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DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO 
 DE MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
 
 
 
 
Área de Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais 
Acadêmico: Lélio Batista Silva 
Orientadora: Profª. Drª. Rita de Cássia Campebell 
Supervisores: Méd. Vet. Carlos Gandara Martins Filho 
 Méd. Vet. Rogério Oliveira Correia 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília – DF 
Novembro, 2006 
 ii
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
Dedico o presente trabalho a Deus, que me ajudou em mais um desafio 
de minha vida. Obrigado Senhor! 
Dedico esta vitória primeiramente para minha família, se não fosse por 
vocês, eu não conseguiria lutar e vencer com afinco esta batalha. Minha mãe, 
minha avó, meu tio, meu pai e meu irmão, um grande obrigado, todos estes 
anos de alegrias, vitórias e dedicação, amo todos vocês. Aos meus professores 
e supervisores de estágio, obrigado por me ensinarem a importância da 
medicina veterinária, a trabalhar com dedicação e amor pela profissão, e aos 
animais, um obrigado muito especial para vocês. Um grande obrigado a todos 
amigos da UPIS os quais ficamos juntos durante estes anos trabalhando, 
estudando e lutando contra todos os desafios que a graduação 
possuía.................. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 iii
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Gostaria de agradecer a Deus e Nossa Senhora Aparecida, por ter 
conquistado esta jornada que ficará marcado durante toda minha vida, e com 
Vossa bênção pude lutar e conquistar mais uma vitória na minha vida, 
Obrigado Senhor! 
Agradeço especialmente minha mãe Marísia, meu pai Tarcísio, meu 
irmão Leonardo, meu tio Márcio, minha avó Anésia e a meus primos. Vocês 
são muito importantes, muito obrigado amo-os muito. 
Gostaria de agradecer todos os professores pela dedicação, paciência e 
confiança que tiveram ao me ensinar durante todos estes anos. Um obrigado 
especial a minha orientadora de estágio da UPIS Profª Drª Rita de Cássia 
Campebell, e aos supervisores Méd. Vet Rogério Oliveira Correia da 
MasterVet, e Méd. Vet Carlos Gandara Martins Filho da Policlínica Veterinária 
Pioneiros, uma grande abraço e um obrigado todo especial. 
Um grande abraço a todos da Policlínica Veterinária Pioneiros: Med. Vet. 
Gandara, kiefer, Flávio, Márcio, Denílson, Júlio, Hilton e Ricardo, a secretária 
Jô, a todos que fiz amizade durante meu estágio durante o estágio em 
Carambeí-PR. 
Agradeço ao pessoal da MasterVet: Med. Vet. Rogério Oliveira Correia, 
e aos funcionários Talita e Rafael, pela confiança e amizade e espero que 
possamos trabalhar muito e manter esta amizade. Obrigado por tudo! 
Deixo um grande abraço a todos os funcionários do Hospital Veterinário 
da UPIS e principalmente ao meu chefe Rubinho, pela sua dedicação em me 
ensinar a importância da segurança e como tratar os animais, um grande 
obrigado e você vai ficar guardado no meu coração e em todas minhas preces. 
 
 iv
 
SUMÁRIO 
 
LISTA DE FIGURAS...................................................................................... v 
LISTA DE TABELAS..................................................................................... vii 
1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 01
2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.............................................................. 04
3. REVISÃO DE LITERATURA E DISCUSSÃO............................................ 13
3.1. DESLOCAMENTO DE ABOMASO........................................................ 13
3.1.1. Introdução............................................................................................ 13
3.1.2. Anatomia e fisiologia do abomaso....................................................... 14
3.1.3. Etiologia e epidemiologia..................................................................... 15
3.1.4. Sinais clínicos...................................................................................... 20
3.1.5. Diagnóstico.......................................................................................... 21
3.1.6. Tratamento não cirúrgico..................................................................... 22
3.1.6.1. Tratamento cirúrgico......................................................................... 24
3.1.7. Relato de caso e discussão................................................................. 29
3.2. LAMINITE BOVINA................................................................................. 36
3.2.1. Introdução............................................................................................ 36
3.2.2. Anatomia e conformação dos dígitos.................................................. 37
3.2.3. Perdas econômicas............................................................................. 39
3.2.4. Etiopatogenia e epidemiologia............................................................ 39
3.2.5. Sinais clínicos...................................................................................... 42
3.2.6. Diagnóstico.......................................................................................... 44
3.2.7. Tratamento.......................................................................................... 45
3.2.8. Profilaxia e controle............................................................................. 47
3.2.9. Relato de caso e discussão................................................................. 49
4. FONTES DE AQUISIÇÃO......................................................................... 54
5. CONCLUSÃO............................................................................................ 55
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 56
ANEXOS....................................................................................................... 61
ANEXO 01 – Certificado de realização de Estágio Curricular 
Supervisionado na Policlínica Veterinária Pioneiros, em Carambeí/PR, na 
área de clínica, cirurgia e reprodução de bovinos de leite, no período de 17 
 
 
 
 v
de julho a 15 de setembro de 2006................................................................ 61
ANEXO 02 – Certificado de realização de Estágio Curricular 
Supervisionado na MasterVet, em Orizona/GO, na área de clínica, cirurgia 
e reprodução de grandes animais, no período de 02 a 26 de outubro de 
2006................................................................................................................ 
 
 
63
 
 vi
LISTA DE TABELAS 
 
TABELA 01 - Número de procedimentos clínicos e cirúrgicos 
acompanhados durante o estágio curricular supervisionado 
na Policlínica Veterinária Pioneiros, em Carambeí/PR, na 
área de clínica, cirurgia e reprodução de bovinos de leite, no 
período, de 17 de julho a 15 de setembro de 
2006........................................................................................ 
 
 
 
 
 
04
 
TABELA 02 - Afecções clínicas e procedimentos cirúrgicos, classificados 
por sistemas acometidos, durante o estágio curricular 
supervisionado na Policlínica Veterinária Pioneiros, em 
Carambeí/PR, na área de clínica, cirurgia e reprodução de 
bovinos de leite, no período de 17 de julho a 15 de 
setembro de 2006................................................................... 
 
 
 
 
 
04
 
TABELA 03 - Afecções clínicas acompanhadas durante o estágio 
curricular supervisionado na Policlínica Veterinária 
Pioneiros, em Carambeí/PR, na área de clínica, cirurgia e 
reprodução de bovinos de leite, no período de 17 de julho a 
15 de setembro de 2006.........................................................05
 
TABELA 04 - Afecções respiratórias acompanhadas durante o estágio 
curricular supervisionado na Policlínica Veterinária 
Pioneiros, em Carambeí/PR, na área de clínica, cirurgia e 
reprodução de bovinos de leite, no período de 17 de julho a 
15 de setembro de 2006......................................................... 
 
 
 
 
05
 
TABELA 05 - Afecções reprodutivas acompanhadas durante o estágio 
curricular supervisionado na Policlínica Veterinária 
Pioneiros, em Carambeí/PR, na área de clínica, cirurgia e 
reprodução de bovinos de leite, no período de 17 de julho a 
15 de setembro de 2006......................................................... 
 
 
 
 
06
 
TABELA 06 - Afecções gastrointestinais acompanhados durante o estágio 
curricular supervisionado na Policlínica Veterinária 
Pioneiros, em Carambeí/PR, na área de clínica, cirurgia e 
reprodução de bovinos de leite, no período de 17 de julho a 
15 de setembro de 2006......................................................... 
 
 
 
 
06
 
 
TABELA 07 – 
 
 
Afecções cirúrgicas e procedimentos cirúrgicos 
acompanhados durante o estágio curricular supervisionado 
na Policlínica Veterinária Pioneiros, em Carambeí/PR, na 
área de clínica, cirurgia e reprodução de bovinos de leite, no 
período de 17 de julho a 15 de setembro de 2006................. 
 
 
 
 
07
 
TABELA 08 - Procedimentos relacionados à reprodução acompanhados 
durante o estágio curricular supervisionado na Policlínica 
Veterinária Pioneiros, em Carambeí/PR, na área de clínica, 
 
 
 
 vii
cirurgia e reprodução de bovinos de leite, no período de 17 
de julho a 15 de setembro de 2006.........................................
 
07
 
TABELA 09 - Procedimentos e exames complementares realizados e/ou 
interpretados durante o estágio curricular supervisionado na 
Policlínica Veterinária Pioneiros, em Carambeí/PR, na área 
de clínica, cirurgia e reprodução de bovinos de leite, no 
período de 17 de julho a 15 de setembro de 
2006........................................................................................ 
 
 
 
 
 
08
 
TABELA 10 - Número de procedimentos clínicos e cirúrgicos 
acompanhados durante o estágio curricular supervisionado 
na MasterVet, em Orizona /GO, na área de clínica, cirurgia 
e reprodução de grandes animais, no período de 02 a 26 de 
outubro de 2006...................................................................... 
 
 
 
 
08
TABELA 11 - Espécie animal atendida, durante o estágio curricular 
supervisionado na MasterVet, em Orizona/GO, na área de 
clínica, cirurgia e reprodução de grandes animais, no 
período de 02 a 26 de outubro de 2006..................................
 
 
 
09
 
TABELA 12 - Afecções clínicas e procedimentos cirúrgicos classificados 
por sistemas acometidos durante o estágio curricular 
supervisionado na MasterVet, em Orizona/GO, na área de 
clínica, cirurgia e reprodução de grandes animais, no 
período de 02 a 26 de outubro de 2006..................................
 
 
 
 
09
 
TABELA 13 - Afecções clínicas acompanhados durante o estágio 
curricular supervisionado na MasterVet, em Orizona/GO, na 
área de clínica, cirurgia e reprodução de grandes animais, 
no período de 02 a 26 de outubro de 2006.............................
 
 
 
10
 
TABELA 14 - Afecções respiratórias acompanhados durante o estágio 
curricular supervisionado na MasterVet, em Orizona/GO, na 
área de clínica, cirurgia e reprodução de bovinos de leite, no 
período de 02 de Outubro a 26 de Outubro de 2006......... 
 
 
 
10
 
TABELA 15 - Afecções reprodutivas acompanhados durante o estágio 
curricular supervisionado na MasterVet, em Orizona/GO, na 
área de clínica, cirurgia e reprodução de grandes animais, 
no período de 02 a 26 de outubro de 2006.............................
 
 
 
11
TABELA 16 - Afecções gastrointestinais acompanhados durante o estágio 
curricular supervisionado na MasterVet, em Orizona/GO, na 
área de clínica, cirurgia e reprodução de grandes animais, 
no período de 02 a 26 de Outubro de 2006............................ 
 
 
 
11
 
TABELA 17 - Afecções cirúrgicas e procedimentos cirúrgicos 
acompanhados durante o estágio curricular supervisionado 
na MasterVet, em Orizona/GO ,na área de clínica, cirurgia e 
reprodução de bovinos de leite, no período de 02 a 26 de 
Outubro de 2006..................................................................... 
 
 
 
 
12
 viii
 
TABELA 18 - Procedimentos relacionados à reprodução acompanhados 
durante o estágio curricular supervisionado na MasterVet, 
em Orizona/GO, na área de clínica, cirurgia e reprodução de 
grandes animais, no período de 02 a 26 de outubro de 
2006........................................................................................ 
 
 
 
 
12
 
TABELA 19 - Procedimentos e exames complementares realizados e/ou 
interpretados durante o estágio curricular supervisionado na 
MasterVet, em Orizona/GO, na área de clínica, cirurgia e 
reprodução de grandes animais, no período de 02 a 26 de 
Outubro de 2006..................................................................... 
 
 
 
 
13
 
TABELA 20 - Etiologias dos casos de deslocamento de abomaso.............. 16
 
TABELA 21 - Etiologias, freqüência e percentual dos casos de 
deslocamento de abomaso durante o estágio curricular 
supervisionado na Policlínica Veterinária Pioneiros em 
Carambeí/PR, na área de Clínica, cirurgia e reprodução de 
bovinos de leite, no período de 17 de julho a 15 de 
setembro de 2006................................................................... 
 
 
 
 
 
30
 
TABELA 22 - Freqüência das lesões podais secundárias à laminite, 
durante o estágio curricular supervisionado na Policlínica 
Veterinária Pioneiros em Carambeí/PR, na área de clínica, 
cirurgia e reprodução de bovinos de leite, no período de 17 
de julho a 15 de setembro de 2006.........................................
 
 
 
 
51
 
TABELA 23 - Freqüência das lesões podais secundárias à laminite, 
durante o estágio curricular supervisionado na MasterVet, 
em Orizona/GO, na área de clínica, cirurgia e reprodução de 
grandes animais, no período de 02 a 26 de outubro de 
2006........................................................................................ 
 
 
 
 
51
 
 ix
 
LISTA DE FIGURAS 
 
FIGURA 01 - Fotos da Policlínica Veterinária Pioneiros............................ 02
FIGURA 02 - a) Posicionamento normal do abomaso b) Deslocamento 
de abomaso, ventral ao rúmen............................................. 
 
17
FIGURA 03 - Direções para onde o abomaso pode deslocar.................... 17
FIGURA 04 - Freqüência de distribuição do tempo de ocorrência do 
deslocamento relacionado ao momento do parto................ 
 
19
FIGURA 05 - DAE com arqueamento dorsal das costelas abdominais 
esquerdas e protuberância da parede abdominal 
esquerda................................................................................ 
 
 
21
FIGURA 06 - Corte transversal de uma vaca em decúbito lateral direito.. 23
FIGURA 07 - Corte transversal de uma vaca em decúbito dorsal............. 23
FIGURA 08 - Incisão vertical na fossa paralombar.................................... 26
FIGURA 09 - Omentopexia pelo flanco direito........................................... 28
FIGURA 10 - Omento incorporado à linha de sutura................................. 28
FIGURA 11 - Freqüência de distribuição do tempo de ocorrência do 
deslocamento relacionado ao momento do parto, durante o 
estágio curricular supervisionado na Policlínica Veterinária 
Pioneiros, em Carambeí/PR, na área de clínica, cirurgia e 
reprodução de bovinos de leite, no período de 17 de julho 
a 15 de setembrode 2006.................................................... 
 
