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AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 1 AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS – FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 Prof. ERICK MOURA Olá pessoal, Bom revê-los aqui para mais um encontro. Espero que tenham gostado da aula anterior. Nessa aula vamos abordar os seguintes tópicos para a disciplina de AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC: => FUNDAMENTOS DE AFO NA CF, CONCEITOS DE ORÇAMENTO PÚBLICO. => ORÇAMENTO PÚBLICO: ELABORAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO. => CRÉDITOS ADICIONAIS, ESPECIAIS, EXTRAORDINÁRIOS, ILIMITADOS E SUPLEMENTARES. Eventualmente irei inserir alguns temas relacionados para que possamos cercar o assunto da melhor forma possível, ok ? Todos prontos? Então vamos nessa ! AULA 2 ROTEIRO DA AULA – TÓPICOS 1 – Orçamento: conceito, elaboração e regimes orçamentários 2 - Orçamento Público: elaboração, acompanhamento e fiscalização 3 - Créditos adicionais, especiais, extraordinários, ilimitados e suplementares 4 - Revisão em Tópicos e Palavras-Chave 5 – Questões desta aula AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 2 1 – Orçamento: conceito, elaboração e regimes orçamentários 1.1 – INTRODUÇÃO Erick, o que é um ORÇAMENTO PÚBLICO ? Inicialmente, seria interessante termos uma ideia do que é um orçamento em sua concepção simplista. Na essência, até mesmo para uma pessoa comum, um orçamento é uma espécie de planejamento em que se avaliam desejos e necessidades com valores associados a uma previsão do que se tem para gastar. Legal Erick, mas ainda não captei a ideia. Vamos usar um exemplo de nosso dia-a-dia. Em casa precisamos fazer um planejamento para confrontarmos o que temos de recursos e quais são nossos gastos. Assim, separamos nossas receitas para podermos pagar as despesas. Se houver aumento de despesa, nossa “sobra” vai diminuir a capacidade de fazermos investimentos pessoais. Vejamos um quadro orçamentário hipotético de uma família para fixarmos melhor a ideia de um orçamento. Os nomes dos personagens a seguir colocados são apenas para exemplificar. Qualquer semelhança é mera coincidência...... (já vi isso em algum lugar). MÊS: NOVEMBRO/2009 IN- GRESSOS GASTOS Salário – João R$ 1.800,00 Salário – Maria R$ 2.000,00 Renda de aluguéis R$ 1.200,00 Escola dos filhos R$ 1.600,00 Luz, Telefone, Gás R$ 700,00 Supermercado R$ 2.000,00 Empregada e INSS R$ 900,00Venda de um Terreno R$ 12.000,00 Empréstimos obtidos no Banco R$ 10.000,00 Pagamento recebido de empréstimos concedidos R$ 5.000,00 Reforma da casa R$ 2.000,00 Prestação da casa R$ 3.800,00 Compra de carro R$ 25.000,00 TOTAL: R$ 32.000,00 TOTAL: R$ 36.000,00 AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 3 Neste exemplo, vimos que o planejamento não foi adequado, o que gerou um “furo” orçamentário de R$ 4.000,00. É possível perceber que alguns ingressos e dispêndios, sob o ponto de vista econômico, têm certa aparência em comum. Por exemplo, na parte de cima da tabela, os salários são recebidos como forma de retribuição de uma prestação de serviço mensal. Além disso, são ingressos usuais, comuns, correntes. Na parte de cima do outro lado, temos que alguns gastos são utilizados para o custeamento da família, ou seja, são dispêndios para manutenção, custeio, ou seja, classificam-se como gastos correntes. Na parte de baixo do quadro, temos ingressos e dispêndios relacionados ao uso do capital. Sob a ótica econômica, capital significa, em síntese, o conjunto de bens produzidos que participam da produção de outros bens. Capital também é uma espécie de recurso, em moeda, investido ou disponível para investimento ou, ainda, pode ser um fundo em dinheiro ou o patrimônio de uma empresa. Com isso, podemos concluir que a família hipotética não soube planejar o orçamento de forma para que ele ficasse equilibrado. No caso, haverá a necessidade de se captar recursos de empréstimos ou de se cortar algum gasto. E o mais importante: É preciso ter transparência e responsabilidade nesse orçamento familiar, para que essas pessoas possam ter uma vida mais tranquila e poderem alcançar melhorias. Acho que agora já conseguimos ver, com esse exemplo de um orçamento cotidiano, alguns conceitos do que os governos devem fazer. Beleza Erick, mas e o tal do Orçamento Público? No caso do governo, temos algo semelhante ao que ocorre em nosso cotidiano. Vejamos como exemplo uma obra que consiste na construção de uma ponte para ligar duas cidades que ficam separadas por um rio. Os Prefeitos das cidades provavelmente não vão possuir recursos que possam arcar com a obra. Não se arrecada, em regra, o suficiente para construir uma ponte. Isto porque os municípios têm suas despesas correntes com servidores, entre outros, e de capital como, por exemplo, o asfaltamento de uma rua, que correm no orçamento municipal. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 4 Daí, essa demanda pela ponte gera necessidade de complementação de recursos para fazer frente a essa despesa. Geralmente, União e Estados en- tram com esse complemento. Então..........., do mesmo jeito que se deseja construir a piscina em uma casa, o governo também precisa fazer alguma despesa para que se atenda à necessidade da coletividade. Para esse objetivo, é preciso ter responsabilid- ade. E como se dá isso na esfera governamental ? A essência da resposta, em nossa disciplina, está no fato de que as RECEITAS precisam estar PREVISTAS, enquanto que as DESPESAS têm que ser FIXADAS. Também é preciso lembrar da concepção do que é a Atividade Fin- anceira do Estado. Esta se desdobra em receita, despesa, orçamento e crédito público e consiste em obter, aplicar, criar e gerir o dinheiro indispensável às necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu. Para isso, precisamos de um plano financeiro autorizado legal e formalmente, que consiste, em resumo, em uma pauta de dotações asso- ciada a uma realidade problematizada. Mas temos outras abordagens sobre o tema. Atualmente no Brasil, Orçamento Público é o documento do Poder Exec- utivo, aprovado pelo Legislativo, que estima receitas e despesas para o período de um ano, que envolve todos os órgãos integrantes da estru- tura governamental. Sob a ótica política, podemos dizer que corresponde ao contrato formulado anualmente entre governo, administração e sociedade sobre as ações a se implementarem pelo Poder Público. Não estranhem o fato de termos colocado que a despesa no orça- mento público também é estimada. No ordenamento jurídico brasileiro o que mais se vê é a frase: “PREVISÃO DE RECEITAS e FIXAÇÃO DA DESPESA”. No entanto, para se fixar a Despesa, temos que estimá-la o que não invalida este termo. Temos ainda o entendimento de que o Orçamento Público é o in- strumento pelo qual o governo controla as finanças públicas e executa as ações governamentais, ensejando o objetivo estatal do bem comum. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 5 No Brasil, abrange a elaboração e a execução de três leis – o plano plurianual (PPA), as diretrizes orçamentárias (LDO) e o orçamento anual (LOA) – que, juntas, concretizam o planejamento e a execução das políticas públicas federais. Bem, agora vamos adiante ! 1.2 – ORÇAMENTO PÚBLICO – CONCEITOS, OBJETIVOS E CONTEÚDO Antes de aprofundarmos, vamos inserir alguns comentários sobre a essência de um Orçamento Público. Sob uma visão histórica, percebe-se que o orçamento público evoluiu ao longo do tempo. Isto decorreu da maior atenção que se deu à economia como um todo, bem como no aumento do tamanho da participação dos governos na vida de uma nação. 1.2.1 - CONCEITO DE ORÇAMENTO PÚBLICO NO BRASIL O Orçamento Público, em sentido amplo, é um documento legal (aprovado por lei) contendo a previsão de receitas e a estimativa de despesas a serem realizadas por um Governo em um determinado exercício (geralmente de um ano). 1.2.2 - OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE OS OBJETIVOS E CONTEÚDOS DOS ORÇAMENTOS: Quais os objetivos de uma política orçamentária ? Basicamente, são os seguintes: • corrigir as falhas de mercado e as distorções, a fim de se manter a estabilidade, • melhorar a distribuição de renda; e • alocar os recursos com mais eficiência. Além disso, o Orçamento também tem a função de: • regular o mercado; e • coibir abusos. Assim, o Orçamento tem o objetivo de reduzir as falhas de mercado e as externalidades negativas. Estas seriam os fatores adversos AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 6 causados pela produção, tal como a poluição, os problemas urbanos, entre outros. Sabemos que o Governo intervém no mercado de várias formas. Por exemplo, por meio da política fiscal e da política monetária, controlam-se preços, salários, inflação, bem como se restringe a demanda ou se impõem choques na oferta. A Política Fiscal, a Política Regulatória e a Política Monetária são instrumentos e recursos que o Governo utiliza para intervir na Economia. Vamos destrinchá-las. • Política Fiscal - envolve a geração e a administração de receitas. Também se refere com o cumprimento de metas e objetivos governamentais no orçamento. Utiliza-se este instrumento para a alocação, a distribuição de recursos e a estabilização da economia. Desta forma, com a política fiscal é possível aumentar a renda e o PIB, além de aquecer a economia, por meio de uma distribuição melhor da renda. • Política Regulatória – utiliza medidas legais, tais como decretos, leis, portarias, etc., expedidas como alternativa para se alocarem e se distribuírem os recursos, a fim de se estabilizar a economia. Com a utilização das normas, diversas condutas podem ser banidas, como, por exemplo, as práticas abusivas, a poluição. Desta forma, também se evita a criação de monopólios ou de cartéis. • Política Monetária – abrange o controle da oferta de moeda, da taxa de juros e do crédito em geral. Tem como objetivo a estabilização da economia e também influenciar na decisão de consumidores e produtores. Com a política monetária, pode- se, entre outros fatores, restringir a demanda e controlar a inflação e os preços. Diante disso, observamos que o Orçamento Público funciona como uma baliza na Economia. Caso existam altos investimentos orçamentários do governo, é possível que o número de empregos aumente, bem como poderá haver um aumento da renda agregada. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 7 De outra forma, uma política orçamentária com baixos investimentos provocará, inevitavelmente, falta de emprego, queda ou desaceleração da economia, assim como redução do produto interno bruto - PIB. Além disso, as políticas de governo é que irão resultar em orçamentos recessivos ou em orçamentos expansionistas. Na recente crise econômica mundial, observamos diversas posturas dos governos dos países para ajustar suas economias e seus orçamentos. As principais funções do Estado consolidadas no Orçamento Público estão no quadro a seguir. FUNÇÃO DO ESTADO CARACTERÍSTICAS ALOCATIVA • Objetiva ofertar serviços e bens que o mercado não oferece ou que possa oferecer em condições ineficientes; • Cria meios para que se ofereçam bens privados ao mercado por produtores, por investimentos ou mediante intervenções, em razão do alto risco e do elevado custo; • Retifica imperfeições no sistema de mercado, tais como oligopólios e monopólios; • Corrige os efeitos negativos de externalidades. DISTRIBUTIVA • Busca tornar a sociedade menos desigual em termos de renda e riqueza; • Utiliza, em regra, os seguintes mecanismos: Ö Tributação; Ö Transferências financeiras; Ö Subsídios; Ö Incentivos fiscais; Ö Alocação de recursos em camadas mais pobres da população, etc. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 8 ESTABILIZADORA • Procura ajustar o nível geral de preços e o nível de emprego; • Objetiva dar estabilidade à moeda, por meio de instrumentos de política fiscal, cambial e monetária; • Busca também outras medidas de intervenção econômica, tais como controles mais rigorosos e estabelecimento de limites, ambos estabelecidos por normas legais. Após essas noções básicas, que espero serem de utilidade para todos, vamos ao passo seguinte. 2 – Orçamento Público: elaboração, acompanhamento e fiscalização 2.1 – ELABORAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO Este tema basicamente se refere ao CICLO ORÇAMENTÁRIO no Brasil, onde temos as seguintes etapas: Elaboração, Aprovação, Execução, Controle e Avaliação. MANTRA ! O CICLO ORÇAMENTÁRIO SE RESUME NO “EAECA”: ELABORAÇÃO – APROVAÇÃO – EXECUÇÃO – CONTROLE – AVALIAÇÃO Alguns autores e algumas bancas tentam confundir o candidato na hora da prova, mas trarei outras subfases dentro dessas etapas para não gerar dúvidas. Esse mantra se aplica quando pensamos somente na Lei Orçamentária Anual, mas há autores que ampliam essas fases ao incorporarem o ciclo desde o planejamento do Plano Plurianual – PPA. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 9 Neste viés, destacamos o pensamento de Osvaldo Maldonado Sanches que estabelece 8 fases para o ciclo orçamentário mais amplo em seu artigo “O ciclo orçamentário: uma reavaliação à luz da Constituição de 1988”, disponível em http://www.enap.gov.br/index.php?option=com_docman&taskdoc_view&gid=2 851, acessado em 10/06/2010. • FORMULAÇÃO DO PLANEJAMENTO PLURIANUAL, PELO EXECUTIVO; • APRECIAÇÃO E ADEQUAÇÃO DO PLANO, PELO LEGISLATIVO; • PROPOSIÇÃO DE METAS E PRIORIDADES PARA A ADMINISTRAÇÃO E DA POLÍTICA DE ALOCAÇÃO DE RECURSOS PELO EXECUTIVO; • APRECIAÇÃO E ADEQUAÇÃO DA LDO, PELO LEGISLATIVO; • ELABORAÇÃO DA PROPOSTA DE ORÇAMENTO, PELO EXECUTIVO; • APRECIAÇÃO, ADEQUAÇÃO E AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA; • EXECUÇÃO DOS ORÇAMENTOS APROVADOS; • AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO E JULGAMENTO DAS CONTAS. Segundo o autor, tais fases são insuscetíveis de aglutinação, pois cada uma possui ritmo próprio, finalidade distinta e periodicidade definida. Essa abordagem foi objeto de cobrança em uma prova da FCC, cuja questão está a seguir. CAIU NA PROVA ! 