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Introdução à Filosofia Moderna Você vai compreender o significado da História da Filosofia, sua origem e intencionalidade, além de analisar o movimento humanista, o pensamento moderno e os impactos históricos que transformaram a Filosofia nesse período. Profa. Clara Maria Cavalcante Brum de Oliveira 1. Itens iniciais Propósito O estudo da História da Filosofia permite ao aluno desenvolver uma compreensão crítica sobre os conceitos filosóficos e seus contextos históricos. Esse conhecimento é fundamental para profissionais da educação e das ciências humanas, pois amplia a capacidade de análise, argumentação e reflexão sobre questões contemporâneas e práticas pedagógicas. Objetivos Compreender a História da Filosofia, os significados de moderno e modernidade, e os fatores históricos que contribuíram para a Filosofia moderna. Analisar as características do movimento humanista e as questões filosóficas relacionadas à Reforma Protestante, à Revolução Científica e ao Ceticismo. Introdução A Filosofia nos convida a investigar com profundidade e rigor os conceitos que moldam nosso pensamento e nossa compreensão do mundo. Neste conteúdo, será explorado o significado da expressão "História da Filosofia", buscando compreender como essa denominação surgiu, qual sua intencionalidade e de que forma ela se consolidou como uma área específica dentro da Filosofia. A História da Filosofia não se limita a relatar cronologicamente os pensamentos dos grandes filósofos, mas propõe uma análise crítica de suas teorias, indagações e preocupações, sempre considerando o contexto histórico em que estavam inseridos. Com esse olhar atento ao tempo e às circunstâncias, será possível compreender os fatores históricos que contribuíram para o surgimento do pensamento moderno. Termos como "moderno" e "modernidade", amplamente utilizados por pensadores pós-modernos, serão examinados em sua origem e significado, revelando como esses conceitos influenciaram a construção de novas formas de pensar. Além disso, será abordado o movimento humanista, que marcou uma profunda transformação na maneira como o ser humano passou a se enxergar e a refletir sobre sua existência. O humanismo, ao colocar o ser humano no centro das reflexões filosóficas e artísticas, rompeu com os paradigmas da Idade Média e abriu caminho para novas descobertas e questionamentos. Por fim, serão analisadas as transformações provocadas por eventos históricos como a Reforma Protestante, a Revolução Científica e o surgimento do ceticismo, compreendendo suas implicações na formação da Filosofia moderna. Esse percurso permitirá uma visão mais ampla e crítica sobre os fundamentos do pensamento ocidental. Se quiser, posso ajustar o tom, o foco ou o tamanho do texto. Deseja alguma modificação? • • 1. A história da Filosofia e a Filosofia moderna A História da Filosofia Fazer História da Filosofia significa escolher uma maneira de estudar Filosofia. Podemos estudar Filosofia de variados modos: escolhendo temas, autores ou investigando as ideias de acordo com uma trajetória no tempo. Assista ao vídeo para aprender sobre a História da Filosofia. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Vejamos um breve histórico da filosofia: Invenção grega A Filosofia, como invenção grega, iniciada pelos filósofos da physis, os filósofos pré-socráticos, não tem paredes, não tem limites, não é portadora de uma Verdade. Ela é uma maneira de ser e agir, um olhar questionador, surpreendendo-se diante dos acontecimentos da vida, problematizando o que, para o senso comum, parece inquestionável, evidenciando que a verdade é um saber infinito. Visão de mundo Foram os pré-socráticos, por volta do século VII a.C., que inauguraram essa forma de pensar. Esse surgimento pode ser compreendido como momento de passagem de uma visão de mundo mítica para uma visão racional porque não podiam mais conter a curiosidade, o espanto. Esses filósofos se preocuparam em saber qual a origem de todas as coisas, por que existem diferentes seres, como o cosmo se organiza, por que um objeto se movimenta ou se transforma, entre outras situações. A Filosofia é um saber que busca investigar os fundamentos de tudo o que existe. Diferentemente da ciência que constrói problemas científicos, a Filosofia propõe problemas filosóficos. Quando falamos em História da Filosofia, falamos de quê? Quando falamos em História da Filosofia, estamos nos referindo à Filosofia como área do conhecimento humano, que se divide em muitas áreas, tais como Metafísica, Ética, Filosofia da História, História da Filosofia, entre outras. O estudo da Filosofia exige uma aproximação com a sua história, a história das ideias, que nos permite dialogar com grandes pensadores de cada época. Por isso, identificamos a História da Filosofia como uma área da Filosofia que se preocupa com o desenvolvimento das ideias filosóficas ao longo do tempo e sua relação com a realidade, ou seja, o mundo em que viviam os filósofos (MARCONDES, 1997). A História da Filosofia é a história dos problemas filosóficos, das teorias filosóficas e das argumentações filosóficas. (...) É sempre a história de novas tentativas de versar sobre questões inevitáveis, na esperança de conhecer sempre melhor a nós mesmos e de encontrar orientações para nossa vida e motivações menos frágeis para nossas escolhas. (Reale; Antiseri, 