano, que pode ser 360 ou 365, pelo 
número de giros do estoque da seguinte forma: 
PMRE = 
360 dias 
Giro dos Estoques 
3.2.4.2. PRAZO MÉDIO DE ROTAÇÃO DOS CLIENTES (PMRC) 
De igual modo, antes de calcularmos o prazo médio da rotação dos clientes, precisamos de uma 
informação fornecida no cálculo do giro das contas a receber. Isso mesmo: quantas vezes em média a 
empresa recebe tudo que vende a prazo. Calculamos assim: 
Giro dos Clientes (GC) = 
Vendas a prazo 
Média dos clientes 
Com essa informação, temos condições de calcular o PMRC: 
PMRC = 
360 dias 
Giro dos clientes 
3.2.4.3. PRAZO MÉDIO DE ROTAÇÃO DOS FORNECEDORES (PMRF) 
Não diferente, para calcular o prazo médio de rotação dos fornecedores, precisamos ter o giro dos 
fornecedores, informação que mostra quantas vezes, em média, a empresa paga tudo que compra a prazo, 
com a seguinte fórmula: 
Giro dos Fornecedores (GF) = 
Compras a prazo 
Média dos fornecedores 
 
Com essa informação, conseguimos calcular o PMRF utilizando a fórmula: 
PMRF = 
360 dias 
Giro dos fornecedores 
Assim, finalizamos esta aula apresentando os principais indicadores e formas de analisar as 
demonstrações financeiras, lembrando que existem outros indicadores, que você vai estudar em disciplinas 
específicas e ao longo da sua carreira contábil. 
 
 
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4. REFERÊNCIAS 
 
ADRIANO, Sérgio. Contabilidade Geral 3D: básica, intermediária e avançada. 3ª edição. Salvador: 
Juspodivm, 2016. 
BRASIL, Lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades por ações. Disponível em Acesso em janeiro de 2022. 
BRASIL, Lei nº 11.638 de 28 de dezembro de 2007. Dispõe sobre alterações nas sociedades por ações e 
sociedades de grande porte. Disponível em Acesso em janeiro de 2022. 
BRASIL, Lei nº 11.941 de 27 de maio de 2009. Dispõe sobre alterações nas sociedades por ações, 
sociedades de grande porte e outras providências. Disponível em Acesso em janeiro de 2022. 
BRASIL, Lei nº 12973 de 13 de maio de 2014. Dispõe sobre alterações em diversas outras legislações. 
Disponível em Acesso em 
janeiro de 2022. 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS: Pronunciamento Técnico CPC 00 – Estrutura Conceitual 
para Relatório Financeiro. Disponível em 
Acesso em janeiro de 2022. 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS: Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demonstração dos 
Fluxos de Caixa. Disponível em Acesso em janeiro de 2022. 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS: Pronunciamento Técnico CPC 09 – Demonstração do Valor 
Adicionado (DVA). Disponível em Acesso em janeiro de 2022. 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS: Pronunciamento Técnico CPC 25 – Provisões, Passivos 
Contingentes e Ativos Contingentes. Disponível em Acesso em janeiro de 2022. 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS: Pronunciamento Técnico CPC 26 – Apresentação das 
Demonstrações Contábeis. Disponível em Acesso em janeiro de 2022. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404compilada.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l12973.htm
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/183_CPC_03_R2_rev%2014.pdf
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/175_CPC_09_rev%2014.pdf
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/304_CPC_25_rev%2019.pdf
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/312_CPC_26_R1_rev%2014.pdf
 
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MONTOTO, Eugenio. Contabilidade Geral e Avançada: Esquematizado. 6ª edição. São Paulo: Saraiva, 
2019. 
SANDE, Silvio; NEIVA, André. Contabilidade Geral e Avançada. 1ª edição. Rio de Janeiro: Método, 2021.DE RECURSOS CORRENTES ................................................................................................................ 67 
3.2.2.3. IMOBILIZAÇÃO DE RECURSOS NÃO CORRENTES........................................................................................... 67 
3.2.2.4. PARTICIPAÇÃO DAS DÍVIDAS DE CURTO PRAZO ........................................................................................... 68 
3.2.2.5. PARTICIPAÇÃO DAS DÍVIDAS DE LONGO PRAZO ........................................................................................... 68 
3.2.3. INDICADORES DE RENTABILIDADE .................................................................................................................... 68 
3.2.3.1. MARGEM BRUTA ........................................................................................................................................... 68 
3.2.3.2. MARGEM LÍQUIDA ........................................................................................................................................ 68 
3.2.3.3. MARGEM OPERACIONAL ............................................................................................................................... 69 
3.2.3.4. RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ................................................................................................. 69 
3.2.4. INDICADORES SOBRE A SITUAÇÃO OPERACIONAL ........................................................................................... 69 
3.2.4.1. PRAZO MÉDIO DE ROTAÇÃO DOS ESTOQUES (PMRE) .................................................................................. 69 
3.2.4.2. PRAZO MÉDIO DE ROTAÇÃO DOS CLIENTES (PMRC) .................................................................................... 70 
3.2.4.3. PRAZO MÉDIO DE ROTAÇÃO DOS FORNECEDORES (PMRF) ......................................................................... 70 
4. REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 71 
 
 
 
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1. ESTRUTURA CONCEITUAL PARA RELATÓRIO FINANCEIRO 
 
A estrutura conceitual é uma espécie de guia para diversos assuntos práticos das entidades que reportam 
a informação, tendo objetivos e finalidades específicos, como iremos estudar na sequência. 
A finalidade da estrutura conceitual é auxiliar o desenvolvimento das Normas Internacionais de 
Contabilidade (IFRS) para que tenham base em conceitos consistentes; auxiliar os responsáveis pela 
elaboração (preparadores) dos relatórios financeiros a desenvolver políticas contábeis consistentes quando 
nenhum pronunciamento se aplica à determinada transação ou outro evento, ou quando o pronunciamento 
permite uma escolha de política contábil; e auxiliar todas as partes a entender e interpretar os 
pronunciamentos. 
Vale lembrar que ela não é um pronunciamento técnico, ou seja, não traz regras ou procedimentos para 
qualquer que seja a situação apresentada, portanto, nada contido na estrutura conceitual substitui qualquer 
pronunciamento técnico do CPC. 
Uma das maiores preocupações da estrutura é com o relatório que será apresentado pela entidade que 
reporta a informação, por isso, vale a pena analisar o objetivo por ela proposto, a saber: 
“O objetivo do relatório financeiro para fins gerais é fornecer informações financeiras sobre a entidade que 
reporta que sejam úteis para investidores, credores por empréstimos e outros credores, existentes e potenciais, 
na tomada de decisões referente à oferta de recursos à entidade. Essas decisões envolvem decisões sobre: 
(a) comprar, vender ou manter instrumento de patrimônio e de dívida; 
(b) conceder ou liquidar empréstimos ou outras formas de crédito; ou 
(c) exercer direitos de votar ou de outro modo influenciar os atos da administração que afetam o uso dos recursos 
econômicos da entidade.” 
Tudo isso acontece porque, a maioria dos investidores e outras pessoas que se relacionam com a 
entidade, não podem interferir, ou ainda, exigir publicações específicas para auxiliar suas tomadas de 
decisões. 
Muitos investidores, credores por empréstimos e outros credores, existentes e potenciais, não podem 
exigir que as entidades que reportam forneçam informações diretamente a eles, devendo se basear em 
relatórios financeiros para fins gerais para muitas das informações financeiras de que necessitam. 
Consequentemente, eles são os principais usuários aos quais se destinam relatórios financeiros para fins 
gerais. 
 
