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1 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 2 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Sumário NEONATOLOGIA ............................................................................................................................................................. 3 CARDIOPATIAS CONGÊNITAS ........................................................................................................................................ 13 ALEITAMENTO MATERNO ............................................................................................................................................. 17 CRESCIMENTO E SEUS DISTÚRBIOS .............................................................................................................................. 19 DESENVOLVIMENTO E SEUS DISTÚRBIOS ..................................................................................................................... 24 DIARREIA AGUDA .......................................................................................................................................................... 26 DOENÇAS EXANTEMÁTICAS .......................................................................................................................................... 28 INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO ................................................................................................................................... 33 SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS AGUDAS .......................................................................................................................... 35 SUPORTE DE VIDA PEDIÁTRICO .................................................................................................................................... 45 IMUNIZAÇÕES ............................................................................................................................................................... 46 3 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 PEDIATRIA NEONATOLOGIA Idade gestacional – DUM / USG / Exame físico (Capurro e Ballard) p90 AIG p10-p90 PIG 2 anos) Rinite sanguinolenta Placas mucosas Condiloma plano Lesões cutâneas – pênfigo palmoplantar Lesões ósseas – pseudoparalisia de Parrot Nariz em sela Rágades – sulcos ao redor de orifícios Fronte olímpica Tíbia em sabre Alterações dentárias – dentes de Hutchinson e molar em amora *Lesões são contagiosas!!! *Só tem lesão óssea na sífilis congênita – na pós-natal não tem! b. Diagnóstico VDRL (sangue periférico) 4 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Em alguns casos + Hemograma – anemia, plaquetopenia, leucopenia/citose Líquor RX de ossos longos Avaliação auditiva e visual Avaliação hepática e eletrólitos RX de tórax c. Tratamento TRATAMENTO ADEQUADO DA MÃE Penicilina benzatina Adequado para a fase da doença Iniciado até 30 dias antes do parto Sem risco de reinfecção VDRL em queda (2 diluições em 3m, 4 diluições em 6m) MÃE NÃO / INADEQUADAMENTE TRATADA: exames + tratamento + notificação Líquor alterado (VDRL + / células > 25 / PTN > 150) Penicilina cristalina IV 10 dias Líquor normal + outra alteração Penicilina cristalina IV / Penicilina procaína IM 10d Assintomática + exames normais (VDRL -) Penicilina benzatina dose única MÃE ADEQUADAMENTE TRATADA: VDRL no RN VDRL ≥ materno em 2 diluições? Sim Exames + tratamento + notificação Não Exame físico - Normal: acompanhamento - Alterado: VDRL negativo: investigar outras infecções VDRL positivo: tratamento d. Acompanhamento VDRL: tem que diminuir com 3m, negativar com 6m – até 2 VDRL negativos Líquor: 6/6m – se tinha neurossífilis Avaliação auditiva, visual e neurológica: 6/6m por 2 anos TOXOPLASMOSE – Toxoplasma gondii Infecção aguda ou reativação (se imunodeprimida) a. Diagnóstico Na gestante Sorologia (IgM, IgG) 1º trimestre IgM – IgG + Imune IgM + IgG - Repetir > observar viragem sorológica (IgM+, IgG+) IgM + IgG + Índice de avidez de IgG Alta avidez: infecção há mais de 3-4m Baixa avidez: infecção aguda b. Clínica – tríade de Sabin Coriorretinite Após a infecção aguda, o IgM pode ficar positivo por muito tempo (12 semanas) – ou seja, IgM positivo não indica, necessariamente, infecção aguda! 5 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Hidrocefalia obstrutiva Calcificações cerebrais difusas – tod(x)o o parênquima c. Tratamento – todos, mesmo se assintomático (evolui para coriorretinite) PRÉ-NATAL Gestante Espiramicina + avaliar infecção fetal (US/PCR líquido amniótico com 18-21 semanas) Se infecção fetal: Sulfadiazina + Pirimetamina + Ácido folínico após 1º trimestre PÓS-NATAL RN Sulfadiazina + Pirimetamina + Ácido folínico durante o 1º ano + Corticoide – se coriorretinite grave / líquor com PTN > 1g CITOMEGALOVIROSE Transmissão: infecção aguda, reinfecção ou reativação (IgG +) a. Clínica Microcefalia Exantema petequial / purpúrico – muffin de blueberry Calcificação periventricular – circunda meu ventrículo (CMV) b. Diagnóstico Vírus na urina / saliva estenose de AP Coriorretinite “em sal e pimenta” b. Tratamento Prevenção da transmissão – o vírus fica sendo eliminado por até 2 anos VARICELA – varicela-zóster Transmissão: infecção até 20 semanas a. Clínica Lesões cicatriciais zosteriforme Hipoplasia de membros Doença neurológica Sequela: surdez neurossensorial CMV mas não me ouve 6 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 HERPES VÍRUS – herpes simples 1 ou 2 Transmissão: perinatal – passagem pelo canal do parto a. Clínica – > 1-2 semanas Localizada – olhos, boca, pele Neurológica Disseminada – mais comum Vesículas agrupadas com base eritematosa Ceratoconjuntivite Letargia, irritabilidade, convulsões, apneia Líquor: hipercelularidade (mononucleares), aumento de proteínas e glicose baixa Acometimento hepático, pulmonar, neurológico, cutâneo, adrenal – “sepse” b. Diagnóstico Cultura do vírus / Raspado das vesículas c. Tratamento Se gestante com lesão genital ativa: cesárea Isolar RN – risco de transmissão nosocomial Aciclovir por 21 dias ICTERÍCIA NEONATAL ICTERÍCIA FISIOLÓGICA – 2-3º dia de vida > pico no 5º > melhora no 7º Produção exagerada – muita hemácia com meia-vida curta Captação e conjugação deficientes – pouca glicuroniltransferase Aumento do ciclo êntero-hepático – muita betaglicuronidase ICTERÍCIA PATOLÓGICA Início 5/dia > 12 (a termo) ou > 14 (pré-termo) Ultrapassa zona 3 – cicatriz umbilical Persistente > 14d Colestase Outra alteração clínica ICTERÍCIA PRECOCE ( Tempo expiratório prolongado 1º episódio de sibilância em infecção de repetição Sibilante persistente: sibilo com 2-3 anos e que mantém até 6 anos > asma Sibilante de início tardio: iniciou sibilo com 6 anos > asma ASMA IPA – índice preditivo de asma Episódios de sibilância recorrentes HF positiva Sensibilização a alérgenos – aeroalérgenos ou alimentares Eczema atópico Eosinofilia (≥ 4%) e. Tratamento Internar se: proliferação de fibroblastos dentro dos bronquíolos e alvéolos > obliteração Melhora do quadro agudo seguida de tosse, escarro purulento, dispneia, febre e cianose Diagnóstico: espirometria + biópsia TC: bronquiectasia, perfusão em mosaico NÃO FAZER: B2-agonista, corticoide, fisioterapia respiratória Lactente sibilante: 3 episódios de sibilância/ano nos primeiros 2 anos de vida 45 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 FIBROSE CÍSTICA Infecções respiratórias de repetição + esteatorreia + baqueteamento digital Estertores grossos difusos Atraso na eliminação meconial Teste do pezinho positivo > repetir em até 30 dias de vida > positivo > teste do suor (> 60) Infecções por Pseudomonas, S. aureus e H. influenzae SUPORTE DE VIDA PEDIÁTRICO Principal causa de PCR na infância: insuficiência respiratória (assistolia) BLS PEDIÁTRICO 1) Avaliar a segurança da cena 2) Avaliar responsividade 3) Gritar por ajuda / Usar celular – se estiver sozinho, NÃO sai de perto da criança! 4) Avaliar respiração e pulso Com pulso + Não respira: ventilações 20-30 ventilações/min + checar pulso a cada 2min (iniciar compressões torácicas se: ausência de pulso ou FC chamar ajuda, DEA > checar ritmo Chocável: choque > RCP por 2min > checar ritmo Não chocável: RCP por 2min > checar ritmo *Desfibrilador manual / com atenuador de carga / normal 1 ano até puberdade Pulso braquial Profundidade: 4cm 2 dedos ou 2 polegares 30:2 (1 socorrista) / 15:2 (2 socorristas) Boca a boca-nariz Pulso carotídeo ou femoral Profundidade: 5cm 1 ou 2 mãos 30:2 (1 socorrista) / 15:2 (2 socorristas) Boca a boca PALS Iniciar RCP + checar ritmo AESP / Assistolia: RCP por 2min + acesso IV/IO + Epinefrina a cada 3-5min + VA avançada (IOT: 20-30/min) Avaliar ritmo a cada 2min + tratar causas reversíveis (6H, 5T) FV/TV: Choque > RCP por 2min + acesso IV/IO Avaliar ritmo a cada 2min > chocável > choque > Epinefrina + VA avançada (IOT: 20-30/min) Avaliar ritmo a cada 2min > chocável > choque > Amiodarona 5mg/kg (pode fazer 3x) ou Lidocaína Carga: 2J/kg (1º choque) > 4J/kg (2º choque) > até carga máxima 10J/kg *Epinefrina ET: dose 10x maior (0.1mg/kg) Tubo Sem cuff Com cuff Idade / 4 + 4 Idade / 4 + 3.5 > 2 anos OVACE COM TOSSE: acalmar e pedir para continuar tossindo 6H: + hipoglicemia 46 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 SEM TOSSE: > 1 ano: Heimlich pústula > úlcera > cicatriz + gânglio axilar 1cm (> 12 semanas) Abscesso subcutâneo frio Linfadenite supurada Tratamento: Isoniazida CONTRAINDICAÇÕES 5mm: Isoniazida por mais 3m PT 5 anos Não vacinado 1 dose 1 dose antes de 5 anos 1 reforço Vacinado após 5 anos Sem reforço EVENTOS ADVERSOS Doença neurológica / viscerotrópica CONTRAINDICAÇÕES semanas após vacinação Tem que ter: 1-29 anos 2 doses NÃO REVACINAR SE A CRIANÇA CUSPIR/VACINAR! NUNCA REVACINAR! 49 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 30-59 anos 1 dose Profissional de saúde 2 doses *Em qualquer época da vida! CONTRAINDICAÇÕES Uso recente de Ig / hemoderivados – exceto Palivizumab TETRAVIRAL – SCRV Tríplice viral + varicela 7 anos não vacinado – não pode receber penta 3 doses 0, 1 e 6m – Hepatite B Vacinas conjugadas (sacarídeo + proteína) Conseguem imunizar 2m 1 dose + nova sorologia PENTAVALENTE DTP + Hib + Hepatite B 7 anos Reforços 10/10 anos Não vacinados: 3 doses dT + reforços dTpa Gestantes > 20ª semana (ou puérperas) PNEUMO10 10 sorotipos Protege contra doença pneumocócica invasiva e OMA 14 anos com hemoglobinúria paroxística noturna (eculizumabe) VIP Sempre nas doses iniciais ATENÇÃO! Disponível no CRIE Penta acelular: DTPa + Hib + VIP Hexa acelular: DTPa + Hib + VIP + Hepatite B ATENÇÃO! Disponível no CRIE Pneumo13: > 5 anos com HIV, CA ou transplante sem Pneumo10 Pneumo23 (polissacarídica): > 2 anos com comorbidade, idosos institucionalizados 51 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 9 anos 1 dose Depois: reforço anual HPV Quadrivalente (6, 11, 16, 18) 2 doses (0 e 6m) Meninas: 9-14 anos Meninos: 11-14 anos 3 doses (0, 2 e 6m) HIV / imunossuprimidos Meninas: 9-45 anos Meninos: 9-26 anos > 15 anos NUNCA VACINADOS Adolescente 10-19 anos: Hepatite B (3 doses) Tríplice viral (2 doses) dT (3 doses) + reforços 10/10 anos Febre amarela (1 dose) Todos: HPV (2 doses) Meningo ACWY (1 dose) – 11-12 anos Adulto – 20-59 anos Hepatite B (3 doses) Tríplice viral (2 ou 1 dose) dT (3 doses) + reforços 10/10 anos Febre amarela Idoso – > 60 anos Hepatite B (3 doses) dT (3 doses) + reforços 10/10 anos Influenza Pneumo23 – institucionalizado 52 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 PROFILAXIA DE TÉTANO Baixo risco Alto risco ≥ 3 doses Vacina (se UD > 10 anos) Vacina (se UD > 5 anos)* Mais comum CD + ou - / Eluato + Mãe Rh- / RN Rh+ Precisa de sensibilização prévia – CI + Mais grave CD + ▪ ESFEROCITOSE – CD - ▪ DEFICIÊNCIA DE G6PD – CD - Diagnóstico BT e frações Hematócrito / Hemoglobina / Reticulócitos TS, Rh e Coombs direto 7 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Hematoscopia: corpúsculo de Heinz (G6PD) / esferócitos (esferocitose, incompatibilidade ABO) ICTERÍCIA TARDIA/PERSISTENTE ▪ ICTERÍCIA DO LEITE MATERNO Aleitamento materno exclusivo Substância no leite Conduta: quadro autolimitado – avaliar suspensão temporária do aleitamento materno ▪ ICTERÍCIA DO ALEITAMENTO MATERNO Icterícia precoce Dificuldade na amamentação – aumenta circulação êntero-hepática Perda ponderal Conduta: corrigir pega ▪ ATRESIA DE VIAS BILIARES – colestase Fibrose pós-natal das vias biliares extra-hepáticas USG com biópsia: vesícula não visualizada/pequena + sinal do cordão triangular + fibrose Conduta: colangiografia peroperatória > cirurgia de Kasai (portoenterostomia) até 8 semanas Tratamento – aumento de BI Fototerapia – indicação: icterícia 17 / avaliar gráfico Exsanguineotransfusão – indicação: incompatibilidade Rh ENCEFALOPATIA BILIRRUBÍNICA – kernicterus Fase 1 Hipotonia, letargia, sucção débil – 2-3 dias Fase 2 Espasticidade, opistótono, febre Fase 3 Aparente melhora – 1 semana Fase 4 Sinais de paralisia cerebral – 2-3 meses *RNM: lesão bilateral do globo pálido e dos núcleos subtalâmicos DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO / DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA Diminuição do surfactante pulmonar > colapso dos alvéolos na expiração a. Fatores de risco Prematuridade – principalmente acelera maturação pulmonar Estresse crônico – CIUR Bolsa rota prolongada b. Clínica Inicio nas primeiras horas Desconforto respiratório clássico Piora com 48-72h RX: reticulogranular difuso / vidro moído com broncograma aéreo + volume pulmonar diminuído c. Tratamento GIG: maior risco – DM PIG: menor risco – CIUR Microatelectasias em todo o parênquima pulmonar! 