2005, p. V) Identificando o contexto e os desafios vividos pelos pensadores Não seria prudente agir assim. Todos nós vivemos em nosso tempo histórico e os autores igualmente. Imagine estudar um autor da Antiguidade clássica para embasar um estudo sobre redes sociais. Os autores antigos não trataram dessa temática que é contemporânea. Quando observamos a História da Filosofia Moderna, estamos direcionando nossas leituras a um período histórico específico e aos filósofos que viveram nessa fase. Curiosidade Segundo Marcondes (1977), foi o filósofo Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831) quem elaborou pela primeira vez uma História da Filosofia para além de um sentido meramente histórico. A sua obra Introdução à História da Filosofia, de 1816, foi identificada como uma Filosofia sobre as ideias dos pensadores, mas analisadas em um transcurso do tempo. O aparecimento de ideias sobre o ser humano, a vida, a sociedade aconteceu no horizonte de um contexto histórico específico, uma realidade, que influencia o olhar de quem escreve e suas respostas aos dilemas da vida. A História da Filosofia e a investigação da evolução das ideias Na verdade, não é bem assim. A palavra evolução não expressa corretamente o que se pretende, pois o que existe, em Filosofia, são teorias com diferentes perspectivas. Uma teoria vale tanto quanto a de outro pensador, são diferentes olhares que enriquecem e fortalecem o nosso. Em Filosofia, não podemos dizer que um filósofo é melhor que outro. Cada um, ao seu modo, deixou contribuições importantes. Em Filosofia não existem verdades, pois verdade é um conceito infinito. Existem olhares diferentes. Assim, de acordo com Chatelet (1982), esta área da Filosofia procura informar sobre as ideias produzidas e que se tornam uma herança filosófica instigante para todos que se dedicam aos estudos filosóficos. Por que utiliza-se o termo moderno? Em Filosofia, quando nos referimos ao termo moderno, estamos especificando uma época histórica que designa o pensamento filosófico produzido no século XVII. Assista ao vídeo e aprenda o que os dois dicionários clássicos de Filosofia falam sobre isso. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Observe o que Abbagnano e Lalande dizem sobre isso: A fase moderna compreende o período da história ocidental que começa depois do Renascimento, isto é, a partir do século XVII. (Abbagnano, 1982, p. 650) A história moderna é a história dos fatos posteriores à tomada de Constantinopla em 1453; a “Filosofia moderna” é a do século XVI e dos séculos seguintes, até os nossos dias. (Lalande, 1993,p. 693) O que será que dizem quando usam o substantivo modernidade? Trata-se do sentido de algo que é novo em ruptura com o passado, algo que simboliza mudança e progresso. O conceito de modernidade está sempre relacionado para nós ao “novo”, àquilo que rompe com a tradição. (...) período que, na História da Filosofia, convencionalmente conhecemos como “moderno”, isto é, os séculos XVII–XIX. (Marcondes, 1997, p.139) Então, sob o ponto de vista filosófico, a História da Filosofia Moderna se afigura a partir dos grandes filósofos do séc. XVII que foram inovadores e romperam com as ideias da escolástica medieval. Esse é o período da modernidade filosófica. Querela entre antigos e modernos Há, ainda, uma possível origem para o uso do termo moderno na famosa querela entre antigos e modernos que ocupou o cenário do círculo literário francês do século XVII. Na ocasião, os que se afinavam com valores modernos entendiam o termo vinculado à ideia de progresso, algo novo. E, nesse contexto, os autores destacavam que a ideia de progresso, de avanço, a valorização da individualidade ou subjetividade como o lugar da certeza e da verdade formava uma oposição ao pensamento da tradição que era o pensamento da escolástica medieval. Os pensadores se autodenominavam modernos. As ideias de progresso, racionalidade contra superstição, novo, avanço, ser humano como seu próprio senhor, entre outras, no seu conjunto, formariam uma identidade para o período moderno. Que fatores históricos contribuíram para Filosofia moderna? Assista ao vídeo para conhecer, entre os fatores históricos que contribuíram para o advento da Filosofia moderna. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. São eles: O Humanismo Renascentista do século XV. A Reforma Protestante do século XVI. • • A Revolução Científica do século XVII. A redescoberta do ceticismo. Outros fatores também foram importantes, porque estamos diante de um fenômeno complexo. De acordo com Marcondes (1997), podemos ressaltar várias influências como a descoberta do mundo novo em 1492, o desenvolvimento do mercantilismo como modelo econômico que paulatinamente superou o sistema feudal, e a consolidação dos Estados nacionais. Todos concorreram para mudar o olhar do ser humano na época, criaram novas necessidades, permitindo a invenção de conceitos anteriormente inexistentes. Imagine o impacto que a descoberta do mundo novo provocou na mente das pessoas. Não seria possível novos mundos, mas apenas aquele que era conhecido. O mercantilismo fez surgir uma classe social nova — a burguesia, que iria aos poucos subverter a ordem e valorizar o trabalho que sempre estava atrelado ao escravo ou servo. Os burgueses não eram nobres, nem escravos. Eram homens livres que propiciaram o ressurgimento do comércio com o fim da Idade Média. Entre