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AÇÃO DO ENFERMEIRO NA INFECÇÃO HOSPITALAR

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INTRODUÇÃO 
A infecção hospitalar constitui um dos grandes problemas enfrentados pelos profissionais de saúde e pacientes. Os avanços tecnológicos relacionados aos procedimentos invasivos, diagnósticos e terapêuticos, e o aparecimento de microrganismos multirresistentes aos antimicrobianos usados rotineiramente na prática hospitalar tornaram as infecções hospitalares um problema de saúde pública. As maiores taxas de infecção hospitalar são observadas em pacientes nos extremos da idade e nos serviços de oncologia, cirurgia e terapia intensiva.Na última década os microorganismos gram-positivos, em especial o Staphylococcus aureus, emergiram como importantes agentes causadores de infecção da corrente sangüínea. Estas infecções acometem pacientes em todas as faixas etárias, com maior freqüência nos extremos de idade e apresentam pior prognóstico em pacientes com idade acima de 50 anos. Entre as infecções hospitalares, as sepses por Staphylococcus aureus sãoresponsáveis por elevada morbidade e mortalidade.
AÇÃO DO ENFERMEIRO NA INFECÇÃO HOSPITALAR 
Na literatura, o papel do enfermeiro é preconizado em quatro áreas, a saber: administrativa, assistencial, ensino e pesquisa. No papel administrativo, o enfermeiro realiza o planejamento, a organização, a direção e o controle das atividades desenvolvidas nesta unidade. No papel assistencial, elabora um plano de cuidados, utilizando metodologia científica para prestar assistência individualizada e o papel de ensino é relevante porque estimula o enfermeiro a buscar conhecimento para propiciar o aperfeiçoamento da equipe de enfermagem. Como pesquisador, seja individualmente ou em equipe, poderá demonstrar a diferença que existe entre uma assistência que deriva da utilização de conhecimento científico comparada ao cuidado prestado, orientado para o cumprimento de tarefas, normas e rotinas. 
A rápida emergência e disseminação de microorganismos resistentes a agentes antimicrobianos é um problema com dimensões de crise nos hospitais por todo o mundo. As causas fundamentais deste problema são compostas por múltiplos fatores, mas as questões centrais são claras. A emergência da resistência antimicrobiana tem uma alta correlação com a pressão seletiva resultante do uso indevido de agentes antimicrobianos. A disseminação de organismos resistentes é facilitada pela transmissão pessoa-a-pessoa devido à inconsistente aplicação de medidas básicas de controle de infecção por funcionários dos hospitais. Embora as estratégias de controle existam, é improvável que as intervenções tenham sucesso a não ser que os chefes dos hospitais assumam a responsabilidade pelo controle da resistência antimicrobiana. 
ENFERMEIRO E A CCIH 
A CCIH surgiu na década de 1970 com a preocupação em se conhecer os índices de infecção hospitalar, e tem como principal responsabilidade, a implantação de ações de biossegurança, que corresponde à adoção de normas e procedimentos seguros e adequados à manutenção da saúde dos pacientes, dos profissionais e dos visitantes. O uso de tais medidas pressupõe que todos os profissionais podem ser potencialmente infectados com patógenos, e os acidentes com materiais pérfurocortantes é considerada uma urgência médica, sendo indicado o atendimento o mais precoce possível, embora alguns profissionais dêem pouca importância a esse fato pelo motivo de acharem que não irá causar danos para a saúde.³ 
Visto isso o enfermeiro é o profissional mais requisitado e mais capacitado para atuar no controle da infecção hospitalar visando: Processo de Adequação do Ambiente - A adequação das vestimentas, do leito, dos consultórios, das enfermarias e outros elementos próximos, 
Processo de Adequação do Meio-O equilíbrio do ambiente de trabalho, de lazer e outros. 
As medidas de saneamento básico e de organização e administração do sistema de trânsito constituem procedimentos de Adequação do Ambiente. 
Adequação do Ambiente - A ação do enfermeiro no controle de infecção hospitalar, como partícipe ou não de Comissão Específica. 
Processo de Adequação do Ambiente - A Educação em Saúde às pessoas (sadias ou doentes), família ou comunidade; o treinamento em serviço (pessoal serviçal e de enfermagem) e a educação continuada das ações protetoras do meio ambiente hospitalar fazem parte da função do enfermeiro. 
O equilíbrio ou desequilíbrio do ambiente, a sua adequação ou inadequação afetará as relações de trocas de matéria, energia e informações e, por esta via, contribui para assegurar as condições de homeostasia do organismo ou para provocar desvios dessa condição. 
A Adequação do Ambiente-é um pressuposto básico para harmonia das trocas e o conseqüente equilíbrio ou homeostasia do organismo. 
As trocas de matéria, energia e informações poderão ser adequadas ou inadequadas em função da favorabilidade ou não do ambiente. 
As ações de enfermagem dispensadas à adequação do ambiente constituem medidas facilitadoras das trocas entre o organismo e o meio, capazes de contribuírem para a promoção, proteção ou restauração da homeostasia. 
CONCLUSÃO 
O enfermeiro deve atentar para todas as formas de poluição do ambiente que possam resultar em intercâmbios inadequados e comprometer a homeostasia da pessoa assistida.
O risco de se adquirir uma infecção não se restringe só a hospitais com internação, nem só os de procedimentos de maior complexidade. É um risco que se corre diante de qualquer procedimento, seja ele mais ou menos complexo. 
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NA UNIDADE CENTRO DE MATERIAL
O centro de material destaca-se no contexto da organização hospitalar, de uma forma bastante peculiar, por caracterizar-se como uma unidade de apoio a todos os serviços assistenciais e de diagnóstico que necessitem de artigos médico-hospitalares para a prestação de assistência aos seus clientes.
Esta unidade, é definida pelo Ministério da Saúde como o "conjunto de elementos destinado à recepção e expurgo, preparo e esterilização, guarda e distribuição do material para as unidades de estabelecimento de saúde". Assim, é de sua responsabilidade o processamento de todos os artigos médico-hospitalares, desde a limpeza, a seleção quanto à integridade e funcionalidade e o acondicionamento em embalagens adequadas, até a distribuição desses artigos esterilizados a todas as unidades consumidoras, de forma a assegurar-lhes a quantidade e a qualidade necessárias à realização de todos os procedimentos assistenciais para o desenvolvimento do plano terapêutico dos clientes.
O centro de material não existia no passado, como unidade independente, autônoma; embora com finalidades e objetivos claramente definidos. Era a Unidade Centro Cirúrgico (UCC) que, além de centralizar as salas de operações, também se responsabilizava pelo processamento e esterilização dos materiais necessários para a prestação de assistência a todos os clientes hospitalizados ou em tratamento ambulatorial, em um estudo sobre o planejamento do centro cirúrgico, afirmava que o estabelecimento de fluxo nessa unidade deveria ser "estudado para determinação dos locais de entrada e saída de pacientes, membros da equipe cirúrgica, técnicos eventuais e pessoal das unidades de enfermagem que procuravam o centro de material para a obtenção do material esterilizado".
Tudo leva a crer que a indefinição de áreas distintas para a Unidade Centro de Material (UCM) e a UCC e a não separação das atividades realizadas em ambas as unidades tem um caráter histórico.
As instituições de saúde, antes do século XVIII eram voltadas essencialmente para a assistência social, de ajuda aos pobres, doentes e órfãos; apenas no final desse século é que essas instituições começaram a se transformar em um local onde se buscava a cura dos doentes.