21 - (FCC / TÉCNICO SUPERIOR – ADMINISTRADOR / PGE – RJ / 2009) Segundo especialistas, o ciclo orçamentário compreende um conjunto de oito grandes fases, cuja materialização se estende por um período de vários anos. A terceira fase compreende a: a) execução dos orçamentos aprovados. b) elaboração da proposta de orçamento pelo Executivo. c) formulação do Plano Plurianual pelo Executivo. d) apreciação e adequação do Plano Plurianual pelo Legislativo. e) proposição de metas e prioridades para a administração e a política de alocação de recursos pelo Executivo. Comentários: O gabarito é a alternativa (e) AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 10 Vamos ordenar as demais alternativas em relação às 8 fases. Item “a” – 7ª FASE Item “b” - 5ª FASE Item “c” - 1ª FASE Item “d” - 2ª FASE Pessoal, o mais comum é a abordagem sobre o mantra que colocamos, ok ? De qualquer forma, colocamos o pensamento de Osvaldo Maldonado Sanches para ampliarmos nosso conhecimento. Ok, Erick, gostei do seu mantra, mas me explique melhor. Então. ..., vamos colocar definições básicas sobre estas fases, pois, conforme nossa programação, na aula seguinte iremos aprofundá-las. • ELABORAÇÃO É incumbência do Poder Executivo, por meio do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG, consolidar e elaborar o orçamento. Neste instrumento deve existir compatibilidade com os planos e diretrizes já submetidos ao Poder Legislativo. MANTRA ! Prazo para encaminhamento do projeto de lei orçamentária anual – LOA elaborado pelo Executivo: • até 31 de agosto do exercício financeiro corrente; ou • até 4 meses antes do término do exercício financeiro corrente. Não se esqueçam de que é um prazo só, mas dito de duas formas diferentes. Isto decorre do texto do inciso III, § 2°, art. 35 do ADCT da CF/88 em conjunto com o art. 34 da Lei n° 4.320/64, conforme a seguir transcritos. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 11 Inciso III, § 2°, art. 35 do ADCT da CF/88: “(. ...) III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.” Art. 34 da Lei n° 4.320/64: “Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.” Por fim, no Brasil, considera-se ano civil o período compreendido entre o dia 1° de janeiro de um ano ao dia 31 de dezembro deste mesmo ano. Essa interpretação decorre da lacuna de uma Lei Complementar que ainda não existe no ordenamento jurídico brasileiro. Veja que embora exista a LRF, esta não supre o que se prevê no § 9° do art. 165 da CF/88, a seguir transcrito: “(. ...) § 9º - Cabe à lei complementar: I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.” CAIU NA PROVA ! Vamos aproveitar ao longo de nosso curso para fazermos questões de outras Bancas de forma a fixarmos o conhecimento, ok ? 22 - (ESAF / ANALISTA – SEFAZ - CE / 2007) A respeito da elaboração do Orçamento Geral da União, é correto afirmar, exceto: a) o Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional propondo a alteração do projeto de lei orçamentária a qualquer tempo. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 12 b) é prerrogativa do Presidente da República a iniciativa dos projetos de lei orçamentária. c) as emendas parlamentares aos projetos de lei orçamentária anual não poderão indicar como despesas a serem anuladas as destinadas ao pagamento de pessoal e seus encargos. d) na fase de tramitação no Congresso Nacional, cabe a uma comissão mista de Senadores e Deputados examinar e emitir parecer sobre os projetos de lei que tratam de orçamento. e) a proposta orçamentária para o exercício seguinte deverá ser enviada ao Congresso Nacional até 31 de agosto do ano anterior. Comentários: Gabarito da questão: alternativa (a). Vamos corrigir o item, antes de passarmos as referências dos demais itens. “O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional propondo a alteração do projeto de lei orçamentária, DESDE QUE NÃO INICIADA A VOTAÇÃO DA MATÉRIA PROPOSTA.” Segue a correspondência dos itens na CF/88. Item a art. 166, § 5º Item b art. 165, III Item c art. 166, §3º, II, a Item d art. 166, § 1º, I, 1ª parte Item e art. 35, § 2º, III do ADCT • APROVAÇÃO (APRECIAÇÃO, DISCUSSÃO, APRESENTAÇÃO DE EMENDAS, VOTAÇÃO, SANÇÃO E PUBLICAÇÃO): Aqui é interessante nos remetermos ao Processo Legislativo Orçamentário que tem características próprias. Como disse antes, por enquanto, vamos trazer algumas ideias básicas. Posteriormente em nosso curso, aprofundaremos o tema com pinceladas de importantes conceitos de Direito Constitucional. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 13 Aliás, uma orientação importante para vocês: não vejam nossa matéria de forma isolada. As disciplinas AFO, Orçamento Público e Finanças Públicas são complexas, pois também se relacionam com outras. Talvez seja por isso que elas estejam tão recorrentes nos concursos mais recentes. As bancas adoram matérias multidisciplinares ! As que mais se relacionam com nosso tema, guardadas as devidas proporções, são Direito Constitucional, Contabilidade Pública, Direito Administrativo, Administração Pública e Economia. Vamos fazer um pacto de forma a relacionarmos essas disciplinas durante nosso curso, para que possamos assimilar melhor o conteúdo e termos um excelente desempenho nas provas, ok ? Após essa orientação/break, vamos seguir... Na fase de APROVAÇÃO, não se vê tanta harmonia entre o Governo e o Congresso, pois os interesses são conflitantes. Por isso, é fundamental existir muita negociação entre as partes envolvidas. Nesta fase, a governabilidade vai decidir os rumos orçamentários do país. O Poder Executivo tenta harmonizar a proposta orçamentária durante a fase de elaboração. Assim, procura-se evitar ao máximo qualquer desgaste ou prejuízos aos interesses públicos colocados junto ao Governo. É bem verdade que essa harmonia não ocorre na prática, pois os parlamentares no Brasil procuram colocar suas promessas de campanha e demais interesses políticos em primeiro lugar. Diante disso, cabe descrever a etapa de APROVAÇÃO em conjunto com suas subfases que são: • APRECIAÇÃO; • DISCUSSÃO; • APRESENTAÇÃO DE EMENDAS; • VOTAÇÃO; • SANÇÃO OU VETO (REJEIÇÃO PELO EXECUTIVO); E • PUBLICAÇÃO DO ORÇAMENTO. A fase de APROVAÇÃO é a mais lenta e desgastante de todo o ciclo orçamentário. Quando o projeto orçamentário elaborado pelo Poder Executivo chega ao Legislativo, ele é encaminhado a uma Comissão Mista de AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 