o final da Idade Média e o início do período moderno, vivenciamos uma fase muito rica, denominada de Renascimento, e que envolveu os séculos XV e XVI e permitiu esses movimentos históricos que fizeram florescer a vida humana dissociada das concepções medievais. Em História da Filosofia, geralmente, os autores observam a fase do Renascimento como momento de transição entre os valores medievais e os ideais modernos, lugar da emergência do humanismo. Estudar a História da Filosofia nos permite sentir, no diálogo que travamos com esses pensadores, a atmosfera de cada época e compreender melhor o que queriam dizer com suas reflexões. Burguesia após Dupin (século XVIII). Saiba mais Antes de prosseguirmos, acesse o site educacao.uol.com.br/ e leia o artigo Conheça dez obras clássicas para entender o Renascimento e reforce seu olhar sobre essa fase intermediária em que há uma retomada do pensamento clássico e a construção de um olhar antropocêntrico. Um novo tempo do mundo, um novo olhar O que importa perceber no advento da modernidade filosófica? Identificar que as ideias, as teorias, o conhecimento produzido até então também se modificaram. As maneiras de pensar ligadas ao modelo feudal se esgotaram e perderam, paulatinamente, a credibilidade. Novas ideias surgiram para justificar as relações sociais em um novo ritmo de mundo. • • Medievais Os medievais, por exemplo, acreditavam que os reis eram descendentes de Adão e Eva, que o mar tinha fim e as embarcações cairiam em um abismo com monstros e dragões. Gregos antigos Os gregos antigos também acreditavam na interferência dos deuses do Olimpo e um bom exemplo é a narrativa da guerra de Troia por Homero. O que ocorreu nesse período foi a progressiva desconstrução de uma visão de mundo produzida na fase da escolástica, recheada de credulidade, misticismo, superstições, entre outros. O ser humano passava a ocupar o lugar central e sua relação com a natureza evidenciava sua capacidade de transformar a realidade por meio da ação. O mundo é novo, com novas exigências práticas e políticas, fortalecidas pela crença no poder do ser humano em mudar o seu destino. Inovações técnicas surgiram, fortalecendo a percepção do progresso da ciência e uma sensação autêntica, ao sujeito da época, de que estava caminhando para o melhor. Os filósofos e cientistas desse período inauguraram uma nova ordem em que o centro do universo passava a ser ocupado pelo Sol e não mais pela Terra, como era pensado na ciência antiga, meramente especulativa; o cosmo passava a ser organizado por leis, as leis naturais. Essa visão do universo é totalmente nova e acompanhada pela Filosofia mecanicista, que afirmava que os fenômenos naturais poderiam ser conhecidos e explicados. O mundo passava a ser considerado a partir da lógica de um sistema mecânico, ou seja, uma máquina, como as engrenagens de um relógio. (Macedo Jr., 2008) A metáfora da máquina revelou a tese de que o mundo obedecia a leis simples, redutíveis à matemática e, por conseguinte, acessíveis à racionalidade. O grande nome dessa mudança de mentalidade foi Galileu, mas antes dele, Nicolau de Cusa, Copérnico, Tycho Brahe e Kepler contribuíram, cada um a seu modo, para um novo olhar na ciência. De acordo com Macedo Jr. (2008): Cusa Negou que a Terra fosse imóvel e que o céu seria mais perfeito do que a Terra. Copérnico Recusou o geocentrismo. Brahe Ressaltou a importância da observação e a elaboração de instrumentos de observação para astronomia. Kepler Defendeu que todas as partes do universo seriam regidas pelas mesmas leis, as leis de natureza matemática. A reunião do método matemático com a experiência conduziu a um melhor conhecimento dos fenômenos naturais e se tornou uma característica da ciência moderna. Mas, essa junção entre razão e experiência não foi possível entre os filósofos antigos. Segundo Andery et al (2007), alguns pensadores acreditaram que a via dedutiva seria o melhor caminho, outros apontaram na direção do caminho indutivo e que resultou em duas grandes correntes do conhecimento: O racionalismo: a partir do método matemático dedutivo. O empirismo: no método experimental e indutivo. O uso da razão, a valorização da experiência e a dúvida marcaram a produção dos filósofos desse momento histórico. Foi-se firmando um novo conhecimento, uma nova ciência, que buscava leis, e leis naturais, que permitissem a compreensão do universo. (Andery et al., 2007, p. 178) Alguns fatores históricos colaboraram na desconsolidação de um mundo medieval fechado, baseado no sistema feudal, e fertilizaram a atmosfera com novas preocupações em relação ao conhecimento. Nesse período, indagações surgiram em abundância na mente dos filósofos acerca da vida, do mundo, e do nosso lugar nesse novo cenário. Estava aberto o caminho para novas possibilidades. Verificando o aprendizado Questão 1 “Eu vejo um novo começo de era” diz a música Tempos Modernos (1982), de Lulu Santos. Ouça a música e reflita em que sentido podemos relacionar essa frase expressa na música com o sentido dos termos moderno e modernidade que caracterizaram o século XVII? Chave de respostaA música Tempos Modernos (1982), de Lulu Santos, menciona que há um novo começo, um novo tempo do mundo e que o ser humano ocupa um lugar mais livre, mais leve. Os filósofos do século XVII se autodenominaram modernos, experimentando uma modernidade filosófica porque estavam vivenciando