O tratamento era essencialmente clínico, pois os médicos eram temerosos em operar os seus doentes, uma vez que o corpo humano, em toda a sua complexidade, era uma incógnita . Além disso, a medicina interna, que requeria mais reflexão, estudos e percepção por parte dos médicos, era mais valorizada no meio acadêmico o que acirurgia, vista como uma atividade essencialmente manual; pela divisão social entre o saber e o fazer, a Medicina não incorporava a cirurgia como uma de suas disciplinas, sendo executada por práticos, os então chamados "cirurgiões barbeiros" , que possuíam maior habilidade manual.
No inicio do século XIX, quando o tratamento cirúrgico se tornava inevitável e aos cirurgiões não restava outra opção se não tentar, por meio de operações, livrar os seus pacientes do sofrimento que os afligiam, enfrentavam os três grandes desafios da cirurgia que eram a dor, a hemorragia e a infecção. As operações restringiam-se principalmente a amputação de membros, drenagem de abscessos, as extirpações de tumores localizados em áreas corpóreas em que não era necessária a abertura de cavidades, como por exemplo os tumores de mama. Estas operações eram realizadas indistintamente, em qualquer local, como nos campos de batalha ou na casa dos cirurgiões, sem nenhuma preocupação com as condições de assepsia.
Os cirurgiões contavam, nessa época, apenas com a própria destreza manual para realizarem o ato cirúrgico o mais rápido possível, e com poucos e grosseiros instrumentos; esses instrumentos utilizados nas operações, eram, se tanto, limpos com qualquer pano ou até mesmo na aba da sobrecasaca dos cirurgiões, mal conservados e guardados precariamente".
A medida que a técnica cirúrgica foi se desenvolvendo, graças às descobertas dos procedimentos anestésicos, da hemostasia e da assepsia cirúrgica, o acesso aos órgãos não era mais possível ser realizado apenas com as mãos. Foram, então, sendo criados pelos cirurgiões os instrumentos cirúrgicos que lhes permitiam um melhor acesso à área operatória e um refinamento das manobras cirúrgicas, aumentando assim, consideravelmente, a quantidade e a diversidade de materiais utilizados no ato cirúrgico.
Dessa forma, houve necessidade de contar com uma pessoa que se responsabilizasse pelas tarefas de limpeza, conservação, acondicionamento, esterilização, guarda e controle dos instrumentos e materiais utilizados nas operações, assim como uma área fisica onde essas tarefas pudessem ser realizadas".
As operações, nesse período, já eram então realizadas no hospital, embora em local não específico. Gradativamente, as operações foram se agregando aos espaços criados especificamente para o preparo de materiais, com a finalidade de facilitar o trabalho. Tanto as salas de operações como as áreas destinadas ao preparo de material estavam vinculadas às unidades de internação, organizadas por especialidades médica.
Nas últimas décadas deste século, com o desenvolvimento vertiginoso na técnica dos procedimentos cirúrgicos, os materiais e equipamentos necessários à realização do ato anestésico-cirúrgico foram se tornando cada vez mais complexos e sofisticados, requerendo preparo e esterilização mais especializados e, conseqüentemente, um pessoal mais qualificado.
Em decorrência do avanço na cirurgia, houve o crescimento da própria instituição hospitalar, tanto em relação ao aumento da oferta de número de leitos e unidades de internação, como o surgimento de serviços de diagnóstico e terapêutico, como a Radiologia, Laboratórios, Endoscopia, Banco de Sangue, dentre outros.
Com o aumento da demanda de materiais, sentiu-se a necessidade de centralizar as atividades de preparo em um único local, de forma a racionalizar o preparo, a guarda e a distribuição desses materiais e otimizar o uso dos equipamentos de esterilização que, dispersos pelas unidades de internação representavam um problema para a instituição, tanto pela dificuldade de manutenção e a falta de padronização nos procedimentos de esterilização, como pelo fato de comprometerem espaços que poderiam ser utilizados na assistência11 Nascia assim, a Unidade Centro de Material.
Por sua vez, as salas de operações também são centralizadas, com a finalidade de racionalizar a utilização de áreas comuns do centro cirúrgico, como lavabos, vestiários, laboratórios, dentre outros, localizando-se junto a UCM, de forma a garantir o rápido acesso ao material esterilizado.
A diferenciação das atividades realizadas pelas UCM e UCC associada ao intenso desenvolvimento tecnológico dos últimos anos e aos avanços no conhecimento do campo da infecção hospitalar, proporcionaram a separação dessas duas unidades. A UCM torna-se uma unidade hospitalar organizacionalmente independente, que procura atender igualmente todas as unidades consumidoras, mesmo aquelas com menor demanda de materiais, mas tão importantes quanto a UCC, até então um consumidor privilegiado.
Os hospitais passaram, assim, a planejar essa unidade separadamente da UCC e os mais antigos, principalmente os de grande porte foram se reorganizando, na busca da racionalização do trabalho ali desenvolvido.
Entretanto, deve-se ressaltar que no cenário brasileiro, ainda se verifica com muita freqüência, a UCM agregada a UCC, sob a responsabilidade de uma única enfermeira, e até mesmo os trabalhadores de enfermagem atuando nas duas unidades. Este fato é problemático, uma vez que o trabalho desenvolvido nessas unidades é bastante distinto um do outro, ou seja, o processo de trabalho de enfermagem na UCM em sua acepção geral objeto, instrumentos, finalidade -é diferenciado do processo de trabalho de enfermagem na UCC.
A CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO NA ESTRUTURA HOSPITALAR
A Central de Material e Esterilização (CME) é a unidade responsável pelos processos de expurgo, preparo, esterilização, armazenamento e distribuição de materiais médico-hospitalares estéreis ou não para todos os setores do hospital que prestam cuidados aos pacientes.
Diante disso, pode-se assegurar que este setor é de fundamental importância para o âmbito hospitalar, já que contribui, em grande parte, para o controle de infecções na instituição de saúde. Nessa perspectiva, é preciso que haja técnicas assépticas rigorosas sob a supervisão da enfermagem, com um treinamento e orientação constante da equipe responsável, objetivando-se a segurança no trabalho, bem como a maior qualidade na esterilização e durabilidade do material hospitalar.
Assim, ressalta-se a necessidade por parte da instituição de saúde e seus profissionais de uma maior atenção a este setor, que não é mais parte integrante do Centro Cirúrgico, por suas características próprias e também por este prestar serviços a todo o hospital e não exclusivamente ao Centro Cirúrgico.
ASPECTOS HISTÓRICOS - ORIGEM DAS CME
A implantação de uma CME nas instituições hospitalares encontra-se intrinsecamente relacionada à história das instituições de saúde e às necessidades emergentes referentes à infecção hospitalar, adicionando a perspectiva de redução de gastos e de maior controle e qualidade nos processos de esterilização.
No início da década de 50, predominava o modelo descentralizado, onde era de responsabilidade de cada unidade do hospital cuidar do material, executando processos de preparo, esterilização e armazenamento. Este sistema, apesar de apresentar a vantagem de diluir as atividades nos diversos setores do hospital, não é um sistema seguro pela dificuldade do controle do estoque e também do controle econômico. Ao longo dessa década, surgiram novos métodos de esterilização e limpeza de materiais e as instituições passaram a destinar uma localização própria para os processos utilizados com esta finalidade. No entanto, não consistia em uma unidade autônoma, mas dependente dos centros cirúrgicos.
