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SAE na promoção do conforto ao paciente hospitalizado Os cuidados de enfermagem na mobilidade e locomoção de pacientes com distúrbios locomotores, a posição de conforto ao paciente hospitalizado, as medidas de contenção no leito, a mudança de decúbito e a escala de Braden. Profª. Joseane Rodrigues de Oliveira Profª. Natalia da Palma Sobrinho 1. Itens iniciais Propósito Conhecer a Sistematização da Assistência de Enfermagem na promoção de medidas de conforto ao paciente hospitalizado é fundamental para proporcionar um cuidado pautado nos conhecimentos técnicos científicos e minimizar as complicações oriundas de uma internação prolongada. Objetivos Identificar o cuidado de enfermagem na mobilidade e locomoção de pacientes com distúrbios locomotores. Reconhecer a posição de conforto. Analisar a mudança de decúbito e a aplicação de escala de Braden. Identificar as medidas de contenção no leito. Introdução O cuidado desenvolvido na prática cotidiana por profissionais de saúde já deixou de ser um cuidado prestado passivamente. Ao contrário, cada vez mais se suscita a participação, colaboração e se sente a intervenção do público externo (familiares, cuidadores, rede de apoio) do paciente na prestação do cuidado. Em um paciente com restrição de movimentos, essa condição é um imperativo. O atendimento dessa clientela pressupõe um alto nível de envolvimento da rede de apoio para que o paciente possa desempenhar suas atividades, obtendo adequações de sua rotina. Cabe ao enfermeiro, em sua vertente de educador, realizar diagnóstico situacional referente às medidas necessárias para pontuar, intervir e sugestionar atuações que possam, da melhor maneira possível, atender aos objetivos de assistência e prestação de conforto a esse indivíduo. Instrumentos como escalas e escores são aliados na documentação, na qualidade e na uniformidade de relato do profissional. Considerando a importância do conhecimento, é necessário o aprofundamento de cada item para a correta aplicação dessas ferramentas. Por isso, neste conteúdo, entenderemos a importância do ambiente como fator de influência na melhoria da assistência em saúde. Veremos, também, como a enfermagem identifica elementos que interferem no conforto. Por fim, identificaremos modos de aplicar medidas de promoção de conforto ao indivíduo hospitalizado. • • • • 1. Pacientes com distúrbios locomotores Sistema locomotor e distúrbios O sistema locomotor é formado por ossos, articulações, músculos, tendões e ligamentos, que juntos conferem a nós sustentação do corpo e postura corporal, suportam tecidos circunjacentes, protegem órgãos vitais (por exemplo, coração, cérebro e pulmões), possibilitam a manutenção da temperatura corporal e, ainda, auxiliam no movimento do corpo, na produção de células sanguíneas (medula óssea) e no armazenamento de sais minerais. Sistema locomotor. O funcionamento adequado do sistema locomotor é interdependente e é fundamental para a qualidade de vida do indivíduo, contudo, os problemas nesse sistema são comuns, podendo ocorrer em qualquer grupo etário. Tais distúrbios, em geral, não promovem diretamente risco à vida, mas carregam consigo efeito sobre a qualidade de vida da pessoa acometida e sua produtividade social. Exame físico em pacientes com distúrbios locomotores Dessa maneira, cabe à enfermagem a realização de um exame físico adequado mediante técnicas de inspeção e palpação visando identificar distúrbios ósseos, musculares e articulares. O foco do enfermeiro, nesse momento da assistência, é perceber a capacidade funcional do indivíduo para executar ou não as atividades cotidianas. Com isso, observaremos a seguir os principais pontos de avaliação funcional que devem ser realizados pelo enfermeiro: Avaliação da postura Por meio da inspeção da postura do indivíduo, é possível observar alterações da coluna vertebral. O examinador deve ficar atento à simetria do tronco e às diferenças na altura dos ombros ou crista ilíaca. Alterações nesses pontos são sugestivos de distúrbios da coluna vertebral como cifose, lordose e escoliose. Avaliação da marcha O examinador deve observar a forma de caminhada do indivíduo, atento ao ritmo e ao movimento realizado. Nessa avaliação, podemos observar claudicação por sequela motora ou neurológica ou problemas articulares que impossibilitam o movimento completo e regular. Avaliação da integridade óssea A integridade óssea é avaliada mediante observação da simetria e do alinhamento do corpo. Deformidades ou alterações são sugestivas de tumores ósseos, desgaste articular e até mesmo fraturas. Avaliação da função articular O sistema articular deve ser observado pelo examinador por meio da inspeção e da palpação com foco na amplitude do movimento, deformidade e estabilidade. Deformidades nesse sistema são sugestivas de patologia articular (ex.: artrose), deformidade esquelética, contratura muscular e até mesmo acúmulo de líquido na cápsula articular. Avaliação muscular O sistema muscular deve ser avaliado com base principalmente na força e na coordenação de movimentos. Por intermédio desses critérios, é possível avaliar a capacidade do indivíduo de executar movimentos e mudar de posição, bem como analisar sua força muscular. Deformidades no grupo muscular são indicativos de polineuropatias, distúrbios de hidroeletrolíticos que inferem na contração muscular, miastenia, entre outros. Avaliação da pele Para uma adequada avaliação da pele, o examinador deve fazer uso da inspeção e da palpação em busca de achados como edema, alteração de temperatura e coloração. A temperatura aumentada em uma região pode indicar infecção; em caso de temperatura mais fria, alterações circulatórias. Avaliação do estado neuromuscular O examinador deve ficar alerta para a avaliação neuromuscular principalmente em casos de indivíduos que sofrem fraturas, pois há alto risco de ocorrência da síndrome compartimental que, quando não identificada precocemente, pode levar à perda do membro afetado. São sinais de alerta: alteração de circulação (pálida), alteração de movimento (fraco) e alteração de sensação (dor e/ou parestesia). Atenção A síndrome compartimental consiste na pressão aumentada do tecido dentro de um compartimento fascial apertado, o que resulta em isquemia do tecido. É importante ressaltar que, diante de um exame funcional alterado com base em sinais, sintomas ou afecção física, cabe ao enfermeiro registrar detalhadamente em prontuário a disfunção, comunicar a informação ao médico e assim decidir a conduta e/ou intervenção mais segura ao paciente. Dentre as possíveis situações observadas no cotidiano da prática, podemos citar, por exemplo, os casos de trauma da coluna vertebral cervical, em que o indivíduo faz uso do colar cervical e este não deve ser retirado até a exclusão de trauma raquimedular pelo médico por meio de radiografia. Há também os casos de trauma pélvico que podem atingir órgãos abdominais e impactar, por exemplo, o funcionamento do sistema geniturinário, ocasionando sangramento através do meato urinário. Portanto, a ocorrência de distúrbios locomotores provoca alterações na vida do indivíduo. A incapacidade funcional advinda da sequela de distúrbios do campo esquelético, muscular e/ou articular afeta diretamente a independência, a autonomia e a qualidade de vida. Smeltzer e Bare (2014) definem que a pessoa que apresenta incapacidade possui uma limitação no desempenho ou na atuação das atividades cotidianas. Confira mais alguns detalhes a seguir: O enfermeiro tem papel crucial na sinalização e organização desse processo. Os estudos e trabalhos