mudanças importantes na vida, sentiram-se livres das doutrinas medievais. Promoveram rupturas com velhas doutrinas, valorizaram a racionalidade, o livre pensar, o novo e a ideia de progresso. • • Questão 2 Em nosso caminhar histórico evidenciamos muitos acontecimentos que interferem na vida, gerando fenômenos sociais. Nesse sentido, aponte que fatores contribuíram para o advento da Filosofia moderna. Chave de resposta Estudiosos observam que alguns fatores históricos foram importantes para o advento da Filosofia moderna, como o Humanismo Renascentista do século XV, a Reforma Protestante do século XVI, a Revolução Científica do século XVII e a redescoberta do ceticismo, entre outros. Questão 3 O filósofo que elaborou pela primeira vez uma História da Filosofia para além de um sentido meramente histórico foi: A Bacon B Kant C Hobbes D Hegel E Descartes A alternativa D está correta. Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831) foi o filósofo que elaborou pela primeira vez uma História da Filosofia para além de um sentido meramente histórico. Questão 4 O termo moderno assume um sentido especial em Filosofia. O que significa mencionar Filosofia moderna? A O pensamento filosófico do século XVII. B O pensamento filosófico do século XXI. C O pensamento filosófico do Renascimento. D O pensamento filosófico da escolástica. E O pensamento filosófico do século XV. A alternativa A está correta. O termo moderno assume em Filosofia um sentido do pensamento filosófico produzido no século XVII. Questão 5 “A palavra evolução não representa um termo adequado quando se estuda História da Filosofia”. Assinale a opção que apresenta a justificativa para esta assertiva. A As teorias filosóficas apresentam diferentes perspectivas. B As teorias filosóficas apresentam verdades incontestes. C As teorias filosóficas excluem-se mutuamente. D As teorias filosóficas apresentam melhoramento linear. E As teorias filosóficas apresentam falseabilidade como a ciência. A alternativa A está correta. O que existe, em Filosofia, são teorias com diferentes perspectivas. Uma teoria filosófica vale tanto quanto a de outro pensador, são diferentes olhares que enriquecem e fortalecem o nosso. Questão 6 Com o advento dos valores modernos, criou-se a expectativa com o progresso, um novo tempo do mundo. Que característica será fundamental nessa fase? A A valorização da doutrina. B O fortalecimento da escolástica. C O crescimento de valores teológicos. D A valorização da racionalidade. E O fortalecimento da credulidade. A alternativa D está correta. Uma das características fundamentais da Filosofia moderna, e que ocorre no período do Renascimento, é o crescente fortalecimento da racionalidade que impulsionou o fortalecimento da ciência mecanicista com novas leituras sobre o ser humano e a natureza. Questão 7 A expressão modernidade filosófica é frequentemente usada por estudiosos na área da Filosofia. O que podemos entender por essa expressão? A O mesmo que escolástica. B O sentido de valorização do passado. C O mesmo que Antiguidade clássica. D O sentido de republicanismo. E O sentido de romper com a tradição. A alternativa E está correta. O termo modernidade significa a ruptura com a tradição, a busca pelo novo, no sentido de progresso. Questão 8 Os filósofos e cientistas dos períodos Renascimento e Moderno inauguraram uma metodologia para atender a um novo tempo do mundo. Como podemos caracterizar essa nova metodologia? A O método de uma ciência meramente especulativa. B A reunião do método matemático com a experiência. C A união do método dedutivo com a Teologia. D O método da disputatio. E O método maiêutico. A alternativa B está correta. A reunião do método matemático com a experiência conduziu a um melhor conhecimento dos fenômenos naturais e se tornou uma característica da ciência moderna. 2. O humanismo e suas transformações Humanismo: o reconhecimento do valor do homem Assista ao vídeo e veja como o termo foi usado em dois sentidos distintos, segundo Abbagnano (1982). Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. São eles: Para indicar o movimento literário e filosófico italiano da segunda metade do século XIV, dando origem à cultura moderna. Para designar qualquer movimento filosófico fundamentado no ser humano. Primeiro sentido O primeiro é o sentido histórico do termo e que marca uma característica central da fase denominada de Renascimento em que o ser humano assume um status importante na natureza. Durante a fase medieval, o ser humano era identificado como mera criatura destinada a sofrer no mundo por sua própria culpa, não era considerado senhor de seu destino, muito menos identificado como um ser portador de dignidade intrínseca, como mencionamos hoje, na expressão dignidade da pessoa humana. O papado e o senhor feudal exerciam um poder de forma irrestrita e o ser humano comum, medieval, vivia uma vida dura, sem autonomia, sem direitos, apenas com deveres. Na fase do Renascimento, ocorreu um retorno à grecidade e o ser humano gradativamente passou a ser pensado de modo diferente, começou a ser considerado, pelos filósofos, um ser de razão, livre e igual. De acordo com Abbagnano: O Renascimento é o reconhecimento do valor do homem em sua totalidade, e a tentativa de compreendê-lo em seu mundo, que é o da natureza e o da história. (Abbagnano, 1982, p. 493) O Renascimento representou um momento histórico em