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Manutenção de Pessoas em RH

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Manutenção de pessoas
Conceitos e aplicações relacionados ao processo de manutenção de pessoas em Recursos Humanos.
Prof. Rodrigo Monteiro
1. Itens iniciais
Propósito
Compreender os conceitos e as aplicações do processo de manutenção de pessoas em Recursos Humanos
para o desenvolvimento de boas estratégias de retenção de talentos por profissionais da área e gestores de
pessoas.
Objetivos
Descrever os principais aspectos da área de remuneração e administração de salários;
Reconhecer os conceitos dos principais tópicos referentes à gestão de benefícios;
Contrastar as escolas do pensamento da qualidade de vida no trabalho e as etapas práticas de
implementação de um programa de QVT;
Reconhecer a concepção das relações trabalhistas para o bom funcionamento do ambiente
organizacional.
Introdução
Façamos uma breve reflexão sobre o mercado de trabalho. Algum tempo atrás, podíamos considerar Recursos
Humanos (RH) como algo abundante. Os trabalhos eram simples de se fazer, não havia muita tecnologia e as
tarefas não eram complexas – pelo contrário, elas eram manuais e repetitivas.
 
Quando o cenário era assim, as empresas não precisavam fazer investimentos para atrair e manter as
pessoas. Bastava ofertar uma oportunidade de trabalho. A transformação tecnológica, contudo, mudou esse
cenário.
Hoje, boa parcela dos postos de trabalho requer pessoas instruídas, demandando, entre outras
coisas, capacidades cognitivas para a análise e a solução de problemas. Nesse novo contexto, os
RHs já não são tão abundantes: há certa escassez e uma “guerra” pela atração e retenção dos mais
bem qualificados.
Já a função da área de gestão de pessoas passa, segundo Chiavenato (2008), pelos chamados processos de
RH:
 
Agregar - Selecionar o perfil adequado para cada cargo;
Aplicar - Integrar a pessoa à organização;
Desenvolver - Programas de treinamento e aprendizado;
Manter - Reter os talentos, gerando satisfação;
Monitorar - Ajudar e acompanhar o desenvolvimento;
Recompensar - De forma adequada para incentivar e motivar.
 
As pessoas são muito mais que recursos: elas, afinal, precisam ser valorizadas. Isso é uma premissa para que
elas queiram ficar na empresa (manutenção de pessoas) e, mais ainda, para que se consiga extrair o melhor
de seu talento.
 
A fim de ajudá-lo na construção das estratégias de gestão de pessoas para a manutenção dos talentos na
organização, exploraremos nesse conteúdo ideias sobre remuneração, benefícios, qualidade de vida no
trabalho (QVT) e relações trabalhistas e sindicais.
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1. Fundamentos da remuneração e administração de salários
Salários
Sistema de incentivos e recompensas que a empresa oferece, a compensação é uma área vital do processo
de RH chamado de manutenção de pessoas.
 
Tendo isso em vista, estabeleceremos a seguir alguns conceitos básicos e fundamentais da administração de
salários.
Conceitos e perspectivas
Você sabe a definição de salário?
Salário é a compensação que uma pessoa recebe quando se coloca à disposição de outra para prestar ou
realizar um serviço ou um grupo de tarefas específicas.
 
Vamos conhecer três formas que essa compensação pode ter.
1º: Compensação financeira direta
É o salário propriamente dito. Ele pode ser pago de diferentes formas:
 
Recebido no fim de um mês de trabalho (trabalhadores mensalistas);
Por hora (trabalhadores horistas);
Bônus mensalistas);
Comissões;
Prêmios;
Pagamento em dinheiro.
 
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Comentário
É cada vez mais comum as empresas usarem cartões destinados para o pagamento de prêmios. Trata-
se de uma espécie de cartão de crédito pré-pago que, após o valor do prêmio ser depositado, o
trabalhador pode usar onde e como quiser. Observe que ele não constitui um pagamento em folha de
pagamentos – o que, aliás, também pode acontecer. 
2º: Compensação financeira indireta
Ligada aos direitos trabalhistas, ela tem como base a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e os acordos
coletivos firmados com sindicatos e/ou outro componente do pacote de benefícios da empresa.
 
Vamos ver o que esses dois grupos incluem:
Direitos trabalhistas
Direitos trabalhistas, incluem:
Férias
Décimo terceiro salário
Adicional noturno
Horas extras
Adicionais (de periculosidade, insalubridade ou por tempo de serviço)
Gratificações
Gorjetas
Demais itens do pacote de benefício da empresa, ainda que com previsão legal
Demais itens do pacote de benefício da empresa, ainda que com previsão legal,
incluem:
Alimentação subsidiada (vale-refeição e vale-alimentação)
Transporte subsidiado (vale-transporte)
Planos de saúde e odontológicos
Previdência
Seguro de vida
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Atenção
Embora seja muito comum ouvir as palavras “salário” e “remuneração” usadas como sinônimos, isso não
é uma verdade. Ele tem a ver com o salário-base comentado no início deste tópico. Já ela é a soma da
compensação financeira direta com a indireta. Nesse sentido, pode-se afirmar que a remuneração é o
gênero da espécie salário. 
3º: Compensações não financeiras
Elas podem estar indiretamente ligadas a valores monetários.
Exemplo
Concessão de uma folga para o funcionário descansar (um day off) ou uma experiência promovida pela
empresa (um jantar, uma viagem em família ou ingressos para o cinema ou teatro). 
Essas compensações, contudo, podem não ter nada a ver com dinheiro. Isso acontece quando se proporciona
orgulho, autoestima e reconhecimento ao funcionário. Como, por exemplo, reconhecer em uma reunião com
todos os colaboradores o trabalho prestado por uma pessoa.
As perspectivas salariais
Podemos analisar o salário em duas perspectivas distintas. Confira.
Pessoas
O salário recebido pelo empregado em troca da sua disponibilidade ao
empregador é o meio pelo qual as pessoas realizam seus sonhos e
objetivos de vida, além de ser a fonte de renda para custear
necessidades básicas, como, por exemplo, alimentação, educação e
saúde. Ele representa, portanto, o padrão de vida e o poder de compra.
Organizações
Salários representam, muitas vezes, o maior custo de um negócio. Ao
mesmo tempo, eles podem ser encarados como um investimento. A
perspectiva de custo ou investimento vem da ideia de que o negócio
entrega seu valor aos seus clientes e à sociedade por meio das pessoas
que para ele trabalham. Nesse contexto, os salários são a contrapartida
financeira para quem presta serviço ou produz um bem em nome daquela
organização.
O que determina o salário
Como será que as empresas determinam os salários pagos aos seus funcionários?
A resposta engloba um conjunto de fatores internos e externos que pode ser chamado de composto salarial.
 
Para Chudren e Sherman Jr. (1963), esse composto envolve os seguintes fatores:
 
Tipologia dos cargos da organização;
Política salarial empregada pela empresa;
Capacidade e saúde financeira do negócio;
Desempenho geral da organização no seu mercado;
Tamanho da empresa em termos de funcionários e faturamento.
 
Juntar todos esses fatores para determinar o salário é uma conta complexa. O momento da análise deles pode
jogá-lo, afinal, para alto ou para baixo.
Saiba mais
Na época do descobrimento da zona de pré-sal pela Petrobras, em 2006, e durante o boom do petróleo,
profissionais desse setor econômico tinham salários bem mais altos que a média dos demais mercados.
Hoje em dia, quem vive seu momento áureo é a área de tecnologia: desenvolvedores e analistas de
dados têm, no geral, salários bem superiores à média dos demais. 
Administração dos salários
Conceitos
O que as empresas precisam para serem competitivas?
1. 
2. 
3. 
4. 
5. 
Chave de resposta
As empresas precisam:
Aplicar uma boa gestão de salários.
Saber quanto pagar e para quem.
Quando pagar mais ou menos.
O que define isso dentro do conjunto de cargos da organização.
Além disso, elas devem levar em consideração princípios como equidade e justiça. Para tal, é preciso fazer
uma diferenciação entre os cargos, por exemplo, a partircompetitivo,
com uma forte guerra por retenção de talentos, as empresas apostam cada vez mais em benefícios. Para a
construção de um programa atraente, destacamos quão essencial é esclarecer os critérios e os princípios da
gestão de benefícios. Consequentemente, pontuamos a importância de se refletir sobre qual será a
composição do pacote ou da cesta de benefícios ofertada – e como ambos devem ser oferecidos.
 
Por fim, pontuamos que uma boa estratégia de manutenção de pessoas precisa abordar como se dá a relação
entre empresa e trabalhador (ou seja, as relações trabalhistas). Tal processo, contudo, não pode ignorar a
gestão de suas relações e os conflitos com o chamado ambiente externo, como, por exemplo, sindicatos,
órgãos governamentais ou clientes.
Podcast
Agora, a especialista Raysa Geaquinto Rocha encerra o conteúdo falando sobre as questões práticas da
área de gestão de pessoas em relação ao processo de manutenção de pessoas.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para ouvir o áudio.
Explore+
Para saber mais sobre assuntos explorados neste conteúdo, leia os seguintes livros sobre:
 
a) Gestão da remuneração
LOURENÇO, J. C. Salários, remunerações e o mercado de trabalho no Brasil: transformações e tendências
atuais de carreiras, perspectivas e salários. e-book. 2019.
 
b) Gestão de benefícios na prática
RIBEIRO, A. de L. Gestão de benefícios. 1. ed. Rio de Janeiro: Saraiva, 2015.
 
c) Gestão da qualidade de vida nas empresas
Os dois livros a seguir são guias práticos para a compreensão dos conceitos e o entendimento do passo a
passo necessário dessa gestão:
 
FERREIRA, M. C. (Ed.). Qualidade de vida no trabalho: uma abordagem centrada no olhar dos
trabalhadores. Brasília: LPA Edições, 2011.
LIMONGI-FRANÇA, A. C. Qualidade de vida no trabalho - conceitos e práticas nas empresas da
sociedade. 2. ed. São Paulo: Atlas S.A., 2004.
Referências
BRASIL. Lei nº 7.783, de 28 de junho de 1989. Dispõe sobre o exercício do direito de greve, define as
atividades essenciais, regula o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, e dá outras
providências.
 
CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2008.
 
CHIAVENATO, I. Remuneração, benefícios e relações trabalhistas: como reter talentos na organização. 6. ed.
Barueri: Manole, 2009.
 
CHUDREN, H. J.; SHERMAN JR., A. W. Personnel management. Cincinnati: South-Western Publishing Company,
1963.
 
FALJONE, A. Prática das negociações sindicais. São Paulo: Tama, 1984.
 
FERREIRA, M. C. Qualidade de vida no trabalho: uma abordagem centrada no olhar dos trabalhadores. Brasília:
LPA Edições, 2011.
 
FILLEY, A. Interpersonal conflict resolution. Glenview: Scott & Foresman, 1975.
 
GRAMSCI, A. Escritos políticos. v. 2. Lisboa: Serara Nova, 1977.
 
GROSS, B. M. As empresas e sua administração: um enfoque sistêmico. Petrópolis: Vozes, 1973.
 
LIMONGI-FRANÇA, A. C. Qualidade de vida no trabalho - conceitos e práticas nas empresas da sociedade. 2.
ed. São Paulo: Atlas S. A., 2004.
 
LOTT, M. R. Wage scales and job evaluation. New York: Roland Press, 1926.
 
NADLER, D. A.; HACKMAN, J. R.; LAWLER III, E. E. Comportamento organizacional. Rio de Janeiro: Campus,
1983.
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	Manutenção de pessoas
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Objetivos
	Introdução
	1. Fundamentos da remuneração e administração de salários
	Salários
	Conceitos e perspectivas
	1º: Compensação financeira direta
	Comentário
	2º: Compensação financeira indireta
	Direitos trabalhistas
	Direitos trabalhistas, incluem:
	Demais itens do pacote de benefício da empresa, ainda que com previsão legal
	Demais itens do pacote de benefício da empresa, ainda que com previsão legal, incluem:
	Atenção
	3º: Compensações não financeiras
	Exemplo
	As perspectivas salariais
	Pessoas
	Organizações
	O que determina o salário
	Saiba mais
	Administração dos salários
	Conceitos
	O que as empresas precisam para serem competitivas?
	Objetivos
	Critérios
	Avaliação e classificação dos cargos
	Métodos de avaliação
	Tipo não quantitativo
	Método de escalonamento
	Método das categorias predeterminadas
	Tipo quantitativo
	Requisitos mentais
	Requisitos físicos
	Habilidades
	Responsabilidades
	Condições de trabalho
	Exemplo
	Pesquisa salarial
	Formas de remunerar
	Individuais e coletivas
	Práticas individuais
	Práticas coletivas
	Remuneração variável ou por habilidades
	Variável
	Baseada em habilidades
	Plano de remuneração na prática
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Salários - conceitos e perspectivas
	Conteúdo interativo
	O que determina o salário?
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	Quanto ao conceito de salário e compensação, podemos dizer que:
	2. Gestão de benefícios
	Benefícios
	Conceitos e origens
	Plano de saúde
	Plano odontológico
	Vale-refeição
	Vale-transporte
	Exemplo
	Luta por direitos
	Competitividade e retenção de talentos
	Salário e encargos
	Classificações
	Para Chiavenato (2009), os benefícios ajudam as pessoas de uma organização em três vertentes principais de suas vidas:
	Classificação pela perspectiva da exigência legal
	Benefícios legais
	Benefícios espontâneos
	Classificação pela perspectiva da natureza
	Monetários
	Não monetários
	Classificação pela perspectiva dos objetivos
	Assistenciais
	Recreativos
	Supletivos
	Critérios e princípios na gestão de benefícios
	Critérios na gestão de benefícios
	Custo do programa
	Capacidade de pagamento
	Necessidade real
	Relação com o sindicato
	Reações da força de trabalho
	Princípios na gestão de benefícios
	Princípio retorno do investimento
	Princípio da mútua responsabilidade
	Pacote de benefícios oferecido pelas empresas
	Indivíduo
	Família
	Benefícios flexíveis oferecidos pelas empresas
	Exemplo
	O desenho do plano de benefícios
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	O que as empresas oferecem – pacote de benefícios
	Conteúdo interativo
	Critérios e princípios na gestão de benefícios
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	Os benefícios podem ser classificados quanto à:
	Sobre as ideias e os conceitos de benefícios, assinale a opção correta.
	3. Qualidade de vida no trabalho
	Qualidade de vida no trabalho (QVT)
	Bases
	Da vida social
	Socioeconômicos
	Organizacionais
	As escolas do pensamento da QVT
	Escola socioeconômica
	Equipamentos de proteção individual (EPI), já que eles devem ser mais seguros.
	Avanços nos tratamentos médicos.
	Chegada do trabalho remoto (ou teletrabalho).
	Aumento de licenças, permitindo mais tempo livre às pessoas.
	Escola organizacional
	Escola da condição humana
	Biológica
	Psicológica
	Social
	Uma abordagem centrada no olhar dos trabalhadores
	O que fazer para melhorar o bem-estar
	Ouça seu público-alvo
	Aceite que se deve falar de QVT
	Aposte no engajamento
	Comunique, comunique e comunique
	Programa de qualidade
	Ponto de partida
	Passo a passo
	1º Preparação
	Assumir um compromisso ético
	Criar uma equipe
	2º Diagnóstico inicial
	3º A coleta de dados
	4º Diagnóstico principal
	5º O programa de QVT
	Dica
	A felicidade no trabalho
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Programa de qualidade de vida no trabalho
	Conteúdo interativo
	Uma abordagem centrada no olhar dos trabalhadores
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	As mudanças no ambiente de trabalho não são poucas. Ao longo dos anos, a ideia sobre significado de trabalho acompanhou a evolução social. Dentro desse contexto, o conceito de qualidade de vida no trabalho (QVT) ganhou destaque. Sobre esse tema, assinale a alternativa que representa tal conceito da melhor maneira.
	Na hora de pensarem em seu programa de QVT, as empresas devem considerar pontos que permitam a montagem de programas sustentáveis no longo prazo e que sejam eficientes para o negócio. Marque a opção que contém os pontos a se considerar na hora de montar um programa de QVT.
	4. Relações trabalhistas
	Relações trabalhistas e sindicais
	Primeiras palavras
	A relação entre empresa e trabalhador
	Organizaçãopaternalista
	Organização autoritária
	Organização participativa
	Relações sindicais
	Origem
	Principais características
	Trabalhadores
	Empresas
	Confira como funciona o sindicado em países desenvolvidos e países menos desenvolvidos.
	Desenvolvidos
	Menos desenvolvidos
	Greve
	Representação dos funcionários
	Diretas ou antissindical
	Representação sindical
	Reinvindicações trabalhistas
	Negociações coletivas
	Convenção coletiva de trabalho
	Acordo coletivo de trabalho
	Dissídio coletivo
	Conflitos trabalhistas
	Tipos de conflitos
	Manifesto (ou percebido)
	Velado
	Latente
	Exemplo
	O processo de conflito
	Conflito percebido
	Conflito experimentado
	Conflito manifestado
	Diferenciação de atividades
	Recursos compartilhados
	Atividades interdependentes
	Resultados do conflito
	Resultados em conflitos construtivos
	Resultados em conflitos mal gerenciados
	Como resolver um conflito
	Ganha/perde
	Perde/perde
	Ganha/ganha
	Dicas para a boa gestão de conflitos
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Relações sindicais
	Conteúdo interativo
	Tipos de conflitos
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	O ecossistema das relações trabalhistas é de fundamental importância para a administração de RH no que tange à questão de manutenção de pessoas na organização. Das alternativas abaixo, aponte a mais adequada.
	Os tipos de conflitos podem ser:
	5. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore+
	Referênciasdo variado grau de responsabilidade e competências
exigidas por cada um.
 
Dessa forma, a administração de salários como área de RH significa o grupo de normas e procedimentos
adotado para determinar e/ou manter a estrutura de salários da organização de forma justa e com equidade,
destaca Chiavenato (2009).
 
Por conta disso, as organizações buscam um equilíbrio:
Objetivos
Listaremos agora alguns dos principais objetivos da área de administração de salários elencados por
Chiavenato (2009):
 
Remunerar seus funcionários de acordo com o valor do cargo que ocupam (a partir do nível de
responsabilidades e competências exigidos para ele).
Garantir que a recompensa seja adequada ao desempenho e à dedicação do profissional que ocupa o
cargo.
Garantir salários atrativos e competitivos dentro do mercado de atuação da empresa.
Gerar flexibilidade e adaptabilidade na organização dos cargos e no nível de pagamento a fim de
adequá-los à movimentação de pessoa e ao desenvolvimento de carreira dos profissionais da
organização.
Permitir que os funcionários compreendam e aceitem as políticas de administração salarial adotadas.
Manter o equilíbrio entre os interesses individuais dos funcionários e os financeiros da organização
(uma política de pagamentos sustentável).
Facilitar a gestão e o processamento da folha de pagamentos.
Critérios
Para alcançar tais objetivos, a área de administração salarial precisa, de acordo com Chiavenato (2009),
adotar alguns critérios relevantes:
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Interno 
Equilíbrio e equidade em relação aos
demais cargos da própria empresa.
Externo 
Equilíbrio no que se refere aos cargos
similares aos de outras empresas no
mesmo mercado.
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Estabelecer as normas de análise, de avaliação e de classificação de cargos.
Definir a estrutura de cargos, com seus deveres, responsabilidades e competências.
Fixar e aplicar os fatores de avaliação dos cargos.
Distribuir os cargos em classes e faixas salariais.
Rodar uma pesquisa salarial para identificar a competitividade e a melhor gestão dos salários da
empresa.
Avaliação e classificação dos cargos
Métodos de avaliação
Os métodos de avaliação de cargos podem ser quantitativos ou não quantitativos. A empresa precisa obter
informações independentemente do método adotado, como: o que faz, como faz, quando faz, que
conhecimento precisa para fazer ou por que precisa fazer.
 
