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Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal Catarinense Campus Blumenau ___________________________________________________________________________ ROSIVANI PEREIRA DO NASCIMENTO SOUZA A BRINCADEIRA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA O BRINCAR NA PRIMEIRA INFÂNCIA E SUA FUNÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA ANÁLISE A PARTIR DA BNCC DA EDUCAÇÃO INFANTIL Blumenau 2022 ROSIVANI PEREIRA DO NASCIMENTO SOUZA O BRINCAR NA PRIMEIRA INFÂNCIA: UMA ANÁLISE A PARTIR DA BNCC DA EDUCAÇÃO INFANTIL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia, do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Catarinense – Campus Blumenau para obtenção do título de licenciado em Pedagogia. Orientador(a): Titulação: Viviane Grimm Blumenau 2022 ROSIVANI PEREIRA DO NASCIMENTO SOUZA O BRINCAR NA PRIMEIRA INFÂNCIA: UMA ANÁLISE A PARTIR DA BNCC DA EDUCAÇÃO INFANTIL Este Trabalho de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de Licenciado em Pedagogia e aprovado em sua forma final pelo curso de Licenciatura em Pedagogia do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Catarinense– Campus Blumenau. Blumenau (SC), XX, XXXXX de 2022 (data da defesa) Viviane Grimm _________________________________________________ Prof. e orientadora Nome completo, abreviatura da titulação Instituto... BANCA EXAMINADORA _________________________________________________ Prof. Nome completo, abreviatura da titulação Instituto... _________________________________________________ Prof. Nome completo, abreviatura da titulação Instituto... _________________________________________________ Prof. Nome completo, abreviatura da titulação Instituto... Dedico este trabalho aos meus pais. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade de estar aqui e poder desfrutar da vida e suas belezas. Agradeço aos meus pais por todo apoio dado a mim, pelo amor e pelo afeto, sem isso eu não seria a pessoa que me tornei. Agradeço meus familiares e os amigos que compreenderam minhas ausências. Agradeço imensamente aos professores que deram o melhor de si para me ensinar e a instituição que me proporcionou ferramentas para que eu pudesse aprender. À minha orientadora, que com paciência e zelo me ajudou a sanar minhas dúvidas e me auxiliou em todas as etapas deste trabalho. Enfim, agradeço a todos que contribuíram de forma direta ou indireta na construção deste estudo. RESUMO O objetivo deste trabalho é descrever como a nova BNCC trabalha com o conceito de brincadeira na educação infantil. A temática tem como base os jogos, e o foco da análise é comprovar que os jogos são um processo natural do ser humano, e ao mesmo tempo podem enriquecer e favorecer a formação global da personalidade das crianças, pois por meio das brincadeiras as crianças se socializam, interagem e facilitar a expansão da natureza. A BNCC identifica dez competências genéricas na educação infantil e fundamental que contribuem para uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva. Brincar na BNCC é um direito fundamental e um recurso para o crescimento das crianças. Em diferentes áreas do conhecimento, o brincar surge como uma abordagem experiencial, realizada pelos professores de forma deliberada e organizada,já que a brincadeira é medianeira de aprendizagens significativas na Educação Infantil. Palavras-chave: educação infantil . BNCC. brincadeira Abstract: The purpose of this article is to describe how the new BNCC works to design the theme of the theme is to play as an approach to developmental experiences in Early Childhood Education. The line of analysis is focused on demonstrating that play is a natural process of the human being and can, at the same time, enrich or contribute to the integral human formation of the child, since through play, children socialize, interact and favor cognitive character. The BNCC establishes ten general competences that children and students should develop throughout the stages of Basic Education and contribute to the construction of a more just, democratic and inclusive society.Playing in the BNCC is combined as a right andbasal incremental resource for the child. In the disparate fields of knowledge, play comes as a goal to be worked on, since the play is Childhood Education. Keyword : preschool education. BNCC.Just kidding LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas BNCC – Base Nacional Curricular Comum IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística PNE – Plano Nacional de Educação SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO.........................................................................................................11. 