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Matéria: Processo Civil – Prof: Daniel Assumpção DISCIPLINA:MÓDULO DE DIREITO PROCESSUAL (NCPC) PROFESSOR: DANIEL ASSUMPÇÃO MATÉRIA: PROCESSO CIVIL Indicações de bibliográficas: Leis e artigos importantes: CPC 73 NCPC Palavras-chave: Competência. Honorários Advocatícios. Gratuidade de Justiça TEMA: NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL PROFESSOR: DANIEL ASSUMPÇÃO AULA 03. Competência. Honorários Advocatícios. Gratuidade de Justiça. 1.1 Incompetência - Exceção de incompetência relativa. No CPC/73, a alegação de incompetência relativa deve ser feita de uma forma bem específica: através da exceção de incompetência. A alegação de incompetência absoluta era feita em preliminar de contestação. O STJ determina a aplicação do princípio da instrumentalidade das formas se o réu alegar a incompetência relativa em preliminar de contestação. O ato é viciado, porque não respeita a forma legal exigida, mas não será declarado nulo (não surtiram efeitos ao ato viciado). Com o NCPC, tanto a incompetência absoluta quanto a incompetência relativa, passam a ser alegadas em preliminar de contestação. A incompetência relativa somente pode ser conhecida quando alegada pela parte interessada. As regras de incompetencia relativa são criadas para a proteção da parte, de forma que se não for alegada, haverá prorrogação da competência. Súmula 333, STJ: não cabe conhecer de ofício a incompetência relativa. Exceções: i. juizados especiais; ii. art. 112, pú, CPC/73 ou art. 63, §§3º e 4º NCPC (cláusula de eleição de foro). A cláusula de eleição de foro é uma forma de modificação de competência e esta é uma regra de competência relativa. O juiz pode conhecer de ofício cláusula de eleição de foro abusiva prevista em contrato de adesão. Matéria: Processo Civil – Prof: Daniel Assumpção O NCPC fala apenas em contrato, de forma que não precisa ser apenas contrato de adesão. A Sumula 333, STJ trouxe exceção para contratos consumeristas; o CPC/73 ampliou a fórmula para todos os contratos de adesão – não apenas consumeristas; agora o NCPC amplia ainda mais, aglobando todos os contratos (não apenas os consumeristas e não apenas os de adesão). - Protocolo da exceção de incompetência. Protocolo da exceção de incompetência. Art. 305, pú, CPC/73 – criou um protocolo integrado nacional. Qualquer lugar do Brasil que se protocole a exceção, será encaminhado o pedido para a demanda na qual se está impugnando a competência. O réu consegue levar o processo para o seu domicílio sem nunca ter saído de lá. No NCPC, não exista mais a exceção de incompetência. Mas determinou que a contestação que contenha em preliminar a incompetência relativa ou absoluta, poderá ser protocolada no domicílio do réu. No NCPC, o réu será citado para comparecer em uma audiência de conciliação ou mediação. E, somente se esta não restar frutífera, o réu poderá protocolar a sua contestação. No entanto, tratando-se de alegação de incompetência, o réu terá que contestar antes da audiência, que será suspensa. Haverá a suspensão da audiência de conciliação/mediação, pois primeiro se terá que decidir qual é o juizo competente. Se a alegação de incompetencia for acolhida, a audiência de conciliação e mediação ocorrerá no novo local de competência. Se a alegação de incompetência for rejeitada, a audiência de conciliação/mediação irá ocorrer na data que foi designada ou em outra data futura. Para ocorrer tudo isso, deve ter sido feita a citação. Se a citação ocorreu por correio ou por meio eletrônico, haverá distribuição livre. Se a citação tiver sido realizada por carta precatória, há prevenção do juízo que recebeu a precatória e fez a citação. Obs.: isto vai depender de lei de organização judiciária. Por isso será possível que citação por precatória acarrete em uma distribuição livre (pois há varas que tem competência absoluta de só fazer cumprimento de carta precatória). - Decisão Interlocutória. Seja alegada incompetencia relativa ou absoluta, se terá uma decisão interlocutória que vai acolher ou rejeitar a alegação do réu. No NCPC, esta decisão