Tal avaliação vai ajudá-la a preparar o terreno para analisar e classificar os cargos.
Tipo não quantitativo
O tipo não quantitativo pode adotar dois métodos. Confira.
Método de escalonamento
Determina-se um critério principal de comparação (complexidade, nível de responsabilidade e
dificuldade de repor um profissional). Em seguida, dá-se uma nota para o critério escolhido, definindo
o cargo com a maior e a menor nota.
Por fim, todos os demais cargos são elencados entre o limite máximo (cargo com maior nota) e
mínimo (o com menor nota). Cada cargo será comparado com os demais a partir do critério escolhido.
É o método de comparação mais simples, não considerando uma análise ou aspectos mais profundos.
Método das categorias predeterminadas
Aqui acontece uma avaliação coletiva (conjunto de cargos) conforme o desenho da organização.
O primeiro passo é a empresa definir uma quantidade de categorias a ser nomeada e descrita (essa
descrição vai ajudar a saber que cargos devem entrar em cada categoria), sendo elas dispostas de
forma hierarquizada (da menos para a mais complexa). A escolha de quais e quantas categorias
depende do desenho e das necessidades da organização. A descrição das categorias deve
considerar o nível de responsabilidade e os requisitos (técnicos e comportamentais) para o
desempenho do cargo.
Em seguida, ocorre a análise e a alocação dos cargos em cada uma das categorias. Essa análise pode
se basear na mesma ideia do método do escalonamento.
Tipo quantitativo
O tipo quantitativo pode utilizar métodos de comparação por fatores ou métodos de comparação por pontos.
 
O método de comparação por fatores é uma junção das ideias por trás da comparação por pontos e de
escalonamento. Os cargos serão comparados a partir de cinco fatores:
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• 
• 
Requisitos mentais Requisitos físicos
Habilidades Responsabilidades
Condições de trabalho
Deve-se então escolher aqueles de referência e escalonar os fatores para cada cargo (podendo ter ordens
diferentes entre eles).
 
O passo seguinte é ponderar os fatores de cada cargo de modo que o total seja de 100%. Assim, o salário do
cargo será composto pelo total da remuneração de cada fator. Exemplo: se um cargo tem o salário de R$1.000
e o fator “requisitos mentais” é remunerado na ordem de 30%, ou seja, R$300, isso significa que os demais
fatores serão distribuídos no total de 70% ou R$700.
Por fim, monta-se uma matriz de escalonamento de cargos. A criação do método é conferida a Eugene Benge.
Eugene Benge
Autora na área de gestão, Eugene Jackson Benge desenvolveu esse método quando trabalhava na Rapid
Transit Company, nos EUA, em 1926. 
O método de comparação por pontos, por sua vez, foi originalmente criado por Merril R. Lott é um dos mais
usados nas organizações. Aqui os cargos também são comparados por fatores de avaliação, sendo atribuídos
pontos para cada elemento da composição do cargo.
Merril R. Lott
Autor na área de gestão, Merril R. Lott escreveu pela primeira vez sobre esse método no artigo Wage
scales and job evaluation, de 1926.
O primeiro passo é definir quais são os fatores (é muito comum eles estarem baseados na teria de Eugene
Benge: requisitos mentais, físicos, responsabilidade, condições de trabalho). Em seguida, eles são ponderados
e monta-se uma escala/matriz de pontos. De forma similar à do método anterior, o total de pontos deve somar
100 (100%). Só que aqui, porém, a distribuição deles acontece entre os itens componentes de cada fator
estabelecido.
Exemplo
O fator “requisitos mentais” é composto por estes itens: escolaridade (20 pontos), experiência anterior
(20 pontos) e cursos (10 pontos). Tal item, portanto, leva 50 de 100 pontos, correspondendo a 50% do
salário. 
Em todos esses métodos abordados, é comum haver um comitê de remuneração (grupo de pessoas que faz a
avaliação do lado da empresa). Ele pode ser formado por diferentes representantes, como por exemplo, RH,
líderes e especialistas nos mais variados níveis hierárquicos.
 
Os grupos terão suas regras e seus procedimentos específicos para garantir a correta análise e classificação
dos cargos. Eles também costumam decidir outros aspectos dentro da política de administração de salários,
como as promoções e os aumentos por mérito.
Pesquisa salarial
O desenvolvimento das práticas de administração de salários de uma empresa considera as questões internas
e externas. As práticas externas são coletadas a partir de pesquisas salariais.
 
Esse instrumento é importante não só para ajudar a organização a definir valores de pagamento de salários,
mas também para saber como outras empresas do mercado estão estruturadas, que nomes dão aos seus
cargos e que outros pagamentos ou benefícios praticam.
 
Assim, ao decidir montar uma pesquisa salarial, deve-se levar em conta alguns pontos. Eis alguns deles:
 
Quais cargos serão pesquisados (não precisam ser todos).
Que empresas serão convidadas a participar (elas devem ser alinhadas ao mercado) e qual é seu
tamanho (quantidade de empregados e faturamento).
Qual é a localização geográfica das empresas (grandes centros e cidades menores podem apresentar
uma variação nos dados de um mesmo cargo).
Quais perguntas e fatores de compensação serão levados em conta (só salários, salários e bônus ou
benefícios).
Quando a pesquisa será enviada (não pode ser um momento do mês que os possíveis respondentes
estarão ocupados com uma rotina padrão do departamento, como, por exemplo, o RH com o
fechamento da folha de pagamento).
O tempo de resposta (por mais que conseguir as informações rapidamente possa ser um diferencial,se
dermos pouco tempo para uma resposta, outras empresas poderão não participar).
 
Considere compartilhar o resultado com os participantes – e sempre observando aspectos de
confidencialidade. O mais comum é que a coleta dos dados da pesquisa aconteça por formulários eletrônicos.
Formas de remunerar
Individuais e coletivas
• 
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Na hora de remunerar as pessoas, as empresas variam entre dois tipos de prática:
Práticas individuais
Destacamos as seguintes: salário-base, incentivo por tempo de casa ou
mérito, revisões salariais por tempo de casa ou mérito, prêmio por
produtividade (quantidade produzida, serviços vendidos etc.),
reconhecimento por algum feito significativo para o negócio, comissões e
bônus.
Práticas coletivas
O coletivo alcançado aqui é que a compensação ocorre a partir de
critérios definidos pela empresa.
Destacam-se as seguintes práticas: planos de incentivo à produtividade,
programas de bônus corporativos, participação nos lucros e resultados
(PLR), planos grupais de comissão e prêmios dos mais variados tipos.
Remuneração variável ou por habilidades
Vamos considerar agora esses dois tipos de remuneração:
Variável
Ela é atrelada a um objetivo. Paga em ciclos (trimestral, semestral ou anual) geralmente para um
grupo específico de colaboradores, ela tem entre suas vantagens o fato de gerar motivação no
colaborador (pois só ganha o valor se alcançar o resultado).
Além disso, essa remuneração é um diferencial para a empresa, que só terá tal despesa se alcançar o
resultado esperado – caso isso não aconteça, não há o gasto. Uma forma muito comum de
remuneração variável é a comissão. Existe um sistema de métricas para avaliar o alcance de seus
objetivos.
Baseada em habilidades
Estabelece que os salários são pagos de acordo com as habilidades e competências que a pessoa
tem para o cargo – e não apenas pelo fato de ela ocupá-lo.
Desse modo, as figuras no mesmo cargo podem ter salários diferentes conforme as competências
apresentadas no dia a dia. Essa remuneração também conta com um sistema para verificar sua
competência.
Plano de remuneração na prática
Neste vídeo, o especialista abordará questões práticas de um plano de remuneração.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Vem que eu te explico!
Salários - conceitos e perspectivas
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
O que determina o salário?
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Verificando o aprendizado
Questão 1
Quanto ao conceito de salário e compensação, podemos dizer que:
A
Sem sombra de dúvidas, a remuneração é um gênero da espécie salário.
B
O salário é pago exclusivamente na base mensal.
C
O salário-base, comumente recebido por um trabalhador brasileiro, é uma compensação financeira indireta.
D
Vale-refeição e vale-alimentação são considerados uma compensação financeira direta.
E
Um dia de folga é um tipo de compensação financeira direta, já que há custo para a empresa.
A alternativa A está correta.
A remuneração é a soma da compensação financeira direta e indireta; salário, espécie do gênero
remuneração. Além disso, os salários podem ser pagos por horas de trabalho, e não só na base mensal. O
salário-base constitui uma compensação financeira direta, enquanto o vale-refeição e o vale-alimentação
são do tipo indireta. O dia de folga seria uma compensação não financeira, já que a empresa não está
dando dinheiro ao colaborador.
Questão 2
Os métodos de avaliação de cargos podem ser:
A
Qualitativos e não qualitativos
B
Qualitativos e por pontos
C
Quantitativos e não quantitativos
D
Não qualitativos e por comparação
E
Especiais e qualitativos
A alternativa C está correta.
Os métodos de avaliação de cargos podem ser quantitativos ou não quantitativos. Para qualquer um deles,
a empresa precisa obter informações, como, por exemplo, o que faz, como faz, quando faz, que
conhecimento precisa para fazer ou por que precisa fazer. A avaliação a ajuda a preparar o terreno para
analisar e classificar os cargos. Seus principais tipos são: escalonamento, categorias predeterminadas, por
pontos e por fator.
2. Gestão de benefícios
Benefícios
Conceitos e origens
O que são benefícios?
Benefícios constituem um conjunto de facilidades que as empresas oferecem aos seus colaboradores em
complemento ao salário. Essas facilidades – muitas vezes, em forma de serviços, convênios, descontos etc. –
servem para auxiliar as pessoas a reduzir preocupações com os aspectos básicos vida.
 