que ocorreu a “revivescência das origens, um retorno aos princípios” (REALE; ANTISERI, 1990, p. 28). Construiu-se lentamente um novo plano de realidade e uma • • nova consciência dessa realidade. Características fundamentais desse período: A valorização do ser humano e sua liberdade, do estudo da ética, da medicina em face da metafísica. O reconhecimento do ser humano como um ser no tempo, na temporalidade e um resgate do passado para se compreender o presente. O reconhecimento da educação, do que os gregos chamaram de Paideia na formação do ser humano — o conhecimento humanístico. O reconhecimento do ser humano como um ser natural que demonstra a importância do conhecimento da natureza. Paideia Paideia significa educação do jovem grego. Leia o livro Paideia — A formação do homem grego, de Werner Jaeger, editora Martins Fontes, 1989. Segundo sentido O segundo sentido destacado por Abbagnano (1982) é aquele que está baseado no pensamento do sofista Protágoras, com seu famoso fragmento “o homem é a medida de todas as coisas, das que são enquanto são e das que não são enquanto não são.” (apud JAEGER, 1989, p. 427). De acordo com Marcondes (1997), essa ideia de Protágoras influenciou o pensamento de Schiller, em uma visão crítica de Heidegger como o caminho que subordina o ser ao homem e, também, em Sartre com seu existencialismo. Podemos afirmar que o movimento do Renascimento foi aquele que valorizou a cultura clássica e a herança greco- romana, afastando seu olhar dos valores medievais da Escolástica. O humanismo foi, portanto, um movimento artístico e cultural voltado para o ser humano, o homem comum do cotidiano, identificado na cidade de Florença do século XV e que passou a figurar na arte que, até então, apenas retratava santos, imagens sacras, reis e a nobreza. Grandes Humanistas A seguir, conheça a influência de grandes humanistas nas artes e na política. Arte Segundo Marcondes (1997), a obra mais famosa de Leonardo da Vinci, a Mona Lisa (La Gioconda), e A Escola de Atenas, pintada em 1510, no Vaticano, por Rafael Sanzio para o papa Júlio II, o papa guerreiro, são bons exemplos de uma nova arte que passou a valorizar pessoas comuns e a cultura grega, retratando os mais importantesfilósofos da Grécia antiga. • • • • La Gioconda, Leonardo da Vinci, 1503-6. A pintura de Rafael que retrata a Escola de Atenas é uma das mais belas sobre os filósofos gregos, retratados em diferentes teorias e que marcou uma síntese do pensamento renascentista que propôs um retorno ao mundo clássico. Scuola di Atene, Rafael Sanzio, pintado em 1510-11. Segundo Reali e Antiseri (1990), no quadro, temos duas figuras centrais: Platão, de barba branca apontado para cima, para o mundo das ideias e, ao seu lado, Aristóteles, segurando a Ética Nicômaco e pontando para baixo, para o mundo material. O grupo que fica à esquerda do quadro representa a tradição órfica-pitagórica. No lado oposto, no grupo de filósofos da direita, os filósofos da natureza e os cientistas. Esse movimento envolveu também a literatura e a Filosofia, e podemos afirmar que o poeta Francesco Petrarca (1304-1374), florentino, foi o primeiro humanista que identificou a época medieval como Idade das trevas. Esse pensador retomou a leitura dos clássicos, a leitura de Cícero e rejeitou ideias metafísicas e teológicas do pensamento medieval. Petrarca foi o primeiro humanista e, segundo Reale e Antiseri (1990), teria se preocupado com a corrupção em seu tempo, procurando identificar suas possíveis causas. Sua proposta foi buscar no próprio ser humano e nos estudos humanísticos uma saída: A sabedoria do autoconhecimento e o conhecimento das artes liberais. Saiba mais Para saber mais sobre Francesco Petrarca acesse o site brasilescola.uol.com.br. Conheça outros pensadores: Dante Alighieri Dante Alighieri (1265-1321), cuja obra Divina Comédia inaugurou um estilo. De acordo com Macedo Jr. (2008), Alighieri foi considerado o maior poeta italiano. Na época, todos os escritos eram em latim, mas Dante escreveu na língua italiana e suas obras se tornaram a base para essa língua. Foi condenado ao exílio perpétuo em 1301. Nicolau de Cusa Nicolau de Cusa (1401-1464), teólogo e filósofo, foi um dos pensadores de grande destaque nesta fase do Renascimento. Era alemão, mas italiano por formação. O seu pensamento foi marcado pelo neoplatonismo. A denominação Idade das trevas se deve a vários fatores que marcaram o período anterior ao Renascimento. Os historiadores observam que a vida intelectual ficou comprometida nesta fase, o analfabetismo era a regra. Foi uma fase rude em muitos aspectos, com fome, peste, raquitismo, ataques incessantes de tribos bárbaras e os mais tenebrosos atos de violência; violência cotidiana, camponeses trabalhavam à exaustão; a penalidade para vários delitos diferentes era a pena capital; geralmente as aldeias não tinham nomes, eram endógamas e o homem comum não fazia ideia sobre sua temporalidade, vivia apenas. O conhecimento ficava restrito ao ambiente das ordens religiosas. O universo pensado por Claudio Ptolomeu era o único conhecido. A Terra era concebida como absolutamente imóvel e centro do universo. Os cartógrafos dessa fase escreviam nos mapas: “Cuidado: dragões à espreita além deste ponto”. (MANCHESTER, 2004, p. 57) No Renascimento, ocorreu a reinterpretação de vários textos de Platão e Aristóteles, obras que foram traduzidas para o latim