2.OBJETIVOS..............................................................................................................12.2.1Objetivo Geral............................................................................................................................13 2.2Objetivos específicos....................................................................................................................13 3-DESENVOLVIMENTO/FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................................................................13 3.1- BNCC E O BRINCAR…………………………………………………………………..14 3.2-BRINCADEIRAESUAIMPORTÂNCIANAPRIMEIRA INFÂNCIA……………………………………………………………………………………..18 3.3. – JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL………………………21 3. 4 – A IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO DO PROFESSOR …………………………...22 METODOLOGIA...........................................................................................................23 CONCLUSÃO.............................................................................................................. .24 REFERÊNCIAS………………………………………………………………………………25 1-INTRODUÇÃO A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). A BNCC traz em seu conteúdo a questão do brincar e sua importância no desenvolvimento da criança, desde os primeiros anos de vida. A brincadeira enquanto prática pedagógica, assume papel fundamental para o desenvolvimento da criança nos aspectos motor, cognitivo, social e emocional. Compreende-se que conhecimentos de várias áreas podem ser abordados e construídos a partir da prática das brincadeiras na Educação Infantil. É de conhecimento geral que a educação em nosso país ainda está engatinhando para um futuro em que o processo de alfabetização tenha como aliado o conhecimento já existente dos alunos com a utilização da ludicidade para um aprendizado mais dinâmico e prazeroso, sem o processo maçante do copiar e decorar. Entende-se por brincar, o ato de entreter-se. É um aprendizado cultural que se expressa de diversas formas e traz consigo uma carga de significados e aprendizagem significativos para o ser. O brincar não pode ser tratado meramente como uma atividade vazia e sem objetivo, pois o ato em si desenvolve no indivíduo muito mais do que se imagina. No ato de brincar a criança tem a possibilidade de criar e recriar símbolos por si própria. A brincadeira traz consigo o desenvolvimento cognitivo, social, motor e afetivo; através dela a criança se prepara paraa vida, estabelecendo laços com os indivíduos ao seu redor e se relacionando com o meio em que vive. A brincadeira é um dos direitos da criança, e está diretamente ligada à aprendizagem e ao desenvolvimento delas, no que diz respeito a conviver, participar, explorar, comunicar, conhecer-se. Segundo a BNCC, a criança deve “brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais” (BNCC, 2017, p. 36). O problema da pesquisa é refletir sobre o que o documento (BNCC) afirma sobre o brincar na primeira infância e como isso é importante nesta fase da vida, auxiliando e fazendo parte do desenvolvimento global da criança. O brincar nunca foi tão importante para a criança na sua primeira infância, pois nos últimos anos vários estudos e documentos falam das diversas vantagens que o brincar traz para o indivíduo em sua fase de desenvolvimento, ou seja, nos primeiros anos de idade. Por isso, o estudo justifica-se, por se tratar de um assunto bastante relevante para nós profissionais da Educação, que seremos. Conhecer os documentos oficiais e as suas particularidades, é de grande valia para todos, sendo que auxilia e facilita o trabalho em sala de aula. Os eixos estruturais, interagir e brincar, são importantes para que a criança consolide sua aprendizagem. É a partir da brincadeira e da interação que ela desenvolve, nesta etapa, as estruturas, habilidades e competências que serão importantes ao longo de toda a vida. 2-OBJETIVO Brincar na BNCC é um direito fundamental e um recurso para o crescimento das crianças. Em diferentes áreas do conhecimento, o brincar tem se destacado como uma abordagem vivencial, realizada pelos professores de forma deliberada e organizada, pois o brincar é mediador de aprendizagens importantes na educação infantil. 