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Para essas tomadas de decisões, os usuários avaliam os elementos que a empresa pode ou possui, o que 
são tratados pela estrutura como recursos econômicos e reivindicações, os quais iremos estudar a partir de 
agora. 
1.1. ELEMENTOS PATRIMONIAIS 
 
Os elementos das demonstrações contábeis definidos na estrutura conceitual são ativos, passivos e 
patrimônio líquido, que se referem à posição financeira da entidade que reporta, além das receitas e 
despesas, que se referem ao desempenho financeiro da entidade que reporta a informação. 
Esses elementos estão vinculados aos recursos econômicos, reivindicações e mudanças em recursos 
econômicos e reivindicações discutidos em nossas aulas, com base na estrutura conceitual. 
1.1.1. ATIVO 
Aqui vamos conhecer, superficialmente, a principal composição desse subgrupo, como as disponibilidades 
da empresa compõem o caixa, banco e aplicações financeiras de liquidez imediata, aquelas com resgate em 
até 90 dias. Também temos aqui os direitos realizáveis no curso do exercício subsequente, as quais integram 
as duplicatas a receber, títulos a receber e impostos a recuperar. 
De acordo com a estrutura conceitual, temos que ativo é um “recurso econômico presente controlado 
pela entidade como resultado de eventos passados”, sendo que no entendimento da norma, recurso 
econômico é um direito que tem o potencial de produzir benefícios econômicos. 
O ativo é a parte positiva do patrimônio, que representa os bens e direitos. Para ser classificado como um 
bem, o elemento deve atender aos seguintes requisitos: 
✓ Possuir valor 
✓ Pertencer a uma pessoa física ou jurídica 
É importante observar que pertencer a uma pessoa é diferente do Direito de Propriedade. Isso mesmo. 
Imagine comigo a seguinte situação: João do Caminhão comprou um carro financiado no valor de R$ 
100.000,00, junto ao Banco dos Brasileiros. 
Quem vai assumir os riscos e benefícios do carro? João ou o Banco? Espero que você tenha respondido o 
João, o que está certo. Mas enquanto João não pagar a última parcela do financiamento, o carro vai ser de 
propriedade do Banco. Isso mesmo! Tanto que, se João tentar vender o carro, será preciso uma 
autorização/liberação da instituição financeira. 
 
 
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Figura: Conceito de bens – ativo 
Fonte: O autor 
Isso acontece porque na contabilidade sempre vai prevalecer a essência das operações sobre a forma 
jurídica, ou seja, a forma jurídica do nosso exemplo é o carro pertencer ao banco, tanto que, no documento 
de circulação do carro, aquele com o qual devemos andar dentro do automóvel, vai estar em nome do João, 
mas com uma informação nas observações: alienado fiduciariamente ao Banco dos Brasileiros. 
Além disso, incialmente os bens podem ser classificados da seguinte forma: tangíveis, intangíveis, móveis 
e imóveis. Essa classificação facilita o entendimento da composição patrimonial, que vamos discutir na 
sequência. 
 
Figura: Classificação dos bens 
Fonte: O autor 
O carro pertence ao João
O carro é de propriedade do Banco
B
en
s
Tangíveis
Intangíveis
Móveis
Imóveis
 
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Os bens classificados como tangíveis também são conhecidos como materiais, com corpo físico, com 
substância física, corpóreos, e por aí vai. Ou seja, são aqueles palpáveis como, por exemplo, veículos, móveis, 
computadores, estoques, máquinas, dinheiro e todo e qualquer banco que tenha corpo físico. 
Por sua vez, os bens classificados como intangíveis são também conhecidos como imateriais, sem corpo 
físico, sem substância física, incorpóreos. São aqueles bens que não são palpáveis como, por exemplo, 
marcas e patentes, sistemas, direitos e todo e qualquer que não tenha corpo físico, desde que promova a 
manutenção da entidade empresarial. Você pode obter mais informações sobre esses bens no CPC 04 – Ativo 
Intangível. 
Já os bens classificados como móveis são aqueles que podem ser movimentados sem perder suas 
características de bens como, por exemplo, veículos, móveis, estoques, dinheiro, máquinas etc. Sendo assim, 
os bens classificados como imóveis são aqueles que não podem ser movimentados sem perder suas 
características de bens, por exemplo, edifícios e terrenos. 
Agora, pense comigo: teoricamente, uma construção não consegue ser movimentada sem perder suas 
características de bem – pelo menos não é muito comum. Mas você já deve ter ouvido falar, por exemplo, 
de transporte de residências. Isso mesmo! Nesse caso, ao transportar uma casa, ela continua sendo casa, ou 
seja, não perde suas características de bens e nesse caso, especificamente, pode ser um bem móvel. 
Assim, podemos discutir agora sobre os direitos, que têm por conceito “todos os valores que a empresa 
tem para receber de terceiros, como: Duplicatas a Receber, Promissórias e Receber, Aluguéis a Receber etc.” 
Durante o mês, por exemplo, a empresa realiza diversas movimentações e adquire direitos com terceiros. 
Imagine que a empresa venda 10 unidades de uma mercadoria para receber do cliente em 30 dias, o que 
conhecemos por venda a prazo. Nesse momento, a empresa adquiriu um direito junto ao seu cliente. 
1.1.2. PASSIVO 
Na composição desse subgrupo, temos as obrigações da entidade que serão exigidas nos próximos meses 
e até anos, a depender dos prazos contratados e vencimentos das exigências. 
Por exemplo, temos as obrigações operacionais, trabalhistas, fiscais etc. Segundo a norma, passivo é uma 
“obrigação presente da entidade de transferir um recurso econômico como resultado de eventos passados” 
já que são conhecidas as informações como certeza da dívida, além de prazos e valores. 
De igual modo, temos as obrigações, que são dívidas com outras pessoas. Em contabilidade, tais dívidas 
são denominadas obrigações exigíveis, isto é, compromissos que serão reclamados, exigidos: pagamento na 
data do vencimento. Como outros exemplos, podemos ter os empréstimos e financiamentos a pagar, os 
 
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fornecedores da empresa, os salários a pagar e os impostos a pagar. A essas obrigações com terceiros, que 
representam a parte negativa do patrimônio, damos o nome de passivo. 
1.1.3. PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
No subgrupo do patrimônio líquido, temos as obrigações próprias da entidade, visto que são 
compromissos que não serão exigidos com a mesma gana que as obrigações com terceiros. 
Aqui temos as obrigações juntos aos sócios, por exemplo, o capital social investido por eles na constituição 
da empresa. Segundo a estrutura, o patrimônio líquido é definido como a “participação residual nos ativos 
da entidade após a dedução de todos os seus passivos”. 
O patrimônio líquido representa, dentre outras situações, o valor referente aos sócios e acionistas da 
empresa. Nesse sentido, também representa obrigações para a entidade empresarial, mas o que chamamos 
de obrigações próprias. Mais que isso, ele é composto pelo valor investido pelos sócios na empresa, e quando 
for o caso, pelo valor dos investidores/acionistas. 
Pense comigo: imagine que eu e você vamos abrir uma empresa e vamos investir nela o valor de R$ 
5.000,00 cada um. Consegue enxergar que o valor que vamos entregar para a empresa iniciar suas atividades 
em algum momento terá de ser devolvido para nós? 
Ainda mais, se um dos dois resolver sair da sociedade. Sendo assim, esses valores investidos representam 
obrigações da empresa para com os sócios, por isso chamamos de obrigações próprias. Esse patrimônio pode 
ser representado das seguintes formas: 
Ativo Passivo 
 
 
Obrigações 
 
 
com 
 
 
Terceiros 
 
 
 
Bens 
 
 
+ 
 
 
Direitos 
 
 
 
