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consegue tirar até 500 reais por dia em um final de conta Daniel Cesário de Moraes, 18 anos. Morador do Jardim Vaz de Lima, zona sul de São Paulo, ele pedala diariamente pela perigosa marginal do rio Pinheiros chegar à zona oeste. Mas o boom dos aplicativos e a concorrência de outros ciclistas e motoqueiros já se fazem sentir para no bolso. Moraes viu sua renda diária cair de 80 para 40 reais nos últimos meses. Se antes o frete mínimo corrida, um valor que também flutua a cada entrega, era de 6,50 reais, hoje dificilmente se alcança este valor. pago Para por driblar a crise, ele sonha em comprar uma moto para "progredir" no ramo de entregas. De qualquer forma, já conseguiu com o fruto de seu trabalho adquirir uma bike própria: "Custou 700 reais, parcelado em duas vezes". Quem não tem bicicleta própria usa o sistema de aluguel. As empresas responsáveis pelos aplicativos afirmam que apenas fazem a "ponte" entre as partes, que trabalham de forma autônoma e com liberdade de acordo com sua disposição e necessidades um argumento frequente em tempos de uberização do trabalho. Mas, para especialistas, não é bem assim. "Este modelo de trabalho se apoia no discurso do empreendedorismo, na ideia de você não ter patrão e poder fazer seu próprio afirma Selma Venco socióloga do Trabalho e professora da Unicamp. Segundo ela, este "discurso neoliberal camufla a real situação, que é a de precarização não apenas nas relações de trabalho, mas também nas condições de vida". Por trás dessa do empreendedorismo, existe uma situação análoga à diz Venco. "Há uma superexploração do trabalhador, pois ele sabe que terá que trabalhar uma jornada de 14 ou 15 horas para ter um ganho mínimo, irá além dos limites físicos para poder sobreviver. E sem nenhuma proteção, nenhum direito associado a isso." Os resultados da pesquisa endossam a tese da socióloga com relação à precariedade do trabalho neste modelo de aplicativos. Quando indagados sobre o que faria a diferença em seu dia a dia, 35% dos entregadores citaram um "seguro de invalidez para os casos em que o ciclista tenha que ficar parado por algum tempo em função de doença ou acidente. Trabalho de menores de idade sobre rodas Mas um dos problemas menos abordados dos serviços de entrega por aplicativo é a utilização de mão de obra de menores de 18 anos constatada na pesquisa da Aliança Bike e confirmada pela reportagem. Os aplicativos exigem que os entregadores enviem fotos dos documentos ao realizar o cadastro, mas as fraudes são comuns, e a fiscalização deficiente. W. B., 18, começou a trabalhar com entregas com "16 ou 17 anos". "Usei os documentos de um primo no cadastro porque sou agilizado, não posso ficar parado sem receber, entendeu?", explica. A presença de menores de 18 anos atuando como entregadores contraria frontalmente o decreto federal 6.481, de 2008, que fala sobre a proibição do trabalho infantil, seguindo disposições da Organização Internacional do Trabalho. A legislação brasileira permite o trabalho de jovens entre 16 a 17 anos apenas em atividades que não sejam "insalubres ou perigosas" classificadas como "Piores Formas de Trabalho Infantil" no decreto. Entre que é vetado para essa faixa etária estão os "serviços externos, que impliquem manuseio e porte de valores que coloquem em risco a sua segurança (office boys, mensageiros, contínuos)". Os riscos vão de "traumatismos; ferimentos; ansiedade e estresse" decorrentes de "acidentes de "Eu sei que, se acontecer alguma coisa, estou por minha conta", diz W. B., saindo para mais uma entrega no horário do almoço no bairro de Pinheiros. Disponível em: Acesso em: 21 fev. 2020. Adaptado. I. A charge enaltece a possibilidade que o trabalho informal oferece às famílias na busca da subsistência, apesar dos baixos salários e da jornada longa de trabalho. II. texto aponta a precarização do trabalho, disfarçada sob a máscara do empreendedorismo, mesma crítica que aparece na charge. III. texto destaca a falta de direitos e garantias a que estão submetidos os entregadores de aplicativos e a superexploração do seu trabalho. IV. De acordo com texto, 59% dos desempregados fazem entregas por aplicativos. É correto o que se afirma em: A) I, III e IV. B) e III, apenas. C) le III, apenas. D) I, e IV, apenas. E) II, III e IV, apenas. Questão 3: Leia o texto e analise as afirmativas. 01 de dezembro de 2025 18:37

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