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Trabalho de Estado Moderno

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FACULDADE MARTHA FALCÃO
Daniel Crespo Lins
Estado Moderno
Manaus – AM
2015
Estado Moderno
 Trabalho apresentado pelos discentes do 1º período do curso de Direito da Faculdade Martha Falcão, para obtenção de nota parcial na disciplina de Ciência Politica e Teoria do Estado.
O
Manaus – AM
2015
SUMÁRIO
Introdução................................................................................................................4
Ascensão do Liberalismo...................................................................................5
Liberalismo na Inglaterra...................................................................................6
Liberalismo na América do Norte......................................................................7
Liberalismo na França.......................................................................................7
Decadência do Liberalismo...............................................................................8
2.1 A encíclica “Rerum Novarum”..........................................................................10
Reação Antiliberal............................................................................................10
3.1 A Revolução Russa..........................................................................................10
3.2 A Criação da CEI.............................................................................................11
Estado Facista.................................................................................................12
4.1 Ocorrência do Fascismo: Primeira Guerra Mundial.........................................12
4.2 Reação antimarxista........................................................................................14
Estado Nazista.................................................................................................15
Estados Novos.................................................................................................17
6.1 Estado Brasileiro..............................................................................................18
Conclusão..............................................................................................................19
Introdução
No decorrer da história o Estado se apresenta de várias maneiras possuindo suas características próprias. Não podemos entretanto dizer que um Estado obrigatoriamente dá sucessão ao outro e assim o influenciará em suas raízes, pois um tipo de Estado pode vir a influenciar outro em períodos longínquos não seguindo assim necessariamente uma ordem cronológica ou histórica.
Cada movimento social possui sua particularidade, entretanto cada tipo de Estado não é o que é por si mesmo. Os Estados possuem em si influências dos demais Estados que o antecederam, pois "Do nada, nada se faz". Mesmo com divergências entre suas ordens de sucessão e características pode-se dividir os Estados cronologicamente, sendo assim, teremos: Estado Antigo, Estado Grego, Estado Romano, Estado Medieval e o Estado Moderno.
O Estado Moderno surgiu na Europa no começo do século XVII. As grandes transformações sócio-econômicas e políticas desencadeadas pela sociedade européia naquela época criaram um novo mundo, onde já não havia lugar para os particularismos da antiga sociedade feudal.
Este trabalho objetiva a pesquisa bibliográfica do Estado Moderno, englobando a evolução histórica do Estado, no estudo da Ciência política.
 
A ascensão do Liberalismo:
O liberalismo surgiu em consequência da luta histórica da burguesia para superar os obstáculos que a ordem jurídica feudal opunha ao livre desenvolvimento da economia, tornou-se uma corrente doutrinária de importância capital na vida política, econômica e social dos estados modernos. Fundamentado nas teorias racionalistas e empiristas do Iluminismo e na expansão econômica gerada pela industrialização, o liberalismo converteu-se, desde o final do século XVIII, na ideologia da burguesia em sua luta contra as estruturas que se opunham ao livre jogo das forças econômicas e à participação da sociedade na direção do estado.
O Liberalismo é uma determinada concepção de Estado, na qual o Estado tem poderes e funções limitadas, e como tal se contrapõe tanto ao Estado absoluto como o que hoje chamamos de social.
Na formação dessa nova mentalidade se destacou a figura gigantesca de John Locke, que prega o antiabsolutismo, a limitação da autoridade real pela soberania do povo, a eliminação dos riscos da prepotência e do arbítrio. Segundo a doutrina de Locke, a monarquia absoluta, como forma de governo, desconhecendo limitações de qualquer natureza, é incompatível com os justos fundamentos da sociedade civil. Se os homens adotaram a forma de vida em sociedade e organizaram o Estado, fizeram-no em seu próprio beneficio, e não é possível, dentro dessa ordem, que o poder se afirme com mais intensidade do que o bem publico o exige. 
Essa doutrina liberalista, profundamente dignificadora da espécie humana, foi sustentada por inúmeros filósofos, juristas e publicistas dos séculos XVII e XVIII, notadamente por Montesquieu e por Rousseau.