desenvolvidos pela precursora da enfermagem moderna Florence Nightingale (1820–1910) fundamentaram o cuidado de enfermagem baseado em evidências científicas, por meio de medidas focadas nas condições do ar, luz, limpeza e nutrição, pela elaboração e implantação de métodos organizados de trabalho. Esses métodos e conhecimentos devem ser aplicados e aprimorados diariamente no cotidiano clínico da assistênciade enfermagem. Entenda melhor sobre esse assunto a seguir: Adoecimento O processo de adoecimento é uma condição que, por si só, gera desgaste, estresse, medos e angústia primeiramente ao indivíduo acometido, mas também à sua rede social (familiares, amigos, unidades sociais pertencentes ao grupo laboral e religioso). Equilíbrio A enfermagem tem como premissa o estabelecimento de medidas geradoras de conforto ao paciente, além da identificação de fatores que perturbem o equilíbrio na execução de uma assistência segura. Melhorias O enfermeiro deve possuir olhar atento aos parâmetros que possam sofrer algum tipo de interferência na qualidade da assistência, de modo a buscar estratégias e prover condições de melhorias para a prestação dos serviços de atendimento direto ou indireto ao paciente e sua rede de apoio de maneira segura. Incapacidade grave É considerado incapacidade grave quando a pessoa não consegue realizar uma ou mais atividades, e precisa de dispositivos para locomoção (prótese ou órtese) ou da ajuda de terceiros. Na ocorrência de incapacidade grave, é necessária a intervenção do Estado por meio do fornecimento de benefício. A incapacidade pode ocorrer em qualquer faixa etária, atingindo qualquer sistema orgânico, gerando também níveis distintos de dependência. Distúrbios locomotores Acolher o paciente com distúrbios locomotores que necessite de assistência hospitalar de modo a minimizar riscos relacionados à assistência de saúde, bem como proporcionar conforto e ambiente acolhedor com redução de fatores que gerem estresse (odores, higiene precária, ausência de insumos, desinformação/ informações desencontradas) são parâmetros que interferem beneficamente no processo de recuperação de saúde. Assistência de enfermagem e medidas de conforto em pacientes com distúrbios locomotores No universo da assistência de enfermagem, medidas geradoras de conforto são um resultado esperado do cuidado realizado, principalmente no tocante a pacientes com distúrbios locomotores. Por isso, é imprescindível ao enfermeiro compreender a dimensão da palavra conforto e sua aplicabilidade na prática de cuidados. O termo conforto está relacionado ao atendimento das necessidades humanas básicas de forma a proporcionar diminuição da carga emocional de uma experiência dolorosa e isso varia de pessoa para pessoa. Atenção Podemos pensar nos cuidados de enfermagem em pacientes com distúrbios locomotores conforme a teoria do conforto de Katherine Kolcaba (2003), que caracteriza o conforto como uma experiência imediata, relacionada à sensação de alívio e tranquilidade, considerando os eixos: físico, psicoespiritual, sociocultural e ambiental. Acerca da assistência de enfermagem nesse contexto, pautada em cuidados que geram conforto, podemos pensar em intervenções na prática clínica para cada eixo proposto por Kolcaba. Vamos lá? Teoria do conforto Cuidado de enfermagem Físico Controle da dor Vias aéreas pérvias Higiene Posicionamento do paciente Cuidados com a pele para prevenção de lesão por pressão Psicoespiritual Apoio espiritual Redução da ansiedade Diálogo com confiança Ambiental Iluminação e organização Limpeza adequada Temperatura ambiente agradável Controle de ruídos Aromaterapia (Práticas Integrativas e Complementares do SUS - PICs) Teoria do conforto Cuidado de enfermagem Sociocultural Interação com a rede de apoio Atendimento harmonioso Participação em grupos de apoio Atividades lúdicas Estímulo ao autocuidado Quadro. Assistência de enfermagem para o conforto do paciente. Joseane Oliveira e Natalia da Palma Sobrinho Saiba mais Por vezes, construímos a imagem de que a causa da incapacidade funcional nos indivíduos portadores de alterações locomotores está relacionada unicamente às patologias e ao processo de envelhecimento, entretanto, no Brasil, as pesquisas apontam para um outro motivo relacionado às incapacidades, os acidentes de trânsito.Segundo a Rede Sarah (2021), os acidentes de trânsito foram a primeira causa externa de internação, com 47,7% dos casos. As agressões — incluindo arma de fogo, arma branca e agressão física — constituem a segunda causa externa de internação, 22,6% dos casos. Aparecem, ainda, como causas externas nessa pesquisa, as quedas (15,5%), os acidentes com mergulho (4,5%), os impactos por objetos pesados (2,7%), entre outras (7,0%). O perfil dos acidentados também é descrito neste estudo: 57% oriundos de acidentes de motocicletas, os pacientes investigados eram, em sua maioria, adultos jovens, homens (74,8%), solteiros (65,5%) e residentes em área urbana (75,4%). Na faixa etária de 20 a 29 anos, observou-se a proporção de 4 homens para cada mulher. Pontuando de modo direcional sobre a condição dos pacientes com limitação de mobilidade em razão de distúrbios locomotores, o enfermeiro torna-se imprescindível no planejamento de plano de cuidados, no estabelecimento de metas e adequação, no dimensionamento de profissionais para execução dos cuidados, bem como na identificação de possível dependência ou limitação dos pacientes. Exemplo Considere um paciente paraplégico. A logística quanto à necessidade de locomoção, transferência do leito para cadeira e vice-versa; realização das necessidades fisiológicas é espontânea ou necessita de estímulos? O indivíduo tem condições de realizar o autocuidado? Ao enfermeiro cabe também o desafio de identificar possíveis barreiras na prestação desse cuidado. Barreiras estruturais são facilmente identificadas e primariamente pontuadas, mas não são as únicas. Para um paciente com limitação de locomoção, escadas podem ser um obstáculo a ser transposto. A localização geográfica ou espacial da residência é um outro exemplo. O indivíduo possui veículo particular ou necessita de transporte público? São alguns pontos que merecem reflexão e abordagem diferenciada pensando na autonomia máxima e na qualidade de vida do indivíduo. Com vistas ao processo de enfermagem para pacientes com distúrbios locomotores e à elaboração do plano de cuidados, os seguintes diagnósticos de enfermagem devem ser considerados: mobilidade física prejudicada; intolerância a atividade; risco para lesão; risco para síndrome de desuso; deambulação prejudicada; mobilidade em leito prejudicada. Atenção Outro ponto importante: é imprescindível auxiliar esse indivíduo a se reinserir no meio social e laboral, de modo a não desenvolver outras condições como distúrbios psicológicos e/ou psiquiátricos, lesões por pressão ou acometimentos oportunistas como infecções no trato urinário. A equipe de enfermagem deve estar devidamente preparada para atuar na assistência clínica quando se depara com a condição de atenção ao paciente com limitação de movimentos. Entenda melhor a seguir: Mobilidade e locomoção de pacientes: assistência de enfermagem Conheceça agora um pouco mais sobre a relevância do entendimento dos distúrbios locomotores e dos cuidados de enfermagem direcionados para esse público. Assim, você se aproximará de experiências do cenário de atendimento. Vamos lá! Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. • • • • • • Plano de cuidado Um plano de cuidado conciso deve abranger, ainda durante a hospitalização, orientação e treinamento do paciente e de sua rede de apoio para as condições de limitação física no que tange à locomoção, movimentação no leito, prevenção de lesão por pressão e aos cuidados com a pele em geral, alterações vesicointestinais, sexualidade e assuntos de necessidade do paciente e da família que possam impactar o seu retorno social. Atenção às necessidades É preciso entender que o indivíduo que apresenta distúrbios do sistema locomotor necessita de atenção à sua demanda para conseguir desempenhar atividades sob a perspectiva de uma nova realidade. Cabe ao enfermeiro e à equipe ter escuta e olhar atento para auxiliaro paciente no processo, instrumentalizando estratégias cotidianas de modo a facilitar e proporcionar escolhas que se adequem e, consequentemente, promover qualidade de vida. Exame físico em pacientes com distúrbios locomotores Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Teoria do conforto/Cuidado de enfermagem Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Verificando o aprendizado Questão 1 Paciente adulto jovem, vítima de colisão lateral entre motocicleta e ônibus, deu entrada no serviço de emergência de um grande centro urbano. Apresenta múltiplas escoriações, fratura exposta em membro inferior direito. Adentra ao centro cirúrgico, onde o membro sofre correção da fratura. Já instalado na unidade de internação, a enfermeira do setor traça plano de cuidados para o paciente e orienta equipe. Utilize V para alternativas verdadeiras e F para alternativas falsas e ao final marque a sequência correta: ( ) Orientado quanto à mudança de decúbito para evitar surgimento de lesão por pressão. ( ) Paciente refere estar nauseado por conta dos remédios e por isso não se alimenta bem. Isso não é relevante, pois o paciente é jovem e possui reserva orgânica preservada. ( ) Imobilização do membro não interfere nas eliminações vesicointestinais do paciente. ( ) O cisalhamento, a fricção e o contato com urina e fezes são fatores que interferem no contato da pele, facilitando surgimento de lesão por pressão. ( ) Imobilidade no leito por alteração osteomuscular é uma condição que, se não observada com atenção, pode gerar consequências graves como tromboses, baixa perfusão, redução de turgor e funcionalidade do membro. A V-F-V-V-V B F-V-V-V-V C V-V-V-F-F D V-F-F-V-V E F-F-F-V-V A alternativa D está correta. O paciente refere estar nauseado por conta dos remédios e por isso não se alimenta bem. Essa queixa é relevante tendo em vista que o aporte proteico diminuído é um facilitador para surgimento de lesão por pressão independentemente da idade, ainda que os idosos já possuam um agravamento orgânico pelo avançar da idade e por outras condições como comorbidades e uso de medicamentos. A imobilização do membro interfere nas eliminações vesico intestinais do paciente, uma vez que, por vezes, ele fica impossibilitado de sair do leito, com restrição a deambulação, o que auxilia no trânsito intestinal diminuído. Além disso, o desconforto de ter que realizar as eliminações intestinais no leito com uso de fraldas, comadres ou patinhos gera constrangimentos. Questão 2 São diagnósticos de enfermagem relacionados à mobilidade prejudicada A mobilidade física prejudicada, intolerância à atividade, risco para lesão, risco para síndrome de desuso, deambulação prejudicada e mobilidade em leito prejudicada. B imobilidade física presente, intolerância à atividade, risco para lesão, risco para síndrome de desuso, deambulação prejudicada e imobilidade em leito prejudicada. C mobilidade física prejudicada, intolerância à atividade, risco para lesão, risco para síndrome de uso, deambulação prejudicada e mobilidade em leito prejudicada. D mobilidade física prejudicada, intolerância à lactose, risco para lesão, risco para síndrome de uso, deambulação prejudicada, mobilidade em leito prejudicada. E mobilidade física prejudicada, intolerância a atividade, risco para lesão, risco para síndrome de uso, deambulação auxiliada e mobilidade em leito prejudicada. A alternativa A está correta. Imobilidade física, imobilidade em leito prejudicada e risco para síndrome de uso não são catalogados como diagnóstico. Intolerância à lactose não tem relação com caso. Deambulação auxiliada também não está presente na taxonomia de NANDA. 2. Posição de conforto Posições e suas finalidades Fisioterapia. O paciente busca atendimento nos serviços de saúde para se submeter a procedimentos com fins diagnósticos ou de tratamento e, para cada um desses momentos de cuidado, a enfermagem deve ter clareza quanto à melhor posição a ser aplicada e ter conhecimento técnico acerca do modo correto de posicionar o paciente para realização desses procedimentos, a fim de evitar lesão transitória ou até mesmo permanente. Portanto, é primordial que o enfermeiro conheça as posições e suas finalidades. Nesse sentido, vamos apresentar a seguir diferentes posições e suas técnicas, que poderão ser aplicadas para proporcionar conforto em exame físico, procedimentos diagnósticos, tratamentos e cirurgias. Decúbio dorsal ou posição supina Posição em que o paciente está com região dorsal do corpo em contato direto com a superfície da cama e a cabeça está alinhada com coluna vertebral, sem alteração na inclinação, podendo ou não utilizar travesseiros. São aplicados rolos/coxins em calcâneos para evitar atrito da região com leito. Decúbito lateral A cabeça deve estar alinhada à coluna vertebral. Um dos ombros e uma lateral do quadril está em contato direto com o colchão, deixando, assim, a coluna livre de contato com a superfície. Pode ser para o lado direito ou esquerdo. É fundamental uso de coxins e travesseiros para manter conforto do paciente e assegurar a proteção de proeminências ósseas. Decúbito ventral ou posição prona Conduta frequentemente adotada nos pacientes acometidos pela covid-19, tanto em unidade de terapia intensiva (prona passiva) como em enfermarias, onde o próprio paciente realiza o posicionamento (prona ativa). Nessa posição, o paciente fica com a região ventral em contato com o colchão diretamente, sem alteração da angulação do leito. É utilizada para descompressão e reexpansão alveolar dos segmentos dorsais, atingidos pela atelectasia. Favorece o deslocamento da região cardíaca para posição ventral, onde se espera melhora expressiva no volume para ventilação. Posição de Fowler Posição na qual o paciente se encontra de modo dorsal (costas no colchão) e a cabeceira da cama é elevada, deixando-o em posição semelhante à sentada. A angulação deve ser de 45° a 90°, com ligeira flexão de joelhos. Em muitas situações, é necessária a alteração na angulação das pernas, proporcionando conforto e evitando que paciente escorregue na cama. Posição de semi-Fowler Semelhante à Fowler, nesta posição a inclinação fica em torno de 30°, fazendo com que o paciente fique semissentado. Posição de Sims Nesta posição, o paciente deverá ser colocado em decúbito lateral esquerdo com as duas pernas flexionadas. Acerca dos membros superiores, o membro em contato direto com leito fica estendido; já o oposto, flexionado. Indicada como posição para realização de exame/ cirurgias retais. Posição de litotomia ou ginecológica Posição realizada no próprio leito ou em mesa ginecológica, realizada por meio da flexão das pernas contra a coxa, fletindo os membros inferiores ao máximo e mantendo os joelhos afastados, para permitir a visualização da genitália da paciente. Geralmente, essa posição é utilizada para fins de exames ginecológicos, exame de reto e parto. Posição de Trendelenburg Em decúbito dorsal, o paciente realiza o declínio da cabeça e do tronco e a elevação dos membros inferiores em um ângulo entre 30° e 45°. Esse