Na década de 70, ocorre a implantação dos setores de preparo, esterilização e armazenamento como unidades independentes, originando assim, a Central de Material e Esterilização. A esta, era cabível a responsabilidade pelo material de todo o âmbito hospitalar no que concerne à limpeza, preparo, esterilização, guarda, distribuição e controle. A CME passa a ser coordenada por um profissional de nível superior (de preferência enfermeiro) altamente capacitado, que tenha conhecimento de todos os procedimentos e possa conscientizar a equipe responsável pelo setor quanto aos perigose orienta-los para a utilização de técnicas mais seguras à proteção de sua saúde. É importante salientar que esse sistema é mais eficiente, seguro e econômico, já que todos os cuidados são processados com equipamentos adequados, sob uma única orientação, sendo preparados por pessoal treinado, com reciclagem periódica e sob a coordenação de um enfermeiro desta unidade. Porém, na década de 90 algumas instituições de saúde não visualizam as CMEs como unidades autônomas, mantendo-as subordinadas aos centros cirúrgicos.
FINALIDADES DA CENTRAL DE MATERIAL
As principais finalidades da Central de Material e Esterilização são:
Concentrar os materiais e instrumentais médico-hospitalares, esterilizados ou não, tornando mais fácil o seu controle, conservação e manutenção;
padronizar técnicas de limpeza, preparo, empacotamento e esterilização, assegurando economia de pessoal, material e tempo;
distribuir materiais esterilizados ou não para os diversos setores de atendimento aos pacientes;
treinar pessoal para as atividades específicas do setor, conferindo-lhe maior produtividade;
facilitar o controle do consumo, da qualidade dos materiais e das técnicas de esterilização, aumentando a segurança do uso;
favorecer o ensino e o desenvolvimento de pesquisas;
manter estoque de material, a fim de atender prontamente à necessidade de qualquer unidade do hospital.
ESTRUTURA FÍSICA
Segundo a Portaria nº 1884/94 do Ministério da Saúde, a CME deve possuir:
Área com, no mínimo, 0,50m por leito existente;
sala para lavagem e preparo de luvas;
área para recepção de roupas limpas;
área para esterilização física;
área para esterilização química líquida;
área para armazenagem e distribuição de materiais descartáveis.
Além disso, o teto, a parede e o piso devem ser de material resistente e de fácil limpeza, sem saliências que possam abrigar partículas de sujeira. A iluminação deve facilitar o desenvolvimento das atividades dos funcionários e as áreas que possuem equipamentos geradores de calor devem ser isoladas e ventiladas, de forma a impedir o aquecimento excessivo do local e o desconforto dos profissionais.
A CME é composta por tais áreas:
Recebimento do material: área destinada a receber os materiais e instrumentos médico-hospitalares utilizados, a conferi-los e encaminhá-los para os diversos setores da Central;
Expurgo: local onde é realizada a limpeza e a desinfecção do material sujo e contaminado. Dessa forma, busca-se remover a sujidade, destruir os microorganismos patogênicos e remover as substâncias pirogênicas;
Preparo de materiais: depois de limpos, os materiais vêm para essa área, onde são inspecionados, selecionados, empacotados e identificados. Trabalham-se com o preparo de instrumental, de roupa e compressa e de material especial para cirurgia. A sala de processamento de luvas só existe em alguns hospitais;
Esterilização: nesta área se encontram as autoclaves e estufas. É aqui onde se esterilizam os materiais usados por todo o hospital. A escolha do processo depende das características do material a ser esterilizado. É onde ocorre a desinfecção propriamente dita, pois através do elevado calor das máquinas são exterminados os esporos dos microorganismos;
Armazenamento: é onde o material esterilizado fica acondicionado. Deve ser um local limpo, seco, arejado e isolado de movimentação e deve proporcionar atendimento imediato e completo às necessidades das diferentes unidades do hospital;
Entrega: área onde ocorre a distribuição do material esterilizado para todo o hospital;
Secretaria: local de controle e organização rigorosa que mantém a atualização de entrada e saída dos materiais, além das atividades burocráticas correspondentes a CME.
GERENCIAMENTO DA CME
O trabalho de gerenciamento da Central de Material e Esterilização deve ter como gerenciador um enfermeiro que possua conhecimento sobre todos os procedimentos realizados na área de serviço e capacidade de compreender e avaliar os riscos provenientes dos centros fornecedores e receptores.
O enfermeiro da CME é responsável pela seleção e treinamento de pessoal, que devem ser conduzidos de forma centralizada, permitindo uma padronização de procedimentos, rapidez e preparo adequado dos materiais. Também é necessária a implantação de supervisão e controle de suprimentos e qualidade do material processado, diminuindo riscos de extravio, trazendo mais segurança para o usuário. Além disso, providenciar a regulamentação do uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) para a equipe de trabalho.
RECURSOS MATERIAIS
Tanto os equipamentos quanto a mão-de-obra são indispensáveis ao cumprimento das atribuições da CME e, portanto, demandam investimentos para proporcionar qualidade e segurança na assistência ao paciente.
Os recursos são planejados a partir de fatores determinantes como: número de leitos, complexidade das ações e porte da instituição. Também devem tornar o trabalho mais seguro e adequado. Para tal, é preciso dispor de equipamentos de proteção individual (EPI) para o pessoal do setor em todas as instituições e estas possuem o dever de diminuir os riscos biológicos, ambientais e ocupacionais.
Os principais equipamentos são: máquinas de lavar instrumentos; embalagens e seus seladores; cestos suspensos para estocar material sujo e material estéril e carros de transporte de materiais. Na esterilização utilizam-se autoclaves de vapor saturado sob pressão.
No tocante às embalagens, as apropriadas para este fim devem ser de grau cirúrgico. Mas, infelizmente, ainda são bastante utilizadas as de papel manilha, que não fornecem tanta proteção quanto àquela.
O gerenciamento de material pode ser realizado através da informatização dos serviços. A partir daí pode-se ter um melhor controle de estoque/quantidade de material; saída e retorno; material desativado e consertado; substituição; localização; listagem das caixas; descrição; opção de utilização, dentre outras informações. Desta forma, pode-se haver um rigoroso controle e dinâmica do trabalho.
Quanto à designação de materiais pode-se definir:
I - Produto médico-hospitalar de uso único ou produto médico de uso único é qualquer produto médico, odontológico e laboratorial destinado a ser usado na prevenção, diagnóstico, terapia, reabilitação ou anticoncepção que somente pode ser utilizado uma única vez.
II - Os produtos médico-hospitalares classificam-se em críticos, semicríticos e não críticos e assim são definidos:
a) Produtos Críticos: são os produtos destinados à penetração da pele e mucosas adjacentes, nos tecidos sub-epiteliais e no sistema vascular, bem como todos os que estejam diretamente conectados com este sistema. Requerem esterilização para satisfazer os objetivos a que se propõem.
b) Produtos Semi-Críticos: são os produtos destinados ao contato com a pele não-íntegra ou com mucosas íntegras. Requerem desinfecção de alto nível, ou esterilização, para ter garantida a qualidade do seu múltiplo uso.
c) Produtos Não-Críticos: são os produtos destinados ao contato com a pele íntegra do paciente. Requerem limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível dependendo do uso a que se destinam ou do último uso realizado.
- Reprocessamento é o processo a ser aplicado a produtos médico-hospitalares, exceto os de uso único, para permitir sua reutilização que inclui limpeza, desinfecção, preparo, embalagem, rotulagem, esterilização, testes biológicos e químicos, análise residual do agente esterilizante conforme legislação vigente, de integridade física de amostras e controle de qualidade.
