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A Epistemologia Genética de Jean Piaget Texto Base: A teoria de Piaget , (1975). p.71-92. A Epistemologia Genética de Jean Piaget Jean Piaget (1896 – 1980) , biólogo e psicólogo suíço, tem como foco de estudos o sujeito epistêmico. Desde os 11 anos de idade apresenta interesse pela observação do comportamento animal. O interesse pela gênese do conhecimento surge da observação naturalista de seus três filhos. Influências Teóricas Biologia – Adaptação; Filosofia – Debate epistemológico; Neurologia – O cérebro como base biológica da estrutura psicológica; Psicologia – Estudos anteriores sobre inteligência, aprendizagem e outros construtos cognitivos até o método clínico. A relação Sujeito-objeto. O conhecimento não está nos objetos, nem nos sujeitos, mas na interação entre ambos. Inicialmente não há diferenciação entre sujeito e objeto. O problema do conhecimento: Compreender como o sujeito torna-se progressivamente capaz de conhecer os objetos adequadamente (conhecimento objetivo) A relação Sujeito-objeto. A compreensão da permanência e mobilidade do objeto possibilita a criança diferenciar-se do meio. A evolução do conhecimento do objeto depende da interação, porém também de maturação do organismo. Esquemas e Estrutura Cognitiva “Todo ato de conhecer é um ato de interpretar e de representar” (JEAN PIAGET). Conhecer um objeto = analisar + extrair propriedade + representá-lo no pensamento. O esquema é uma representação mental do objeto, que passa a constituir e integrar a estrutura cognitiva. (Pode ser reflexo ou mental) Um esquema para gato: Adaptação Assimilação e acomodação: Assimilação: o individuo incorpora as situações (objetos) novas à esquemas já existentes. Acomodação: Situações (objetos) novas geram a necessidade de construção de novos esquemas. A relação entre assimilação e acomodação apresenta-se no processo de adaptação: Equilibração/Conflito Cognitivo Equilíbrio cognitivo: quando possuímos os esquemas necessários para dar conta das situações. Conflito Cognitivo: quando não encontramos esquemas prontos para as novas situações o equilíbrio se rompe. Equilibração: processo de equilíbrio – conflito cognitivo – desequilíbrio – assimilação/ acomodação / reequilíbrio... Componente do Desenvolvimento Cognitivo Conteúdo: (Sensório-motor ou conceitual); Função: As características da atividade intelectual (Assimilação e Acomodação) Estrutura: Refere-se as propriedade organizacionais mais inferidas (esquemas) que explicam a ocorrência de determinados comportamento. Ação e Conhecimento O conhecimento físico: Descoberta O conhecimento lógico-matemático: Invenção O conhecimento Social A teoria dos estádios Os estádios do desenvolvimento cognitivo obedecem duas regras primordiais: Os estádios são definidos de modo a garantir uma ordem constante de sucessões; A definição permite progressiva construção sem implicar a total pré-formação. O que é a inteligência? Inteligência deve ser compreendida como função e como estrutura. A função da inteligência é a adaptação. Existe uma determinada estrutura intelectual (cognitiva) que nos permite representar o mundo em nosso pensamento e atuar sobre ele dialeticamente. Períodos do Desenvolvimento: Sensório-Motor (0 a 2 anos): Predomínio da inteligência prática (sensório-motora), compreendendo percepções e movimentos. O desenvolvimento físico aparece como suporte para o desenvolvimento de novas habilidades. A noção de permanência do objeto irá colaborar para a compreensão da diferenciação entre “eu e o mundo”. Períodos do Desenvolvimento: Sensório-Motor Afetivamente, ocorre uma melhora na expressão das emoções; Imitação das regras; Fala imitativa. Períodos do Desenvolvimento: Pré-operatório (2 aos 7 anos) Aparecimento da linguagem; A linguagem permite a exteriorização da vida interior e a possibilidade de antecipação das ações; No início do período há o predomínio dos desejos e fantasias (jogo simbólico); No final do período busca a razão causal finalista de tudo – pensamento mais adaptado ao outro e ao real. Períodos do Desenvolvimento: Operações Concretas (7 aos 11 anos): Consegue estabelecer corretamente a correlação entre causa e efeito, entre meio e fim; Habilidade para sequenciar ideias ou eventos; Trabalhar com ideias sob dois pontos de vista, simultaneamente; Formar o conceito de número; Períodos do Desenvolvimento: Operações Concretas Progressivamente, consegue compreender a noção de conservação da substância do objeto (comprimento e quantidade), conservação de peso e volume; Ainda predomina a necessidade de manipulação ou de referencias concretas; Autonomia crescente em relação ao adulto o que permite contestar suas opiniões; Interesse por atividades em grupo e início da busca por pares. Períodos do Desenvolvimento: Operações Formais (11 anos em diante) Passagem do pensamento concreto para o formal (abstrato); Consegue lidar com conceitos abstratos como liberdade e justiça; A livre reflexão permite a contestação do social baseados em suas regras próprias; Períodos do Desenvolvimento: Operações Formais A intensidade de suas contestações pode levá-lo ao isolamento, foco na contestação social. Objetos de interesse são diversos e mutáveis. Maior estabilidade é encontrada com o advento da idade adulta. As relações entre desenvolvimento e aprendizagem A aprendizagem consiste em criar e não em mera reprodução; As estruturas lógicas devem ser aprendidas das mais elementares para as mais complexas; Tentativas de ensino que buscam pular a hierarquia de complexidade não apresentaram sucesso. As relações entre desenvolvimento e aprendizagem O ensino prematuro de determinados constructos teóricos impede a criança de inventar, interagir, compreender completamente determinado conceito. Ao professor cabe construir situações experimentais para que o aluno possa criar. A aprendizagem está subordinada aos níveis de desenvolvimento do sujeito; Implicações da Teoria de Piaget para o Processo de Aprendizagem A aprendizagem é um processo ativo e interativo; A aprendizagem é uma construção; Compreender o processo da aprendizagem é tão importante quanto compreender seu produto; Implicações da Teoria de Piaget para o Processo de Aprendizagem 4) O aluno constrói o conhecimento a partir de sucessivos desequilíbrios e reequilibrações: o papel do erro na aprendizagem; O papel do professor é promover interações e conflitos cognitivos; O problema proposto para o aluno é o ponto de partida para a aprendizagem e a sistematização é o ponto de chegada.
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