interlocutória não é recorrível por agravo de instrumento (pois não está no rol de recorribilidade do artigo que prevê o AI). Esta decisão somente poderá ser recorrida na apelação ou nas contra-razões. Não haverá preclusão! Sempre poderá se recorrer ao mandado de segurança. Apesar de haver um recurso cabível, se for demonstrado que a impugnação será ineficaz no caso concreto em razão da demora no seu acesso, a jurisprudencia tende por aceitar o MS. Matéria: Processo Civil – Prof: Daniel Assumpção - Legitimidade para alegar a incompetência relativa do MP como fiscal da ordem jurídica. Art. 65, pú, CPC. Apesar da exceção de incompetência ter acabado, não parece ter dúvida que o MP fará esta alegação por mera petição, caso não seja parte. Não sendo parte, a preliminar de contestação será inviável. Desta forma, a alegação feita pelo MP, como fiscal da lei, será feita por mera petição. - Atos Praticados pelo Juízo Incompetente. No CPC/73, para a incompetencia relativa não há previsão. Na ausência da previsão legal, o STJ entende que os atos são válidos. Para a incompetência abspluta, há o artigo 113, §2º, CPC/73 (apenas os atos decisórios são nulos ; os demais atos são válidos). No NCPC, a incompetencia relativa e absoluta são tratadas da mesma forma. Art. 64, §4º, NCPC. Os atos conservam os seus efeitos até que outra decisão em sentido contrário seja proferida pelo juizo competente. No momento em que vai para o novo juizo, se este concordar com todos os atos proferidos pelo juizo incompetente, serão estes válidos e eficazes. No CPC/73, a declaração de incompetência gera a nulidade de todos os atos. Ex.: juizo incompetente deferiu uma tutela antecipada; posteriormente, foi declarado incompetente. Este ato decisório é considerado nulo. O novo juizo deverá proferir uma nova decisão. A tutela antecipada somente poderá ser concedida pelo novo juízo – deverá esperar todo o trâmite do encaminhamento do juizo incompetente para o competente. No NCPC, todos os atos são validos. Ao chegar os autos do processo no juizo competente, este irá analisa-los. Se quiser, os manterá. Se não, proferirá novos atos. 2. Honorários Advocatícios. Art. 85, NCPC. Caput: o titular do crédito gerado pelos honorários sucumbencias é o advogado, não a parte vencedora. Esta previsão consta no EOAB. Todavia, no CPC/73, a disposição era que o titular era a parte – apesar deste dispositivo não ser aplicado. §1º. Cabimento dos honorários advocatícios. a- Honorários advocatícios serão devidos na reconvenção. A reconvenção é uma nova ação – do réu em face do autor. Tanto na ação convencional, quando na reconvenção, serão devidos honorários. b- Cumprimento de sentença STJ: se não ocorrer o pagamento voluntário. Matéria: Processo Civil – Prof: Daniel Assumpção O NCPC determina o cabimento de honorários advocatícios tanto na execução definitiva quanto na provisória. O STJ entendia que não cabia honorários advocatícios na execução provisória. O NCPC trouxe outro entendimento. c- Execução resistida ou não Resistência a um processo de execução, através dos embargos. Será cabível a execução de honorários, tendo ou não o executado ofertado embargos. Exceção: art. 85, §7º, NCPC: processo contra a FP que envolvam a expedição de precatório. d- Fixação de honorários advocatícios recursais Novidade! Art. 85, §§11 e 12, NCPC. O magistrado não tem como observar qual será o trabalho do advogado após a decisão de primeira instância. A majoraçãoprecisará ser feita pelos magistrados da 2ª instância. Cria-se em cada recurso contra a decisão da causa, se terá advogados advocatícios, desde que se respeite o limite de até 20%. Provimento do recurso: inversão dos honorários advocatícios de 1º grau + nova fixação em grau recursal. Inadimitido ou não provido: majoração dos honorários advocatícios de 1º grau. §8º Limitação de 10 a 20% do valor da condenação. No CPC/73, se não houver condenação em pagar quantia, perde-se a base de cálculo. O art. 20, §§2º a 4º fixa o valor da causa em razão de alguns critérios. O magistrado possuirá uma liberdade para fixar os honorários. No NCPC, apesar de manter a regra da limitação de 10 a 20%, utiliza um escalonamento. 