- Reesterilização é o processo de esterilização de produtos já esterilizados mas não utilizados, em razão de eventos ocorridos dentro do prazo de validade do produto, que comprometeram os resultados da esterilização inicial.
RECURSOS HUMANOS
Urge a necessidade de qualificação dos funcionários da CME, pois a mesma ainda sofre sérios problemas. Dentre estes, sua operação por pessoal sem treinamento específico, que geralmente são transferidos para este setor devido à problemas em outros, osquais podem ser: indisciplina, impossibilidade de prestar assistência ao paciente por possuir dificuldades de saúde etc.
Estes problemas colocam em risco a vida dos pacientes, ao contrário do que deve ser a função do CME e acontecem porque ainda existe quem não atribua a devida importância a esse setor fundamental dos hospitais, o qual deve oferecer boas condições de ventilação, espaço, segurança, objetivando melhor rendimento na realização de tarefas. Condições de saúde favoráveis e o treinamento dos profissionais se constituem em fator imprescindível.
Ao longo da história se estabeleceu que a CME deveria ser operada por profissionais da área de enfermagem por ser supervisionada por enfermeiros, mas atualmente indica-se a prevalência de pessoas especificamente treinadas para essa área.
Para o bom andamento das atividades, deve-se planejar o horário de funcionamento da unidade e o volume do trabalho de forma a não prejudicar o desempenho do pessoal, dimensionando a sua produção e qualificação.
A aptidão dos trabalhadores encontra-se diretamente relacionada a um perfil profissional que estabelece fatores indispensáveis como a atenção, organização, compreensão da importância dos procedimentos e sua execução correta e identificar-se com o serviço.
.
EMBALAGENS PARA ESTERILIZAÇÃO:SUAS APLICAÇÕES E RECOMENDAÇÕES NA PRÁTICA HOSPITALAR
Resumo
INTRODUÇÃO: O processo de trabalho do enfermeiro de Central de material e esterilização, embora diferente realizado nas unidades de assistência, também se constitui em serviço da área da saúde e pode ser classificado como cuidado, diferindo apenas, no que diz respeito a sua finalidade imediata. Assim, para executá-lo o enfermeiro desenvolve conhecimentos específicos sobre a diversidade de materiais, equipamentos, seleção adequada de embalagens, forma de processá-los e sua armazenagem adequada, configurando o domínio de uma área de saber e, por conseqüência garantindo produtos seguros para a assistência ao paciente. (8) A finalidade de embalar os artigos médico-hospitalares é a de manter a esterilidade do produto com respeito a seu uso desejado guardando-o das condiçöes de transporte e armazenamento. O atributo que se exige de um sistema de embalagem é a eficácia da barreira microbiana, a qual impede sob condiçöes específicas a migraçäo de microrganismos do meio ambiente para o interior da embalagem. (6)
OBJETIVOS: Identificar e descrever as embalagens utilizadas no processamento dos artigos, bem como suas principais características, utilização adequada, segundo o método de esterilização empregado, vantagens e desvantagens;
METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, realizada através da consulta de busca manual de livros e artigos em revistas de enfermagem publicados nas bases de dados LILACS e SCIELO, utilizando os descritores: embalagem, esterilização, enfermagem, no idioma português, publicados no período de 2000 a 2006.
RESULTADOS: A seleção da embalagem deve levar em consideração o tipo de equipamento que será utilizado para a realização do ciclo de esterilização e o material a ser processado, devendo-se observar as recomendações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da Comissão de Estudos de Normatização de Embalagens. As recomendações imprescindíveis são: ser permeável ao ar para permitir a sua saída, cedendo espaço para o agente esterilizante; ser permeável ao agente esterilizante, mesmo em cobertura dupla; permitir sua secagem, bem como a do seu conteúdo; ser uma barreira efetiva à passagem de microorganismos. (1)
Existem controvérsias quanto ao tempo de validade da esterilização, sendo considerados fatores como o tipo de invólucro utilizado, o local e condições ambientais de armazenamento. Os prazos descritos na tabela abaixo, são estipulados pelo Ministério da Saúde.
Segundo a literatura as embalagens identificadas foram: tecido de algodão composto por tecido 100% algodão ou gramatura; container rígido com filtro microbiano ou filtro Tyveck® são caixas de metal inoxidável, alumínio, polímeros ou a combinação destes, dispõem de sistemas de filtros para saída de ar e entrada do vapor, dispensando o uso do invólucro externo e são termorresistentes; Papel Grau Cirúrgico com face em filme plástico de Polietileno/ Poliéster ou filme de Polipropileno disponível em gramatura e em diversas formas e tamanhos, em bobinas ou envelopes; Papel Crepado composto de 100% de celulose tratada; Não Tecido - Spunbonded/ Meltblown/ Spunbonded (SMS) - União de três camadas de não tecido 100% Polipropileno; Tyveck® constituído em 100% polietileno em tripla camada e disponível em bobinas e envelopes. (1, 5, 6, 7) Todos podem ser autoclaváveis, porém cada um, de acordo com as suas especificidades materiais, pode sofrer outros tipos de processos de esterilização como calor a seco e oxido de etileno. A validade das embalagens variam de 7 dias a 2 anos. A seguir, as vantagens e desvantagens das embalagens apresentadas: (1, 2,4,6)
O Tecido de Algodão é de baixo custo e memória, mas não é resistente à umidade e vulnerável a contaminação. Sua durabilidade (até 65 reprocessamentos);
A caixa de metal é inoxidável, composta por alumínio, polímeros ou a combinação destes e são termorresistentes. Além disso, propicia melhor organização na sala de operação, em decorrência da diminuição do volume de invólucros, resistência mecânica; economia de espaço no armazenamento. Porém, tem custo elevado, apresenta risco de falha na vedação e exige inspeção visual constante.
O papel grau cirúrgico é de baixo custo e fácil visualização, com indicador químico monoparamétrico impregnado. Seu uso está contra-indicado na ausência de filme transparente em uma de suas faces.
O papel crepado é impermeável à água, álcool, PVPI, éter, 100% biodegradável, reciclável e maleável com alta filtragem microbiana. Entretanto, apresenta baixa resistência mecânica, podendo furar ou rasgar com maior facilidade.
O não tecido tem excelente barreira antimicrobiana, alta permeabilidade aos agentes esterilizantes, maleabilidade, resistência mecânica à tração e à abrasão. Tem como desvantagens, a dificuldade de detecção da integridade da embalagem e não ser biodegradável.
O Tyveck apresenta compatibilidade com diversos processos de esterilização, possui alta resistência mecânica, é de fácil visualização e pode ser impregnado com indicador biológico. Seu custo é elevado.
A análise de um estudo revelou que o tecido de algodão apresenta o maior custo mensal e o papel grau cirúrgico, o menor custo quando comparado às outars embalagens, desmistificando, dessa forma, o paradigma que existe dentro dos Centros de Material e esterilização brasileiros de que o tecido de algodão é a embalagem "mais barata". (4
CONCLUSÕES: 
Para garantir a qualidade do processo de esterilização, são necessárias medidas que evitem a recontaminação do artigo após o processamento, seja no armazenamento, transporte ou durante a manipulação. Por esse motivo, torna-se necessário o conhecimento, pelos profissionais que atuam no centro de material e esterilização, da diversidade de embalagens disponíveis no mercado e na utilização apropriada das mesmas, uma vez que, qualquer falha ocorrida no processamento dos artigos pode acarretar ônus ao paciente, à instituição e a à equipe multiprofissional, pois a qualidade do material distribuído, está diretamente relacionada com a qualidade da assistência prestada.