 
 
 
 
29
FIGURA 12 - Fibrose no abomaso............................................................. 34
 
FIGURA 13 - Omentopexia utilizando sutura contínua simples com fio de 
algodão............................................................................ 
 
34
FIGURA 14 - Corte lateral do casco.......................................................... 37
FIGURA 15 - Dimensões do casco de vacas holandesas......................... 38
FIGURA 16 - Laminite crônica com crescimento irregular do casco, 
cruzamento das unhas, fissuras e anéis laminíticos............. 
 
44
FIGURA 17 - Animais confinados no Free-stall, em Carambeí/PR........... 50
 
 13
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O estágio curricular supervisionado obrigatório foi realizado em duas 
etapas, no período de 17 de julho a 26 de outubro de 2006, totalizando 667 horas, 
na área de clínica, cirurgia e reprodução de grandes animais, sob orientação da 
Profa Dra Rita de Cássia Campebell. 
A primeira etapa do estágio curricular obrigatório foi realizada na Policlínica 
Veterinária Pioneiros Ltda, situada em Carambeí-PR (Figura 01), sob orientação 
do Médico Veterinário Carlos Gandara Martins Filho, no período de 17 de julho a 
15 de setembro, perfazendo um total de 387 horas. 
A Policlínica Veterinária Pioneiros presta serviços nas áreas de 
gerenciamento reprodutivo, sanitário, financeiro, zootécnico, qualidade do leite, 
clínica médica, cirurgia, vacinações e outros, formando parte da equipe oito 
veterinários. A empresa presta serviços nas cidades de Carambeí, Castro e Ponta 
Grossa, todas no Paraná e a grande maioria das granjas leiteiras são cooperadas 
à empresa Batavo S/A. 
A rotina era de segunda à sábado, iniciando o atendimento às 08:00 horas 
da manhã, finalizando às 18:00 horas. Os atendimentos noturnos e do final de 
semana eram realizados por um veterinário da empresa escalado e um aparelho 
celular era destinado somente para os atendimentos dos plantões. Durante o 
horário normal de atendimento, os chamados eram recebidos por uma secretária 
e agendados para outro dia ou encaminhados para os veterinários atenderem no 
mesmo dia. 
A rotina do estágio era uma semana acompanhando os atendimentos na 
área de reprodução, que consistia em exames ginecológicos por palpação retal ou 
 14
 
ultra-sonografia, transferência de embriões, inseminação artificial, diagnóstico 
gestacional, intervenções obstétricas e manejo reprodutivo, e na outra semana 
acompanhando os veterinários da área de clínica médica e cirúrgica, que 
consistia na realização de exames clínicos, cirurgias, aplicação de medicamentos, 
exames sanitários do rebanho, como, coleta de sangue para sorologia de 
brucelose através da prova do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT), 
tuberculinização com a prova cervical simples (TCS) e a prova cervical 
comparada (TCC), além de vacinações contra brucelose. 
 
 
Figura 01 – Foto da Policlínica Veterinária Pioneiros, Carambeí-PR. 
 
A segunda etapa do estágio curricular obrigatório foi realizada na 
MasterVet Ltda, situada em Orizona-GO, sob orientação do Médico Veterinário 
Rogério Oliveira Correia, no período de 02 a 26 de outubro, perfazendo um total 
de 280 horas. 
A MasterVet presta serviços de gerenciamento reprodutivo, sanitário, 
nutricional, zootécnico, qualidade do leite, clínica médica e cirúrgica, vacinações e 
outros. A empresa presta serviços nas cidades de Ipameri, Luziânia, Pires do Rio, 
Orizona e Vianópolis, todas situados no Goiás. 
 
A rotina da empresa era de segunda à sexta, das 08:00 às 17:00 horas, 
sendo os chamados sendo recebidos por uma secretária e agendados ou 
atendidos no mesmo dia, além de plantões 24 horas, finais de semana e feriados. 
 15
 
O médico veterinário Rogério Oliveira Correia não possui horário fixo, trabalhando 
das 06:00 até por volta das 19:00 horas. 
A rotina na MasterVet era participar dos atendimentos dos chamados 
agendados no dia anterior e da assistência periódicas mensal nas fazendas que a 
empresa presta, como, gerenciamento reprodutivo, sanitário, nutricional, 
zootécnico, qualidade do leite, clínica médica e cirúrgica, vacinações, análise de 
silagem com balanceamento de ração e manejo de pastagens nas propriedades. 
 
 
 
 
 16
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 
 
 
Tabela 01 – Número de procedimentos clínicos e cirúrgicos acompanhados 
durante o estágio curricular supervisionado na Policlínica 
Veterinária Pioneiros, em Carambeí/PR, na área de clínica, cirurgia 
e reprodução de bovinos de leite no período, de 17 de julho a 15 de 
setembro de 2006 
 
Procedimentos Nº de animais % 
Clínica Cirúrgica 55 2,65 
Clínica Médica 2013 97,35 
TOTAL 2068 100 
 
Tabela 02 - Afecções clínicas e procedimentos cirúrgicos, classificados por 
sistemas acometidos, durante o estágio curricular supervisionado 
na Policlínica Veterinária Pioneiros, em Carambeí/PR, na área de 
clínica, cirurgia e reprodução de bovinos de leite, no período de 17 
de julho a 15 de setembro de 2006 
 
Sistemas acometidos Nº de animais % 
Cardíaco 01 0,04 
Circulatório 13 0,62 
Digestório 128 6,19 
Mamário 11 0,53 
Músculo-esquelético 37 1,79 
Nervoso 04 0,19 
Ocular 01 0,04 
Reprodutivo 1824 88,20 
Respiratório 43 2,08 
Tegumentar 04 0,19 
Urinário 02 0,09 
TOTAL 2068 100 
 
 17
 
 
 
Tabela 03 – Afecções clínicas acompanhadas durante o estágio curricular 
supervisionado na Policlínica Veterinária Pioneiros, em 
Carambeí/PR, na área de clínica, cirurgia e reprodução de bovinos 
de leite, no período de 17 de julho a 15 de setembro de 2006. 
 
Afecções Nº de animais % 
Abscesso de mandíbula 01 1,47 
Cetose 05 7,35 
Choque anafilático por alergia ao leite 01 1,47 
Cistite 02 2,94 
Compressão de nervo ciático 03 4,41 
Dermatofilose 01 1,47 
Fratura de pelve 01 1,47 
Laminite 17 25,00 
Mastite 06 8,82 
Pododermatite 18 26,47 
Raiva (não confirmado) 01 1,47 
Sopro cardíaco 01 1,47 
Tristeza parasitária bovina 11 16,17 
Total 68 100 
 
Tabela 04 – Afecções respiratórias acompanhadas durante o estágio curricular 
supervisionado na Policlínica Veterinária Pioneiros, em 
Carambeí/PR, na área de clínica, cirurgia e reprodução de bovinos 
de leite, no período de 17 de julho a 15 de setembro de 2006 
 
Afecções Nº de animais % 
Laringite necrótica 02 4,65 
Pneumonia em recém nascido 04 9,30 
Pneumonia em adulto 35 81,39 
Pneumonia, epistaxe e hemoptise 02 4,65 
Total 43 100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 18
 
 
 
Tabela 05 – Afecções reprodutivas acompanhadas durante o estágio curricular 
supervisionado na Policlínica Veterinária Pioneiros, em 
Carambeí/PR, na área de clínica, cirurgia e reprodução de bovinos 
de leite, no período de 17 de julho a 15 de setembro de 2006 
 
Afecções Nº de animais % 
Endometrite 10 30,30 
Maceração fetal 01 3,03 
Metrite 02 6,06 
Paresia bovina pós-parto 08 24,24 
Pneumovagina 01 3,03 
Retenção de placenta 10 30,30 
Ureaplasmose 01 3,03 
Total 33 100 
 
Tabela 06 – Afecções gastrointestinais acompanhados durante o estágio 
curricular supervisionado na Policlínica Veterinária Pioneiros, em 
Carambeí/PR, na área de clínica, cirurgia e reprodução de bovinos 
de leite, no período de 17 de julho a 15 de setembro de 2006 
 
Afecções Nº de animais % 
Cólica intestinal 08 9,09 
Compactação de rúmen 01 1,13 
Deslocamento de abomaso para esquerda 26 29,54 
Deslocamento e torção de abomaso para direita 03 3,41 
Deslocamento de abomaso para direita 05 5,68 
Diarréia 05 5,68 
Dilatação de ceco 05 5,68 
Indigestão por sobrecarga de grãos 05 5,68 
Indigestãosimples 24 27,27 
Timpanismo ruminal 06 6,81 
Total 88 100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19
 
 
Tabela 07 – Afecções cirúrgicas e procedimentos cirúrgicos acompanhados 
durante o estágio curricular supervisionado na Policlínica 
Veterinária Pioneiros, em Carambeí/PR, na área de clínica, cirurgia 
e reprodução de bovinos de leite, no período de 17 de julho a 15 de 
setembro de 2006 
 
Afecções Procedimentos cirúrgicos Nº de animais % 
Deslocamento de abomaso - Abomasopexia 01 1,81 
 - Omentopexia 30 54,54
Estenose no canal do teto Tetoplastia 03 5,45 
Hérnia umbilical Herniorrafia 03 5,45 
Laceração de Teto Tetorrafia 02 3,63 
Leucose em abomaso Laparotomia exploratória 02 3,63 
Parto distócico - Tração 06 10,90
 - Cesariana 01 1,81 
Prolapso uterino Redução manual 01 1,81 
Timpanismo ruminal Ruminocentese 02 3,63 
Torção uterina Cesariana 01 1,81 
Tumor de 3ª Pálpebra Exérese da 3ª pálpebra 01 1,81 
Tumor de Vulva Episioplastia 01 1,81 
---- Descorna 01 1,81 
TOTAL 55 100 
 
Tabela 08 – Procedimentos relacionados à reprodução acompanhados durante 
o estágio curricular supervisionado na Policlínica Veterinária 
Pioneiros, em Carambeí/PR, na área de clínica, cirurgia e 
reprodução de bovinos de leite, no período de 17 de julho a 15 de 
setembro de 2006 
 
Procedimentos Nº de animais % 
Exame genital por palpação retal 476 26,59 
Exame genital com ultra-som 1305 72,9 
Inseminação artificial 03 0,16 
Transferência de embriões 06 0,33 
TOTAL 1790 100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 20
 
Tabela 09 – Procedimentos e exames complementares realizados e/ou 
interpretados durante o estágio curricular supervisionado na 
Policlínica Veterinária Pioneiros, em Carambeí/PR, na área de 
clínica, cirurgia e reprodução de bovinos de leite, no período de 17 
de julho a 15 de setembro de 2006 
 
Procedimentos Exames 
Nº de 
animais % 
Coleta de sangue Hemograma 02 0,1 
IBR1, BVD2 e 
Neospora (Positivo) 07 0,37 
Níveis de 
Prostaglandina 33 1,78 
Coleta de fezes Eimeriose (Positivo) 03 0,16 
Exame de brucelose – AAT3 377 20,4 
Exame de Tuberculose – TCS4 961 51,9 
Exame de Tuberculose – TCC5 47 2,54 
Experimento de Ovsynch 100 5,40 
Experimento de Heatsynch 100 5,40 
Experimento de Prostaglandina 80 4,32 
Leitura de antibiograma de mastite 02 0,1 
Sincronização de receptoras 23 1,24 
Transfusão de sangue 01 0,05 
Necropsia 02 0,10 
Vacinação brucelose 114 6,16 
Ultra-sonografia de úbere 30 1,62 
TOTAL 1850 100 
1 – Rinotraqueíte infecciosa bovina 4 – Teste cervical simples 
2 – Diarréia viral bovina 5 – Teste cervical comparado 
3 – Antígeno acidificado tamponado 
 
Tabela 10 - Número de procedimentos clínicos e cirúrgicos acompanhados 
durante o estágio curricular supervisionado na MasterVet em 
Orizona /GO na área de clínica, cirurgia e reprodução de grandes 
animais, no período de 02 a 26 de outubro de 2006 
 
Procedimentos 
Nº de 
animais % 
Clínica Cirúrgica 21 2,28 
Clínica Médica 898 97,72 
TOTAL 919 100 
 
 
 
 21
 
Tabela 11 - Espécie animal atendida, durante o estágio curricular 
supervisionado na MasterVet, em Orizona/GO, na área de clínica, 
cirurgia e reprodução de grandes animais, no período de 02 a 26 de 
outubro de 2006 
 
Espécie 
Número de 
animais % 
Bovino 902 98,15 
Eqüino 03 0,32 
Suíno 14 1,53 
Total 919 100 
 
Tabela 12 - Afecções clínicas e procedimentos cirúrgicos classificados por 
sistemas acometidos durante o estágio curricular supervisionado na 
MasterVet, em Orizona/GO, na área de clínica, cirurgia e 
reprodução de grandes animais, no período de 02 a 26 de outubro 
de 2006 
 
Sistemas acometidos 
Nº de 
animais % 
Circulatório 13 1,44 
Digestório 36 4,00 
Músculo-esquelético 40 4,67 
Nervoso 01 0,11 
Ocular 05 0,55 
Olfatório 01 0,11 
Reprodutivo 718 79,95 
Respiratório 57 6,12 
Tegumentar 13 1,44 
Mamário 14 1,55 
TOTAL 898 100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22
 
Tabela 13 - Afecções clínicas acompanhados durante o estágio curricular 
supervisionado na MasterVet, em Orizona/GO, na área de clínica, 
cirurgia e reprodução de grandes animais, no período de 02 a 26 de 
outubro de 2006 
 