2.1Objetivo Geral O objetivo geral é discutir a brincadeira no desenvolvimento da criança na conhecer melhor a BNCC, no que diz respeito ao direito de brincar da criança na sua primeira infância e seu papel na educação infantil. 2.2Objetivo Específico - Descrever o conceito de brincadeira, brincar e jogos em diferentes perspectivas teóricas; - Identificar a função da brincadeira no desenvolviemento da criança; - Analisar o papel do brincar na educação infantil. O objetivo específico é perceber a importância do brincar na Educação Infantil, e como isso pode ajudar profundamente a criança a se desenvolver como um todo, em vários aspectos. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Brincadeira, brincar e jogos em diferentes perspectivas teóricas 2.2 A brincadeira no desenvolvimento da criança 2.3 O papel do brincar na educação infantil 3 DESENVOLVIMENTO/ FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A brincadeira está presente em todo lugar: em casa, nas escolas, nas praças, etc. Brincar é tão comum e natural, é um ato presente desde a infância até a velhice. O lúdico nos faz desenvolver primeiramente aptidões físicas, pois para brincar é necessário mover-se e utilizar-se do corpo, muitas vezes. Também, e não menos importante, as brincadeiras mexem com nosso cérebro, precisamos pensar, resolver problemas, interagir, comunicar-se com outras pessoas e tudo que está ao nosso redor. Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com ela desenvolva a imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como atenção, a imitação, a memória e a imaginação (FRIEDMANN, 2004, p.27) Brincadeiras estão ligadas ao conhecimento de uma forma geral, pois sabemos que os estudantes aprendem melhor por meio de atividades que proporcionem o lúdico. Nos primeiros anos de vida, a criança está todo o tempo se descobrindo, se moldando, se desenvolvendo. Vygotsky (1998) diz que por meio do lúdico a criança transcende seus limites e se vê maior do que é, expandindo sua visão dela e do mundo, levando-a ao conhecimento propriamente dito. A criança está inserida, desde o seu nascimento, num contexto social e seus comportamentos estão impregnados por essa imersão inevitável. Não existe na criança uma brincadeira natural. A brincadeira é um processo de relações interindividuais, portanto de cultura. É preciso partir dos elementos que ela vai encontrar em seu ambiente imediato, em parte estruturado por seu meio, para se adaptar às suas capacidades. A brincadeira pressupõe uma aprendizagem social. Aprende-se a brincar. A brincadeira não é inata, pelo menos nas formas que ela adquire junto ao homem. A criança pequena é iniciada na brincadeira por pessoas que cuidem dela, particularmente sua mãe. (BROUGÈRE, 2010) De acordo com a BNCC (BRASIL, 2017) as brincadeiras entram como um dos direitos de aprendizagem e, também, a brincadeira é um dos dois eixos estruturantes - interações e brincadeiras. Por meio disso, é possível perceber a grande importância do brincar que, caracteriza o cotidiano da infância e propicia diferentes estímulos e aprendizagens. 3.CAPÍTULO 1 – A BNCC E O BRINCAR A BNCC define o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os estudantes devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, constituídas, como já mencionado, por conhecimentos, habilidades, atitudes e valores, expressados em competências para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do mundo do trabalho e do pleno exercício da cidadania. Orientada pelos princípios éticos, políticos e estéticos traçados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (Resolução CNE/CEB nº 4/2010) e específicas da Educação Infantil (Resolução CNE/CEB nº 5/2009), do Ensino Fundamental (Resolução CNE/CEB nº 7/2010) e do Ensino Médio (Resolução CNE/CEB nº 2/2012), a BNCC define dez competências gerais comuns às etapas da Educação Básica, as quais