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APG: PARTO E CÉLULAS-TRONCO 1- Entender a fisiologia contrátil do músculo liso do útero durante o trabalho de parto; 2- Compreender o processo fisiológico do parto; 3. Analisar os diferentes tipos de células-tronco. Mudanças nas camadas celulares do útero durante a gravidez Assim que ocorre a fecundação e a nidação, o endométrio sofre modificações intensas para se tornar capaz de sustentar o desenvolvimento do feto. Ele deixa de ser um tecido cíclico (como no ciclo menstrual) e passa a se chamar decídua. Transformações principais: Decidualização As células do estroma (camada conjuntiva) do endométrio aumentam de tamanho e acumulam nutrientes (lipídios e glicogênio). Essas células passam a ser chamadas de células deciduais. Essa transformação é estimulada pela progesterona. Mudanças nas camadas celulares do útero durante a gravidez 2. Formação da decídua O endométrio se divide em três partes, conforme a localização do embrião: Decídua basal: fica abaixo do embrião — vai formar parte da placenta. Decídua capsular: envolve o embrião como uma cápsula protetora. Decídua parietal: é o restante do endométrio que reveste o útero. Mudanças nas camadas celulares do útero durante a gravidez 3. Aumento da vascularização e das glândulas Os vasos sanguíneos (especialmente as artérias espiraladas) crescem e se tornam mais tortuosos para garantir nutrientes e oxigênio ao feto. As glândulas endometriais se tornam maiores e secretam substâncias ricas em glicogênio, alimentando o embrião nas primeiras semanas. Resultado: o endométrio se torna espesso, altamente vascularizado e secretor — perfeito para manter a gestação. Mudanças nas camadas celulares do útero após o parto Depois da saída do bebê e da placenta, o endométrio passa por um processo de regeneração e reparo: Eliminação da decídua Grande parte do endométrio decidual é expelida junto com a placenta e o sangue — isso forma o lóquio, um sangramento normal que dura alguns dias a semanas após o parto. Regeneração da camada basal A camada basal do endométrio (que não foi eliminada) contém células capazes de proliferar novamente. Essas células reconstroem o revestimento uterino, restaurando o endométrio ao seu estado normal. Retorno ao ciclo menstrual Com o tempo (geralmente em 6 a 8 semanas), e dependendo da amamentação, os ciclos hormonais voltam, e o endométrio retoma suas variações cíclicas (menstruação). Mudanças nas camadas celulares do útero durante a gravidez Durante a gravidez, o miométrio sofre hiperplasia, que é o aumento do número de células, e hipertrofia, que é o aumento do tamanho celular, permitindo a expansão uterina. Além disso, suas células sintetizam colágeno para reforçar a matriz extracelular. Após o parto, ocorre a degeneração celular e a degradação das fibras colágenas, levando à involução do útero. Mudanças nas camadas celulares do útero durante a gravidez Durante a gravidez, o útero precisa crescer muito para abrigar o feto, a placenta e o líquido amniótico. Esse crescimento acontece de duas formas principais: Hiperplasia → é o aumento do número de células musculares lisas no miométrio. As células se multiplicam (dividem-se) para aumentar a quantidade total de tecido muscular. Isso é estimulado principalmente pelos hormônios estrogênio e progesterona. Hipertrofia → é o aumento do tamanho de cada célula muscular. As células crescem individualmente, ficando maiores e mais fortes. Isso ajuda o útero a se expandir gradualmente conforme o bebê cresce. Mudanças nas camadas celulares do útero durante a gravidez Essas duas adaptações permitem que o útero aumente muito de volume sem se romper. Além disso: As células do miométrio produzem colágeno, uma proteína que dá resistência e sustentação. O colágeno reforça a matriz extracelular, que é como uma “rede de apoio” que mantém o tecido firme e elástico ao mesmo tempo. Mudanças nas camadas celulares do útero após o parto Depois do nascimento do bebê, o útero não precisa mais estar expandido. Logo, acontecem mudanças inversas: Degeneração celular → muitas células musculares lisas do miométrio morrem (sofrem apoptose). Degradação das fibras colágenas → o colágeno que foi produzido em excesso é quebrado e removido. Esses processos fazem com que o útero diminua de tamanho novamente, voltando gradualmente ao estado semelhante ao do período antes da gestação. Esse processo é chamado de involução uterina. Fatores hormonais O início do trabalho de parto é determinado por complexas interações de vários hormônios placentários e fetais (TORTORA, 14a ed.). Relaxamento da Musculatura do Útero na Gravidez Durante a maior parte da gestação, o útero deve permanecer em um estado de quiescência uterina (relaxamento) para permitir o desenvolvimento do feto. Principal Hormônio: A progesterona é o hormônio chave nesse processo. Ela atua inibindo as contrações da musculatura lisa do útero (miométrio), mantendo-o relaxado e preservando o fechamento do colo do útero. Mecanismo: A progesterona ajuda a manter a integridade da gravidez ao impedir a atividade contrátil prematura do útero. Relaxamento da Musculatura do Útero na Gravidez Outro Hormônio: A relaxina, produzida pela placenta e pelo corpo lúteo, também contribui, permitindo a distensão do útero à medida que o bebê cresce e amolecendo os ligamentos pélvicos em preparação para o parto. MAIOR PROPORÇÃO DE ESTROGÊNIOS EM RELAÇÃO À PROGESTERONA A progesterona inibe a contratilidade uterina durante a gravidez, ajudando, assim, a evitar a expulsão do feto. Por sua vez, os estrogênios têm tendência