Patrimônio Líquido 
 
 
Obrigações 
 
 
Próprias 
 
 
Ativo Total Passivo + PL = Passivo Total 
 
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As representações do patrimônio podem ser da seguinte forma: 
➢ Natureza dos grupos 
➢ Graficamente 
➢ Matematicamente 
Pela natureza dos grupos: ativo, passivo e patrimônio líquido. Já pela representação gráfica: do lado 
esquerdo os elementos da parte positiva, do ativo, trazendo os bens e direitos e a soma deles, o ativo total. 
Por sua vez, o lado direito representa as obrigações com terceiros e próprias, e a soma delas trazem o passivo 
total. 
Essas somas são parte da terceira forma de representar o patrimônio: matematicamente. Essa forma 
matemática traz o que conhecemos pela equação fundamental da contabilidade, assim representada: 
Figura: Equação fundamental da contabilidade 
Fonte: O autor 
Analisando a definição do pronunciamento técnico, temos que ele é composto pelo valor residual dos 
ativos depois de deduzidos todos os passivos. Você deve estar se perguntando o que isso significa. 
Surge então o estudo das situações patrimoniais, o que também conhecemos por situações líquidas, que 
podem ser de três formas: situação líquida positiva, situação líquida nula e situação líquida negativa. Vamos 
ver cada uma delas. 
Situações líquidas são facilmente compreendidas quando pensamos da seguinte forma: imagine que 
temos determinada empresa e vamos encerrar suas atividades, vender todos os bens e direitos que temos e 
liquidar todas as obrigações com terceiros, resultando então em alguma coisa para os sócios. Talvez tenha 
melhorado um pouco, vem comigo! 
Situação líquida positiva é aquela conhecida por ser bastante confortável para os sócios, ou seja, sempre 
vai sobrar algum valor para os sócios, ora em maior valor, ora em menor valor. Imagine uma empresa que 
tenha entre bens e direitos o valor de R$ 100,00. Ao mesmo tempo, ela não tem nenhuma obrigação a ser 
encerrada. Pense se essa empresa encerrar suas atividades e vender todos os seus ativos, quanto vai sobrar 
para os sócios? 
Ativo Passivo
Patrimônio 
Líquido
 
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Ativo Passivo 
 
 
R$ 0,00 
 
 
 
R$ 100,00 
 
 
Patrimônio Líquido 
 
 
R$ 100,00 
 
 
 
R$ 100,00 R$ 100,00 
Nesse caso, sobra para os sócios o valor total dos ativos, visto que não temos nenhuma obrigação a ser 
honrada pela entidade. Mas imagine que exista o valor de R$ 40,00 entre dívidas com fornecedores e 
empréstimos: 
Ativo Passivo 
 
 
 
R$ 40,00 
 
 
 
 
R$ 100,00 
 
 
 
Patrimônio Líquido 
 
 
R$ 60,00 
 
 
 
R$ 100,00 R$ 100,00 
 
Percebe a diferença? Ao vender todos os ativos e honrar as obrigações com terceiros, sobra para os sócios 
o valor de R$ 60,00. Em ambos os casos, temos o que chamamos de situação líquida positiva, na qual os 
sócios ainda “saem” com algum valor da entidade. Mas imagine agora que a empresa tinha entre 
fornecedores, empréstimos e impostos a pagar o valor de R$ 100,00. Vamos ver como ficaria: 
 
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Ativo Passivo 
 
 
 
 
R$ 100,00 
 
 
 
 
 
R$ 100,00 
 
 
 
Patrimônio Líquido 
 
 
R$ 0,00 
 
 
 
R$ 100,00 R$ 100,00 
 
Nesse caso, observe que não sobra nada para os sócios (patrimônio líquido), uma vez que todos os bens 
e direitos serão utilizados para honrar os compromissos com terceiros. Essa situação é conhecida como 
líquida nula ou compensada. Continuando com esse raciocínio, agora imagine que essa mesma empresa 
tenha dívidas com terceiros na ordem de R$ 120,00. Qual seria a composição desse patrimônio? 
Ativo Passivo 
 
 
 
 
R$ 120,00 
 
 
 
 
 
R$ 100,00 
 
 
Patrimônio Líquido 
 
 
(R$ 20,00) 
 
 
 
R$ 100,00 R$ 100,00 
 
 
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Nessa situação, conhecida como situação líquida negativa, veja que os sócios não ficam com nenhum 
recurso à disposição, uma vez que os valores são insuficientes para honrar seus compromissos, deixando 
então o que a contabilidade chama de um “passivo a descoberto” para os sócios, ou seja, o valor dos bens e 
direitos não consegue fazer frente às obrigações e os sócios ainda ficam devendo! 
Em resumo, fica assim: 
• Situação líquida positiva 
o Sobre recursos para os sócios 
▪ Situação bastante confortável 
• Situação líquida negativa 
o Não sobra recursos para os sócios e ainda ficam devendo 
▪ Situação bastante desconfortável 
• Situação líquida nula 
o Não sobra recursos para os sócios, mas também não ficam devendo 
▪ Situação confortável se comparada com a negativa 
▪ Situação desconfortável se comparada com a positiva 
Considerando a sequência lógica dos nossos estudos, conhecemos os elementos patrimoniais (ativo, 
passivo e patrimônio líquido) e a composição ou configuração que eles podem se apresentar (situações 
líquidas). Esse estudo diz respeito, entre outras aplicações, à função administrativa da contabilidade. 
Agora, vamos estudar os itens que compõem o resultado, o que chamamos de receitas e despesas, 
pertencentes à função econômica da contabilidade, que é a de apuração do resultado, que nada mais é do 
que o confronto das receitas com as despesas, ficando assim: 
• Mais receitas que despesas 
o Resultado positivo, ou seja, lucro 
• Mais despesas que receitas 
o Resultado negativo, ou seja, prejuízo 
As receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma da entrada 
de recursos ou do aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio 
líquido e que não estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais. 
 
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Já as despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma da 
saída de recursos ou da redução de ativos ou assunção de passivos, que resultam em decréscimo do 
patrimônio líquido e que não estejam relacionados com distribuições aos detentores dos instrumentos 
patrimoniais. 
Vamos “fracionar” essas definições para que você consiga entender os conceitos de receitas e despesas. 
Sendo assim, podemos assumir que as receitas representam os ganhos para a entidade, com aumentos nos 
benefícios econômicos, através de entrada de recursos ou direitos a receber mediante as vendas de 
mercadorias durante o período contábil, que pode ser um ano financeiro, de janeiro a dezembro, ou ainda, 
com aumentos de ativos, por exemplo, um bem recebido em doação ou por sorteio, ou diminuição de 
passivos, que pode ser por um perdão de dívida. Conseguiu perceber que em todas as situações a 
organização empresarial está ganhando alguma coisa? 
O contrário acontece com as despesas, que representam diminuição nos benefícios econômicos, através 
do pagamento de água, energia elétrica, aluguel, salários, encargos e impostos, ou então pela obrigação de 
pagar no futuro, durante o período contábil, que pode ser de janeiro a dezembro, ou ainda outro período a 
ser livremente determinado pela empresa, através de diminuição de ativos, por exemplo, roubo de um 
veículo, ou ainda através de surgimento de passivos, que podem ser uma multa a qual a empresa não estava 
esperando. Consegue perceber que todas as situações apresentadas representam uma espécie de perda para 
a empresa? 
1.2. ELEMENTOS DE RESULTADO 
 
Diferente dos elementos patrimoniais, as contas de resultado são utilizadas para registrar situações de 
ganhos e perdas, que irão compor o resultado da entidade, o qual pode ser um lucro ou um prejuízo, a 
depender dos acontecimentos, ou ainda, do critério de reconhecimento. 
1.2.1. RECEITAS 
As receitas são definidas como “aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos, que resultam em 
aumentos no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a contribuições de detentores de direitos sobre 
o patrimônio” que em exemplos práticos, podem representar as vendas de mercadorias, receitas financeiras, 
vendas de sucatas, ativos e tantas outras possibilidades. 
Todas essas situações apresentadas podem sim, gerar um lucro para a entidade e consequentemente, um 
aumento de patrimônio líquido. O que vale observar aqui, é que esse aumento de patrimônio também pode 
 
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acontecer por novas integralizações de capital social, por isso o trecho da estrutura é tão claro com relação 
a isso. 
1.2.2. DESPESAS 
As despesas são definidas como “reduções nos ativos, ou aumentos nos passivos, que resultam em 
reduções no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a distribuições aos detentores de direitos sobre 
o patrimônio” o que em casos práticos, podem ser representadas por despesas financeiras, com vendas, 
administrativas, gerais etc. 
Todas as despesas irão diminuir o lucro da empresa, sendo que se forem maiores que as receitas, tornará 
o resultado negativo, o que conhecemos como prejuízo do exercício. 
Nesse caso, o prejuízo (leia-se aqui as despesas também) irão diminuir o patrimônio líquido da empresa 
o que é diferente, por exemplo, de uma destinação de dividendos para os sócios, que também causa uma 
redução no patrimônio líquido e é tratado especialmente pela estrutura. 
1.3. NOÇÕES DE ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL 
 
A contabilidade faz uso de algumas técnicas e mecanismos para registrar os eventos que ocorrem na 
organização empresarial, o que chamamos de fatos administrativos ou contábeis. 
Para registrar esses fatos contábeis, é necessário a utilização de contas contábeis, e aqui surge a nossa 
próxima etapa de estudos: a escrituração contábil. 
Você deve se lembrar que a contabilidade faz uso de algumas técnicas contábeis para cumprir seu 
objetivo, vejamos: 
➢ Escrituração 
➢ Demonstração 
➢ Auditoria 
➢ Análise 
A escrituração contábil é a técnica aplicada no registro dos fatos contábeis ocorridos na entidade 
buscando o controle patrimonial e apuração dos resultados dos exercícios sociais, gerando informações para 
auxiliar as tomadas de decisões dos mais diversos usuários. 
 