Exemplos:
Plano de saúde Plano odontológico
Vale-refeição Vale-transporte
Os benefícios ofertados pelas empresas podem ser totalmente custeados por elas ou divididos com os
funcionários. Existem ainda casos em que elas repassam o custo totalmente às pessoas, mas sua vantagem
reside no fato de que o valor ofertado é muito menor que o custo do serviço obtido diretamente no mercado.
Exemplo
A empresa permite a inclusão de dependentes no plano de saúde desde que o funcionário custeie 100%
do valor: quase sempre, o valor a ser pago é inferior ao que se pagaria pelo menos nível de plano de
saúde contratado diretamente no mercado. 
A ideia de benefícios abordada neste módulo não é tão antiga. Ela foi evoluindo à medida que necessidades
sociais e empresariais foram surgindo.
 
Vejamos alguns fatores que originaram o mercado de benefícios:
Luta por direitos
Os trabalhadores ao redor do mundo brigavam por melhoria nas condições
de trabalho. Houve a consequente formação de unidades sindicais, que
brigavam pelos direitos do coletivo.
Competitividade e retenção de talentos
Com o passar do tempo, além dos tópicos com origem na lei, a popularização
da oferta também mexeu com a competitividade entre as empresas para se
reter os melhores talentos.
Salário e encargos
Se todo o esforço de melhor recompensa fosse concentrado no salário, a
incidência de encargos faria as empresas quebrarem, tornando a mão de
obra muito custosa.
Há também certa crítica na evolução trabalhista do conceito de benefícios, pois, em alguns lugares do mundo,
entende-se que o excesso deles – principalmente daqueles previstos em lei – gera uma visão paternalista e
protetiva, tornando muito cara a mão de obra nesses lugares.
 
Ao mesmo tempo, em um mundo tão competitivo e com um nível de demandas exageradas para um indivíduo,
um bom pacote de benefícios ajuda a minimizar a exigência física e mental – sem contar o alívio financeiro no
custo de vida. Um bom pacote de benefícios, enfim, proporciona satisfação e levanta a moral.
Classificações
Para Chiavenato (2009), os benefícios ajudam as pessoas
de uma organização em três vertentes principais de suas
vidas:
 
Ao desempenhar as responsabilidades do cargo: seguro de vida, auxílios e prêmios por produtividade.
Dentro da organização, mas quando não está desempenhando o cargo: Ambiente no geral e áreas de
lazer.
Fora da empresa no seu dia a dia: plano de saúde para dependentes, atividades comunitárias e
recreativas.
 
Com essa linha de pensamento, podemos classificar os benefícios segundo diferentes perspectivas. Confira a
seguir.
Classificação pela perspectiva da exigência legal
Os benefícios são uma exigência da legislação ou até previstos em contrato ou negociação coletiva com o
sindicato.
 
Dessa maneira, os diferenciamos dos chamados:
1. 
2. 
3. 
Benefícios legais
Vindouros de lei ou negociações sindicais
coletivas.
Exemplo: Décimo terceiro salário, férias,
aposentadoria, seguro de acidente de trabalho,
horas extras, adicionais (periculosidade,
noturno) e salário família.
Benefícios espontâneos
Não estão na lei principal, mas constam em
contrato ou em negociações sindicais coletivas.
 
Exemplo: Empréstimo consignado, refeição,
transporte, seguro de vida em grupo,
assistência médica, prêmios e bônus.
Classificação pela perspectiva da natureza
A natureza dos benefícios refere-se à seguinte questão se eles são:
Monetários
São aqueles concedidos em dinheiro.
Exemplo:Décimo terceiro salário, férias, horas
extras, adicionais, complemento de salário
quando um funcionário está afastado,
reembolsos, financiamento concedido pela
empresa ou empréstimos.
Não monetários
São aqueles concedidos em forma de serviços
ou vantagens e facilidades.
 
Exemplo: Boas condições de infraestrutura
(mobiliário, salas de reunião, equipamentos),
refeitório, transporte, clubes ou jornada de
trabalho reduzida ou flexível.
Classificação pela perspectiva dos objetivos
Os benefícios, nesse caso, podem ser:
Assistenciais
Fornecem aos colaboradores e às suas famílias o amparo necessário em questões de saúde,
segurança, educação e emergências.
Exemplo: Planos de saúde e odontológicos, seguros de vida e previdência privada.
Recreativos
Os recreativos ajudam a atender as questões de diversão e lazer.
Exemplo: Grêmios, clubes, áreas de convívio dentro da empresa, incentivo às atividades esportivas ou
atividades de lazer em grupo ou de entretenimento (sessão cinema dentro da organização ou prêmios
no modelo de convite de cinemas – ou, mais recentemente, custeio de assinatura de uma plataforma 
stream).
Supletivos
Os benefícios supletivos têm, como o próprio nome informa, o objetivo de suplementar aspectos das
condições de vida do trabalhador.
Exemplo: Transporte, alimentação, horário flexível, convênios ou descontos
Critérios e princípios na gestão de benefícios
Em seu livro Remuneração, benefícios e relações de trabalho (2009), o professor Idalberto Chiavenato pontua
importantes critérios e princípios que deverão ser considerados quando a área de RH precisar pensar a
estrutura de sua gestão de benefícios:
Critérios na gestão de benefícios
Os critérios são pontos que precisam ser considerados na busca pelo sucesso do programa.
 
Entre eles, estão:
Custo do programa
Ele inclui todos os benefícios.
Capacidade de pagamento
Trata-se da capacidade da empresa em relação aos benefícios. Afinal, não adianta ter o melhor
programa e não conseguir pagar por ele.
Necessidade real
Fuja das modinhas. Você não precisa incluir um benefício pelo fato de outras empresas fazerem isso.
Pense nas necessidades das suas pessoas.
Relação com o sindicato
Ao colocar seus benefícios em um documento formal de negociação coletiva, isso passa a ter força
de lei.
Reações da força de trabalho
Suas pessoas precisam aprovar/aceitar o programa, até porque, embora as capacidades da empresa
devam ser consideradas, o programa de benefícios é feito para os funcionários com o intuito de gerar
satisfação e lealdade e de ajudar no aumento da produtividade.
Considere ainda envolver as pessoas já na fase de planejamento. Trata-se, afinal, da fase de se pensar o
programa como um todo.
Princípios na gestão de benefícios
Conheça os princípios básicos existentes na gestão de benefícios.
1Princípio retorno do investimento
Nenhuma empresa quer implementar um programa de benefícios que vai ter um custo sem pensar no
retorno sobre o investimento feito. Qual será, afinal, sua contribuição para ela? Atrair os melhores
profissionais, reter os melhores e aumentar o nível de produtividade ou a satisfação no trabalho –
todos são opções a serem exploradas.
2
Princípio da mútua responsabilidade
O custeio do benefício deve ser dividido entre empresa e funcionário. Por mais que ela custeie
alguns integralmente, outros precisam ser divididos para gerar responsabilidade nas pessoas na
hora de se usar e valorizar o que foi ofertado.
3
Pacote de benefícios oferecido pelas empresas
Ele corresponde a um tipo de remuneração indireta que ajuda a atender às insuficiências na área de
saúde, educação, financeira etc.
Tais benefícios atendem aos aspectos diretamente ligados a:
Indivíduo
A empresa oferece um bom e confortável
ambiente de trabalho (a pessoa, por si só, se
beneficia da oferta).
Família
A empresa oferece auxílio financeiro para
custear os estudos dos filhos de seus
funcionários (a família da pessoa se beneficia
da oferta).
Esse contexto, em muitos casos, eleva o nível de satisfação e até a lealdade dos funcionários. Mas o
que as empresas oferecem?
Além de um pacote básico comumente visto no mercado, como plano de saúde e odontológico, previdência,
seguro de vida, vale-refeição, vale-transporte, auxílio-creche, bônus corporativo, PLR, elencaremos outras
opções:
O que é Como funciona na prática
Carro da
empresa
Um carro é oferecido a certo grupo de funcionários (normalmente
executivos, vendedores ou pessoas que trabalham em deslocamento
constante na rua) com as despesas pagas (seguro, gasolina, manutenção
etc.), ficando disponível por certo período de tempo (quando há a
renovação do veículo, ou seja, a troca). Em muitos casos, é comum a
empresa dar a opção de compra ao funcionário.
Auxílio-carro
Nesse caso, não se oferece o carro, e sim um valor para cobrir custos
desde a compra até a manutenção do veículo. O pagamento pode ocorrer
em base mensal, semestral ou anual – cada empresa o adapta à sua
realidade.
Transporte
fretado
A empresa disponibiliza transporte coletivo (ônibus ou van) para seus
colaboradores. Esse transporte segue uma rota específica para buscá-los
na porta de suas casas (ou em local combinado). Em certos casos, o custo
dele é 100% pago pela empresa; em outros, dividido entre ela e
funcionários.
Refeitório
Em vez de oferecer vale-refeição, a empresa disponibiliza um refeitório
onde as refeições são disponibilizadas (pode ser só almoço ou,
dependendo da operação dela, incluir café da manhã, da tarde ou jantar).
Cantinas ou 
snack
machines
Há ainda organizações que, mesmo não tendo um refeitório, possuem uma
pequena cantina com a oferta de lanches rápidos, bebidas e cafés – em
alguns casos, até de refeições simples. Essas cantinas podem ser
ocupadas por funcionários contratados diretamente pela organização ou
até alugadas para uma empresa especializada ofertar o serviço.
 