14 senadores e deputados federais a que se refere o parágrafo 1º do art. 166 da CF/88. Esta Comissão é comumente chamada de Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização. O Presidente dessa Comissão designa um Relator-Geral o qual cabe submeter um parecer à Comissão. Neste documento preliminar fixam-se parâmetros que irão nortear a elaboração dos relatórios parciais e setoriais, inclusive quanto à eventuais formulações de emendas. Os relatórios setoriais, no âmbito das Subcomissões, irão consolidar os relatórios parciais, que cuidarão de partes da proposta, correspondentes a um ou mais órgãos e unidades orçamentárias. Estes relatórios vão à discussão e votação nas Subcomissões. Cabe ao Relator-Geral fazer a adequação dos pareceres setoriais aprovados em cada Subcomissão. É neste momento que ocorrem as barganhas e emendas eleitoreiras por parte dos parlamentares. No entanto, nada impede que eles apresentem propostas de emendas ao projeto de LOA, desde que estejam compatíveis com o PPA e a LDO. No Plenário da Comissão, discute-se e vota-se o Relatório-Geral que, posteriormente, é submetido ao Plenário do Congresso Nacional. Com a aprovação da redação final, o projeto de LOA é então encaminhado à sanção do Presidente da República. Não podemos nos esquecer de que este tem prerrogativa de vetar ou não o texto apresentado. No Brasil, a devolução para sanção deve ocorrer até o encerramento da sessão legislativa. Consequentemente, não se poderia encerrar a sessão sem a aprovação e o encaminhamento do projeto de LOA ao Poder Executivo. MANTRA ! Prazo para DEVOLUÇÃO do projeto de LOA pelo Legislativo: • até 22 de dezembro do exercício financeiro corrente; ou • até o término da sessão legislativa. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 15 Aqui temos como fundamento o art. 57 da CF/88, com a redação dada pela Emenda Constitucional n° 50, de 2006. Mais uma vez, não se esquecer de que é um prazo só, mas dito de duas formas diferentes. Em razão de nossa programação de aulas, vamos aprofundar os temas PPA, LDO e LOA mais adiante. • EXECUÇÃO: Com a publicação da LOA, desencadeia-se o processo de execução do Orçamento do Governo Federal. Posteriormente, faremos considerações sobre a possibilidade de se executar o orçamento sem uma LOA publicada. Na fase de preparação do orçamento para a execução, a alocação dos créditos nos elementos de despesa é atribuição da setorial orçamentária. É importante que se destaque que a execução é orçamentária e financeira. A “primeira parte”, a execução orçamentária, refere-se ao que está planejado e ao que consta no orçamento. Na “parte” da execução financeira, a referência está no fluxo de caixa do Tesouro Nacional. Destaquei “parte” só para efeitos de compreensão, pois ambas andam juntas. Nesta fase, no âmbito federal, os órgãos e as entidades de toda União executam os programas governamentais contemplados na LOA. Isto se faz por meio de uma série de decisões e atividades financeiras de forma a se atingirem metas e objetivos expressos formalmente no orçamento- programa anual. Não podemos nos esquecer de que este orçamento deve se harmonizar com o PPA e a LDO. A elaboração e a administração orçamentária e financeira se desenvolvem dentro do exercício definido como o ano civil, como se prevê no art. 34 da Lei nº 4.320/64. A execução orçamentária constitui um tema complexo, mas que não se cobrou muito nos últimos concursos para a CGU. No entanto, cabe o registro de que a execução influencia e molda a tomada de decisões governamentais. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 16 • CONTROLE: A Administração procura obter informações físico-financeiras no transcurso do processo de execução orçamentária e financeira. Desta forma, possibilita-se o controle e a avaliação dos planos e programas a serem executados, em execução ou já executados, que constam na LOA. O controle e a avaliação constituem a última fase do ciclo orçamentário, mas de forma alguma a menos importante. Só para relembrar, conforme art. 6º do Decreto-Lei nº 200/67, o controle representa um dos cinco princípios fundamentais que norteiam a Administração Pública Federal. Os seguintes princípios fundamentais estão previstos no art. 6°: “Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais: I - Planejamento. II - Coordenação. III - Descentralização. IV - Delegação de Competência. V - Controle.” MNEMÔNICO: PC2D2 No Brasil, existem dois tipos de controle: • INTERNO • EXTERNO Chama-se controle interno quando exercido por agentes do mesmo Poder. Já o controle externo se exerce por órgãos independentes desse Poder. Em relação ao Controle Externo, a CF/88, nos artigos 70 e 71, assim sintetiza o tema: AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 17 CONTROLE EXTERNO • O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do TCU. • A fiscalização ”COFOP” (contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial): Ö da União e Ö das entidades da administração direta e indireta quanto à “LLEAR” (legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas) será exercida pelo • Congresso Nacional, mediante controle externo; e • Sistema de Controle Interno de cada Poder. A CF/88 aloca o art. 74 quanto ao tema Controle Interno. Vamos a um quadro sintético: CONTROLE INTERNO PODERES Legislativo + Executivo + Judiciário manterão sistema de controle interno de forma integrada FINALIDADES • avaliar: Ö o cumprimento das metas previstas no PPA; Ö a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União. • comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto: Ö à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal; Ö à aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 18 • exercer o controle dos (as): Ö operações de crédito; Ö avais; Ö garantias; Ö direitos; e Ö haveres. • apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional OBSERVAÇÃO Se os responsáveis pelo controle interno tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, deverão dar ciência ao TCU, sob pena de responsabilidade solidária. • AVALIAÇÃO: O ideal seria que o controle fosse prévio, para que houvesse uma avaliação mais eficiente do cumprimento das metas instituídas. No entanto, o mais recorrente é a avaliação sobre o processo da despesa que já se realizou. Por fim, no processo de controle e avaliação orçamentária, identificam-se as seguintes etapas: A. comparação dos resultados obtidos e efeitos produzidos; B. comparação dos resultados e efeitos obtidos com os objetivos e metas programadas; C. análise dos problemas observados e determinações de suas causas; D. definição e tipificação das medidas corretivas que se devam tomar; e E. aplicação das medidas corretivas. Assim temos os seguintes critérios de avaliação da gestão governamental: ECONOMICIDADE - EFICIÊNCIA – EFICÁCIA – EFETIVIDADE. A seguir, sintetizaremos cada um deles. da UNIÃO AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 19 • ECONOMICIDADE: Ö Menor custo, com qualidade • EFICIÊNCIA: Ö Gastar bem Ö Controle de desperdícios Ö Aprimoramento de práticas administrativas e operacionais • EFICÁCIA: Ö Atingir os objetivos e metas programados • EFETIVIDADE: Ö Impacto quantitativo e qualitativo gerado na comunidade e se as suas necessidades foram satisfeitas Ö Continuidade dos resultados alcançados Ö Avaliação custo/benefício(grau de sucesso do programa) OBSERVAÇÃO As fases de CONTROLE e AVALIAÇÃO também são conhecidas como ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO. CAIU NA PROVA ! 