1- leva-se em consideração o valor da condenação; 2- se não houve condenação, leva-se em conta o proveito econômico obtido. Esse dispositivo tem extrema importancia na sentença de improcedencia nas ações condenatórias. Proveito economico não é só o que se ganha, mas também o que se deixa de perder. Parece que se conseguiu criar uma regra isonomica. Ex.: autor pede 10 milhões. Se ganhar, o advogado do autor ganhará de 10 a 20% dos 10 milhões (honorários de 1 a 2 milhões). Se perder, por não haver valor de condenação, o magistrado fixará um valor (ex.: 5 mil). Com o NCPC, se o autor pede 10 milhões e perde, o advogado da parte contrária receberá honorários fixados no valor do proveito economico obtido (ou seja, o proveito economico obtido pelo réu foi deixar de pagar 10 milhões. Assim, de 10 a 20% dos 10 milhões). Haverá isonomia no pagamento dos honorários advocatícios. Matéria: Processo Civil – Prof: Daniel Assumpção 1- Há situações em que não há condenação e não há um valor economico, se utilizará o valor da causa. Se o valor da causa for irrisório ou simbólico, volta-se para a regra da utilização da fixação dos honorários pelo magistrado, com base em alguns critérios. Ex.: sentenças meramente declaratórias e constitutivas. §14. - Atribuição aos honorários advocatícios natureza alimentar. Os honorários advocatícios terá os mesmos privilégios dos créditos oriundos de natureza trabalhista. Continua a consagrar o entendimento já firmado do STJ. - Vedação a compensação em caso de sucumbência reciproca. Novidade que vai revogar súmula 306 do STJ. Atualmente, havendo sucumbencia reciproca do autor e do réu, ninguém pagará honorários advocatícios para ninguém. Como ambos tem honorários a receber, ninguém paga nada. Para ter compensação deve-se ter identidade de credores e devedores. O autor vai dever para o advogado do réu; e o réu vai dever para o advogado do autor. Há duas relações de débito e de crédito que não há relação de identidade entre os credores e devedores. A legitimidade ativa e passiva do direito dos advogados será diferente. O NCPC vem modificar o absurdo da compensação na sucumbência recíproca. §15. - Pedido de pagamento de honorários em favor da sociedade de advogados que integra na qualidade de sócio e não do advogado pessoa física. O advogado é contratado ou é sócio dessa sociedade, sai da sociedade e surge a discussão: a quem vai ser devido os honorários – o advogado ou a sociedade advocatícia? §16. Questão dos juros moratórios que incide sobre os honorários advocatícios. Incide apenas após o transito em julgado. Se os honorários advocatícios possuem natureza acessória, ele segue o principal, no que toca o termo inicial do juros. Qual seria o termo inicial? 1- Com relação a condenação principal, quando começou a incidir os juros? Então, será a partir desse momento que irá correr os juroso. 2- Há outra teoria que fixa o termo inicial da cobrança dos juros após a fixação dos honorários pelo juizo. 3- Por outro lado, há outra teoria que fixa o transito em julgado. Matéria: Processo Civil – Prof: Daniel Assumpção Este é o entedimento já consolidado pelo STJ e também é o entendimento previsto no art. 85, §16, NCPC. §18. Revogação parcial. Súmula 453/STJ. Há uma decisão omissa quanto aos honorários advocatícios, que transitou em julgado. A súmula 453, STJ determina que não cabe execução de honorários advocatícios (não há titulo executivo para isto – não há execução sem título executivo) e que neste caso não cabe ação autonoma de cobrança dos honorários advocatícios. A última parte da súmula é uma decisão equivocada, porque o justificativo desse entendimento é a coisa julgada material. Se a senteça foi omissa, não há como executar porque há coisa julgada material. Só se tem coisa julgada se for julgada a coisa. Não tem como se trabalhar com o fenomeno da coisa julgada, se os honorários advocatícios não for objeto de julgamento. Sem julgamento da coisa, não há coisa julgada (vide Barbosa Moreira). Esta segunda parte da súmula foi revogada pelo art. 85, §18, NCPC – que expressamente permite ação autonoma para fixação e cobrança dos honorários advocatícios. §19. Os advogados públicos receberão honorários de sucumbência. Todos os advogados públicos passam a ter direito aos honorários, que não vão mais para a pessoa juridica de direito público. Depende de lei regulamentar. §3º. Valor dos honorários advocatícios nas causas em que a FP for parte. 