posicionamento favorece a drenagem de secreção pulmonar e, por força da gravidade, proporciona a eliminação de secreção brônquica espontaneamente, implicando melhora da condição clínica respiratória do indivíduo. Posição de Trendelenburg reverso Inversa à posição de Trendelenburg, nesta posição, a cabeça e o tronco do paciente ficam inclinados em um ângulo entre 30° e 45° acima dos membros inferiores. Geralmente é aplicada em cirurgias abdominais, pois mantém as alças intestinais em melhor posicionamento e favorece também a diminuição da pressão sanguínea cerebral. É possível perceber, desse modo, que a utilização das posições atende à execução de exames ou condições cirúrgicas, mas também atende ao cuidado de enfermagem no que tange às medidas de conforto, a depender das necessidades clínicas do paciente. Posições e sua aplicabilidade como medida de confortoQuando o paciente apresenta dificuldade e limitação quanto à sua mobilidade, alguns problemas podem surgir, como músculos enfraquecidos, contraturas articulares e deformidades. As atividades de cuidado e atenção a esse paciente serão desenvolvidas de modo coletivo e multidisciplinar, tendo em vista que, ao estimular a musculatura, o indivíduo possa sentir dor, perda de força muscular e limitação na execução das atividades propostas. Assim, faz-se necessária a atuação do profissional de fisioterapia para complementar o cuidado de enfermagem. Atenção O papel do serviço de fisioterapia nesse momento é realizar uma avaliação conjunta, com emprego de instrumentos para auxiliar o diagnóstico, e traçar um plano terapêutico que será atrelado às demais condutas elencadas pelos profissionais de enfermagem e pela equipe de saúde. Vale destacar a importância da participação da equipe multiprofissional nesse processo. Construindo uma reflexão acerca do atendimento clínico no cotidiano da prática de enfermagem, podemos pensar em caso clínico para melhor entendimento. Vamos lá? Teoria na prática Um paciente jovem, vítima de colisão frontal entre carros, sofreu lesão com esmagamento de membros inferiores e fratura de arcos costais com perfuração pulmonar à direita, sendo necessária amputação supra patelar de membro inferior esquerdo e instalação de dreno de tórax em selo d’água à direita. Após alguns dias na unidade de terapia intensiva, o paciente é transferido para leito de semi-intensiva. Ao realizar visita diária, a enfermeira observa que ele se encontra lúcido e orientado, com alguns momentos de desorientação alopsíquica (tempo e espaço). O paciente relata insistentemente à enfermeira que deseja sair do leito, a profissional acolhe o pedido e inicia as intervenções necessárias para realizar a possível mobilização de maneira segura. Prontamente, a enfermeira aciona os profissionais atuantes na equipe multiprofissional (fisioterapeuta e médico). De modo conjunto, são discutidos os pontos do caso do paciente. A fisioterapia opta por iniciar exercícios respiratórios e físicos em leito. Para a melhor resposta aos exercícios respiratórios, o ideal seria a retirada do dreno de tórax, mas clinicamente ainda não é possível. Por outro lado, o interesse do paciente em sair do leito gera sinal de alerta para a equipe de enfermagem, tendo em vista que o paciente apresenta momentos de desorientação e pode tentar sair do repouso, podendo ocasionar queda do leito. A enfermeira questiona quanto à participação de outros profissionais no atendimento ao paciente (psicologia e terapeuta ocupacional) para melhoria do estado de confusão, da percepção e do entendimento de perda do membro, com medidas de contenção caso necessário. Vamos refletir sobre esse caso clínico com base em diagnóstico e intervenções de enfermagem em pacientes com distúrbios locomotores? Cuidados de enfermagem. A seguir conheça o plano de cuidados de enfermagem que devem ser estabelecidos para o caso clínico: Diagnóstico de enfermagem : mobilidade física prejudicada. Intervenções de enfermagem - Estimular as atividades da vida diária em conjunto com a terapia de exercícios. - Auxiliar o paciente a realizar as atividades motoras que exijam uso dos dois lados do corpo. - Propor metas diárias dentro do plano de exercícios. - Incentivar a autonomia. Diagnóstico de enfermagem : risco para queda. Intervenções de enfermagem - Estimular posicionamento em cadeira de rodas para conforto. - Implementar medidas para controle da dor. - Estimular autocuidado. Diagnóstico de enfermagem : risco para lesão por pressão. Intervenções de enfermagem - Realizar higiene corporal e estimular a participação do paciente nesse cuidado. - Manter a hidratação da pele. - Realizar mudança de decúbito a cada 2 horas, alternando entre decúbito dorsal, lateral direito e lateral esquerdo. - Manter sempre que possível posição semi-Fowler (cabeceira a 30°). - Acolchoar proeminências ósseas. Quadro. Plano de cuidados de enfermagem. Joseane Oliveira e Natalia da Palma Sobrinho Compreende-se, portanto, que a literatura aponta posições e suas possibilidades de aplicação na prática assistencial, não somente no caso de exames e procedimentos cirúrgicos, mas também no cuidado diário de enfermagem, conforme o paciente suscitar como medidas de conforto. Comentário A participação da rede de apoio desse paciente com a aproximação da nova realidade é fundamental para o sucesso do plano de cuidados nos ambientes hospitalar e domiciliar. O treinamento técnico e o acolhimento devem ser estabelecidos pela equipe enfermagem junto ao paciente e à sua família a partir dos primeiros momentos de internação, para que se desconstruam medos e inseguranças e, assim, o momento da desospitalização seja bem-sucedido. Posições de conforto Está na hora de conhecermos um pouco mais sobre a relevância do entendimento sobre posições de conforto e importância dos cuidados de enfermagem para identificação e aplicação das devidas medidas que gerem bem-estar ao indivíduo. Vamos lá! Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Posição de Trendelenburg Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Posição de Trendelenburg reverso Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Verificando o aprendizado Questão 1 (Prefeitura do Rio de Janeiro – Residência Médico Cirúrgica – 2004) A posição adequada para que seja feito exame do sistema musculoesquelético é A supina. B sentado. C pronação. D genupeitoral. E litotomia. A alternativa A está correta. Parabéns! A alternativa A está correta. No caso do exame físico em paciente com transtornos musculoesqueléticos, a posição supina é a mais adequada, pois possibilita observar o alinhamento da coluna vertebral e os membros inferiores em extensão, permitindo assim uma avaliação segura com detecção de possíveis transtornos. Questão 2 (Prefeitura do Rio de Janeiro – Residência Médico Cirúrgica – 2004) Nas cirurgias de pelve e baixo abdômen, há necessidade de posicionar o cliente na mesa operatória, de forma a deslocar as alças intestinais em direção superior, para melhor exposição da área a ser operada. Para o procedimento, a posição indicada é denominada A Sims. B litotômica. C Trendelenburg. D dorsal decumbente. E decúbito lateral direito. A alternativa C está correta. A posição de Trendelenburg é aplicada em cirurgias de baixo abdômen, pois garante as alças intestinais na parte superior em melhor posicionamento, o que possibilita espaço de campo cirúrgico mais adequado e seguro. 