expressam os direitos de aprendizagem dos estudantes: 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 3. Desenvolver o senso estético para reconhecer, valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, participando de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 4. Utilizar diferentes linguagens - verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), matemática e científica para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos, em diferentes contextos, e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação, de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 7. Argumentar com base em fatos, dados e informaçõesconfiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado consigo mesmo, com os outros e com o planeta. 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos de forma harmônica e a cooperação, fazendo-se respeitar, bem como promover o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. (BRASIL, 1996) O brincar na BNCC é combinado como direito basal e recurso de incremento da criança. Nos díspares campos de conhecimentos, o brincar surge como abordagem vivencial a ser trabalhada de forma intencional e organizada pelo professor, já que a brincadeira é intercessora de aprendizagens significativas na Educação Infantil. De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (2017), apresenta o brincar como um dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento na educação infantil: “Brincar cotidianamente de diversas formas” em diferentes espaços e tempos com diferentes parceiros, crianças e adultos, ampliam do e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, suas criatividades, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sócias e relacionais. (BRASIL, 2017, p.36). Para formar verdadeiros cidadãos, o processo educativo deve ter como objetivo a valorização das pessoas, enriquecendo-as no campo das relações interpessoais, respeitando a diversidade, ao mesmo tempo em que promove a consciência crítica, a responsabilidade social, a participação, a franqueza e a livre expressão de ideias, constituindo o campo democrático da escola, com vistas ao desenvolvimento harmonioso dos alunos. O processo de implementação da BCCN vislumbra a possibilidade real de se estabelecer um processo de ensino democrático, participativo e que descreva os desafios cotidianos que constituem a educação como aspecto de transformação e libertação social. Em diferentes campos do conhecimento, os jogos surgiram como um método de experiência consciente e organizado pelo professor, já que a brincadeira é intercessora de aprendizagens significativas na Educação. Para Bruhns (1993, p.11) as atividades lúdicas devem ter as seguintes características: desinteresse, seriedade, prazer, espontaneidade e organização. Entende-se assim que as atividades lúdicas precisam estar diretamente ligadas a uma organização e principalmente ao prazer. O estudante deve se sentir livre e agir espontaneamente, utilizar a brincadeira para se relacionar com ele, com os colegas e com o meio social onde está inserido. Entretanto, também se faz necessário que no jogo exista, acima de tudo, conhecimento das regras, seriedade quando for preciso e desinteresse quando for necessário. Deve-se entender que os papéis do professor e do estudante são distintos e devem ser seguidos a qualquer tempo, para que haja uma melhor interação entre todos os participantes envolvidos nas situações lúdicas. O professor pode e deve interagir com o estudante no decorrer da brincadeira, se for necessário, mas deve também deixar que o estudante fique livre para brincar e tomar certas decisões durante a brincadeira. Sendo assim, o brincar pode ser direcionado, livre ou exploratório; o importante é que ele faça o estudante avançar do ponto em que está no momento em sua aprendizagem, criando condições para a ampliação e reinvenção de seus conhecimentos. Segundo Vygotsky (1997, p. 42) um simples brinquedo tem importância fundamental no desenvolvimento da criança, levando-a a respeitar regras, o outro e também o mundo. O ato de brincar traz consigo o poder para o estudante imaginar, criar, desenvolver-se. O desenvolvimento da criança nas séries iniciais se dá de forma rápida e se faz necessário o uso de estratégias eficazes e lúdicas para que esse processo seja tranquilo e significativo como um todo e que traga ao estudante resultados positivos e que o façam pensar e agir de forma autônoma. 