8 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 CPAP nasal – evita atelectasias VM – acidose respiratória / hipoxemia com CPAP / apneia persistente Surfactante exógeno pela cânula traqueal ATB (Ampi + Genta) – porque não dá pra diferenciar de PNM! d. Prevenção Corticoide antenatal 24-34 semanas Surfactante x CPAP – IOT > surfactante > CPAP OU CPAP o mais precoce possível SEPSE NEONATAL = PNEUMONIA PRECOCE 7 dias Via ascendente / intraparto Streptococcus do grupo B (S. agalactiae) / Enterobactérias (E. coli) Nosocomial / comunitária Staphylococcus (coagulase neg ou aureus) / Gram negativos a. Fatores de risco Bolsa rota > 18h Corioamnionite Colonização materna por GBS Prematuridade – sepse precoce e tardia b. Clínica Pode ter período assintomático Desconforto respiratório Doença sistêmica – febre/hipotermia, hipoativo RX: infiltrado reticulogranular difuso = DMH Hemograma – neutropenia, relação I/T ≥ 0.2 PCR – acompanhamento Hemocultura Cultura do líquor Urocultura – se sepse tardia c. Tratamento SEPSE PRECOCE SEPSE TARDIA Ampicilina + Aminoglicosídeo Depende da CCIH d. Prevenção secundária – sepse pelo GBS RN ASSINTOMÁTICO CORIOAMNIONITE Exames (hemocultura + hemograma) + ATB PROFILAXIA INTRAPARTO INDICADA INADEQUADA 20s ou com repercussão clínica – tto: metilxantinas (cafeína, aminofilina) 9 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 TAQUIPNEIA TRANSITÓRIA Retardo da absorção do líquido pulmonar a. Fatores de risco Cesárea eletiva – ausência de TP A termo / pré-termo b. Clínica Inicio nas primeiras horas Desconforto leve/moderado Rápida resolução ( eliminação do mecônio + aumenta movimentos respiratórios > mecônio na traqueia > nascimento > mecônio aspirado para vias áreas inferiores > obstrução parcial expiratória + pneumonite química + infecção secundária a. Fatores de risco LA meconial Sofrimento fetal A termo / pós-termo b. Clínica Inicio nas primeiras horas Desconforto respiratório grave RX: infiltrado grosseiro, pneumotórax + volume pulmonar aumentado c. Tratamento Suporte ventilatório Surfactante – inflamação consome o surfactante d. Complicação ▪ HIPERTENSÃO PULMONAR PERSISTENTE NEONATAL RV pulmonar permanece alta após o nascimento > mantém shunt D>E (principalmente pelo canal arterial) > cianose + diferença na satO2 pré e pós ductal Tratamento: NO inalatório NÃO FAZ DIURÉTICO! Displasia broncopulmonar, retinopatia da prematuridade: consequências do uso de oxigenioterapia prolongada! 10 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 REANIMAÇÃO NEONATAL 1) É a termo? 2) Respira ou chora? 3) Tem tônus? NÃO (1x) Conduta: MESA DE REANIMAÇÃO NÃO É A TERMO, MAS RESPIRA/CHORA E TEM TÔNUS: ≥ 34 semanas Clampeamento do cordão em 1-3 minutos nariz – se necessário (mecônio) Secar e remover campos úmidos 2) Avaliar FC e respiração – auscultar precórdio por 6 segundos FC não aumentou > IOT (se mecônio: aspirar traqueia) FC cateterismo de urgência pela veia umbilical > epinefrina IV 1 dose a cada 3-5 min *Se hipovolemia: SF 0.9% 10ml/kg SATURAÇÃO NORMAL – oxímetro em pulso direito 10 min 85-95% Detalhes: Temperatura da sala: 23-26 graus VPP: máscara apropriada (cobre nariz, boca e queixo), balão autoinflável (AMBU) / ventilador mecânico manual em T (preferir se 34s Compressão: profundidade 1/3 do diâmetro AP 11 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 *Mãe com suspeita de COVID (sintomática, contactante domiciliar ou infecção comprovada): não tem contato pele a pele (apenas após higienização da mãe) + alojamento conjunto com quarto privativo e distância de 2m entre berço e cama da mãe + amamentação usando máscara TRIAGEM NEONATAL ▪ TESTE DO PEZINHO – 3º ao 5º dia Hipotireoidismo congênito Fenilcetonúria Hemoglobinopatias Fibrose cística Hiperplasia adrenal congênita Deficiência de biotinidase Toxoplasmose congênita ▪ TESTE DO CORAÇÃOZINHO – 24-48h (> 34 semanas) Identifica cardiopatias congênitas críticas – dependente de canal arterial SatO2 MSD e MI Normal: SatO2 ≥ 95 + diferença alterado > ecocardiograma ▪ TESTE DO OLHINHO Identifica catarata congênita, retinoblastoma, glaucoma congênito Alterado: pontos pretos, assimetria ou leucocoria > encaminhar para oftalmologista ▪ TESTE DA ORELHINHA Identifica surdez pré-neural (antes da cóclea) Emissões otoacústicas – se alto risco: + BERA Alterado: repetir até 3m ▪ TESTE DA LINGUINHA Anquiglossia – gera prejuízo na amamentação! OUTROS PARALISIA DE PLEXO BRAQUIAL Erb-Duchenne (C5-C6) Mais comum Braço aduzido e em RI + cotovelo com extensão e pronação + punho e dedos em flexão – “postura da gorjeta do garçom” Moro assimétrico Preensão palmar presente 3HF Hipoglicemia neonatal ( descamação > hiperpigmentação Miliária – obstrução das glândulas sudoríparas > vesículas Rubra (região de dobras, “brotoeja”) – obstrução profunda Cristalina (“gotas de orvalho”) – obstrução superficial Conduta: resfriar a criança ALTERAÇÕES DA PAREDE ABDOMINAL Gastrosquise Defeito paraumbilical Exteriorização de alças intestinais sem membrana recobrindo Onfalocele Defeito na base do cordão umbilical Exteriorização de alças intestinais recobertas por membrana Associação à outras malformações CONJUNTIVITES Química – 6-12h Nitrato de prata Gonocócica – 2-4 dias Swab: diplococo gram negativo Tratamento: Ceftriaxona Clamídia – 5-15 dias Pseudomembrana Esfregaço: Giemsa Tratamento: Eritromicina – previne PNM afebril do lactente ENTEROCOLITE NECROSANTE FR: prematuridade Distensão abdominal + sangue nas fezes + pneumatose intestinal Tratamento: dieta zero + ATB IV DOENÇA HEMORRÁGICA DO RN Forma precoce: hemorragia esquerda SANGUE “MAIS OXIGENADO” – oriundo da VCI Placenta > sangue oxigenado > VCI > AD > desviado pelo forame oval > AE > VE > Aorta ascendente > irrigação das coronárias e cérebro (sangue oxigenado!) SANGUE “MENOS OXIGENADO” – oriundo da VCS Cérebro > sangue não oxigenado > VCS > AD > VD > Artéria pulmonar > desviado pelo canal arterial > Aorta > tecidos > placenta *Uma pequena parte segue pela artéria pulmonar e vai para o pulmão, retornando ao AE pelas veias pulmonares ▪ CIRCULAÇÃO PÓS-NATAL Resistência pulmonar diminui – aumento do fluxo pulmonar Aumento do volume e pressão no AE – mais sangue chega pelas veias pulmonares Fechamento do forame oval (funcional > anatômico) Aumento da resistência sistêmica – shunts esquerda > direita Aumento da pO2 e diminuição de prostaglandinas (metabolizada no pulmão) > fechamento do canal arterial ACIANÓTICAS – shunt E > D CIANÓTICAS (5Ts) – shunt D > E Sobrecarga de volume – shunt E > D com hiperfluxo