23 – (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO – MPOG/2010) Assinale a opção falsa a respeito do ciclo orçamentário no Brasil. a) É um processo integrado de planejamento das ações e compreende a elaboração do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da Lei Orçamentária Anual, bem como a execução e avaliação desses instrumentos. b) É o processo de elaboração da Lei Orçamentária Anual, que se inicia no envio da proposta de orçamento ao Congresso Nacional e se encerra na sanção da lei. c) Na elaboração dos instrumentos que compõem o ciclo orçamentário, o Congresso Nacional tem competência para realizar modificações nas propostas a ele encaminhadas. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 20 d) É um processo contínuo, dinâmico e flexível para a elaboração, aprovação, execução, controle e avaliação dos programas do setor público. e) A Comissão Mista de Orçamento tem papel importante nas etapas de elaboração e fiscalização. Comentários: Gabarito da questão: alternativa (b). O ciclo orçamentário compreende as fases do “EAECA”, ou seja, não se encerra com a sanção da lei, pois ainda temos as fases da EXECUÇÃO, o CONTROLE e a AVALIAÇÃO, após a SANÇÃO DA LEI, que é uma subfase que encerra a fase da ELABORAÇÃO do orçamento. 24 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Analise as afirmações a seguir, relativas à elaboração, acompanhamento e fiscalização do orçamento público no Brasil. I. O projeto de lei orçamentária anual deverá ser encaminhado pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo até 31 de agosto do exercício financeiro corrente. II. Os parlamentares poderão apresentar emendas ao projeto de lei orçamentária anual, desde que sejam compatíveis com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias. III. O Presidente da República deverá sancionar o projeto de lei orçamentária aprovado pelo Congresso Nacional, estando impedido de vetá-lo, no todo ou em parte. IV. O controle externo das contas públicas da União está a cargo do Congresso Nacional e será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União. É correto o que consta APENAS em: a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) III e IV. e) I, II e IV. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 21 Comentários: Gabarito da questão: alternativa (e). O erro da assertiva III reside no fato de que o Presidente da República NÃO ESTÁ IMPEDIDO DE VETAR, NO TODO OU EM PARTE, o projeto de LOA aprovado pelo Congresso Nacional. 25 - (ESAF/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2004) O sistema de controle interno tem por objetivo manter a integridade do patrimônio da entidade e, portanto, deve a sua organização, implantação e implementação definir prioritariamente quatro fatores. Aponte a opção não- pertinente. a) Definir a área a controlar. b) Definir um sistema de controle pessoal, ou seja, um controle que permita desenvolver a administração por exceção. c) Definir quem informa quem, ou seja, o nível hierárquico que deve prestar informações e o que deve recebê-las, analisá-las e providenciar medidas necessárias para manter operante a administração. d) Definir o que deve ser informado, ou seja, o objeto da informação. e) Definir o período em que as informações devem ser prestadas. Comentários: Gabarito da questão: alternativa (b). O item fere o princípio da Impessoalidade. Não existem meios no ordenamento jurídico nos quais se permita um sistema de controle pessoal, ou seja, um controle que desenvolva a administração por exceção. Além disso, a questão destaca nos demais itens que devemos prezar pela transparência em relação ao sistema de controle interno, de forma a se manter a integridade do patrimônio da entidade. Assim, os 4 fatores prioritários para se definir a organização, a implantação e a implementação de forma a se manter íntegro o patrimônio de uma entidade são: 1) a área a controlar. 2) o fluxo de informações. 3) o objeto da informação. 4) o período em que se prestam as informações. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 22 3 – Créditos adicionais, especiais, extraordinários, ilimitados e suplementares 3.1 – TIPOS DE CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS A autorização legislativa para a realização da despesa constitui crédito orçamentário, que poderá ser inicial ou adicional. É interessante esse tópico no edital passado, pois o candidato já recebe de cara uma importante dica: OS CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS NÃO SÃO ILIMITADOS. Assim, não precisamos pesquisar nada sobre créditos ilimitados. A própria Banca facilita, mas ao mesmo tempo tenta confundir. O fundamento desse assunto se encontra no inciso VII, art. 167 da CF/88, como a seguir transcrito: “ Art. 167. São vedados: (. ...) VII - a concessão ou utilização de créditos ilimita- ; (. ...)” Vamos a um quadro para facilitar o entendimento inicial sobre o tema CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS. CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS (NÃO SÃO ILIMITADOS) TIPOS • INICIAIS OU ORDINÁRIOS • ADICIONAIS ADICIONAIS • ESPECIAIS • SUPLEMENTARES • EXTRAORDINÁRIOS Um ponto interessante a destacar é que as alterações de planejamento no PPA e na LDO se fazem por meio de leis ordinárias “comuns”. MNEMÔNICO ESE AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 23 Destaquei para diferenciarmos que, no caso da LOA, essas alterações também se dão por leis. No entanto, mais precisamente, elas são chamadas de LEIS DE CRÉDITOS ADICIONAIS. O orçamento anual consigna importância (dotação) para atender determinada despesa de forma a executar ações planejadas pelo governo. Quando ocorre a aprovação da LOA ela se apresenta sob a forma de um texto seguida de anexos nos quais constam diversos programas de trabalho associados, cada um deles, a uma dotação inicial. Segundo Taylor, o Princípio do Planejamento da Administração deve buscar a substituição de métodos empíricos por procedimentos científicos, de forma a se planejar mais adequadamente um trabalho. Assim, as LEIS DE CRÉDITOS ADICIONAIS se consideram exceções a tal princípio quando alteram a LOA. Observem que este princípio não é orçamentário. Além disso, deve-se entender o termo Administração como Administração Acadêmica e não Administração Pública. 