diretamente do grego. Circularam obras e autores que o papado de certo modo tentou afastar e surgiu uma escola filosófica à moda da Academia de Platão, financiada por Cosme de Médici e dirigida por Marsílio Ficino (1433-1499). Cosme de Médici A família Médici foi uma família poderosa da cidade de Florença durante o Renascimento. Foram banqueiros, políticos, clérigos e nobres. O Papa Leão X era Giovani de Médici (1475-1521), filho de Lourenço de Médici. Giovanni Pico della Mirandola (1463-1494) foi um pensador platônico que trouxe uma importante afirmação da “dignidade do ser humano”. De acordo com Reale e Antiseri (1990, p.81), o autor levou a ideia da sabedoria do Oriente, que entendia o ser humano como um grande milagre, um grande valor. Giovanni Pico destacou o status ontológico do ser humano que o permitia transitar entre dois mundos, o mundo material e o mundo da inteligência. Neste caso, a grandeza e o milagre do ser humano é poder ser seu próprio senhor, seu próprio artífice. O movimento humanista representou o surgimento de uma nova forma de pensar em que o ser humano aparece como sui iuris, não obstante a permanência de algumas das ideias da escolástica medieval. Política Na política, a arte de governar a cidade, o humanismo nos oportunizou o pensamento de Erasmo de Rotterdam (1466-1533) e Thomas More (1478-1535), que promoveram a rejeição do pensamento escolástico em favor de uma virtude inspirada no estoicismo e epicurismo, escolas filosóficas que se destacaram no período sistemático antigo. Segundo Marcondes (1997), a recuperação da virtude, típica das éticas dos antigos, foi uma base importante para o pensamento moderno. Erasmo de Rotterdam Erasmo de Rotterdam foi uma figura interessante. De acordo com Manchester (2004), Erasmo era filho de um padre e foi criado em monastérios. Católico ortodoxo, mais tarde atacou a estrutura católica em razão da corrupção e dos escândalos clericais. Mesmo sem ter essa intenção, seus livros tiveram grande sucesso e um dos mais difundidos foi Elogio à loucura, escrito por ocasião de sua estada na Inglaterra. Thomas More Thomas More, também conhecido como Thomas Morus, foi discípulo de Erasmo, católico fervoroso, foi condenado à morte por não reconhecer o rei Henrique VIII como chefe da Igreja anglicana. Segundo Reale e Antiseri (1990, p. 132), sua obra Utopia inaugurou um gênero literário que trazia a ideia de uma dimensão imaginária, daquilo que deveria ser, mas não era, a utopia. Esse termo em grego significa "lugar que não existe". O seu pensamento foi claramente inspirado em Platão, na obra República. Nicolau Maquiavel Nicolau Maquiavel (1469-1527) foi um autor de destaque com seu escrito sobre política - 0 príncipe, publicado em 1513, em honra de Lorenzo de Médici. Segundo Marcondes (1997), a obra apresenta uma análise do poder como fato político e traz uma importante história de seu tempo, com finalidade pragmática de manutenção do poder, desvinculada de aspectos morais ou virtudes morais. Veja o que dizem sobre os cidadãos: Em sua ilha de Utopia, os cidadãos eram iguais entre si de forma equilibrada, pacífico, com prazeres saudáveis, com trabalho edificante com horas de lazer, sufocando toda a avidez por dinheiro e poder. (Reale; Antiseri, 1990) A Reforma Protestante A Reforma Protestante foi fator relevante para o advento do pensamento moderno. Foi deflagrada pelo episódio em que Martinho Lutero (1483-1546), monge agostiniano, pregou suas 95 teses contra os teólogos e o Papa Leão X, às portas da Igreja em Wittenberg. Assista ao vídeo para aprender sobre Reforma Protestante. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Veja o que Manchester diz: Muitas situações constrangedoras conduziram a esse episódio e, dentre eles, podemos destacar a transferência da sede do papado para Avignon, a influência dos reis franceses sobre os papas, o envolvimento da Igreja com questões políticas e a necessidade de manter exércitos e os territórios governados pelo papado. (Marcondes, 1997) A venda de indulgências (misericórdia) e de favores representou uma fonte de recursos para manter a estrutura, bem como as construções e obras solicitadas pelos papas do Renascimento, grandiosas e igualmente custosas. Lutero ficou chocado com a corrupção. Naquela época, era comum e rotineiro usar a porta da igreja como um possível local de avisos. Os eruditos com novas doutrinas faziam assim, por isso ele afixou nas portas da igreja suas ideias. E o que ele queria? Queria mostrar que a venda de indulgências banalizava o pecado. Todavia, o que verdadeiramente incomodou o Papado foi a sua alegação de que a força papal não alcançaria os mortos, não tinha poderes para libertar as almas do purgatório em troca de dinheiro. E segundo relatam a venda de indulgênciateria caído significativamente na região. (Manchester, 2004) A Reforma foi, por conseguinte, um movimento importante para a Modernidade porque representou a defesa do individualismo e a liberdade em face da tutela religiosa. A Reforma havia colocado sob suspeita a mentalidade escolástica. Baseando-se no pensamento de Agostinho, e na valorização da consciência individual, segundo o qual o indivíduo teria condições de compreender a mensagem divina, sem intermediários, Lutero questionou a autoridade institucional da Igreja. Segundo Marcondes (1997), no aspecto filosófico, o movimento de Lutero contribuiu para a defesa da liberdade individual e de consciência, ideias que serão importantes para Filosofia Moderna, sobretudo, no pensamento de Descartes. A Revolução e o retorno ao Ceticismo A Revolução Científica, cujo marco foi a obra de Copérnico (1473-1543), sob o título Das revoluções dos orbes celestes, de 1543, com a defesa do sistema heliocêntrico, foi importante para o advento da Filosofia Moderna. Por quê? Assista ao vídeo e aprenda sobre a Revolução Científica. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. O pensamento de Copérnico rompeu com o modelo geocêntrico elaborado no século II por Cláudio Ptolomeu baseado no tratado de Aristóteles. Ademais, o reingresso na Europa de textos gregos reinterpretados por pensadores árabes provocou um interesse pela ciências naturais e uso da matemática na explicação do cosmos. Sob o ponto de vista filosófico, a Revolução Científica deslocou o pensamento da transcendência (céu) para imanência (terra), ou seja, o mundo passou a ser um lugar importante, e a experimentação, a verificação dos fenômenos, um método relevante. Sob o ponto de vista filosófico, a Revolução Científica deslocou o pensamento da transcendência (céu) para imanência (terra), ou seja, o mundo passou a ser um lugar importante, e a experimentação, a verificação dos fenômenos, um método relevante. Curiosidade Leonardo da Vinci (1452-1519), além de grande pintor, foi também um inventor, desenhou máquinas, a anatomia do corpo humano, dentre outros elementos que podem evidenciar a atmosfera da época. O período denominado Revolução Científica marcou uma fase que se estende desde a publicação da obra Das revoluções dos orbes celestes, de Nicolau Copérnico, até a publicação da obra Princípios Matemáticos da Filosofia Natural, de Isaac Newton. O retorno ao ceticismo antigo foi também fator relevante para o advento da Filosofia Moderna. Com o Renascimento, ocorreu um retorno aos escritos antigos, sobretudo os escritos céticos que os medievais haviam ignorado. Entre os pensadores antigos, nesse retorno aos clássicos, destacam-se Cícero, Diógenes Laércio e Sexto Empírico. Este último foi considerado um importante expoente do ceticismo antigo influenciando mais tarde o pensamento de Montaigne, Hume e Kant. (Marcondes, 1997) A crise que se vivenciava nessa fase de transição marcada por desconfianças de um conhecimento que já não se sustentava, rupturas e conflitos, fortalecia ideias céticas. Que ideias eram essas? Os céticos no mundo antigo questionavam os limites para o conhecimento humano. Quais seriam os limites humanos para o conhecimento? Michel Montaigne (1533-1595), representante desse ceticismo, escreveu a obra Ensaios (Essais) inaugurando o ensaio como um gênero literário, contendo pensamento e digressões de um humanismo individualista, influenciado pelo ceticismo antigo, estoicismo e epicurismo. Em sua obra, apresentou os princípios do ceticismo antigo e fortaleceu as bases do ceticismo nos séculos XVI e XVII com um olhar mais direcionado à ética. Assim, defendeu a tolerância religiosa numa fase em que a Europa se dividia entre católicos e protestantes. Por isso, o ceticismo pode ser considerado como inicio de uma visão subjetivista e individualista evidenciadas nas obras de pensadores do século XVII. Últimas palavras O humanismo colocou o ser humano como sui iuris, seu próprio senhor, centro das preocupações humanas da vida citadina. A Reforma valorizou o individualismo e o pensamento crítico. A Revolução Científica colocou o Sol no centro do sistema e a Terra girando ao seu redor, em uma subversão de todos os valores de uma antiga ciência contemplativa. • • • Comentário Então, quem é esse novo ser que passa a ocupar o centro do mundo, quais os limites de seu conhecimento e como é possível melhorar a sua vida — são questões que passam a fazer parte da reflexão filosófica e científica dos pensadores modernos. Verificando o aprendizado Questão 1 O movimento literário e filosófico da segunda metade do século XIV que deu origem à cultura moderna e, também, ao movimento filosófico fundamentado no ser humano foi denominado de: A Racionalismo B Empirismo C Ceticismo D Humanismo E Criticismo A alternativa D está correta. O movimento literário e filosófico da segunda metade do século XIV, que deu origem à cultura moderna e, também, ao movimento filosófico fundamentado no ser humano foi denominado de humanismo. Questão 2 O Renascimento foi considerado o momento em que as antigas crenças e atitudes dominantes na Idade Média encontram-se abaladas, incitando a elaboração de um novos saber. O Renascimento representou um retorno à: A Grecidade B Matemática C Ciência ptolomaica D Escolástica E Patrística A alternativa A está correta. O Renascimento foi compreendido como o reconhecimento do valor do homem e a tentativa de compreendê-lo em seu mundo da vida. O Renascimento representou um retorno à grecidade, um retorno ao valores gregos e a autores como Platão e Aristóteles. Questão 3 Os filósofos analisam que a vida intelectual ficou comprometida durante o período entre a cultura antiga e moderna, o analfabetismo era a regra, a crença e o misticismo ocupavam as escolas. Esse período ficou conhecido como: A Idade Média B Antiguidade Clássica C Moderno D Arcaico E Contemporâneo A alternativa A está correta. A denominação Idade Média assinala a fase entre o mundo antigo e o período moderno, precedido por uma breve