O Estado liberal espera que as coisas se modifiquem sem uma intervenção individual, ou de grupo, e ao mesmo tempo se ajustem de tal forma que as coisas se relacionem de forma natural, sem que o Estado tenha a sua intromissão direta no processo de produção, como também no consumo, visto que as liberdades individuais devem ser respeitadas para que tudo se acomode de forma comum e simples. Neste sistema, a autoridade do Homem, isto é, o poder pessoal é substituído pela autoridade da Lei, constituindo um dos aspectos essenciais do Estado Liberal: o princípio da legalidade. Portanto, o Estado Liberal é o Estado limitado pela lei. Daí a expressão pela qual também é conhecido: Estado de Direito.
O liberalismo tem três enfoques: político, ético e econômico. O político constitui-se contra o absolutismo e busca nas teorias contratualistas, a legitimação do poder, que não deve ficar sob o direito dos reis, mas no consentimento dos cidadãos. Defende a isonomia política, isto é, igualdade perante a lei como condição para a cidadania. O ético, com a garantia dos direitos individuais: liberdade de pensamento e expressão, religião e estado de direito e que rejeita todo tipo de arbitrariedades. O econômico se opõe a intervenção do poder nos negócios, exercida com procedimentos típicos da economia mercantilista, como a concessão de monopólios e privilégios. Como diz Adam Smith, a economia é controlada pela mão invisível que controla o mercado através da lei da oferta e da procura. Essas ideias foram desenvolvidas, na defesa da propriedade privada dos meios de produção baseada na livre iniciativa e competição.
No final do século XVIII, a ideia dominante entre as elites intelectuais era o liberalismo. A partir de então, o sopro de liberdade politica e econômica mudou a humanidade. Começaram a cair as monarquias absolutas, dentre elas: Inglaterra, Estados Unidos e França:								
Liberalismo na Inglaterra:
O liberalismo teve o seu berço na Inglaterra, e assim, é na história desse País que vamos encontrar suas origens.
O absolutismo monárquico, que surgiu no fim da Idade Média e triunfou em todo o continente europeu, procurou instalar-se na Inglaterra, com Carlos I, mas ali encontrou a reação de uma consciência liberal já amadurecida. Quando Carlos I pretendeu instalar o absolutismo e chegou ao ponto de entrar no Parlamento e prender os líderes da oposição, o movimento revolucionário de Cromwell, que vinha da Escócia, marchou sobre Londres e destronou o Rei. 
Embora em regime nominalmente republicano, o próprio Cromwell se transformou em ditador absoluto, durante dez anos, tendo dissolvido o Parlamento por força policial. Em seguida, formou novo Parlamento, que também se opôs ao absolutismo e foi igualmente dissolvido. E o terceiro Parlamento continuou a lutacontra o absolutismo.
A três Declarações de Direitos, em 1979, 1689 e 1701, incorporadas ao sistema constitucional inglês, assinalam as principais vitórias do Parlamento para refrear os ímpetos absolutistas dos monarcas que pretenderam sustentar o velho principio da origem divina do poder.
Finalmente no século XVIII, consolidou-se naquele pais o principio da monarquia de direito legal, com os seus corolários: tripartição do poder, sistema representativo, preeminência da opinião nacional e intangibilidade dos direitos fundamentais do homem.
Liberalismo na América do Norte:
Foi sob influência ideias liberais irradiadas da metrópole que os povos norte-americanos, na declaração conjunta de independência, em 4 de julho de 1776, consignaram esta magnifica súmula dos ideais que nortearam a sua arrancada heroica pela independência e pela liberdade. 
Precisamente quando o governo, desnaturado pelo arroubos absolutistas de Jorge III, impondo tributos escorchantes e exercendo violências policiais, o povo das treze colônias, já entusiasmado pelas ideias republicanas, valeu-se do direito de rebelião proclamado na doutrina de Jonh Locke, quando um governo se desvia dos fins que inspiram sua organização, assiste ao povo o direito de substituí-lo por outro condizente com a vontade nacional.
Liberalismo na França:
A França, que era caldeira fervente das ideias liberais (Montesquieu, Voltarie, D’Angerson, empolgados principalmente pelo gênio figurante de Rousseau), estava destinada a conseguir a vitória das ideias democráticas para si e para o mundo novo e melhor.
