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PSICOFARMACOLOGIA 
 
Livro - Stahl, Psicofarmacologia: bases neurocientíficas e aplicações 
práticas 
 
DMS-5 
Os critérios diagnósticos dos transtornos 
mentais são baseados numa diretriz a chamada DSM 
(Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos 
Mentais) da American Phychiatric Association. Esse 
resumo é baseado na quinta edição, DSM-5. 
TRANSTORNOS PSICÓTICOS – DSM-5 
Segundo a DSM-5 para que um paciente seja 
diagnosticando com algum transtorno psicótico ele deve 
apresentar anormalidade em um ou mais domínios 
listados a baixo: 
 Delírios 
 Alucinações 
 Desorganização do pensamento (discurso) 
 Comportamento motor grosseiramente 
desorganizado ou anormal (incluindo catatonia) 
 Sintomas negativos 
Esses domínios podem ser agrupados em outra 
classificação, na qual delírios, alucinações, 
desorganização do pensamento e comportamento 
motor formam o bloco dos sintomas positivos. Além 
disso, apesar de não ser um fator determinístico no 
diagnóstico os sintomas cognitivos podem ser 
observados na prática, como déficits na atenção, 
memória e atenção seletiva. 
DELÍRIOS 
 Os delírios são definidos como crenças fixas, não 
passíveis de mudança à luz de evidências conflitantes. 
Os delírios podem ser persecutórios, de referencia, de 
grandeza, erotomaníacos, niilistas, somáticos, bizarros 
ou de controle. 
 Delírios persecutórios – Crença de que o 
indivíduo irá ser prejudicado, assediado, e assim 
por diante, por outra pessoa, organização ou 
grupo. 
 Delírios de referencia – Crença de que alguns 
gestos, comentários, estímulos ambientais, e 
assim por diante, são direcionados à própria 
pessoa. 
 Delírios de grandeza – Quando uma pessoa crê 
que tem habilidades excepcionais, riqueza ou 
fama. 
 Delírios erotomaníacos – Quando o indivíduo 
crê falsamente que outra pessoa está 
apaixonada por ele. 
 Delírios niilistas – Envolvem a convicção de que 
ocorrerá uma grande catástrofe. 
 Delírios somáticos – Concentram-se em 
preocupações referentes à saúde e à função dos 
órgãos. 
 Delírios bizarros – Delírios são considerados 
bizarros se claramente implausíveis e 
incompreensíveis por outros indivíduos da 
mesma cultura, não se originando de 
experiências comuns da vida. Um exemplo de 
delírio bizarro é a crença de que uma força 
externa retirou os órgãos internos de uma 
pessoa, substituindo-os pelos de outra sem 
deixar feridas ou cicatrizes, além disso, podem 
ser incluídas nessa classificação as ideias de 
retirada e inserção de pensamentos e controle 
da mente. 
 ALUCINAÇÕES 
Alucinações são experiências semelhantes à 
percepção que ocorrem sem um estímulo externo. São 
vívidas e claras, com toda a força e o impacto das 
percepções normais, não estando sob controle 
voluntário. Podem ocorrer em qualquer modalidade 
sensorial, embora as alucinações auditivas sejam as mais 
comuns na esquizofrenia e em transtornos relacionados. 
 
Matheus Damasceno - @damapay 
DESORGANIZAÇÃO DO PENSAMENTO 
A desorganização do pensamento (transtorno do 
pensamento formal) costuma ser inferida a partir do 
discurso do indivíduo. Este pode mudar de um tópico a 
outro (descarrilamento ou afrouxamento das 
associações). As respostas a perguntas podem ter uma 
relação oblíqua ou não ter relação alguma 
(tangencialidade). Raras vezes, o discurso pode estar tão 
gravemente desorganizado que é quase 
incompreensível, lembrando a afasia receptiva em sua 
desorganização linguística (incoerência ou “salada de 
palavras”). 
COMPORTAMENTO MOTOR GROSSEIRO 
Comportamento motor grosseiramente 
desorganizado ou anormal pode se manifestar de várias 
formas, desde o comportamento “tolo e pueril” até a 
agitação imprevisível. Os problemas podem ser 
observados em qualquer forma de comportamento 
dirigido a um objetivo, levando a dificuldades na 
realização das atividades cotidianas. Comportamento 
catatônico é uma redução acentuada na reatividade ao 
ambiente nela o paciente pode se apresentar com uma 
postura rígida ou parada sem apresentar resposta, pode 
apresentar uma atividade motora excessiva, a chamada 
excitação catatônica ou apresentar movimentos 
estereotipados repetitivos como olhar fixo, caretas, eco 
na fala etc. 
SITOMAS NEGATIVOS 
 Sintomas negativos respondem por uma porção 
substancial da morbidade associada à esquizofrenia, 
embora sejam menos proeminentes em outros 
transtornos psicóticos. Dois sintomas negativos são 
especialmente proeminentes na esquizofrenia: 
expressão emocional diminuída e avolia. Expressão 
emocional diminuída inclui reduções na expressão de 
emoções pelo rosto, no contato visual, na entonação da 
fala (prosódia) e nos movimentos das mãos, da cabeça e 
da face, os quais normalmente conferem ênfase 
emocional ao discurso. A avolia é uma redução em 
atividades motivadas, autoiniciadas e com uma 
finalidade. A pessoa pode ficar sentada por períodos 
longos e mostrar pouco interesse em participar de 
atividades profissionais ou sociais. Outros sintomas 
negativos incluem alogia, anedonia e falta de 
sociabilidade. A alogia é manifestada por produção 
diminuída do discurso. A anedonia é a capacidade 
reduzida de ter prazer resultante de estímulos positivos, 
ou degradação na lembrança do prazer anteriormente 
vivido. A falta de sociabilidade refere-se à aparente 
ausência de interesse em interações sociais, podendo 
estar associada à avolia, embora possa ser uma 
manifestação de oportunidades limitadas de interações 
sociais. 
TIPOS DE TRANSTORNOS 
 Transtorno (da Personalidade) Esquizotípica - O 
diagnóstico de transtorno da personalidade 
esquizotípica engloba um padrão global de 
déficits sociais e interpessoais, incluindo 
capacidade reduzida para relações próximas, 
distorções cognitivas e perceptivas e 
excentricidades comportamentais, 
frequentemente com início no começo da fase 
adulta, embora, em certos casos, o início ocorra 
na infância e na adolescência. Anormalidades de 
crenças, pensamento e percepção estão abaixo 
do limiar para o diagnóstico de um transtorno 
psicótico. 
 Transtorno Delirante - O transtorno delirante 
caracteriza-se por pelo menos um mês de 
delírios, ainda que nenhum outro sintoma 
psicótico esteja presente. 
 Transtorno Psicótico Breve – É aquele que dura 
mais de um dia e remite em um mês. 
 Transtorno Esquizofreniforme - caracteriza-se 
por uma apresentação sintomática equivalente à 
da esquizofrenia, exceto pela duração (menos 
de seis meses) e pela ausência de exigência de 
declínio funcional. 
 Esquizofrenia - A esquizofrenia dura pelo 
menos seis meses, incluindo ao menos um mês 
de sintomas da fase ativa. 
 Transtorno Esquizoafetivo - No transtorno 
esquizoafetivo, um episódio de humor e 
sintomas da fase ativa da esquizofrenia ocorrem 
concomitantemente, tendo sido antecedidos ou 
seguidos de pelo menos duas semanas de 
delírios ou alucinações sem sintomas 
proeminentes de humor. 
 Transtorno Psicótico Induzido por 
Substância/Medicamento. – Nesse caso os 
sintomas psicóticos são entendidos como 
consequência fisiológica de uma droga de abuso, 
um medicamento ou exposição a uma toxina, 
cessando após a remoção do agente. 
ESQUIZOFRENIA 
 
Parte da biografia de Louis Wain, artista britânico que sofria de 
algum transtorno mental, possivelmente esquizofrenia. O texto trás 
uma reflexão sobre o impacto desse transtorno sobre suas obras. 
A esquizofrenia é um dos principais, se não o 
principal, transtorno de cunho psiquiátrico e também 
um dos mais longamente estudadas já em 1893 o 
psiquiatra alemão Emil Kraepelin deu a primeira 
definição para esse transtorno definindo o como uma 
demência precoce, pois à época era atribuída a 
esquizofrenianas áreas da 
amigdala, CPFVM e as ideais suicidas tem os mesmos 
circuitos com a adição do córtex orbito frontal. 
 
MAPA DESSE CIRCUITO 
 
 
 
 
 
 
 
O esquema abaixo trás exemplos de fármacos 
usados na modulação desses circuitos e seus respectivos 
sintomas. 
 
 IRND – Inibidor de receptação de NA e DA 
 IRN – Inibidor de receptação de NA 
 IRSN – Inibidor de receptação de 5HT e NA 
 IMAO – Inibidor da MAO 
 
INIBIDORES DA EZIMA MONOAMINOXIDASE (IMAO) 
 Os primeiros antidepressivos clinicamente 
efetivos a serem descobertos foram os inibidores da 
enzima monoamina oxidase (MAO). Foram descobertos 
acidentalmente, quando se observou que um fármaco 
antituberculose ajudava a aliviar a depressão 
concomitante em alguns dos pacientes portadores de 
tuberculose. Foi constatado, enfim, que esse fármaco 
antituberculose, a iproniazida, atuava na depressão ao 
inibir a enzima MAO. Todavia, a inibição da MAO não 
estava relacionada com suas ações antituberculose. 
 As monoaminoxidases são enzimas responsáveis 
pela degradação das catecolaminas, existem duas 
isoformas dessa enzima a MAO-A e a MAO-B. A MAO-A 
tem maior preferencia pela metabolização de 5-HT e NA 
enquanto que a MAO-B por DA e Histamina. Os IMAO 
vão atuar inibindo a enzima MAO e assim aumentam a 
biodisponibilidade dos neurotransmissores. 
MECLOBEMIDA – AURORIX® 
 Inibidor reversível seletivo da MAO-A 
 Tem efeito pouco sedativo e não afeta atenção e 
a reação. 
TRANILCIPROMINA - PARNATE® 
 Inibidor da MAO irreversível não seletivo 
 Na interrupção da terapia a recuperação da 
atividade é em cerca 3 a 5 dias. 
SELEGILINA - JUMEXIL® 
 Inibidor irreversível seletivo da MAO-B 
 Mais utilizado no tratamento do mal de 
Parkinson 
 Por aumentar a DA no NAC pode causar 
hipersexualização. 
FARMACOCINÉTICA IMAO 
 Via Oral: boa absorção. 
 Distribuição: concentração no fígado, cérebro e 
coração. 
 Meia-Vida: algumas horas. 
 Inibição Irreversível: dosagem plasmática de 
pouca utilidade. 
 Recuperação: 10 a 20 dias. 
 
 
 
CARACTERISTICAS DOS IMAO 
 Alto índice de resposta e remissão: 70 – 80% 
 Resposta ou remissão em oito semanas. 
 Início de ação tardio: duas semanas. 
 Efeitos adversos após 60 minutos. 
 Contraindicação em cardiopatas. 
 Resposta boa em “depressão sintoma” 
EFEITOS COLATERAIS 
 SNC 
 Insônia, Irritabilidade, Agitação; 
 Conversão da depressão inibida em 
ansiosa ou agitada (risco de suicídio) 
 Conversão da depressão em hipomania 
ou mania 
 SNA 
 Xerostomia, Retenção Urinária, 
Constipação. Impotência Sexual, 
Ejaculação Precoce, Hipotensão 
Ortostática 
 SCV 
 Síndrome hipertensiva; Vasoespasmo 
coronariano. 
 OUTROS 
 Síndrome tipo lúpus (hidrazinas) 
 Hepatotoxicidade 
 Discrasias Sanguíneas 
 Reações Patológicas da pele (Síndrome 
de Stevens Johnson). 
 
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA 
Todas as substancias que aumentam o tônus simpático 
irão interagir com os IMAO. 
REAÇÃO DOS QUEJOS E VINHOS 
 É a crise hipertensiva gerada quando um 
paciente que faz uso de IMAO consome alimentos que 
possuam tiramina. A tiramina pode servir de substrato 
para formação de NA. Com a inibição da MAO se tem 
mais tiramina disponível servindo de precursora da NA 
elevando a pressão arterial do paciente. 
Alimentos ricos em tiramina são: 
 Alimentos ricos em proteinas maturadas ou em 
decomposição; 
 Queijos e Coalhadas; 
 Vinhos (chianti ou xerez) e Cervejas; 
 Arenque defumado; 
 Fígado; 
 Chocolate; 
 Molho de Soja; 
 Feijão e Fava; 
 Extrato de Lêvedo; 
 Figos enlatados, Passas, Bananas e Abacates 
(sobretudo se muito maduros) 
 
CONTRA INDICAÇÕES 
 Hipertensão Arterial 
 História pregressa de AVC 
 Antecedentes de Insuficiência Hepática e 
Icterícia. 
 Prudência em TOXICOMANIA e em ETILISMO 
Crônico. 
ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS 
 Os antidepressivos tricíclicos são inibidores 
alostéricos dos transportadores de receptação NAT e 
SERT, assim as catecolaminas e serotonina permanecem 
mais tempo na fenda sináptica. 
 
Além da inibição das bombas de receptação 
esses fármacos também competem reversivelmente por 
receptores H1, Muscarínico e -adrenérgico e causam 
 H1 – sedação e ganho de peso 
 M – constipação, retenção urinária, xeroftalmia 
xerostomia. 
 1 – hipotensão postural, atraso da ejaculação. 
 A2 - ↑ liberação de NA. 
A atuação no SNS trás outros problemas como 
os tricíclicos bloqueiam o NAT aumentam a bio 
disponibilidade de NA na fenda, entretanto 
fisiologicamente quando isso ocorre os receptores 2 no 
terminal pré-sináptico fazem a autoregulação da 
sinapse, a NA se liga ao 2 que por sua vez inibe a 
exocitose, porém os tricíclicos também inibem o 2, 
assim ocorre intensa liberação de NA pela falta de 
estímulos inibitórios só que esse mecanismo não para 
por ai, os tricíclicos também atuam em 1 e desse modo 
só sobram os receptores β1 que recebem grande 
estimulo desse modo o paciente pode desenvolver uma 
taquicardia em repouso. 
 
 Os ADT também aumentam a dopamina no 
córtex pré-frontal com isso há o aumenta o afeto 
positivo. 
 