Em outros casos, as empresas ofertam snack machines, máquinas onde se
insere o dinheiro para ter acesso a um pacote de biscoito (também há
aquelas com sanduíches, refeições simples, refrigerantes, cafés etc.).
Empréstimo
pessoal
Para ajudar na gestão financeira, algumas empresas conseguem
convênios com instituições de créditos, oferecendo empréstimos a taxas
de juros mais baixas que as ofertadas no mercado e com desconto direto
em folha de pagamentos.
Assistência ao
empregado
Muitas vezes, chamado de employee assistance program (EAP), o EAP é
um programa no qual a empresa oferece diferentes tipos de assistências e
orientações, como, por exemplo, planejamento financeiro ou orientação
jurídica e psicológica.
Áreas de
descontração
Com a velocidade do mundo em que vivemos e o nível de estresse
causado, muitas organizações já oferecem uma área de descontração (ou
de descompressão) para que as pessoas tenham um momento de
relaxamento. Nessa área, ficam disponíveis, entre outras coisas, jogos de
tabuleiro, videogames, dominós, cafés, pufes, livros ou salas fechadas
para breves cochilos – tudo com o intuito de permitir ao funcionário um
pouco de relaxamento.
Ioga equick
massage
Na mesma linha do relaxamento, as empresas estão oferecendo aulas de
ioga, meditação e até massagem. O quick massage se trata de uma
massagem rápida (em geral, de 15 a 20 minutos). Os funcionários podem
agendar e curtir o momento. Pode ser que você a encontre por aí com o
nome de shiatsu.
O que é Como funciona na prática
Seguro pet
Em um mundo moderno, nossos amiguinhos, muitas vezes, são
verdadeiros membros da família. Por isso, certas organizações
disponibilizam um seguro de saúde para o animal de estimação de seus
funcionários bem similar ao sistema disponível para os próprios
colaboradores. Na maior parte dos casos, o colaborador tem descontado
em seu contracheque o valor do seguro por ter à disposição uma rede de
veterinários e clínicas credenciadas, além de descontos em
medicamentos.
A verdade é que essa lista é quase interminável. Os exemplos mostram quão criativas as empresas vêm sendo
para ofertar pacotes cadavez mais competitivos e alinhados com a cultura e as pessoas da própria empresa,
sendo capazes de fazer a diferença para elevar a satisfação, a lealdade e, principalmente, a capacidade
produtiva das pessoas.
Benefícios flexíveis oferecidos pelas empresas
Um plano de benefícios, por sua natureza, diz respeito ao atendimento das demandas das pessoas. Por mais
que se pense no coletivo, a verdade é que tais planos precisam saber cuidar das individualidades de cada um.
Há modelos, portanto, cuja cesta (pacote) de benefícios é igual para todos os cargos, embora os
funcionários da empresa possam escolher diferentes níveis que atendam da melhor forma à sua
necessidade.
Por exemplo, dependendo da idade e das condições de saúde, um profissional pode optar por um plano de
saúde mais básico. Da mesma forma, ele é capaz de querer maior participação da empresa em um plano de
academia ou que ela o auxilie em seus estudos.
 
Entendemos aqui que o plano de saúde, o auxílio-academia e o auxílio-educação fazem parte do pacote de
benefícios da empresa. O profissional, porém, tem opções para escolher o nível que mais se adapta à sua
realidade.
Outro tipo de modelo é aquele no qual a
empresa implanta um sistema de pontos. 
 
Tendo como base o desenho de cargos e
salários dela, os cargos, a depender do nível
hierárquico e de responsabilidades, recebem
certa quantidade de pontos.
Exemplo
Cargos de menor nível hierárquico e de responsabilidades recebem menos pontos que os de maior nível
hierárquico e de responsabilidades. 
Dessa maneira, cada benefício disponível também recebe um “preço” formado por certa quantidade de
pontos. Quando são contratados, os profissionais podem se dirigir à prateleira de benefícios (normalmente
uma plataforma especializada ou uma solução criada pela própria empresa) e montar seus pacotes.
O desenho do plano de benefícios
Neste vídeo, o especialista vai falar do passo a passo para o desenho de um plano de benefícios.
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Vem que eu te explico!
O que as empresas oferecem – pacote de benefícios
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Critérios e princípios na gestão de benefícios
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Os benefícios podem ser classificados quanto à:
A
Exigência individual, finalidades e custos
B
Exigência legal, natureza e objetivos
C
Exigência legal, aspecto monetário e coletivo
D
Exigência funcional, aspecto não monetário e individual
E
Exigência organizacional, critérios e flexibilidade
A alternativa B está correta.
Os benefícios podem ser classificados entre exigência legal (benefício legal e espontâneo), natureza
(benefícios monetários e não monetários) e objetivos (assistenciais, recreativos e supletivos). É importante
observar que um benefício pode se encaixar em um ou mais tipos. Eis um exemplo: o 13º salário configura,
ao mesmo tempo, um benefício legal (quanto à exigência legal), monetário (quanto à natureza) e
assistencial (quanto ao objetivo).
Questão 2
Sobre as ideias e os conceitos de benefícios, assinale a opção correta.
A
Os benefícios referem-se a um conjunto de facilidades que as empresas oferecem aos seus colaboradores,
mas não é possível afirmar que ele serve de complemento ao salário.
B
Os benefícios são facilidades muitas vezes ofertadas em forma de serviços, convênios, descontos etc.
C
As horas extras, embora sejam previstas em lei, não são reconhecidas como um benefício.
D
Nas grandes empresas, os benefícios ofertados pelas empresas são totalmente custeados por elas.
E
Os salários impactam diretamente a motivação e a moral, mas isso não é uma verdade para os benefícios.
A alternativa B está correta.
Os benefícios são um conjunto de facilidades (muitas vezes ofertadas em forma de serviços, convênios,
descontos etc.), sendo um complemento ao salário. Aqueles ofertados pelas empresas podem ser
totalmente custeados por elas ou divididos com os funcionários de acordo com os objetivos e as condições
de cada organização. Em um mercado altamente competitivo, um bom pacote de benefícios ajuda a
levantar a moral e a satisfação dos funcionários.
3. Qualidade de vida no trabalho
Qualidade de vida no trabalho (QVT)
Bases
As mudanças no ambiente de trabalho não são escassas. Se voltarmos à época da primeira Revolução
Industrial (aproximadamente entre 1760 e 1850), veremos que tal mudança foi drástica. Ao longo dos anos, a
ideia acerca do significado de trabalho acompanhou a própria evolução social.
 
Como pontua a professora Ana Cristina Limongi-França (2004), o conceito de QVT ganhou destaque
principalmente a partir do final da década de 1990, deixando de configurar como um mero cumprimento do
que previa a legislação para ser considerado pelas empresas um fator de vantagem competitiva.
O tema de QVT coloca em discussão o papel das organizações: se elas devem ou não se preocupar
com o indivíduo.
Para muitos, sua concepção era de que o trabalhador deveria se adequar ao ambiente, ficando sozinho nessa
tarefa.
 
Já as empresas limitavam-se à ergonomia (regras e procedimentos referentes aos cuidados da saúde do
profissional no ambiente de trabalho). Observando apenas a legislação, elas ignoravam por completo outros
aspectos, como a saúde mental.
A nova visão, continua Limongi-França (2004), inclui na agenda aspectos:
Da vida social
Tempo com a família, lazer, preocupação com
alimentação e hábitos saudáveis.
Socioeconômicos
Globalização, novas tecnologias, ações
governamentais e evolução do mercado de
saúde privada.
Organizacionais
Alta competitividade, exigência de qualidade e
novas formas de trabalho.
Com isso, a QVT sai de uma base burocrática para constituir um destaque estratégico para as organizações.
As escolas do pensamento da QVT
Para reforçarmos esse ponto de vista holístico, delinearemos os ensinamentos de Ana Cristina Limongi-França
sobre as escolas do pensamento da QVT em seu livro Qualidade de vida no trabalho - conceitos e práticas nas
empresas da sociedade pós-industrial (2004).
Escola socioeconômica
A QVT deve ser considerada a partir da globalização, enquanto a tecnologia é uma realidade no que diz
respeito à segurança e à saúde ocupacional (SSO). Os reflexos disso atingem:
Equipamentos de proteção individual
(EPI), já que eles devem ser mais
seguros.
Avanços nos tratamentos médicos.
Chegada do trabalho remoto (ou
teletrabalho).
Aumento de licenças, permitindo mais
tempo livre às pessoas.
Escola organizacional
Esta escola segue os pensamentos de Taylor, acompanhando as evoluções científicas do campo da
Administração que passaram a incluir o fator das relações humanas no trabalho (considerando o físico, o
mental e o psicológico do trabalhador).
Taylor
O engenheiro norte-americano Frederick Taylor (1856-1915) foi um estudioso da Administração cujos
estudos se concentravam nos métodos de se realizar o trabalho. 
A QVT ganha força na área de gestão de pessoas, sendo considerada uma vantagem competitiva.
As empresas passam a se preocupar com sua
imagem, realizando ações de marketing que as
valorizem. 
 
Programas internos com foco no lazer e nos
cuidados com a saúde (física e mental) do
trabalhador, além de uma preocupação com a
motivação no trabalho, se tornaram cada vez
mais habituais.
Escola da condição humana
Considera o ser humano um complexo
biopsicossocial, ou seja, em seus aspectos biológicos, psicológicos e sociais.
1 Biológica
Trata de atributos físicos e reações do corpo, assim como de forças e fraquezas dos seus órgãos
biológicos.
2
Psicológica
Estão os atributos da mente, a forma de pensar, as emoções e a reação aos acontecimentos da
vida.
3
Social
Trata as propriedades da organização social, os relacionamentos, o lazer, a cultura, o
entretenimento, os valores, a estrutura familiar, o ambiente ao redor e a aceitação.
Essa visão afeta diretamente a forma com que os programas de qualidade devida mais modernos
compreendem o ser humano. Seu bem-estar só passa a ser considerado completo quando preza pelas três
dimensões em conjunto.
Uma abordagem centrada no olhar dos trabalhadores
Outros pontos de vistas que agregam para a melhor compreensão dos fundamentos da QVT são aqueles
abordados pelo professor Mauro Cesar Ferreira em seu livro Qualidade de vida no trabalho: uma abordagem
centrada no olhar dos trabalhadores (2011). Nessa obra, o autor reforça o papel da QVT como vantagem
competitiva para as organizações, demandando atenções especiais tanto do lado social quanto do
organizacional.
O que fazer para melhorar o bem-estar
Em muitos casos, as empresas começam a se mexer por pressões da legislação trabalhista ou das cobranças
sindicais. Em contrapartida, há quem já comece a enxergar a coisa de um jeito diferente.
Do lado social 
O tema ganha força, pois, a cada ano,
passamos mais tempo no trabalho do que
com nossas famílias. Ainda que seja muito
debatido, o equilíbrio entre vida pessoal e
profissional e o bem-estar no trabalho é difícil
de se obter.
Do lado das organizações 
Ainda imperam as cobranças excessivas,
a alta competitividade e a pressão. Se a
empresa não estiver atenta, a
consequência será um estado de mal-
estar e clima organizacional ruim,
reproduzindo baixa motivação e
engajamento.
Por exemplo, organizações que buscam prêmios da moda,
como certificações de melhores empresas para se trabalhar,
tentando algum fruto para si. Nessas circunstâncias, há uma
oferta de programas com ações de massagem, shiatsu,
aulas de ioga, alimentação saudável e orientação
nutricional. Entre outras novidades, pode-se até levar
animal de estimação para o escritório.
Por mais que a primeira impressão seja de que tudo isso é
muito bom, o problema ocorre justamente quando todas
essas (e outras) ações são consequência de uma relação
meramente binária. Alguém trabalha, em contrapartida, a
empresa promove ações que geram minutos de bem-estar.
 