3.2 – CRÉDITOS INICIAIS OU ORDINÁRIOS Correspondem à dotação inicial designada para determinado programa de trabalho. Constituem a primeira autorização legislativa para a realização de determinada despesa. Representam os créditos orçamentários iniciais aprovados pela LOA, na qual constam os orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimento das empresas estatais. 3.3 – CRÉDITOS ADICIONAIS São leis específicas que objetivam a alteração na LOA em relação aos créditos orçamentários que estavam em vigor anteriormente. Os créditos adicionais podem alterar os créditos iniciais ou os adicionais que porventura alteraram outro crédito. O art. 40 da Lei n° 4.320/64 define os créditos adicionais como autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na LOA. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 24 Como vimos no quadro anterior, os 3 tipos de créditos adicionais são: ESE = ESPECIAIS – SUPLEMENTARES – EXTRAORDINÁRIOS. Ok Erick, mas quais as fontes desses créditos adicionais ? Para a abertura de créditos suplementares e especiais, as fontes são as seguintes: FONTES DE CRÉDITOS ADICIONAIS REFERÊNCIA S • Superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior Lei n° 4.320/64: Art. 43, § 1°, I E • Excesso de arrecadação proveniente do saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. Lei n° 4.320/64: Art. 43, § 1°, II R • Reserva de contingência: dotação global não especificamente destinada a determinado órgão, unidade orçamentária, programa ou categoria econômica, cujos recursos serão utilizados para abertura de créditos adicionais. Decreto-Lei n° 200/67: Art. 91 O • o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las. Lei n° 4.320/64: Art. 43, § 1°, IV B • “Buracos do projeto de LOA”: são os recursos que porventura, em decorrência de VETO, EMENDA ou REJEIÇÃO do projeto de LOA, ficam sem despesas correspondentes e que poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa. Lei n° 4.320/64: Art. 43, § 1°, I A • os resultantes de Anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei. CF/88: Art. 166, § 8° AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 25 CAIU NA PROVA ! 26 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Na lei orçamentária anual, o termo Reserva de Contingência designa uma dotação orçamentária que: a) pode ser utilizada como fonte de recurso para a abertura de créditos suplementares. b) somente pode ser destinada à amortização das dívidas flutuante e fundada. c) pode ser utilizada pelo Poder Executivo da forma que lhe convier. d) é fonte de recurso para despesas com indenização de imóveis para fins de reforma agrária. e) destina-se a atender créditos extraordinários não previstos no orçamento. Comentários: Gabarito da questão: alternativa (a). De acordo com o mnemônico “SEROBA” a Reserva de Contingência é uma das fontes de recursos adicionais, nas espécies suplementares e especiais, conforme art. 91, do Decreto-Lei 200/67. Vamos comentar a seguir, mas cabe destaque o fato de que o item (e) está errado pelo fato de que a Reserva de Contingência poder ser uma fonte de recursos extraordinários, ou seja, é permitida, mas não é obrigatória. Seguiremos adiante. Observem que os créditos adicionais extraordinários não necessitam de indicação de recursos, pois de acordo com o inciso V, art. 167, da CF/88: “Art. 167. São vedados: (. ...) V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes; (.....)” No entanto, na União, é comum estarem especificadas as fontes de recursos desses créditos extraordinários nas Medidas Provisórias. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 26 E na prova ? As bancas têm colocado que é desnecessária a indicação de recursos, mas nada impede que se faça. Antes de mais nada, devemos atentar para o comando da questão. É importante destacar que, ao se cancelarem os créditos extraordinários, não podemos utilizá-los como fontes recurso para a abertura de novos créditos adicionais. 27 - (FCC / TÉCNICO JUDICIÁRIO – CONTABILIDADE / TRE – PI / 2009) De acordo com o art. 43 da Lei n° 4.320/64, a abertura de créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para acorrer à despesa. Um recurso que NÃO pode ser considerado para fins de cobertura dos créditos suplementares e especiais é a) o excesso de arrecadação. b) a diferença entre Ativo financeiro e Passivo financeiro do final do exercício anterior. c) o superávit financeiro do exercício corrente. d) o resultante de anulação total de dotações orçamentárias. e) o resultante de anulação parcial de créditos adicionais. Comentários: O gabarito é a alternativa (c) Mais uma questão que acertaríamos com o mnemônico “SEROBA”, onde o Superávit financeiro é apurado em balanço patrimonial do exercício anterior e não do corrente como está na questão. 28 – (ESAF / ANALISTA ADMINISTRATIVO / ANA / 2009) Considerados mecanismos retificadores do orçamento, os créditos adicionais obedecem a regras específicas, sendo correto afirmar o que segue: a) todos os créditos adicionais necessitam de autorização legislativa prévia. b) sua utilização também é requerida nos casos de retificação da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do Plano Plurianual. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 27 c) os créditos suplementares cujo ato de autorização for promulgado nos últimos 4 meses do exercício podem ser reabertos nos limites dos seus saldos e viger até o final do exercício subsequente. d) os créditos especiais acompanham a vigência do orçamento, extinguindo-se ao final do exercício financeiro. e) a abertura de créditos extraordinários faz-se, necessariamente, mediante a adoção de medida provisória. Comentários: Gabarito da questão: alternativa (e). Vamos corrigir cada item errado. Item (a) - NEM todos os créditos adicionais necessitam de autorização legislativa prévia, pois os EXTRAORDINÁRIOS fogem dessa regra. Item (b) - sua utilização NÃO é requerida nos casos de retificação da Lei de Diretrizes Orçamentárias e do Plano Plurianual, pois créditos adicionais são autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na LOA. Item (c) - os créditos ESPECIAIS E EXTRAORDINÁRIOS cujo ato de autorização for promulgado nos últimos 4 meses do exercício podem ser reabertos nos limites dos seus saldos e viger até o final do exercício subsequente. Item (d) - os créditos SUPLEMENTARES acompanham a vigência do orçamento, extinguindo-se ao final do exercício financeiro. Como os créditos SUPLEMENTARES são para reforço da dotação, eles devem se encerrar juntamente com os créditos iniciais a que suplementarem suas dotações. Além disso, só os ESPECIAIS e os EXTRAORDINÁRIOS é que podem viger até o final do exercício subsequente, desde que o ato de autorização for promulgado nos últimos 4 meses do exercício. Por fim, o item (e) está de acordo com o art. 167, § 3º, da CF/88. Segue a correspondência dos itens da questão. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 28 Item a art. 167, § 3º, da CF/88 Item b art. 40 da Lei nº 4.320/64 Item c art. 167, §2º, da CF/88 Item d art. 45 c/c art. 41, I, da Lei nº 4.320/64 Item e art. 167, § 3º, da CF/88 29 – (ESAF / PROCURADOR – TCE – GO / 2007) O Poder Executivo, para executar despesa cuja dotação orçamentária seja insuficiente, deve a) abrir crédito extraordinário mediante autorização legislativa. b) obter autorização legislativa prévia e justificar a abertura de crédito extraordinário para execução da despesa sem dotação orçamentária específica. c) abrir crédito suplementar por decreto, após autorização legislativa. d) remanejar recursos de outras dotações e abrir crédito especial destinado a reforço da dotação orçamentária específica. e) abrir crédito especial por decreto e dar imediato conhecimento ao Poder Legislativo. Comentários: Gabarito da questão: alternativa (c). De acordo com o art. 41, inciso I, da Lei nº 4.320/64, os CRÉDITOS SUPLEMENTARES são utilizados para REFORÇO DA DOTAÇÃO. Além disso, o art. 42 da Lei nº 4.320/64 estabelece que os créditos SUPLEMENTARES E ESPECIAIS serão: • AUTORIZADOS por LEI • ABERTOS por DECRETO EXECUTIVO “Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária; (.....) AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 29 Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo.” 30 - (FCC / ANALISTA JUDICIÁRIO – CONTABILIDADE / TRT – 16ª REGIÃO / 2009) O mecanismo utilizado para retificação de despesas, insuficientemente dotadas na lei orçamentária, denomina-se: a) crédito suplementar. b) crédito especial. c) reprogramação. d) reforço de empenho. e) crédito adicional. Comentários: O gabarito é a alternativa (a) Onde há insuficiência, há a necessidade de REFORÇO DE DOTAÇÃO, razão pela qual se utilizam CRÉTIDOS SUPLEMENTARES, conforme previsto no art. 41, inciso I, da Lei nº 4.320/64. 31 - (FCC / ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – CONTABILIDADE / MPE – SE / 2009) Conforme artigo 43 da lei nº 4.320/64, a abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de: a) recursos disponíveis para suportar a despesa. b) dotação específica na Lei orçamentária. c) autorização do Executivo. d) autorização Legislativa. e) recursos extra-orçamentários disponíveis. Comentários: O gabarito é a alternativa (a) O art. 43 da lei nº 4.320/64 reflete exatamente o previsto no art. 167, V, da CF/88. Vamos colocá-los na sequência para não termos mais dúvidas em relação a esse tema, até mesmo porque não podemos gastar sem a existência de recursos que suportem alguma despesa. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 30 “Art. 167. São vedados: (. ...) V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes; (.....)” “Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.” 32 - (FCC / ASSESSOR JURÍDICO / TCE – PI / 2009) A Constituição Federal proíbe: a) a abertura de crédito extraordinário sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes. b) a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais. c) a instituição de fundos de qualquer natureza, sem autorização do Tribunal de Contas da União. d) a concessão ou utilização de créditos limitados. e) o início de programas ou projetos incluídos na lei orçamentária anual. Comentários: O gabarito é a alternativa (b) Encontramos o fundamento dessa alternativa no at. 167, inciso II, da CF/88, que assim estabelece: “Art. 167. São vedados: (. ...) II – a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais; (.....)” AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 31 33 - (FCC / ASSESSOR JURÍDICO / TCE – PI / 2009) Analise os seguintes itens: I. São créditos adicionais as autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento. II. Os créditos suplementares são os destinados a despesas as quais não haja destinação orçamentária específica. III. Os créditos especiais são os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública. Está correto o que se afirma SOMENTE em: a) I. b) III. c) I e II. d) I e III. e) II e III. Comentários: O gabarito é a alternativa (a) Os CRÉDITOS ADICIONAIS correspondem a leis específicas que objetivam a alteração na LOA em relação aos créditos orçamentários que estavam em vigor anteriormente. O art. 40 da Lei n° 4.320/64 define os créditos adicionais como autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei do Orçamento - LOA. Assim, os 3 tipos de créditos adicionais são: ESE = ESPECIAIS – SUPLEMENTARES – EXTRAORDINÁRIOS. O erro do item II está no fato de que os créditos suplementares são os destinados a REFORÇO DE DOTAÇÃO, enquanto que os créditos especiais destinam-se a despesas as quais NÃO HAJA DESTINAÇÃO ORÇAMENTÁRIA ESPECÍFICA. Já no item III, temos a conceituação de CRÉDITOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS. Não se preocupem, pois esses exercícios são fundamentais para o assunto e outros conceitos sobre os créditos adicionais serão abordados posteriormente. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 32 34 – (ESAF / ANALISTA – SEFAZ – CE/ 2007) Assinale a opção falsa em relação às regras impostas pela Constituição Federal/88 para a abertura de créditos adicionais. a) Admite-se a reabertura, no exercício seguinte, dos saldos remanescentes dos créditos especiais e extraordinários independentemente da data em que tenham sido abertos. b) Os créditos especiais destinam-se às despesas para as quais não existe dotação específica. c) Os créditos suplementares podem ser abertos mediante cancelamento de outros créditos consignados em lei. d) Créditos Extraordinários podem ser abertos por Medida Provisória. e) Na abertura de créditos extraordinários não é necessário indicar a fonte de recursos. Comentários: Gabarito da questão: alternativa (a). No item (a), o correto seria dizer: “Admite-se a reabertura, no exercício seguinte, dos saldos remanescentes dos créditos especiais e extraordinários, DESDE QUE O ATO DE AUTORIZAÇÃO SEJA PROMULGADO NOS ÚLTIMOS 4 MESES DO EXERCÍCIO.” Segue a correspondência na CF/88 dos itens da questão. Item a art. 167, § 2º Item b art. 167, V Item c art. 166, §8º Item d art. 167, § 3º, da CF/88 Item e art. 166, § 8º Observem que os itens (b) e (e), podem ser melhor vizualizados, respectivamente, pelos textos dos artigos 41, II, e 43, § 1º da Lei nº 4.320/64. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 33 Seguindo adiante.... Outro ponto que pode gerar interrogações é o referente ao termo SUPERÁVIT FINANCEIRO. Vou trazer conceitos básicos de Contabilidade Pública para elucidar sinteticamente esse ponto. No art. 43, § 2°, da Lei n° 4.320/64, temos o seguinte: “Art. 43. (. ...) § 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicion- ais transferidos e as operações de credito a eles vincu- ladas.