pulmonar CIA CIV PCA DSAV *Relação Qp/Qs (fluxo pulmonar/fluxo sistêmico): quanto maior, mais grave Sobrecarga de pressão – obstrução CoA Shunt D > E Tetralogia de Fallot Discordância ventrículo-arterial Transposição de grandes artérias Mistura de sangue oxigenado e não oxigenado Drenagem anômala das artérias pulmonares Atresia tricúspide *Não respondem ao teste da hiperóxia! (paO2 aumento da resistência pulmonar > inversão do fluxo (D > E) > cianose CIA a. Classificação Ostium secundum (tipo fossa oval) – mais comum Ostium primum – perto das valvas b. Clínica Assintomática Desdobramento fixo de B2 – sempre há aumento do volume de sangue no VD, atrasando a pulmonar Sopro sistólico ejetivo em BEE média e alta – causado pelo hiperfluxo pulmonar (estenose pulmonar relativa) Sopro diastólico tricúspide (Qp:Qs muito aumentada) c. Diagnóstico RX: sobrecarga de AD/VD, aumento da artéria pulmonar, hiperfluxo pulmonar ECG: sobrecarga de VD, BRD Eco: tipo e tamanho do defeito d. Tratamento Acompanhamento – pode fechar até 1 ano Correção cirúrgica / cateterismo PCA Mais comum em prematuros Shunt Aorta > Pulmonar Associação com síndrome da rubéola congênita 15 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 a. Clínica Assintomática IC Sopro contínuo em maquinária em região infraclavicular E Pulsos periféricos amplos b. Tratamento Prematuro: indometacina, ibuprofeno Repercussão hemodinâmica: correção cirúrgica / cateterismo DSAV Total: CIA + CIV + valva AV anormal Clínica: = CIV grande Associação com síndrome de Down Tratamento: cirurgia – sempre! Sindrome de Eisenmenger muito rapidamente!! COARTAÇÃO DA AORTA Constrição em qualquer ponto da aorta Associação com síndrome de Turner – mas a alteração mais frequente é valva aórtica bicúspide a. Classificação Justaductal – mais comum Pré-ductal (hipoplasia tubular) – mais grave b. Clínica Pré-ductal – fluxo sistêmico depende do canal arterial Cianose diferencial – em MMII, mas não em MMSS Diferença de saturação pré-ductal e pós-ductal IC grave e choque – quando o canal arterial se fecha Justaductal – crianças maiores/adolescentes HAS em MMSS Pulsos diminuídos em MMII Dores em MMII Frêmito e erosões em espaços intercostais – circulação colateral c. Diagnóstico RX: erosão de arcos costais, sinal do 3 d. Tratamento RN: prostaglandina (manter perfusão sistêmica, através do shunt D > E da pulmonar para aorta através do canal arterial) Correção cirúrgica / cateterismo CIANÓTICAS TETRALOGIA DE FALLOT Dextroposição da aorta Obstrução da via de saída do VD Hipertrofia do VD CIV – shunt D > E a. Clínica – depende do grau de obstrução 16 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Grave: cianose desde o nascimento Não grave: cianose progressiva – pink fallot Sopro sistólico no foco pulmonar – devido à obstrução da via de saída do VD *Pode ser assintomático ao nascimento!!! CRISE HIPERCIANÓTICA pulmonar) D-TRANSPOSIÇÃO DE GRANDES VASOS AD > VD > Aorta AE > VE > Artéria pulmonar *Circulação em paralelo *Só ficam vivas devido ao canal arterial a. Clínica Cianose progressiva após o nascimento Disfunção miocárdica – IC Sem sopros B2 hiperfonética b. Diagnóstico RX: coração em “ovo deitado”, fluxo pulmonar normal ou aumentado, mediastino estreito c. Tratamento Prostaglandina – manter o canal arterial Atriosseptostomia (Rashkind) Correção cirúrgica: Jatene (swith arterial) CC CIANÓTICA Hiperfluxo: Tetralogia de Fallot Hipofluxo: TGA OUTRAS DRENAGEM ANÔMALA TOTAL DAS ARTÉRIAS PULMONARES Artérias pulmonares voltam para o AD ou veia sistêmica RX: sinal do boneco de neve TRONCO ARTERIOSO Tronco único recebe sangue do VD e VE ATRESIA TRICÚSPIDE 17 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Drenagem anômala total das artérias pulmonares ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO Só LM/LH – pode vitaminas, minerais, medicações PREDOMINANTE LM/LH + líquidos (água, chá, suco) COMPLEMENTADO LM/LH + sólidos e semissólidos MISTO LM/LH + outros leites *Se não puder amamentar e não puder comprar FI: LV ( 4m: não diluído) *FI: 1 medida para cada 30ml de água LEITE HUMANO x LEITE DE VACA Menos proteína – menos sobrecarga renal Menos caseína (LH 40% x LV 80%) Mais PTN do soro: alfa-lactoalbumina (LV: B- lactoglobulina) – digestão mais fácil, menos alergênica Menos eletrólitos – menos sobrecarga renal Menos sódio Mais lactose – fezes mais amolecidas pH mais ácido – facilita absorção do cálcio Mais gordura – reduz dislipidemia futura, atua na formação da retina e mielinização do SNC PUFA (ARA / DHA) Mais colesterol Ferro Maior biodisponibilidade (mais lactoferrina) Fatores protetores *São perdidos no LH pasteurizado IgA secretória – contra patógenos ambientais Lisozima – bactericida Lactoferrina – bacteriostático Fator bífido – estimula flora saprófita Lactoperoxidase *Diminui mortalidade, doenças respiratórias, diarreia, alergia e doenças crônicas ▪ MODIFICAÇÕES DO LEITE DURANTE LACTAÇÃO Colostro (3-5 dias): mais PTN, eletrólito, vitaminas lipossolúveis (A) Leite maduro (> 10-14 dias): mais gordura, lactose DURANTE A MAMADA Leite anterior Leite posterior: mais gordura – dá saciedade e permite o ganho de peso DURANTE O DIA Noite: mais gordura CONTRAINDICAÇÕES MATERNAS HIV HTLV Psicose puerperal Ocasionais: Herpes na mama CMV ( apojadura (3º dia), independe de estímulo DURANTE LACTAÇÃO Depende da sucção (prolactina > produção / ocitocina > ejeção) e esvaziamento (técnica adequada) TÉCNICA PEGA Criança bem apoiada Cabeça e tronco no mesmo eixo Corpo próximo Rosto de frente para a mama Boca bem aberta Lábio inferior evertido – língua na gengiva inferior Aréola mais visível acima da boca Queixo toca a mama FISSURAS Manter amamentação + corrigir técnica + mudança de posição + ordenhar antes (reflexão de ejeção) INGURGITAMENTO – hiperemia difusa Manter amamentação + ordenhar antes e depois + compressas frias entre as mamadas MASTITE – hiperemia localizada Manter amamentação + esvaziar mama + ATB (se febre, sem melhora) + drenagem (se abscesso) *S. aureus CANDIDÍASE MAMILAR – “fisgada” + mamilo vermelho Miconazol creme (mãe) + Nistatina oral (RN) *O leite pode ficar 12h na geladeira, 15 dias no freezer (10 dias se for pra doação) SUPLEMENTAÇÃO ▪ FERRO – SBP > 37 semanas + > 2.5kg 1mg/kg/dia de Fe Com FR: 3m-2a Sem FR / MS: 6m-2a o paciente ocupa a posição 15 de 100 (isto é, ele é maior que 15% da população e menor que 85% da população) ▪ VITAMINA A 6m-12m: 100.000 U/semestre 12m-5a: 200.000 U/semestre CRESCIMENTO E SEUS DISTÚRBIOS CRESCIMENTO PESO – normal: perde até 10% do peso na primeira semana, com recuperação até 10-14 dias 1º trimestre 700g/m 2º trimestre 600g/m 3º trimestre 500g/m 4º trimestre 400g/m Duplica com 4-5m e triplica com 1 ano ESTATURA – 50cm 1º semestre 15cm 2º