FARMACOCINÉTICA 
 Via Oral: boa absorção, completa em 4 horas. 
 Biodisponibilidade: 60 – 80% 
 Ligação a proteinass (-1-glicoptn ácida): 75 - 
97% 
 Distribuição: fígado, cérebro e coração. 
 Meia-Vida: 20 - 30 horas. 
 Steady state: após 5 T1/2 (1 semana ou mais). 
 BIOTRANSFORMAÇÃO N-desmetilação, 
Hidroxilação. 
EFEITOS COLATERAIS - SNC 
Apresentam risco de Vida se usados em excesso. 
 Virada do humor nos pacientes bipolares; 
 Psicose tóxicas (idosos); 
 sedação (Amitriptilina, Doxepina); 
 Agitação e insônia; 
 remores finos; 
 Crises convulsivas (1 - 4%) 
 Mania ou Psicose Tóxica: Suspensão e 
Tratamento com Neurolépticos 
EFEITOS COLATERAIS - SNA 
Xerostomia, midríase, cicloplegia; exacerbação de 
glaucoma; poliaciúria, retenção urinária, constipação, 
íleo paralítico (Raro). 
Redução do desempenho sexual: 
 Ejaculação retardada e retrógrada (block ) 
 Disfunção erétil (5-HT) 
Efeitos Anti-ACh: 
 Fisostigmina (1 - 3 mg) ou (anti-AChe) 
 Betanecol (25 mg, 2 a 3 x dia) 
 Suspensão em caso de Íleo Paralítico ou 
Retenção Urinária. 
EFEITOS COLATERAIS – SCV 
As superdosagem tem efeito cardiotóxicos 
 Taquicardia 
 Alterações no ECG: 
 Arritmias 
 Hipotensão ortostática – contraindicado em 
idoso 
 Infarto agudo do miocárdio, morte súbida: É 
menos evidente em paciente que fazem uso da 
Nortriptilina 
OUTROS EFEITOS COLATERAIS 
 Icterícia Colestática Discreta (Imipramina) 
 Reações Alérgicas Cutâneas (Prurido, Urticária E 
Eritema) 
 Sudorese Excessiva 
 Agranulocitose Rara 
CONTRA INDICAÇÕES ABSOLUTAS 
 Glaucoma de Ângulo Fechado 
 Hiperplasia Prostática 
 Insuficiência Cardíaca Descompensada 
 Arritmias 
DROGAS QUE ALTERAM NÍVEIS PLASMÁTICOS DE ADT 
 
ANTIDEPRESSIVOS DE NOVA GERAÇÃO 
INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE 
SEROTONINA – ISRS 
 Fluoxetina, Sertralina, Paroxetina, Fluvoxamina, 
Citalopram, Escitalopram 
INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE 
NOREPINEFRINA – ISRN 
 Reboxetina 
INIBIDORES DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA E 
NOREPINEFRINA – IRSN 
 Venlafaxina, Desvenlafaxina, Duloxetina, 
Milnaciprano 
INIBIDORES DA RECAPTAÇÃO DE DOPAMINA E 
NOREPINEFRINA – IRDN 
 Bupropiona 
DESINIBIDORES DE SEROTONINA E NOREPINEFRINA – 
DSN 
 Mirtazapina, Mianserina, Trazodona, 
Nefazodona 
INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE 
SEROTONINA – ISRS 
Os ISRS atuam na inibição seletiva e potente da 
recaptação de serotonina, também conhecida como 
inibição do transportador de serotonina ou SERT. 
 Fluoxetina (Prozac®) 
 Paroxetina (Paxil®, Aropax®, Seroxat®) 
 Sertralina (Zoloft®) 
 Fluvoxamina (Luuvox®, Faverin®) 
 Citalopram (Celexa®, Cipramil®) 
 Escitalopram (Lexapro®, Cipralex®)Apesar da classificação esses fármacos possuem 
certa afinidade por receptores distintos. A Fluoxetina, 
por exemplo, possui afinidade por receptores 5-HT2C 
promovendo o seu antagonismo, além disso, a 
Fluoxetina também possui fraca ação bloqueadora sobre 
a receptação de NA através pelo NAT. 
 
A Sertralina tem ação inibitória sobre o 
transportador da dopamina DAT e afinidade ao receptor 
sigma-1 (σ1), a função dessa ligação ainda é bem 
elucidada, mas há hipóteses que sugerem que 
contribuam para os efeitos ansiolíticos e antipsicótico do 
fármaco. 
 
A Paroxetina possui ação anticolinérgica e fraca 
ação inibitória sobre o NAT, além de possuir ação 
inibitória sobre a enzima óxido nítrico sintetase. 
 
O Citalopram é uma mistura racêmica e tem leva 
ação anti-histamínica. 
 
Atualmente é uma das classes mais prescritas, 
pois é a que possui menos efeito adverso, o principal 
efeito adverso é a disfunção sexual. 
Essa disfunção ocorre porque no córtex existe 
uma região chamada de APOM – Área pré-optica medial, 
onde há projeções serotoninérgicas que modulam a 
libido. A serotonina atua em receptores 5-HT2A que é 
inibitório, quando a serotonina ativa esse receptor ele 
diminui a atividade dos neurônios dopaminérgicos. A DA 
é muito importante, principalmente no homem para a 
função sexual, assim a utilização de fármacos inibidores 
da receptação de serotonina aumentam a 
biodisponibilidade de serotonina, que vai diminuir 
atividade da DA nessa via causando disfunção erétil no 
homem e anorgasmia na mulher. 
 
 
FLUOXETINA 
Como introduzido anteriormente a fluoxetina 
possui certo grau de afinidade por outros receptores o 
que pode explicar muitas de suas propriedades. O 
bloqueio da ação da serotonina sobre os receptores 5-
HT2C promove a intensificação da liberação de DA e NA, 
promovendo um efeito energizante. Por conta desse 
mecanismo esse fármaco se torna mais apropriado para 
pacientes deprimidos que apresentam redução do afeto 
positivo, hipersonia, retardo psicomotor, apatia e fadiga. 
Além disso, o antagonismo da Fluoxetina sobre o 5-HT2C 
contribui para o seu efeito antibulimia. A fluoxetina é o 
único ISRS aprovado para o tratamento desse transtorno 
alimentar. 
Inibição do SERT 
 ○ Aumento dos níveis de 5-HT 
 Melhora o humor; 
 Reduz afeto negativo 
 Reduz ansiedade 
 Antagonismo Reversível 5-HT2c ○ + DA e NA 
 Melhora do Humor; 
 Aumenta o Afeto Positivo; 
 Reduz a Fadiga; 
 Melhora a Concentração e Atenção; 
 Reduz a Hipersonia; 
 Reduz a apatia e a anedonia; 
 Estabiliza o Comportamento Alimentar; 
 Pode aumentar a agitação, insônia e 
ansiedade. 
 Leve Inibição do NAT ○ Aumento dos níveis de 
NA 
 Melhora do Humor; 
 Efeitos citados anteriormente. 
Indicações 
 Todos os transtornos de humor; 
 Bulimia Nervosa; 
 Anorexia Nervosa; 
 Profilaxia da Enxaqueca; 
 Profilaxia da Depressão pós-AVC; 
 Dor Neuropática. 
Contraindicações 
 Hipersensibilidade conhecida ao fármaco; 
 Em pcts usando iMAOs 
 Em combinação com a Tioridazina 
Reações adversas: 
 Náuseas e cefaleias; 
 Diminuição do apetite; 
 Dor abdominal; 
 Insônia; 
 Nervosismo; 
 Disfunção sexual* 
 Bruxismo** 
*Sintomas mais prevalentes 
 Outro efeito adverso que pode ocorrer é a SEP 
associada a fluoxetina. No núcleo caldado e Putamen as 
projeções serotoninérgicas bloquem diminuem a 
liberação dopaminérgica pelos receptores 5-HT2A, com 
a utilização do fármaco a serotonina causa uma intensa 
estimulação desse receptor que deprime o drive de 
dopamina resulta em acatisia e tremor. 
 
Considerações no manejo Clínico 
 Em pacientes com DM, pode-se ter 
hipoglicemia, já que a NA aumenta a secreção 
de insulina pelo figado. 
 Risco de hiponatremia – diminuição de sódio 
 Orientação familiar sobre ideação suicida. 
 Risco de sangramentos. 
 Interações com iMAOs 
PAROXETINA 
 As propriedades inibitórias, mesmo que fracas, 
da paroxetina sobre o NAT contribuem para sua eficácia. 
A paroxetina inibe a enzima óxido nítrico sintetase, o 
que pode contribuir para a disfunção sexual, em especial 
nos homem. O seu efeito sedativo inicial é resultado da 
sua interação e bloqueio de receptores colinérgicos – 
M1, a interação com receptores colinérgicos pode gerar 
os efeitos adversos associados com esse sistema. 
 
Inibição do SERT 
 Aumento dos níveis de Serotonina 
 Melhora do Humor; 
 Reduz o Afeto Negativo; 
 Reduz a Ansiedade. 
 Leve Antagonismo Reversível dos receptores M1 
 Bloqueio da ação da Acetilcolina 
 Sedação Leve 
 Efeitos anticolinérgicos globais leves 
 Leve Inibição do NAT 
 Aumento dos níveis de NA 
 Melhora do Humor; 
 Efeitos citados anteriormente. 
 Inibição da NOS 
 Diminui a síntese de NO 
 Disfunção Sexual. 
Indicações 
 Transtornos de humor 
 Bulimia nervosa 
Contraindicações 
 Hipersensibilidade ao fármaco 
 Em pacientes em uso de IMAO 
 Em pcts usando Tioridazina ou pimozida 
Reações adversas 
 Anorgasmia, retardo ejaculatório e diminuição 
do desejo sexual; Boca seca, constipação e 
retenção urinária; Sonolência, cefaleia, tremor e 
tontura; Agitação, ansiedade e ganho de peso. 
Considerações no manejo 
 Pacientes com insuficiência hepática 
 Alerta em pacientes com historia de mania 
 Interações com IMAO 
SERTRALINA 
Ainda que possua interação com os 
transportadores de dopamina as ações inibitórias sobre 
o DAT são controversas, pois são mais fracas do que as 
ações inibitórias sobre o SERT. Por isso, alguns 
especialistas sugerem que a ocupação do DAT pela 
sertralina não é suficiente para ser clinicamente 
relevante suficiente ou não a interação e seus possíveis 
efeitos são mostrados mais adiante. Da mesma maneira 
a ação sobre o receptor sigma – 1é discutida há 
hipóteses que sugerem que essa interação estabilize as 
sinapses através da modulação dos canais de cálcio. 
Inibição do SERT 
 Aumento dos níveis de Serotonina 
 Melhora do Humor; 
 Reduz o Afeto Negativo; 
 Reduz a Ansiedade 
 Leve Inibição do DAT 
 Aumento dos Níveis de DA 
 Melhora a Motivação, a Energia e a 
Concentração 
 Melhora a Hipersonia 
 Ligação com os receptores sigma-1 
 Modulação da [Ca++], Estabilização 
Neuronal e Sináptica 
 Melhora do Humor; 
Indicações 
 Transtorno do Humor 
 Transtornos alimentares; 
Contraindicações 
 Hipersensibilidade conhecida ao fármaco; 
 Em pcts usando iMAOs 
 Em pcts usando Tioridazina ou pimozida 
Reações adversas 
 Náuseas; Boca seca; Cefaleia e Tontura; 
Diarreia; ○Disfunção Sexual; Insônia ou 
sonolência 
Considerações no Manejo Clínico 
 Pacientes com insuficiência hepática. 
 Alerta de ideação suicida, 
 Interações com iMAOs. ○ > 70 anos (SIADH) 
CITALOPRAM 
 O citalopram é uma mistura racêmica composta 
pelos enantiômeros R e S. Esses compostos antagonizam 
as ações entre si. O composto ativo responsável por 
inibir o SERT é o S enquanto que sua imagem especular, 
R, trabalha antagonizando suas ações . É a porção R que 
apresenta os efeitos anti-histamínicos. 
Inibição do SERT (S) 
 Aumento dos níveis de Serotonina 
 Melhora do Humor; 
 Reduz o Afeto Negativo; 
 Reduz a Ansiedade. 
 Competição pela ligação ao SERT (R) 
 Atenuação do aumento dos níveis de 
Serotonina 
 Redução da ação terapêutica final 
 Leve antagonismo dos receptores H1 
 Inibição da ação da histamina 
 Leve sedação 
Indicações 
 Transtorno do Humor ○ Transtornos 
alimentares; 
Contraindicações 
 Hipersensibilidade conhecida ao fármaco; 
 Em pcts usando iMAOs, tioridazina ou pimozida 
 Bradicardia, hipocalemia, hipomagnesemia, IAM 
recente ou IC descompensada. 
 Reações adversas 
 Náuseas; sudorese Boca seca; Cefaleia e 
Tontura; Retardo ejaculatório; Insônia ou 
sonolência 
Considerações no ManejoClínico 
 Quanto maior a doses - + risco de Arritmias. 
 Interações com iMAOs. 
 > ansiedade (inicial) 
 Desmame. 
 Interações com AINES e cimetidina 
Considerações finais sobre os ISRS 
A remissão dos sintomas acontece por volta de 
três a quatro meses após o inicio do tratamento, como 
atualização desses fármacos pode reduzir a dopamina na 
via mesolimbica pode ocorrer apatia e redução de libido. 
No geral a serotonina atua reduzindo o afeto 
negativo, porém ela não possui efeito sobre o afeto 
positivo, que é de responsabilidade dopaminérgica, logo, 
a ação serotoninérgica na via mesolimbica pode 
deprimir o afeto positivo, por isso, pacientes com 
tendências suicidadas devem ser acompanhados de 
perto quando estão utilizando essa classe de fármaco já 
que a melhora do quadro negativo sem a melhora do 
afeto positivo nesse paciente pode servir como gatilho 
para que esse paciente tente o suicídio. 
INIBIDORES DA RECAPTAÇÃO DE 5-HT E NE - IRSN 
 Venlafaxina XR (Effexor XR®) 
 Desvenlafaxina (Pristiq®) 
 Duloxetina (Cymbalta®) 
 Milnaciprano (Ixel®) 
Os inibidores da recaptação de serotonina-
noradrenalina (IRSN) combinam a inibição substancial do 
SERT produzida pelos ISRS com vários graus de inibição 
do transportador de noradrenalina. Os IRSN não apenas 
reforçam a serotonina e a noradrenalina em todo o 
cérebro, mas também reforçam a dopamina 
especificamente no córtex pré-frontal. Isso ocorre 
porque nessa região há abundancia de SERT e NAT, 
porém há escassez de DAT, o que possibilita que a DA se 
difunda para além de suas sinapses ampliando o raio de 
atuação, entretanto quando essa DA se aproxima dos 
terminais noradrenégicos é recaptada pelo NAT. Essa 
organização perminte, portanto, que ao se a utilizar um 
IRSN além de se aumentar a biodisponibilidade de NA, 
no córtex pré-frontal também ocorre o aumento de DA. 
VENLAFAXINA 
 A venlafaxina está disponível como formulação 
de liberação prolongada (venlafaxina XR), que não 
apenas possibilita sua administração 1 vez/dia como 
também reduz significativamente os efeitos colaterais, 
em especial as náuseas. 
Indicações 
 Transtorno do Humor 
 TDAH em adultos; 
Contraindicações 
 Hipersensibilidade conhecida ao fármaco; 
 Em pacientes usando iMAOs, tioridazina ou 
pimozida 
Reações adversas 
 Náuseas 
 Tremores 
 Boca seca; 
 Sudorese 
 Cefaleia e Tontura; 
 Anorgasmia; 
 Retardo ejaculatório; 
 Insônia ou sonolência 
Considerações no Manejo Clínico 
 Monitorar PA. 
 Interações com iMAOs. 
 Ajuste de dose em insuficiência renal. 
 Desmame 
INIBIDORES DA RECAPTAÇÃO DE DOPAMINA E 
NOREPINEFRINA – IRDN 
 Bupropiona (Wellbutrin®, Zetron®, Zyban®) 
BUPROPIONA 
 A bupropiona é metabolizada em vários 
metabólitos ativos, alguns dos quais não apenas são 
inibidores do NAT mais potentes do que a própria 
bupropiona e inibidores igualmente potentes do DAT, 
como também se concentram no cérebro. 
Indicações 
 Transtorno do Humor ○ TDAH; 
 Tabagismo, e tratamento de Adição (cocaína e 
MET) – aumento de DA no sistema de 
recompensa atenua os efeitos da abstinência; 
 Obesidade (*) - é observado, mas sem 
comprovação cientifica 
 ISRS (- efeitos adversos); 
 TAGs 
Contraindicações 
 Hipersensibilidade; 
 Em pacientes usando IMAOs, 
 Bulimia; 
 Eplepsias; 
 TCE e Lactação; 
Reações adversas 
 Fadiga; 
 Náuseas; 
 Boca seca; 
 Insônia; Cefaleia; Tremor; Taquicardia e 
Vertigem. 
Considerações no Manejo Clínico 
 Histórico de convulsões; 
 Tumor; 
 Ajuste de dose em insuficiência renal. 
 HAS; 
 Interações IMAO e ADTs; 
 Antiparkisonianos 
DESVENLAFAXINA 
 A Desvenlafaxina é um metabolito ativo da 
Venlafaxina formado da reação desse substrato com a 
CYP 2D6. A desvenlafaxina inibe mais o NAT do que o 
SERT, em comparação com a venlafaxina. 
DULOXETIN 
 A Duloxetin possui inibição mais potente do 
SERT do que do NAT, ela pode ser administrada 1 
vez/dia, porém isso costuma ser uma boa ideia apenas 
depois de o paciente ter tido a chance de se tornar 
tolerante ao fármaco após iniciar sua administração 2 
vezes/dia, particularmente durante a titulação para 
doses mais altas. 
MILNACIPRANO 
A milnaciprano difere um pouco dos outros IRSN 
por ser um inibidor relativamente mais potente do NAT 
do que do SERT. Não é vendido no Brasil. 
INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE NE – ISRN 
 Reboxetina (Prolift®, Norebox®) 
 Atomoxetina (Strattera®) 
 Edivoxetina 
Diferentemente dos triacíclicos que produzem 
inibição eficaz dos NAT, porém com pouca seletividade, 
os ISRN são altamente seletivos. 
Indicações 
 Transtorno depressivo maior 
 Distimia 
 Transtorno de panico 
 TDAH 
Contraindicações 
 Glaucoma de ângulo fechado; 
 Em pacientes usando iMAOs, tioridazina ou 
pimozida 
 Alérgicos ao composto 
Reações adversas 
 Ansiedade, náuseas boca seca, insônia, 
retenção urinária; taquicardia; disfunção sexual 
vertigem e constipação. 
Considerações no Manejo Clínico 
 Histórico de convulsões; 
 Interações CYP 3A4 e 2D6; 
 Ajuste de dose em insuficiência renal. 
 HAS; 
 Interações iMAO e ADTs; 
 HPB – hiperplasia prostática benigna; 
DESINIBIDORES DE SEROTONINA E NORADRENALINA 
(DISN) 
 Mirtazapina – Mirtazapina®, Remeron Soltab® 
MIRTAZAPINA 
A Mirtazapina tem uma ação ampla em 
receptores, mas sua ação de destaque é sobre α2. Como 
já é sabido os receptores α2 nos terminais pré-sinápticos 
atuam como reguladores da liberação de NA, altas 
quantidades desse neurotransimissor ativam o α2 que 
bloqueia a liberação de mais NA na fenda. 
 