Afecções Bovinos Eqüinos Suínos % 
Artrite 01 - - 1,16 
Cetose 01 - - 1,16 
Compressão de nervo ciático 01 - - 1,16 
Conjuntivite 02 - - 2,32 
Dermatofilose 01 - - 1,16 
Edema de prepúcio 01 - - 1,16 
Edema de úbere pós-parto 01 - - 1,16 
Fratura de fêmur 01 - - 1,16 
Laminite 15 - - 17,44 
Mastite 13 - - 15,11 
Miíase de prepúcio 01 - - 1,16 
Miíase de vulva 01 - - 1,16 
Miosite por esforço - 01 - 1,16 
Otite bacteriana 01 - - 1,16 
Pododermatite 22 - - 25,58 
Sarna - - 12 13,95 
Tristeza parasitária 11 - - 12,79 
Total parcial 73 01 12 - 
Total 86 100 
 
 
 
 
Tabela 14 - Afecções respiratórias acompanhados durante o estágio curricular 
supervisionado na MasterVet em Orizona/GO na área de clínica, 
cirurgia e reprodução de bovinos de leite, no período de 02 a 26 de 
outubro de 2006 
 
Afecções Bovinos % 
Laringite necrótica 05 8,77 
Pneumonia em recém nascido 22 38,59 
Pneumonia em adulto 28 49,12 
Sinusite 02 3,50 
Total 57 100 
 
 
 
 
 
 
 23
 
 
 
Tabela 15 - Afecções reprodutivas acompanhados durante o estágio curricular 
supervisionado na MasterVet, em Orizona/GO, na área de clínica, 
cirurgia e reprodução de grandes animais, no período de 02 a 26 de 
outubro de 2006 
 
Afecções Bovinos % 
Endometrite 10 30,30 
Metrite 12 36,36 
Retenção de placenta 11 33,33 
Total 33 100 
 
 
 
 
Tabela 16 - Afecções gastrointestinais acompanhados durante o estágio 
curricular supervisionado na MasterVet, em Orizona/GO, na área 
de clínica, cirurgia e reprodução de grandes animais, no período de 
02 a 26 de Outubro de 2006 
 
Afecções Bovinos % 
Cólica intestinal 01 2,77 
Compactação de rúmen 01 2,77 
Deslocamento de abomaso para esquerda 03 8,33 
Deslocamento de abomaso para direita 02 5,55 
Diarréia 25 69,44 
Dilatação de ceco 01 2,77 
Indigestão por sobrecarga de grãos 01 2,77 
Indigestão simples 02 5,55 
Total 36 100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 24
 
 
 
 
 
Tabela 17 - Afecções cirúrgicas e procedimentos cirúrgicos acompanhados 
durante o estágio curricular supervisionado na MasterVet em 
Orizona/GO na área de clínica, cirurgia e reprodução de bovinos de 
leite, no período de 02 a 26 de Outubro de 2006 
 
Afecções 
Procedimentos 
cirúrgicos Bovino Eqüino Suíno % 
Deslocamento de 
abomaso Omentopexia 05 - - 24,00
Deslocamento dorsal de 
patela bilateral 
Desmotomia do ligamento 
patelar medial 01 - - 5,00 
Hérnia umbilical Herniorrafia 04 - - 19,00
Laceração de Teto Tetorrafia 01 - - 5,00 
Parto distócico Tração 04 - - 19,00
- Fetotomia parcial 01 - - 5,00 
- Castração - 02 02 19,00
- Descorna 01 - - 5,00 
Total parcial 17 02 02 
Total 21 100 
 
Tabela 18 – Procedimentos relacionados à reprodução acompanhados durante 
o estágio curricular supervisionado na MasterVet, em Orizona/GO, 
na área de clínica, cirurgia e reprodução de grandes animais, no 
período de 02 a 26 de outubro de 2006 
 
Procedimentos Bovinos % 
Exame genital por palpação retal 647 94,45 
Infusão uterina 18 2,62 
Inseminação artificial 20 2,92 
TOTAL 685 100 
 
Tabela 19 – Procedimentos e exames complementares realizados e/ou 
interpretados durante o estágio curricular supervisionado na 
MasterVet, em Orizona/GO, na área de clínica, cirurgia e reprodução 
de grandes animais, no período de 02 a 26 de Outubro de 2006 
 
Procedimentos Bovinos % 
Exame de brucelose – AAT1– 21 casos positivo 302 88,00
Transfusão de sangue 01 0,30 
Vacinação brucelose 40 11,7 
TOTAL 343 100 
1 - Antígeno acidificado tamponado 
 25
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. REVISÃODE LITERATURA E DISCUSSÃO 
 
3.1 - DESLOCAMENTO DE ABOMASO 
 
3.1.1. Introdução 
 
 Em um sistema de produção intensivo, como por exemplo, a pecuária 
leiteira, a seleção, o manejo de criação e a exploração intensiva visando à 
máxima exigência do animal para a produção de leite estão etiologicamente 
relacionados ao aparecimento de distúrbios metabólicos. O aparecimento de tais 
distúrbios diminui a produção leiteira podendo aumentar os custos de produção 
(RADOSTITS et al., 2000). 
 O deslocamento de abomaso (DA) é uma das principais doenças que 
acomete os bovinos leiteiros de alta produção, principalmente em raças grandes, 
devido a alterações nutricionais e tem sido reconhecido com maior freqüência 
atualmente do que era no passado (BLOOD; RADOSTITS, 1991). Segundo 
Dirksen et al. (1993), o exame clínico do abomaso dos bovinos adquiriu 
considerável importância à medida que os seus distúrbios aumentaram. 
 
 26
 
 
3.1.2. Anatomia e fisiologia do abomaso 
 
Os ruminantes possuem três pré-estômagos são, rúmen, retículo e omaso, 
e possuem um estômago glandular o abomaso, sendo análogo ao estômago dos 
monogástricos. Consiste de uma região pilórica, fúndica e corpo, repousando 
ventralmente na linha média. Cranialmente o abomaso é relacionado ao omaso e 
retículo através de uma parte de músculo liso. O abomaso é altamente irrigado 
recebendo o sangue arterial pelas artérias gástrica esquerda e gastroepiplóica. 
Os troncos ventrais e dorsais lançam ramos nervosos (parassimpático) para o 
abomaso enquanto os gânglios celíacos e mesentérico cranial e plexos nervosos 
do mesentério servem de sítio para sinapse dos neurônios pré-ganglionares do 
sistema nervoso simpático. A função do abomaso consiste em posterior digestão 
do substrato degradado parcialmente pelo rúmen, retículo e omaso. O abomaso é 
um produtor de ácido clorídrico e pepsinogênio e tem o pH fisiológico de três 
(CARDOSO, 2004). 
O abomaso, munido com dobras de mucosa em forma de folhas, tem, no 
bezerro recém-nascido, o dobro do tamanho do rúmen. Já com três meses, 
devido à administração de alimento fibroso, o rúmen aumenta o seu tamanho, a 
proporção entre este e o abomaso diminui e no animal adulto o abomaso possui 
aproximadamente só um nono do volume ruminal (10 a 15 litros). Logo, o seu 
campo de projeções na parede abdominal ventral é variável de acordo com a 
idade, ainda mais sendo influenciado cranialmente pelas contrações do retículo e 
caudalmente, durante a prenhez adiantada pelo útero que se projeta para frente 
(DIRKSEN et al., 1993). Segundo Marques (2003), o útero gestante pressiona o 
rúmen, reduzindo até 30% seu volume no final da gestação, o que talvez possa 
contribuir para o declínio no consumo de matéria seca observado neste período. 
3.1.3. Etiologia e epidemiologia 
 
O DA é uma síndrome multifatorial onde a atonia abomasal é um pré-
requisito absoluto para a sua ocorrência. O gás produzido pela fermentação 
microbiana distende o abomaso e provoca o deslocamento. A alimentação com 
altos níveis de concentrado para bovinos leiteiros resulta em redução da 
motilidade e aumento no acúmulo de gás abomasal (WINDEN et al., 2003). 
Existe uma hipótese de que o lado do deslocamento está relacionado com o 
tamanho do rúmen, sendo que um rúmen pequeno proporciona deslocamento 
para esquerda e o rúmen grande, deslocamento para direita. Os bovinos de 
leite são selecionados para alta produção de leite, sendo-lhes fornecido 
grandes quantidades de grãos, em geral matendo-os em total confinamento, 
onde o exercício é muito limitado, sendo todos esses fatores contribuintes para 
a atonia do abomaso (BLOOD; RADOSTITS, 1991). Outros fatores que 
influenciam a incidência de deslocamento são tamanhos da cavidade 
abdominal, estágio de gestação, cetose, distocia, gestação gemelar, retenção 
de placenta, metrite, e talvez fatores externos como transporte, exercício, 
cirurgia anterior e estresse (BREUKINK, 1991). A herdabilidade desta afecção 
foi estimada em aproximadamente 28% (URIBE et al., 1995). 
A prevalência desta doença varia de rebanho para rebanho, dependendo 
da localização geográfica, práticas de manejo, clima, entre outros fatores. 
Blood e Radostits (1991) relataram uma incidência sazonal de DA no inverno, 
provavelmente devido a maior freqüência de partos ou da relativa inatividade, 
como observado nos EUA (RADOSTITS et al., 2000), no entanto, no Brasil não 
tem sido relatada esta sazonalidade, contudo, é conhecida a alta incidência de 
DA nos rebanhos leiteiros do norte e centro-sul do Paraná, o que indica a 
possibilidade de existência de fatores ambientais ainda não esclarecidos 
(TABELEÃO et al., 2004). Segundo Blodd e Radostits (1991), a maioria dos 
casos de DA cerca de 70%, tem geralmente outra doença presente, antes que 
o DA seja diagnosticado. 
Um estudo foi desenvolvido por Tabeleão et al. (2004), na região centro-
sul do Paraná, sendo diagnosticados 36 casos de deslocamento de abomaso 
na raça Holandesa, observando-se diferentes etiologias (Tabela 20). 
Tabela 20 - Etiologias dos casos de deslocamento de abomaso. 
 28
 
DAE* DAD** 
ETIOLOGIAS 
 
Freqüência 
 
Percentual 
% 
Freqüência 
 
Percentual 
% 
Endometrite 2 5,55 0 0 
Excesso concentrado 11 30,56 3 8,33 
Indigestão 1 2,78 1 2,78 
Laminite 2 5,55 0 0 
Retenção placenta 14 38,89 2 5,56 
TOTAL 30 83,33 6 16,67 
*DAE = Deslocamento de abomaso à esquerda. Fonte: TABELEÃO et al. (2004) 
**DAD = Deslocamento de abomaso à direita. 
 
Estudos epidemiológicos têm demonstrado que as vacas acometidas 
pelo DA são as que apresentam maior produção no rebanho, pertencendo a 
rebanhos de alta produção, em contraste com os rebanhos que não 
apresentam a doença (BLODD; RADOSTITS, 1991). As vacas acometidas 
geralmente são mais velhas e pesadas do que a média das vacas examinadas 
(BLODD; RADOSTITS, 1991). Casos esporádicos ocorrem em bezerros, 
touros, novilhas antes do parto e vacas secas, porém a doença é rara no gado 
de corte (REBHUN, 2000). 
O deslocamento de abomaso à esquerda (DAE) ocorre quando o órgão 
dilatado cheio de gás e líquido desloca-se sobre o assoalho abdominal e 
projeta-se dorsalmente pelo lado esquerdo do rúmen, ficando entre este e a 
parede abdominal esquerda, causando grande diminuição no volume do rúmen 
e interferindo nos seus movimentos normais (figura 02 B). O DAE é 
predominante, variando de 78 a 95% dos casos (TRENT, 1990; BLODD; 
RADOSTITS, 1991; WOLF et al., 2001 apud TABELEÃO et al., 2004). Já o 
deslocamento de abomaso para a direita (DAD) ocorre quando o mesmo se 
eleva entre a parede abdominal direita e o mesentério intestinal em direção ao 
flanco, podendo ainda ocorrer torção de abomaso quando este rotaciona sobre 
o seu próprio eixo (figura 03) (BLOOD; RADOSTITS, 1991). 
 
 29
 
 
 A B 
Figura 02 – A - Posicionamento normal do abomaso B - Deslocamento do 
abomaso. 
Fonte: www.limousin.com.br/pages/artigos/vendo.asp?ID=36 
 
 
 
 
Figura 03 - Direções que o abomaso pode deslocar. 
Fonte: http://www.limousin.com.br/pages/artigos/vendo.asp?ID=36 
Abomaso Abomaso 
Cranial 
Caudal 
Lateral direito 
 30
 
A ocorrência DAE ou DAD é comumente encontrada em animais de 
grande porte e de alta produção leiteira após o parto, sendo que 
aproximadamente 90% dos casos, ocorrem até seis semanas pós-parto 
(BLODD; RADOSTITS, 1991; REBHUN, 2000). Wolf et al. (2001 apud 
Tabeleão et al., 2004) constataram que mais de 75% dos casos de DA ocorrem 
durante os primeiros 30 dias pós-parto (figura 04). Casos esporádicos ocorrem 
de algumas há váriassemanas antes do parto e os sinais clínicos são 
semelhantes aos que se apresentam quando a afecção ocorre após o parto 
(BLODD; RADOSTITS, 1991). 
Como o parto é o fator precipitante mais comum, durante as fases finais 
de gestação, o rúmen é deslocado do assoalho abdominal pelo útero 
expandido e o abomaso é empurrado para o lado esquerdo e para frente, sob o 
rúmen. Após o parto, o rúmen desce, prendendo o abomaso, especialmente se 
ele estiver atônico ou distendido com alimento, como é provável que esteja se 
a vaca for alimentada com grande quantidade de grãos (BLODD; RADOSTITS, 
1991). O declínio na concentração plasmática de cálcio, levando a uma 
hipocalcemia subclínica no periparto, reduz linearmente a força de contração 
abomasal, podendo estar também relacionada com atonia e distensão do 
abomaso (MARQUES, 2003). 
Van Winden et al. (2004 apud Tabeleão et al., 2004), induziram DA 
através da ingestão de concentrado pré-parto, relatando que 62,5% dos 
animais apresentaram DAE entre 4 e 21 dias pós-parto. Desta maneira, é 
importante que seja adotado um manejo pré-parto voltado para prevenção 
dessa enfermidade, evitando as perdas econômicas com a queda brusca na 
produção de leite. Vacas com deslocamento de abomaso chegam a produzir 
nos 60 dias pós-parto, 557 kg de leite a menos que as vacas não acometidas 
(RADOSTITS et al., 2000). 
 