semestre 10cm 2º ano 12cm/ano > Pré-escolar 7cm/ano PERÍMETRO CEFÁLICO – 35cm 1º trimestre 2cm/m 2º trimestre 1cm/m 2º semestre 0.5cm/m DESNUTRIÇÃO Correspondência +3 p99.9 +2 p97 +1 p85 0 p50 -1 p15 -2 p3 -3 p0.1 MINISTÉRIO DA SAÚDE – compara dados do paciente com curvas de percentil e escore Z Peso x Idade (0-10) Estatura x Idade (0-19) Peso x Estatura ou IMC x Idade (0-5) IMC x Idade (5-19) EZ 90% Eutrófico 76-89% Desnutrição leve ≤ 90% Magro (peso x estatura) ≤ 95% Baixo (estatura x idade) Magreza (MS) = desnutrição moderada (OMS) Magreza acentuada (MS) = desnutrição grave (OMS) = com edema 20 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 61-75% Desnutrição moderada preservado – porque ainda há consumo de carboidratos Hepatomegalia – esteatose hepática Alterações de cabelo e pele – alterações na cor (sinal da bandeira), áreas hiperpigmentadas Deficiência global de calorias e proteínas Não tem edema Ausência de tecido adiposo – fácies senil/simiesca, hipotrofia muscular, hipotonia Sem alterações de cabelo e pele Causa mais comum: retirada precoce do aleitamento materno Laboratório Hipoglicemia Hiponatremia (Na corporal preservado) – bomba de Na/K não funciona e o Na fica retido dentro da célula Hipocalemia Hipomagnesemia Hipoalbuminemia Tratamento 1) ESTABILIZAÇÃO – 1-7 dias Reidratar pela VO – risco de sobrecarga se IV Não tratar hiponatremia ATB – mesmo que assintomático! Alimentação frequente adequada para idade Suplementar micronutrientes: K, Mg, Zn, Vitaminas – NÃO fazer ferro! 2) REABILITAÇÃO – 2-6 semanas Dieta hiperproteica e hipercalórica – catch up Suplementar ferro 3) ACOMPANHAMENTO Pesagem regular A Alterações oculares (manchas de Bitot) + hiperceratose folicular B1 – Tiamina Wernicke-Korsakoff: confusão mental + ataxia + oftalmoplegia Beriberi: neurite periférica + ICC B3 – Niacina Pelagra: dermatite + demência + diarreia B6 – Piridoxina Convulsão em lactentes SÍNDROME DA REALIMENTAÇÃO Hipofosfatemia grave + hipocalemia Prevenção e tratamento de: Hipotermia Hipoglicemia Distúrbios hidroeletrolítico Infecção 21 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 B9 – Ác. Fólico Anemia megaloblástica C Escorbuto – inflamação gengival + hemorragias + pseudoparalisia D Raquitismo – craniotabes, punhos e joelhos alargados, nódulos nas costelas E Anemia hemolítica Zinco Exantema vesico-bolhoso + alopécia OBESIDADE ▪ MINISTÉRIO DA SAÚDE Peso x Estatura ou IMC x Idade (0-5 inc) IMC x Idade (5-19) Peso x Idade (0-10) EZ > 3 / p99.9 Obesidade Obesidade grave Peso elevado EZ > 2 / p97 Sobrepeso Obesidade EZ > 1 / p85 Risco de sobrepeso Sobrepeso - ▪ CDC (> 2 anos) p85-p94 Sobrepeso ≥ p95 Obesidade Etiologia Primária (exógena) Secundária (endógena) – baixa estatura (ex: síndrome de Cushing) Avaliação complementar HAS Dislipidemia – CT, HDL, LDL, TG Esteatose hepática – TGP DM – glicemia Síndrome metabólica SÍNDROME METABÓLICA (10-16 anos) CA ≥ p90 + 2 TG ≥ 150 HDL 7cm/ano 3) Alvo genético – variação de 8cm Alvo genético baixo H 2 anos/DP) + pais com altura normal Retardo constitucional do crescimento *Causa mais comum VC ANORMAL: doença Menina Cariótipo – Síndrome de Turner Alteração fenotípica? Sim: doença genética Não: avaliar IMC - Nutrido/obeso: doença endócrina (hipotireoidismo) - Emagrecida: desnutrição (primária ou secundária) DESNUTRIÇÃO – mais comum Primária: falta o alimento Secundária: recebe o alimento, mas a doença impede a absorção ou aumenta metabolismo basal – ex: doença celíaca DÇ ENDÓCRINA Hipotireoidismo – causa endócrina mais comum Deficiência de GH Hipercortisolismo DÇ GENÉTICA Displasias ósseas – acondroplasia (baixa estatura desproporcional) Síndromes cromossomiais – síndrome de Turner (45X0) Baixa estatura familiar Doença 23 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 ▪ SÍNDROME DE TURNER (45X0) Baixa estatura + disgenesia gonadal (atraso puberal – 13 anos sem puberdade) Linfedema de mãos e pés (RN) + pescoço alado + baixa implantação do cabelo + cúbito valgo + hipertelorismo mamário Tratamento: GH recombinante Maior risco de hipotireoidismo, valva aórtica bicúspide, coartação de aorta ▪ DEFICIÊNCIA DE GH Fronte olímpica + obesidade central + hipoglicemia + micropênis Diagnóstico: dosagem de IGF1 OUTROS Marcos do desenvolvimento 1m Acompanha objeto 2m Sorriso social, emite sons 3m Sustenta cabeça 4m Segura objetos (pega cubital), ri alto 6-7m Senta com apoio, rola, lalação, transfere objetos (pega radial) 9-10m Engatinha, senta sem apoio, polissílabas (mama, papa), brinca de “cadê”, estranha estranhos 12m Anda com apoio, movimento de pinça completo, palavras 15m Anda sem apoio, aponta o que quer 24m Fala frases completas, corre Desenvolvimento adequado: todos presentes Desenvolvimento adequado com FR: todos presentes + FR Alerta para o desenvolvimento: falta algum da idade Provável atraso: falta algum da idade anterior / alteração do PC / alteração fenotípica Fontanela anterior: fecha com 18-24m Fontanela posterior: fecha com 2-3m Reflexos Marcha 2m Tônico-cervical 3m Preensão palmar 3m Moro 3-6m Sucção 6m Babinski 12m Preensão plantar 15m Síndromes genéticas Síndrome de Down – trissomia do 21 Defeito do septo AV + atresia/estenose de duodeno + pâncreas anular Álcool-fetal Lábio superior fino + prega epicântica + fenda palpebral curta Beckwith-Wiedmann – excesso de IGF2 Macrossomia + macroglossia + onfalocele + hipoglicemia Bloom Baixa estatura + hipoplasia malar + telangiectasias em asa de borboleta Klinefelter (XXY) Homem + micropênis/testículos + alta estatura + ginecomastia Marfan Alta estatura + sinal do polegar + sinal do punho + risco de dissecção de aorta Neurofibromatose tipo 1 Manchas café com leite + sardas axilares + neurofibromas + nódulos de Lisch (na íris) + 1 parente de 1º grau Prader-Willi Obesidade + hipotonia + baixa estatura + hipogonadismo Sotos Mãos e pés grandes + fronte proeminente + dolicocefalia + prognatismo 24 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 X frágil Alta estatura + macrocefalia + orelhas e mandíbula grandes + testículos grandes + deficiência intelectual DESENVOLVIMENTO E SEUS DISTÚRBIOS PUBERDADE Aparecimento de caracteres sexuais secundários Desenvolvimento da função reprodutora Aceleração do crescimento Meninas: 8-13 Meninos: 9-14 a. Fisiologia GONADARCA Hipotálamo (GnRH pulsátil) > Adeno-hipófise (FSH, LH) > Ovário (estrogênios), Testículos (testosterona) ADRENARCA Hipotálamo (CRH) > Hipófise (ACTH) > Adrenal (androgênios – S-DHEA) ▪ CARACTERES SEXUAIS SECUNDÁRIOS 1) Telarca: gonadarca > estrogênios ovarianos > aparecimento do broto mamário 2) Pubarca: adrenarca > aparecimento de pilificação genital – na menina, marca a adrenarca; no menino, marca a gonadarca ou adrenarca 3) Menarca – ciclos anovulatórios e