1- Valor da condenação. 2- Proveito economico No CPC/73, art. 20, 4º: não há limite de piso na condenação da FP (nem inferior nem superior). O NCPC cria faixas percentuais a depender do valor da condenação ou do proveito economico no caso concreto. Até 200 salários mínimos – de 10 a 20% De 200 a 2.000 salários mínimos – de 8 a 10%. De 2.000 até 20.000 salários mínimos – de 5 a 8%. De 20.000 até 100.000 salários mínimos – de 3 a 5%. Mais de 100.000 salários mínimos – 1 a 3%. O cálculo deve ser feito de forma escalonada: não se considera apenas o proveito economico, mas se considera esse valor pelas faixas. Ex.: condenação de 25 mil salários mínimos. Desse valor, condena-se os 200 salários mínimos na percentagem de 10 a 20 %; dos 200 a 2.000 salários minimos, condena-se em 8 a 10%; os 5 mil após 25 mil serão calculados na faixa de 3 a 5%. Matéria: Processo Civil – Prof: Daniel Assumpção Com essa nova fórmula, continua desigual, mas a situação dos pagamentos dos honorários advocatícios por parte da FP tornou-se melhor do que a existente no bojo do CPC/73. 7- Gratuidade de Justiça Art. 98-102, NCPC. a- Benefícios Art. 98, caput, NCPC. Ideia da pobreza jurídica - suportar os custos do processo sem sacrifício próprio ou de sua família. Aplica-se tanto a pessoa humana quanto a pessoa jurídica (súmula 481, STJ). b- Abrangência. Art. 98, §1º Custas processuias Taxas processuais Despesas processuais – tudo aquilo que se gasta fora do processo, mas que é necessário ao andamento do processo. As despesas processuais abrange também os emolumentos devidos aos notários e aos registradores – em razão de atos do cartório. Obs.: o notário/registrador poderá impugnar a concessão do benefício da gratuidade de justiça para o juizo competente para decidir questões notariais ou registrais. A impugnação será feita para o juiz do registro público e não para o juiz que concedeu a gratuidade de justiça (pode haver coincidencia entre eles). Se o notário e o registrador podem impugnar a concessão do GT, ela poderá ser cancelada. Um juiz irá então revogar uma decisão de outro juiz? Nesta hipótese, uma eventual revogação dos benefícios diga respeito apenas aos emolumentos devidos aos notários e registradores (de acordo com Daniel Assumpção). c- Depósito: Requisito de Admissibilidade Recursal. Multa: - ED manistamenteprotelatórios - Ainterno: inadmissivel ou infundado. Para este depósito, se tem a dispensa do beneficiário. Ele irá sofrer a multa por má-fé é aplicada normalmente, mas ela não será requisito de admissibilidade recursal. Mesma dispensa observada nas situações em que esse depósito é exigido para a propositura da ação (caução prévia). d- Condenação em Honorários Advocatícios Art. 98, §§2 e 3, NCPC. Matéria: Processo Civil – Prof: Daniel Assumpção Honorários e custas. O benefício do benefício será condenado a pagar verbas das sucumbências. Não é porque o sujeito é beneficiário da gratuidade de justiça que se for sucumbente não precisará pagar as verbas de sucumbencia. A executabilidade da decisão com relação as verbas de sucumbencia fica suspensa pelo prazo de 5 anos. Não cabe a execução no prazo de 5 anos; passados cinco anos, não poderá se executar nunca mais. Isto porque que no prazo de 05 anos, pode-se provar que as condições que permitiram a concessão do benefício modificou-se; e nesse caso, pode-se provar. e- Concessão parcial/parcelamento Art. 98, §§5º e 6º, NCPC. Concessão Parcial - Pode haver concessão parciial do benefício para a prática de um ato específico. Parcelamento – cria-se parcelas de pagamento daquele valor. Não chega a ser propriamente uma gratuidade, porque se terá que pagar de qualquer maneira. Paga-se tudo, mas de forma dividida.
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