A Monarquia absolutista mantinha a divisão social em três classes: Nobreza, Clero e Povo ou Três Estados, cada qual com suas leis, a sua justiça e o seu tributário. A nobreza e o alto clero, somando dez por cento da população francesa, desfrutavam de todos os privilégios, enquanto o povo se arrastava na escravidão e na miséria. A monarquia absolutista deixara de convocar a Assembleia do Três Estados, suprimindo, assim, qualquer participação ou ação fiscalizadora do terceiro Estado. Foi quando se intensificou a luta subterrânea do principio democrático contra o regime dominante. 
Em 1789, a Assembleia do Terceiro Estado decidiu chamar-se Assembleia Nacional, enfrentando corajosamente o poder real. Era o inicio da Revolução. A revolução, baseada nas ideias liberais do século XVIII, nivelou todos os privilégios e proclamou o principio da soberania nacional. 
O povo, que constituía o Terceiro Estado, assumiu o poder, representado pela Assembleia Nacional, que elaborou e promulgou a primeira Constituição pela República em 1971. Foi inserido com destaque o direito de liberdade, que consiste em fazer tudo o que não for contrário aos direitos de outrem. Não cogitaram essas Constituições dos direitos sociais, nem dos deveres dos indivíduos para com a sociedade. 
	Embora mais tarde o liberalismo viesse a ser considerado como exploração dos mais pobres, as grandes beneficiárias deste advento foram as massas. Seu principal galardão é ter possibilitado um crescimento populacional sem precedentes na historia da humanidade, acompanhado de aumento de expectativa de vida e conforto material. O inegável progresso econômico diminui a mortalidade infantil, criou empregos e aumentou a produtividade.
Decadência do Liberalismo:
Historicamente, o liberalismo aparece ligado à ascensão da burguesia, quando esta, tendo crescido economicamente, quis também conquistar o poder político, o que efetivamente o conseguiu. O marco da sua concretização histórica está ligada diretamente a Revolução Francesa, baseada nos preceitos Iluministas, quais sejam: igualdade, liberdade e fraternidade. 
Porém, em menos de meio século, tudo o que o liberalismo havia prometido ao povo redundou em conquistas e privilégios apenas das classes economicamente dominantes. Com toda essa injustiça social, o povo sem lar, sem comida e sem fé, começou a reagir violentamente, levando o Estado liberal ao dilema de reformar-se ou perecer. Ocorreu então uma cadeia de fatos que influenciaram na decadência do liberalismo primitivo, este é ligado à ausência do Estado atuando nas relações econômicas e de trabalho.
 	O liberalismo é um modo de entender a natureza humana e uma proposta destinada a possibilitar que todos alcancem o mais alto nível de prosperidade de acordo com seu potencial (em razão de seus valores, atividades e conhecimentos), com o maior grau de liberdade possível, em uma sociedade que reduza ao mínimo os inevitáveis conflitos sociais. Ao mesmo tempo, se apóia em dois aspectos vitais que dão forma a seu perfil: a tolerância e a confiança na força da razão. 
Este sistema parte do princípio de que o homem nasce livre, tem a propriedade dos bens que extrai da natureza ou adquire por via de seu mérito ou diligência e, quando plenamente maduro e consciente, pode fazer sua liberdade prevalecer sobre as reações primárias do próprio instinto e orientar sua vontade para a virtude. Uma pessoa madura e livre está à altura de perseguir sua felicidade a seu modo, porém respeitada uma escala de valores discutida e aprovada por todos, ou seja, ela deve reconhecer sua responsabilidade em relação ao seu próprio destino e ao objetivo da felicidade coletiva em sua comunidade ou nação. Será contraditório que alguém ou algum grupo tenha naturalmente poderes para cercear essa liberdade sem que parta do próprio indivíduo uma concordância para tal. 
O sistema liberalista que se apresenta perfeito em suas idéias e em sua teoria se tornou irrealizável. Tendo em vista a solução dos problemas reais e sociais da sociedade, é inadequado. O Estado liberal perdeu de vista a realidade da sociedade. Os governantes de então ignoraram a revolução industrial, sendo esta considerada uma das mais importantes revoluções da historia política. Foi na Revolução industrial que surgiram os operários de fabricas, em sua maioria pessoas que vinham de uma vida camponesa para trabalhar na cidade. Com o surgimento das fabricas, surgia então uma nova classe social: o proletariado, com isso, o liberalismo trouxe consigo a desintegração familiar e também o descontentamento da população prejudicada. Por outro lado a riqueza se concentrava nas mãos dos poucos dirigentes do poder econômico. A vontade que ganhar cada vez mais criou o conflito entre as distintas classes sociais dos patrões e dos assalariados, vindo a causar um total desequilíbrio social.