irregulares nos primeiros 2 anos ▪ CRESCIMENTO – Peripuberal > Estirão > Desaceleração Centrípeto Distal-proximal Aumento de massa magra (menino) / aumento de massa gorda (menina) ESTÁGIOS DE TANNER Ginecomastia puberal: Comum durante a puberdade Uni/bilateral, doloroso Involução em 2-3 anos 25 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Menina Telarca > Pubarca > Menopausa M1 Pré-puberal - M2 Telarca (broto mamário: tecido subareolar) Telarca: 8-13 anos M3 Aumento da mama e da aréola Pico do crescimento: 8-9cm/ano M4 “Duplo contorno” Menarca: 2-2.5 anos após telarca M5 Adulto - Menino Aumento da genitália > Pubarca G1 Pré-puberal - G2 Aumento testicular (≥ 4ml) Início: 9-14 anos G3 Aumento do pênis (comprimento) Espermarca – polução noturna G4 Aumento do pênis (diâmetro) – “duplo contorno” Pico do crescimento: 9-10cm/ano G5 Adulto - P1 Pré-puberal P2 Pubarca (grandes lábios/base do pênis) P3 Sínfise púbica P4 Grande quantidade P5 Adulto (raiz das coxas) *Tem que ter > 6m de um estágio para outro PUBERDADE PRECOCE Sinais puberais + aceleração de crescimento Meninas IC), baixa estatura no adulto a. Etiologia CENTRAL / VERDADEIRA – GnRH dependente PERIFÉRICA / PSEUDO – GnRH independente Idiopática (90% das meninas) Alterações no SNC (> 50% dos meninos) - Hamartoma hipotalâmico (epilepsia gelástica + puberdade precoce) - Neoplasias Tumores gonadais Cistos ovarianos Tumor adrenal – massa palpável! HAC Sd. McCune Albright – manchas café com leite + displasia fibrocística poliostótica Sempre isossexual Iso ou heterossexual *Virilização no sexo feminino ou ausência de aumento testicular = PERIFÉRICO! *Tumor testicular: apenas 1 testículo aumentado b. Avaliação RX de mão e punho – IO > IE > IC LH, FSH – diferencia central x periférica Androgênios adrenais – SDHEA, androstenediona, 17-OH-progesterona RM região hipotálamo-hipofisária – todos os meninos / meninas aumento de 17-OH-progesterona > ausência de cortisol e aldosterona + acúmulo de androgênios FORMA CLÁSSICA Perdedora de sal Genitália atípica (sexo feminino) RN com vômitos e desidratação Hiponatremia + hipercalemia + acidose metabólica Virilizante simples Genitália atípica (sexo feminino) FORMA NÃO CLÁSSICA Puberdade precoce com virilização c. Tratamento Tratar causa base Puberdade precoce central: análogo de GnRH (leuprorrelina) – até 12 (meninas) ou 13 anos (meninos) VARIANTES BENIGNAS Telarca precoce isolada Só telarca, axilar), acne Transtorno do espectro autista (TEA) Déficit na linguagem/comunicação + dificuldade de interação social + interesses restritos + comportamento repetitivo Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) O comportamento é o mesmo, independente do ambiente Tratamento: Metilfenidato – redução do apetite, cardiotóxico, diminuição da VC Síndrome de Asperger “Autismo leve” – inteligência e linguagem normais! Diagnóstico tardio – idade escolar Alteração da entonação no contexto da conversa DIARREIA AGUDA ≥ 3x evacuações amolecidas/dia ou mudança no padrão até 14 dias *Lactentes podem evacuar fezes amolecidas 8-10x/dia normalmente, devido ao reflexo gastrocólico aumentado Aguda 30 dias AQUOSA Osmótica / Secretora DISENTERIA – sangue/muco Invasiva (cólon) a. Etiologia AQUOSA ROTAVÍRUS Diarreia grave em 2s) Pulso Rápido e fraco Fraco ou ausente Enchimento capilar 3-5s > 5s Perda de peso 3-9% > 9% PLANO A – sem desidratação Em casa SRO/soro caseiro (1 pitada de sal + 1 punhado de açúcar) após cada evacuação (100ml) Manter alimentação Orientar sinais de gravidade Zinco por 10-14 dias – reduz gravidade e recorrência PLANO B – com desidratação Na UBS SRO (75ml/kg em 4h) Ondansetrona (1 dose) – se vômitos Suspender dieta, exceto aleitamento materno Reavaliação frequente Quando hidratada: alta com plano A (com SRO! Não pode soro caseiro) PLANO C No hospital SF/RL IV (100ml/kg) 1 ano: em 3h (30ml/kg em 30min, 70ml/kg 2h30) TRO tão logo seja possível Reavaliação após 3-6h Quando hidratada: alta com plano A (com SRO) 28 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 ANTIBIÓTICO – Ceftriaxona / Ciprofloxacina Disenteria com grave comprometimento do estado geral (Shigelose) Salmonela com FR (anemia falciforme, imunodeprimido, 20kg 1500ml + 20ml/kg para cada 1kg acima de 10kg Soro ¼ (1 SF + 3 SG5%) + 25mEq/L K CONSTIPAÇÃO FUNCIONAL ≤ 2 evacuações/semana ≥ 1 incontinência fecal/semana Comportamento de retenção Evacuação dolorosa ou endurecida Grande massa fecal no reto Fezes com grande diâmetro (entope vaso) O diagnóstico é clínico! APLV INTOLERÂNCIA À LACTOSE É uma reação alimentar não tóxica imunomediada – os sintomas podem ser mediados por IgE (anafilaxia, urticária, angioedema, síndrome de alergia oral), mista (esofagite eosinofílica) ou não mediada por IgE (enterocolite, proctocolite) - Enterocolite: náuseas/vômitos intratáveis, hipotonia, palidez, diarreia com sangue (grave!) - Proctocolite: diarreia com sangue + ganho ponderal adequado + aleitamento materno exclusivo Tratamento: retirada de leite e derivados da dieta da mãe / fórmula extensamente hidrolisada *A maioria torna-se tolerante com o passar do tempo (leite e ovo!) *Podem ter intolerância a lactose secundária, levando à hiperemia perineal É uma reação alimentar não tóxica não imunomediada Pré-escolares até adolescência Diarreia ácida + distensão abdominal + flatulência + hiperemia perianal Diagnóstico: H2 expirado / teste de absorção de lactose / pH fecal / substâncias redutoras DOENÇAS EXANTEMÁTICAS Exposição > contágio > período de incubação (virais: 1-3 semanas) > fase prodrômica (febre, sinais típicos, enantemas) > fase exantemática (tipo, progressão, descamação) > fase de convalescência *Na fase prodrômica já há transmissão! Intolerância à lactose: diarreia (fezes explosivas) + gases + hiperemia + distensão + peso/estatura normais 29 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 SARAMPO – Parampo36 a. Características gerais Paramixovírus – mesma família do parainfluenza e VSR Transmissão: secreções respiratórias (gotículas e aerossóis) 2d antes até 2d depois do rash Taxa de transmissibilidade: 90% b. Clínica Fase prodrômica Febre – começa na fase prodrômica e atinge máximo com exantema Tosse, coriza, conjuntivite (fotofobia) Enantema: sinal de Koplik – patognomônico! Fase exantemática Maculopapular morbiliforme – áreas sãs de permeio Início: retroauricular, pescoço, face – acompanha linha de implantação do cabelo Progressão: craniocaudal lenta Descamação furfurácea *A tosse é o último sintoma a desaparecer! c. Complicações OMA – complicação mais comum Pneumonia – principal causa de morte (pode ser pelo próprio vírus ou bacteriana) Encefalite – complicação mais grave Panencefalite esclerosante subaguda – manifesta após 7-10 anos (vírus permanece