Os neurônios noradrenérgicos do locus 
coeruleus fazem sinapses com os neurônios 
serotoninérgicos do núcleo da Rafe e mesencéfalo, a 
interação NA com os receptores α1 pós-sináptico no 
corpo celular serotoninérgico promove a maior liberação 
de serotonina, logo a utilização da mirtazapina impede 
que os neurônios noradrenergicos sejam inibidos por α2 
e, assim com a maior biodisponibilidade de NA há maior 
interação com os neurônios serotoninergicos e a maior 
liberação de serotonina. 
 
 Além disso, os terminais desses neurônios 
serotoninérgicos presentes na região cortical possuem 
hereroreceptores α2 que quando ativados pela NA 
inibem a liberação de serotonina, logo, o bloqueio α2 
impede que a liberação de serotonina e NA seja inibida 
na região cortical também. 
 
Outro ponto é que a mirtazapina não apenas 
bloqueia os receptores α2, como também exerce ações 
antagonistas sobre os receptores 5HT2A, 5HT2C, 5HT3 e 
de histamina H1. 
Indicações 
 Transtornos de ansiedade: Pânico; TOC; TAG 
A ação sobre os receptores 5-HT2A, 5-HT2c no 
córtex pré-frontal o que gera os efeitos ansiolíticos, 
antidepressivos, restauradores do sono, ausência de 
disfunção sexual. 
A ação sobre 5-HT3 reduz náuseas e distúrbios 
TGI. Isso ocorrer porque os receptores 5-HT3 estão 
localizados na zona de gatilho quimiorreceptora do 
tronco encefálico, onde medeiam náuseas e vômitos, 
esses receptores também se encontram no trato 
gastrintestinal, onde medeiam náuseas, vômitos, 
diarreia e motilidade intestinal, quando estimulados. 
Assim, o bloqueio desses receptores pode proteger o 
paciente dos efeitos colaterais gastrintestinais induzidos 
pela serotonina. 
A ação sobre H1 alivia insônia, tem efeito 
ansiolítico, porem causa sonolência diurna. 
Efeitos adversos comuns 
 Sedação 
Efeitos adversos raros 
 Hipotensão ortostática, mania, convulsões, 
tremores, edema, exantema, aplasia medular 
(eosinofilia, granulocitopenia, agranulocitose, 
anemia aplástica e trombocitopenia). 
Efeitos adversos muito raros 
 Ideação e comportamento suicida. 
Antagonistas 5-HT2A/2c e Inibidores da Recaptação de 
Serotonina (AIRS) 
 Trazodona – Donaren® 
 Nefazodona – Serzone® 
O protótipo de fármaco que bloqueiaos receptores 
serotoninérgicos 2A e 2C (5HT2A e 5HT2C), bem como a 
recaptação de serotonina, é a trazodona. A nefazodona 
é outro AIRS com ações antagonistas de 5HT2A e 5HT2C 
consistentes, bem como inibidora mais fraca do SERT. 
Ações de antagonismo sobre 5HT2A e 5HT2C 
neutralizam os efeitos adversos relacionados a disfunção 
sexual. 
 
TRAZODONA 
Além de suas ações antagonistas sobre os 
receptores de serotonina e receptação, a trazodona 
também pode atuar sobre receptores α1e H1. 
 
 Em doses baixas exploram as ações da trazodona 
como antagonista se restringem aos receptores 5HT2A, 
H1 e α1-adrenérgicas, mas não exploram 
adequadamente a inibição do SERT ou dos receptores 
5HT2C, com isso posologias baixas são uteis para o 
tratamento de insônia e que por consequência melhora 
a perda de energia e o humor deprimido. 
 Somente as doses terapêuticas maiores 
possuem ação antidepressiva, pois nessa concentração 
conseguem ser efetivas sobre o SERT, além disso, para 
potencialização dos efeitos pode se fazer a associação 
com os ISRS. 
 
Efeitos adversos 
 Sedação 
 Priapismo – ereção prolongada (1/6.000); 
 Hipotensão Ortostática; 
 Arritmias 
NEFAZODONA 
 A nefazodona apresenta as mesmas 
propriedades e características referente a ação dose 
dependente que a trazadona o ponto que difere os 
fármacos é que a nefazadona possui não possui ação 
sobre H1 e sim sobre NAT. 
 
Efeitos adversos 
 Náuseas e Cefaleia 
 Toxicidade hepática limita o uso 
FÁRMACOS NOVOS 
 ESCETAMINA (Spravato®) 
Aprovado pela Anvisa em 2020 é um 
antidepressivo inalatório que possui o enantiômero S da 
Cetamina (Ketamina). O mecanismo de ação trata-se de 
um antagonista não competitivo de NMDA. 
A posologia é feita em etapas: 
 Fase de indução: 56mg 1º dia / 56-84mg 2x 
semana (4 semanas). 
 Fase de manutenção: 56-84mg 1x sem / 9ª sem 
1x / 2 sem. 
Esse esquema é necessário, pois como esse 
medicamento faz o antagonismo de NMDA ele modula 
as sinapses cerebrais fazendo com que ocorrar um 
aumento global da atividade noradrenérgica, 
serotoninérgica e dopaminérgica. Os receptores NMDA 
na maioria das vezes tem ação excitatória. 
Indicações 
 Somente para pacientes com depressão maior 
resistente com ideação suicida. 
Contraindicação 
 Hipersensibilidade à substância ativa 
 Aumento da PA ou pressão intracraniana 
 Doentes com DV aneurismática. 
 Doentes com história de hemorragia 
intracerebral. 
 Acontecimento cardiovascular recente (nas 
últimas 6 semanas), incluindo IM. 
Efeitos adversos 
 tonturas (31%) 
 dissociação (27%) 
 náuseas (27%) 
 cefaleias (23%) 
 sonolência (18%) 
 disgeusia (18%) 
 vertigens (16%) 
 hipoestesia (11%) 
 vómitos (11%) 
 HAS(10%). 
INDICAÇÕES DOS ANTIDRPRESSIVOS 
TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR 
 Deve ser feita a administração progressiva 
partindo sempre da dose mínima necessária e os ajustes 
devem ocorrer num espaço entre 4 a 6 semanas, a 
associação de fármacos pode ser bem-vinda como: 
 ISRS + IRND, DINS, AIRS 
A potenciação das ações dos fármacos pode ser 
obtida através da utilização de Lítio, T3 ou uma 
anfetamina. 
DOR CRÔNICA 
 O manejo da dor crônica pode ser feito com a 
utilização de ADT, IRNS e até de anticonvulsivantes 
como a carmazepina. 
TRANSTORNO ANSIOSO GENERALIZADO - TAG 
O tratamento consiste na associação de um 
benzodiazepínico mais um antidepressivo: 
Benzo + ISRS, IRSN ou Buspirona + TCC ADT 
Mirtazapina, Trazodona, Gabapentina, ASD, Hipnótico. 
PANICO E TRANSTORNO AFETIVO SOCIAL 
Benzo + ISRS ou IRSN + TCC ADT, IMAO 
Gabapentina, Mirtazapina, Trazodona. Topiramato, 
Lamotrigina, Hipnótico. 
 
 
TRANSTORNO OBCESSIVO COMPULSIVO - TOC 
Benzo + ADT + TCC IMAO, IRSN, ISRS, Buspirona, ASD, 
Lítio, Hipnótico. 
TRANSTORNO DE ESTRESSE POS TRAUMATICO 
ISRS, IRSN + TCC ADT, IMAO 
Gabapentina, Benzo*, Topiramato, Lamotrigina, ASD, 
MIrtazapina, -bloqueador, Naltrexona. 
PROGRESSÃO DA DOENÇA DEPRESSIVA E RESPOSTA 
CLINICA 
 
 O gráfico evidencia que num período de 12 40% 
dos pacientes apresentam melhora do quadro 
depressivo sem nenhuma ação farmacológica, 
entretanto a mesma quantidade de pacientes 
permanece deprimida. Além disso, existe um 
componente que envolve a real crença do paciente que 
tratamento será eficaz isso por como mostra os gráficos 
a seguir 67% tem melhora após o inicio do tratamento, 
entretanto quando é feita a utilização de placebo esses 
numero se invertem. 
 
 
PREVALENCIA DE DESORDENS AFETIVAS 
 
DEPRESSÃO - FATORES DE RISCO 
FATOR ASSOCIAÇÃO 
Gênero sexual Mulheres 2x mais 
frequente. 
Idade 20 a 40 anos - casos 
iniciais 
História familiar Risco 1,5 a 3 vezes maior 
Estado civil Maior risco para 
Separados/divorciados 
em comparação a 
solteiros e mulheres 
divorciadas apresentam 
maior risco 
Puerpério Risco maior nos primeiros 
6 meses 
 
 Outro fator é a associação com eventos 
negativos como a morte de alguém próximo. 
ESTABILIZAÇÃO DE HUMOR 
 Nos transtornos bipolares os fármacos devem 
tratar a mania e impedia a sua recidiva, “estabilizando” 
o polo maníaco do transtorno bipolar. Esse conceito 
abrange varias classes de fármacos. 
 O lítio é o mais utilizado como estabilizante, mas 
podem ser utilizados anticonvulsivante, antipsicótico 
atípico e alguns antidepressivos, porém os 
antidepressivos podem ser desestabilizadores de humor, 
pois aumentam as monoaminas. 
O lítio é o fármaco de primeira linha e dentro dos 
anticonvulsivantes podem ser utilizados: 
 CARBAMAZEPINA 
 FENITOÍNA VALPROATO 
 TOPIRAMATO 
Dos benzodiazepínicos a utilização pode ser feita a partir 
de CLORPROMAZINA e o antipsicotico mais usado é a 
OLANZAPINA. 
Pacientes que não toleram ou não podem 
utilizar o lítio: 
 VALPROATO 
 CARBAMAZEPINA 
CARBONATO DE LÍTIO – MECANISMO DE AÇÃO 
 O lítio é um íon cátion monovalente e permeável 
aos neurônios cujo mecanismo de ação ainda não está 
estabelecido com certeza. Seus mecanismos de ação 
consistem em diversos locais de transdução de sinais, 
além dos receptores de neurotransmissores. Ele parece 
ter papel mimetizador do sódio nas células e não é 
bombeado pela bomba sódio/potássio. A hipótese mais 
aceita é que o lítio tem como ação a inibição da síntese 
de IP3 e AMPc e inibição da GSK-3 PKC. 
 