 
 
 31
 
2; 6% 3; 9%
6; 18%
7; 21%
16; 46%
Vazia
Pré-parto
10 dias pós-parto
11 a 20 dias pós-parto
Mais de 21 dias 
 
Figura 04 - Freqüência de distribuição do tempo de ocorrência do 
deslocamento de abomaso relacionado ao momento do parto. 
Fonte: TABELEÃO et al. (2004) 
 
As vacas leiteiras de alta produção geralmente se alimentam com 
grandes quantidades de grãos e há um acordo geral de que este tipo de 
alimentação, incluindo o milho e a silagem de milho, seja um fator etiológico 
importante na ocorrência de distúrbios abomasais no rebanho leiteiro (BLODD; 
RADOSTITS, 1991). 
 A alimentação rica em grãos aumenta o fluxo do conteúdo ruminal para 
o abomaso, causando aumento na concentração de ácidos graxos voláteis, o 
que pode inibir a motilidade do abomaso (BLODD; RADOSTITS, 1991). Isto 
inibe o fluxo de ingesta do abomaso para o duodeno, de forma que a ingesta se 
acumula. O grande volume de gás metano produzido no abomaso após a 
alimentação com grãos pode ficar preso, causando distensão e deslocamento 
(BLODD; RADOSTITS, 1991). 
A estase gastrointestinal pode ser causada também por doenças 
metabólicas como hipocalcemia, cetose e acidose, ou infecciosas como 
retenção de placenta, metrite e mastite. Esses fatores são extremamente 
importantes no início do período pós-parturiente, quando a estase 
gastrointestinal, com ou sem endotoxemia, pode permitir estase abomasal e 
produção de gás. Essas doenças associadas diminuem o tamanho do rúmen, 
devido à redução do apetite possibilitando a ocorrência do DA (REBHUN, 
2000). 
 32
 
Uma dieta de vacas leiteiras, com concentração de fibras menor do que 
16 a 17% é um fator de risco significativo para a ocorrência do DAE segundo 
Blood; Radostits, (1991). Estes autores forneceram uma dieta experimental 
completamente peletizada aos animais, resultando em aumento na incidência 
de DA para 17%, enquanto que vacas que receberam feno de alfafa, silagem 
de sorgo e concentrado com 18% de proteína bruta, observando incidência de 
apenas 1,6% de DA. 
 
3.1.4. Sinais clínicos 
 
Os sinais de DA incluem anorexia parcial ou total, desidratação, fezes 
bem digeridas e escassas (MCGAVIN; CARLOTON, 1998), geralmente dentro 
de alguns dias ou semanas após o parto (BLODD; RADOSTITS, 1991) e 
apresentam queda de 30 a 50% na produção de leite. A queixa principal do 
proprietário é que o animal “não come” e “caiu sua produção de leite”. A 
temperatura, freqüência respiratória e cardíaca geralmente permanecem 
normais a levemente aumentadas (REBHUN, 2000). Os movimentos ruminais 
estão presentes, mas sua freqüência e intensidade podem estar diminuídas 
(BLODD; RADOSTITS, 1991). Quando o deslocamento é para a direita 
juntamente com a torção do abomaso, pode apresentar sinais de dor 
abdominal como ranger de dentes, levantar e deitar repetidas vezes e coices 
no abdômen. O DAE, em geral é acompanhado pela maior protuberância da 
parede abdominal esquerda e pelo arqueamento dorsal das costelas 
abdominais esquerdas, sendo que quando o abomaso deslocado se estende 
para cima, além da última costela, seu cume pode tornar-se visível até na 
parede anterior da fossa paralombar esquerda (figura 05) (DIRKSEN et al., 
1993). 
 
 
 
 
 
 
 
 33
 
 
Figura 05 – DAE acompanhado pela protuberância da parede abdominal 
esquerda arqueamento dorsal das costelas abdominais esquerdas. 
 
3.1.5. Diagnóstico 
 
O diagnóstico do DAE pode ser realizado através da auscultação e 
percussão do flanco esquerdo, localizando-se o som metálico característico de 
“ping”. A maioria dos deslocamentos pode ser encontrada no meio de uma 
linha imaginária estabelecida entre a tuberosidade coxal esquerda e a 
articulação úmero-rádio-ulnar esquerda. O tamanho e a localização do “ping” 
variam de acordo com a quantidade de gás contido, a pressão exercida sobre o 
abomaso pelo rúmen e também pelo tamanho do animal. O “ping” pode estar 
localizado desde a nona costela até a fossa paralombar esquerda. Caso exista 
dúvida na origem do “ping” entre rúmen, cavidade abdominal ou abomaso 
pode-se realizar uma aspiração do líquido presente na região de gás e aferir o 
pH, que deve diferenciar entre rúmen (pH 6 a 7) e abomaso (pH 2 a 3) (SMITH, 
1993). 
As técnicas de diagnóstico do DAD são as mesmas do DAE. Deve-se ter 
o cuidado de diferenciar quaisquer outras afecções que possam provocar o 
“ping” no flanco direito. A mais comum é a dilatação e/ou torção do ceco que, 
através da palpação retal pode ser diferenciada. Geralmente o DAD provoca 
um “ping” mais cranial e uma distensão abdominal sob o gradil costal, (SMITH, 
1993). Na dilatação cecal a auscultação e percussão da região da fossa 
 34
 
paralombar direita revelam um som metálico que envolve todo o quadrante 
caudo-dorsal, sendo o ruído de líquido constatado quando o abdômen direito é 
balotado e observa-se uma distensão uniforme com contorno tubular na área 
do flanco direito (SMITH, 1993; SILVA et al., 2005). 
 
3.1.6. Tratamento não-cirúrgico 
 
Dentre as opções de tratamento não cirúrgico para DA o rolamento e a 
manipulação do animal produzem resultados temporários, podendo ocorrer 
recidivas (BLOOD; RADOSTITS, 1991), dentro de poucos dias (SMITH, 1993). 
O exercício violento e o transporte por estradas esburacadas causam 
recuperação espontânea em algumas ocasiões. O rolamento deve ser feito 
apenas em casos de DAE, pois no DAD se realizado, predispõe a torção de 
abomaso (BLOOD; RADOSTITS, 1991; SMITH, 1993). 
Na técnica de rolamento, a vaca é contida sobre seu lado direito (figura 
06), realizando-se o rolamento do animal sobre o dorso no sentido dos 
ponteiros do relógio (figura 07), de um para o outro lado, e em seguida o 
rolamento dos membros sobre o dorso, de modo que a vaca fique sobre seu 
lado esquerdo, permitindo-se em seguida, que a vaca fique de pé. Os gases no 
interior do abomaso fazem com que o órgão deslize para a localização ventral 
quando a vaca se encontra em decúbito dorsal. Através da continuação dos 
movimentos de rolamento, os gases podem deslocar-se para o lado direito do 
abdômen, mas raramente ocorrerá deslocamento à direita, em decorrência 
destes movimentos. Este método retorna o abomaso para a posição normal em 
90% dos casos, mas a taxa de reincidênciaé alta, em torno de 70% 
(STERNER; GRYMER, 1984; SMITH, 1993; ALZAMORA FILHO et al., 2002). 
 
 35
 
 
 
Figura 06 – Corte transversal de uma vaca em decúbito lateral direito. 
Fonte: STERNER; GRYMER, 1984 
 
 
 
Figura 07 – Corte transversal de uma vaca em decúbito dorsal. 
Fonte: STERNER; GRYMER, 1984. 
 
Abomaso 
 Rúmen 
Fígado 
Omaso 
Abomaso 
 
Omaso 
Fígado 
 
Rúmen 
 
 36
 
Nos casos de DAD brando com alterações sistêmicas mínimas, o 
tratamento com 500 a 1.000 mL de solução de borogluconato de cálcio a 25%, 
por via intravenosa, produz bons resultados. As vacas acometidas devem ser 
alimentadas com feno de boa qualidade, com total privação de grãos, durante 
três a cinco dias. A correção cirúrgica pode não ser necessária se o apetite e 
os movimentos das vias digestivas retornarem à normalidade em poucos dias. 
Nos casos leves de dilatação com ligeira hemoconcentração e alcalose 
metabólica apenas discreta, o tratamento inicial com líquidos e eletrólitos por 
via intravenosa e oral freqüentemente fornece bons resultados. A terapia 
líquida é essencial para restaurar a motilidade gastrintestinal, em particular do 
abomaso que se encontra distendido com líquidos e deve começar a eliminar o 
seu conteúdo para o duodeno, para que a absorção dos eletrólitos ocorra. A 
vaca não recupera seu apetite até que a atonia do abomaso esteja corrigida 
(BLOOD; RADOSTITS, 1991). 
 
3.1.6.1. Tratamento cirúrgico 
 
O tratamento do DA, seja para a direita ou para a esquerda, é realizado 
através da omentopexia ou abomasopexia, e estas técnicas devem ser 
realizadas o mais cedo possível para diminuir a incidência de aderências 
peritoneais e úlceras do abomaso, que podem perfurar e causar morte súbita 
(BLOOD; RADOSTITS, 1991). 
As vantagens da abomasopexia pelo flanco esquerdo é que esse 
procedimento é feito com o animal em pé para correção cirúrgica de DAE e 
através de sutura contínua colocada na curvatura maior do abomaso, promove 
uma melhor fixação e menor chance de recidiva do DAE. Entre as 
desvantagens, observa-se a possibilidade de uma infecção exógena na 
cavidade peritoneal após as suturas, o mau posicionamento do órgão ou das 
suturas com base na limitação da acessibilidade do abomaso no flanco 
esquerdo em alguns bovinos, e a falha da abomasopexia, se o abomaso não 
ficar firmemente preso ao peritônio parietal ou se as suturas se romperem 
(REBHUN, 2000). 
 
 37
 
Segundo Turner e McIlwraith (2002) a omentopexia pelo flanco direito 
poderá ser empregada no tratamento do DAE e para o DAD com ou sem torção 
(DAD ou TAD). As vantagens da omentopexia são que além do procedimento 
ser feito com o animal em pé, para correção cirúrgica de DAE ou DAD, pode-se 
realizá-lo com uma assistência mínima, permitindo o reposicionamento manual 
do abomaso, com poucos riscos incisionais. Como em qualquer procedimento 
feito com o animal em pé, ocorre mínimo risco de regurgitação e problemas 
intercorrentes, como pneumonia ou distúrbios musculoesqueléticos que 
possam piorar durante o decúbito. Entre as desvantagens, o abomaso inteiro 
freqüentemente não fica disponível para inspeção, podendo afetar a 
integridade da omentopexia por lacerações ou deposição excessiva de gordura 
no omento, sendo possível um futuro deslocamento abomasal, apesar de uma 
omentopexia intacta (REBHUN, 2000). 
Pode-se utilizar a anestesia local por bloqueio paravertebral proximal, 
distal ou em L invertido (TURNER; McILWRAITH, 2002). É feita uma incisão de 
20 cm de comprimento na fossa paralombar direita começando 4 a 5 cm 
ventralmente aos processos transversos da vértebras lombares (figura 08). 
Quando a cavidade peritoneal for penetrada, no caso de DAE, o duodeno está 
na direção ventral, ao invés de estar na sua posição horizontal normal. O 
cirurgião palpa o abomaso do lado esquerdo, desviando o omento maior na 
direção cranial, a seguir, passa o seu braço esquerdo numa direção caudal em 
relação ao abomaso e ao rúmen para palpar o abomaso distendido com gás no 
lado esquerdo do rúmen, confirmando o diagnóstico de DAE (TURNER; 
McILWRAITH, 2002). 
 
 38
 
 
 
Figura 08 – Incisão vertical na fossa paralombar. 
Fonte: TURNER; McILWRAITH, 2002. 
 
O abomaso poderá ser esvaziado usando-se agulhas de espessura 12 
ou 13G, com auxílio de um dreno estéril. Carrega-se a agulha numa direção 
caudal em direção ao rúmen, até a parte mais dorsal do abomaso deslocado, 
sendo inserida obliquamente através da parede do abomaso. Aplica-se pressão 
firmemente com o antebraço e a mão para liberar o gás. A agulha é recolhida e 
retirada cuidadosamente com o dreno coberto para impedir a contaminação 
(TURNER; McILWRAITH, 2002). 
O abomaso retorna à sua posição normal colocando-se o antebraço 
esquerdo no topo do abomaso deslocado e afastando o mesmo na direção 
ventral e caudal, ao redor da parte ventral do abdômen, enquanto se puxa 
cuidadosamente sobre o omento que se liga na curvatura maior do abomaso, 
na direção dorso-cranial, para facilitar o retorno. Após o retorno do abomaso a 
sua posição normal, o duodeno retomará a sua posição horizontal normal e é 
comumente observado seu enchimento com gás (TURNER; McILWRAITH, 
2002). 
 