latente no SNC) d. Tratamento Vitamina A (2 doses) + isolamento por aerossol *Notificação imediata + pedir sorologia ao diagnóstico! e. Prevenção Pré-exposição – Vacina Vacina: 2 doses (12 e 15m) – dose 0: 6-11m (não conta!) Pós-exposição – Vacina ou imunoglobulina Vacina (até 3 dias) Imunoglobulina (até 6 dias): 6m !!!!!!!!! – antes disso, os anticorpos maternos protegem a criança Transmissão: gotículas *95% das crianças são contaminadas pelo HHV6 até os 3 anos! b. Clínica Fase prodrômica Febre alta (some em crise) Outras doenças causadas pelo PVB19: hidropsia fetal, síndrome papular- purpúrica em luvas e meias, artropatia HERPES VÍRUS Simples 1 e 2: labial e genital VVZ: varicela e herpes-zóster CMV EBV: mononucleose, linfoma de Burkitt, doença de Hodgkin Tipo 6 e 7: exantema súbito Tipo 8: sarcoma de Kaposi 31 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Fase exantemática Maculopapular, após desaparecimento da febre Início: tronco c. Complicação Convulsão febril *Pode ocorrer antes do exantema > diagnóstico diferencial com meningite! VARICELA – varicela54 a. Características gerais Varicela-zóster (VVZ) – família dos herpes vírus Transmissão: aerossol, até lesões virarem crostas Taxa de transmissibilidade: 90% b. Clínica Fase prodrômica – mais comum em adultos Febre Dor abdominal Fase exantemática Vesicular pruriginoso Polimorfismo regional – mácula + pápula + vesícula + pústula + crosta Acomete mucosas Progressão centrífuga Distribuição centrípeta c. Complicações Infecção bacteriana secundária (GAS e S. aureus) > persistência da febre – mais comum Varicela progressiva > lesão visceral + lesões hemorrágicas Encefalite Ataxia cerebelar aguda Síndrome de Reye d. Tratamento – encurtar período de viremia Aciclovir VO Aciclovir IV > 12 anos 2º caso no domicílio Doença pulmonar/cutânea crônica Corticoide dose não imunossupressora Uso crônico de AAS – risco de Sd. de Reye! Imunodeprimido RN Varicela progressiva e. Profilaxia Pré-exposição – Vacina Vacina: 2 doses 9m sem contraindicação em casos de bloqueio hospitalar/creche/escola Imunodeprimido Gestante RN pré-termo (28s: se mãe que nunca teve varicela) RN de mãe com varicela 5d antes até 2d após o parto 4 anos Sorologia específica: anti-VCA IgM, anti-EA IgG, anti-EBNA IgG c. Complicação Rotura esplênica DOENÇA DE KAWASAKI a. Diagnóstico Febre > 5 dias + 4: Conjuntivite não purulenta Alterações nos lábios e cavidade oral Adenomegalia Exantema polimorfo não vesicular Alterações em extremidades b. Tratamento Imunoglobulina + AAS INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO a. Características Principal causa de FSSL em lactentes Infecção ascendente – período neonatal: hematogênica! Grande chance de recorrência 1 ano: mais comum em meninas Picos: 1º ano / treinamento esfincteriano / atividade sexual Sequelas: HAS, DRC b. Fatores de risco Sexo feminino Escarlatina Doença de Kawasaki > 5 anos Febre curta Sem conjuntivite Com faringite exsudativa do TGU, hospitalização, ATB Gram positivos: S. saprophyticus – adolescentes sexualmente ativas Vírus (adenovírus) – cistite hemorrágica + urocultura negativa d. Clínica – febre pode ser a única manifestação! Cistite Pielonefrite Afebril Disúria, polaciúria, estrangúria Dor suprapúbica Incontinência urinária/enurese secundária Febre Com ou sem sintomas de cistite Dor lombar Manifestações inespecíficas e. Diagnóstico EAS + urocultura por método confiável *EAS sozinho não dá diagnóstico! EAS Esterase leucocitária – sensível Nitrito – específico Piúria (≥ 5/campo) Bacterioscopia / Gram Não dá diagnóstico! Urocultura 1) Jato médio: ≥ 100.000 2) Saco coletor: só tem valor quando é negativo (alto VPN) – se positivo > confirmar com outra técnica 3) Sonda vesical: ≥ 50.000 4) Punção suprapúbica: qualquer valor f. Tratamento – NÃO espera resultado de urocultura! CISTITE Ambulatorial (3-5 dias) SMX-TMP Nitrofurantoína Amoxicilina PIELONEFRITE Ambulatorial (7-14 dias) Ceftriaxona IM Ciprofloxacino – se risco de Pseudomonas Hospitalar – alterado > UCM 2ª pielonefrite: UCM SBP ITU 2 anos: USG + Cintilografia com DMSA após 4-6 meses USG: avalia alterações grosseiras 35 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Cintilografia com DMSA: diagnostica pielonefrite (fase aguda), identifica cicatriz renal (fase crônica) UCM: diagnostica e classifica RVU – tem que estar com a ITU tratada (urocultura negativa) e em profilaxia!! REFLUXO VESICOURETERAL I Sem dilatação II Refluxo até a pelve, sem dilatação III Dilatação do ureter IV Dilatação grosseira do ureter V Refluxo maciço, dilatação e tortuosidade do ureter h. Profilaxia Indicações: Após 1º episódio de ITU – até investigação do TGU ser concluída RN com hidronefrose fetal > 10mm – cefalexina! ITU de repetição Dilatação grave do trato urinário Anormalidade obstrutiva RVU 3, 4 ou 5 Até quando? Até correção/exclusão da má formação 2 meses Nitrofurantoína SMT-TPM Cefalexina *25% da dose terapêutica HAS NA INFÂNCIA – sexo, idade, estatura p95 + 12 HAS 2 SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS AGUDAS Estridor Taquipneia Obstrução das vias de condução extrapleurais Doença das vias aéreas inferiores purulenta) Congestão nasal – roncos na ausculta pulmonar Tosse noturna – gotejamento pós-nasal Febre d. Tratamento Lavagem nasal com soro Aumentar ingesta hídrica Antipiréticos – dipirona, paracetamol, ibuprofeno *NÃO usar: AAS, antitussígeno, descongestionante, mucolíticos OTITE MÉDIA AGUDA – complicação mais comum Resfriado comum > inflamação da tuba auditiva > disfunção tubária > acúmulo de secreção + ascensão de bactérias para orelha média > proliferação bacteriana > acúmulo de secreção purulenta > perfuração da MT a. Características Complicação bacteriana mais comum do resfriado Mais comum em 39, otalgia moderada/intensa, dor > 48h Qual ATB? Amoxicilina 50mg/kg/dia por 10 dias inflamação da mucosa nasal > edema + produção de muco espesso > comprometimento da drenagem dos seios paranasais > acúmulo de secreção > proliferação bacteriana a. Classificação Aguda: 4 semanas b. Etiologia – igual OMA S. pneumoniae H. influenzae não tipável Moraxella catarrhalis c. Clínica 1) Resfriado arrastado (≥ 10 dias): tosse intensa (diurna e noturna), coriza abundante 2) Quadro grave (≥ 3 dias): febre ≥ 39, coriza mucopurulenta e tosse intensa 3) Quadro que piora: resfriado com melhora inicial seguida de piora súbita d. Diagnóstico Clínico!!!!!!!! *Exame de imagem NÃO muda a conduta! e. Tratamento Amoxicilina com duração individualizada – manter por mais 7 dias após melhora clínica f. Complicações ▪ CELULITE ORBITÁRIA/PÓS-SEPTAL Complicação da sinusite do seio etmoidal Inflamação da pálpebra + proptose + dor à movimentação ocular + edema na conjuntiva (quemose) + alteração visual Tratamento: internação + TC de órbitas + ATB IV *Celulite periorbitária (pré-septal) não tem dor à movimentação ocular! 