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13/05/2015 1 Direito Potestativo e SubjetivoDireito Potestativo e Subjetivo � Direito subjetivo: “Prerrogativa concedida a uma pessoa pelo direito objetivo, e garantido por vias de direito, de dispor como dono, de um bem que se reconhece como lhe pertencendo (...)” – DABIN, Jean. � Direito potestativo: “Aqueles em que se atribui ao seu titular o poder de produzir, mediante sua exclusiva declaração de vontade, a modificação ou extinção de uma relação jurídica, com efeitos jurídicos em relação a outro ou outros sujeitos da relação jurídica.” - LEONI LOPES DE OLIVEIRA, José Maria. Direito PotestativoDireito Potestativo Exemplos: � O direito do empregador de demitir um empregado; � O direito de um mandante de revogar o mandato; � O direito de um sócio de se retirar de uma sociedade empresária; � O direito de um herdeiro de rejeitar uma herança, caso assim queira. Conceitos Conceitos PreliminaresPreliminares Pretensão � É o poder de exigir de outrem, coercitivamente, o cumprimento de um dever jurídico. � Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. Prescrição e decadência no direito civil e no penal não se confundem. Apesar da nomenclatura ser idêntica, tais dispositivos são completamente diferentes, operam em relação a direitos e pessoas distintas e não comportam analogia entre si. Conceitos Conceitos PreliminaresPreliminares Causas de extinção de direito em decurso do tempo: 1. Prescrição: Perda da pretensão; 2. Decadência: Perda de um direito potestativo; 3. Perempção: Absolvição da instância, por imposição de pena ao autor; 4. Preclusão temporal: Perda de faculdade processual por inércia. Conceitos Conceitos PreliminaresPreliminares 13/05/2015 2 O que atingem? • A principal diferença entre os institutos da prescrição e da decadência se dá no bem jurídico atingido. • Enquanto a prescrição ataca a PRETENSÃO do autor, a decadência ataca diretamente um DIREITO POTESTATIVO. Prescrição Prescrição x x DecadênciaDecadência Contra quem correm? Prescrição: Todos, com exceção dos casos dispostos nos arts. 197, 198 e 199 do Código Civil. Decadência: Todos, com exceção dos absolutamente incapazes. * Prescrição Prescrição x x DecadênciaDecadência Podem ter seus prazos interrompidos ou suspensos? Prescrição: Sim. Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado. Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o codevedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados. § 1o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros. § 2o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis. § 3o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador. Prescrição Prescrição x x DecadênciaDecadência Podem ter seus prazos interrompidos ou suspensos? Decadência: Não. Prescrição Prescrição x x DecadênciaDecadência Quais os prazos? Prescrição: � Geral: 10 anos (art. 205) � Especiais: Art. 206 Decadência: � Não há prazo geral. (Mas em diversos casos, se opera em dois anos, prazo geral de anulação de neg. jurídico) � Em caso de Decadência Convencional, deve ser formulado em dias, meses e anos. Prescrição Prescrição x x DecadênciaDecadência PrescriçãoPrescrição Prescrição e o direito de ação Apesar de parte da doutrina (especialmente a mais antiga) afirmar que a prescrição atinge o direito de ação, essa afirmativa é incorreta. Caso seja proposta uma ação referente a direito prescrito, ela será iniciada e julgada com resolução de mérito, nos termos do art. 269, IV do CPC. 13/05/2015 3 Não corre prescrição Art. 197. Não corre a prescrição: I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela. Art. 198. Também não corre a prescrição: I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios; III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra. Art. 199. Não corre igualmente a prescrição: I - pendendo condição suspensiva; II - não estando vencido o prazo; III - pendendo ação de evicção. Prescrição Prescrição –– Casos de ImpedimentoCasos de Impedimento Casos de interrupção Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; II - por protesto, nas condições do inciso antecedente; III - por protesto cambial; IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores; V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor. Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper. Prescrição Prescrição –– Casos de InterrupçãoCasos de Interrupção Prazos prescricionais • Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor. • Prazos específicos de 1, 2, 3, 4 ou 5 anos, conforme Art. 206 e §§. Prescrição Prescrição –– PrazosPrazos Ações imprescritíveis • As ações que protegem os direitos da personalidade como por exemplo, o direito à vida, à honra, à liberdade, as obras artísticas, literárias e etc; • As que prendem ao estado das pessoas, como por exemplo, o estado de filiação, qualidade de cidadania, condição conjugal; • As ações de exercício facultativo ou potestativo, em que não existe direito violado , como por exemplo, para extinguir condomínio; • As ações referentes a bens públicos de qualquer natureza, que são imprescritíveis; • As que protegem o direito de propriedade, que é perpétuo; • As ações para reaver bens confiados à guarda de outrem, a título de depósito, penhor ou mandato; • O direito de família no que concerne à questão inerente ao direito à pensão alimentícia, à vida conjugal, ao regime de bens. PrescriçãoPrescrição Arguição A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição (art. 193), em qualquer fase do processo, exceto: 1. Em sede de recurso especial ou extraordinário*; 2. Em liquidação de sentença; 3. Em ação rescisória. Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita. PrescriçãoPrescrição Arguição A prescrição pode ser arguida: 1. Pelas PARTES; 2. Pelo juiz, de ofício*; 3. Pelo MP, apenas em nome do incapaz e dos interesses que tutela; 4. Pelo curador, em favor do curatelado. *O juiz pode conhecer da prescrição de ofício, nos termos do art. 219, §5º do CPC, incluído pela lei 11.280/06 que revogou explicitamente o art 194 do Código Civil. PrescriçãoPrescrição 13/05/2015 4 DecadênciaDecadência Tipos: � Legal: É aquela cujo prazo é determinado por lei. � Convencional: É aquela pactuada entre as partes dentro de uma relação jurídica. Nasce de um acordo de vontades. Prazo Renúncia Reconhecimento Obs.: Em ambos os casos, ela pode ser arguida em qualquer grau de jurisdição. Convencional Acordado pelas partes Possível Deve ser arguido Legal Definidopor lei Impossível De ofício pelo juiz Características: DecadênciaDecadência Observações extrasObservações extras Mas e quanto às ações meramente declaratórias? No mesmo tocante, a decadência estará ligada às ações constitutivas, positivas ou negativas, vez que ataca direito potestativo. No mesmo tocante, a decadência estará ligada às ações constitutivas, positivas ou negativas, vez que ataca direito potestativo. 1- (FCC/2014 – Analista de Controle Externo TCE-GO) A prescrição: a) Deve ser conhecida de ofício pelo juiz. b) Não pode ser renunciada pelo devedor após sua consumação. c) Pode ser estabelecida por convenção das partes. d) Extingue o direito e não a pretensão. e) Não pode, em regra, ser impedida, suspensa ou interrompida 2- (FCC/2013 – Analista Técnico de Controle Externo – Ministério Público TCE-AM) A prescrição: a) Deve ser alegada no primeiro grau de jurisdição, sob pena de preclusão. b) Extingue o direito material c) Pode ser regulada por acordo entre as partes. d) Corre entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal. e) Pode ser renunciada de maneira expressa ou tácita, depois de consumada e desde que não haja prejuízos a terceiros. 13/05/2015 5 3- (FCC/2010 – Analista Judiciário TRT 8ª Região) A prescrição: a) É a extinção do direito pela falta de exercício dentro do prazo prefixado, atingindo indiretamente a ação. b) Poderá ser renunciada pelo interessado, depois que se consumar, desde que não haja prejuízo de terceiro. c) Poderá ter seus prazos alterados por acordo das partes em razão da liberdade de contratar. d) Só pode ser alegada pela parte a quem aproveita até a sentença de primeira instância. e) Suspensa em favor de um dos credores solidários aproveitará os outros se a obrigação for divisível. 4- (FCC/2013 – Defensor Público DPE/AM) A prescrição: a) Deve ser arguida em preliminar de contestação sob pena de preclusão. b) Não corre contra o relativamente incapaz. c) Pode ser convencionada entre as partes. d) Não corre contra ascendentes e descendentes, mesmo depois de extinto o poder familiar. e) É interrompida pelo protesto cambial. 5- (VUNESP/2009 – Juiz Substituto TJ-SP) Prescrição e decadência: a) Extinguem o direito de ação b) Extinguem, respectivamente, o direito potestativo e a pretensão. c) Extinguem, respectivamente, a pretensão e o direito potestativo. d) Extinguem a pretensão. 6- (FCC/2013 – Analista de Contas MPC-MS) A decadência: a) Decorre sempre de lei, não podendo ser prevista em contrato. b) É a perda de um direito pelo não exercício no prazo estabelecido. c) Pode, a qualquer tempo, ser renunciada pela parte a quem aproveita. d) Ocorre, em regra, em 10 anos, contados a partir da efetivação do negócio jurídico. e) Nunca pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, dependendo sempre da arguição pela parte interessada.
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