 
 
Incisão de pele 
 
 39
 
Se a cirurgia estiver sendo realizada para o tratamento de DAD ou TAD, 
deve-se tomar cuidado para não cortar o abomaso dilatado quando se entra na 
cavidade peritoneal. O abomaso normalmente exige uma retirada do gás antes 
que o deslocamento seja corrigido. No caso de torção de abomaso, este 
normalmente tem grande quantidade de líquido. O posicionamento correto do 
abomaso é reconhecido da mesma forma que num DAE (TURNER; 
McILWRAITH, 2002). 
O omento é agarrado e puxado para fora da incisão, cuidadosamente 
retraído na direção dorsal para localizar uma porção mais espessa que se 
localiza adjacente ao piloro. Esta dobra do omento poderá ser suspensa por 
um assistente ou presa na parte superior da incisão da pele com uma pinça de 
campo, enquanto se posicionam suturas ancoradas. São feitas duas suturas de 
colchoeiro com categute cromado número 3, uma na direção cranial e outra 
caudal em relação à incisão, no peritônio e no músculo abdominal transverso 
atravessando ambas as camadas da dobra do omento (figura 09). O peritônio e 
o músculo abdominal transverso são suturados no padrão de sutura contínua 
simples, com categute cromado nº 2 ou nº 3, e o omento é incorporado à linha 
de sutura nos dois terços ventrais da incisão (figura 10). As camadas dos 
músculos oblíquo abdominal externo e interno e a fáscia subcutânea, podem 
ser fechadas com uma segunda camada contínua simples, com categute 
cromado nº 3. Esta linha de sutura é ancorada no músculo transverso 
profundo, em diversos intervalos, para obliterar o “espaço morto”. 
Habitualmente, a sutura de pele é realizada com o padrão de sutura contínua 
ancorada ou sutura contínua festonada, utilizando náilon (TURNER; 
McILWRAITH, 2002). 
 
 
 40
 
 
Figura 09 – Omentopexia pelo flanco direito. 
 Fonte: TURNER; McILWRAITH, 2002. 
 
 
Figura 10 – Omento incorporado à linha de sutura. 
Fonte: TURNER; McILWRAITH, 2002. 
3.1.7. Relato de caso e discussão 
Suturas de colchoeiro 
 
Peritônio e músculo 
abdominal transverso 
Dobra espessa 
 de omento 
Omento 
Peritônio e músculo 
abdominal transverso 
 41
 
 
Uma etapa do estágio supervisionado foi realizado no período de 17 de 
julho à 15 de setembro de 2006, na Policlínica Veterinária Pioneiros, em 
Carambeí-PR. Foram atendidos e diagnosticados durante este período 34 
casos de deslocamento de abomaso, dentre estes,26 casos foram de DAE, 
sendo duas recidivas e oito casos de DAD, com três torções. 
O DA é uma síndrome multifatorial, onde a atonia abomasal é um pré-
requisito absoluto para a sua ocorrência, devido a várias causas, dentre elas a 
alimentação com altos níveis de concentrado e estase gastrointestinal, causada 
por doenças metabólicas ou infecciosas, resultando em redução da motilidade 
e aumento no acúmulo de gás abomasal (WINDEN et al., 2003). Desta forma, 
na região de Carambeí-PR, a falta de chuvas prejudicou as pastagens de 
inverno e o plantio de forragens, com isto os animais ficavam mais tempo 
confinados, ingerindo grandes quantidades de silagem de milho e baixa 
concentração de fibra na alimentação, predispondo ao DA, concordando com 
Blood e Radostits (1991). 
A grande maioria dos animais acometidos com DA eram vacas recém 
paridas, de duas semanas (23,67%) (figura 11) e a maioria apresentava 
hipocalcemia, cetose e endometrite (Tabela 20), concordando com Blood; 
Radostits (1991) e Rebhun (2000). Segundo Blodd e Radostits (1991) a maioria 
dos casos de DA cerca de 70% tem ao menos uma outra doença presente 
antes que o DA seja diagnosticado. 
5; 15%
23; 67%
2; 6%
3; 9% 1; 3%
vazia
15 dias pós-parto
30dias pós-parto
60dias pós-parto
150 dias pré-parto
 
Figura 11 - Freqüência de distribuição do tempo de ocorrência do 
deslocamento de abomaso relacionado ao momento do parto, 
durante o estágio curricular supervisionado na Policlínica Veterinária 
Pioneiros, em Carambeí/PR, na área de clínica, cirurgia e reprodução 
de bovinos de leite, no período de 17 de julho a 15 de setembro de 
2006. 
 
 42
 
Tabela 21 - Etiologias, freqüência e percentual dos casos de deslocamento 
de abomaso durante o estágio curricular supervisionado na 
Policlínica Veterinária Pioneiros, em Carambeí/PR, na área de 
clínica, cirurgia e reprodução de bovinos de leite, no período de 
17 de julho a 15 de setembro de 2006. 
 
DAE* DAD** 
ETIOLOGIAS 
 
Freqüência 
 
Percentual 
% 
Freqüência 
 
Percentual 
% 
Cetose 4 11,76 1 2,94 
Cólica 1 2,94 1 2,94 
Endometrite 3 8,82 - - 
Excesso concentrado 5 14,70 3 8,82 
Hipocalcemia pós-
parto subclínica 
10 29,41 3 8,82 
Laminite 1 2,94 0 - 
Pneumonia 1 2,94 0 - 
Tristeza parasitária 1 2,94 0 - 
TOTAL 26 76,47 8 23,53 
*DAE = Deslocamento de abomaso a esquerda. 
**DAD = Deslocamento de abomaso à direita. 
 
Outros fatores que influenciam a incidência de deslocamento são 
tamanho da cavidade abdominal, estágio de gestação, produção de leite 
(BREUKINK, 1991), sendo que as vacas acometidas geralmente são as que 
apresentam maior produção, sendo mais velhas e pesadas do que a média das 
vacas examinadas (BLODD; RADOSTITS, 1991). Nos 34 casos de DA 
atendidos durante o estágio curricular supervisionado na Policlínica Veterinária 
Pioneiros em Carambeí - PR, poucas vacas tinham estas características de 
serem mais velhas, pesadas e maior produção no rebanho e apesar de Blood e 
Radostits (1991) citarem que o DA é raro na raça Jersey, de acordo com os 
veterinários da Policlínica Veterinária Pioneiros, é uma enfermidade bastante 
comum nesta raça na região. 
 
 
 
 43
 
A queixa principal dos proprietários atendidos era que os animais não 
comiam e havia queda na produção de leite alguns dias ou semanas após o 
parto, como citado por Blood e Radostits (1991) e Rebhun (2000). Dentre 
outros sinais clínicos observou-se anorexia parcial ou total; desidratação; fezes 
bem digeridas e escassas; temperatura, freqüência respiratória e cardíaca 
normais a levemente aumentadas; movimentos ruminais presentes, com 
freqüência e intensidade diminuída, conforme citam Blood e Radostits (1991); 
McGavin e Carlton (1998) Rebhun (2000). Foram diagnosticados três animais 
com DAD e TAD, que apresentavam sinais de dor intensa, como ranger de 
dentes, levantar e deitar repetidas vezes e coices no abdômen, como citado 
por Dirksen et al. (1993), e um animal com DAD leve e dilatação cecal, 
apresentando os sinais clínicos citados, mas sem dor intensa. 
A avaliação clínica foi realizada com os animais em pé, observando-os 
por trás e dos lados, auscultando e percutindo o flanco esquerdo, localizando-
se o som metálico característico de “ping,” conforme indica Smith (1993). Na 
maioria dos casos, o DAE, foi acompanhado pela maior protuberância da 
parede abdominal esquerda e pelo arqueamento dorsal das costelas 
abdominais esquerdas, sendo que quando o abomaso deslocado se estende 
para cima, além da última costela, seu cume pode tornar-se visível até na 
parede anterior da fossa paralombar esquerda (DIRKSEN et al., 1993). 
O tratamento clínico foi feito em três casos de DAD leve, nos quais, os 
animais apresentavam alterações sistêmicas mínimas, conforme indicam Blood 
e Radostits (1991). Utilizou-se uma solução contendo cloreto de sódio, cloreto 
de potássio, cloreto de cálcio, lactato de sódio a 50%, acetilmetionina e 
sorbitol1, por via intravenosa, 1.000 mL por dia, durante dois dias. Segundo 
Winter (2003) o sorbitol é metabolizado no fígado para frutose e como matéria 
de fácil transformação em energia, protegendo o organismo do desgaste 
protéico, além de estimular o peristaltismo intestinal pela liberação de enzimas 
pancreáticas e hepáticas, auxiliando as substâncias absorvidas pelo trato 
intestinal, para que sejam utilizadas nas sínteses de compostos orgânicos com 
finalidade de auxiliar no funcionamento gastrointestinal e correção de acidose 
metabólica. 
 
 44
 
 No entanto segundo Blood e Radostits (1991) e Lisbôa (2006), tanto o 
DAE como o DAD promovem alcalose metabólica, com desequilíbrio hídrico e 
metabólico, conseqüente do seqüestro de fluido na luz do órgão deslocado, 
pois o seu esvaziamento está retardado ou impedido. O trânsito aboral 
prejudicado é uma das causas dos desequilíbrios eletrolíticos e ácido-básico, 
porque os íons continuamente secretados não sofrem o processo fisiológico de 
reabsorção intestinal e a cada H+ secretado para a luz abomasal, um íon HCO3- 
é gerado e retorna ao compartimento fluido extracelular. A desidratação é, 
portanto, acompanhada por uma condição de alcalose metabólica com 
hipocloremia e hipocalemia. A depleção de K+ se deve ao aumento da sua 
eliminação pela urina com o mecanismo de compensação renal da alcalose 
pela troca por H+ retido, ou manutenção de neutralidade elétrica para a 
eliminação de HCO3-. O pH urinário freqüentemente está ácido, como 
conseqüência de uma alcalose prolongada ou severa, relacionado a diminuição 
dos níveis séricos de potássio quando há redução na ingestão e absorção de 
nutrientes. A hipocalemia e a desidratação resultam na resposta renal de 
retenção do sódio e de excreção do hidrogênio, levando a uma acidúria 
paradoxal ( BLOOD; RADOSTITS, 1991; SMITH, 1993). 
 Foi prescrito ainda 4 aplicações de brometo de N-butil hioscina e 
dipirona sódica2, na dose de 4 mg/kg, por via intravenosa, com intervalo de 12 
horas, que de acordo com Winter (2002) é indicado como analgésico, 
antiespasmódico e antipirético. No entanto, devido ao abomaso estar dilatado, 
cheio de líquido e atônico, a utilização do brometo de N-butil hioscina2 poderia 
prejudicar o retorno da motilidade do órgão. Nenhum dos três casos de DAD 
recuperaram com tratamento clínico, sendo realizada omentopexia, e após uma 
semana apresentavam apetite e defecação normais e aumento da produção de 
leite. 
O tratamento cirúrgico do DA, para a direita ou para a esquerda, é 
através da omentopexia ou abomasopexia. Durante o período de estágio 
curricular supervisionado na Policlínica Veterinária Pioneiros, a técnica mais 
utilizada foi a omentopexia,num total de 30 cirurgias, sendo feita uma 
abomasopexia, devido o animal ser obeso, e o omento apresentar muita 
gordura, tornando-se friável ao manuseio, impossibilitando tracionar o abomaso 
para o local de incisão, concordando com Rebhun (2000). Os veterinários da 
 45
 
Policlínica Veterinária Pioneiros dão preferência a omentopexia por ser uma 
técnica rápida, segura e com menos complicações pós-operatórias. Apesar de 
a abomasopexia ser uma técnica com menos riscos de recidiva do que a 
omentopexia, pode ocorrer no pós-operatório peritonites e fístulas de abomaso 
(BLOOD; RADOSTITS, 1991). 
As cirurgias foram realizadas com os animais em pé, contidos em 
cangas de pescoço, coleado o rabo e muitas vezes amarrando cordas no 
jarrete para evitar coices no cirurgião. Quando o animal era muito agitado e 
agressivo utilizou-se xilazina3 na dose 0,1mg/kg, por via intravenosa, para 
tranqüilizar o animal e facilitar o procedimento cirúrgico como recomendam 
Turner e McIlwraith (2002). O flanco direito na fossa paralombar era 
tricotomizada, e na anti-sepsia utilizou-se cloreto de alquil dimetil benzil 
amônio4, foi diluído 10 ml do produto em cada 5 litros de água, em um balde 
com água limpa. 
Foi utilizada anestesia local na área da incisão com lidocaína 2% sem 
vasoconstrictor5. A laparotomia na fossa paralombar direita foi realizada 
segundo técnica descrita por Turner e McIlwraith (2002). Após localização do 
abomaso, este era esvaziado com o uso de uma sonda mamária com ponta, 
conectada a um dreno numa direção caudal em direção ao rúmen, até a parte 
mais dorsal do abomaso deslocado, sendo inserida obliquamente através da 
parede do abomaso, adaptando técnica de Turner e McIlwraith (2002). Para 
reposicionar o abomaso foi necessário muitas vezes descolá-lo da parede 
abdominal e do rúmen, devido à fibrose (figura 12), como citado por Blood e 
Radostits (1991) e Turner e Mcilwraith (2002). No DAD e TAD, após o 
esvaziamento, as torções foram desfeitas com a rotação do órgão para o lado 
contrário à torção, puxando o abomaso e o omento para fora da incisão. Na 
omentopexia utilizou-se sutura contínua simples, utilizando fio de algodão, 
passando várias vezes o fio pelo omento, através do peritônio e dos músculos 
oblíquo abdominal externo, interno e o músculo abdominal transverso, 
prendendo o omento na parede abdominal direita (figura 13), adaptando 
técnica descrita por Turner e McIlwraith (2002). 
 
 46
 
 
Figura 12 – Fibrose no abomaso 
 
 
Figura 13 - Omentopexia utilizando sutura contínua simples com fio de algodão. 
 