 
 
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1.3.1. CONTAS E O PROCESSO CONTÁBIL 
O início dos estudos da escrituração contábil se dá pelas contas contábeis, que representam graficamente 
os elementos a que se propuseram a fazer, por exemplo, a conta caixa representa o dinheiro na empresa, a 
conta banco representa o dinheiro no banco da empresa, a conta estoque representa as mercadorias, a conta 
duplicatas a receber representa o valor a receber dos clientes que compraram mercadorias a prazo, a conta 
fornecedores representao valor a pagar aos que nos venderam mercadorias a prazo. 
Sobre as contas contábeis, elas representam elementos do patrimônio e do resultado mais o nome da 
conta expressa sua natureza, ajudando-nos na sua correta classificação. O objetivo da escrituração contábil 
é expressar, de maneira formal a padronizada, os fatos administrativos. 
Contas Patrimoniais 
Caixa: o fato envolveu transação em dinheiro 
Banco: o fato envolveu transação com uma das contas bancárias 
Mercadorias: o fato envolveu transação com os estoques 
Empréstimos: o fato envolveu a contratação ou pagamento de um empréstimo 
Contas de Resultado 
Receita: o fato refere-se a uma venda de mercadoria ou serviço 
Salário: o fato diz respeito a uma despesa feita com funcionários no período 
 
Como dito, os fatos administrativos (contábeis) serão registrados com pelo menos duas contas contábeis 
diferentes, ou seja, pelo menos um lançamento a débito e um a crédito. Isso é fruto do que conhecemos por 
“Método das Partidas Dobradas”, que traz em sua essência que a soma dos débitos deve ser igual à soma 
dos créditos, e mais que isso, que os débitos representem as aplicações dos recursos e os créditos as origens 
dos recursos. 
A função da conta contábil é controlar e expor os saldos dos elementos patrimoniais e de resultado de 
modo a demonstrar com fidedignidade as movimentações que foram ocorridas. Por exemplo, uma compra 
de mercadorias a prazo irá envolver as contas estoques e a conta fornecedores. Dias depois, o pagamento 
desse fornecedor irá envolver a conta fornecedor e a conta caixa se o pagamento for em dinheiro, 
obviamente. 
 
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O mecanismo utilizado para aumentar o saldo das contas patrimoniais e de resultado são os famosos 
débitos e créditos. Posso te dar um conselho? Esqueça o que você sabe sobre isso, sobre débitos e créditos, 
para que você consiga compreender o que vem por aí com mais facilidade, ok? 
 
Figura: Mecanismo de escrituração contábil – contas patrimoniais 
Fonte: O autor 
Separei aqui as contas patrimoniais de modo a facilitar a sua compreensão. Imagine uma compra de 
mercadorias a prazo, no valor de R$ 100.000,00. O registro, ao qual daremos o nome daqui a diante de 
contabilização ou lançamento, seria assim: 
D – Estoque de mercadorias 
C – Fornecedor 
R$ 100.000,00 
A leitura do lançamento contábil feito é: débito na conta de estoque de mercadorias e crédito na conta 
de fornecedores no valor de R$ 100.000,00. Se você analisar comigo, não tínhamos saldo na conta de 
estoques e agora temos, ou seja, debitamos a conta de estoques (que é uma conta do ativo) para aumentar 
seu saldo, ao passo que não tínhamos saldo na conta de fornecedores e agora temos, por isso, creditamos a 
conta (que é do passivo) para aumentar seu saldo. 
Imagino que neste momento você deve estar olhando para o lado e pensando em qualquer coisa, como 
tomar um copo d’água ou assistir a um filme porque essa tal de contabilidade deve estar te deixando 
confuso! Mas prometo, aguente firme que vai dar tudo certo! 
• Aumentam com débito
• Diminuem com crédito
Ativo
• Aumentam com crédito
• Diminuem com débito
Passivo
• Aumentam com crédito
• Diminuem com débito
Patrimônio 
Líquido
 
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Pense comigo: passaram-se alguns dias e temos que pagar essa compra a prazo, ou seja, diminuir o saldo 
que devemos para o fornecedor e, nesse caso, diminuir nosso dinheiro. Para registrar esse pagamento, será 
da seguinte forma: 
D – Fornecedor 
C – Caixa 
R$ 100.000,00 
Nesse momento, “zeramos” o saldo do fornecedor e diminuímos o saldo do caixa. E se o pagamento 
tivesse sido feito com cheque ou por transferência bancária? 
D – Fornecedor 
C – Banco 
R$ 100.000,00 
Percebe por que eu disse para você esquecer o que você conhece de débito e crédito? Aqui é tudo 
diferente. 
 
Figura: Mecanismo de escrituração contábil – contas de resultado 
Fonte: O autor 
Os lançamentos com contas de resultado são mais confusos, muitas vezes porque não conseguimos 
separar os elementos (patrimoniais e de resultado). Veremos nas próximas aulas ou até mesmo em outra 
disciplina. 
• Aumentam com crédito
• Diminuem com débitos
Receitas
• Aumentam com débitos
• Diminuem com créditos
Despesas
 
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Ainda sobre contas, um importante tema a ser discutido aqui são as Teorias de Contas, que foram estudos 
desenvolvidos no passado que buscavam explicar as movimentações e composição do patrimônio de acordo 
com os critérios por elas estabelecidos. As teorias são as seguintes: 
Teoria Personalista ou Personalística 
Dividia as contas contábeis em três grandes grupos: contas do proprietário, dos agentes consignatários e 
dos agentes correspondentes. As contas do proprietário representam o patrimônio líquido, as receitas e as 
despesas. 
Já as contas dos agentes consignatários representam os bens da empresa. Por sua vez, as contas dos 
agentes correspondentes representam os direitos e as obrigações da empresa. 
Teoria Materialista ou Materialística 
Dividia as contas contábeis em integrais e diferenciais, e a divisão era feita da seguinte forma: 
Contas Integrais: ativo e passivo 
Contas Diferenciais: patrimônio Líquido, receitas e despesas 
Teoria Patrimonialista (serve de base para a contabilidade atual) 
Essa é a teoria que está vigente atualmente, a qual divide as contas contábeis em dois grandes grupos: 
Contas Patrimoniais que apresentam o ativo, passivo e o patrimônio líquido, ou seja, representam os bens, 
direitos e as obrigações. 
Contas de Resultado que apresentam as receitas e as despesas, as quais irão compor o lucro ou prejuízo 
da empresa ao final do exercício social. 
Tomando isso como base, vamos sempre discutir nossas contabilizações sobre o enfoque da teoria 
patrimonialista, já que é a que serve de base para a contabilidade atual. Nesse caso, as contas contábeis são 
apresentadas da seguinte forma: pelos elementos que apresentam, pelo nível de detalhamento e pela 
natureza. 
As contas contábeis classificadas pelos elementos são aquelas que buscam demonstrar as movimentações 
ocorridas nos grupos de contas, que são os seguintes: patrimoniais (envolvendo contas do ativo, passivo e 
patrimônio líquido), de resultado (envolvendo contas de receitas e despesas) e contas de compensação: 
(envolvendo contas que registram os atos administrativos, que ainda não causaram impacto no patrimônio, 
ou seja, não são fatos administrativos). 
Por sua vez, o nível de detalhamento traz o grau de informações que a conta contábil apresenta aos 
usuários, por exemplo: 
 
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Duplicatas a receber.........................R$ 100,00 
Maria.........................R$ 50,00 
João..........................R$ 50,00 
Observe que a informação “duplicatas a receber” representa uma conta sintética, mais genérica, sabendo 
ainda que está composta por R$ 50,00 da Maria e R$ 50,00 do João, que representam informações analíticas. 
 