FARMACOCINÉTICA 
 
 É extremamente importante o 
acompanhamento das concentrações plasmáticas por 
conta dos possíveis efeitos tóxicos. 
Efeitos tóxicos 
 Náuseas, vômito e diarreia; 
 Tremor 
 Efeitos renais: poliúria, inibição da ação do ADH 
 Pode ocorrer lesão tubular grave (uso 
prolongado) 
 Aumento do volume da tireóide 
 Ganho de peso, alopécia. 
 Diabetes insípido nefrogênico 
Pacientes com Doença sinusal devem evitar o uso 
APLICAÇÃO CLÍNICA 
 Tratamento da fase maníaca no TAB 
 Fase aguda 
 Prevenção e manutenção de episódios maníacos 
e depressivos 
 Prevenção de suicídios (TH) 
 Episódio depressivo bipolar 
 Agente potencializador de antidepressivo na 
depressão unipolar, porém deve-se ao máximo 
evitar associação dada a quantidade de efeitos 
adversos já causados pelo lítio. 
OUTRAS DROGAS – APLICAÇÃO CLÍNICA 
Carbamazepina, Lamotrigna e Ácido Valproico 
 Ácido Valproico – cada vez mais usado no 
tratamento da fase maníaca aguda em relação 
ao litio. 
 Carbamazepina e Lamotrigna – Mania aguda e 
profilaxia na fase depressiva 
VALE RESSALTAR 
 Atenção maior c/ pacientes polifármacos. 
 É indicado para todo insuficiente renal realizar 
desmame. 
 Atenção aos sintomas e possíveis efeitos 
adversos. 
 Apenas o medicamento não é capaz de ajudar o 
paciente. 
 
 
 
 
RENAME – 2022 
 
A Rename contempla os medicamentos e 
insumos disponibilizados no SUS, além de determinados 
medicamentos de uso hospitalar e outros insumos para 
saúde.um caráter irreversível, porém foi 
observado que essa característica não enquadrava todos 
os pacientes e em 1908 o suíço Eugen Bleuler criou o 
termo esquizofrenia que tem origem do latim e significa 
divisão da mente (esquizo = divisão, phrenia = mente). 
 A prevalência da esquizofrenia ao longo da vida 
parece ser de 0,3 a 0,7%, embora haja relato de variação 
por raça/etnia entre países e por origem geográfica para 
imigrantes e filhos de imigrantes. A proporção entre os 
sexos difere em amostras e populações. 
 As características psicóticas da esquizofrenia 
costumam surgir entre o fim da adolescência e meados 
dos 30 anos; início antes da adolescência é raro. A idade 
de pico do início do primeiro episódio psicótico é entre o 
início e a metade da faixa dos 20 anos para o sexo 
masculino e fim dos 20 anos para o feminino. O início 
pode ser abrupto ou insidioso, mas a maioria dos 
indivíduos manifesta um desenvolvimento lento e 
gradativo de uma variedade de sinais e sintomas 
clinicamente importantes. 
FASES DO TRANSTORNO 
 
A fase pré-mórbida é uma fase inicial em que os 
sintomas não trazem prejuízos relevantes ao individuo 
não prejudicando sua sociabilidade ou ocupações. Com a 
evolução do quadro surge a fase prodrônica em que os 
sintomas ainda são inespecíficos, mas com há a 
progressividade da disfunção social que culmina na 
forma ativa onde se tem a caracterização dos sintomas e 
como mencionado anteriormente devem durar pelo 
menos 6 meses com um mês na fase ativa. 
 Após essa fase ativa podem surgir diferentes 
perfis na chamada fase residual, esses perfis são 
apresentados pelas setas no gráfico e mostram que o 
individuo pode cronificar e permanecer acima do limiar 
de psicose e ficar permanentemente na fase ativa, ou 
pode haver a remissão parcial ou completa dos sintomas 
com o paciente apresentado formas subclínicas do 
transtorno. 
FATORES DE RISCO 
 São relatados na literatura fatores de riscos 
associados a estação do ano no nascimento associando a 
maior incidência da esquizofrenia em grupos que 
nasceram no fim do inverno/início da primavera em 
alguns locais e verão para a forma da doença com 
déficits. A incidência de esquizofrenia e transtornos 
relacionados é mais alta em crianças que crescem em 
ambiente urbano e em alguns grupos étnicos 
minoritários. 
 Fatores genéticos também são relatados sendo 
já descritos mais de 100 genes associados, embora a 
maioria dos indivíduos com diagnóstico do transtorno 
não tenha história familiar de psicose. Idade avançada 
dos pais e principalmente complicações pré-natais ou de 
nascimento como, por exemplo, hipóxia, estresse, 
infecções, desnutrição, diabetes materno completam os 
fatores. 
CONSEQUENCIAS DO TRANSTORNO 
 As consequências vão desde avolia, déficits 
cognitivos até suicídio. Cerca de 5 a 6% dos pacientes 
morrem por suicídios e em torno de 20% tentam se 
suicidar, além disso, portadores de transtorno 
esquizofrênico vivem de 20 a 30 anos menos que a 
população geral esse aspecto, além do suicídio, tem 
fatores cardiovasculares associados. 
 Existem hipóteses para se tentar explicar a 
fisiopatologia da esquizofrenia sendo mostradas a baixo. 
 
HIPOTESE DOPAMINÉRIGCA 
Drogas estimulantes como cocaína e anfetamina 
geram nos usuários sintomas similares ao da 
esquizofrenia. A anfetamina, por exemplo, aumenta a 
neurotransmissão nas sinapses catecolaminérgicas e 
promove a liberação de dopamina e quando usadas em 
doses excessivas o que pode levar a um episódio 
psicótico, com sintomas positivos indistinguíveis 
daqueles da esquizofrenia. A partir disso surgiram 
estratégias farmacológicas com o intuito de bloquear os 
efeitos da dopamina nos pacientes esquizofrênicos. 
Relembrando... 
 
O aminoácido tirosina entra no neurônio por um co-
transportador de tirosina e sódio, dentro do neurônio a 
enzima tirosina hidroxilase transforma essa tirosina em 
dopa a seguir a dopa descarboxilase transforma a dopa 
em dopamina. A dopamina é transportada para 
vesículas por um contra transportador de hidrogênio, o 
transportador vesicular de monoaminas (VMAT), dentro 
das vesículas havendo a enzima dopamina-β-hidroxilase 
ocorre a conversão da dopamina em noradrenalina e 
caso a célula em questão pertença a medula adrenal 
pode se ter mais uma conversão formando a adrenalina 
mediada pela feniletanolamina-N-metiltransferase . Ao 
ser liberada na fenda a dopamina pode ser recaptada 
por um co-transportador de sódio o (TDA) seguir uma 
via de degradação pela monoamina oxidase (MAO) ou 
ser novamente levada para as vesículas. 
 As drogas como a anfetamina estimulam a 
liberação e inibição da receptação dopaminérgica 
fazendo com que haja maior biodisponibilidade desse 
neurotransmissor na fenda potencializando a ativação 
dos receptores dopaminérgicos, principalmente os 
receptores D2. 
 Existem varias via dopaminérgicas no encéfalo, 
porém para a esquizofrenia destacam-se os sistemas 
mesolímbico e mesocortical. Nesses sistemas os corpos 
neuronais estão localizados na área tegumentar ventral 
e substancia nigra. Uma outra via a ser discutida é a 
presente entre o hipotálamo e hipofise . 
 
VIA MESOLÍMBICA e MESOCORTICAL 
 A via mesolímbica possui os corpos de seus 
neurônios na área tegumentar ventral no mesencéfalo e 
se projeta para o núcleo accumbens. 
 
Segundo a hipótese dopaminérgica os sintomas 
positivos associados à esquizofrenia seriam resultados 
da hiperatividade da via mesolímbia, ao passo que os 
sintomas negativos e cognitivos seriam por conta de 
uma hipoatividade mesocartical. 
 
 Nessa via os corpos neuronais presentes do 
mesencéfalo projetam-se para o córtex pré-frontal em 
regiões associadas a cognição, emoções e sintomas 
afetivos. 
 
Dentro desse panorama o objetivo terapêutico 
seria reduzir a ação da dopamina na via mesolímbica e 
aumentar na mesocortical, o que não é tão simples já 
que o receptor D2 é o mesmo em ambas as vias 
impossibilitando que uma mesma molécula atue de 
maneiras distintas. 
ANTIPSICÓTICOS 
As indicações desses fármacos incluem: 
 Esquizofrenia 
 Transtorno esquizoafetivo 
 Transtorno bipolar (em conjunto com 
estabilizante de humor) 
 Depressão (sintomas psicóticos/resistência a 
antidepressivos) 
1° GERAÇÃO / TÍPICOS / CONVENCIONAIS 
A primeira geração de fármacos tinha como 
objetivo atenuar os efeitos agressivos dos sintomas 
positivos fazendo um antagonismos aos receptores 
dopaminérgicos do tipo 2 (D2). 
 
Os fármacos representantes dessa classe são: 
 Clorpromazina 
 Haloperidol 
 Flufenazina 
A via mesolímbica está relacionada com o 
sistema de recompensa e o centro do prazer e por esse 
motivo o tratamento pode gerar exacerbação dos 
sintomas negativos fazendo com que o paciente perca o 
prazer nas atividades, anedonia. 
Outros efeitos colaterais também podem ser 
observados, dada a incapacidade do fármaco de atuar 
seletivamente na via mesolímbica e eles incluem: 
 Via Mesocortical - Aumento dos sintomas 
negativos com nenhuma alteração ou redução 
da capacidade cognitiva. 
 Via Nigroestriatal - Sintomas extrapiramidais e 
Discinesia tardia (upregulation). 
 Via Tuberoinfundibular - Aumento dos níveis de 
prolactina que por consequência pode causar 
galactorreia e amenorreia. 
SINTOMAS EXTRAPIRAMIDAIS - SEP 
Os sintomas extrapiramidais são associados ao 
controle motor fino. Um dos principais sintomas é a 
síndroma extrapiramidal aguda, porém ela é reversível. 
Essa síndrome é caracterizada por: 
 Parkinsonismo – Tríade clássica: tremor, rigidez 
e bradicinesia. 
 Acatisia – Inquietação, s (p. ex., movimentos 
inquieto das pernas, apoiando-se 
alternadamente em um pé ou no outro, 
passadas de um lado a outro, incapacidade de 
sentar ou permanecer parado). Pode aparecer 
em 20%a 75% dos pacientes nos 3 primeiros 
meses. 
 Distonia aguda – contrações musculares 
involuntárias. 
 Síndrome do coelho – Contrações involuntárias 
da musculatura da boca e face. 
Existem estratégias para controlar esses efeitos 
colaterais uma delas é ajustar a dose, entretanto muitos 
pacientes iniciam o tratamento já com a dose mínima e, 
além disso, com uma diminuição da dose também 
haverá concomitantemente uma diminuição da eficácia 
do fármaco. O ajuste de dose é pensado nos casos de 
pacientes que fazem uso prolongado e no decorrer do 
tratamento é percebida a necessidade do aumento da 
dose e por conta disso acabam desenvolvendo SEP, 
nesse cenário é possível se pensar num ajuste de dose. 
Outra estratégia é a associação de fármacos 
como biperideno e propranolol que ajudam no controle 
dessa ativação muscular excessiva. O biperideno é um 
anticolinégico e o propranolol é betabloqueador. Caso 
nenhuma das alternativas surta efeito é de se pensar na 
troca da classe do antipsicótico. 
 Os pacientes que já no inicio do tratamento 
apresentem sintomas extrapiramidais caso não sejam 
prontamente tratados podem desenvolver uma forma 
crônica da SEP que é a discinesia tardia que é 
irreversível. 
 Cerca de 25% dos pacientes vão apresentar a 
dicinesia tardia durante os 5 primeiros anos de 
tratamento. Nessa síndrome o paciente apresenta 
movimentos atetoides ou coreiformes involuntários 
(com duração de, no mínimo, de algumas semanas), 
geralmente da língua, porção inferior da face e 
mandíbula, extremidades (embora, algumas vezes, haja 
envolvimento dos músculos da faringe, do diafragma ou 
do tronco). 
 
 Para melhorar os efeitos da discinesia tardia 
deve-se administrar um agente de depleção de 
monoaminas para se tentar reduzir a sinalização 
dopaminérgica na via nigroestriatal através da inibição 
da VMAT. O esquema terapêutico deve conter a 
associação do antipsicotico junto com depletor de 
monoaminas com a redução progressiva do 
antipsicotico. Com o desmame pode se introduzir um 
fármaco da classe dos antipsicóticos atípicos que 
possuem menos efeitos adversos extrapiramidais. 
A interrupção abrupta sem o desmame não é 
recomenda já que podem piorar os efeitos da 
esquizofrenia, basta lembrar que os antipsicóticos 
típicos são antagonistas dopaminérgicos, logo, o seu uso 
induzira uma maior expressão de receptores de 
dopamina. 
OUTROS EFEITOS 
 Além dos efeitos citados adicionalmente pode 
ocorrer efeitos decorrentes da interação do fármaco 
com receptores não dopaminérgicos, já que os 
antipsicóticos tipos também possuem afinidade por 
receptores Muscarínicos (M1), Histamínicos (H1) e 
Adrenérgicos (α1) causando antagonismos em todos o 
que resulta em: 
 Antagonismo M1 – Xerostomia, visão turva, 
constipação. 
 Antagonismo H1 – Sedação e ganho de peso 
 Antagonismo α1 – Hipotensão ortostática, 
disfunção sexual. 
Apesar dos fármacos típicos serem eficazes no 
controle dos sintomas positivos, porém dada a sua 
grande quantidade de efeitos colaterais surgiu a 
necessidade de criar fármacos que ainda fosse eficazes, 
mas que tivessem menos efeitos adversos com isso 
surgiram a segunda geração de antipsicóticos também 
chamados de antipsicóticos atípicos. 
2° GERAÇÃO / ATÍPICOS 
 Os antipsicóticos atípicos vão, assim como os 
típicos, antagonizar os receptores D2, porém esses 
fármacos também antagonizam os receptores 
serotoninérgicos 5HT2A. Essa classe é representada 
pelos fármacos: 
 Clozapina 
 Risperidona 
 Olanzapina 
 Quetiapina 
No contexto fisiológico a serotonina tem uma 
ligação inibitória da dopamina. No estriado os neurônios 
pré-sinápticos dopaminérgicos possuem receptores 
5HT2A que ao serem ativados pela serotonina inibem a 
liberação de dopamina na fenda sináptica. 
 