3. CAPÍTULO 2 – A BRINCADEIRA E SUA IMPORTÂNCIA NA PRIMEIRA INFÂNCIA Para as crianças o ato de brincar é um dos elementos mais precisos de conhecimento e reconhecimento, o brincar não deve ser visto de forma imprudente e infantil em sala de aula, jogos educacionais e atividades mais animadas fazem com que o aluno tenha interesse em aprender. “Formas de motivação verdadeira e um acompanhamento estimulante são sempre modos de ajudar o aluno a sentir-se em casa [...]” (CUNHA, 2001, p. 54). Ao trabalhar numa perspectiva lúdica, o professor oportuniza que as crianças conheçam, explorem e se relacionem com o mundo em que vivem e desenvolvem habilidades importantes para a vida em sociedade. Em todas as etapas da educação, é muito importante que o professor valorize os conhecimentos que as crianças já possuem sobre os temas estudados, e sempre que possível aproximá-los ao cotidiano delas, para que os conceitos estudados sejam concretos, a fim de facilitar o processo de ensino. O brincar pode e deve ser visto como sendo uma atividade natural, espontânea e necessária para a criança, sendo acima de tudo, parte imprescindível na sua formação do caráter do ser humano, pois explora suas relações humanas e sociais como um todo. Se assim for visto pelos educadores torna-se muito mais fácil levar a brincadeira e os jogos para a sala de aula, não deixando apenas para os momentos da educação física e o recreio, por exemplo. Por meio do uso de jogos, brincadeiras e do jogo de faz de conta, o aluno pode explorar muito mais sua criatividade, melhorando assim sua conduta no processo ensino-aprendizagem e também sua autoestima, entretanto o professor deve estar atento e ter cuidado na forma de como são colocados os jogos e também os seus fins pedagógicos, para que não se transformem em atividade dirigida e manipuladora. A valorização da ludicidade é de extrema importância dentro de sala de aula, e é fundamental para que esta prática seja cada vez utilizada e presente nas escolas. O professor tem responsabilidade direta na implementação deste tipo de atividade, onde o lúdico deve aliar-se à aprendizagem, e é papel do professor, fazer isso acontecer, por meio dos planejamentos e programas de aula, favorecendo uma aprendizagem mais leve e dinâmica. Vygotsky (1997, p. 117) explica que no ato de brincar “a criança se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário; no brinquedo, é como se ela fosse maior do que ela é na realidade”. Ao mesmo tempo que a criança, o adolescente ou o adulto brincam, eles também melhoram sua capacidade intelectual, cognitiva e corporal, explorando suas limitações e percepções de mundo e, sobretudo, desenvolve e estimula o raciocínio e a concentração, fatores fundamentais para o aprendizado real. A ludicidade, se bem trabalhada e devidamente alicerçada com base pedagógica, pode ser um grande diferencial para a educação, que hoje necessita de mudanças significativas. Favorecer para a criança um aprendizado mais amplo, de forma divertida e ao mesmo tempo significativa, é reformular o atual modelo escolar, mudando a visão que se tem da escola doutrinária, que é um lugar cheio de regras e seriedade, transformando-o num lugar mais aberto, aconchegante e animado, onde as crianças podem aprender brincando. O lúdico favorece tanto o desenvolvimento psíquico quanto o físico, sendouma tendência instintiva da criança. Com o brincar, a criança melhora sua independência, desenvolve sua sensibilidade visual e auditiva, desenvolve habilidades motoras e cognitivas, diminui sua agressividade, cria o senso de compartilhamento, exercita a imaginação e a criatividade, aprimora a inteligência emocional, se integra a outras realidades, promovendo, assim um desenvolvimento sadio e uma adaptação social mais aberta e mais humana. O aluno deve ter amplo acesso ao espaço e as atividades lúdicas escolares, pois é através do lúdico que ele melhora seu processo de ensino aprendizagem. É sabido que os alunos que têm certas dificuldades de linguagem e expressão, podem encontrar na ludicidade um modo de se comunicarem com mais facilidade, colaborando com o desenvolvimento da linguagem que