Figura: Classificação das contas 
Fonte: O autor 
Sem sombra de dúvidas, a classificação mais usual é com relação à natureza: devedora ou credora. 
Inclusive, essa é a classificação utilizada para os processos de contabilização, que você verá na sequência. 
Veja na tabela a seguir, um resumo das naturezas das contas contábeis: 
GRUPO NATUREZA OU SALDO AUMENTA COM DIMINUI COM 
ATIVO DEVEDORA DÉBITO CRÉDITO 
PASSIVO CREDORA CRÉDITO DÉBITO 
PL CREDORA CRÉDITO DÉBITO 
RETIFICADORA ATIVO CREDORA CRÉDITO DÉBITO 
RETIFICADORA PASSIVO DEVEDORA DÉBITO CRÉDITO 
RETIFICADORA PL DEVEDORA DÉBITO CRÉDITO 
RECEITAS CREDORA CRÉDITO DÉBITODESPESAS DEVEDORA DÉBITO CRÉDITO 
Tabela: Natureza das contas e o processo de contabilização 
Fonte: O autor 
Elementos
• Contas patrimoniais
• Contas de resultado
• Contas de compensação
Detalhamento
• Contas sintéticas
• Contas analíticas
Natureza
• Devedora
• Credora
 
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Depois de ter conhecido as contas contábeis de um modo geral, bem como os processos e mecanismos 
contábeis que as envolvem, podemos estudar as contas que costumo dizer que são “especiais”, uma vez que 
envolvem situações um pouco mais complexas, ou nem tão complexas, mas que exigem um pouco mais de 
atenção da nossa parte: as contas retificadoras, de provisões, de estimativas, de receitas e despesas 
antecipadas. 
As contas retificadoras buscam atualizar o valor do patrimônio de modo a refletir aos usuários das 
informações os valores reais dos elementos. Você observou que eu disse “atualizar o valor do patrimônio”? 
Isso mesmo, as contas retificadoras são contas patrimoniais, ou seja, apenas contas do ativo, passivo e 
patrimônio líquido. Existem alguns exemplos clássicos, e vou contemplar cada um deles com você. 
As contas retificadoras do ativo buscam diminuir o valor dos elementos dos ativos imobilizados (bens 
corpóreos que promovem a manutenção da empresa), por exemplo, veículos e máquinas que a empresa usa 
em suas atividades. 
Imagine que a empresa adquiriu um veículo novo em 01/01/2018, no valor de R$ 100.000,00, para usar 
nas entregas de mercadorias vendidas. Todos sabemos que, ao retirar o veículo da concessionária, ele perde 
valor, e ao usar cada vez mais também existe a perda. Nesse sentido, imagine que no primeiro ano de uso o 
veículo perdeu R$ 20.000,00. A representação será da seguinte forma: 
Veículo (ativo)........................................................................R$ 100.000,00 
(-) Depreciação Acumulada (retificadora do ativo).................(R$ 20.000,00) 
Valor contábil do veículo..........................................................R$ 80.000,00 
Observe que a dedução pelo valor da depreciação acumulada traz ao veículo um valor contábil, o que há 
pouco eu disse ser o valor real do bem para a entidade empresarial. Mas tudo isso acontece mediante 
contabilização, ou seja, débitos e créditos. Pela compra do veículo, temos o seguinte lançamento: 
D – Veículos (ativo) 
C – Financiamentos (passivo) 
R$ 100.000,00 
*** considerando que o veículo foi comprado a prazo, através de financiamento em alguma instituição 
financeira. 
Pelo lançamento da desvalorização do bem, temos: 
D – Depreciação (despesa) 
C – Depreciação Acumulada (retificadora do ativo) 
 
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R$ 20.000,00 
Assim, entendemos o funcionamento das contas retificadoras do ativo. Agora, vamos dar uma olhada nas 
contas retificadoras do passivo. Imagine então que uma entidade empresarial contrate um empréstimo junto 
ao Banco dos Brasileiro no valor de R$ 80.000,00. O pagamento irá acontecer em 100 parcelas de R$ 
1.000,00, ou seja, o valor total a ser pago será de R$ 100.000,00. Consegue enxergar que estamos tratando 
agora do valor principal mais os juros e demais encargos da operação financeira? 
Empréstimo a pagar (passivo).......................................R$ 100.000,00 
(-) Juros a transcorrer (retificadora do passivo).............(R$ 20.000,00) 
Valor contábil do empréstimo..........................................R$ 80.000,00 
A dedução do valor dos juros traz o valor líquido do empréstimo, ou seja, o valor do principal da dívida. 
Claro que, ao pagar, iremos dar baixa no valor do principal + juros, que comporá a parcela no valor total de 
R$ 1.000,00. Pela contratação do empréstimo temos: 
D – Banco (ativo).......................................................R$ 80.000,00 
D – Juros a transcorrer (retificadora do passivo)......R$ 20.000,00 
C – Empréstimo a pagar (passivo)..........................R$ 100.000,00 
Concorda que seria injusto reconhecer no momento da contratação da operação financeira todo o valor 
dos juros como despesa? A empresa seria prejudicada, contabilmente falando, por esse reconhecimento 
integral e na contratação. Mas, conforme os meses forem passando, teremos o acontecimento dos juros, o 
que irá gerar a seguinte contabilização: 
D – Juros passivos (despesa) 
C – Juros a transcorrer (retificadora do passivo) 
R$ 200,00 
E pelo pagamento da parcela, vamos ter o seguinte lançamento contábil: 
D – Empréstimo a pagar (passivo) 
C – Banco (ativo) 
R$ 1.000,00 
Nesse momento, pagaremos o valor principal de R$ 800,00 acrescidos dos juros que, pelo regime de 
competência, aconteceram, no valor de R$ 200,00. 
 
 
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Já para o patrimônio líquido, temos o caso mais clássico de todos: a retificação do capital social, que é o 
valor aplicado e investido pelos sócios na empresa. Imagine que os sócios se reuniram hoje e resolveram 
abrir uma empresa. Nessa reunião, foi decidido investir na empresa o valor de R$ 500.000,00, mas no 
momento, conseguiram apenas o valor de R$ 250.000,00, ficando o restante para o mês que vem. 
 
Figura: Nomenclaturas do capital social 
Fonte: O autor 
O capital social é a principal conta contábil integrante do patrimônio líquido, mas não a única, cuidado 
com isso! Sobre o capital social, temos que compreender as seguintes classificações: 
Capital Social Subscrito 
Aquele valor que foi prometido pelos sócios no momento da assinatura do contrato social, o que segundo 
a Lei, conhecemos por ato constitutivo 
Capital Social a Integralizar 
Aquele valor que foi prometido pelos sócios à empresa, mas ainda não foi entregue, ou seja, ainda não 
foi pago. Cuidado que esse valor não precisar ser necessariamente em dinheiro. Os sócios podem integralizar 
com mercadorias e bens, por exemplo, um veículo. 
Capital Social Integralizado 
É aquele valor que já foi entregue à empresa, por exemplo, o valor já depositado na conta corrente ou 
pago em dinheiro e consta no caixa. 
Vamos voltar ao nosso exemplo? Imagine que os sócios se reuniram hoje e resolveram abrir uma empresa. 
Nessa reunião, foi decidido investir na empresa o valor de R$ 500.000,00, mas no momento, conseguiram 
apenas o valor de R$ 250.000,00, ficando o restante para o mês que vem. 
C
ap
it
al
 S
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ci
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b
sc
ri
to Trata-se do 
capital social 
prometido pelos 
sócios no 
momento da 
assinatura do ato 
constitutivo.
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 a
 In
te
gr
al
iz
ar É aquele valor 
que foi 
prometido pelos 
sócios, mas que 
ainda não foi 
pago à empresa, 
ou seja, está 
pendente de 
pagamento.
C
ap
it
al
 S
o
ci
al
 In
te
gr
al
iz
ad
o É o valor do 
Capital Social 
que, de fato, 
está 
integralizado, ou 
seja, está pago 
pelos sócios e à 
disposição para 
sua utilização.
 