2.1 A encíclica “Rerum Novarum”:
A encíclica trata de questões levantadas durante a revolução industrial e as sociedades democráticas no final do século XIX. O papa Leão XIII apoiava o direito dos trabalhadores formarem sindicatos, mas rejeitava o socialismo e defendia os direitos à propriedade privada. Discutia as relações entre o governo, os negócios, o trabalho e a Igreja.
A encíclica critica fortemente a falta de princípios éticos e valores morais na sociedade de seu tempo e laica, uma das grandes causas dos problemas sociais. O documento papal refere alguns princípios que deveriam ser usados na procura de justiça na vida industrial e sócio-económica, como por exemplo a melhor distribuição de riqueza, a intervenção do Estado na economia a favor dos mais pobres e desprotegidos, a caridade do patronato aos trabalhadores.
Reação Antiliberal:
A primeira reação antiliberal foi o socialismo. Teve início no campo literário, ganhando notoriedade e atingindo o ápice com o Manifesto Comunista de Marx e Engels.
Inicialmente, as ideias socialistas e comunistas tinham o mesmo sentido e não saiam da literatura. Socialistas e anarquistas tinham a mesma ideia de extinção do Estado. Decorrente disto, saíram vários filósofos, dentre eles, Marx e Engels, que tomariam notoriedade mais adiante.
A partir da segunda metade do século XIX, os socialistas adotam a ideia de Marx, então nomeado socialismo científico.
A obra de Marx, O Capital, que mencionava o capitalismo e criticava a teoria do valor-trabalho de Adam Smith, foi o grito de guerra que inspirou o socialismo de Estado. Por tais ideias de Marx,se tornaram referências na época, os governos democráticos passaram a adotar medidas de autodefesa.
3.1 A Revolução Russa:
A revolução na Rússia foi inspirada no “Manifesto Comunista”, procuravam abolir vários setores da ordem política. O então governante na época, Czar Nicolau II, abdicou e assumiu o chefe do Partido Político Revolucionário, Alexander Kerenski, que foi de grande notoriedade na revolução. Porém, por ser um governo de bons ideais, contudo fraco, as correntes extremistas conseguiram criar o sovistismo.
Dividido em duas facções: Mencheviques e Bolcheviques. Os Bolcheviques, comandado por Lenin e por serem a maioria, conseguiram o poder através, da sua Guarda Vermelha, constituída de operários e camponeses.
A princípio, tudo era com o intuito de defesa a guerra civil, entretanto tomou-se outro rumo, criando a ditadura do proletariado. Um reino de terror, com eliminação dos adversários, extermínio da religião, economia estatizada, concentração do poder executivo e etc. Por Kerenski ter conseguido uma grande maioria por meio de uma Assembleia Constituinte, Lenin dissolve tal convocação.
O comunismo de guerra passa por várias modificações e passa a ter foco na economia, com nacionalização dos bancos e comércio privado. Em fevereiro de 1918 foi criado o Exercito Vermelho de Operários e Camponeses. Em julho o Partido Bolchevista determina a execução de Czar Nicolau II e de toda família imperial. Lenin durante o período comunista enfrenta fortemente a decadência da economia e a fome.
Em 1921 o país entra numa fase de recuperação melhorando a economia e a política. Criando até direito dos operários, publicado no Código Civil.
Criado a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), era uma confederação ou federação de Estados dispostos a cooperação das nações. O seu ideal compreendia círculos autônomos, hierarquizados, tendo assim, um órgão soberano, o Congresso dos Soviets, composto pelo Soviet Federal e Soviet das Nacionalidades. Soviet Federal, eleitos representantes do povo, por quatro anos, na proporção de um por vinte e cinco mil habitantes. Soviet das Nacionalidades, equivalente ao Senado dos Estados, eleitos representantes das Repúblicas soviéticas unidas. O Partido Bolchevista era o supervisor supremo de todo o executivo. A lei era de vontade dos mesmos.