Palavras-chave
embalagem de produtos; esterilização; enfermagem
ETAPA 2
Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde
Conforme a Resolução da Diretoria Colegiada, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária/ANVISA - RDC Nº 306, de 7 de dezembro de 2004, o gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde (RSS) é constituído por um conjunto de procedimentos de gestão. Estes procedimentos são planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos de serviços de saúde e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamentoseguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente.
O gerenciamento inicia pelo planejamento dos recursos físicos e dos recursos materiais necessários, culminando na capacitação dos recursos humanos envolvidos.
Todo labratório gerador deve elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS, baseado nas características dos resíduos gerados.
O PGRSS a ser elaborado deve ser compatível com as normas federais, estaduais e municipais, e ainda deve estar de acordo com os procediemntos institucionais de Biossegurança, relativos à coleta, transporte e disposição final.
Manejo
O manejo dos resíduos de serviços de saúde é o conjunto de ações voltadas ao gerenciamento dos resíduos gerados. Deve focar os aspectos intra e extra-estabelecimento, indo desde a geração até a disposição final, incluindo as seguintes etapas:
1 – Segregação
Consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos.
2 – Acondicionamento
Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo.
Os resíduos sólidos devem ser acondicionados em sacos resistentes à ruptura e vazamento e impermeáveis, de acordo com a NBR 9191/2000 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Deve ser respeitado o limite de peso de cada saco, além de ser proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento. 
Colocar os sacos em coletores de material lavável, resistente ao processo de descontaminação utilizado pelo laboratório, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, e possuir cantos arredondados.
Os resíduos perfurocortantes devem ser acondicionados em recipientes resistentes à punctura, ruptura e vazamento, e ao processo de descontaminação utilizado pelo laboratório.
3 – Identificação
Esta etapa do manejo dos resíduos, permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos RSS. 
Os sacos de acondicionamento, os recipientes de coleta interna e externa, os recipientes de transporte interno e externo, e os locais de armazenamento mdevem ser identificados de tal forma a permitir fácil visualização, de forma indelével, utilizando-se símbolos, cores e frases, atendendo aos parâmetros referendados na norma NBR 7.500 da ABNT, além de outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e ao risco específico de cada grupo de resíduos. 
O Grupo A de resíduos é identificado pelo símbolo internaciomnal de risco biológico, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos.
O Grupo B é identificado através do símbolo de risco associado, de acordo com a NBR 7500 da ABNT e com discriminação de substância química e frases de risco.
O Grupo C é representado pelo símbolo internacional de presença de radiação ionizante (trifólio de cor magenta) em rótulos de fundo amarelo e contornos pretos, acrescido da expressão “Rejeito Radioativo”.
O Grupo E possui a inscrição de RESÍDUO PERFUROCORTANTE, indicando o risco que apresenta o resíduo
 - Transporte Interno
Esta etapa consiste no translado dos resíduos dos pontos de geração até local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo com a finalidade de apresentação para a coleta.
O transporte interno de resíduos deve ser realizado atendendo roteiro previamente definido e em horários não coincidentes com a distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas ou de atividades. Deve ser feito separadamente de acordo com o grupo de resíduos e em recipientes específicos a cada grupo de resíduos.
Os carros para transporte interno devem ser constituídos de material rígido, lavável, impermeável, resistente ao processo de descontaminação determinado pelo laboratório, provido de tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, cantos e bordas arredondados, e identificados com o símbolo correspondente ao risco do resíduo neles contidos. Devem ser providos de rodas revestidas de material que reduza o ruído. Os recipientes com mais de 400 L de capacidade devem possuir válvula de dreno no fundo. O uso de recipientes desprovidos de rodas deve observar os limites de carga permitidos para o transporte pelos trabalhadores, conforme normas reguladoras do Ministério do Trabalho e Emprego.
 - Armazenamento Temporário
Consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para coleta externa. Não pode ser feito armazenamento temporário com disposição direta dos sacos sobre o piso, sendo obrigatória a conservação dos sacos em recipientes de acondicionamento.
O armazenamento temporário pode ser dispensado nos casos em que a distância entre o ponto de geração e o armazenamento externo justifiquem.
A área destinada à guarda dos carros de transporte interno de resíduos deve ter pisos e paredes lisas, laváveis e resistentes ao processo de descontaminação utilizado. O piso deve, ainda, ser resistente ao tráfego dos carros coletores. Deve possuir ponto de iluminação artificial e área suficiente para armazenar, no mínimo, dois carros coletores, para translado posterior até a área de armazenamento externo. Quando a sala for exclusiva para o armazenamento de resíduos, deve estar identificada como “Sala de Resíduos”.
Não é permitida a retirada dos sacos de resíduos de dentro dos recipientes ali estacionados.
Os resíduos de fácil putrefação que venham a ser coletados por período superior a 24 horas de seu armazenamento, devem ser conservados sob refrigeração, e quando não for possível, serem submetidos a outro método de conservação.
O armazenamento de resíduos químicos deve atender à NBR 12235 da ABNT.
 – Tratamento
O tratamento preliminar consiste na descontaminação dos resíduos (desinfecção ou esterilização) por meios físicos ou químicos, realizado em condições de segurança e eficácia comprovada, no local de geração, a fim de modificar as características químicas, físicas ou biológicas dos resíduos e promover a redução, a eliminação ou a neutralização dos agentes nocivos à saúde humana, animal e ao ambiente.
Os sistemas para tratamento de resíduos de serviços de saúde devem ser objeto de licenciamento ambiental, de acordo com a Resolução CONAMA nº. 237/1997 e são passíveis de fiscalização e de controle pelos órgãos de vigilância sanitária e de meio ambiente.
O processo de esterilização por vapor úmido, ou seja, autoclavação, não de licenciamento ambiental. A eficácia do processo deve ser feita através de controles químicos e biológicos, periódicos, e devem ser registrados. 
Os sistemas de tratamento térmico por incineração devem obedecer ao estabelecido na Resolução CONAMA nº. 316/2002.
 -Armazenamento Externo
Consiste na guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores. Neste local não é permitido a manutenção dos sacos de resíduos fora dos recipientes ali estacionados.
– Coleta e Transporte Externos
Consistem na remoção dos RSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou disposição final, utilizando-se técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente, devendo estar de acordo com as orientações dos órgãos de limpeza urbana.
A coleta e transporte externos dos resíduos de serviços de saúde devem ser realizados de acordo com as normas NBR 12.810 e NBR 14652 da ABNT.
- Disposição Final 
Consiste na disposição de resíduos nosolo, previamente preparado para recebê-los, obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, e com licenciamento ambiental de acordo com a Resolução CONAMA nº.237/97
AÇÕES DO ENFERMEIRO NO GERENCIAMENTO DE RESÍDUO DE SERVIÇO DE SAÚDE
 Observar os setores geradores dos resíduos do serviço de saúde. Conhecer o problema de cada setor.
 Elaborar, implantar e avaliar o Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviço de Saúde.
 Diminuir o custo dos materiais utilizados na instituição e minimizar contaminação entre funcionários e clientes.
 Prevenir os funcionários dos riscos potenciais decorrentes do manuseio dos resíduos, com o pessoal da coleta.
 Proteger o trabalhador de doenças ocupacionais.
 Dimensionar a área física; prever e promover os recursos e materiais necessários para garantia da qualidade do PGRSS.