William Notário 
 
 
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72 
Capital Social Subscrito (patrimônio líquido)..................R$ 500.000,00 
(-) Capital Social a Integralizar (retificadora PL)...........(R$ 250.000,00) 
Valor contábil do Capital Social (patrimônio líquido)......R$ 250.000,00 
Se não existisse esse processo, observe como ficaria o nosso patrimônio: 
Ativo Passivo 
 
Caixa.......................250.000,00 
 
R$ 0,00 
 
 
 
 
 
Patrimônio Líquido 
 
Capital Social Subscrito...500.000,00 
 
 
 
R$ 250.000,00 R$ 500.000,00 
 
Não estaríamos zelando pelo Método das Partidas Dobradas. Mais que isso, o nosso ativo total não seria 
igual ao passivo total. Pensando nisso, a contabilidade desenvolveu essa “manobra” contábil para que os 
lados da representação gráfica do patrimônio sejam iguais: 
Ativo PassivoCaixa.......................250.000 
 
R$ 0,00 
 
 
 
 
 
Patrimônio Líquido 
 
Capital Social Subscrito...500.000 
 
(-) Capital Social a Integralizar... 
(250.000) 
 
 
R$ 250.000,00 R$ 250.000,00 
 
 
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Como sabemos, de nada adiantar as representações se não entendermos ou demonstrarmos os 
lançamentos contábeis. Vamos lá? Pela subscrição do capital social temos: 
D – Capital Social a Integralizar (retificadora do PL) 
C – Capital Social Subscrito (patrimônio líquido) 
R$ 500.000,00 
Seguidamente, pelo pagamento do valor parcial à empresa, temos: 
D – Caixa (ativo) 
C – Capital Social a Integralizar (retificadora do PL) 
R$ 250.000,00 
Futuramente, quando os sócios integralizarem a outra metade, teremos o mesmo lançamento, debitando 
caixa, banco, estoques ou veículos, dependendo da forma com que será pago, bem como o crédito será na 
conta de capital social a integralizar, baixando/zerando a conta que está retificando o valor do capital 
prometido. Por último, existe apenas a transferência do capital social prometido para o que foi integralizado 
pelos sócios, com o seguinte lançamento contábil: 
D – Capital Social Subscrito 
C – Capital Social Integralizado 
R$ 500.000,00 
CONTAS DE ESTIMATIVAS E DE PROVISÕES 
Dentro das contas que chamamos de especiais, existem os grupos das contas de estimativas e das contas 
de provisões, que vamos estudar a partir de agora. A base legal para essas contas está prevista no 
Pronunciamento Técnico CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes. Segundo o 
Pronunciamento Técnico CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes: 
“Este Pronunciamento Técnico define provisão como passivo de prazo ou valor incertos. Em alguns países o termo 
“provisão” é também usado no contexto de itens tais como depreciação, redução ao valor recuperável de ativos 
e créditos de liquidação duvidosa: estes são ajustes dos valores contábeis de ativos e não são tratados neste 
Pronunciamento Técnico.” 
Nesse caso, o entendimento é que usamos provisões para os casos do passivo, já que segundo o 
Pronunciamento, provisão é um passivo de prazo ou valor incertos. Por sua vez, para os ativos vamos utilizar 
o termo de estimativa. 
 
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Quando falo a você: “Vamos provisionar alguma coisa”, o que vem à sua mente? Na minha, pelo menos, 
poupar algum recurso para pagar alguma obrigação. Como exemplo, temos a provisão de indenizações 
trabalhistas. 
De igual modo, quando falamos em estimar alguma coisa, a ideia é que vamos pensar em uma perda, por 
exemplo, estimar uma perda de estoques, ou ainda uma perda com recebíveis de clientes. 
Como você já pode ter percebido, tudo que fazemos por aqui deve ser representado por meio de 
lançamentos contábeis, o que chamamos de contabilização. Sendo assim, vamos simular uma provisão para 
indenização trabalhista de um funcionário recém-demitido, no valor de R$ 20.000,00, que seria contabilizado 
da seguinte forma: 
D – Indenizações trabalhistas (despesa) 
C – Indenizações trabalhistas a pagar (passivo) 
R$ 20.000,00 
Observe que estamos usando uma provisão porque sabemos que o funcionário está movendo um 
processo na justiça contra a nossa empresa, mas não sabemos ainda o valor nem o vencimento, o que 
caracteriza a provisão. Caso soubéssemos o valor e vencimento, exatamente, teríamos um passivo – que tem 
por característica ser uma obrigação presente. 
E no caso dos ativos, ou melhor, das estimativas, vamos imaginar uma indústria que use em seu processo 
produtivo uma matéria-prima de fácil perda, por exemplo, vidro ou papel, e deve considerar, de acordo com 
a doutrina contábil, perdas nesse processo. Atente-se ainda que as estimativas não são valores exatos, e isso 
fica claro porque não sabemos o valor exato das perdas no processo produtivo, ou mesmo se vão acontecer! 
D – Perdas de estoque (despesa) 
C – Estoques (ativo) 
% a ser considerado pela administração da entidade empresarial 
O mesmo acontece com as duplicatas a receber, pois ao realizarmos as vendas a prazo, temos que 
considerar possíveis perdas nos recebimentos, por exemplo, por inadimplência. Imagine uma empresa que 
vendeu a prazo, em determinado período, o valor de R$ 500.000,00 e a administração da entidade optou 
por estimar uma perda com os recebimentos na ordem de 3% do valor da seguinte forma: 
D – Perdas com clientes (despesa) 
C – Duplicatas a Receber (ativo) 
R$ 15.000,00 (representam os 3% do valor das vendas a prazo) 
 
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1.3.2. REGIME DE COMPETÊNCIA E DE CAIXA 
Conhecendo as condições que envolvem os lançamentos contábeis, vamos dar continuidade aos nossos 
estudos, agora focando nos mecanismos utilizados para a apuração do resultado e até mesmo para o 
reconhecimento dos fatos contábeis. 
Ao final de cada exercício social a empresa deve proceder com a apuração dos resultados e oferecer aos 
sócios para que decidam seguir em frente com o negócio ou não – em graves casos, é claro. 
A esse resultado, a matemática inicial é bem simples: confrontamos as receitas (vendas) com as despesas 
(custos com as vendas e outros gastos para a realização das vendas) e no final temos lucros (mais receitas) 
ou prejuízo (mais despesas). 
Vale lembrar que essa apuração do resultado é feita em uma demonstração específica, conhecida como 
Demonstração do Resultado do Exercício – a qual daremos mais ênfase nas próximas aulas. 
 