Nesse contexto, aparentemente, a utilização de 
um fármaco que iniba os receptores 5HT2A pode parecer 
um método não muito viável visto que o resultado será 
uma maior biodisponibilidade de dopamina surge então 
o questionamento: 
A ação de antagonistas 5HT2A pode reverter os efeitos 
dos antipsicóticos sobre os receptores D2? 
A resposta é NÃO e por dois motivos. 
Primeiramente devemos nos atentar ao fato de que a 
hiperatividade dopaminérgica mesolímbica é a que 
causa os sintomas positivos e que a utilização desses 
fármacos visa o tratamento do transtorno e a 
diminuição dos efeitos adversos. A ação dos 
antipsicoticos atípicos é de nível estriatal e apesar de os 
efeitos da serotonina sobre a regulação da dopamina 
serem importantes na via nigroestriatal e também na 
tuberoinfundibular, a influência da serotonina parece 
ser insuficiente na via mesolímbica. 
 
 Com o bloqueio dos receptores 5HT2A ocorre a 
chamada desinibição que aumenta a biodisponibilidade 
da dopamina. Com esse aumento dopaminérgico essa 
dopamina agora passará a competir com o fármaco 
pelos receptores D2, que também fazem bloqueio do 
mesmo receptor, com a maior disponibilidade desse 
neurotransmissor invariavelmente alguma dopamina 
conseguirá ativar os receptores D2. 
 
 
 
 
Dessa maneira os efeitos colaterais não serão 
tão expressivos já que diferentemente dos fármacos 
típicos os de segunda geração não fazem o antagonismo 
puro dos receptores D2, como mostrado anteriormente 
a inibição forte dos receptores nas regiões estriatal e 
tuberinfundibular causam vários efeitos adversos (SEP, 
galactorreia, amenorreia, etc.), além disso, a 
característica das vias também auxilia na dinâmica uma 
vez que a via mesolimbica por ser menos responsiva a 
serotonina impede que o fármaco tenha sua eficácia 
comprometida. 
O gráfico abaixo trás a relação do antagonismo 
dos receptores D2 com os efeitos antipsicoticos e 
adversos. 
 
 O limiar para a ação antipsicótica é entorno de 
60% de bloqueio dos receptores e os efeitos colaterais 
começam a surgir acima de 80% de bloqueio. 
FARMACOCINÉTICA 
 
 De maneira geral são medicamentos que atuam 
pela via oral a exceção é o haloperidol que pode 
ser administrado pela via intramuscular e 
Independentemente da classe são fármacos de 
boa absorção. 
 O haloperidol em formulação IM possui 
liberação lenta o que é interessante para 
pacientes com esquizofrenia que tenham 
dificuldade de adesão ao tratamento. 
 Possuem alta taxa de ligação às proteínas 
plasmáticas, cerca de 98% . 
 São fármacos altamente lipofílicos e com meia 
vida de 12 a 24h. 
 Metabolização hepática fase I e II e eliminação 
renal. 
 
ESCOLHA DA MEDICAÇÃO 
Não existe uma ordem de preferencia na 
utilização dos fármacos. E os fármacos de primeira 
geração mesmo com a possibilidade de seus efeitos 
adversos são fármacos eficazes no controle da 
esquizofrenia, logo, a chegada dos fármacos atípicos não 
aposentou os típicos. 
O esquema de escolha é baseado na introdução 
do fármaco e sua observação, pois alguns pacientes se 
mostram refratários à medicação alguns fármacos não 
conseguem ter efeito nesses pacientes. O esquema de 
escolha é feito da seguinte forma, primeiramente se 
escolhe um medicamento independente da classe e caso 
esse não apresente o efeito desejado após 6 semanas é 
implementado um segundo tratamento e caso também 
não surta efeito é utilizado a Clozapina. 
 
 Com a introdução desse esquema terapêutico 
surge outro questionamento se a clozapina é o fármaco 
de escolha em pacientes refratários por que ela não é a 
primeira escolha de tratamento? A resposta esta nos 
efeitos colaterais. A tabela abaixo trás a relação dos 
fármacos típicos e atípicos com seus respectivos efeitos. 
 
 A clozapina por ser um fármaco atípico 
apresenta poucos ou nenhum efeito extrapiramidal, 
porém apresenta efeitos complicados como 
agranulocitose e convulsões. 
RISCOS E OUTROS EFEITOS ADVERSOS 
 Os antipsicóticos atípicos estão associados a 
síndrome metabólica. A prevalência da síndrome 
metabólicados pacientes tratados com esses fármacos 
varia de 29 a 63%. O ganho de peso associado, a 
resistência insulínica e dislipidemia aumentam o risco 
cardiovascular. O gráfico abaixo contém a relação entre 
o ganho de peso e os respectivos medicamentos. Nesses 
casos o tratamento deve estar atrelado a um 
acompanhamento nutricional, exercícios físicos, 
utilização de hipoglicemiantes e até na substituição do 
fármaco. 
 
 Além disso, estudos mostram que pacientes 
tratados com antipsicóticos atípicos apresentam o triplo 
de probabilidade de apresentar hipotireoidismo e os 
fármacos mais associados a esse senário são a 
olanzepina e quetiapina. 
 Outro efeito indesejável, porém raro é a 
miocardite associada à antipsicóticos, alguns pacientes 
apresentam uma reação de hipersensibilidade a 
metabólitos dos fármacos. Dos pacientes que utilizam 
clozapina 0,9% podem apresentar miocardite, dos que 
usam flufenazina 0,4% os demais fármacos esse 
números giram em torno de 0,1%. Os pacientes que 
apresentem esse quadro de miocardite cerca de 50% 
vão apresentar o desfecho fatal da doença. 
 Os sintomas da miocardite são inespecíficos. O 
paciente pode apresentar: febre (48%), dispneia (35%), 
mal-estar semelhante ao da gripe (30%), dor no peito 
(22%) e fadiga (17%). O tratamento é feito com o uso de 
altas doses de glicocorticoides (prednisona). 
 Outro efeito é a síndrome maligna que é um 
distúrbio agudo da termorregulação e controle 
neuromotor, causado por depleção de dopamina na via 
nigroestriatal e vias hipotalâmicas implicadas na 
termorregulação, assim além dos SEP alguns pacientes 
vão apresentar: rigidez muscular, aumento da 
temperatura, confusão mental, morte por falência renal 
ou cardiovascular. Portanto uma vez identificada a 
síndrome maligna deve-se intervir imediatamente com 
Dantroleno (relaxante muscular) e Bromocriptina 
(agonista dopaminérgico). 
 Na gestação deve-se avaliar risco beneficio, pois 
nenhum fármaco apresenta menos efeitos adversos 
durante a gestação e a retirada do tratamento resulta 
em altos índices de recaídas. Os efeitos observados no 
neonato são tremor, irritabilidade, sonolência, 
alterações no desenvolvimento motor e cognitivo já que 
pela alta lipossolubilidade esses fármacos conseguem 
atravessar a barreira placentária. 
ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS 
 Os fármacos ansiolíticos e hipnóticos assim 
como antipscicoticos e todos os psicofármacos não tem 
caráter curativo e sim de adjuvantes em tratamentos 
que muitas vezes contem outros fármacos e ações não 
farmacológicas como a terapia de toda maneira são 
medicações muito importantes no processo de 
recuperação do paciente. 
Resumidamente os ansiolíticos são fármacos 
usados no tratamento de transtornos de ansiedade ao 
passo que os hipnóticos são indutores do sono. 
ANSIEDADE 
 A ansiedade é uma emoção humana normal, que 
serve a uma função adaptativa a partir de uma 
perspectiva psicobiológica. A ansiedade basicamente 
serve para preparar o individuo para uma situação de 
estresse (luta ou fuga). 
Quando nos deparamos como uma situação 
adversa como um perigo eminente imediatamente é 
ativado o sistema nervoso simpático que a partir de uma 
descarga adrenérgica prepara o corpo do individuo para 
essa situação aumentando o estado de vigília, causando 
vasoconstrição periférica, diminuição do peristaltismo, 
retenção urinária, aumento do desempenho cardíaco, 
glicólise, broncodilatação para aumentar a hematose 
etc, além disso, situações “internas” também podem 
gerar um disparo ansioso como num paciente que sente 
uma dor no peito e se preocupa, ou um individuo que 
está se preparando para uma prova e acaba ficando 
ansioso, ou até mesmo no caso de uma hipoglicemia 
pode se disparar um estimulo ansioso. Todas essas 
situações no cenário de luta ou fuga são benéficas, 
entretanto quando não a estímulos verdadeiros para se 
disparar esse sistema é instaurado um quadro 
patológico. 
SINTOMAS COMPORTAMENTAIS 
 Um individuo ansioso pode apresentar os ditos 
comportamentos estereotipados como, por exemplo: 
roer as unhas, levar objetos a boca, balançar as pernas, 
entretanto isso não significa dizer que os indivíduos que 
apresentem comportamentos estereotipados possuam 
uma ansiedade patológica. 
Os indivíduos ansiosos geralmente apresentam 
sinais patentes de tensão muscular e também podem 
apresentar hiperfagia. A intervenção médica na 
ansiedade deve ocorrer quando o paciente apresenta os 
sintomas centrais. 
SINTOMAS CENTRAIS 
 Os sintomas centrais são mediados pelo medo e 
preocupação excessivos que desencadeiam: 
 Fadiga 
 Cefaleia 
 Náuseas 
 Hipervigilância 
 Dificuldade de concentração 
 Insônia 
 Apreensão e “antecipação de infortúnios” 
Além desses outros sintomas podem ser 
associados devido ao excesso de estimulo simpático 
como: elevação do tônus muscular, palpitação devido a 
taquicardia, aumento da pressão arterial, 
hiperventillação, sudorese, tremores, piloereção, 
exoftalmia, para compensar essa atividade simpática 
pode ocorrer uma hiperatividade vagal que desencadeia 
micção, defecação e hipersecreção gástrica. 
Segundo a DSM-5 um individuo para ter o 
diagnostico de transtorno de ansiedade generalizado 
precisa de no mínimo 6 meses de ansiedade e apreensão 
persistentes e de maneira excessiva. Todos os sintomas 
listados até aqui servem para os mais diversos 
transtornos. O medo, assim como a ansiedade é uma 
resposta natural do organismo e é atrelado a uma 
ameaça iminente real ou percebida, entretanto os 
indivíduos com transtorno de ansiedade esse medo é 
expresso em situações não reais e associado a ansiedade 
preocupação excessiva são a base de vários transtornos. 
OUTROS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE 
Transtorno de pânico – Nesse transtorno o individuo 
tem medo e sentimento de morte eminente por conta 
disso acaba tento ataques de pânicos inesperados e 
alteração de comportamento. 
Transtorno de estresse pós-traumático – Nesse quadro 
o individuo tem a revivescia de um evento traumático. 
Os portadores desse transtorno apresentam 
preocupação excessiva, ansiedade da reviviência que 
pode disparar uma crise de pânico e, além disso, o 
individuo pode apresentar distúrbios do sono. 
Transtorno obsessivo compulsivo – O TOC está 
associado a uma obsessão, perturbação e/ou compulsão 
que neutraliza a ansiedade. No TOC os indivíduos 
apresentam um comportamento ritualístico, existe a 
necessidade de realizar determinada tarefa caso 
contrario é gerado uma intensa crise de ansiedade. 
Transtorno de ansiedade social – Seus portadores têm 
uma preocupação excessiva com o desempenho e 
exposição social. 
FATORES COMÓRBIDOS 
 Existem fatores que podem desencadear 
transtornos de ansiedade e alguns deles são: 
 Abuso de drogas – anfetaminas, cocaína, 
ansiolíticos, antidepressivos, etc. 
 Transtorno de déficit de atenção e 
hiperatividade - TDAH 
 Transtorno afetivo bipolar – TAB 
 Transtornos do sono 
 Depressão maior 
No transtorno depressivo maior os sintomas 
centrais são humor deprimido e ausência de prazer, 
porém os sintomas associados fadiga, dificuldade de 
concentração, transtorno do sono, psicomotores, etc. 
são os mesmo associados ao transtorno ansioso 
generalizado o que pode confundir o diagnostico e é 
devido a isso também que cerca de 65% dos pacientes 
com ansiedade tem sintomas depressivos. 
 
É muito importante a compreensão dos sintomas, pois a 
prescrição dos psicofármacos é totalmente baseada 
neles. 
REGIÕES CEREBRAIS ENVOLVIDAS NO MEDO E 
ANSIEDADE 
 A amígdala é uma região envolvida no controle 
do medo a hiperativação da amígdala causa distúrbios 
de ansiedade. 
 
 Além da amígdala existe outra via muito 
importante nos transtornos de ansiedade que é a via 
ligada a preocupação essa via é a CSTC (cortiço estriado 
talâmica cortical). Essa alça tem origem nocórtex pré-
frontal dorsolateral que se comunica com o núcleo 
estriado de lá se comunica com o tálamo e do tálamo 
novamente com o córtex dessa via. Quando essa via está 
hiperativa ajuda o individuo a manter o estado de alerta 
e tônus muscular visto que o núcleo estriado é associado 
ao movimento. A região do córtex pré-frontal 
dorsolateral é uma região de processamento de 
informações e associada à logica. 
 
 Voltando à amigdala, ela é um centro regulatório 
importantíssimo ela tem atividade relacionada ao 
hipocampo que tem papel aliado à memoria e isso se 
mostra especialmente relevante nos indivíduos com 
transtorno de estresse pós-traumáticos já que a 
revivência de memórias especificas são capazes de 
desencadear uma crise de ansiedade. 
 