3. Mudança de decúbito e aplicação da escala de Braden Lesão por pressão e mudança de decúbito As lesões por pressão são um fenômeno antigo, que persiste ao longo dos anos, acometendo pacientes hospitalizados e em cuidados domiciliares. Compreendem uma categoria de lesões evitáveis, na maioria das vezes, cuja ocorrência implica altos custos para o sistema de saúde e impacto na qualidade de vida do indivíduo e de sua família (CAMPOS et al., 2016). No ano de 2013, em resposta ao movimento da Organização Mundial de Saúde, surge no Brasil a Política Nacional de Segurança do Paciente. Resultado da preocupação com a qualidade da assistência prestada, tem o intuito de reduzir os danos gerados por essa assistência. Nesse contexto, dentro das metas traçadas para a prática assistencial, emerge a questão sobre as lesões por pressão e o entendimento dessa ocorrência como um dano ao paciente. Comentário O Proqualis (instituto de pesquisa vinculado ao ICICT/Fiocruz) juntamente com o Ministério da Saúde lançou um protocolo referente à lesão por pressão, no qual apontou que, no Brasil, embora existam poucos trabalhos sobre incidência e prevalência de lesão por pressão, um estudo realizado em um hospital geral universitário evidenciou umaincidência de 39,81%. Saiba mais ICICT/Fiocruz ICICT: Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde Fiocruz: Fundação Oswaldo Cruz Já em 2016, estudo publicado pela Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn) sobre a incidência e fatores correlatos à presença de lesão por pressão evidencia a incidência dessas lesões em cerca de 22% dos pacientes críticos. Dores musulares. Diante de tais evidências e conforme o posicionamento político nacional e internacional, a ocorrência das lesões por pressão é considerada um evento adverso do cuidado e que compromete a segurança do paciente, cabendo assim às instituições e à equipe multiprofissional — e não exclusivamente a enfermagem — a implementação de medidas para prevenir sua ocorrência. Atenção Conceitualmente, conforme o painel internacional para prevenção de lesão por pressão (NPIAP), esta é definida como: dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivos médicos ou de outro artefato. A lesão pode ser íntegra ou aberta e pode ser dolorosa. Lesões por pressão da natureza. As lesões por pressão são de natureza multifatorial e resultantes de força de atrito (pressão, fricção e cisalhamento) intensa e/ou prolongada e de outros fatores como umidade, microclima, perfusão, estado nutricional, ingesta hídrica diminuída, mobilidade prejudicada, medicamentos utilizados, comorbidades e condição clínica atual. Smeltzer e Bare (2014) elencam fatores de risco para lesão por pressão: Pressão prolongada sobre o tecido. Imobilidade, mobilidade comprometida. Perda de reflexos de proteção, deficit/perda sensorial. Perfusão cutânea deficiente, edema. Desnutrição, hipoproteinemia, anemia, deficiência de vitamina. Atrito, força de cisalhamento, trauma. Umidade cutânea alterada: excessivamente seca ou úmida. Idade avançada, enfraquecimento físico. Equipamento: aparelho gessado, tração, contenções. A seguir entenda mais alguns detalhes acerca das lesões por pressão: • • • • • • • • • A mudança de decúbito deve ser realizada pela equipe de enfermagem por meio de técnica correta, guiada preferencialmente pelo funcionamento de um relógio institucional, com alternância de posição a cada 2 horas. O relógio orienta quanto à hora e ao rodízio de decúbito que deve ser realizado naquele momento, alternando entre decúbito dorsal, lateral direito e lateral esquerdo, com o objetivo de diminuir a pressão nos tecidos. Atenção Vale destacar que a equipe de enfermagem deve realizar esse cuidado, contudo, a depender do estado clínico e de consciência do paciente, ele deve ser estimulado à mobilização dessa prática de forma autônoma e independente. Também é fundamental estimular a participação de familiares e da rede de apoio nesse cuidado. A realização da mudança de decúbito tem como objetivo oferecer conforto ao paciente, auxiliar na eliminação de secreções das vias aéreas, prevenir a síndrome do desuso muscular e, finalmente, prevenir a lesão por pressão. Ainda, outro ponto a ser destacado diz respeito à importância da comunicação efetiva na prática de mudança de decúbito. O profissional que a realiza deve deixar sinalizada a ação da mudança. Algumas instituições utilizam marcações padronizadas como o relógio de mudança de decúbito conforme o avançar das horas. Veja: Relógio de mudança de decúbito. O Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente pontua sete itens que podem nortear a assistência de enfermagem quanto às medidas de prevenção referentes à lesão por pressão. Confira a seguir: Sistema tegumentar Como o sistema tegumentar é complexo, podemos identificar fatores que interferem nessa manutenção do meio: mobilidade celular, alterações na síntese de colágeno, deficiência de vitaminas D e, umidade, nutrição inferior com quadros de caquexia, desnutrição, desidratação e alterações em exames laboratoriais como albumina e hemoglobina sérica. Portanto, uma avaliação sistemática é imprescindível para controle e execução de medidas preventivas. Medidas preventivas No que se refere às medidas preventivas, um ponto unânime é com relação à mudança de decúbito tanto como medida preventiva no surgimento da lesão por pressão como medida auxiliar no tratamento após ocorrência do quadro. É o cuidado de enfermagem mais reforçado como medida a ser implementada com base nas melhores práticas fundamentadas em evidências. Frequência O paciente deve ser reposicionado no leito a cada 2 horas, contudo, interferências como alterações clínicas, rotinas de exames, visitas podem influenciar no tempo de mudança do posicionamento. Fique atento! Modo de reposicionamento Durante a mudança de posicionamento, o paciente deve ser elevado e não arrastado, justamente de modo a evitar e/ou agravar o atrito e o cisalhamento. Cuidados com dispositivos Atenção para não posicionar o paciente sobre dispositivos médicos ou sobre áreas com eritema ou lesão por pressão. Essa medida evita a ocorrência de outra condição denominada lesão por dispositivo médico ou, em caso de lesão por pressão, o agravamento da lesão já existente. Posição do leito Evite elevar a cabeceira do leito acima de 30° graus. Ainda que a elevação do leito entre 30° e 45° como medida preventiva de pneumonia associada a ventilação mecânica (PAV) seja importante e paulatinamente reforçada, principalmente em unidades de terapia intensiva, quando se trata de prevenção de lesão por pressão, a elevação da cabeceira em posição superior a 30° proporciona aumento da superfície de contato, principalmente de partes ósseas, o que agrava a tensão em áreas onde devemos reduzir esse processo ao máximo. Cuidado na cadeira Deve-se restringir o tempo que o paciente passa sentado na cadeira sem o alívio da pressão. Podem ser utilizados recursos e instrumentos para evitar que o paciente escorregue ou deslize pela superfície da cadeira, até mesmo para impedir o cisalhamento e skin tears (rasgo da pele). Posicionamento lateral Durante o posicionamento lateral, a proeminência óssea do trocânter deve formar uma angulação máxima de 30° em relação à superfície de apoio. Atenção aos calcâneos Deve-se garantir que os calcâneos não estão em contato com a superfície da cama. Podem ser utilizados coxins, atentando sempre para estrutura anatômica da região, como também estabelecer rodízios das áreas onde os coxins ou outros equipamentos médicos hospitalares foram instalados para que não seja tensionada constantemente uma única área. Atenção A cultura institucional é um ponto crucial para a melhoria do cenário da prática assistencial, tendo em vista que a ocorrência da lesão por pressão é multifatorial e necessita de intervenções na mesma proporção. Escala