definida para aumentar o grau de contratilidade uterina, em parte porque elevam o número de junções comunicantes entre as células do músculo liso uterino adjacentes, mas também devido a outros efeitos pouco entendidos ainda (GUYTON, 13a ed.). MAIOR PROPORÇÃO DE ESTROGÊNIOS EM RELAÇÃO À PROGESTERONA Durante a gravidez, é importante que o útero permaneça relaxado, evitando contrações que possam causar a expulsão precoce do feto. Nesse processo, os hormônios sexuais têm papéis opostos: Progesterona: é o hormônio responsável por manter o útero em repouso. Ela inibe a contratilidade uterina, ou seja, impede que o músculo do útero (miométrio) se contraia. Isso é essencial para que o embrião consiga se fixar e se desenvolver com segurança ao longo da gestação. MAIOR PROPORÇÃO DE ESTROGÊNIOS EM RELAÇÃO À PROGESTERONA Estrogênios: têm o efeito contrário — eles aumentam a contratilidade uterina. Fazem isso estimulando a formação de junções comunicantes (gap junctions) entre as células musculares lisas do útero. Essas junções permitem que os sinais elétricos se propaguem com mais facilidade de uma célula para outra, coordenando as contrações. Além disso, os estrogênios também influenciam outros mecanismos que ainda não são completamente compreendidos, mas que contribuem para preparar o útero para o trabalho de parto. Progesterona X Estrogênio Resumindo: Durante a maior parte da gestação, o útero deve permanecer em um estado de quiescência uterina (relaxamento) para permitir o desenvolvimento do feto. Progesterona → relaxa o útero (mantém a gestação). Estrogênio → estimula as contrações (prepara para o parto). Relaxamento da musculatura do útero durante a gravidez X Contração muscular do útero no parto O relaxamento da musculatura do útero durante a gravidez e a contração muscular do útero no parto são processos fisiológicos cruciais, regulados por hormônios específicos para garantir a segurança da gestação e a eficiência do nascimento. Relaxamento da Musculatura do Útero na Gravidez Durante a maior parte da gestação, o útero deve permanecer em um estado de quiescência uterina (relaxamento) para permitir o desenvolvimento do feto. Principal Hormônio: A progesterona é o hormônio chave nesse processo. Ela atua inibindo as contrações da musculatura lisa do útero (miométrio), mantendo-o relaxado e preservando o fechamento do colo do útero. Mecanismo: A progesterona ajuda a manter a integridadeda gravidez ao impedir a atividade contrátil prematura do útero. Relaxamento da Musculatura do Útero na Gravidez Outro Hormônio: A relaxina, produzida pela placenta e pelo corpo lúteo, também contribui, permitindo a distensão do útero à medida que o bebê cresce e amolecendo os ligamentos pélvicos em preparação para o parto. Contração Muscular do Útero no Parto No final da gestação, ocorre uma mudança hormonal que desencadeia o trabalho de parto, caracterizado por contrações uterinas rítmicas e progressivas. Principal Hormônio: A ocitocina é o principal hormônio responsável por estimular as contrações uterinas. É liberada pela hipófise e sua concentração aumenta progressivamente à medida que o parto se aproxima. Contração Muscular do Útero no Parto Mecanismo: A ocitocina atua diretamente nos músculos do útero, aumentando a frequência e a intensidade das contrações. Além disso, ela estimula a produção de prostaglandinas. Prostaglandinas: Estes compostos auxiliam na contratilidade uterina e no amadurecimento (afinamento e dilatação) do colo do útero, preparando o canal de parto para a passagem do bebê. Função da Contração: As contrações efetivas e coordenadas empurram o feto para fora do útero e através do canal vaginal. Contração Muscular do Útero no Parto Em resumo, a progesterona domina a gravidez, promovendo o relaxamento, enquanto a ocitocina e as prostaglandinas dominam o parto, promovendo a contração e a expulsão. Além disso, tem os estrogênios, que possuem um efeito contrário da progesterona, pois aumentam a contratilidade uterina. Fazem isso estimulando a formação de junções comunicantes (gap junctions) entre as células musculares lisas do útero. Contração Muscular do Útero no Parto IMPORTANTE: O estrogênio estimula também a placenta a liberar prostaglandinas, as quais induzem a produção de enzimas que digerem as fibras colágenas no colo do útero, fazendo com que ele amoleça (TORTORA, 14a ed.). MECANISMOS DO PARTO EM TEMPOS No estágio de blástula as células da camada celular interna, os embrioblastos são células tronco pluripotentes, ou seja, são células capazes de gerar QUALQUER tecido do organismo. Porém, não são capazes de formar tecidos extraembrionários (pois essa capacidade é dos trofoblastos presentes na camada celular externa). MECANISMO HORMONAL DE TRABALHO DE PARTO MECANISMO HORMONAL DE TRABALHO DE PARTO As prostaglandinas são substâncias lipídicas (derivadas de ácidos graxos, especialmente do ácido araquidônico) que atuam como mensageiros locais — ou seja, são produzidas no próprio tecido onde atuam. Durante o trabalho de parto, elas são produzidas principalmente por: Paredes do útero (miométrio e endométrio) As células do miométrio (músculo uterino) e do endométrio produzem prostaglandinas em resposta ao aumento dos níveis de ocitocina e estiramento do útero. Placenta e membranas fetais (âmnio e córion) Essas estruturas também liberam prostaglandinas próximo ao final da gestação, ajudando a iniciar o trabalho de parto. image1.png image2.png image3.png image4.png image5.png image6.png image7.png image8.png image9.png image10.png image11.png image12.png image13.png image14.png image15.png