O foco aqui ainda não está no ser humano formado por um complexo biopsicossocial, e sim, de forma
exclusiva, no ganho da empresa. Se o programa tiver sido pensado para a promoção do real bem-estar de seu
público-alvo e estiver ligado ao ecossistema da organização, poderá prosperar. Caso contrário, ele será visto
com desdém.
 
Tempos depois, o público que curtiu as ações iniciais será o mesmo que verá tudo com descaso assim que
perceberem que tais ações são uma espécie de “cala a boca”.
Como se começa a fugir das armadilhas das mesmices?
Daremos algumas dicas a seguir:
Ouça seu público-alvo
Gestores, presidentes de empresa e até os departamentos de RH acabam tomando por conta própria
decisões que deveriam ser coletivas. As ações de qualidade de vida são (ou deveriam ser) para os
trabalhadores. Sendo assim, nada mais natural do que os ouvi-los e fazê-los participar.
Os indivíduos já não são meros números de identificação: eles devem ser vistos como seres humanos
complexos. É fundamental ressaltar que ouvir as pessoas não é atender a todas as demandas delas.
Isso pode não estar alinhado aos valores, aos orçamentos ou às capacidades técnicas da empresa.
Aceite que se deve falar de QVT
Não tenha medo de ouvir suas pessoas. Você precisa se conscientizar de que, para ter a QVT
realmente como um fator estratégico, ela precisa ser discutida. Prepare seus líderes! Isso é inclusive
uma forma de fazer o público perceber sua preocupação com o tema.
Aposte no engajamento
Isso quer dizer apostar em um planejamento participativo, ouvindo as pessoas e permitindo
feedbacks abertos e sinceros (sem medo do que poderá ouvir). Inclua-as nas decisões
(especialmente as que terão impacto direto em suas vidas). Com isso, elas passam a carregar o peso
da responsabilidade.
Comunique, comunique e comunique
Colocar as informações do programa de QVT é apenas uma ação (não pode ser a única, pois isso não
é suficiente). Vá além e seja criativo. Comunique o papel de cada um, suas responsabilidades, quais
são as regras e políticas, as bases do programa – enfim, preze pela transparência.
Programa de qualidade
O que fazer para montar um programa de qualidade de vida? Por onde se pode começar?
Vamos explorar agora algumas possibilidades. Lembre-se de que não existe receita de bolo, mas elas podem
ser um caminho (que evidentemente tem de ser adaptado à realidade de cada empresa).
Ponto de partida
O ponto de partida é conhecer as queixas e os problemas dos funcionários. Na busca por ser mais assertivo, é
a partir do ponto de vista deles que se pode identificar o significado de QVT e de bem-estar.
 
Esteja atento para que a participação não seja uma imposição, e sim um desejo em contribuir para fazer um
ambiente de trabalho melhor. Diálogos abertos ajudam nesse processo, mas eles só funcionarão se os
colaboradores se sentirem realmente ouvidos.
 
Às vezes, as pessoas têm receio de colocar um ponto mais crítico ou de fazer uma avaliação mais pesada.
A sugestão é usar as famosas “caixinhas de
sugestões”, preservando o anonimato. 
 
Você também pode tentar versões mais
modernas: ferramentas como Google Forms e
Survey Monkey permitem a coleta do feedback
sem que haja uma identificação do usuário. 
 
Além disso, o formato eletrônico poupará
tempo na hora de tabular e analisar as
sugestões recebidas.
Passo a passo
Ferreira (2011) apresenta um passo a passo para a formulação de uma política e programa de QVT. Esse
cronograma é feito por meio de:
 
Ergonomia da Atividade Aplicada à Qualidade de Vida no Trabalho (EAA_QVT);
Inventário de Avaliação de Qualidade de Vida no Trabalho (IA_QVT).
 
Tanto o EAA_QVT quanto o IA_QVT são instrumentos validados cientificamente. É a partir dessa ideia, no que
diz respeito a uma política de QVT, que faremos a proposta abaixo.
 
Apontaremos a seguir os cinco passos para se sair da inércia. Confira.
• 
• 
1º Preparação
Inclui as etapas de:
Assumir um compromisso ético
A empresa, a começar pela sua liderança, deve assumir um compromisso ético com as informações
recebidas e com o que é feito com elas. Também será preciso liderar pelo exemplo, o que ajudará a
evitar sabotagens futuras. Se os líderes estiverem dentro do processo, atuando de forma sincera e
verdadeira, com respeito, as pessoas também estarão.
Criar uma equipe
Em seguida, é preciso criar uma equipe para conduzir o projeto. Empodere e treine essa equipe, sem
esquecer de garantir a diversidade em todos os aspectos, havendo representantes dos diferentes
setores e tribos.
2º Diagnóstico inicial
 
O primeiro passo é definir claramente o 
público-alvo (composto por todos que
trabalham na organização independentemente
do nível hierárquico). 
 
Se a quantidade de funcionários for muito
grande, inviabilizando o olhar sobre todo
mundo, a solução será a busca de uma amostra
representativa em termos de contingente e
diversidade.
Em seguida, você precisa estabelecer o perfil:
 
Demográfico – Sexo, idade, estado civil e escolaridade.
Psicográfico – Cargos, local de trabalho, departamento/setor, quanto tempo está na empresa, no
departamento e na base (local) de trabalho.
 
Conhecer essas informações previamente ajudará na etapa de sensibilização do seu público. Agora que você
já o conhece, é hora de sensibilizar as pessoas a participar. Trata-se de uma etapa estratégica, devendo, para
tal, haver uma relação de confiança.
 
Faça um planejamento prévio (definir as etapas, as mídias, o conteúdo e os prazos) e escolha os meios certos
para comunicar (cartazes, folders, intranet, e-mails, palestras etc.).
3º A coleta de dados
• 
• 
Além do instrumento proposto por Ferreira
(2011), a ciência e as consultorias de mercado
ainda apresentam outros possíveis. Avalie o que
será melhor e mais benéfico para sua empresa.
 
Porém, se você não tiver dinheiro, uma solução
poderá ser a montagem de um formulário
próprio. Também é possível contar com
cientistas de dados, ou seja, pessoas com
experiência em pesquisas e conhecimento em
estatística. Elas ainda podem ser úteisna
construção de um formulário de levantamento
das situações-problema.
4º Diagnóstico principal
Ainda que você tenha optado por uma ferramenta simples de levantamento de dados, as informações
coletadas já darão um bom norte em um diagnóstico de nível macro, apontando os inputs necessários para a
formulação da política e do programa de QVT.
 
No entanto, tente se aprofundar na situação-problema. Use as informações macro para recortar a situação (ou
as situações) que seja um problema. Se preciso for, faça uma nova rodada de levantamento de dados.
5º O programa de QVT
Tudo aquilo que foi coletado e as análises feitas deverão compor um documento principal. Ele, afinal, será seu
programa de QVT.
 
Nesse documento, precisam constar os conceitos, os princípios, as diretrizes e os valores que guiam as
práticas da gestão da empresa por meio do tripé indivíduo, trabalho e organização. Ele deve ser sustentável e
duradouro no tempo, não ficando à mercê de mudanças na administração da organização. O modelo precisa,
portanto, balancear o bem-estar das pessoas e o desempenho da organização.
Antes de ser divulgado, o documento deve ser validado a partir do feedback de:
 
Gestores.
Equipe multifuncional que ajudou no projeto.
Uma amostra dos trabalhadores (dependendo do tamanho da empresa, todos podem participar desse
processo).
• 
• 
• 
Dica
Para o processo de validação, você pode organizar oficinas de validação (rodas de conversas
normalmente guiadas pelo RH). Promova dinâmicas que permitam a participação real das pessoas,
colhendo os feedbacks que ajudarão a refinar o documento final. 
Documento validado? Agora sim, é hora de divulgá-lo.
Deixe-o em um lugar público e de fácil acesso (pode ser a própria intranet ou uma rede social interna). O
propósito é garantir a forma de divulgação mais extensa possível, alcançando todas as pessoas da
organização.
 