 Oferecer condições necessárias para a segurança do processo de manejo dos RSS. Ação Justificativa IV Promover educação continuada com os funcionários dos setores geradores do RSS. 
Fazer com que os funcionários tenham sempre conhecimento da importância da manipulação correta dos RSS.
ETAPA 3
 formas de propagação das infecções.
A propagação das Infecções Hospitalares pode ocorrer por diversas vias: pelo ar, pelo contato, por vetores ou por fonte comum.
Há diversos tipos de materiais os quais possuem grande número de micro-organismos, tais como: fezes, urina, sangue, fluidos corporais, secreções de vias aéreas, mucosas, etc.
Além disso, estes materiais e o próprio ambiente podem estar contaminados não só por bactérias, mas também por seus esporos. 
Vírus, fungos, príons e protozoários também podem estar presentes no ambiente.
Existem algumas informações que ajudarão a verificar a possibilidade de disseminação de infecções conforme a criticidade de materiais. Segundo Spaulding (1968), dividem-se em:
• Críticos: tem contato direto com o sistema vascular, entrando em contato direto com o sangue; 
• Semicríticos: contato direto com a mucosa ou com a pele não íntegra;
• Não críticos: contato apenas com pele íntegra.
Não podemos deixar de salientar que a transmissão de patógenos está diretamente ligada às condições do hospedeiro, ou seja, devemos estar atentos quanto às características de nossos pacientes naquele momento, visando criar estratégias que diminuam o alastramento das infecções. 
São mais suscetíveis:
• Pacientes em uso de drogas Imunossupressoras, corticoides e quimioterápicos;
• Diabéticos, pacientes oncológicos ou imunodeprimidos (AIDS, transplantados, etc.);
• Extremos de faixas etárias (neonatos, crianças e idosos);
• Obesos;
• Fumantes;
• Pacientes com altos níveis de estresse.
Transmissão por contato
Segundo Fernandes et al (2000), a infecção por contato é a forma de transmissão mais comum. Pode ser dividida em:
• Transmissão por contato direto: ocorre quando os micro-organismos são transportados de uma pessoa para outra sem que haja a participação de um objeto ou indivíduo intermediário contaminado.
• Transmissão por contato indireto: ocorre quando o patógeno é transmitido ao paciente através de um objeto ou indivíduo intermediário contaminado. Um exemplo importante é a contaminação das mãos dos prestadores de saúde, outro, a falta de desinfecção de materiais de uso contínuo como termômetros, esfigmomanômetro, etc., utilizados em diversos pacientes. Além desses, os uniformes, brinquedos, mobiliário hospitalar infectado, também são exemplos na transmissão por contato indireto.
Transmissão pelo ar
São infecções transmitidas pelo ar por meio de:
• Gotículas: ocorre a passagem dos microrganismos através das partículas liberadas durante a tosse, espirro ou fala. Essas gotículas (>5 micra) podem se depositar a curta distância (1 a 1,5 metro) nos olhos, na boca ou nariz (CARDOSO, et al, 2005).
• Exemplos de doenças transmitidas por gotículas: Caxumba, Gripe, Meningite, Rubéola, etc.
• Aerossóis: dispersão de partículas muito pequenas pelo paciente contaminado.
• Exemplos de doenças transmitidas por aerossóis: Tuberculose pulmonar, Sarampo, Varicela, etc.
Transmissão por vetores
Todos sabem que os Hospitais devem ser locais exemplares em relação à limpeza. Porém, muitas vezes, essa não é a realidade que temos atualmente, verificamos locais sujos, com acúmulo de materiais inutilizados ou com guarda indevida de lixo, sem telas de proteção em janelas, dentre outros. Esses locais podem ser atrativos de insetos e roedores, causadores de transmissão de doenças por meio de vetores de infecção.
Em estudo de Prado et al (2002), abordou as baratas como forma de disseminação de infecções em ambiente hospitalar. As baratas foram capturadas e analisadas buscando a presença de micro-organismos. Da análise, verificou-se a Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae com maior prevalência nas amostras de coletadas. 
Outra pesquisa de Costa et al (2006), verificou a presença de bactérias coletadas em formigas em diversos ambientes hospitalares. Foram isolados micro-organismos tais como: Pseudomonas sp, Enterobacter sp, Micrococcus sp, Bacilos gram-positivos e fungos filamentosos.
Portanto, os vetores são fontes importantes na transmissão de infecções hospitalares e devem ser eliminados deste meio, a fim de evitar a disseminação de micro-organismos em ambiente hospitalar.
Transmissão por fonte comum
A Transmissão por fonte comum é aquela em que diversos pacientes são contaminados por uma única fonte de transmissão. Exemplos deste tipo de contaminação: nutrição parenteral contaminada, soluções como soros contaminados hemoderivados, soluções de diálise e hemodiálise contaminadas, dentre outros. Nesse caso, as medidas tomadas devem ser imediatas na tentativa da descoberta do foco causador, bem como medidas de controle do surto.
principais germicidas utilizados e suas respectivas funções e áreas, enfatizando mecanismo de ação, concentração, vantagens e desvantagens.
....Para que a limpeza atinja seus objetivos, torna-se imprescindível a utilização de
produtos saneantes, como sabões e detergentes na diluição recomendada.
Em locais onde há presença de matéria orgânica, torna-se necessária a utilização de outra categoria de produtos saneantes, que são os chamados desinfetantes.
Para que a desinfecção atinja seus objetivos, torna-se imprescindível a utilização das técnicas de limpeza e posteriormente, utilização de desinfetante especificado pelo SCIH.
A responsabilidade na seleção, escolha e aquisição dos produtos saneantes deve ser do SCIH, conjuntamente com o Serviço de Limpeza e Desinfecção de Superfícies em
Serviços de Saúde ou Hotelaria Hospitalar, assim como do representante do Setor de Compras da instituição.
Na aquisição de saneantes, deverá existir um sistema de garantia de qualidade que atenda aos requisitos básicos exigidos pela legislação em vigor.
 Atenção deve ser dada à avaliação da real necessidade do produto saneante, evitando o uso indiscriminado desse produto em serviços de saúde. Quando necessária a utilização do produto saneante, deve-se levar em consideração a área em que será utilizado o determinado princípio ativo, infraestrutura e recursos humanos e materiais disponíveis, além do custo do produto no mercado.
5.1 Legislações e critérios de compra
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 1994), devem ser considerados para a
aquisição de produtos saneantes os seguintes itens:
 A natureza da superfície a ser limpa ou desinfetada e o seu comportamento
perante o produto.
 A possibilidade de corrosão da superfície a ser limpa.
 Tipo e grau de sujidade e a sua forma de eliminação.
 Tipo e contaminação e a sua forma de eliminação (microrganismos envolvidos
com ou sem matéria orgânica presente).
 Recursos disponíveis e métodos de limpeza adotados.
 Grau de toxicidade do produto.
 Método de limpeza e desinfecção, tipos de máquinas e acessórios existentes.
 Concentração de uso preconizado pelo fabricante.
 Segurança na manipulação e uso dos produtos.
 Princípio ou componente ativo.
 Tempode contato para a ação.
 Concentração necessária para a ação.
 Possibilidade de inativação perante matéria orgânica.
 Estabilidade frente às alterações de luz, umidade, temperatura de
armazenamento e matéria orgânica.
 Temperatura de uso.
 pH.
 Incompatibilidade com agentes que podem afetar a eficácia ou a estabilidade do
produto como: dureza da água, sabões, detergentes ou outros produtos saneantes.
 Prazo de validade para uso do produto.