de Braden O desenvolvimento de lesão por pressão é um evento complexo e um grande desafio para os profissionais de saúde, pois a sua ocorrência implica risco no aumento na mortalidade hospitalar. Comentário Grande parte das lesões por pressão podem ser evitadas mediante a identificação precoce do grupo de risco. Dependendo dos fatores de risco aos quais o paciente é exposto, poderá apresentar maior ou menor vulnerabilidade. Para direcionar esse cuidado, há a possibilidade de avaliação do risco de desenvolvimento de lesão por pressão por meio de instrumentos reconhecidos internacionalmente. Uma ferramenta amplamente difundida no Brasil e no ambiente hospitalar é a escala de Braden, adaptada e traduzida para o Brasil em 1999, que pode ser aplicada para identificar o risco em paciente com idade a partir de 5 anos. A escala, criada em 1987 pelas enfermeiras norte-americanas Bárbara Braden e Nancy Bergstrom, serve como instrumento guia para avaliação do risco de desenvolvimento de lesão por pressão considerando a situação clínica de cada paciente, com base em critérios específicos. É composta por outras seis subescalas em que, para cada item elencado, é atribuída uma pontuação. Ao final, o somatório do escore varia entre 6 e 23 pontos; quantomenor a pontuação, maior o risco de desenvolvimento de lesão por pressão. 1 2 3 4 Percepção sensorial Totalmente limitado Muito limitado Levemente limitado Nenhuma limitação Umidade Completamente molhado Muito molhado Ocasionalmente molhado Raramente molhado Atividade Acamado Confinado à cadeira Anda ocasionalmente Anda frequentemente Mobilidade Totalmente limitado Bastante limitado Levemente limitado Não apresenta limitações Nutrição Muito pobre Adequada Excelente Célula coluna 4 linha 5 1 2 3 4 Fricção e cisalhamento Problema Potencial para problema Sem problemas - TOTAL Risco brando 15-18 Risco moderado 13-14 Risco elevado 10-12 Risco muito alto igual ou menor que 9 Quadro. Escala de Braden. Natalia da Palma Sobrinho. Há ainda outros instrumentos para estratificação de risco de lesão por pressão, como a escala de Waterlow, por exemplo, que pontua de modo distinto os subitens. Esta considera itens como: sexo. gênero. idade. peso. construção física. continência. condição cutânea. mobilidade e apetite. Após marcar itens e realizar o somatório, a avaliação da escala se baseia em pontos: 10–14, em risco; 15–19, alto risco; superior a 20, altíssimo risco. Embora possam ser aplicadas essa e outras escalas, a mais amplamente usada e difundida é a escala de Braden. Atenção A utilização da escala de Braden e de seu resultado deve ser avaliada em conjunto, considerando o julgamento clínico de cada paciente, a política institucional e outros fatores intrínsecos e extrínsecos que possam incidir na ocorrência de lesão por pressão. É importante ressaltar que a pontuação final obtida é um guia para a implementação de medidas preventivas de lesão por pressão, que devem ser registradas diariamente em prontuário, e a informação deve ser difundida dentro da equipe multiprofissional. Os resultados atingidos pelo uso da escala subsidiam a realização de um plano de cuidados individualizado de acordo com as necessidades de cada paciente, que deverá ser a base de atuação da equipe de enfermagem e, consequentemente, dos familiares que participam do cuidado. Mudança de decúbito e aplicação da escala de Braden Conheça agora um pouco mais sobre a relevância da mudança de decúbito para a melhoria da qualidade de assistência; importância do conhecimento e correta aplicação da escala de Braden. Vamos lá! Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Fatores de risco para lesão por pressão Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Sete itens que podem nortear a assistência de enfermagem quanto às medidas de prevenção referentes à lesão por pressão Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Verificando o aprendizado Questão 1 (Prefeitura de Campina Grande – PB – 2014 – Enfermeiro) Para avaliar os fatores de risco para lesão por pressão na UTI, utiliza-se a escala de A Cincinnati. B RASS. C Glasgow. D Braden. E Glasgow modificada. A alternativa D está correta. A Escala de Braden é um instrumento utilizado para avaliar fatores de risco para ocorrência de lesão por pressão. Fatores como percepção sensorial, umidade, atividade, mobilidade, nutrição, fricção e cisalhamento são descritos e a eles são atribuídos valores. O somatório dos itens ao final da avaliação estratifica o risco que esse paciente apresenta de desenvolver lesão por pressão, direcionando assim a assistência de enfermagem. Questão 2 (Adaptada: Prefeitura de Candeias – BA – 2019 – Enfermeiro) A escala de Braden avalia o grau de risco de desenvolvimento de lesão por pressão. Ela é composta por seis subclasses que se referem ao grau de percepção sensorial, umidade, atividade física, nutrição, mobilidade e fricção e cisalhamento. O grau de risco varia de 6 a 23. Um paciente adulto hospitalizado tem que ter certo escore para ser considerado com risco de lesão de pressão. Nesse sentido, assinale a alternativa de indica esse escore. A 19 ou abaixo B 20 ou abaixo C 21 ou abaixo D 16 ou abaixo E 24 ou abaixo A alternativa D está correta. Após pontuação nos subitens da escala e atribuição da nota de cada um deles, define-se: risco brando, 15– 18; risco moderado, 13–14; risco severo/elevado, 10–12; risco muito alto, igual ou menor que 9. 4. Medidas de contenção no leito Contenção mecânica A contenção mecânica é definida como qualquer método manual ou físico, equipamento mecânico ou material anexado ou adjacente ao corpo do indivíduo que não possa retirar facilmente, restringindo a liberdade, o movimento ou o acesso normal ao próprio corpo (BLEIJLEVENS et al., 2016). A utilização de contenção mecânica na assistência de enfermagem deve ser implementada com muita cautela. Seu uso deve ser avaliado em casos que apresentem risco de queda ao paciente, quando o paciente pode comprometer seu tratamento pela tentativa de retirada dos dispositivos médicos recomendados para seu tratamento ou quando impõe riscos aos membros da equipe, acompanhante e até mesmo a outros pacientes. Comentário Antes da contenção efetivamente, deve-se tentar outras estratégias, como a permanência de um acompanhante com o paciente e o uso de medicamentos. É fundamental discutir com a equipe multiprofissional a indicação e implementação dessa medida, e sua técnica deve realizada pela equipe sob a supervisão do enfermeiro. Imobilização. Segundo Souza et al. (2019), podem ser consideradas como técnicas para a realização das contenções mecânicas: A contenção de membros por meio da utilização de faixas ataduras ou dispositivos industrializados específicos. O uso de grades bilaterais no leito. Os cinturões para restringir a mobilidade do tronco ou da pelve. Os coletes utilizados para que um indivíduo permaneça atado ao leito ou cadeira; as mesas fixadas em cadeiras que impedem a pessoa de se levantar. Para a contenção mecânica do paciente, devem ser utilizados materiais como: ataduras, algodão, lençóis, fraldas ou restritores de movimentos patenteados. O importante é garantir meio de proteção, sem gerar danos ao paciente, lembrando que a conduta adotada de contenção mecânica se baseia em proteger o indivíduo, sem ocasionar outros agravos. • • • • Faz-se necessário entender de imediato os processos que possam estar envolvidos na indicação da contenção mecânica, os quais justificam ou elencam a contenção no leito como de fato necessária. Os fatores relacionados podem ser: desorientação; senilidade; delirium; crises de abstinência; alterações/diagnósticos