Por fim, faça palestras e grupos de discussão, além de elaborar propagandas que mostrem os benefícios dos
conceitos e das ações a serem realizadas na área de QVT.
A felicidade no trabalho
Neste vídeo, o especialista vai abordar as questões da felicidade no trabalho.
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Vem que eu te explico!
Programa de qualidade de vida no trabalho
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Uma abordagem centrada no olhar dos trabalhadores
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Verificando o aprendizado
Questão 1
As mudanças no ambiente de trabalho não são poucas. Ao longo dos anos, a ideia sobre
significado de trabalho acompanhou a evolução social. Dentro desse contexto, o conceito de
qualidade de vida no trabalho (QVT) ganhou destaque. Sobre esse tema, assinale a alternativa
que representa tal conceito da melhor maneira.
A
Programas de QVT devem concentrar suas atenções exclusivamente em cumprir as obrigações trabalhistas,
evitando deixar pontos da legislação em aberto.
B
Programas de QVT não podem se limitar aos aspectos da lei, devendo incluir conceitos como a vida social do
indivíduo.
C
Programas de QVT não se preocupam com os aspectos organizacionais (alta competitividade, exigência de
qualidade e novas formas de trabalho).
D
Programas de QVT não se aplicam às empresas pequenas, porque falta a elas diversidade, ponto relevante
nesse tipo de programa.
E
Programas de QVT não são impactados pela vertente socioeconômica com ações governamentais.
A alternativa B está correta.
Os programas de QVT precisam ser completos, compreendendo o conceito de homem biopsicossocial.
Assim, além de cobrirem os aspectos da legislação trabalhista vigente, eles devem considerar uma visão
moderna, englobando vida social e aspectos socioeconômicos e organizacionais. Esses programas são
aplicáveis em empresas de qualquer tipo e de qualquer porte.
Questão 2
Na hora de pensarem em seu programa de QVT, as empresas devem considerar pontos que
permitam a montagem de programas sustentáveis no longo prazo e que sejam eficientes para
o negócio. Marque a opção que contém os pontos a se considerar na hora de montar um
programa de QVT.
A
Aceitar as queixas e os problemas dos funcionários.
B
Permitir que as pessoas sejam rotuladas.
C
Ter equipes representantes dos trabalhadores da base.
D
Evitar os métodos anônimos para a coleta de feedback.
E
Fugir de ferramentas eletrônicas.
A alternativa A está correta.
Na hora de pensar em seu programa de QVT, o ponto de partida das empresas é conhecer as queixas dos
funcionários. Outra coisa é não permitir que as pessoas sejam rotuladas. Sugere-se um grupo dedicado a
cuidar do programa, tendo representantes de várias áreas. Deve-se dar preferência às ferramentas
eletrônicas para facilitar tabulação e análise. Além disso, é necessário sempre haver uma opção de coleta
de feedback anônimo: muitas pessoas não se sentem confortáveis fazendo uma denúncia ou uma crítica
mais grave quando têm de se identificar.
4. Relações trabalhistas
Relações trabalhistas e sindicais
Primeiras palavras
Voltaremos nossas atenções neste módulo para duas vertentes das relações trabalhistas:
No conjunto das duas vertentes, as relações trabalhistas estão baseadas em políticas da organização pela
forma com que elas abordam tanto a relação coletiva com os sindicatos quanto as relações individuais e os
conflitos organizacionais, ou seja, como interagem com o ambiente externo. 
 
Todo esse ecossistema é de fundamental importância para a administração de RH no que concerne à questão
de manutenção de pessoas na organização.
A relação entre empresa e trabalhador
Tal relação se dá de várias formas (mais ou menos rígidas) e conforme vários aspectos (jurídicos ou não
jurídicos). Dessa maneira, ao se observar a forma com que as empresas costumam tratar as demandas de
seus trabalhadores, é possível encontrar diferentes estilos – e cada um deles é reflexo de questões culturais e
ideológicas da organização.
Organização paternalista
Empresas paternalistas tendem a acatar com facilidade aquilo que seus funcionários pedem.
Resultado: quanto mais são atendidos, mais eles pedem. Isso, aliás, é similar à relação entre pai
(empresas) e filho (trabalhadores). Deriva daí seu nome.
Quando a empresa exagera nessa relação, acaba arcando com as consequências, que normalmente
são custos adicionais para o negócio a cada solicitação atendida. Em geral, ela não pensa em uma
solução de longo prazo, remediando-a apenas em curto prazo, o que muitas vezes enfraquece a
própria organização.
Organização autoritária
Nesse tipo, as coisas são tratadas de forma mais rígidas e diretas, sem tanta margem para
negociações. É comum que as necessidades dos trabalhadores sejam atendidas de forma autocrática
e estritamente baseada nos direitos previstos em lei. No longo prazo, uma postura desse tipo acaba
gerando revolta, indisciplina e muitos conflitos, além de não contribuir para um clima organizacional
positivo.
Âmbito legal 
O objetivo é entender como pessoas e
empresas tratam de questões jurídicas
referentes às relações de trabalho a partir das
representações sindicais.
Relações trabalhistas no contexto dos
conflitos 
Tal conceito faz parte da natureza
humana. Desse modo, ele precisa ser
bem administrado pela organização e
pela administração de RH.
Organização participativa
Nessas relações, as partes são envolvidas e ouvidas. As tentativas de soluções dos problemas
consideram os dois lados (empresa e trabalhadores), gerando um bom relacionamento e clima
organizacional.
Relações sindicais
O estilo que a empresa adota para tratar seus colaboradores é muito similar à forma como ela
aborda as relações com o sindicato da categoria.
Por conta disso, precisamos compreender mais sobre:
 
Conceito de relações sindicais
Conflitos dentro das organizações
 
Sob as duas perspectivas apresentadas, o estilo adotado pela organização impactará diretamente na maneira
com que as coisas vão se desenrolar, refletindo até no processo de manutençãode pessoas.
Origem
A origem dos sindicatos remonta à Revolução
Industrial ocorrida na Inglaterra durante o
século XVIII. Naquele tempo, os trabalhadores
se reuniam para lutar contra as condições
desumanas de trabalho. 
 
Incomodado com a postura das classes
operárias, o dono do capital conseguiu
transformar em crime as atividades sindicais
perante a lei inglesa, informa Chiavenato
(2009).
Principais características
O movimento sindical é parte de uma sociedade capitalista. Sua função é oferecer à classe trabalhadora
burocratas experientes e técnicos especialistas nos conhecimentos sobre o trabalho, sem que seja ele a base
de poder da classe.
O sindicalismo não pode ser visto como um movimento de revolução, e sim como uma forma
organizada dos trabalhadores em busca de fazer valer seus direitos, frisa Antonio Gramsci (1977)
Ao longo do tempo – e, em geral, em países menos desenvolvidos –, tal papel parece ter se perdido. Vejamos
o porquê disso.
 
Segundo Chiavenato (2009), a legislação trabalhista tem como foco estabelecer os limites da relação
contratual entre empregados e empregadores. Ela prevê a negociação entre as partes para determinar as
condições de trabalho.
 
Isso, geralmente, é feito a partir de dois sindicatos:
• 
• 
Trabalhadores
Sindicato da categoria profissional dos
trabalhadores (grupo de trabalhadores reunidos
e organizados).
Empresas
Sindicato das empresas (grupo de empresas da
categoria reunidas e organizadas).
Confira como funciona o sindicado em países
desenvolvidos e países menos desenvolvidos.
Desenvolvidos
Em países desenvolvidos e democráticos, a intervenção do Estado na legislação trabalhista tende a
ser reduzida, cabendo aos sindicatos a tarefa de discutir as relações de trabalho por meio das
negociações coletivas. A força sindical surgiu nessas nações para buscar melhores direitos e
condições.
Menos desenvolvidos
Nos menos desenvolvidos, o que se vê é uma inversão dessa ideia, com maior intervenção estatal.
Nesses casos, assim como no Brasil, a lei criou os sindicatos; logo, não foram eles que discutiram e
implementaram suas melhorias. Isso não lhes permitiu alcançar um modelo supostamente mais
avançado.
Greve
Um direito muito relevante que a evolução da
história dos sindicatos deu aos trabalhadores
foi o de greve. Ela é vista como um dos
principais meios de ação sindical para
pressionar as empresas a cumprirem os direitos
trabalhistas instituídos.
 
De acordo com a Lei nº 7.783, de 28 de junho
de 1989, greve é “a suspensão coletiva,
temporária e pacífica, total ou parcial, de
prestação pessoal de serviços a empregador”.
A greve constitui, assim, uma paralisação sempre ligada à reivindicação de um direito trabalhista.
A lei que protege é a mesma que impõe regras ao movimento. Ao optarem pela greve, os trabalhadores, afinal,
têm deveres e direitos.
Dever 
Comunicar a greve com 48 horas de
antecedência e garantir o mínimo de
prestação de serviço quando se tratar de
setor essencial.
Direito 
O fato de não poder ser reprimido
por exercê-la.
Representação dos funcionários
Os avanços das formas de trabalho e da própria sociedade fazem com que as empresas não possam mais
tomar suas decisões por conta própria. É muito comum se observar hoje em dia companhias instituindo várias
formas de representação de seus funcionários.
 
Segundo Chiavenato (2009), essas representações podem ser de dois tipos:
Diretas ou antissindical
Conselhos de fábrica, comitês de empresa e grupos de gestão compartilhada.
Representação sindical
Trata-se, na verdade, de uma terceira parte na relação entre empresa e trabalhadores. Essa
representação é considerada externa – ainda que seja comum, quando uma força sindical é muito
forte, observar sua manifestação dentro dos próprios limites da companhia. Por exemplo, informativos
sindicais que fazem parte do sistema de comunicação interna da empresa.
Reinvindicações trabalhistas
Tais reivindicações são também conhecidas como conflitos coletivos trabalhistas (quando envolvem uma
categoria profissional e a empresa) ou individuais trabalhistas (quando incluem a divergência do indivíduo com
a organização).
 
Normalmente, as reivindicações trabalhistas, destaca Chiavenato (2009), podem ser oriundas de condições:
 
Legais de trabalho (aspectos do contrato: horários, jornada, intervalos, trabalho do menor etc.)
Físicas (ambiente, mobiliário, ergonomia etc.).
Sociais (refeição, lazer, benefícios em geral).
Econômicas de trabalho (reajuste salarial, adicionais, gratificações etc.).
Confira algumas reivindicações trabalhistas.
1
Negociações coletivas
Todas essas questões costumam ser formalizadas a partir das negociações coletivas. Nelas, as
empresas e os sindicatos, mediante seus representantes, buscam estabelecer as melhores
condições possíveis a partir das necessidades dos trabalhadores e das possibilidades da empresa.
As partes devem chegar ao final entendendo que aquele foi o melhor acordo, que elas foram ouvidas
e puderam se fazer ouvir.
• 
• 
• 
• 
2Convenção coletiva de trabalho
Os resultados das negociações coletivas são registrados em uma convenção coletiva de trabalho.
Segundo Faljone (1984), essa convenção constitui um documento de caráter normativo em que os
sindicatos dos trabalhadores e das empresas fixam as condições de trabalho a serem empregadas
por todos os profissionais daquela categoria.
3
Acordo coletivo de trabalho
A convenção coletiva é referente a toda categoria profissional. Contudo, é possível que uma
empresa ou um grupo de empresas (não todas) firme um acordo específico com seu sindicato.
Trata-se de um acordo coletivo de trabalho.
4
Dissídio coletivo
Quando as partes (os sindicatos das empresas e dos trabalhadores), porém, não chegam a um
acordo, as condições de trabalho são decididas por um juiz. O chamado dissídio coletivo existe,
portanto, quando as partes não chegam a um acordo.
Conflitos trabalhistas
Conflitos são parte da natureza humana. Tendo
isso em vista, sabe-se que eles não ficariam de
fora do contexto organizacional.
 