3.2 A Criação da CEI:
Com a desintegração da URSS, por países que declararam independência, os presidentes da Rússia, Ucrânia e Bielorrússia, criaram a CEI (Comunidade dos Estados Independentes), no modelo confederativo, algo que abalaria ainda mais a estrutura da URSS, comandada por Mikhail Gorbachev, que assumiria dispostos a modernizar o modelo vigente, cujos sinais de fadiga eram visíveis.
Com a adesão de mais nove Estados, consolidando a Confederação, Gorbachev renuncia e a URSS finalmente é extinta, em 25 de dezembro de 1991.
Estado Fascista:
Fascismo é uma forma de radicalismo político autoritário nacionalista, ou seja, é uma forma de chegar ao poder político de um país através de maneiras mais radicais ou agressivas. Teve como época destaque o início do século XX na Europa. O seu objetivo no local era unificar sua nação através de um Estado totalitário que promove a vigilância e a mobilização em massa da comunidade nacional, confiando em um partido de vanguarda para iniciar uma revolução e organizar a nação em princípios contrários ao socialismo marxista e ao comunismo em todas as suas formas. 
Os movimentos fascistas compartilham certas características comuns, incluindo a veneração ao Estado, a devoção a um líder forte e uma ênfase em etnocentrismo e militarismo. O fascismo busca seu pensamento de nação ideal a partir da violência política, a guerra, e a pratica do imperialismo e afirma que as nações e raças consideradas superiores devem se sobrepor as inferiores como no caso da prática fascista modelada pelo nazismo. 
O fascismo tomou emprestado teorias e terminologias do socialismo, mas aplicou-as sob o ponto de vista que o conflito entre as nações e raças fosse mais significativo, do que o conflito de classes e teve foco em acabar com as divisões de classes dentro da nação. Defendeu uma economia mista, buscando conquistar autossuficiência, e a independência nacional através de protecionismo e políticas econômicas que intercalam intervencionismo e privatização do Estado. 
4.1 Ocorrência do Fascismo: Primeira Guerra Mundial:
Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial em agosto de 1914, a esquerda política italiana ficou gravemente dividida sobre sua posição a respeito da guerra. O Partido Socialista Italiano (PSI) se opôs à guerra por razões de internacionalismo, mas um número de sindicalistas revolucionários italianos apoiou a intervenção contra a Alemanha e a Áustria-Hungria, alegando que os seus regimes reacionários precisavam ser derrotados para garantir o sucesso do socialismo. A mesma ideia foi sugerida a Itália, visto que a sua pratica governamental deveria ser a favor do proletariado. A origem do fascismo italiano resultou dessa divisão, primeiro com Ângelo Olivetti formando um pró-intervencionismo fascio em outubro de 1914. Benito Mussolini após ser expulso de sua posição como editor-chefe do jornal Avanti do PSI por sua postura pró-Entente, aderiu à causa intervencionista em um fascio separado. O termo "fascismo" foi usado pela primeira vez em 1915 por membros do movimento de Mussolini. 
Os fascistas viram a Primeira Guerra Mundial como uma forma para trazer mudanças revolucionárias na natureza da guerra, da sociedade, do Estado e da tecnologia, como o advento da guerra total e da mobilização em massa havia quebrado a distinção entre civis e combatentes, assim como civis tiveram um papel crítico na produção econômica para o esforço de guerra e, assim, surgiu uma "cidadania militar", no qual todos os cidadãos estavam envolvidos com os militares, de alguma maneira durante a guerra. A Primeira Guerra Mundial resultou na ascensão de um Estado forte, capaz de mobilizar milhões de pessoas para servir na linha de frente, ou proporcionar a produção econômica e de logística para apoiar aqueles na linha de frente, bem como tendo autoridade precedente para intervir na vida dos cidadãos. Os fascistas viram os desenvolvimentos tecnológicos do armamento e a mobilização total do estado de sua população na guerra como simbolizando o início de uma nova era de fusão do poder do Estado com a massa política, a tecnologia e particularmente o mito da mobilização que sustentavam havia triunfado sobre o mito do progresso e da era do liberalismo.