Ainda, deve ser exigido do fornecedor a comprovação de que o produto está notificado ou registrado na Anvisa com as características básicas de aprovação e, se necessário, no caso de produtos com ação antimicrobiana, laudo de testes no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) ou demais laboratórios acreditados para essa análise, e finalmente, o laudo técnico do produto.
Principais produtos utilizados na limpeza de superfícies
 Sabões e detergentes
O sabão é um produto para lavagem e limpeza doméstica, formulado à base de sais alcalinos de ácidos graxos associados ou não a outros tensoativos.
 É o produto da reação natural por saponificação de um álcali (hidróxido de sódio ou potássio) e uma gordura vegetal ou animal.
O detergente é um produto destinado à limpeza de superfícies e tecidos através da
diminuição da tensão superficial (BRASIL, 2007). Os detergentes possuem efetivo
poder de limpeza, principalmente pela presença do surfactante na sua composição.
 O surfactante modifica as propriedades da água, diminuindo a tensão superficial acilitando a sua penetração nas superfícies, dispersando e emulsificando a sujidade.
O detergente tem a função de remover tanto sujeiras hidrossolúveis quanto aquelas não
solúveis em água.
Principais produtos utilizados na desinfecção de superfícies
 Álcool
 Desinfecção de médio nível. Técnica de fricção com 3 aplicações, tempo total
de 10 minutos. A validade da solução é de 1 semana após aberto o frasco.
Dispensa o uso de EPI.
Os alcoóis etílico e o isopropílico são os principais desinfetantes utilizados em serviços de saúde, podendo ser aplicado em superfícies ou artigos por meio de fricção.
 Características: bactericida, virucida, fungicida e tuberculocida. Não é esporicida. Fácil aplicação e ação imediata.
 Indicação: mobiliário em geral.
 Mecanismo de ação: desnaturação das proteínas que compõem a parede celular dos microrganismos.
 Desvantagens: inflamável, volátil, opacifica acrílico, resseca plásticos e
borrachas; ressecamento da pele.
 Concentração de uso: 60% a 90% em solução de água volume/volume.
 Compostos fenólicos
Os compostos fenólicos sintéticos compreendem o hidroxidifenileter, triclorodifenileter, cresóis, fenilfenol e outros. Estão em desuso, devido à toxicidade.
 Características: bactericida, virucida, micobactericida e fungicida. Não é
esporicida.Apresenta ação residual. Pode ser associado a detergentes.
 Indicação: superfícies fixas e mobiliários em geral.
 Mecanismo de ação: agem rompendo a parede das células e precipitando as
proteínas celulares. Em baixas concentrações inativam as enzimas, interferindo
no metabolismo da parede celular.
 Desvantagens: Com o uso repetido, pode causar despigmentação da pele e
hiperbilirrubinemia neonatal, não sendo recomendado seu uso em berçários. É
poluente ambiental. Proibido sua utilização em áreas de contato com alimentos
devido à toxicidade oral.
 Concentração de uso: usar conforme recomendação do fabricante.
 Compostos liberadores de cloro ativo
 Inorgânicos
Os compostos mais utilizados são hipocloritosde sódio, cálcio e de lítio.
 Características: bactericida, virucida, fungicida, tuberculicida e esporicida,
dependendo da concentração de uso. Apresentação líquida ou pó; amplo
espectro; ação rápida e baixo custo.
 Indicação: desinfecção de superfícies fixas.
 Mecanismo de ação: o exato mecanismo de ação ainda não está completamente elucidado.
 Desvantagens: instável (afetado pela luz solar, temperatura >25ºC e pH ácido).
Inativo em presença de matéria orgânica; corrosivo para metais; odor
desagradável, e pode causar irritabilidade nos olhos e mucosas.
 Concentração de uso: desinfecção 0,02% a 1,0%.
 Orgânicos
Os ácidos dicloroisocianúrico (DCCA) e tricloroisocianúrico (TCCA) são exemplos de compostos desse grupo.
 Características: bactericida, virucida, fungicida, tuberculicida e esporicida,
dependendo da concentração de uso. Apresentação em pó. Mais estável que o
cloro inorgânico.
 Indicação: descontaminação de superfícies.
 Mecanismo de ação: o exato mecanismo de ação ainda não está completamente elucidado.
 Concentração de uso: 1,9% a 6,0%, com tempo de ação conforme comprovado
pelo fabricante.
 Compostos quaternários de amônio
Alguns dos compostos mais utilizados são os cloretos de alquildimetilbenzilamônio
E cloretos de dialquildimetiamônio.
 Características: bactericida, virucida (somente contra vírus lipofílicos ou
envelopados) e fungicida. Não apresenta ação tuberculicida e virucida. É pouco
corrosivo e tem baixa toxicidade.
 Indicação: superfícies fixas, incluindo ambiente de nutrição e neonatologia
(sem a presença dos neonatos).
 Mecanismo de ação: inativação de enzimas produtoras de energia,
desnaturação de proteínas e quebra da membrana celular.
 Desvantagens: pode ser inativado em presença de matéria orgânica.
 Concentração: há várias formulações, de acordo com o fabricante.
 Monopersulfato de potássio
 Características: amplo espectro. É ativo na presença de matéria orgânica; não
corrosivo para metais.
 Indicação: desinfetante de superfícies.
 Desvantagens: reduz a contagem micobacteriana em 2 a 3 log10, somente após
50 minutos de exposição em concentração de 3%.
 Concentração: 1%. A cor do produto diminui à medida que diminui a
concentração (BASSO, 2004).
 Oxidantes
 Ácido peracético
Germicida classificado como esterilizante. Tem descrito entre as suas vantagens:
a menor agressão ao meio ambiente por conta da sua decomposição em água,
ácido acético, oxigênio e peróxido de hidrogênio; sua ação em presença de
matéria orgânica mesmo em baixas temperaturas Apresenta como desvantagem
a possibilidade de corrosão de alguns metais (cobre, bronze, aço carbono e ferro
galvanizado) que pode ser reduzida com a utilização de anti-corrosivos que
alterem o seu pH. Os produtos disponíveis no mercado realizam desinfecção de
alto nível em aproximadamente 15 minutos e esterilização em 30 minutos
Tem menor toxicidade para o profissional que o manipula não dispensando, contudo, a necessidade do uso de EPI (máscara cirúrgica, óculos de proteção ou protetor facial, avental impermeável, luvas de borracha de cano longo, sapato fechado impermeável).
Risco de lesão grave em região ocular em caso de exposição ocupacional ao produto.
Deve ser utilizada fita teste para monitorar a Concentração Mínima Eficaz (MEC) do produto.
 Características: é um desinfetante para superfícies fixas e age por desnaturação
das proteínas, alterando a permeabilidade da parede celular, oxidando as
ligações sulfidril e sulfúricas em proteínas e enzimas. Tem uma ação bastante
rápida sobre os microrganismos, inclusive sobre os esporos bacterianos em
baixas concentrações de 0,001 a 0,2%. É efetivo em presença de matéria
orgânica. Apresenta baixa toxicidade.
 Indicação: desinfetante para superfícies.
 Desvantagens: é instável principalmente quando diluído, corrosivo para metais
(cobre, latão, bronze, ferro galvanizado) e sua atividade é reduzida pela
modificação do pH. Causa irritação para os olhos e para o trato respiratório.
 Concentração: como desinfetante para superfícies é utilizado em uma
concentração de 0,5%. O tempo de contato será aquele indicado no rótulo.