fase chamada Renascimento. De um modo geral, os historiadores observam que a vida intelectual ficou comprometida nessa fase. 3. Conclusão Considerações finais Neste conteúdo, foi proposta uma reflexão filosófica fundamentada na análise rigorosa de conceitos, com foco na História da Filosofia e suas implicações. Iniciamos com a compreensão do significado dessa expressão, investigando sua origem, intencionalidade e consolidação como campo específico dentro da Filosofia. A abordagem adotada permitiu observar como os filósofos, suas teorias e inquietações são influenciados por seus contextos históricos, revelando a importância de considerar o tempo e o espaço na construção do pensamento filosófico. Avançamos para a análise dos fatores históricos que contribuíram para o surgimento do pensamento moderno, destacando os sentidos atribuídos aos termos “moderno” e “modernidade”. Essa investigação possibilitou compreender como essas ideias moldaram novas formas de pensar e influenciaram gerações de pensadores, especialmente no período pós-moderno. Também exploramos o movimento humanista, que representou uma ruptura com os valores predominantes da Idade Média. Ao colocar o ser humano no centro das reflexões filosóficas e artísticas, o humanismo promoveu uma nova visão de mundo, marcada pela valorização da razão, da experiência e da busca por conhecimento. Por fim, examinamos os impactos de eventos históricos como a Reforma Protestante, a Revolução Científica e o surgimento do ceticismo, compreendendo suas contribuições para a formação da Filosofia moderna. Esse percurso proporcionou uma visão crítica e contextualizada dos fundamentos do pensamento ocidental, essencial para a formação de uma consciência filosófica sólida e reflexiva. Explore + Assista aos filmes que trazem a atmosfera do fim do período medieval e início do período moderno: 1492 — A CONQUISTA do paraíso. Dir.:Ridley Scott. França, Espanha, Estados Unidos, 1992. 154 min. LUTERO. Dir.: Eric Till. Alemanha, Estados Unidos, 2003. 123 min. O MERCADOR de Veneza. Dir.: Michael Radford. Estados Unidos, Itália, Luxemburgo, Reino Unido, 2004. 131 min. O NOME da Rosa. Dir.: Jean-Jacques Annaud. França, Itália, Alemanha, 1986. 131 min. SANTO AGOSTINHO. Dir.: Roberto Rosselini. Itália, 1972. 121 min. A VIDA DE Leonardo da Vinci. Dir.: Renato Castellani. Itália, França, Espanha, 1971. Minissérie, 5 episódios. • • • • • • Assista aos filmes que trazem a atmosfera do humanismo e do racionalismo. ELIZABETH, A Era de Ouro. Dir.: Shekhar Kapur. Reino Unido, França, Alemanha, Estados Unidos, 2007. 114 min. GERMINAL. Dir.: Claude Berri. França, Bélgica, Itália, 1993. 160 min. O HOMEM DA MÁSCARA de ferro. Dir.: Randall Wallace. França, Estados Unidos, 1998. 132 min. MARIA ANTONIETA. Dir.: Sophia Coppola. Estados Unidos, França, Japão, 2006. 123 min. TEMPOS MODERNOS. Dir.: Charles Chaplin. Estados Unidos,1936. 87 min. Leia o livro O Novo Iluminismo, de Steven Pinker, da Companhia das Letras, 2018. Referências ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1982. ANDERY, Maria Amália et al. Para compreender a ciência. Rio de Janeiro: Garamond, 2007. CHATELET, François. História da Filosofia: ideias, doutrinas. Rio de janeiro: Zahar, 1982. FOLSCHEID, Dominique; WUNENBURGER, Jean-Jacques. Metodologia filosófica. São Paulo: Martins Fontes, 2006. JAEGER, W. Paideia. A formação do homem grego. São Paulo: Martins Fontes, 1989. JAEGER, W. Paideia. A formação do homem grego. São Paulo: Martins Fontes, 1989. MACEDO Jr., Ronaldo Porto (Coord.). Curso de Filosofia política. Do nascimento da Filosofia a Kant. São Paulo: Atlas, 2008. MANCHESTER, William. O fogo sobre a terra. A mentalidade medieval e o renascimento. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004. NUNES, César Aparecido. Aprendendo Filosofia. São Paulo: Papirus, 1993. • • • • • • REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia. Do humanismo a Kant. São Paulo: Paulus, 1990. Introdução à Filosofia Moderna 1. Itens iniciais Propósito Objetivos Introdução 1. A história da Filosofia e a Filosofia moderna A História da Filosofia Conteúdo interativo Invenção grega Visão de mundo Quando falamos em História da Filosofia, falamos de quê? Identificando o contexto e os desafios vividos pelos pensadores Quando observamos a História da Filosofia Moderna, estamos direcionando nossas leituras a um período histórico específico e aos filósofos que viveram nessa fase. Curiosidade A História da Filosofia e a investigação da evolução das ideias Por que utiliza-se o termo moderno? Conteúdo interativo O que será que dizem quando usam o substantivo modernidade? Trata-se do sentido de algo que é novo em ruptura com o passado, algo que simboliza mudança e progresso. Querela entre antigos e modernos Conteúdo interativo Saiba mais Um novo tempo do mundo, um novo olhar Medievais Gregos antigos Cusa Copérnico Brahe Kepler Verificando o aprendizado 2. O humanismo e suas transformações Humanismo: o reconhecimento do valor do homem Conteúdo interativo Primeiro sentido Segundo sentido Grandes Humanistas Arte Saiba mais Dante Alighieri Nicolau de Cusa Política Erasmo de Rotterdam Thomas More Nicolau Maquiavel A Reforma Protestante Conteúdo interativo A Revolução e o retorno ao Ceticismo Conteúdo interativo Curiosidade Últimas palavras Comentário Verificando o aprendizado 3. Conclusão Considerações finais Explore + Referências