 O hipotálamo desempenhará papel na indução 
do cortisol e adrenal por conta da estimulação da 
amigdala que também vai atuar na Substancia cinzenta 
periaquedutal (PAG) responsável pela resposta motor ao 
medo, núcleos da rafe que atuam no sistema 
cardiovascular e o córtex cingulado anterior (CCA) e 
córtex orbital pré-frontal (COPFA) são associados ao 
controle do medo. A longo prazo essa hiperestimulação 
simpática causada pelo medo e ansiedade gera uma 
sobrecarga do sistema cardiovascular. 
CIRCUITO DO MEDO 
 Numa situação de perigo eminente, um assalto, 
por exemplo, a região do tálamo anterior começa a ser 
ativada que imediatamente ativa o núcleo lateral da 
amígdala que ativa o núcleo central que ativa diversas 
regiões e por consequência gera um serie de respostas 
associadas como é mostrado abaixo: 
 Locus Coeruleus (LC) → aumenta o estado de 
alerta pela estimulação simpática. 
 PAG → leva a paralisia por conta do controle 
motor 
 Núcleos Paraventriculares Hipotalâmicos → 
Atividade neuroendócrina gerando uma 
descarga de cortisol 
 Hipotálamo Lateral → Aumento da atividades 
do sistema nervoso autônomo. 
 Núcleo Parabraquial → aumento da frequência 
respiratória, por isso é muito comum em 
situações de medo o individuo apresentar a 
sensação de dispneia. 
Situações que não há perigo eminente também 
podem ativar esse circuito como naquelas que o 
individuo nunca havia se deparado ou ainda não está 
previamente acostumado como numa apresentação 
para uma plateia ou a primeira entrevista de emprego 
etc. Nesse recorte ocorre a ativação do hipocampo. 
Quando o hipocampo é ativado duas vias paralelas são 
disparadas. Uma ativa o núcleo basal da amigdala que 
ativa o núcleo central e gera as respostas associadas ao 
medo, porém o hipocampo também ativa vias 
associadas a memoria que geram um estimulo para que 
o córtex pré-frontal dorsolateral, que como dito 
anteriormente é associado à razão, interprete a essa 
situação como inofensiva, assim do córtex pré-frontal 
são enviados estímulos para o núcleo basal da amigdala 
fazendo a inibição do núcleo central, entretanto quando 
o individuo não consegue interpretar a esse estimulo 
como inofensivo a ativação excitatória que o hipocampo 
envia para a amigdala se sobrepões às inibitórias do 
córtex pré-frontal fazendo com que ocorra a ativação do 
núcleo central desencadeando todas as respostas 
características do medo, só para uma ameaça irreal. 
 
CIRCUITO INTRA-AMÍGADALA DO MEDO 
 A amígdala é dividida em três regiões a amígdala 
lateral, massa central intercalada e amígdala central. 
 
 À direita da imagem estão as vias do córtex pré-
frontal ventro medial (CPFVM), hipocampo, córtex 
sensorial e tálamo que são vias estimulatórias da 
amígdala mediadas pelo glutamato e geram as respostas 
de medo, ao passo que à esquerda vindas também do 
hipocampo e CPFVM estão a vias inibitórias que 
estimulam interneurônios GABAérgicos na amígdala. 
 Nos indivíduos com transtornos de ansiedade a 
amígdala é hiperesponsiva, porque esses indivíduos 
estão sempre expostos a estímulos ambientais que são 
interpretados como possivelmente nocivos. Mas esses 
transtornos são adquiridos, por mais que existam alguns 
fatores genéticos os fatores ambientais tem muito mais 
peso no processo. Os transtornos de ansiedade no geral 
não são processos de desfechos agudos e sim insidiosos 
são necessários gatilhos recorrentes para estimulação da 
amigdala que culminam no condicionamento do medo, 
portanto esse medo é aprendido, em outras palavras a 
ansiedade é um processo de condicionamento 
expositórios do medo, desse modo a cura vem da 
reorganização desse circuito da amígdala podendo fazer 
uso de recursos farmacológicos, mas principalmente 
com uso de terapia com o objetivo de reeducar o 
sistema do medo. 
 
HIPERATIVIDADE ADRENÉRGICA 
A hiperatividade adrenérgica é explicada pelo 
fato de que excesso de ativação da amigdala além de 
ativar o LC pode fazer com que o próprio LC gere uma 
resposta crônica de reforço de ativação da amígdala. 
Essa ativação é mediada por noradrenalina que ativa 
receptores α e β deixando o tônus dessa amígdala 
sempre aumentado. 
 
 Como visto anteriormente a alça CSTC é ligada a 
preocupação, porém a hiperativação noradrenérgica 
além de aumentar o tônus da amigdala também se 
comunica com o tálamo e CPFDL que reforça a alça da 
preocupação a CSTC. 
 
 Nesse circuito uma estratégia farmacológica de 
redução da ansiedade é o bloqueio dessas vias 
noradrenérgicas do LC. O medicamento empregado é o 
propranolol que por ser o único beta bloqueador a 
atravessar a BHE é capaz de antagonizar os efeitos da NA 
nessas vias diminuindo a ansiedade. 
CONTROLE DA ATIVIDADE ANSIOGÊNICA 
 Como foi visto até aqui a amigdala é o centro do 
medo e ansiedade e a alça CSTC da preocupação e 
obsessão. No controle do medo existem basicamente 
duas vias uma via serotoninérgica de origem dos 
núcleos da Rafe (NR) e outra noradrenérgica oriunda do 
locus coeruleus. Essas vias enviam estímulos para a 
amigdala que por sua vez estimula o córtex orbital pré-
frontal anterior e córtex cingulado anterior gerando um 
medo excessivo. 
 
 Esses circuitos sempre vão ser ativados em 
situações de risco e quando essas vias, LC e NR, estão 
muito excitadas invariavelmente por conta da 
estimulação da amidala há uma hiperestimulação 
simpática que produz efeitos tanto sistêmicos como na 
própria amigdala como foi mostrado. 
Assim para se regular essas vias existem 
interneurônios GABAérgicos que numa situação de 
ansiedade normal vão inibir a amigdala que por sua vez 
vai diminuir a atividade do CCA e do COPFA, mas nos 
transtornos de ansiedade esses interneurônios não 
funcionam de maneira eficaz. Algumas substâncias como 
benzodiazepínicos, barbitúricos, hipnóticos, sedativos, 
anestésicos e até mesmo o álcool agem justamente na 
estimulação desses interneurônios. 
 
Existem estratégias não farmacológicas para o 
controle da ansiedade como a yoga. Na yoga algumas 
posturas remetam a dor e a dor é ansiogênica, 
entretanto o individuo consegue controlar o ritmo 
respiratório e consegue manter esse estado apesar da 
situação adversa o que se reflete num feedback negativo 
para a amigdala fazendo com que os interneuronios 
inibitórios comecem a trabalhar. 
 SISTEMA GABAÉGICO 
 O GABA ou ácido gama-aminobutírico é principal 
neurotransmissor inibitório do SNC e atua em cerca de 
65% de todas as sinapses cerebrais é responsável pela 
regulação da amígdala e nas alças CSTC. 
 O glutamato é o precursor do GABA, a enzima 
glutamato descarboxilase (GAD) é a responsável por 
catalisar a reação formadora do GABA. 
 
 
 
 
 
 
RECEPTORES GABAÉRGICO 
Existem pelo menos três receptores para o GABA: 
 GABAA – São receptores ionotrópicos associados 
a canais de Cloreto. 
 GABAC – Também é ionotrópicos associados a 
canais de Cloreto, porém tem papel fisiológico 
desconhecido. 
 GABAB – São receptores metabotrópicos que 
culmina na corrente de potássio. 
Seja pela entrada de íons com carga negativa 
como ocorrer com os receptoresGABAA e GABAC ou pelo 
efluxo de potássio como ocorre com o GABAB o 
resultado final é a hiperpolarização neuronal e por 
consequência sua inibição. 
As estratégias focadas na ativação GABAérgicas 
irão se concentrar na ativação do receptor GABAA. Esse 
receptor possui 5 subunidades com um canal de cloreto 
no interior, cada subunidade possui quatro regiões 
transmembranas. 
Os receptores GABAA possuem muitos subtipos 
devido as diversas combinações das isoformas das 
subunidades. As isoformas são denominadas por letras 
gregas e cada subunidade pode apresentar um numero 
distinto de isofromas. 
 α – 1 a 6 isofromas; 
 β, σ e γ – 1a 3 isofromas; 
 δ, π, ε e θ – 1 isoforma. 
O receptor GABAA possui duas subunidades α e 
β e uma subunidade γ. Entres as subunidades α e β está 
o sitio de ligação do GABA, o benzodiazepínico se liga 
entre a subunidade α e γ. 
 
 
A partir desse esquema é possível perceber que 
os benzodiazepínicos são uma espécie de agonistas 
alotéricos não competitivos porque ativam o receptor, 
mas não competem pelo mesmo sitio com o GABA que é 
o agonista endógeno, entretanto os benzodiazepínicos 
para gerar efeito precisam que o GABA esteja 
interagindo com o receptor, caso não haja o 
neurotransmissor os benzodiazepínicos não produzirão 
efeito terapêutico, sendo assim, os fármacos 
benzodiazepínicos atuam potencializando a ação do 
GABA, pois eles atuam aumentando a frequência de 
abertura do canal. Dada essa característica peculiar os 
Benzodiazepínicos (BZD) são classificados como 
moduladores alostéricos postivos dos receptores 
GABAA. 
Como mencionado antes existem receptores 
com diferentes isoformas e quando o GABA se liga 
entres as subunidades β e α1 e o BZD entre as 
subunidades γ e α2 é produzida uma ação mais sedativa 
concomitante a uma inibição fásica do neurônio, mais 
uma vez é importante salientar que para se produzir 
efeito é necessário a ligação de duas moléculas de 
GABA, na ausência do agonista endógeno o receptor 
fica inativo e o BZD não produz efeito farmacológico. 
Quando o BZD se liga à receptores que possuam 
sítios α2 e γ2 ocorre uma ação mais ansiolítica, inibição 
fásica e sináptica, então, partindo desse pressuposto fica 
claro que dependendo de como esse receptor é 
constituído a ação produzida é distinta. 
 
Os barbitúricos podem se ligar no mesmo sitio 
que o GABA – β e α4 , mas também podem se ligar, 
principalmente, entre as subunidades α4 e δ gerando 
uma inibição tônica, diferentemente da fásica em que 
existe uma frequência de abertura na tônica o canal 
abre fibrila e não fecha causando um sedação 
importante e indução do individuo ao coma. O álcool em 
grandes quantidades tem o mesmo efeito, pois se liga 
nos mesmos receptores e por isso pode induzir o como 
alcoólico é importante salientar que álcool em pequenas 
quantidades não é ansiolítico e sim euforizante. 
 
Esses subtipos de receptores GABA estão distribuídos 
pelo encéfalo, mas mais importante que saber a 
localização precisa desses receptores é entender que a 
respostas de suas ativações serão distintas. Por 
exemplo, um paciente com TOC precisa reverter o 
quadro ansioso sem necessariamente haver sedação, 
portanto é necessário um fármaco que atue em 
receptores com sítios γ2 (α2, α3). 
 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
 O tratamento farmacológico é sintomático e não 
tem poder curativo, mais é especialmente importante na 
reabilitação do paciente. Os fármacos utilizados podem 
ser sedativos, hipnóticos e ansiolíticos. 
 SEDATIVOS – São fármacos com a capacidade de 
reduzir levemente a atividade cerebral, 
sobretudo nas áreas hiperexcitadas, 
promovendo assim a sensação de relaxamento e 
calma. Sinônimo de calmante. 
 HIPNÓTICOS – São fármacos com a capacidade 
de reduzir a atividade cerebral num nível que 
leve a redução da vigília, ou seja, são 
substâncias indutoras do sono. Sinônimo de 
soníferos. 
 ANSIOLÍTICOS – São fármacos com a capacidade 
de reduzir a atividade de certas áreas cerebrais 
envolvidas com os sentimentos e 
comportamentos ansiosos, ou seja, são 
substâncias que diminuem a ansiedade. Logo 
também possuem ação “calmante”. 
Todo sedativo e hipnótico tem a capacidade de reduzir a 
ansiedade. Mas nem todo ansiolítico necessariamente 
vai ter atividade hipnótica (indução do sono). 
BENZODIAZEPÍNICOS 
Como já discutido anteriormente os 
benzodiazepínicos são fármacos moduladores 
alostéricos positivos do receptor GABAa. 
O termo benzodiazepínico refere-se à parte da 
estrutura composta de um anel benzeno (A) fusionado a 
um anel diazepínico de sete membros (B). Como todos 
os benzodiazepínicos importantes contêm um 
substituinte 5-arila (anel C) e um anel 1,4-diazepina, o 
termo acabou significando as 5-arilas-1,4-
benzodiazepinas. 
 
 Os BZD tem amplo espectro de ação e podem 
ser usados como: 
 Ansiolíticos 
 Sedativos e hipnóticos 
 Anticonvulsivantes 
 Redução do tônus da musculatura 
Os BZD podem causar redução da coordenação 
motora e em doses altas podem causar amnésia 
anterógrada. 
Os BZD fazem ligações especificas no córtex, 
sistema límbico, cerebelo e mesencéfalo. Esses fármacos 
não atuam sobre receptores GABAb ou GABAc, além 
disso, são substancias que possuem efeito teto. 
O efeito teto confere certa segurança 
terapêutica aos BZD o gráfico a seguir mostra a curva de 
dose x resposta dos BZD e outros fármacos. 
 
A reta (vermelho) mostra a dose x resposta do 
etanol, anestésicos gerais e solventes note que essas 
substancias com o aumento da dose os efeitos 
aumentam proporcionalmente e podem deprimir os 
centros respiratório e vasomotor no bulbo, levando ao 
coma e à morte, já os BZD, curva (verde) possuem um 
platô e mesmo com o aumento progressivo da dose ao 
atingir esse limiar dificilmente é possível chegar ao 
efeito anestésico geral ou bloquear sistema respiratório, 
porém a associação de álcool com o BZD pode 
potencializar os efeitos e levar o individuo a um estagio 
de coma. 
Esse efeito teto se deve ao fato de os BZD, 
diferentemente das substancias anestésicas, pelos 
receptores GABAa produzem uma inibição fásica dos 
neurônios. 
 