Embora muita gente acredite que conflitos não
são uma coisa boa, a verdade é que, quando
bem administrados, eles podem ser benéficos e
gerar até uma evolução. O fato é o seguinte:
fazer isso não se trata de uma tarefa fácil.
Quando a resolução de um conflito é
parcial ou não é feita, as consequências
podem ser adversas, criando problemas em uma organização ou entre as empresas e seus
funcionários, além de poder, como vimos, gerar discordância com as unidades sindicais.
A gestão de conflitos é tema recorrente na agenda do pensamento da área de gestão. Para Chiavenato
(2009), eles existem quando ideias, sentimentos, comportamentos ou interesses divergentes podem entrar
em colisão.
 
Por isso, analisaremos a seguir quatro aspectos relativos aos conflitos:
Tipos de conflitos
Pode-se pensar nos conflitos que acontecem dentro da própria organização (conflitos internos) e os que
ocorrem fora dela (externos). As dimensões interna e externa são chamadas de aspectos dos conflitos, define
Gross (1973).
 
Internos ou externos, os conflitos acontecem pelo fato de duas partes não possuírem ideias totalmente iguais.
Sempre existe, afinal, algum tipo de divergência causada por diferença de pensamentos e interesses.
 
Os conflitos externos podem ser entre duas ou mais organizações (outra empresa, um sindicato ou
representantes do governo). Quando são internos (entre pessoas e grupos dentro da própria organização),
identificam-se estes tipos de conflitos:
Manifesto (ou percebido)
Conflito aberto e conhecido pelas partes.
Velado
Conflito oculto.
Latente
O conflito é iminente e potencial.
Todo tipo de conflito, se bem gerenciado, leva a organização para um processo de inovação e transformação
em relação ao ponto de conflito. É improvável, portanto, que tal fenômeno mantenha o status quo.
Exemplo
Dois departamentos discutem a implementação de um novo processo. Naturalmente, eles têm
discordâncias ao longo das conversas, e isso vai se transformarem um conflito. Se essas equipes
estiverem bem preparadas, conseguirão contornar a situação estabelecendo um acordo (solução do
conflito) e gerando um processo melhor que o anterior.
É verdade que o novo processo pode até dar errado, mas, com certeza, ele não é mais o anterior. Desse
modo, pode-se dizer que houve uma alteração do status quo.
O processo de conflito
Primeiramente, destacaremos os três níveis de identificação de conflitos apontados por Filley (1975):
Conflito percebido
O conflito é conhecido pelas partes. Elas sabem
que seus objetivos são distintos e que existe
possibilidade de interferência.
Conflito experimentado
A existência do conflito provoca sentimentos
negativos, como hostilidade, raiva, medo ou
rejeição.
Conflito manifestado
Uma parte deixa o conflito claro para a outra,
em especial pelo seu comportamento.
Dentro dos aspectos da vida corporativa, algumas condições são anteriores aos conflitos, apontam Nadler,
Hackman e Lawler III (1983):
1
Diferenciação de atividades
A expansão e o crescimento de uma organização trazem a necessidade de departamentos mais
especializados. Com isso, existe a criação de diferentes grupos com suas maneiras e formas de
pensar. Essa diversidade, algo positivo em vários sentidos da gestão, também é o motivo principal
para a geração de conflitos.
2
Recursos compartilhados
Uma das bases da gestão é que os recursos são limitados. As empresas, afinal, não são providas de
tempo, dinheiro e pessoas em quantidade abundante para rodar todos os processos necessários em
busca do resultado desejado. Assim, se um setor precisa de mais, isso significa que outro terá de
menos – e a forma como as pessoas percebem isso pode causar uma série de conflitos.
3
Atividades interdependentes
O departamento de vendas depende do de operação; o RH, do departamento financeiro. Os grupos,
em suma, dependem uns dos outros. À medida que o trabalho de um é comprometido pelo do outro,
isso gera situações de conflito.
Também é preciso considerar, pontua Chiavenato (2009), duas condições que estimulam os conflitos dentro
de uma organização: a percepção da incompatibilidade de objetivos e a da oportunidade de interferência.
Resultados do conflito
Como já falamos, os conflitos podem ser benéficos ou maléficos para a organização. Tudo vai depender,
afinal, de como eles serão administrados.
 
Quando bem gerenciados, eles trarão muitas coisas boas. Como frisamos, os conflitos levam à evolução, à
inovação, à transformação.
Segundo Nadler, Hackman e Lawler III (1983), quais os resultados em uma situação de conflito?
Confira algumas sugestões a seguir.
Resultados em conflitos construtivos
Quando conflitos construtivos acontecem, surge o seguinte resultado:
Uma equipe mais energizada, atenta e esforçada em busca do melhor resultado.
Identidade mais forte, porque o conflito tende a tornar os grupos de trabalho mais coesos e
unidos e mais identificados com seus objetivos e propósitos.
Atenção nos problemas, já que, quando existe maturidade para lidar com os conflitos, os
problemas são abordados abertamente.
Resultados em conflitos mal gerenciados
Conflitos mal gerenciados são destrutivos para a organização. Eles podem gerar os seguintes
resultados:
Provocar o sentimento de frustração, de hostilidade e até de sofrimento.
Aumento de pressão social e julgamentos e menos liberdade dentro do grupo de trabalho.
Desvio da energia (que poderia estar na solução do conflito, mas está na “briga” gerada por
ele).
As divergências acabam com a cooperação entre as partes.
Como resolver um conflito
Analisando-o de forma simples, só há três formas de solucionar um conflito:
Ganha/perde
Eu ganho e você perde. Com certeza, trata-se de uma forma destrutiva de se gerenciar um conflito, já
que, para ganhar, preciso anular suas chances nele.
Perde/perde
Se nós dois perdemos, isso significa que essa é mais uma forma destrutiva de solução de conflitos.
Afinal, não alcançamos com ela a ideia de evolução, inovação e transformação. Há quem acredite,
porém, que esse modelo possa trazer um tipo de solução parcial, pois a ideia é que você e eu
cederemos um pouco para que o conflito se resolva. Não ganhamos tudo, mas tampouco perdemos
tudo.
Ganha/ganha
Eis a melhor forma de se tentar resolver um conflito. Nós (ou seja, você e eu) conseguimos identificar
nossas necessidades e objetivos. Traçamos, com isso, um alinhamento em busca de um modelo de
solução de conflitos em que os dois consigam atingir aquilo que desejavam no começo da conversa.
Dicas para a boa gestão de conflitos
Neste vídeo, o especialista vai apresentar dicas que auxiliam na boa gestão de conflitos.
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Conteúdo interativo
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Vem que eu te explico!
Relações sindicais
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Tipos de conflitos
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Verificando o aprendizado
Questão 1
O ecossistema das relações trabalhistas é de fundamental importância para a administração
de RH no que tange à questão de manutenção de pessoas na organização. Das alternativas
abaixo, aponte a mais adequada.
A
As relações trabalhistas tratam da relação entre empresa (sindicato das empresas) e trabalhadores (sindicato
da categoria profissional) no que concerne aos conflitos existentes entre as partes.
B
As relações trabalhistas são como as empresas tratam seus funcionários, podendo ser um posicionamento
liberal, coercitivo ou revolucionário.
C
As relações trabalhistas tratam das políticas da organização em relação à forma com que ela interage com os
sindicatos, seus funcionários e outros órgãos externos, assim como à maneira com que lida com os conflitos
organizacionais.
D
As relações trabalhistas têm a ver com as questões jurídicas referentes às relações de trabalho a partir das
representações sindicais e aos conflitos na justiça do trabalho.
E
As relações trabalhistas referem-se a um conceito pertencente à natureza humana, que, por sua vez, precisa
ser bem administrado pela organização e pela administração de RH.
A alternativa C está correta.
As relações trabalhistas estão baseadas em políticas da organização pela forma com que elas abordam
tanto a relação coletiva com os sindicatos quanto as relações individuais e os conflitos organizacionais, ou
seja, como interagem com o ambiente externo. Todo esse ecossistema é fundamental para a administração
de RH no que tange à questão de manutenção de pessoas na organização. Essas políticas organizacionais
podem ser de caráter paternalista, participativo ou autoritário.
Questão 2
Os tipos de conflitos podem ser:
A
Manifesto, velado e latente
B
Percebido, experimentado e manifestado
C
Relativo, concreto e abusivo
D
Velado, experimentado e relativo
E
Latente, concreto e manifestado
A alternativa A está correta.
Os tipos de conflitos podem ser: manifesto ou percebido (o conflito é aberto e conhecido pelas partes);
velado (ainda se trata de um conflito oculto); e, por fim, latente (ele é iminente e potencial). Já os níveis de
identificação de conflitos podem ser: percebido (a situação é conhecida pelas partes), experimentado
(provoca sentimentos negativos) e manifestado (uma parte declara conflito com a outra).
5. Conclusão
Considerações finais
Como vimos neste conteúdo, o processo de Recursos Humanos (RH) conhecido como manutenção de
pessoas trata das ações da área de RH para ajudar na retenção de seus talentos. Um de seus principais
fatores é a remuneração.
 
Nesse contexto, aprendemos aspectos importantes sobre o conceito de salário, estabelecendo a diferença
dele em relação à palavra “remuneração”. Ainda conseguimos compreender esse termo frente às perspectivas
da organização e das pessoas, assim como as ideias da administração de salários, as quais, aliás, são
fundamentais para a construção do plano de manutenção de pessoas.
 
Remunerar bem é um dos passos para garantir tal manutenção. Em um mercado extremamente

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