 
 
 
 47
 
A laparorrafia foi realizada conforme descrito por Turner e McIlwraith 
(2002), e foi utilizado fio de algodão para sutura da pele. Segundo estes 
autores, o fio de algodão potencializa infecção e acolhe bactérias, promovendo 
fistulação, que geralmente só é solucionada após a retirada do material de 
sutura. Em todas as cirurgias realizadas no estágio curricular supervisionado, 
utilizou-se este fio, não ocorrendo nenhuma deiscência ou fistulação da sutura. 
No pós-operatório prescreveu-se penicilina benzantina6 na dose de 
20.000 UI/kg, por via intramuscular profunda, durante três dias, com intervalo 
de 24 horas. Foi prescrito o uso de cloreto de sódio, cloreto de potássio, cloreto 
de cálcio, lactato de sódio a 50%, acetilmetionina e sorbitol1, por via 
intravenosa, 500 mL por dia, durante dois dias, auxiliando no funcionamento 
gastrointestinal. Foi recomendado o uso de repelentes e cicatrizantes no local 
da incisão com spray a base de sulfadiazina prata, alumínio e cipermetrina7, ou 
ungüento contendo óxido de zinco, óleo de pinho, caulim e xilol8, pela manhã e 
à tarde, até a cicatrização completa da ferida. E a retirada dos pontos 12 dias 
após a cirurgia. 
É importante para a prevenção desta afecção a alimentação com grande 
quantidade de forragem durante os últimos meses de gestação e garantir que 
as vacas estabuladas se exercitem diariamente. Todos os esforços devem ser 
direcionados para diminuir as mudanças na alimentação no período próximo ao 
parto. Deve-se atentar também para a introdução lenta de silagem e 
concentrados no pré e pós-parto, aumentando as dimensões das partículas das 
forrageiras e a administrando minerais, prevenindo a hipocalcemia (BLOOD; 
RADOSTITS, 1991; SMITH, 1993). 
Em todas as cirurgias realizadas os animais se recuperaram bem e não 
houve nenhuma complicação pós-operatória como deiscência de pontos ou 
peritonite, mesmo sem a utilização de luvas, gorro, máscara, avental cirúrgico e 
materiais cirúrgicos estéreis. Isto se deve provavelmente ao uso do cloreto de 
alquil dimetil benzil amônio4 na anti-sepsia do local da cirurgia, material 
cirúrgico e das mãos do cirurgião. 
 
 
 
 
 48
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2. - LAMINITE BOVINA 
 
3.2.1. Introdução 
 
As enfermidades digitais dos bovinos apresentam forte impacto 
econômico negativo sobre a rentabilidade da pecuária mundial (CORBELLINI, 
1994). Depois dos problemas reprodutivos e mastites, as doenças do aparelho 
locomotor são consideradas como uma das condições mais importantes, que 
afetam a produção e a produtividade dos rebanhos bovinos (NOCEK, 1994; 
RUTTER, 1994), especialmente na pecuária de leite (SILVA et al., 2004). As 
vacas que claudicam apresentam queda na produção leiteira, pior escore 
corporal, maior intervalo entre partos e número de serviços por prenhez e 
elevam a taxa de descarte precoce dos rebanhos, prejuízos estes que se 
somam às perdas relativas aos custos de tratamento (NICOLETTI et al., 2001). 
 A laminite bovina é uma inflamação asséptica dos dígitos, ocasionada 
por distúrbios na microcirculação do córium, com conseqüente exsudação 
degenerativa da junção entre a derme e a epiderme (GREENOUGH, 1997). A 
origem é multifatorial e uma gama de fatores como meio ambiente, manejo, 
doenças infecciosas, desequilíbrios nutricionais e fatores genéticos podem ser 
envolvidos na etiopatogenia desta enfermidade (NOCEK, 1994; REBHUN, 
2000; ROMANI et al., 2002; SILVA et al., 2002a). Os aspectos nutricionais são, 
sem dúvida, os mais complexos e discutidos dentre os desencadeadores da 
laminite, havendo envolvimento tanto do excesso quanto da escassez de 
alimentos (CORBELLINI, 1994). 
 
 49
 
3.2.2. Anatomia e conformação dos dígitos 
 
 O pé do bovino é constituído de dois dígitos complemente desenvolvidos 
e funcionais, o III ou medial e o IV ou lateral, e dois dígitos rudimentares e 
afuncionais, o II e o V, denominados paradígitos ou sobre-unhas, localizados 
na face palmar ou plantar da articulação metacarpo ou metatarsofalangeana 
(boleto). Cada dígito funcional é constituído de três falanges e três sesamóides, 
dois proximais e um distal (figura 14) (NICOLETTI, 2004). 
 
 
Figura 14 – Corte lateral do casco. 
Fonte: DIAS; MARQUES, 2005. 
 
O dígito bovino é composto de três tecidos: epiderme queratinizada, a 
derme denominada corium ou cório, altamente vascularizada e responsável 
pela nutrição do casco, e subcutâneo formado pelo coxim ou almofada digital 
(NICOLETTI, 2004). 
A epiderme é dividida em estrato basal, que é a junção entre a epiderme 
e a derme, estrato germinativo, responsável pelo crescimento do casco, e 
estrato córneo, ou seja, o estojo córneo de revestimento, o qual denominado de 
casco propriamente dito. O estrato córneo, por sua vez, é dividido em estrato 
externo, estrato médio e estrato interno ou lamelar (NICOLETTI, 2004). 
A epiderme queratinizada tem sua origem na camada germinativa, que 
recebe suprimento sangüíneo e conseqüentemente nutrição para a divisão 
Falange distal 
Falange médiaFalange proximal 
 50
 
celular através do cório ou derme, situada na borda coronária, uma região, 
portanto, altamente vascularizada, ativa metabolicamente e rica em 
anastomoses arteriovenosas. Existe uma íntima relação entre a camada 
germinativa e o cório, ou seja, uma lesão em uma estrutura prejudica a outra 
(NICOLETTI, 2004). 
O casco é composto de aminoácidos (metionina, histidina, lisina e 
arginina), água, macro e microelementos minerais (cálcio, fósforo, cobre, zinco, 
enxofre, cobalto e molibdênio) e pequena quantidade de gordura (NICOLETTI, 
2004). 
A taxa média de crescimento dos cascos nos bovinos é bastante 
variável, sendo a média 5 a 6 mm/mês, com variações entre 3 a 9 mm 
(NICOLETTI, 2004). 
O comprimento da parede dorsal do casco deve ser de 
aproximadamente 7,5 cm, tomando-se como base a raça holandesa preta e 
branca, altura do talão ideal entre 3,5 a 3,8 cm, com variações de 2,4 até 4,4 
cm. O ângulo dorsal do casco possui variações entre as diferentes raças de 
leite e corte, e seus valores médios são em torno de 50º nos dígitos anteriores 
e 45º nos dígitos posteriores. A relação pinça/talão, ou seja, a altura da pinça e 
a altura do talão devem manter uma proporção aproximadamente de 2:1 (figura 
15) (NICOLETTI, 2004). 
 
Figura 15 – Dimensões do casco de vacas holandesas. 
Fonte: FERREIRA et al., 2003. 
 
 
 
 
 51
 
3.2.3. Perdas econômicas 
 
Segundo Ramos (1999 apud, Silva et al., 2004) rebanhos acometidos 
por enfermidades digitais apresentam maiores médias de intervalos entre parto 
e o primeiro serviço, e número de animais destinados ao descarte. As 
claudicações se constituem num dos maiores problemas de produção de leite, 
interferindo na condição corporal, na ocorrência e na observação de cio. 
 De acordo com Galindo e Broom (2002) os animais claudicantes 
permanecem mais tempo deitados e menos tempo alimentando-se, o que 
contribui para a redução da produção de leite. O custo de tratamento de lesões 
podais, em rebanhos da raça Girolanda tratados e mantidos em manejo semi-
intesivo, é de R$ 133, 29 por animal (RAMOS, 1999 apud SILVA et al., 2004). 
 A perda estimada na produção leiteira demonstra uma diminuição de 5% 
a 20% por lactação, em animais com enfermidades digitais. Se esta taxa for 
calculada sobre uma lactação média de 5.000 litros de leite, tem-se uma perda 
de 250 a 1.000 litros de leite por lactação. Quanto à estrutura corporal, pode-se 
ter perda de 25%, ou seja, uma vaca com 500 kg de peso vivo pode perder 125 
kg, além de ocorrer interferência sobre o desempenho reprodutivo, sendo o 
anestro sua maior conseqüência (SILVA, 2004). 
 Ferreira (2003) em estudo com 112 vacas leiteiras confinadas em free-
stall, relatou um gasto de U$ 5.005,23, com custo por animal de U$ 44,68 no 
tratamento de lesões provenientes da laminite. 
 
3.2.4. Etiopatogenia e Epidemiologia 
 
 A laminite é uma doença de ocorrência esporádica que atinge várias 
espécies domésticas, particularmente eqüinos e bovinos. A enfermidade 
caracteriza-se por lesões degenerativas das lâminas epidérmicas dos cascos, 
associadas às alterações circulatórias e inflamação das lâminas sensitivas, 
lâminas dérmicas e cório laminar, com conseqüente necrose e perda do estojo 
córneo ou crescimento anormal e deformação do casco. Está geralmente 
associada a distúrbios digestivos e alimentação dos animais com dietas ricas 
em carboidratos que resulta em distúrbio metabólico generalizado. A doença 
pode apresentar-se de forma aguda ou crônica (RIET-CORREA, 2001). 
 52
 
 Em bovinos a alimentação excessiva com dieta ricas em carboidratos é 
o fator predisponente mais importante, porém a laminite pode ocorrer, também, 
em conseqüência de metrite, mastite, cetose, e pode estar associada a fatores 
genéticos, idade, falta de exercícios e umidade excessiva. Os diferentes fatores 
que estão ou que possam estar envolvidos na etiologia da laminite variam em 
complexidade e severidade de acordo com o manejo aos quais os animais 
estejam submetidos (GREENOUGH et al., 1990; RIET-CORREA, 2001). Outras 
causas de laminite incluem exposição acidental a quantidade excessiva de 
grãos e laminite térmica ou mecânica acarretada pelo uso exagerado de 
esmerilhadeira na sola durante o aparamento do casco, especialmente nos 
bezerros ou nas novilhas, traumatismo na falange, estabulação em pisos de 
concreto, longas viagens em caminhões ou em reboques e exposições 
agropecuárias (SMITH, 1993; REBHUN, 2000). 
 Segundo Vandertol et al. (2002 apud Silva et al, 2004) os pontos de 
maior pressão no casco dos membros torácicos localizam-se na região bulbar 
da sola do dedo medial e nos membros pélvicos encontram-se no dedo lateral, 
mais precisamente na região apical da sola e estes pontos de maior pressão 
dos cascos são as áreas mais propensas a serem acometidas por doenças 
secundárias à laminite. Aproximadamente 80% a 90% das laminites ocorrem 
nos membros pélvicos e 10% a 20% nos torácicos, sendo que dos primeiros, 
em torno de 85% a 90% ocorrem no dedo lateral e nos últimos são mais 
afetados os dedos mediais (VANDERTOL et al., 2002 apud SILVA et al., 2004). 
Segundo Nocek. (1993 apud Silva et al, 2004) apenas 15% das laminites são 
originadas de lesões na pele interdigital, sendo que os outros 85% diretamente 
no casco. 
Um dos principais transtornos causados pela laminite é o surgimento de 
lesões secundárias como úlcera de sola, erosão de talão, doença da linha 
branca, fissuras da muralha, linhas de estresse e hematoma ou hemorragia de 
sola (Fig. 13) (NOCEK, 1994; GREENOUGH, 1994; SILVA et al., 2002a; SILVA 
et al, 2004). Pode ocorrer também a formação de linhas de estresse e o 
surgimento de fendas e arestas na parte dorsal da muralha, dando ao estojo 
córneo um aspecto ondulado na fase crônica, onde a qualidade do casco torna-
se baixa (FRASER, 1991 apud SILVA et al, 2004; SILVA et al., 2001a). 
 53
 
 A afecção é mais comum nas vacas de primeira cria, com a doença se 
desenvolvendo logo após o parto e mais de 50% dos casos ocorrendo 30 dias 
antes e entre 30 a 100 dias após a parição (ANDERSON, 1991; BLODD; 
RADOSTITS, 1991; COBERLLINI, 1994). Pode haver uma relação entre a 
introdução no rebanho de vacas no final de gestação, com dificuldade de 
locomoção decorrente do peso excessivo e associado à superfície áspera do 
solo. A laminite ocorre esporadicamente em bovinos de corte que são 
preparados para exposições, superalimentados com rações ricas em cereais, 
apresentando geralmente a forma crônica da doença, que afeta 
acentuadamente a marcha e pode causar deformidade permanente do dígito. 
Isto vem a ser um problema sério para os proprietários de animais de 
exposições, devido à dificuldade em regular a ingestão de alimentos, de forma 
a promover ganho de peso e evitar laminite (BLODD; RADOSTITS, 1991; 
RIET-CORREA, 2001). 
 De acordo com Ebeid; Singh et al (1993 apud Silva et al, 2004) existem 
consideráveis controvérsias sobre a patogenia precisa da laminite, porém, os 
fatores nutricionais, a histamina e o ácido láctico estão seguramente 
envolvidos. A teoria primária está centrada em torno da superalimentação com 
carboidratos, prontamente assimiláveis, que leva a uma excessiva fermentação 
ruminal com grande produção de ácidos graxos voláteis (AGV), ocorrendo 
queda do pH ruminal (abaixo de 5,5), morte das bactérias Gram negativas, com 
liberação de endotoxinas presentes em suas paredes celulares e a proliferação 
das bactérias Gram positivas, principalmente os lactobacilos e Streptococcus 
bovis, produtores potenciais de ácido láctico, levando a acidose láctica ruminal, 
provocando lesão na mucosa, com aumento de sua permeabilidade.As 
endotoxinas e o ácido láctico alcançam à circulação sistêmica desencadeando 
uma acidose metabólica, estimulando a liberação de mediadores inflamatórios 
derivados do ácido aracdônico, como prostaglandinas e leucotrienos; fator de 
necrose tumoral; epinefrina, norepinefrina, histamina, serotonina e bradicinina, 
desenvolvendo uma inflamação aguda da derme e respostas vasculares 
associadas. Ocorre vasoconstrição, reduzindo a perfusão laminar, gerando 
uma crítica pressão de fechamento capilar, produzindo uma síndrome de 
compartimento e isquemia funcional do cório. As endotoxinas alteram a 
hemodinâmica do dígito por meio da coagulação intravascular, o que leva 
 54
 
formação de microtrombos, hipóxia e degeneração das estruturas produtoras 
do casco (BLODD; RADOSTITS, 1991; FRASER, 1991; SMITH, 1993; 
COBERLLINI, 1994; NOCEK, 1994; SILVA et al., 1997; SILVA et al., 2001a). 
 Mudanças hormonais associadas com o parto têm sido relacionadas 
com a dinâmica vascular. O estrógeno tem ação de dilatação periférica e 
também intensifica a mediação das catecolaminas na constrição vascular, o 
que pode ter grande impacto na hemodinâmica (NOCEK, 1994). Hendry et al. 
(1999 apud Silva et al., 2004) relataram que os hormônios atuantes na 
lactogênese também interferem na queratinização do estojo córneo. 
 