psiquiátricos; condições clínicas como hepatopatias; alterações renais (aumento de escórias nitrogenadas, uremia); hipóxia. Atenção É importante reforçar com familiares, cuidadores e profissionais de saúde envolvidos com cuidados diretos e indiretos desse paciente que as medidas de contenção no leito são temporárias e pontuais, não devem ser utilizadas por tempo prolongado, tendo em vista que esse método atende aos princípios bioéticos de beneficência, e não maleficência. A partir do momento que o paciente, após avaliação clínica, demonstra melhoria do padrão de alteração que justificou o uso da contenção mecânica, ele deverá ser retirado e avaliado criteriosamente, evitando assim a necessidade de nova contenção. Na prática cotidiana, escalas e escores (exemplo: RASS — escala de sedação e agitação de Richmond; CAM ICU — método de assistência de confusão mental; ECG — escala de coma de Glasgow; escore de MEWS — escore de alerta precoce) tornam-se aliados estratégicos para monitoração, registro adequado e respaldo na elaboração de evoluções e pareceres técnicos sobre as condutas que possam ser adotadas a esse paciente com suposta indicação de contenção mecânica. Essas escalas descrevem de modo uniforme o padrão que o paciente possa estar apresentando e assim fortalecem o respaldo técnicocientífico quanto à indicação da contenção. Entenda melhor a seguir: Cuidados de enfermagem relacionados à contenção mecânica Os principais cuidados de enfermagem relacionados à contenção mecânica incluem: Explicar à família e/ou ao acompanhante o motivo da indicação da contenção mecânica. • • • • • • • • Procedimentos operacionais padrão As instituições geralmente estabelecem por meio de POPs (procedimentos operacionais padrão) os conceitos, os critérios elencados e as recomendações técnicas para uso de contensão, como os meios e os materiais pelos quais se efetivará essa contenção mecânica e as orientações quanto ao registro da medida adotada. Registro pontual É fundamental que o enfermeiro, com a adequação e o emprego da contenção mecânica, realize registro pontual e detalhado em prontuário da condição apresentada pelo indivíduo no momento da contenção, da técnica utilizada e dos cuidados realizados durante a permanência da contenção. Dessa forma, objetiva-se a prevenção de danos associados à assistência de enfermagem. • Realizar procedimento em consenso com a equipe médica. Aferir e registrar os sinais vitais no momento que levou à contenção e seguir monitorando esses parâmetros. Manter a cabeceira em torno de 30° a 45°. Manter contenções limpas e secas sem uso excessivo de pressão e força no local. Avaliar a pele constantemente no local da contenção. Avaliar condição circulatória nos membros em uso da contenção a cada 1 hora. Reavaliar constantemente a real necessidade de manutenção da contenção mecânica. Seguir essas recomendações facilita no processo de auditorias internas e externas, na computação de gastos e no cálculo de previsão e provisão de materiais. Nos casos de acreditação da unidade de saúde, garante a segurança do paciente e principalmente respalda quanto a possíveis implicações judiciais. Contenção mecânica: aspectos éticos e legais No Brasil, a Resolução Cofen nº 427/2012 normatiza os procedimentos da enfermagem no emprego de contenção mecânica de pacientes. A figura do enfermeiro é determinante na organização, na discussão, na supervisão e no alinhamento da aplicação da conduta relacionada à medida de contenção no leito. A utilização de contenção mecânica no leito torna-se um elemento das medidas de restrição do paciente, contudo, um parecer Câmara Técnica do Coren SP (2009) nos aponta outros itens que podem retardar ou serem elencados para utilização, caso ocorra a necessidade de medidas restritivas. Tipo de restrição Descrição Física Imobilização do paciente por um ou mais membros da equipe de saúde possuem contato direto ou indireto, podendo ou não empregar restrição mecânica. Mecânica Uso de objetos para imobilizar o paciente, com o intuito de restringir a movimentação. Pode ser utilizado em membros superiores, inferiores, tórax ou todos. Psicológica Intimidação verbal ou ameaça durante o atendimento. Ambiental/ Isolamento Confinamento involuntário para impedir sua saída do recinto. Química Medida terapêutica por meio da utilização de fármacos que podem controlar o comportamento (ex.: benzodiazepínicos) ou restringir os movimentos (ex.: bloqueador neuromuscular — BNM) Quadro. Contenção mecânica no leito. Câmara Técnica do Coren SP (2009) adaptado por Natalia da Palma Sobrinho e Joseane Oliveira. A resolução do Cofen ainda discorre sobre a importância da realização de monitoração e acompanhamento do(s) membro(s) sobre o(s) qual(is) esteve o restritor mecânico. Para sistematizar esse processo, torna-se fundamental a utilização de instrumentos que possam guiar a assistência de enfermagem. Mais que isso, tais instrumentos devem ser facilitadores diante dos desafios diários nessa realidade e ilustrar com clareza, praticidade e eficácia o contexto no qual o indivíduo esteja vivendo. O instrumento norteador deve ser usado de acordo com as particularidades e a política institucional de cada unidade de saúde. Esse registro deve constar no prontuário, para respaldo técnico legal e até mesmo para o conhecimento dos demais profissionais envolvidos nos cuidados desse paciente. A seguir, apresentamos modelo de instrumento de monitoração da contenção mecânica: • • • • • • • Motivos que indiquem a contenção mecânica ( ) Agitação ( ) Risco de desposicionamento de dispositivos ( ) Risco de queda ( ) Evasão do leito/unidade saúde ( ) Autoagressão/agressão a outros ( ) Outro ______________________ Contenção necessária por tempo superior a 2 horas ( ) Sim ( ) Não Apresenta lesão ou edema nos membros relacionado à contenção? ( ) Sim ( ) Não Apresenta pulso em membro contido? ( ) Sim ( ) Não Apresenta cianose ou outra alteração em membro que possa ser relacionada ao restritor de movimento? ( ) Sim ( ) Não Quadro. Monitoramento da contenção mecânica. Natalia da Palma Sobrinho e Joseane Oliveira. É fundamental relatar que, de acordo com a Resolução Cofen nº 427/2012, é vedado aos profissionais da enfermagem o emprego de contenção mecânica de pacientes com o propósito de disciplina, punição e coerção, ou por conveniência da instituição ou da equipe de saúde. Podemos observar, portanto, que a contenção mecânica é uma medida terapêutica prevista e frequente no cotidiano da enfermagem, mas que necessita de cuidados específicos e cautela no seu uso. A decisão pela contenção não é unicamente da enfermagem e deve ser tomada em conjunto com a equipe médica. A realização desse cuidado deve estar bem embasada em aspectos técnicos e éticos rigorosos, visando ao sucesso da conduta e principalmente, à melhora clínica do paciente. Medidas de contenção no leito Conheça um pouco mais sobre a relevância do entendimento sobre embasamento científico legal e jurídico de medidas de contenção no leito. Vamos lá! Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Contenção mecânica, aspectos éticos e legais Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Cuidados de enfermagem relacionados à contenção mecânica Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Verificando o aprendizado Questão 1 No Brasil, qual a resolução que normatiza os procedimentos da enfermagem no emprego de contenção mecânica de pacientes? A Cofen nº 427/2012 B Lei 7.496 / 1986 C Cofen nº 358/2009 D Coren SP nº 427/2012 E Cofen nº 543/2017 A alternativa A está correta. O enfermeiro, como líder na equipe de enfermagem, é responsável por avaliar, planejar e reavaliar ações para cuidados de enfermagem. Quando o enfermeiro observa critérios que sugerem a contenção mecânica, possui autonomia por meio da Resolução Cofen nº 427/2012, que normatiza os procedimentos da enfermagem no emprego de contenção mecânica de pacientes. Questão 2 Escores e indicadores são elementos-chave para fundamentação do processo de cuidar. Conforme as afirmativas abaixo, correlacione números com a coluna e assinale a alternativa que indique a sequência correta: I. Escala de coma de Glasgow. II. CAM ICU. III. RASS. ( ) Avaliação de nível neurológico. ( ) Avaliação de nível sedação. ( ) Avaliação de nível confusão mental — risco de delirium. A I, II, III. B II, I, III. C III, I, II. D I, III, II. E II, III, I. A alternativa D está correta. RASS é a escala de sedação e agitação de Richmond, que utiliza pontuação entre -5 e 5. Os valores negativos indicam que o indivíduo se encontra mais sedado e valores positivos indicam paciente com maior grau de agitação. CAM ICU é o método de assistência de confusão mental, cujos parâmetros e pontuação negativa indicam paciente com maior grau de desorientação. A escala de coma de Glasgow (ECG) é baseada nos critérios de resposta verbal, motora e abertura ocular, e indica a gravidade de estágio neurológico do paciente por meio da pontuação recebida: abaixo de 8, há risco iminente de suporte de vida avançado.5. Conclusão Considerações finais O cuidado de enfermagem é dinâmico e está em constante atualização, por isso, reconhecer e aproximar a prática do cuidado às necessidades do indivíduo é a meta do enfermeiro. A busca por uma assistência de enfermagem que utilize medidas de conforto ao paciente hospitalizado é o alicerce das práticas de enfermagem e da qualidade assistencial, proporcionando um cuidado pautado nos conhecimentos técnicos e científicos, com o intuito de minimizar as complicações oriundas de uma internação prolongada. O enfermeiro trabalha em um cuidado individualizado e respaldado em conhecimento técnico e científico ao estabelecer metas que gerem medidas de conforto, por exemplo, ao orientar e conscientizar quanto à mudança de decúbito e à aplicação da escala de Braden como instrumento facilitador e uniforme dos registros para controle de lesão por pressão, ou ao utilizar medidas de contenção no leito pautadas em suas prerrogativas de aplicação. Mediante este conteúdo, você pôde encontrar auxílio para sua prática clínica, de modo a orientar o atendimento do indivíduo com limitação motora e de seus familiares e sua rede de apoio, além de instrumentalizar sua equipe a gerar relatos de maior teor técnico, com amparo e respaldo jurídico e clínico. Podcast Para encerrar, ouça um pouco mais sobre cuidados de enfermagem na mobilidade e na locomoção de pacientes com distúrbios locomotores. Com a palavra, a especialista Natalia da Palma Sobrinho! Conteúdo interativo Acesse a versão digital para ouvir o áudio. Explore + Uma pesquisa do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) aponta para defasagem e carência quantitativa de profissionais de enfermagem no atendimento da população. Entenda os fatores que possam justificar esse cenário na reportagem: Levantamento revela deficit de 17 mil enfermeiros e técnicos de enfermagem, publicada em 29 de maio de 2020 no portal do Cofen. Você já se perguntou se a arquitetura interfere no processo de assistência e como isso pode impactar o conforto? Saiba mais sobre esse assunto no livro: Feitos para curar - arquitetura hospitalar e processo projetual no Brasil, de Luiz Carlos Toledo, publicado pela ABDEH em 2006. A qualidade em saúde é um processo. Entender como ocorre e quais os fatores associados prepara o profissional para que esteja na vanguarda da assistência. Para compreender esse processo, leia o artigo: Proposta de modelo estatístico para hierarquização do resultado de pesquisas de satisfação de clientes, de Raísse Layane de Paula Saraiva, José de Paula Barros Neto e Luiz Maurício Furtado Maués, publicado no periódico Ambiente Construído, v. 21, n. 3, 2021. Você pode encontrá-lo no portal da SciELO Brasil. Referências BORGHARDT, A. T. et al. Pressure ulcers in critically ill patients: incidence and associated factors. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 69 n. 3, p. 431–438, 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Documento de referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo para prevenção de úlcera por pressão. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. COFEN. Resolução Cofen nº 427/2012. Normatiza os procedimentos da enfermagem no emprego de contenção mecânica de pacientes. Brasília, DF. Consultado na internet em: 18 jul. 2021. BLEIJLEVENS, M. H. C. et al. Physical restraints: consensus of a research definition using a modified Delphi Technique. Journal of the American Geriatrics Society, v. 64, n. 11, p. 2307–2310, 2016. CAMPOS, M. G. das C. A. et al. (org.). Feridas complexas e estomias: aspectos preventivos e manejo clínico. João Pessoa: Ideia, 2016. Consultado na internet em: 20 set. 2021. NANDA INTERNATIONAL. Diagnósticos de enfermagem da NANDA-I: definições e classificação 2018-2020. 11. ed. Porto Alegre: Artmed. KOLCABA, K. Comfort theory and practice: a vision for holistic health care and research. New York: Springer, 2003. NIGHTINGALE, F. Notas de enfermagem. São Paulo: Cortez, ABEn/CEPEn, 1989. POTTER, P. A. et al. Fundamentos de enfermagem. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. REDE SARAH. Estudos epidemiológicos. Consultado na internet em: 20 jul 2021. SMELTZER, S.; BARE, B. G. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 12. ed. São Paulo: Guanabara Koogan, 2014. SILVA, R. S. da. 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Exame físico em pacientes com distúrbios locomotores Conteúdo interativo Teoria do conforto/Cuidado de enfermagem Conteúdo interativo Verificando o aprendizado 2. Posição de conforto Posições e suas finalidades Decúbio dorsal ou posição supina Decúbito lateral Decúbito ventral ou posição prona Posição de Fowler Posição de semi-Fowler Posição de Sims Posição de litotomia ou ginecológica Posição de Trendelenburg Posição de Trendelenburg reverso Posições e sua aplicabilidade como medida de conforto Atenção Teoria na prática Comentário Posições de conforto Conteúdo interativo Vem que eu te explico! Posição de Trendelenburg Conteúdo interativo Posição de Trendelenburg reverso Conteúdo interativo Verificando o aprendizado 3. Mudança de decúbito e aplicação da escala de Braden Lesão por pressão e mudança de decúbito Comentário Saiba mais Atenção Atenção Frequência Modo de reposicionamento Cuidados com dispositivos Posição do leito Cuidado na cadeira Posicionamento lateral Atenção aos calcâneos Atenção Escala de Braden Comentário Atenção Mudança de decúbito e aplicação da escala de Braden Conteúdo interativo Vem que eu te explico! Fatores de risco para lesão por pressão Conteúdo interativo Sete itens que podem nortear a assistência de enfermagem quanto às medidas de prevenção referentes à lesão por pressão Conteúdo interativo Verificando o aprendizado 4. Medidas de contenção no leito Contenção mecânica Comentário Atenção Cuidados de enfermagem relacionados à contenção mecânica Contenção mecânica: aspectos éticos e legais Medidas de contenção no leito Conteúdo interativo Vem que eu te explico! Contenção mecânica, aspectos éticos e legais Conteúdo interativo Cuidados de enfermagem relacionados à contenção mecânica Conteúdo interativo Verificando o aprendizado 5. Conclusão Considerações finais Podcast Conteúdo interativo Explore + Referências