Um grande evento que muito influenciou o desenvolvimento do fascismo foi a Revolução de Outubro de 1917, em que bolcheviques comunistas liderados por Vladimir Lenin tomaram o poder na Rússia. Em 1917, Mussolini como líder da Fascio elogiou a Revolução de Outubro, no entanto Mussolini tornou-se menos impressionado com Lenin, ao considerá-lo como apenas uma nova versão do czar Nicolau II. Depois da Primeira Guerra, os fascistas comumente fizeram campanhas com agendas antimarxistas, no entanto, tanto o bolchevismo e o fascismo mantiveram semelhanças ideológicas: ambos defendiam uma ideologia revolucionária, ambos acreditavam na necessidade de uma elite de vanguarda, ambos têm desprezo pelos valores burgueses e ambos tinham ambições totalitárias. Na prática, o fascismo e o bolchevismo comumente enfatizaram a ação revolucionária, as teorias de nação proletária, os estados de partido único e partidos do exército. Com o antagonismo entre os marxistas anti-intervencionistas e fascistas pró-intervencionistas completos até o final da guerra, os dois lados se tornaram irreconciliáveis. Os fascistas se apresentavam como antimarxistas. 
4.2 Reação antimarxista:
Na Itália, o fascismo foi apresentado como a mais notável tentativa levada a efeito no sentido de reformar as bases do Estado Moderno. Ele apresentava ideias hostis a desintegração socioeconômica do liberalismo decadente e contra a infiltração do comunismo internacionalista. 
Levando em consideração o ramo da filosofiapolítica o fascismo não tinha tendências nem para o coletivismo e nem para o individualismo, e sim buscava ideias pertencentes aos dois grupos, sendo formulado a concepção de que o Estado é uma união de grupos ou corporações. 
Na ordem econômica o fascismo condenou formalmente o liberalismo e o socialismo marxista. Pretendeu pôr fim à luta de classes pela organização sindicalista, agrupando nas mesmas corporações todos os membros de cada ramo da produção sem distinção entre patões e operários. Esse corporativismo Mussoliniano lançava suas raízes nas antigas corporações medievais e seguia, particularmente, a teoria de Georges Sorel, de que Mussolini se dizia discípulo. O sistema permitia um rígido controle partidário, pois as corporações funcionavam como órgãos do partido único e ninguém poderia exercer uma atividade qualquer sem prévia autorização corporativa. Entretanto, não correspondia a uma doutrina preestabelecida, o sistema corporativo fascista foi idealizado e posto em prática posteriormente, isto é, no período de adaptação e consolidação da ordem revolucionária. 
Estado Nazista:
Para compreender as principais características do Nazismo é necessário saber algumas informações importantes sobre o contexto no qual ele se desenvolveu.
Em 1919, ao fim da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha, tendo perdido a guerra, foi submetida a humilhações e cobranças por parte dos países vencedores, através do Tratado de Versalhes. A população ficou marcada por essas humilhações e por vários outros efeitos da guerra, que se refletiam em todos os setores: econômico, social, cultural, político e etc. Esses impactos pós Primeira Guerra produziram um enorme ressentimento nos alemães com relação aos outros países, fato que revigorava o extremismo nacionalista na Alemanha.
A reorganização política da Alemanha após a Primeira Guerra ficou conhecida como a República de Weimar, cidade onde foi elaborada a constituição que deu as novas diretrizes políticas ao país. O Nazismo se articulou dentro da República de Weimar, junto com vários outros partidos e facções políticas e paramilitares que fizeram pressão contra o novo poder instituído.
Do ponto de vista econômico, a República de Weimar conseguiu resultados satisfatórios entre os anos de 1924 e 1929, principalmente por conta de investimentos estrangeiros, sobretudo vindos dos Estados Unidos. Entretanto, com Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1929, a economia alemã naufragou junto com a de seu principal investidor. Essa nova situação de declínio econômico favoreceu a radicalização das propostas do Nazismo.
Adolf Hitler, nascido em 1889 na Áustria, havia participado da Primeira Guerra como soldado combatente da Tríplice Aliança. Após a guerra, Hitler passou a integrar um grupo de ex-combatentes, de trabalhadores e de membros da classe média alemã que passou a desenvolver uma ideologia cujo objetivo era resgatar a dignidade política da Alemanha, o passado glorioso alemão, isto é: dar continuidade aos dois grandes impérios que a Alemanha já havia protagonizado. Esse grupo fundou o Partido Nazista, que se tornou o suporte político para o desenvolvimento do que Hitler denominou “Terceiro Império” (Terceiro Reich).
