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importancia da justiça agraria no brasil

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A importância das Varas Agrárias no Brasil 
 
 
A importância das Varas Agrárias aqui no Brasil tem aumentado em grandes proporções 
durante os últimos tempos, pois vemos que o Brasil tem um crescimento substancial dos 
conflitos de terra e também o crescente aumento de áreas destinadas a plantações, mais 
a criação de uma justiça agrária mais organizada, não poderia penas servir para suprir as 
questões de conflitos fundiários, pois o âmbito que a justiça agrária deveria abranger 
seria muito mais que isso. Em breve apontamento Valéria Aroeira B. D. Ferreira é 
Professora de Direito da UFV, Mestra em Direito Agrário pela UFG, Coordenadora da 
pesquisa “Justiça Agrária”, financiada pela FAPEMIG e A. Marcos da S. de Jesus é 
Acadêmico de Direito da UFV, bolsista do PIBIC do CNPq/UFV: A realidade do 
campo é diversa da realidade da cidade; os valores do homem rurícola nem sempre são 
iguais aos do citadino. Continua porque não são poucos os problemas da agricultura e 
as necessidades de reforma agrária. E a violência, toda espécie de conflito agrário, a 
verificação do cumprimento da função social da terra etc. devem ser apreciados com 
uma mentalidade agrarista, por meio de procedimentos informais, gratuitos, rápidos e 
ao mesmo tempo seguros; por um Judiciário forte e sensível à dura realidade dos que 
trabalham a terra e retiram ou querem retirar dela o seu sustento e o da sociedade. 
 
A justiça federal seria a competente para o julgamento de processos relativos à área 
agrária, porém cabe a justiça estadual fazer julgamentos quanto a esse âmbito da justiça, 
mas percebemos que a justiça estadual sem uma vara especifica para a agrária acaba por 
abarrotar o judiciário estadual com processos que teriam um tramite mais rápido se 
houvesse uma vara especifica para poder resolver esses conflitos, mas poucos estados 
possuem alguma vara que seja agrária e as poucas que existem, tem uma realidade 
bastante preocupante, pois muita delas tem uma estrutura fragilizada e poucas pessoas 
para trabalharem nesses locais e acaba por fim, fazendo com que tenhamos mais uma 
vez, uma justiça lenta e com um ambiente impróprio para que entre em tramitação 
processos pela qual entre nesse liame judicial. Apesar de criar uma vara especifica, mais 
não havendo forças para que elas possam funcionar de uma forma, na qual elas sejam 
bem aproveitáveis para que esses conflitos sejam resolvidos, não ajuda de muita coisa. 
É necessário criar um ambiente mais favorável para que esses juízes julguem esses 
processos. 
 
A criação dessas varas especializadas teriam um custo a mais para a União, porém a 
grande dimensão da importância de criar esses tribunais é necessária, já que na própria 
Constituição Federal no art. 126 fala a respeito da criação da justiça especializada 
agrária: “Para diminuir conflitos fundiários, o Tribunal de justiça proporá a criação de 
varas especializadas, com competência exclusiva para as questões agrárias.” Porém 
vale ressaltar mais um apontamento de Valéria Aroeira B. D. Ferreira é Professora de 
Direito da UFV, Mestra em Direito Agrário pela UFG, Coordenadora da pesquisa 
“Justiça Agrária”, financiada pela FAPEMIG e A. Marcos da S. de Jesus é Acadêmico 
de Direito da UFV, bolsista do PIBIC do CNPq/UFV: A forma estabelecida no art. 126 
é vazia e ineficaz. Os estados que desejarem a composição dos litígios agrários por um 
órgão específico, melhor será fazê-lo por meio da criação de Varas Agrárias, cuja 
competência de proposta pertence ao Tribunal de Justiça – art. 96, I, d. Pois assim, a 
competência não será restrita e só estará dividida entre a justiça federal e as Varas 
Agrárias estaduais, que podem ser melhor aparelhadas, além de não ocorrerem os 
inconvenientes apontados pelos ilustres juízes. 
 
Óbvio que não seria apenas necessário a criação de uma única jurisdição, mais sim todo 
um sistema judiciário completo com Juízes Agrários, TRA, TSA, no caso o duplo grau 
de jurisdição e o tribunal superior, com isso teríamos um sistema completo de justiça 
agrária e posteriormente teríamos a celeridade de diversos processos no âmbito dessa 
especialidade de justiça. Nesse ponto Lucas Abreu Barroso em seu artigo Justiça 
agrária brasileira fala a respeito desse ponto citado posteriormente: “Qual, então, 
seria o modelo ideal a ser implantado? Há necessidade de uma Justiça Agrária com 
estruturação completa: primeira instância, tribunal regional e tribunal superior, 
conduzindo-se as ações ao Supremo Tribunal Federal, quando forem de sua 
competência. Seja este órgão judiciário composto por juízes, promotores e técnicos 
especializados em Direito Agrário, e, o que é mais importante, com mentalidade 
agrarista. Por isso recomendamos que os advogados que forem atuar neste ramo 
também estejam à altura do conhecimento específico daqueles”. 
 
 Há também outro ponto que devemos ressaltar é a que está no art. 126, parágrafo único 
que diz:“Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á 
presente no local do litígio.” Esse é um ponto complicado, pois o juiz da vara agrária 
teria que se deslocar até o local de litígio para que seja feito a necessária inspeção e para 
que isso seja feito de forma segura é necessário que haja uma aparelhagem suficiente 
para suprir as necessidades do juiz agrário, pois a presença do juiz no local do litígio é 
de suma importância para a celeridade do processo após ver concretamente a situação 
do conflito, nesse ponto podemos citar COUTO, op. cit., p. 77-78: “a presença do juiz 
agrário no local do fato se daria nas fases mais importantes do processo, ou seja, em 
todas as audiências e na fase executória da sentença”. Outro fator que devemos citar 
aqui, atualmente no Brasil tem uma complicada situação agrária, aonde os crimes vão 
além do âmbito agrário e por seguinte fogem até o âmbito criminal com homicídios, 
lesões tanto física como moral, assim podemos ter juízes coagidos pelo fato de termos 
esse problema, porém a necessidade é gritante e a aparelhagem correta faz com que seja 
possível a criação dessas varas agrárias.

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