antes era limitada. As atividades lúdicas proporcionam o respeito ao outro e o compartilhamento de dúvidas, preocupações e interesses, motivando-os a se ajudarem entre si. O lúdico é essencial na construção do conhecimento, favorecendo e amplificando a participação dos educandos para uma internalização do saber, pois se eles aprendem brincando, internalizam as situações e conteúdos com mais facilidade, não esquecendo do que aprenderam em sala de aula, pois é dinâmico e espontâneo. Muitas pesquisas já trouxeram como resultados o lado positivo do uso do lúdico em sala de aula, sendo que a torna mais interessante aos olhos dos alunos, além de ser uma forma diferente de juntar o conhecimento intrínseco com o extrínseco. E não se pode deixar de mencionar que o professor deve sempre repensar sobre as suas práticas pedagógicas, sendo que dessa forma, ele pode refletir sobre suas ações e quebrar um pouco a rotina e repensar criticamente sobre seu planejamento, com o intuito de aprimorá-lo, para melhor ensinar. Piaget (1975), valoriza a prática lúdica para que o desenvolvimento infantil seja harmonioso, pois tal atividade propicia a expressão do imaginário, a aquisição de regras e a apropriação do conhecimento. No que concorda Kishimoto (2008, p.32), baseada em Piaget, quando afirma que “[...] ao manifestar a conduta lúdica, a criança demonstra o nível dos seus estágios cognitivos e constrói conhecimentos.” Já Vygotsky (1998) se opõe às teorias onde o desenvolvimento se divide em estágios individuais. Para ele, na constante mediação com adultos ou pessoas mais experientes, os processos psicológicos mais complexos, típicos do homem, começam a tomar forma. Assim, é pela interação social que as funções cognitivas do indivíduo são elaboradas. Por acreditar que as funções psíquicas do indivíduo são construídas na medida em que são utilizadas, defende a ideia de que o ensino não deve estar atrelado ao processo de amadurecimento. Para ele, a criança amadurece ao ser ensinada e educada, quer dizer, à medida que, sob a orientação de pessoas mais experientes, se apropria do conhecimento elaborado pelas gerações precedentes e disponível em sua cultura. Daí a relevância da interação social, uma vez que dela depende o desenvolvimento mental. Vygotsky (1998), identifica dois níveis de desenvolvimento nas crianças: nível de desenvolvimento real (o que a criança já é capaz de realizar por si própria, sem ajuda do outro) e o nível de desenvolvimento potencial (aquilo que ela realiza com o auxílio de outra pessoa). Para melhor explicar a importância da interação social no desenvolvimento cognitivo, Vygotsky cunhou o conceito de zona de desenvolvimento proximal, a diferença entre o que a criança faz sozinha (desenvolvimento real) e o que ela pode fazer apenas por meio de intervenção a distância. Adulto (desenvolvimento potencial). Essa zona de desenvolvimento proximal é o potencial de aprendizagem, que não é o mesmo para todos. As escolas são, portanto, lugares onde as intervenções instrucionais conscientes desencadeiam o processo de ensino por meio das intervenções dos professores na zona de desenvolvimento proximal do aluno. Ao discutir o papel do brincar, Vygotsky mostra de forma bastante inovadora como as interações sociais que as crianças fazem nessas situações contribuem para o seu desenvolvimento. Enquanto brinca, a criança reproduz as regras e os princípios empíricos que percebe na realidade.Logo, as interações requeridas pelo brinquedo possibilitam a internalização do real, promovendo o desenvolvimento cognitivo. Vygotsky (1998), propõe um paralelo entre o brinquedo e a instrução escolar: ambos criam uma zona de desenvolvimento proximal, e em ambos os contextos a criança elabora habilidades e conhecimentos socialmente disponíveis que passará a internalizar. 