Figura: Apuração do resultado 
Fonte: O autor 
O regime de caixa é mais simples e fácil, mas confesso que é o que mais pode te confundir! Nesse regime, 
só vamos considerar as receitas quando elas de fato estiverem no caixa da entidade, ou seja, quando recebe 
o valor. Quanto às despesas, só serão consideradas e reconhecidas quando a entidade pagar um valor. 
Algumas entidades devem usar esse regime como, por exemplo, Igrejas, Associações, Fundações, Sindicatos, 
ONGs e demais entidades sem fins lucrativos. 
O regime de competência traz em sua essência que as receitas e as despesas são reconhecidas na entidade 
empresarial quando acontecem independentemente de serem recebidas ou pagas. Isso mesmo, aqui vamos 
reconhecer as receitas e as despesas quando elas acontecem (fato gerador) e não quando são recebidas ou 
pagas. 
Receitas de R$ 50
Despesa de R$ 20
Lucro de R$ 30
Receitas de R$ 40
Despesas de R$ 50
Prejuízo de R$ 10
 
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Vale lembrar que em diversos momentos ambos acontecem ao mesmo tempo: o acontecimento junto ao 
pagamento. O que vai decidir por qual regime optar é a escolha da empresa, ou seja, qual regime a empresa 
adota nas suas atividades. 
O Pronunciamento Técnico do CPC sobre a estrutura conceitual versa sobre a obrigatoriedade do regime 
de competência para as empresas, bem como a legislação comercial através da Lei nº 6.404/76 torna o 
regime de competência obrigatório para as empresas de sociedades anônimas. Mais que isso, a legislação 
fiscal do Imposto de Renda também torna o regime de competência obrigatório para as empresas que optam 
pela tributação através do lucro real. Observe que a maioria, ou ainda, as legislações mais importantes 
trazem a obrigatoriedade da adoção ao regime de competência pelas empresas. 
O regime de competência retrata com propriedade os efeitos de transações e outros eventos e 
circunstâncias sobre os recursos econômicos e reivindicações da entidade que reporta a informação nos 
períodos em que ditos efeitos são produzidos, ainda que os recebimentos e pagamentos em caixa derivados 
ocorram em períodos distintos.Isso é importante em função de a informação sobre os recursos econômicos 
e reivindicações da entidade que reporta a informação, e sobre as mudanças nesses recursos econômicos e 
reivindicações ao longo de um período, fornecer melhor base de avaliação da performance passada e futura 
da entidade do que a informação puramente baseada em recebimentos e pagamentos em caixa ao longo 
desse mesmo período. 
Comparando ambos os regimes, podemos perceber que um foca no acontecimento e o outro na 
movimentação financeira: 
Figura: Regimes de caixa e de competência 
Fonte: O autor 
Um outro entendimento importante sobre o regime de competência e sobre a ótica do Pronunciamento 
Técnico é que ele demonstra uma melhor performance financeira na entidade empresarial, promovendo o 
que conhecemos pela continuidade da organização. 
Caixa
Receitas
Recebidas
Despesas
Pagas
Competência
Receitas
Ganhas
Despesas
Incorridas
 
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1.3.3. RECEITAS E DESPESAS ANTECIPADAS 
Esse é um dos temas mais importantes e utilizados na contabilidade atual, principalmente das grandes 
empresas, para separar as receitas que são recebidas antecipadamente e as que de fato, acontecem. 
Isso se dá por conta do que conhecemos por regime de competência (reconhecer as receitas e as despesas 
quando elas efetivamente acontecem, independentemente da movimentação financeira (recebimento ou 
pagamento)). 
Sendo assim, por definição, as receitas antecipadas configuram uma entrada de recursos no caixa da 
empresa por conta de uma receita que ainda está por acontecer. 
Imagine que a empresa ABC seja proprietária de uma sala comercial e resolva alugar esse 
empreendimento para uma outra empresa por um valor mensal de R$ 2.000,00. Entretanto, a condição para 
celebrar o contrato é que fosse pago o valor antecipado de 12 meses de aluguel, ou seja, a empresa ABC irá 
receber antecipadamente um ano de aluguel, gerando então uma receita antecipada. Do outro lado, temos 
a empresa XYZ, que precisa da sala comercial e aceita a condição imposta pela proprietária, ou seja, irá pagar 
antecipadamente o valor acordado, caracterizando uma despesa antecipada. 
 
Figura: Receitas e despesas antecipadas 
Fonte: O autor 
Como você já sabe, tudo que calculamos ou discutimos aqui tem de ser contabilizado, ou seja, registrado 
pelos débitos e créditos. Vamos lá, contabilizar primeiro pela empresa que recebeu o valor antecipado: 
 D – Caixa (ativo) 
 C – Receitas Diferidas (passivo) 
 R$ 24.000,00 
Você deve estar se perguntando por que uma empresa que recebe um valor antecipado tem um 
lançamento em conta do passivo, que representa uma obrigação. Pense comigo: essa empresa que recebeu 
Empresa ABC
• Recebe antecipadamente
Empresa XYZ
• Paga antecipadamente
 
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o aluguel antecipadamente acaba de adquirir uma obrigação. Isso mesmo, uma obrigação! Ela tem que 
deixar quem alugou usar o empreendimento ou então devolver o dinheiro. 
Mas não se esqueça que o valor recebido foi para um ano. Ao passar cada mês, deve ser reconhecida a 
receita, de fato, porque a sala comercial alugada foi utilizada! A contabilização do reconhecimento da receita, 
é da seguinte forma: 
 D – Receitas Diferidas (passivo) 
 C – Receitas com aluguel (resultado) 
 R$ 2.000,00 
Observe que, a cada mês, teremos a baixa da receita recebida antecipada, registrada no passivo, e o 
reconhecimento da receita no resultado, tendo como base a utilização, ou seja respeitando o regime de 
competência. 
Ao mesmo tempo, na empresa que faz o pagamento antecipado, temos a seguinte contabilização: 
 D – Despesas antecipadas (ativo) 
 C – Caixa (ativo) 
 R$ 24.000,00 
Consegue perceber que pagar aluguel é uma despesa? Logo, ao pagar aluguéis antecipados, temos o 
pagamento de despesas antecipadas. Conforme os períodos forem passando, ou seja, a cada mês, por 
competência, vamos reconhecer as despesas com aluguel da seguinte forma: 
 D – Despesa com aluguel (resultado) 
 C – Despesas antecipadas (ativo) 
 R$ 2.000,00 
 
 
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Figura: Receitas e despesas antecipadas 
Fonte: O autor 
Nesses casos, fica claro a incidência do regime de competência sobre o reconhecimento das receitas e 
despesas pagas antecipadas, o que não causa impacto no resultado no momento do pagamento e 
recebimento, e sim, à medida que vão acontecendo. 
1.3.4. APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
Segundo a legislação vigente, pelo menos anualmente a empresa deve apurar o resultado e publicar as 
demonstrações contábeis que reflitam essas situações e posições. Imagine que determinada empresa 
apresenta as seguintes contas e valores: 
Venda de mercadorias R$ 400.000,00 
Juros ativos R$ 50.000,00 
Variação monetária ativa R$ 30.000,00 
CMV R$ 180.000,00 
Despesas operacionais R$ 100.000,00 
IRPJ e CSLL R$ 50.000,00 
Participações Estatutárias R$ 50.000,00 
 
Competência
Receitas
Despesas
 
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Considerando as informações apresentadas, temos que os valores das receitas totalizam R$ 480.000,00 e 
as despesas o montante de R$ 380.000,00. Logo, podemos perceber que o resultado desta empresa é de R$ 
100.000,00 positivos, isto é, lucro. Mas, na contabilidade além das contas é preciso contabilizar. 
No processo de apuração de resultado entra em cena a conta ARE, que também é considerada uma conta 
de resultado e deve ser zerada ao final do período. 
Zeramento das contas de receitas 
D – Venda de mercadorias R$ 400.000,00 
D – Juros ativos R$ 50.000,00 
D – Variação monetária ativa R$ 30.000,00 
C – ARE R$ 480.000,00 
Neste momento, a conta ARE possui o saldo das contas de receita, mas ainda precisamos zerar as contas 
de despesas, para que ela faça o verdadeiro confronto e então, apresente o resultado do período. 
D – ARE R$ 380.000,00 
C – CMV R$ 180.000,00 
C – Despesas operacionais R$ 100.000,00 
C – IRPJ e CSLL R$ 50.000,00 
C – Participações Estatutárias R$ 50.000,00 
Agora a conta ARE tem saldo devedor e credor, basta realizarmos o confronto: 
 Saldo devedor R$ 380.000,00 
Saldo credor R$ 480.000,00 
 
Percebemos que ao apurar esta conta, o saldo credor ainda fica com saldo de R$ 100.000,00, ou seja, a 
empresa apurou um lucro de R$ 100.000,00, que será transferido aos sócios da companhia, especificamente 
no patrimônio líquido e será destinado para as compensações de prejuízo, reservas de lucro e distribuição 
de dividendos. 
Depois que o resultado está apurado, ele deve ser transferido ao grupo do patrimônio líquido, onde a 
legislação determina que ocorra a destinação do resultado, não podendo ficar com saldo na conta de lucros 
acumulados. 
 