4x/semana e duração > 4 semanas Tto: controle ambiental + anti-histamínico + corticoide nasal + descongestionante nasal (por no max 5 dias) SÍFILIS CONGÊNITA Rinite sifilítica Manifestação nos primeiros 3m de vida Obstrução nasal intensa e secreção sanguinolenta Associada à hepatomegalia, pênfigo palmoplantar CORPO ESTRANHO Rinorreia fétida e sanguinolenta Unilateral FARINGITE BACTERIANA AGUDA a. Etiologia Streptococcus B-hemolítico do grupo A (S. pyogenes) b. Clínica – mais comum entre 5-15 anos Febre alta Dor de garganta Exsudato amigdaliano Petéquias no palato – mais específico! Adenomegalia cervical unilateral, dolorosa *NÃO TEM CORIZA OU TOSSE! c. Diagnóstico – se dúvida entre bacteriana x viral Teste rápido – mais específico, pode ter falso negativo Cultura (padrão-ouro) – mais sensível TR positivo: ATB TR negativo > cultura > cultura positiva: ATB d. Tratamento – encurtar tempo de doença, reduzir período de transmissão e profilaxia primária de FR! Penicilina Benzatina IM dose única até 9 dias 2ª opção: Amoxicilina VO por 10 dias e. Diagnósticos diferenciais Febre alta + dor de garganta HERPANGINA Coxsackie A – enterovírus Faringite com úlceras/vesículas envoltas por halo hiperemiado na região posterior ADENOVIROSE Adenovirus Faringite exsudativa + conjuntivite + adenomegalia pré auricular MONONUCLEOSE EBV Faringite exsudativa + linfadenopatia generalizada + esplenomegalia Linfocitose com linfócitos atípicos DIFTERIA Corynebacterium diphteriae Quadro grave + membrana branco-acinzentada que sangra + linfonodos cervicais grandes (“pescoço de touro”) + intensa disfagia com febre baixa Tratamento: soro antidiftérico - A presença do exsudato e petéquias não é obrigatória - O exsudato e petéquias podem estar presentes em infecções virais 39 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 ANGINA DE VINCENT Má higiene oral Placas ulceronecróticas com pseumembrana PFAPA / SD. DE MARSHAL Febre periódica + estomatite aftosa + faringite + adenite Episódios recorrentes e autolimitados – duram alguns dias e somem Quadros recorrentes de faringite + aftas + culturas negativas Tratamento agudo: corticoide Vincent Difteria Herpangina f. Complicações ▪ ABSCESSO PERIAMIGDALIANO – mais comum Disfagia + sialorreia + trismo + abaulamento da região periamigdaliana + desvio da úvula Tratamento: drenagem por agulha + ATB (Clindamicina) ▪ ABSCESSO RETROFARÍNGEO Espaço retrofaríngeo em edema da epiglote > redução do calibre das vias aéreas a. Etiologia H. influenzae tipo B – raro, devido à vacinação S. pneumoniae S. pyogenes (B-hemolítico do grupo A) S. aureus Estridor: ruído que aparece na inspiração e indica obstrução 40 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 b. Clínica Inicio hiperagudo, evolução fulminante Febre alta, toxemia Dor de garganta Disfagia Sialorreia Estridor – obstrução eminente! Posição do tripé – inclinado pra frente com pescoço hiperestendido c. Diagnóstico Clínico RX: sinal do polegar *Não tentar visualizar a orofaringe! d. Tratamento Garantir via aérea – IOT/TQT ATB LARINGOTRAQUEÍTE AGUDA / CRUPE Inflamação da mucosa da laringe/traqueia/brônquios > edema da região periglótica > redução do calibre das vias aéreas a. Etiologia Parainfluenza – não “para” de descer b. Clínica Pródromos catarrais Febre baixa Tosse metálica (crupe, tosse de cachorro) Estridor Rouquidão – acomete região infraglótica (cordas vocais) c. Diagnóstico Clínico RX: estreitamento infraglótico – sinal da torre/ponta do lápis d. Tratamento Com estridor em repouso NBZ com adrenalina + corticoide VO/IM + observar por 2h Sem estridor em repouso Corticoide VO/IM e. Diagnósticos diferenciais ▪ LARINGITE ESTRIDULOSA / CRUPE ESPASMÓDICO Estridor intenso + rouquidão noturno súbito sem pródromos Quadro benigno, autolimitado Tratamento: vaporização com água quente ou NBZ com adrenalina f. Complicações ▪ TRAQUEÍTE BACTERIANA Piora clínica/febre alta + presença de secreção purulenta na traqueia Crupe: tosse metálica + rouquidão + estridor 41 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 Traqueíte viral que não melhora com NBZ com adrenalina Etiologia: S. aureus CAUSAS NÃO INFECCIOSAS DE ESTRIDOR Estridor agudo Anafilaxia Alterações cutâneomucosa + respiratório / cardiovascular Aspiração de corpo estranho Engasgo + criança brincando sem supervisão Estridor crônico Laringomalácia Estridor inspiratório + inicio nas primeiras semanas de vida + piora com agitação/alimentação e na posição supina PNEUMONIAS – com taquipneia, sem estridor PNEUMONIA BACTERIANA – agudo, grave a. Etiologia 2m Streptococcus agalactiae (grupo B)/GBS Gram negativos entéricos (E. coli) Streptococcus pneumoniae Staphylococcus aureus b. Clínica Pródromos catarrais (tosse, coriza, congestão nasal) Febre alta Tosse intensa Taquipneia – mais sensível Sinais clássicos: estertores, aumento do FTV, submacicez, broncofonia, pectorilóquia fônica *S. aureus: quadro grave + complicações (pneumatocele, derrame pleural) + porta de entrada Sinais de gravidade: tiragem subcostal, batimento de asa nasal, gemência, cianose, satO2 2m: Penicilina cristalina / Ampicilina IV Oxacilina + Ceftriaxona – se muito grave FALHA TERAPÊUTICA Sem melhora após 48-72h > RX ou USG à beira do leito > derrame pleural? SIM: toracocentese (derrame > 1cm) Purulento, pH 7-10 dias) Manifestações extrapulmonares Sem melhora com Penicilina 43 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 b. Etiologia Myoplasma pneumoniae – pneumonia atípica Chlamydia trachomatis – pneumonia afebril do lactente c. Clínica PNM ATÍPICA – Mycoplasma pneumoniae, Chlamydophila pneumoniae PNM AFEBRIL DO LACTENTE – Chlamydia trachomatis > 5 anos Início gradual Cefaleia, odinofagia, rouquidão + tosse + taquipneia Associação com miringite bolhosa (Mycoplasma) Contato com pessoas com o mesmo quadro Laboratório: crioaglutininas (> 1:64) Parto vaginal – colonização da mucosa da conjuntivite e da nasofaringe Conjuntivite (após 1ª semana de vida) + pneumonia (1-3m de vida – insidiosa + tosse + taquipneia + afebril) Laboratório: eosinofilia d. Diagnóstico Clínico ▪ RX DE TÓRAX Infiltrado intersticial Hiperinsuflação e. Tratamento Macrolídeo (Azitromicina, Claritromicina, Eritromicina) f. Diagnóstico diferencial COQUELUCHE – Bordetella pertussis 1) Fase catarral: resfriado comum 2) Fase paroxística: acessos de tosse seguidos de guincho/vômitos + assintomático entre as crises 3) Fase de convalescência: melhora da tosse paroxística Laboratório: leucocitose com linfocitose RX de tórax: infiltrado peri-hilar (“coração felpudo”) Tratamento: macrolídeo (Azitromicina) + isolamento por 5d Profilaxia: Azitromicina (