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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Universidade Federal Fluminense Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ Disciplina: PORTUGUÊS 1 Coordenador: ROSANE S. MAURO MONNERAT AP2 - 2015/ 1 Aluno(a): _______________________________________________________ Polo: _______________________________ Matrícula ________________ Nota: _______________ Leia o texto a seguir para responder às questões 1 e 2 que se seguem: O caso do beija-flor caipira por Sírio Possenti Todo mundo, espero, conhece Cuitelinho, um clássico da música caipira. Segundo Luis Nassif, a música é de autor desconhecido. Foi trazida a Paulo Vanzolini, que a divulgou. Já foi gravada por dezenas de autores. Sua letra é um corpus interessante a quem queira estudar português, mais precisamente a quem queira conhecer traços do português falado em grande parte do Brasil. Eis a primeira estrofe: Cheguei na beira do porto Onde as onda se espraia As garça da meia vorta E senta na beira da praia E o cuitelinho não gosta Que o botão de rosa caia ai ai. Sendo peça de folclore, anônima, ao que se sabe, tem muitas características da gramática do português popular. As mais salientes são as pronúncias “espraia”, “bataia”, “navaia”, “oio” e “atrapaia” (a consoante grafada /lh/ é substituída pela semivogal /y/), e as peculiares concordâncias nominais e verbais representadas em “as onda se espraia”, “terras paraguaia”, “os óio se enche”, “fortes bataia” (nos grupos nominais, o plural é marcado só na 1ª palavra, seja artigo (as onda, os óio etc.), substantivo (terras paraguaia), ou adjetivo (fortes bataia); e os verbos cujos sujeitos estão no plural têm sempre a forma da pessoa não marcada – a 3ª pessoa do singular (as ondas se espraia). Há outros dados, só perceptíveis se se ouve a canção. (...) Obviamente, não faria sentido corrigir uma letra como essa. Seria mais ou menos como corrigir textos antigos. (...) Mas há fatos até curiosos que se observam nas diversas gravações que podem ser ouvidas no You Tube. Dois chamaram minha atenção. 1) O primeiro é que há muita variação, especialmente de pronúncia ou sotaque, que não se percebe quando se lê a letra. Ou seja, os cantores nem sempre assumem o dialeto da letra. Se alguns a seguem literalmente, outros a “corrigem” aqui e ali. 2) O segundo fato é mais curioso: deixando detalhes de lado, pode-se afirmar que, quanto menos “letrados” são os cantores, mais corrigem a letra. Milton Nascimento, e Nara Leão, por exemplo, “respeitam” os traços populares (dizem espraia, as onda, os óio, bataia, etc.) Outros “corrigem” passagens, embora não todas, mesmo que se percam rimas (dizem “espalham”, prejudicando a rima com “praia”). A dupla Rio Negro e Solimões é a que mais corrige. Não sei se são cidadãos mais ou menos letrados do que Pena Branca e Xavantinho, dupla autenticamente caipira, à qual jamais ocorreria “corrigir” tal letra. (...) (Revista Língua Portuguesa, Ano 9, No 108, Outubro de 2014, páginas 26 e 27) As línguas apresentam formas variáveis porque as sociedades estão divididas em grupos. Pensando nesse fato, responda: 1) Que tipo de variação linguística se evidencia no texto “O caso do beija-flor caipira”? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2) Em que níveis linguísticos ocorrem as variações apresentadas no fragmento em análise? Dê exemplos. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Agora, leia o mini-texto de Marina Colasanti e responda às questões 3, 4 e 5: Conto em letras garrafais Todos os dias esvaziava uma garrafa, colocava dentro sua mensagem, e a entregava ao mar. Nunca recebeu resposta. Mas tornou-se alcoólatra. (Marina Colasanti. Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro, Rocco, 1986, p. 95) 3) De acordo com o que você já aprendeu sobre tipos e gêneros textuais, identifique o tipo textual – narração, descrição, exposição, argumentação e injunção – do texto em análise, justificando sua resposta. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 4) Você deve ter observado o emprego do tempo passado no texto. Essa escolha revela engajamento ou distanciamento em relação ao que é exposto? Explique, levando em consideração a atitude comunicativa do enunciador. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _____________________________________________________ 5) Para entender o significado global de um texto, é preciso reconhecer os elementos referenciais que “costuram” a sua coesão. Pensando na coesão textual, faça o que se pede: a) Identifique o mecanismo de coesão textual responsável pela omissão do protagonista no conto em análise: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ b) Reconheça o referente da forma sublinhada e identifique o mecanismo de coesão empregado: Todos os dias esvaziava uma garrafa, colocava dentro sua mensagem, e a entregava ao mar. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ BOA PROVA!
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