3.2.5. Sinais clínicos 
 
A laminite pode ser classificada em subclínica, aguda, subaguda e 
crônica, sendo a forma mais comum de laminite no gado leiteiro a subclínica, 
que resulta em produção de material córneo de qualidade inferior nas regiões 
da parede do casco, sola e área da linha branca (SMILIE et al., 1996 apud 
SILVA et al., 2004; NICOLETTI, 2004). 
 Os sinais de laminite subclínica não são evidentes desde o início, e os 
produtores e técnicos só se dão conta da doença após vários meses, 
aproximadamente seis meses de exposição dos animais aos fatores de risco, 
quando começam a se manifestar lesões podais secundárias, associado à 
degeneração laminar, cujas principais são hemorragias de sola, úlcera de sola, 
sola dupla, erosão dos talões, doença da linha branca, fissuras ou rachaduras 
verticais ou horizontais e deformações no estojo córneo (NICOLETTI, 2004). 
Segundo Greenough; Weaver (1997 apud Nicoletti, 2004), deve-se 
suspeitar de laminite subclínica quando mais de 10% das vacas adultas 
apresentam claudicação no período de um ano, por causas que não sejam 
flegmão interdigital ou dermatite digital papilomatosa de origem infecciosa. 
Mais de 50% de todos os casos de claudicação ocorrem nos primeiros 60 dias 
pós-parto; sendo observado que 5% das vacas apresentam úlcera de sola; 
mais de 25% hemorragia de sola e ocorre no rebanho alta prevalência de 
erosão de talão, sola dupla e rachaduras no estojo córneo. 
 A forma aguda de laminite não é muito comum em bovinos quanto em 
eqüinos. É observada mais freqüentemente em touros ou garrotes em 
 55
 
confinamento, alimentados com dietas altamente energéticas, e associada a 
profundas alterações sistêmicas relacionadas à endotoxemia de origem 
digestiva, como acidose ruminal, abomasite ou deslocamento de abomaso, 
geralmente nestes casos os animais têm anorexia, permanecem a maior parte 
do tempo em decúbito e apresentam alterações hemodinâmicas e no equilíbrio 
ácido-básico (NICOLETTI, 2004). Quando em estação, adquirem postura e 
locomoção anormais, ou seja, os membros posteriores são deslocados para 
frente, sob o corpo, mantendo o dorso arqueado (xifose), apresentam pulso 
digital, aumento da freqüência respiratória e cardíaca, relutância em se mover, 
permanecendo deitado a maior parte do tempo e hiperemia na borda coronária. 
A rotação da falange distal pode ocorrer, embora mais raramente em relação 
aos eqüinos (BLODD; RADOSTITS, 1991; NICOLETTI, 2004). 
 A forma crônica evidencia-se um distúrbio do crescimento córneo com 
alterações na forma, tornando o dígito alongado, com sola larga, plana e 
perdendo sua elasticidade e densidade normal, tornando-se mais quebradiço, 
com formação de anéis de crescimento irregulares na muralha e 
supercrescimeto do dígito (figura 16). É resultante de episódios prolongados de 
laminite crônica. A perda de peso se deve tanto pela dor, como da redução da 
capacidade de procurar alimentos, permanecendo deitado a maior parte do 
tempo. Observa-se lesões podais secundárias, hemorragia de sola, úlcera de 
sola, sola dupla, erosão dos talões, doença da linha branca, fissuras ou 
rachaduras verticais ou horizontais e deformações no estojo córneo (BLODD; 
RADOSTITS, 1991; REBHUN, 2000; NICOLETTI, 2004). 
 
 
 
 
 
 
 
 56
 
Figura 16 – Laminite crônica com crescimento irregular do casco, cruzamento 
das unhas, fissuras e anéis laminíticos. 
Fonte: NICOLETTI, 2004 
 
3.2.6. Diagnóstico 
 
O histórico da enfermidade geralmente fornece uma indicação do local 
da doença e outras informações preponderantes como, ocorrência e incidência 
de retenção de placenta no animal e no rebanho, mastite, mudanças bruscas 
na alimentação, entre outras. As características incluídas no exame geral são 
postura, comportamento, estado nutricional, condição física, freqüência 
respiratória, pulsação e temperatura corporal (ROSENBERGER, 1987). 
De acordo com Silva et al. (2001b); Ferreira (2003) e Garcia (1996 apud 
Silva et al, 2004) para a realização do exame do casco é necessário, 
inicialmente, limpá-lo e lavá-lo para que não ocorra omissão de lesões. Deve-
se, em seguida, observar o formato do casco, ou seja, se estão achinelados, 
em tesoura ou encastelados, verificar a presença de sulcos, as paredes do 
casco, sola, talão e o espaço interdigital. A palpação manual ou com a pinça de 
casco é importante para se avaliar a sensibilidade e mobilidade. O emprego de 
sondas metálicas permite pesquisar a profundidade das lesões e a existência 
de sola dupla. A percussão com martelo auxilia na detecção de sensibilidade 
aumentada e de sons anormais, tais como cavidades, sola dupla e parede oca. 
 Exames auxiliares podem ser pertinentes em alguns casos, 
considerando-se a propriedade, o tipo de exploração e os animais envolvidos, 
pois, a detecção da causa da laminite, pode ser fundamental na profilaxia de 
novos casos (SILVA et al., 2004). Segundo Underwood; Borges (1992 apud 
Silva et al., 2004) a análise laboratorial do sangue, hematócrito e hemograma, 
associada ao exame de fluido ruminal são determinantes no diagnóstico. De 
acordo com Corbellini (1994) há necessidade de se avaliar o envolvimento das 
deficiências minerais, por meio das dosagens destes no sangue. Alterações 
hematológicas, bioquímicas e do fluido ruminal são observadas nas diferentes 
fases de manifestação da laminite, especialmente na fase aguda, em 
conseqüência da acidose ruminal (SILVA et al., 2004), sendo a análise do 
fluido ruminal importante nestes casos onde, observa-se reduções severas no 
 57
 
pH do rúmen, decréscimo na atividade dos protozoários, acréscimo das 
bactérias Gram positivas sobre as Gram negativas e diminuição da taxa de 
sedimentação do conteúdo ruminal (UNDERWOOD, 1992 apud SILVA et al., 
2004; GAYLE et al., 2001) utilizaram exame radiológico para diagnosticar 
casos de rotação de falange, em laminite crônica. 
 
3.2.7. Tratamento 
 
O tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível e busca remover a 
causa ou fator predisponente e o alívio da dor. É fundamental tratar o distúrbio 
digestivo, combater a toxemia, manter a hidratação e corrigir o desequilíbrio 
ácido-básico (NICOLETTI, 2004). 
 Os princípios gerais da terapia estão voltados para a eliminação da 
causa, promoção da circulação digital, redução da tensão sobre as lâminas, e 
administraçãode agentes antiinflamatórios não-esteróides, objetivando 
minimizar a inflamação, a necrose digitais e o alívio da dor (SMITH, 1993). 
O tratamento de animais portadores de laminite aguda deve ser 
considerado uma emergência, pois, a degeneração laminar está em curso e o 
retardo de alguns dias pode significar a diferença entre o desfecho bem 
sucedido e o fracasso. A alimentação com grãos deve ser controlada, 
associando-se forragem verde à dieta. Recomenda-se administrar laxante ou 
purgante a animais que ingerirem elevadas quantidades de grãos, além da 
fluidoterapia com soluções hidoeletrolíticas (BLODD; RADOSTITS, 1991; 
SMITH, 1993; REBHUN, 2000; NICOLETTI, 2004). 
O controle da dor deve ser feito à base de analgésico e antiinflamatório 
não-esteróide, como o ácido acetilsalicílico na dose de 15 a 100 mg/kg, oral, 
duas vezes ao dia; flunixim meglumine na dose de 1,1 a 2,2 mg/kg/dia, 
intravenoso, durante três dias ou na dose anti-endotoxêmica de 0,25 mg/kg, 3 a 
4 vezes por dia, pela via intramuscular, durante 5 dias; fenilbutazona pode ser 
administrada na dose de 4,5 a 9,0 mg\kg, por via intravenosa, a cada 48 horas 
ou 10 mg/kg, por via oral cada 48 horas, repetindo 2 a 3 aplicações. Em 
bovinos, a meia vida média da fenilbutazona é de 36 a 72 horas, portanto 
nessa espécie, o fármaco não deve ser repetido em intervalo menor que 36 a 
48 horas, e não mais que 2 ou 3 aplicações. O dimetilsulfóxido (DMSO) pode 
 58
 
ser administrado diariamente na dose de 0,2 a 1,0 g/kg, durante 2 a 3 dias, por 
via intravenosa. Recomenda-se ainda a utilização de anti-histamínicos, como a 
prometazina, na dose de 1,1 mg/kg, intravenoso ou intramuscular, nas 
primeiras 48 horas do início do tratamento. O uso prolongado de 
antiinflamatórios não-esteróides pode causar irritação, ulceração, hemorragia 
ou perfuração do abomaso (NICOLETTI, 2004). Os corticosteróides foram 
amplamente utilizados, mas não fazem mais parte de tratamento, pois reduzem 
a síntese de proteínas e podem potencializar a vasoconstrição periférica e a 
microtrombose (SILVA et al., 2004). 
Como terapia de suporte, Smith (1993) sugeriu a inclusão de biotina e 
metionina, devido aos seus efeitos sobre a queratinização, além da utilização 
de microelementos com o cobre, zinco e selênio. 
 O tratamento das lesões secundárias, como a úlcera de sola, tem o 
objetivo de reduzir ao máximo a pressão sobre a mesma, por meio do 
casqueamento e colocação de taco de madeira na unha não afetada. A erosão 
de talão deve ser tratada por remoção dos tecidos córneos, retirada das 
fissuras e das lesões da sola, pedilúvio, seguido da aplicação de adstringente, 
antibiótico, colocação de bandagens, bem como sua cobertura com emulsão 
asfáltica impermeabilizante, colocando-se o animal em local limpo e seco 
(GREENOUGH, 1997; CUNHA, 2000; FERREIRA, 2003). 
O tratamento local tópico apresenta bons resultados na maioria das 
lesões os utilizando-se: oxitetraciclina, lincomicina, sulfa e penicilina, devendo-
se optar pela utilização de produtos em pó. Após a aplicação do antibiótico 
local deve-se utilizar uma faixa, por no máximo 3 dias, para manter o produto 
em contato com a área lesada (DIAS; MARQUES, 2005). 
Muitas vezes a antibioticoterapia parenteral é uma alternativa 
importante, sendo comum a falta de cuidados em relação à dose e ao período 
de tratamento, ocasionando uma baixa eficiência do tratamento. Os fármacos 
que apresentam bons resultados para o tratamento de lesões podais são 
tetraciclinas, tilosina, sulfa, penicilinas, cefalosporinas e florfenicol (DIAS; 
MARQUES, 2005). 
 