BZD COMO HIPNÓTICOS 
Muitas pessoas, erroneamente, utilizam BZD 
para tratar a insônia, quando na verdade estão tratando 
o sintoma e não a causa e acabam se tornando 
dependentes da medicação. 
O sono é dividido em 5 estágios que vão se 
graduando até se chegar no sono REM onde a atividade 
cerebral é igual a atividade elétrico do individuo 
acordado. Durante o sono são feitos ciclos do sono REM 
e ele é importante, pois é nesse período que o individuo 
sonha, consolida a memoria, organiza sinapses, etc. 
 
 Os BZD aumentam a duração do sono fazendo 
com que ao dormir o sono do individuo fique entre o 
estagio dois e quatro e diminui os ciclos de sono REM, 
logo, os benefícios produzidos nesse período são 
diminuídos. 
 O uso crônico de BZD com esse intuito leva a 
tolerância, porque o excesso de estimulação do receptor 
GABA gera um downregulation como menos receptores 
para serem ativados é necessário aumentar a dose para 
se produzir o mesmo efeito farmacológico. 
ALGUNS FÁRMACOS UTILIZADOS COMO HIPNÓTICOS 
Ação curta: 
 ZOLPIDEM 
 ZOPICLONA 
 ANTIHISTAMINICOS 
 BARBITURICOS 
O Zolpidem e Zopiclona também são chamados 
de composto Z e não são BZD, mas atuam no mesmo 
sitio de ligação e parece não interferir muito no ciclo de 
sono e aparentemente não possuem efeitos na 
cognição, porém caso o paciente faça uso e não durma 
pode apresentar quadros de alucinação, delírio e 
paranóia. Os antihistaminicos de primeira geração, como 
o Polaramine® podem atuar como indutores do sono. Os 
barbitúricos não são mais utilizados por conta de seu 
efeito tóxico. 
INSÔNIA 
 Na insônia o paciente queixa-se de dormir pouco 
o que tem dificuldade para dormir. É importante 
investigar a etiologiauma vez que a insônia pode se 
tratar de um sintoma e caso seja tratada sem 
definitivamente tratar a causa o paciente não irá 
conseguir melhorar desse sintoma podendo até ficar 
dependente de medicação. Algumas possíveis causas 
são ruído, ansiedade, dor, doença, fadiga, etc. 
A insônia é classificada de três formas: 
Insônia transitória 
 3 dias de duração 
 Causada por agente estressor ou situacional 
 Uso de hipnóticos por 3 noites no máximo 
Insônia de curto prazo 
 3 dias a 3 semanas 
 Estressor, doença ou sofrimento 
 Uso de hipnótico 7 a 10 noites (interclado) 
Insônia de longo prazo 
 + de 3 semanas (s/ fator causal) nesse caso 
pode se tratar não apenas de um sintoma, mas 
sim de um distúrbio do sono. 
BZD E TEMPO DE AÇÃO 
 
 Pacientes em transtorno de ansiedade utilizam 
os fármacos de ação intermediária, os de curta são 
utilizados para sedação em procedimentos como 
endoscopia, por exemplo. 
FÁRMACOS BENZODIAZEPÍNICOS 
DIAZEPAM 
Farmacocinética 
 Rápido e completamente absorvido pelo TGI; 
 Pode ser administrado por IV, IM e oral; 
 Altamente Lipossolúvel; 
 Liga-se às proteínas plasmáticas (99%), atenção 
com pacientes cirróticos ou com disfunção 
hepatica; 
 Início de Ação após 30 min a 90 min; 
 Metabolização Hepática (Nordiazepam, 
Hidrodiazepam e Oxadiazepam) atenção com 
pacientes cirróticos ou com disfunção hepatica; 
 Meia-Vida (30 a 80 horas); 
 Excreção Renal (Livre ou predominantemente 
conjugada). 
Indicações 
 Ansiedade Aguda Situacional (crises 
exacerbadas); 
 Insônia; 
 Transtorno do Pânico; 
 Transtorno de Ansiedade Generalizada; 
 Tratamento das Complicações da Abstinência 
de Álcool 
Outras aplicações 
 Relaxante Muscular 
 Tétano 
 Espasticidade Decorrente de Doenças 
Neuromusculares 
 Tratamento e Prevenção de Mal Epilético e 
Convulsões 
 Pré-Anestésico e em procedimentos de 
endoscopia 
Contra indicações 
 Hipersensibilidade aos BZDs; 
 Doença Hepática ou Renal 
 Insuficiência Respiratória ou DPOC; 
 Miastenia Gravis; 
 Pacientes Adictos 
Reações adversas – vale para todos os BZD 
 Síndrome de Abstinência; 
 Ataxia; 
 Fadiga; 
 Sonolência 
CLONAZEPAM – Rivotril® 
Farmacocinética 
 Bem absorvido por VO (>80% de BD); 
 Altamente Lipossolúvel; 
 Liga-se às proteínas plasmáticas (86%); 
 Início de Ação após 60 min a 150 min; 
 Metabolização Hepática (Por nitrorredução e 
acetilação); 
 Meia-Vida (20 a 40 horas) 
 Excreção Urinária (50 a 70%) e Fecal (20 a 40%). 
Indicações 
 Transtorno do Pânico com ou sem agorafobia; 
 Transtorno de Ansiedade Social; 
 Mania Aguda; 
 Transtorno de Ansiedade Generalizada 
Outras aplicações 
 Acatisia Induzida por Antipsicóticos Típicos; 
 Redução transitória dos sintomas de Discinesia 
Tardia; 
 Agitação em Psicoses Agudas; 
 TOC; 
 Convulsões Tônico-Clônicas Generalizadas 
Primárias ou Secundarias; 
 Crises Mioclônicas e Crises Parciais; Neuralgia do 
Trigêmio 
Contra indicações 
 Hipersensibilidade aos BZDs; 
 Doença Hepática Grave e Insuficiência 
Respiratória; 
 Doença de Alzheimer; 
 Miastenia Gravis; 
 Pacientes Adictos. 
Considerações sobre o manejo clinico 
A suspensão abrupta do clonazepam, assim 
como todos os BZD, sobretudo depois do uso 
prolongado em doses elevadas, pode promover 
síndrome e retirada. Em pacientes com epilepsia, a 
interrupção abrupta pode produzir aumento na 
intensidade e na frequência das crises convulsivas, assim 
como o desencadeamento de um estado de mal 
epiléptico. 
ALPRAZOLAM 
Farmacocinética 
 Bem absorvido por VO (92% de BD); 
 Concentração plasmática atingida entre 0,7 e 2,1 
horas após a ingestão; 
 Liga-se às proteínas plasmáticas (80%); 
 Início de Ação Rápido; 
 Metabolização Hepática (CYP3A4 - Oxidação); 
 Meia-Vida (6 a 20 horas) 
 Excreção Urinária 
Indicações 
 Transtorno do Pânico com ou sem agorafobia; 
 Transtorno de Ansiedade Generalizada; 
 Transtorno Depressivo Maior; 
 Disforia Pré-Menstrual; 
Outras aplicações 
 Fobia Específica 
 Transtorno de Ansiedade Social 
 Tremor Essencial 
Contra indicações - Pacientes tomando cetoconazol ou 
itraconazol + as indicações do diazepam. 
FLUNITRAZEPAM 
Farmacocinética 
 Completamente absorvido por VO; 
 Concentração plasmática entre 1 à 4 horas; 
 Liga-se às proteínas plasmáticas (8%); 
 Início de Ação após 20 min à 30 min; 
 Totalmente Metabolizado (CYP3A4, CYP2C9 e 
CYP2C19); 
 Meia-Vida (25 horas) e Duração de Efeito (10 
horas); 
 Excreção Urinária 
Indicações 
 Insônia 
 Sedação Pré-Cirúrgica 
 Controle do Comportamento Agressivo em 
Psicóticos 
Contra indicações – As mesmas dos demais BZD + 
pacientes com síndrome da apneia do sono, miastenia 
Gravis, ou doença hepática grave. 
Considerações sobre o manejo clinico 
Alertar o paciente para que tenha cuidado ao 
dirigir veículos ou operar máquinas perigosas, pois o 
fármaco compromete tanto a atenção como a 
velocidade dos reflexos. Por se tratar de um BZD eve-se 
evitar o uso associado de álcool. 
BROMAZEPAM 
Farmacocinética 
 Bem absorvido por VO (BD 84%); 
 Concentração plasmática atingida entre 1 a 2 
horas (até 12horas); 
 Liga-se às proteínas plasmáticas (70%); 
 Início de Ação Rápido (20 minutos); 
 Metabolização Hepática (Oxidação); 
 Meia-Vida (8 a 20 horas) 
 Excreção Urinária (70% em 120 horas). 
Indicações 
 Transtorno de Ansiedade Generalizada; 
 Transtorno do Pânico; 
 Transtorno de Ansiedade Social; 
 Insônia; 
 Agitação 
 Outras aplicações 
Outras aplicações 
 Doenças Neuromusculares com espasticidade 
(Tétano); 
 Medicamento pré-anestésico; 
 Terror noturno; 
 Convulsões Parciais. 
Contra indicações e manejo – As mesmas do 
Flunitrazepam. 
BIOTRANSFORMAÇÃO DOS BZD 
 Os benzodiazepínicos são fármacos que 
possuem vários metabolitos intermediários e alguns 
deles são metabolitos ativos que prologam a ação do 
fármaco, no esquema abaixo esses metabolitos estão 
marcados com asterisco (*). 
 
FLUMAZENIL 
 O flumazenil é um antagonista competitivo dos 
receptores GABAa, portanto serve para bloquear os 
efeitos dos BZD, esse fármaco também bloqueia os 
efeitos dos Compostos Z. Esse fármaco pode ser 
utilizado para reversão da sedação ou no quadro de 
intoxicação por BZD. 
 Deve se ter atenção no caso de intoxicação 
mista e o uso de flumazenil não é recomendado em 
pacientes epilépticos que venham recebendo BZD por 
período prolongado, pois o uso dessa medicação pode 
disparar uma crise convulsiva, assim como pacientes no 
geral que fazem uso de BZD já que a utilização de um 
antagonista pode gerar uma crise de abstinência. 
Também deve-se ter cautela em pacientes com 
traumatismo craniano sob uso de BZD, já que o usos de 
flumazenil pode aumentar a pressão intracraniana. 
BARBITÚRICOS 
 São fármacos não muito utilizados na pratica 
clinica devido a sua curta margem terapêutica. Ele se 
liga a um sítio alostérico diferente dos BZD e promove 
uma estimulação tônica dos receptores GABAérgicos 
gerando quadro geral de sedação intensa. Com cerca de 
3x pode se sair da dose sedativa e chagar a hipnótica e a 
dose letal é 10x dose hipnótica. Por ser um potente 
sedativo os barbitúricos em dose elevadas pode causar 
depressão do sistema respiratório e morte. Para reverter 
quadro de intoxicação o manejo se da com é com 
medidas de suporte, hidratação, diurese forçada com o 
auxilio de diuréticos e como os barbitúricos são ácidos 
deve-se fazer a alcalinização da urina com a utilização de 
bicarbonato. 
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA BZD E BARBITÚRICOS 
 
 
CONTRA INDICAÇÕES DE BZD E BARBITÚRICOS 
 
BUSPIRONA 
 A buspirona é um agente ansiolítico de início 
lento e não é um benzodiazepínico. Esse fármaco tem 
um mecanismo diferente, pois não interage diretamente 
com os sistemasGABAérgicos, a buspirona se trata de 
um agonista parcial dos receptores 5-HT1A. 
 
 A buspirona atua em dois locais um deles é nos 
receptores 5-HT1A do neurônio pré-sináptico na região 
dendrítica e o outro é no receptor pós-sináptico. Os 
receptores 5-HT1A receptores inibitórios de serotonina, 
logo quando ela se liga a um receptor pré-sináptico 
diminui a atividade neuronal diminuindo a liberação de 
aminas ativas do neurônio quando ela se liga no 
receptor pós ela diminui a resposta. 
 O efeito pode durar dias ou semanas, porque 
esse tipo de ação leva a adaptação dos receptores 
(downregulation). A buspirona é um fármaco com pouco 
efeito sedativo e os efeitos colaterais incluem cefaleia, o 
mais comum, náuseas, nervosismo, delírios, excitação, 
disforia, sudorese e nasocongestão. 
MELATONINA 
 Aprovado em 2005 (USA) Brasil (Rozerem®) 
 Ação agonista em receptores MT1 e MT2 
 Rapidamente absorvida por VO (pico em 1h) 
 Biodisponibilidade menor que 2% 
 80% ligada a proteínas plasmática 
 Meia vida de 2 h 
 4 metabólitos ativos – M-II – ação em MT1 e 2 
É eficaz no tratamento da insônia crônica e bem 
tolerado sem prejuízo nas funções cognitivas e na 
formação de memória, pois não atrapalha o sono 
REM e não ocorre tolerância. Por ser igual a 
molécula endógena fisiologicamente é de se pensar 
em um feedback negativo, entretanto não a 
estudos comprovatórios de prejuízo de seu uso a 
longo prazo. 
ANTIDEPRESSIVOS E ESTABILIZANTES DE HUMOR 
 
Vídeo – “Eu tenho um cachorro preto e seu nome é depressão” 
O termo “cachorro preto” ou “black dog” é uma metáfora usada 
desde o século XVII para descrever a lenda de um fantasma com 
olhos brilhantes, relacionado aos maus presságios e à morte em 
várias culturas. Essa expressão foi popularizada por Winston Churchill 
no século XX e começou a ser usada como sinônimo de depressão, 
transtorno que o ex-primeiro-ministro do Reino Unido enfrentou ao 
longo da vida. 
 