 
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Transferência do resultado para o patrimônio líquido 
Após a conta ARE ter feito a apuração do resultado, confrontando as contas de resultado, deve ser feito 
a transferência para a conta específica do patrimônio líquido, onde será feito a destinação dos lucros. Ah, 
importante observar que caso o resultado seja um prejuízo, este será acumulado em conta específica, até 
que a empresa apresente um resultado positivo, para que exista uma compensação contábil, prevista em lei. 
Pela transferência da conta ARE para a conta de lucro líquido do exercício, temos o seguinte lançamento: 
 D – ARE 
 C – LLE 
 R$ 100.000,00 
Agora, enfim, a transferência para a conta do patrimônio líquido será da seguinte forma: 
 D – LLE 
 C – Lucros acumulados (PL) 
 R$ 100.000,00 
Neste momento, o resultadoestá inserido no patrimônio líquido, que por sua vez está no balanço 
patrimonial e a equação fundamental da contabilidade é mais uma vez respeitada: A = P + PL. 
Constituição das reservas de lucros 
Uma vez no patrimônio líquido, a legislação determina que o saldo não fique acumulado nesta conta, mas 
seja distribuído em algumas formas que a própria lei orienta. Segundo a Lei nº 6.404/76, a partir do artigo 
193, as reservas de lucros são a Reserva Legal, Estatutárias, Contingências, de Incentivos Fiscais, de Lucros, 
de Lucros a Realizar etc. 
Independente da reserva, o importante é lembrar que a constituição NÃO altera o patrimônio líquido, já 
que o saldo da conta de lucros acumulados é diminuído e o saldo da reserva de lucros aumenta, ou seja, o 
grupo do PL não sofre alteração. Pela contabilização da criação da reserva temos o seguinte lançamento 
contábil: 
 D – Lucros acumulados (PL) 
 C – Reservas de lucros (PL) 
Existe ainda uma situação que chamamos de reversão de reservas de lucros, que seria o lançamento 
inverso e NÃO altera o patrimônio líquido. 
 
 
 
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Dividendos 
Quando os acionistas fazem os investimentos nas companhias, boa parte delas prometem em seus 
estatutos uma remuneração para os sócios e investidores, os quais serão pagos a partir da apuração do 
resultado. 
Agora aqui vale uma observação diferente: a distribuição dos dividendos ALTERA o patrimônio líquido, 
diferente do que acontece com as reservas de lucros. 
 D – Lucros acumulados (PL) 
 C – Dividendos a pagar (P) 
Imagine um caso assim... 
No início de sua constituição, determinada empresa possuía patrimônio líquido composto por um capital 
integralizado no valor de R$ 12.000. No primeiro ano de atividade, a sociedade obteve R$ 4.000 de lucros: 
R$ 1.000 foram destinados para o pagamento de dividendos, e o restante, para a constituição de reservas. 
No segundo ano, a sociedade apurou um prejuízo de R$ 2.000. Com referência a essa situação hipotética, é 
correto afirmar que o valor do patrimônio líquido da empresa no final do segundo ano foi de R$ 13.000,00. 
Para resolver uma situação como essa, temos que lembrar daquela dica que dou nessa aula: a única 
destinação que altera o PL é a dos dividendos, ou seja, as reservas de lucros não alteram o PL. Sabendo disso, 
vamos ver como fica: 
Saldo Inicial do PL: R$ 12.000 
(+) Apuração de Lucros do Exercício R$ 4.000 
Destinação para Reservas de Lucros não vai alterar o PL 
(-) Destinação para pagamento de dividendos (R$ 1.000) 
(-) Prejuízos do Exercício (R$ 2.000) 
= Saldo Final R$ 13.000 
 
 
 
 
 
 
 
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2. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 
 
As demonstrações financeiras são consequências de outra técnica contábil muito importante no processo 
contábil. Para estudar as demonstrações contábeis (também conhecidas como demonstrações financeiras), 
podemos tomar como base o que vamos fazer nesta aula, a Lei nº 6.404/76 e suas alterações posteriores, ou 
ainda o Pronunciamento Técnico CPC 26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis. Existem 
consideráveis diferença entre eles, mas vamos adotar um posicionamento e, claro, é prudente que você faça 
a leitura do CPC 26, combinados? 
Existem pelo menos dois tipos de empresa que devemos considerar ao estudar as demonstrações 
financeiras: as grandes empresas, predominantemente as de sociedades anônimas (S.A.), e as sociedades 
por quotas de responsabilidade limitada (Ltda.). 
Segundo a Lei nº 6.404/76 em seu Art. 176, temos que: 
Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da 
companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do 
patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: 
I - balanço patrimonial; 
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; 
III - demonstração do resultado do exercício; e 
IV – demonstração dos fluxos de caixa; e 
V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. 
Esse trecho da legislação nos direciona ao estudo desta aula, vamos nessa? Quando a Lei traz “ao fim de 
cada exercício social”, podemos entender que exercício social, também conhecido como exercício financeiro, 
contábil, fiscal, entre outros, corresponde ao período geralmente compreendido entre janeiro e dezembro 
de cada ano, lembrando que cada entidade pode definir o período contábil de acordo com as suas atividades. 
Que isso fique bem claro! 
Sabemos que é a contabilidade e seus profissionais que elaboram as demonstrações, mas observe que a 
legislação “joga” a responsabilidade para os diretores e a alta administração da empresa – nomenclaturas 
comuns dentro das grandes empresas. 
 
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Como a própria legislação menciona, as demonstrações financeiras deverão expressar com clareza a 
situação do patrimônio da entidade e as modificações ocorridas naquele período (exercício social). 
2.1. BALANÇO PATRIMONIAL – BP 
 
O balanço patrimonial é uma demonstração que evidencia a posição patrimonial e financeira da entidade, 
uma vez que traz informações sobre os componentes patrimoniais (ativo, passivo e patrimônio líquido), bem 
como ter por característica ser uma demonstração estática, pois apresenta os saldos em determinada data 
sem demonstrar as variações e composições daquela conta específica, por exemplo, a conta caixa vai 
apresentar o saldo em 31/12/2021 sem sabermos como ela chegou naquele determinado valor. 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE 
 
 
 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
 
TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO + PL 
 
 Observe que o balanço patrimonial representa graficamente os elementos patrimoniais da entidade, 
organizados, segundo a Lei nº 6.404/76, especificamente no Art. 178, da seguinte forma 
• Ativo 
o Ordem decrescente de liquidez 
▪ Liquidez trata-se da condição de “virar” dinheiro 
• Passivo 
 
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o Ordem decrescente de exigibilidade 
▪ Exigibilidade trata-se da exigência que será feito à empresa 
Isso significa que, no ativo, as contas são dispostas em ordem decrescente de “virar” dinheiro, por isso, 
as primeiras contas são as contas caixa e banco, e as últimas, as que representam o ativo não circulante – 
ARLP, imobilizado, intangível e investimentos. 
Por sua vez, o passivo é apresentado na ordem que serão exigidos os pagamentos da empresa, por 
exemplo, as primeiras contas são fornecedores, salários e impostos a pagar, e as últimas contas representam 
as obrigações com os sócios, ou seja, parte-se do pressuposto que a empresa irá honrar no primeiro 
momento os compromissos com os terceiros, e depois, com os sócios. 
As principais contas do ativo são divididas em ativo circulante e ativo não circulante, e são representadas 
da seguinte forma: 
2.1.1. ATIVO CIRCULANTE 
Aqui vamos conhecer, superficialmente, a principal composição desse subgrupo, como as disponibilidades 
da empresa compõem o caixa, banco e aplicações financeiras de liquidez imediata, aquelas com resgate em 
até 90 dias. Também temos aqui os direitos realizáveis no curso do exercício subsequente, as quais integram 
as duplicatas a receber, títulos a receber e impostos a recuperar. 
Um outro bem muito citado, os estoques, incluem as mercadorias para revenda, matéria-prima, produtos 
em elaboração, produtos acabados, materiais de limpeza e materiais de escritório, a depender do tipo de

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