Nota: Pode ser utilizado em associação com o peróxido de hidrogênio
Esterilização
“é o processo capaz de destruir todas as formas de microrganismos, até
mesmo as esporuladas” (SCHAPANSKI, 1996). Pode-se utilizar o método químico
(gasoso ou líquido) ou o físico (calorúmido, calor seco, radiação), sendo indicados para
artigos críticos. Critérios para definir o processo de esterilização:
 Tempo necessário para destruir todos os esporos a uma temperatura específica.
 Tempo necessário para reduzir a carga microbiana em 90% ou eliminar ³ 106
UFC de esporos.
 Tempo em minutos necessário para destruir todos os esporos em suspensão,
quando uma temperatura de 121°C.
Desinfecção
“é o processo físico ou químico capaz de destruir todos os microrganismos em sua
forma vegetativa” (SCHAPANSHI, 1996).
 Desinfecção de alto nível – refere-se àquela na qual é utilizado um germicida
desinfetante com poder de destruir bacilos da tuberculose, bactérias vegetativas,
fungos e todos os vírus, com exceção de esporos. Imersão completa do artigo em
Glutaraldeído 2%, usando um recipiente de vidro ou plástico opaco, tampado.
Tempo de permanência entre 30 a 60 minutos. Não esquecer do enxágüe
abundante, capaz de remover toda substância desinfetante. Indicado para itens
semicríticos como lâmina de laringoscópio, equipamento de terapia respiratória,
anestesia e endoscópio de fibra ótica flexível. O ácido peracético a 0,2% como o
peróxido de hidrogênio a 7,3% tem sido utilizado com este fim(ver abaixo
comparabilidade entre este produto e o glutaraldeído).
 Desinfecção de nível médio – refere-se àquela capaz de destruir vírus, ser
bactericida para as formas vegetativas, inclusive contra o bacilo da tuberculose.
Entretanto, não tem poder de destruição de esporos. Fricção de Álcool 70%,
fazendo-se 3 aplicações, com tempo total de aplicação de 10 minutos, secagem por
evaporação. Pode-se utilizar ainda o Hipoclorito a 1% por 30 minutos para desinfecção
de artigos. Indicada para artigos não críticos (contato com pele íntegra) e para a
desinfecção de superfícies.
 Desinfecção de baixo nível – é capaz de eliminar somente as bactérias na
forma vegetativa, alguns fungos e alguns vírus. Compostos com quaternário de
amónia são exemplos de desinfetantes de baixo nível, indicado para a
desinfecção de superfícies. Para desinfecção, além do processo químico líquido,
pode-se utilizar o método físico (pasteurização, máquinas termodesinfetadoras).
Algumas Orientações para o uso dos desifetantes:
 Hipoclorito
 Hipoclorito 1% - desinfecção de médio nível, usando recipiente de vidro ou
plástico opaco tampado para imersão dos artigos. Tempo mínimo necessário de
exposição do artigo é de 30 minutos. Validade máxima da solução em uso é de
24 horas,entretanto orientamos obedecer a troca a cada 12 horas. Requer
enxágüe abundante.Para manipulação desta solução o EPI necessário é luva de
procedimento.
 Desinfecção de superfícies – 10.000 ppm ou 1% de cloro ativo – 10 minutos de
contato. No uso do hipoclorito a 1% para desinfecção de superfícies é
necessária a fricção.
 Desinfecção de lactários – 200 ppm ou 0,02% de cloro ativo – 60 minutos. Em
caso de uso do hipoclorito a 0,02% deve-se aumentar o tempo de imersão para
60 minutos, dispensando o enxágüe.
 Desinfecção de artigos de inaloterapia e oxigenoterapia não metálicos –
200ppm ou 0,02% de cloro ativo – 60 minutos dispensando o enxágüe.
 Glutaraldeídeo
 No que diz respeito ao uso do Glutaraldeído o manual ressalta que o mesmo é
indicado para a esterilização de artigos termossensíveis com tempo de
exposição entre 8 e 10 horas. Alerta, entretanto, para que seja observada a
qualidade do processo, tendo em vista a eficácia do germicida já que o mesmo
possui tempo de validade pós-diluição determinado pelo fabricante; pode sofrer
alterações quando em temperaturas superiores a 250 C e, ainda, quando
utilizado de maneira inadequada pode mostrar alteração da cor e presença de
depósitos, caracterizando uma inatividade do mesmo.
 Há no mercado produtocom fornecimento de fita teste para avaliar o poder de ação do germicida em uso.
 É toxico ao profissional, que para manipulá-lo deve utilizar EPI (respirador
com filtro químico, luvas de borracha de cano longo, avental plástico, óculos ou
protetor de face de acrílico e sapato fechado impermeável) e estar em um local
ventilado.
 O glutaraldeído pode ser inativado pela adição de Bissulfito de Na a 2%, antes
do descarte em esgoto.
 SENDO PROIBIDO A UTILIZAÇÃO DESSE GERMICIDA.
 Ortophtaldeído (0,55%)
Germicida registrado como desinfetante de alto nível para artigos semi-críticos. Tem odor suave, não requer ativação, seu pH gira em torno de 7,2 – 7,8. Pronto uso dispensando ativação. Tem a capacidade de evidenciar a presença de matéria orgânica nos materiais a ele submetidos.
 Exige o uso de EPI (máscara cirúrgica, óculos de proteção ou protetor facial, avental impermeável + avental de manga longa, luvas de borracha de cano longo, sapato fechado impermeável). Deve-se ter atenção ao se manipular o produto, pois o mesmo em contato com a pele e tecidos ocasiona manchas.
O contato direto com a solução pode causar irritação da pele e dos olhos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente, o controle de infecção hospitalar tem chamado a atenção dos diversos profissionais de saúde. No entanto, uma das principais unidades de controle, a CME, não tem recebido a devida atenção.
Muitas vezes a CME não dispõe de condições de trabalho adequadas, como ventilação, equipamentos de proteção individual, comprometendo o rendimento e qualidade do serviço e ainda afetando todo o funcionamento hospitalar.
Portanto, todo e qualquer hospital deve investir na qualidade da CME e assim mantê-la dentro dos padrões determinados pela última Portaria da ANVISA, oferecendo a todos os usuários e força de trabalho a devida segurança
 Não érecomendado o seu uso em materiais urológicos a serem utilizados em pacientes comhistórico de câncer de bexiga devido ao risco de choque anafilático.
REFERÊNCIAS
Goldmann DA; Huskins WC; Control of nosocomial antimicrobial-resistant bactéria. Fiocruz. Brasil acesso em 13/04/09 disponivel em http://www.bibiff.cict.fiocruz.br/infosaude/refs03199704.htm
Hospitalar. Processamento de artigos e superfícies em estabelecimento de saúde. ed. Brasilia, 1994
MOURA, Maria Lúcia Pimentel. Gerenciamento da Central de Material e Esterilização Para Enfermeiros. São Paulo, 1996.
PEREIRA, Maria de Lourdes Cunha. Manual da Central de Material e Esterilização. Brasília, 1992.
AUGUSTO, Clarine; PEREIRA, Kalynne et al. Considerações Sobre a Central de Material e Esterilização. Mossoró, 2002.
MBALAGENS PARA ESTERILIZAÇÃO:SUAS APLICAÇÕES E RECOMENDAÇÕES NA PRÁTICA HOSPITALAR
Andrea Soares de souza, Denise de Assis Corrêa Sória, Juliana de Oliveira Araújo, Milene Teixeira da Silva, Natália da Conceição Andrade

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