Filme - Mr. Jones. 1993. Mostra um pouco de como é o comportamento de 
um individuo com mania 
TRANSTORNOS DE HUMOR 
 Os transtornos do humor costumam ser 
denominados transtornos afetivos. Isso porque o afeto é 
a expressão externa do humor, uma emoção vivenciada 
“por dentro”. Depressão e mania são as pontas no 
espectro de humor 
Distúrbios afetivos – depressão e mania 
CLASSIFICAÇÃO DOS DISTURBIOS AFETIVOS 
 A depressão tem espectro do humor mais 
negativo ao passo que na mania o individuo tem o afeto, 
expressão do humor, mais elevado. 
O termo mania é usado popularmente para 
definir hábitos ou comportamentos estereotipados (“eu 
tenho a mania de roer as unhas.”) e outras vezes o 
termo maníaco que deveria ser usados para os 
indivíduos com o comportamento de mania é 
empregado sobre os indivíduos que tem psicopatia. 
As desordens depressivas podem ser unipolares ou 
bipolares. 
Unipolar - indivíduos maníacos ou depressivos 
Bipolar – indivíduos com ambas desordens. 
DEPRESSÃO 
A depressão é definida como humor deprimido 
na maior parte do tempo e/ou perda de prazer na 
maioria das atividades. 
 15 a 20% da população mundial, em algum 
momento da vida, sofrerá de depressão. 
 6-8% dos pacientes em atenção primária 
preenche critérios 
 Alta morbidade e mortalidade 
 Causa comum de incapacidade 
 Associada a diversas condições clínicas – dor 
crônica e hipertensão. 
Como anteriormente os sintomas centrais da 
depressão são o humor deprimido e ausência de 
interesse e prazer, mas existem sintomas associados 
como fadiga, distúrbios do sono e concentração, 
psicomotores e etc como mostra o algoritimo abaixo. 
 
 Como abordado no tópico dos ansiolíticos, 
depressão e ansiedade compartilham diversos sintomas 
e cerca de 65% dos pacientes com ansiedade 
apresentam sintomas depressivos. 
SINTOMAS DE DEPRESSÃO MAIOR – DSM-5 
 Tristeza intensa e prolongada (humor 
deprimido); 
 Anedonia 
 Sentimento de culpa, menos valia, impotência, 
abandono e inquietação 
 Insônia/hiperinsônia 
 Hipofagia/hiperfagia – alteração de peso >5% 
em um mês 
 Redução da libido 
 Fadiga 
 Retardo psicomotor ou agitação 
 Redução da capacidade de pensar ou 
concentrar. 
 Pensamentos de morte ou suicidio. 
Para critérios de diagnóstico cinco (ou mais) desses 
sintomas devem estar presentes durante o período de 
duas semanas; pelo menos um dos sintomas é humor 
deprimido ou perda de interesse ou prazer. 
SIG E CAPS 
 Mudança no sono (S) 
 Interesses (I) 
 Culpa (G) 
 Energia (E) 
 Concentração (C) 
 Apetite/peso (A) 
 Alterações psicomotoras (P) 
 Suicídios (S) 
LUTO X MELANCOLIA 
 Freud foi um dos primeiros a traçar um paralelo 
entre o luto como um sintoma da depressão da 
melancolia, estado da depressão maior. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA DEPRESSÃO 
Nos dias atuais a depressão é classificada em 
depressão primaria e secundaria. 
Primária – Sem causa orgânica ou sem ligação direta 
com fator estressante. A depressão primaria pode ser 
subdividida em: 
 Depressão unipolar 
 Transtorno afetivo bipolar 
Secundaria – Diretamente ligada a fator estressante ou 
uma doença física. 
OUTROS FATORES ASSOCIADOS À DEPRESSÃO 
A utilização de fármacos como hipolipemiantes e 
antiarritimicos está associada a uma maior propensão 
de desenvolvimento de depressão, além disso, há os 
casos de depressão iatrogênica como no caso de 
paciente que fazem uso de glicocorticoides a longo 
prazo, uso de antibióticos, analgésicos sistêmicos e 
antiparkinsonianos e anti-convulsivantes. Quase todas 
as classes de medicamentos podem potencialmente 
induzir ou agravar a depressão. 
DEPRESSÃO COMO DOENÇA CLINICA 
 20 – 30% de pacientes cardíacos manifestam a 
doença. 
 Prevalência de 25% em pacientes com câncer 
(40-50% em pacientes com câncer de pâncreas e 
orofaringe) o mecanismo ainda não é bem 
elucidado. 
 Diabetes Melitus – correlação com estado 
glicêmico. 
 Também pode ocorrer: hipo e hipertirioidísmo, 
distúrbios neurológicos, HIV+, hepatite C crônica 
(interferon*) e síndrome da fadiga crônica e 
fibromialgia. 
DEPRESSÃO SINTOMAS E TRATAMENTO 
 Na depressão os sintomas associado são afeto 
negativo são maiores que o afeto positivo, logo, as 
estratégias farmacológicas e não farmacológicas de 
tratamento visão a inversão desse cenário. 
 
TERAPIA ANTIDEPRESSIVA 
 Basicamente toda a terapia farmacológica foi 
desenvolvida em apenas uma das teorias que sustentam 
o transtorno depressivo que é a redução das 
monoaminas (serotonina, dopamina e noradrenalina), 
assim os fármacos vão atuar no aumento desses 
sinalizadores. ↑5-HT ↑DA ↑NA 
 Entretanto apesar das estratégias 
farmacológicas serem baseadas nas monoaminas 
centrais sabe-se que o mecanismo fisiopatológico da 
depressão é mais complexo visto que mesmo após a 
administração desses fármacos os pacientes só 
apresentam quadro de melhora depois de algumas 
semanas sedo que praticamente após algumas horas 
depois da administração dos medicamentos os níveis 
centrais dessas substâncias já se encontram em 
quantidades satisfatórias o que evidencia que se o 
quadro depressivo fosse apenas um desbalanço de 
monoaminas este seria revertido quase que 
imediatamente após a administração dos fármacos. 
TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR (TAB) 
 Nos TAB os indivíduos transitam entre a mania e 
a depressão. 
 A mania é o extremo oposto da depressão, o 
individuo com mania tem humor elevado, expansível e 
irritável. Segundo a DSM-5 os indivíduos maníacos 
possuem a auto estima elevada, ideia de grandiosidade, 
sensação de ser mais e melhor que os outros e, algumas 
vezes quando tem delírio, reconhecendo ser 
predestinado a alguma coisa muito importante, e são 
sintomas centrais , além desses para fechar o 
diagnostico são necessários mais três sintomas 
associados que podem ser: 
 Redução da necessidade desono 
 Mais loquaz que o habitual ou pressão para 
continuar falando. 
 Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que 
os pensamentos estão acelerados 
 Distratibilidade 
 Aumento da atividade dirigida a objetivos 
 Agitação psicomotora 
 Envolvimento excessivo em atividades com 
elevado potencial para consequências 
dolorosas(p. ex., envolvimento em surtos 
desenfreados de compras, indiscrições sexuais 
ou investimentos financeiros insensatos) 
HIPOMANIA 
 É um estado semelhante à mania, porem em 
grau mais leve. Aparece em pacientes com TAB , no 
início dos episódios de mania, no Transtorno Ciclotímico 
da Personalidade. 
SINTOMAS: 
Mudança no humor habitual para euforia ou 
irritabilidade, reconhecida pelas pessoas mais íntimas do 
paciente. Hiperatividade, verborréia, diminuição da 
necessidade de sono, ↑ sociabilidade, atividade física, 
iniciativa, atividades prazerosas, impaciência. 
Ausência de sintomas psicóticos, não precisa de 
internação e o prejuízo ao paciente não é tão intenso 
quanto no episódio de mania. 
A imagem abaixo mostra uma comparação da 
atividade encefálica de um individuo norma, maníaco e 
depressivo respectivamente, fica claro a 
hiperexcitabilidade no individuo maníaco e a 
hipoexcitabilidade no depressivo. 
 
GRAFICO DE HUMOR 
 
O gráfico trás a gradação dos estágios do humor 
com a mania e depressão nos extremos. A distimia seria 
equivalente à hipomania em ralação a mania, é um grau 
de depressão mais leve. A hipertimia e hipotimia tem 
relação com o temperamento. A seguir serão mostrados 
de humor de alguns transtornos. 
 DEPRESSÃO MAIOR 
 A depressão maior é o transtorno do humor 
mais comum. Os indivíduos com esse transtorno podem, 
num período de 6 a 24 meses, fazer de dois ciclos que 
podem durar o mesmo período de tempo. 
 
 Esses pacientes caso não tratados possuem o 
risco de recaída aumentado. O quadro de recaída ocorre 
quando individuo tem um ciclo de depressão depois sem 
nenhuma intervenção farmacológica tem uma melhora, 
porém apresenta um novo ciclo depressivo num período 
menor que 12 meses. 
 
A recorrência é quando após a crise o humor normal 
dura mais que 12 meses. 
 
Remissão – paciente assintomático. 
Resposta – Melhora de pelo menos 50% dos sintomas. 
TAB – 1 
Define-se transtorno bipolar I como aquele com, 
pelo menos, um episódio maníaco ou misto (mania e 
depressão plenas simultaneamente). Os pacientes com 
transtorno bipolar I costumam apresentar também 
episódios depressivos maiores, embora isso não seja 
necessário para o diagnóstico de transtorno bipolar I. 
 
 A imagem a baixo correlaciona as regiões do 
encéfalo possivelmente disfuncionais na depressão e 
seus respectivos sintomas. 
 
 CPF – Córtex pré-frontal 
 NAC – Núcle accubens 
 E – Estriado 
 Hi – Hipotálo 
 ME – Medula espinhal 
HIPOTESES FISIOPATOLOGICAS 
 A primeira hipótese referente aos mecanismos 
fisiopatológicos da depressão é a monoaminégica. Essa 
hipótese foi uma descoberta casual e curiosamente tem 
inicio na década de 50 com a criação do primeiro 
fármaco a atuar especificamente no sistema nervoso 
autônomo simpático, a Reserpina. Com o intuído de ser 
um anti-hipertensivo, esse fármaco possuía como 
mecanismo de ação a inibição do transportador 
vesicular de monoaminas (VMAT). Quando foi criada a 
expectativa era de que a reserpina atuasse na 
diminuição de NA nas vesículas sinápticas reduzindo, 
assim o tônus simpático e controlando a pressão 
arterial. Entretanto a reserpina se mostrou pouco 
especifico e atua no VMAT de todas as monoaminas, 
com isso a maioria dos usuários desse medicamento 
melhoravam do quadro hipertensivo, mas desenvolviam 
como feito colateral a depressão. 
 
 A partir da hipótese monoaminérgica clássica 
surgiu uma segunda, a hipótese dos receptores 
monoaminérgicos. 
 
Nela há a ampliação da primeira hipótese, e postula que 
a atividade deficiente dos neurotransmissores 
monoamínicos provoca suprarregulação dos receptores 
pós-sinápticos de neurotransmissores monoamínicos, 
levando à depressão. 
 A última hipótese e uma das mais aceitas é a 
associada ao estresse e ao Fator neurotrófico derivado 
do cérebro (BDNF). Normalmente, o BDNF mantém a 
viabilidade dos neurônios cerebrais, estimulando a 
diferenciação celular, produzindo proteínas e 
monoaminas entre outras ações. 
 
No entanto, sob estresse, pode ocorrer 
repressão do gene do BDNF. O estresse pode reduzir os 
níveis de 5HT e aumentar agudamente e, em seguida, 
causar depleção crônica de NA e DA. Essas alterações 
nos neurotransmissores monoamínicos, com 
quantidades deficientes de BDNF, podem levar a atrofia 
e possível apoptose dos neurônios vulneráveis no 
hipocampo e em outras áreas cerebrais, como o córtex 
pré-frontal. 
Relembrando... 
A resposta normal ao estresse envolve a ativação do 
hipotálamo e consequente aumento do fator de 
liberação da corticotrofina (CRF), que, por sua vez, 
estimula a liberação do hormônio adrenocorticotrófico 
(ACTH) pela hipófise. O ACTH induz a liberação de 
glicocorticoides pela glândula suprarrenal, que 
retroalimenta o hipotálamo e inibe a liberação de CRF, 
interrompendo a resposta ao estresse. 
Em situações de estresse crônico, a liberação 
excessiva de glicocorticoides pode causar, em última 
análise, atrofia do hipocampo. Como o hipocampo inibe 
o eixo hipotálamo-hipófise-suprarrena (HHSR), a atrofia 
dessa região pode levar à ativação crônica do eixo HHSR, 
o que aumenta o risco de se desenvolver doença 
psiquiátrica. 
 
Felizmente, parte dessa perda neuronal pode ser 
reversível. Isto é, a restauração das cascatas de 
transdução de sinais relacionadas com monoaminas com 
o uso de antidepressivos pode aumentar BDNF e outros 
fatores tróficos, restaurando as sinapses perdidas. Em 
algumas áreas do cérebro, como o hipocampo, não 
apenas as sinapses podem ser recuperadas, mas 
também é possível que alguns neurônios perdidos sejam 
até substituídos via neurogênese. 
CIRCUITOS ENVOLVIDOS NOS TRANSTORNOS DE 
HUMOR 
Existem projeções oriundas do núcleo da Rafe 
que são serotoninérgicas que estimulam a amigdala e 
CPRVM, existe também outra via com projeções 
oriundas do mesencéfalo e área tegumentar ventral que 
são dopaminérgicas e se comunicam com o NAC e 
CPRDL. Nos indivíduos depressivos existe uma 
diminuição desses neurotransmissores, mas não são as 
únicas, há também uma redução da noradrenalina que 
está presente nos interneurônios que potencializam a 
neurotransmissão da dopamina e serotonina. 
A serotonina é associada com o afeto negativo e 
a dopamina com o afeto positivo. 
 
 Com isso, o individuo com depressão pelo déficit 
dopaminérgico e noradrenérgico apresenta a diminuição 
do afeto positivo e pelo déficit serotoninérgico e 
noradrenérico há o aumento do afeto negativo. Assim as 
estratégias farmacológicas devem visar o aumento 
domaminérgico para aumentar o afeto positivo e 
serotoninérgico para diminuir o afeto negativo, a 
noradrenalina é o modulador de ambas as ações. 
PAPEL DAS CATECOLAMINAS POR CIRCUITO 
 
Nos sintomas de humor deprimido há uma diminuição 
das monoaminas no circuito mesencéfalo-amigdala e 
CPFVM. Na apatia há uma redução de NA do 
mesencéfalo para o hipotálamo e CPF, também há 
disfunção dopaminérgica nesse circuito, além do NAC. 
Nos distúrbios do sono há alteração de todas as 
catecolaminas no tálamo, hipotálamo, prosencéfalo 
lateral e CPF. 
 
O sintoma de fadiga esta associado aos circuitos da 
medula espinhal e CPF ao passo que a DA esta associada 
ao CPF, NAC e estriado. A disfunção executiva tem 
relação com NA e DA na região do CPFDL. 
A serotinina tem relação importante com os sintomas 
relacionados a alteração de peso/apetite por conta de 
alterações dessa substancia no hipotálamo, culpa e 
menos valia também está associado a esse 
neurotransmissor especificamente

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