3. CAPÍTULO 3 – JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL Os jogos e as brincadeiras são ferramentas que as escolas devem explorar como valiosos recursos pedagógicos, pois além de estabelecer regras de comportamento, o brincar também desempenha um papel na zona de desenvolvimento proximal, onde a criança se envolve em brincadeiras situacionais que ainda não consegue. configurações de aprendizagem concluídas. A julgar pela comparação dos conceitos de Piaget e Vygotsky, pode-se dizer que todos concordam que brincar e brincar auxiliam no desenvolvimento infantil. As escolas podem e devem, portanto, valorizar esta prática como estratégia metodológica para facilitar o ensino das crianças de uma forma mais agradável e interessante. Durante o brincar e brincar, várias áreas são estimuladas, desenvolvidas ou aprimoradas: criatividade, memória, cooperação e solidariedade, atenção, linguagem, motivação, aquisição de conceitos, mobilidade, discriminação, julgamento, análise, capacidade de decisão e capacidade de aceitar críticas, a competitividade, a socialização, a confiança em si e em suas possibilidades, o respeito às regras e o controle emocional. De acordo com Ide (2008, p. 99), dois tipos de jogos ocupam espaço na educação das crianças. - Jogos livres, como os de papéis de faz-de-conta, que favorecem a autonomia, a socialização, e consequentemente, uma melhor adaptação social no futuro. - Jogos orientados pelo professor, como os educativos ou didáticos, que são relevantes para o desenvolvimento do pensamento e aquisição de conteúdos, porque proporcionam uma modificação cognitiva. No que concorda Kishimoto (2008, p.36) quando afirma que, Entendido como recurso que ensina, desenvolve educa de forma prazerosa, o brinquedo educativo materializa-se no quebra-cabeça, destinado a ensinar cores e formas, nos brinquedos de tabuleiro que exigem a compreensão do número e nos múltiplos brinquedos e brincadeiras, cuja concepção exigiu um olhar para o desenvolvimento infantil. Os jogos e as brincadeiras estimulam o raciocínio e a imaginação, permitindo que a criança explore diferentes comportamentos, situações, capacidades e limites, pois, segundo Ide (2008, p. 100) Os jogos educativos ou didáticos estão orientados para estimular o desenvolvimento cognitivo e são importantes para o desenvolvimento do conhecimento escolar mais elaborado: calcular, ler e escrever. São jogos fundamentais para a criança deficiente mental por iniciá-la em conhecimentos e favorecer o desenvolvimento de funções mentais superiores prejudicadas. Sendo assim, cabe a cada professor organizar e adaptar os jogos de acordo com o nível dos seus alunos, a fim de favorecer o seu desenvolvimento. O que significa que o jogo é um recurso importante a ser utilizado pelo professor, desde que ele tenha clareza do seu papel, e de que os jogos precisam estar correlacionados à proposta e aos objetivos pedagógicos que se espera atingir. Portanto, devem estar inseridos nas atividades curriculares já no momento do planejamento das aulas. 3. 4 – A IMPORTÂNCIA DA MEDIAÇÃO DO PROFESSOR O educador, sabendo que a criança tenta instintivamente imitar o adulto, é obrigado a ter um profundo afeto por seus alunos, que expressam suas alegrias e tristezas com uma expressão simples. Além de todo o conhecimento adquirido na teoria, a prática dos educadores infantis é grande quando eles podem promover ativamente o crescimentoe desenvolvimento de atitudes respeitosas e carinhosas com as crianças. Hoje, a formação de professores da educação infantil é um direito dos próprios professores. Em toda educação, o que mais marca é, primeiro, o amor; depois, o exemplo; e, em terceiro lugar, o ensino, seria essencial que o(a) educador(a) infantil tivesse ilimitado amor a sua profissão e integral condição de transmiti-la através de seus gestos e de suas intervenções. Que gostasse muito de crianças e que mostrasse extremamente sensível ao afeto que desperta [...] (ANTUNES, 2006, p. 60). O professor da educação infantil deve saber ultrapassar os desafios, utilizando estratégias inovadoras, recursos pedagógicos como os jogos para explorar as competências dos alunos e compromissado com sua profissão na escola. Esse educador precisa ser a referência e inspiração para melhor desenvolver um ensino de qualidade e diferenciada na escola. Se os jogos favorecem o aprendizado, então os educadores precisam apoiar os jogos, porque se os professores não se interessarem por essa forma de educação, nada poderá ser feito. Os profissionais precisam agregar criatividade, entusiasmo, alegria e observação das crianças durante as brincadeiras. Os educadores devem entender as brincadeiras das crianças. Para que o educador se debruce sobre o universo infantil, ele deve ter conhecimento