Ainda antes da derrocada econômica de 1929, Hitler e seus aliados tentaram tomar o poder. Em 1923, os nazistas articularam um golpe no estado da Baviera e acabaram sendo presos e condenados. Na prisão, Hitler aperfeiçoou sua ideologia e a deixou registrada no livro “Minha Luta” (Mein Kampf). Todo o programa que o Partido Nazista viria a executar estava nesse livro. Através do Partido Nazista, Hitler conseguiu, gradativamente, eleger representantes no parlamento da República de Weimar e também chegar ao segundo posto mais importante da chefia do país: o de chanceler, ficando apenas abaixo do presidente da época, Von Hindenburg.
Depois que Adolf Hitler tornou-se chanceler da Alemanha, em janeiro de 1933, ele agiu rapidamente para transformar o país em uma ditadura com um único partido, e organizou uma força policial especialmente para garantir que as políticas nazistas fossem aplicadas. Ele persuadiu seu gabinete a declarar estado de emergência e a abolir direitos individuais, incluindo a liberdade de imprensa, de expressão e de reunião. Os indivíduos perderam o direito à privacidade, o que significava que os nazistas podiam ler suas correspondências, escutar suas conversas telefônicas e revistar suas casas sem necessidade de mandado de busca ou apreensão.
Dotado de poder, Hitler mandou incendiar o edifício do Parlamento para jogar a culpa nos comunistas. Em 1933, os nazistas passaram a pressionar o presidente Hindenburg a lhe dar maiores poderes. Com a morte do mesmo, em 1934, Hitler agregou à sua pessoa os títulos de chanceler, de presidente e de “fürer”, senhor e líder, de todos os alemães. O regime nazista passou a ter um caráter completamente totalitário.
Muitos anos antes de se tornar o chanceler da Alemanha, Hitler já era obcecado por questões raciais. Em seus discursos e artigos, ele disseminava suas convicções sobre a “pureza” racial e a superioridade da “raça germânica”, que ele dizia ser a “raça superior ariana”. Ele pregava que os germânicos deveriam permanecer racialmente puros para que um dia pudessem dominar o mundo. As características principais do nazismo, enquanto ideologia instituída no poder, derivaram-se das ideias de Hitler desenvolvidas no período da prisão. Em um país que vivia na miséria, os nazistas ofereciam a chance de melhora e a esperança de um país melhor. Formavam grupos de jovens que iam às ruas perseguir seus inimigos. O controle da população por meio da propaganda seria uma de suas principais ferramentas, as propagandas enganosas ajudaram Hitler a ser transformado no “Salvador da Alemanha.” O uso do rádio e do cinema foram decisivos neste processo para que as ideias nazistas fossem propagadas. Eles acusavam comunistas, liberais e judeus da desordem e prometiam restaurar o orgulho alemão. O antissemitismo, o ódio aos judeus, a quem Hitler atribuía a culpa por vários problemas que a Alemanha enfrentava, sobretudo problemas de ordem econômica, intensificou-se no período nazista. Hitler e outros líderes nazistas viam os judeus não como um grupo religioso, mas sim como uma “raça” venenosa que “se aproveitava” de outras raças e as enfraqueciam. Depois que Hitler assumiu o poder, professores nazistas começaram a aplicar os princípios de sua “ciência racial” [OBS: totalmente sem bases científicas] nas salas de aula. Eles mediam o tamanho do crânio, o comprimento do nariz, registravam a cor dos olhos e cabelos de seus alunos para tentar determinar se eles pertenciam à verdadeira “raça ariana”. Os estudantes judeus e ciganos eram frequentemente humilhados durante tais eventos. Fato este que culminou no Holocausto: morte de mais de 6 milhões de pessoas em campos de concentração, dentre elas, a maioria de judeus.
Associado ao antissemitismo, estava a noção racista e eugenista da superioridade do homem branco germânico, ou da raça ariana, e a construção de um “espaço vital” para que esta raça construísse seu império mundial. As ideias de Hitler convenceram boa parte da população alemã, que criam que sua figura de líder era a garantia de uma Alemanha próspera e triunfante. Essas características do nazismo conduziram a Alemanha à Segunda Guerra Mundial, uma guerra ainda mais sangrenta que a anterior.