3.2.8. Profilaxia e controle 
 
 59
 
A laminite produz perdas econômicas consideráveis e, sem dúvida, é 
uma enfermidade importante para a pecuária mundial, especialmente para os 
rebanhos leiteiros. Vários métodos de profilaxia e controle são sugeridos, como 
a preparação dos cascos antes da entrada dos animais em um novo ambiente, 
desinfecção e endurecimento regular dos cascos por passagem em pedilúvio 
com sulfato de cobre 5 a 10% e aldeído fórmico a 3%, dois a quatro 
casqueamentos por ano, preparação dos animais em estrados de madeira para 
os casos de permanência em lugares sem cama, manutenção de fichas-
controle dos animais onde sejam anotados o estado dos cascos e os 
tratamentos (DIRKSEN; GRÜNDER; STÖBER, 1993). 
 O pedilúvio, o “lava-pés” e casqueamento preventivo são alternativas de 
controle das doenças do casco, deveriam ser incluídas na rotina da fazenda, de 
modo que todas as vacas em idade adulta participem do programa de 
prevenção (DIAS; MARQUES, 2005). 
 O pedilúvio é uma excelente ferramenta de manejo para prevenir, 
controlar e, em alguns casos, até mesmo para tratar as afecções de casco. A 
maioria dos produtos utilizados no pedilúvio tem características fungicidas e 
bactericidas, como o formol que é o produto mais recomendado, uma vez que 
endurece o casco, dando maior resistência, além da ação bactericida e 
fungicida, apresentando o melhor custo/benefício. O sulfato de cobre é outro 
produto que apresenta bons resultados quando utilizado no pedilúvio, sendo a 
sua principal limitação a baixa resistência à presença de matéria orgânica, que 
o inativa após a passagem de 50 animais pela solução (DIAS; MARQUES, 
2005). 
O “lava-pés” nada mais é que um pedilúvio contendo apenas água, que 
deve ser localizado antes do pedilúvio com medicamento. O objetivo de sua 
utilização é remoção as sujidades grosseiras do casco e estimular o animal a 
defecar antes de entrar no pedilúvio. Dessa forma, pode-se minimizar a rápida 
contaminação da solução química utilizada no pedilúvio, aumentando a sua 
meia-vida (DIAS; MARQUES, 2005). 
A freqüência de utilização varia de acordo com a incidência de lesões de 
casco encontrada em cada rebanho, com a época do ano, verão ou inverno, e 
com o tipo de instalação. De maneira geral, a freqüência recomendada de 
utilização do pedilúvio preventivo, em propriedades que não apresentam muitos 
 60
 
problemas de casco, é duas vezes por semana. É importante destacar que 
grandes confinamentos em Free stall, a necessidade do pedilúvio é 
significativamente maior (NICOLETTI, 2004; DIAS; MARQUES, 2005). 
O local onde o pedilúvio e o “lava-pés” serão construídos é de extrema 
importância para a eficiente utilização destes. Deve-se posiciona o “lava-pés” 
cerca de 2 metros de distância anterior ao pedilúvio, sendo que a localização 
deve assegurar a passagem diária de todas as vacas em lactação, sendo o 
local ideal o corredor de saída da ordenha, evitando-se muito próximo, a fim de 
evitar tráfego no local. Um detalhe importante é assegurar boa limpeza na 
saída do pedilúvio, evitando áreas onde possa ocorrer grande acúmulo de 
fezes (DIAS; MARQUES, 2005). 
 Soluções complexas, misturando vários tipos de produtos, devem ser 
evitadas, uma vez que não se conhecem as reações químicas que 
possivelmente ocorrem entre elas e, também, devido ao aumento dos custos 
do pedilúvio (DIAS; MARQUES, 2005). 
 Ebeid. (1993 apud Silva et al, 2004) acrescentam alguns pontos na 
prevenção da laminite, como, exercício das vacas durante o período de 
alimentação pré e pós-parto, mudança gradativa na alimentação neste período, 
acesso adequado a um volumoso de boa qualidade, livre acesso ao sal mineral 
para estimular a produção de saliva e administração de volumoso com teor de 
fibra adequado. 
A administração de 18 a 20% de fibra para vacas leiteiras e 10 a 14% 
para bovinos de corte, além do uso de 1% de bicarbonato de sódio em rações 
ricas em concentrados, ajuda na manutenção do pH ruminal (DIRKSEN; 
STÖBER, 1993). 
 
3.2.9. Relato de caso e discussão 
 
O período de estágio curricularobrigatório foi realizado em duas etapas, 
sendo a primeira na Policlínica Veterinária Pioneiros, em Carambeí-PR e a 
segunda na MasterVet, em Orizona-GO. Durante o estágio os problemas de 
casco se destacaram como uma das principais afecções, principalmente a 
laminite, ocorrendo maioria dos casos nas criações de gado de leite, causando 
prejuízos, como, queda na produção leiteira, pior escore corporal, maior 
 61
 
intervalo entre partos e número de serviços por prenhez, elevando a taxa de 
descarte ou de descarte precoce dos rebanhos, prejuízos estes que se somam 
às perdas relativas aos custos de tratamento de US$ 44, 68 por animal 
(NICOLETTI et al., 2001; FERREIRA, 2003). Segundo Ramos. (1999 apud 
Silva et al., 2004) o custo do tratamento de lesões podais em rebanhos da raça 
Girolanda mantidos em manejo semi-intesivo, é de R$ 133, 29 por animal. 
Na Policlínica Veterinária Pioneiros, em Carambeí-PR, o médico 
veterinário Marcelo Urso, que é o casqueador da região diagnosticou 17 casos 
de laminite em um total de 35 animais examinados em uma manhã. Segundo o 
veterinário é uma afecção bastante comum na região, causando prejuízos na 
produção de leite, concordando com Silva et al. (2004). Os animais ficavam 
confinados em Free stall, (figura 17) recebendo dieta a base principalmente de 
carboidratos, o que pode resultar em distúrbios digestivos e metabólicos 
generalizado, excessiva fermentação ruminal com grande produção de ácidos 
graxos voláteis (AGV), ocorrendo queda do pH ruminal (abaixo de 5,5), levando 
ao surgimento de lesões podais conseqüentes a laminite, concordando com 
Blodd; Radostits, 1991; Fraser, 1991; Smith, 1993; Coberllini, 1994; Nocek, 
1994; Silva et al., 1997; Riet-Correa, 2001; Silva et al., 2002b. 
 
 
 Em Orizona-GO foram diagnosticados 15 casos de laminite, de um total 
de 37 animais examinados, e de acordo com o médico veterinário Rogério 
Oliveira Correia, o número de casos na região tem aumentado, devido a 
tecnificação, criação de um rebanho mais puro e a melhora no manejo com 
plantio de milho para silagem e o uso de concentrado na alimentação dos 
animais. Sendo a região de Orizona-GO a segunda maior produtora de leite de 
Goiás, onde muitos fazendeiros estão mudando para um manejo semi-intensivo 
e alguns para manejo intensivo Free-stall, observa-se aumento do número de 
afecções podais, principalmente laminite, que causam grandes perdas, mesmo 
em criações não muito especializadas. 
 
 62
 
 
Figura 17 - Animais confinados no Free-stall, em Carambeí-PR. 
 
A laminite pode ser classificada em subclínica, aguda, subaguda e 
crônica, sendo a forma mais comum de laminite no gado leiteiro a subclínica, 
cujas principais alterações são hemorragias de sola, úlcera de sola, sola dupla, 
erosão dos talões, doença da linha branca, fissuras ou rachaduras verticais ou 
horizontais e deformações no estojo córneo (NICOLETTI, 2004; SMILIE et al., 
1996 apud SILVA et al., 2004). Na Policlínica Veterinária Pioneiros, em 
Carambeí-PR, a freqüência de animais acometidos de lesões podais 
conseqüentes a laminite foi 48,5% (17/35), sendo a hemorragia de sola e a 
úlcera de sola as alterações podais mais freqüentes (Tabela 21). Na 
MasterVet, em Orizona-GO, a freqüência de animais acometidos de lesões 
podais conseqüentes a laminite foi 40,5%, sendo a erosão de talão e a úlcera 
de sola as alterações podais mais freqüentes (Tabela 22). 
 
Tabela 22 - Freqüência das lesões podais secundárias à laminite, durante o 
estágio curricular supervisionado na Policlínica Veterinária 
Pioneiros, em Carambeí/PR, na área de clínica, cirurgia e 
reprodução de bovinos de leite, no período de 17 de julho a 15 
de setembro de 2006 
 
Lesão podal Nº de casos Freqüência (%) 
Doença da linha branca 2 11,76 
Erosão de talão 3 17,64 
 63
 
Hemorragia de sola 5 29,41 
Sola dupla 2 11,76 
Úlcera de sola 5 29,41 
Total 17 100 
 
Tabela 23 - Freqüência das lesões podais secundárias à laminite, durante o 
estágio curricular supervisionado na MasterVet, em Orizona/GO, 
na área de clínica, cirurgia e reprodução de grandes animais, no 
período de 02 a 26 de outubro de 2006 
 
Lesão podal Nº de casos Freqüência (%) 
Doença da linha branca 1 6,66 
Erosão de talão 6 40 
Hemorragia de sola 2 13,33 
Sola dupla 2 13,33 
Úlcera de sola 4 26,66 
Total 15 100 
 
 Nos dois locais de realização do estágio, os médicos veterinários 
realizavam o diagnóstico por visualização dos animais que apresentavam 
claudicação, que eram levados ao tronco de casqueamento, tinham os cascos 
bem limpos com maravalha ou água corrente e examinados por inspeção, 
palpação, movimentação articular, pressão com pinça de casco, limpeza 
superficial da sola com rineta suíça e verificada a presença de lesão, que era 
exposta com auxílio de uma rineta convencional, de acordo com Silva et al., 
(2001b); Ferreira (2003) e Garcia (1996 apud Silva et al., 2004). 
O tratamento das lesões, como a úlcera de sola, foi realizado através do 
casqueamento, com limpeza superficial da muralha nos sentidos axial, abaxial 
e dorsal, e da sola com auxílio de uma rineta convencional, torquês e lixadeira, 
removendo-se o estrato córneo original ao redor da lesão, fazendo um sulco 
bem profundo ao redor da úlcera de sola, com isto diminuindo a área de 
contato da lesão com o solo, para facilitar o recobrimento com o estrato córneo 
neoformado. Para se evitar o acúmulo de matéria orgânica debaixo da sola e 
sobre a lesão, foi aplicado pasta a base de óxido de zinco9 e oxitetraciclina em 
pó10, feita bandagem com faixa e recoberta com alcatrão vegetal11 
concordando com Greenough (1997); Cunha (2000) e Ferreira, (2003). Não foi 
fixado taco de madeira, na unha saudável, pois segundo os dois médicos 
 64
 
veterinários, a colocação do taco sobrecarrega o peso em um dígito, 
prejudicando a integridade do dígito que fica apoiado ao taco. As outras lesões 
podais foram tratadas por remoção dos tecidos córneos e das lesões da sola, 
administração de 10 mg/kg de tilosina12, via intramuscular profundo, dose 
única, seguidas de aplicação de pasta a base de óxido de zincos9, 
oxitetraciclina em pó10 e colocação de bandagens, bem como sua cobertura 
com alcatrão vegetal impermeabilizante11 de acordo com Greenough (1997); 
Cunha (2000) e Ferreira, (2003). 
O uso do pedilúvio é um procedimento de rotina no controle das 
afecções dos cascos, atuando principalmente na prevenção de doenças 
infecciosas dos cascos. No estágio utilizou-se formol13 a 3% e sulfato de 
cobre14 a 5%, com a passagem dos animais pelo pedilúvio duas vezes por 
semana, sempre após a ordenha. Segundo relato dos proprietários dos dois 
locais do estágio, a utilização do pedilúvio nas propriedades preventivamente 
diminui os prejuízos provocados pelas afecções dos cascos. 
O médico veterinário Rogério Oliveira Correia preconiza além do 
tratamento das lesões podais, o controle de fatores predisponentes como a 
alimentação, e tratamento precoce de metrite, mastite, cetose além da 
inspeção das instalações, evitando excesso de umidade, fezes, urina, pedras e 
outros, visando que os animais tenham conforto, concordando com Greenough 
et al., (1990); Smith, (1993); Rebhun, (2000); Riet-Correa, (2001). 
Os tratamentos usados pelos dois médicos veterinários foram 
adequados, pois quase todos os animais se recuperaram. Nos casos de úlcera 
de sola, foi realizado um sulco bem profundo ao redor da úlcera e bom 
casqueamento, corrigindo o aprumo dos animais, e os animais tiveram boa 
recuperação, tanto das úlceras de sola como das outras afecções podais, 
mostrando-se adequado para correção de lesões podais secundárias a 
laminite. Mesmo pela diferençade manejo observado em Carambeí-PR, como 
em Orizona-GO, este tratamento pode ser utilizado em qualquer sistema de 
criação de bovinos. 
 
 
 
 
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4. FONTES DE AQUISIÇÃO 
 
 
1Digevet – Laboratório Prado S/A. Curitiba – PR. 
2Buscopan Composto – Boehringer Ingelheim do Brasil Quim. e Farm. Ltda. 
São Paulo – SP. 
3Dopaser – Laboratórios Calier do Brasil Ltda. Osasco – SP. 
4CB-30 – Ouro Fino Saúde Animal Ltda. Ribeirão Preto – SP. 
5Anestésico em pó – Tec Pharma Ltda. São Paulo – SP. 
6Pencivet PPU – Intervet S/A. São Paulo – SP. 
7Bactrovet Prata AM – König do Brasil Ltda. São Paulo – SP. 
8Ungüento Pearson – Pearson Saúde Animal Ltda. São Paulo – SP. 
9Hipoglós – Biolab Ltda. São Paulo – SP. 
10Terraplus – Nutribras. Curitiba – PR. 
11Ungüento Friezol – Pinus Prod. Quim. e Farm. Ltda. Jundiaí – SP. 
12 Tylex – Indústria Farmacêutica Vitalfarma Ltda. São Sebastião do Paraíso – 
MG. 
13Formol – Start Química Ltda. Uberlândia – MG. 
14Sulfato de Cobre - Start Química Ltda. Uberlândia – MG. 
 
 
 
 
 
 66
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. CONCLUSÃO 
 
 
O estágio curricular obrigatório é uma etapa importante no de curso de 
Medicina Veterinária, onde colocamos em prática os conhecimentos que 
aprendemos na faculdade, adquirimos novos ensinamentos e experiências, 
para que no futuro possamos olhar para trás e ver como foi importante a 
formação acadêmica. É no estágio obrigatório que adquirimos prática, 
conhecimentos e confiança para trabalhar à campo. 
A faculdade me proporcionou uma formação profissional, com bons 
professores, ótimas instalações e aulas práticas, contudo, no estágio curricular 
conhecir instituições reconhecidas e profissionais competentes que estão 
trabalhando à campo, há muito tempo, que me ensinaram conhecimentos 
diversos em várias áreas, e pude adquirir confiança e maturidade para 
diagnosticar e tratar, as mais diferentes afecções que da bovinocultura de leite. 
A bovinocultura de leite é uma área que demanda novas tecnologias e 
estudos, para sempre estar melhorando a produtividade, o potencial genético e 
a prevenção de doenças. Como profissional, viso trabalhar de acordo com as 
normas éticas e valores morais que meus professores me ensinaram, fazendo 
da medicina veterinária uma profissão de grandes realizações e descobertas. 
 
 
 67
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANEXO 02 
 
Certificado de realização de Estágio Curricular Supervisionado na 
MasterVet, em Orizona/GO, na área de clínica, cirurgia e reprodução de 
grandes animais, no período de 02 a 26 de outubro de 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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