teórico e prático, capacidade e vontade de observar. Através da observação dos jogos, os educadores podem obter informações importantes sobre os jogos. Essas informações definem os seguintes critérios: a brincadeira ou jogo específico que envolve as crianças, quais são as habilidades dos jogadores, quanta criatividade, autonomia, iniciativa e crítica, emoção e a satisfação de jogar jogos se demonstrarem colaboração, competição, interação, construção de raciocínio, argumentação e opinião. A ação do professor de educação infantil, como mediador das relações entre as crianças e os diversos universos sociais nos quais elas interagem, possibilita a criação de condições para que elas possam, gradativamente, desenvolver capacidades ligadas à tomada de decisões, à construção de regras, à cooperação, à solidariedade, ao diálogo, ao respeito a si mesmas e ao outro, assim como desenvolver sentimentos de justiça e ações de cuidado para consigo e para com os outros (BRASIL, 1998, p.43) 5. METODOLOGIA O trabalho foi realizado através de uma pesquisa de revisão bibliográfica e também documental, pois é pautada basicamente a partir da BNCC (Base Nacional Curricular Comum, de 2017). Pesquisa é ato ou efeito de pesquisar; indagação ou busca minuciosa para averiguação da realidade, investigação, inquirição, investigação e estudo, minudentes e sistemáticos, com o fim de descobrir ou estabelecer fatos ou princípios relativos a um campo qualquer do conhecimento. Metodologia é a arte de dirigir o espírito na investigação da verdade; estudo dos métodos e, especialmente, dos métodos das ciências. Método é o caminho pelo qual se atinge um objetivo; programa que regula previamente uma série de operações que se devem realizar, apontando erros evitáveis, em vista de um resultado determinado; processo ou técnica de ensino: método direto; modo de proceder; maneira de agir; meio (FERREIRA, 1987). A pesquisa documental recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes, fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de programas de televisão, etc. (FONSECA, 2002, p. 32) O presente trabalho foi iniciado a partir do Estado do conhecimento, com pesquisas feitas nas bases de dados e portais de periódicos científicos, que está possibilitando a construção escrita do referencial teórico dessa pesquisa e que auxiliará nos procedimentos metodológicos da mesma, por se tratar de uma estudo de natureza qualitativa, do tipo documental e com análise de conteúdo como parte da análise documental deste estudo. 4. CONCLUSÃO A conclusão que se extrai da análise bibliográfica realizada sobre o tema deste trabalho é que durante a infância a criança torna-se única e única, aprende a brincar, e enquanto aprende pensa, analisa sua realidade, sua cultura e seu meio que está inserida, criar formas, conceitos, ideias, percepções e tornar-se cada vez mais social através da interação. Ao brincar, a criança se desenvolve plenamente e compreende o mundo ao seu redor. Portanto, brincar não é apenas diversão, mas uma forma de educar, construir e socializar. Para a realização do jogo é necessária a presença de um profissional (professor). É fundamental porque facilita e facilita a interação, planejando e organizando o ambiente, possibilitando o brincar, estimulando atitudes competitivas e cooperativas, e os professores criando nas crianças o desejo de brincar, promovendo assim o aprendizado. O desenvolvimento de cada criança, as conversas estabelecidas e as preferências são reveladas a partir do que é apresentado durante a brincadeira. A intervenção do professor nesses momentos pode ser realizada se o objetivo for beneficiar o desenvolvimento da criança. Por isso, a observação atenta e a escuta das crianças darão indícios da atitude que o professor deve adotar. Assim, o brincar na Educação Infantil oferece muitas possibilidades para a criança vivenciar, interagir, explorar, criar, se expressar, cabendo ao professor disponibilizar recursos e espaços intencionalmente planejados para facilitar o desenvolvimento de cada possibilidade dentro dela. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 de dezembro de 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em: 10 jul. 2021. BRASIL. Ministério da Educação. 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