Estados Novos:
As novas organizações políticas que surgem, inspiradas pela vontade onipotente desses líderes ou detentores eventuais do poder, constituem esse conjunto heterogêneo de Estados Novos. São todos galhos de um mesmo tronco, que é o facismo, do que recebem a seiva de que precisam para a sua floração doutrinária.
Não obstante essa diversidade resultante da adaptação sistemática ao meio nacional, apresentam tais Estados certas características invariáveis e comuns, quais sejam: a) concentração de toda a autoridade nas mãos de um chefe supremo; b) restrições às liberdades públicas e regime de censura; c) prevalecimentodo interesse coletivo sobre o individual; d) partido único; e) dirigismo econômico; f) estatismo, nacionalismo ou racismo, como objetivo moral do Estado.
Afastando formalmente a concepção do homem soberano criado pelo liberalismo da revolução francesa, os Estado Novos só admitiam como sujeito de direito público a totalidade dos cidadãos, por isso que eram Estados totalitários ou coletivistas. As leis e atos governamentais objetivam a população no seu todo, pouco importando o sacrifício ou negação de interesses ou direitos individuais. 
6.1 Estado Novo Brasileiro:
O Brasil teve também o seu Estado Novo, imposto por um golpe de Estado do próprio Presidente da República, Getúlio Vargas, com o apoio das forças armadas e cedendo às aspirações da opinião nacional. Foi elaborado e outorgado ao País a Constituição de 10 de novembro de 1937, que continha os seguintes princípios básicos: fortalecimento do Executivo; competência para espedir Decretos-leis; eliminação das lutas internas e dos dissídios partidários; orientação e coordenação da economia nacional pelo Estado; limitação dos direitos individuais pelo bem público; proteção efetiva ao trabalho; nacionalização de certas atividades e fontes de riqueza.
Foi uma organização estatal necessariamente forte para enfrentar a borrasca que a crise internacional provocou e, ao mesmo tempo, para resolver gravíssimos problemas que vieram à tona e que ameaçavam subverter a paz e a segurança da nação brasileira. 
Em verdade, foi uma ditadura absorvente, usurpadora das tradições liberais do povo brasileiro, mas teria sido um mal necessário. Se trouxe muitos malefícios, próprios das ditaduras, por outro lado prestou assinalados serviços, conduzindo a nau do Estado, num mar encapelado, a um porto de salvação.
Conclusão
Após a pesquisa bibliográfica realizada, compreende-se como surgiu o Estado Moderno, suas características políticas e econômicas, os ideais dos doutrinadores da época em questão, e a consequência dessa nova forma de Estado. Características essas, que mudaram drasticamente o Estado. Inicialmente, em um período de transição, na forma absolutista, com a concentração total dos poderes no monarca. E posteriormente, através dos ideais liberalistas, quais sejam, a limitação do poder do Estado e a garantia dos direitos individuais que impulsionaram inúmeras revoluções por toda a Europa, entre elas: Revolução Francesa, Inglesa e da América do Norte.
 	Entretanto o modelo liberal não levou em consideração a Revolução industrial e o aparecimento de novo homem, o operador de fábrica. Não havia no modelo liberal, políticas sociais e intervenções econômicas o que gerou o descontentamento da massa escravizada e a consequência reação Antiliberal.
	Esta Reação Antiliberal se apresentou na forma socialista, com o surgimento do Estado Soviético, de forma antimarxista, e de forma Nazista com o Estado Alemão. A partir disso, o que se viu foi conflitos de modelos de Estado com características incompatíveis, culminando na Primeira Guerra Mundial.
As novas organizações políticas que surgem inspirados pela vontade onipotente desses líderes ou detentores eventuais do poder, foram denominados de Estados Novos. Dentre eles, o Brasil com o Getulismo.
	
Referências Bibliográficas
MALUF S. - Teoria Geral do Estado. Editora Saraiva. 31ª Ed. 2013.
Streek L.L, Morais J.L.B – Ciência Política e Teoria Geral do Estado. Editora Livraria do Advogado. 3ª Ed.- Porto Alegre. 2003.
BOBBIO, N. Liberalismo e democracia. São Paulo; Brasiliense, 1988.
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