(...................................)” O primeiro ponto a observar, que parece óbvio, mas as bancas adoram ex- plorar, é que não é qualquer diferença. A diferença entre o ativo financeiro e o passivo financeiro tem que ser POSITIVA para ser um superávit fin- anceiro - SF. Estaremos diante de uma assertiva falsa, se na prova vier que o superávit financeiro – SF é a diferença entre o ativo financeiro e o passivo financeiro. Essa diferença pode ser negativa e não estaríamos diante de um superávit e sim de um déficit financeiro. MANTRA ! SUPERÁVIT FINANCEIRO é a DIFERENÇA POSITIVA entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, apurada no BALANÇO PATRIMONIAL (e não no balanço financeiro), em 31/12 do exercício anterior. Adicionam-se a essa diferença positiva o seguinte: • os saldos dos créditos adicionais transferidos – CAT (são os créditos adicionais reabertos); e • as operações de credito vinculadas a estes saldos referentes aos créditos reaberto - OCR. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 34 SUPERÁVIT FINANCEIRO SF = (AF-PF) – CAT + OCR Para concluir esse aparte, temos o conceito de balanço patrimonial que, segundo o art. 105, contém o seguinte: “Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará: I - O Ativo Financeiro; II - O Ativo Permanente; III - O Passivo Financeiro; IV - O Passivo Permanente; V - O Saldo Patrimonial; VI - As Contas de Compensação. § 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários. § 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores, cuja mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa. § 3º O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outros pagamentos independa de autorização orçamentária. § 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate. § 5º Nas contas de compensação serão registrados os bens, valores, obrigações e situações não compreendidas nos parágrafos anteriores e que, imediata ou indiretamente, possam vir a afetar o patrimônio.” Vamos apresentar um diagrama sintético de um balanço patrimonial. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 35 BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO FINANCEIRO = 600 PASSIVO FINANCEIRO = 400 PASSIVO PERMANENTE = 1000 ATIVO PERMANENTE = 1100 SALDO PATRIMONIAL = 300 ATIVO COMPENSADO = 100 PASSIVO COMPENSADO = 100 TOTAL = 1800 TOTAL = 1800 De acordo com o exemplo, o SUPERÁVIT FINANCEIRO é de $600- $400 = $200. Não confundir com o saldo patrimonial que é de ($600+$1100+$100)-($400+$1000+$100) = $300. OBSERVAÇÃO O SUPERÁVIT FINANCEIRO é um saldo financeiro e não uma nova receita a se registrar. CAIU NA PROVA ! 35 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) São considerados recursos, para fins de financiamento dos créditos adicionais, a) as receitas industriais. b) as operações de crédito por antecipação de receita. c) os excessos de arrecadação. d) os ativos permanentes em valor superior aos passivos permanentes. e) as arrecadações de encargos sobre a dívida ativa. Comentários: Gabarito da questão: alternativa (c). AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 36 De acordo com o mnemônico “SEROBA” o Excesso de arrecadação é uma fonte de recursos adicionais, nas espécies suplementares e especiais, conforme art. 43, § 1°, II, da Lei 4.320/64. Os itens (a) e (e) representam uma receita corrente (TCPAISTransOu). Lembrar que a dívida ativa é uma receita corrente, subclassificada em Outras Receitas Correntes. O erro do item (b) está no fato de que as operações de crédito por ARO não são fontes, pois só são fontes as OPERAÇÕES DE CRÉDITO “COMUNS”, ou seja, as autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las. Por fim, o item (d) não representa fonte, pois entende-se por superávit financeiro (que é uma das fontes de créditos adicionais) a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro. Passemos a diante. Com base nos arts. 62, §1°, d; 166, §8°; 167, V, §§ 2° e 3°, da CF/88 e nos arts. 40 a 46 da Lei n° 4.320/64 vamos destrinchar as características desses créditos adicionais com mais um quadro. PERGUNTA ESPECIAIS SUPLEMENTARES EXTRAORDINÁRIOS DESTINA-SE A despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica reforço de dotação orçamentária despesas imprevisíveis e urgentes, tais como em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública (rol exemplificativo), observado o art. 62 da CF/88. PRÉVIA AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA SIM em lei específica SIM em lei específica ou na própria LOA NÃO INSTRUMENTO DE ABERTURA Decreto do Poder Executivo Decreto do Poder Executivo Decreto do Poder Executivo ou MP, onde houver, com imediato envio ao Poder Legislativo COMO INCORPORA NO ORÇAMENTO Conserva-se a especificidade do crédito especial Adicionam-se à dotação orçamentária a que se destinou o reforço Conserva-se a especificidade do crédito extraordinário AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 37 PRECISA INDICAR FONTE DE RECURSOS SIM Consta na lei que autoriza e no decreto que autoriza a abertura SIM Consta na lei que autoriza e no decreto que autoriza a abertura NÃO INSTRUMENTO QUE INDICA O LIMITE lei que autoriza o crédito e no decreto que autoriza a abertura lei que autoriza o crédito e no decreto que autoriza a abertura decreto ou MP, conforme o caso, que autoriza a abertura PRORROGA SIM Só para o exercício seguinte, desde que a autorização seja promulgada nos últimos 4 meses do exercício NÃO SIM Só para o exercício seguinte, desde que a autorização (decreto ou MP) se dê nos últimos 4 meses do exercício VIGÊNCIA Até 31/dez do exercício da abertura ou até 31/dez do exercício em que ocorre a reabertura (vigência plurianual) Somente até 31/dez do exercício da abertura Até 31/dez do exercício da abertura ou até 31/dez do exercício em que ocorre a reabertura (vigência plurianual) POSSIBILIDADE DE VIGÊNCIA PLURIANUAL SIM Incorporam-se os saldos, por decreto, à LOA seguinte NÃO SIM Incorporam-se os saldos, por decreto, à LOA seguinte OBSERVAÇÃO • Observem que uma lei ou decreto ou MP (onde houver previsão constitucional ou orgânica) autorizam determinado crédito. • No entanto, sua abertura se dá em outro ato, por meio de decreto ou MP (onde houver previsão constitucional ou orgânica) do poder executivo. • Assim temos 2 instantes: a autorização do crédito e a autorização para sua abertura. Em relação aos termos “IMPREVISTAS” e “IMPREVISÍVEIS”, vamos a algumas considerações. Consideram-se IMPREVISTAS as despesas que PODIAM ATÉ SER PREVISTAS, MAS QUE NÃO SE COLOCARAM NO ORÇAMENTO. As IMPREVISÍVEIS são as despesas que NÃO HÁ QUALQUER CONDIÇÃO DE SE PREVER. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 38 Joia Erick, mas pode exemplificar ? Sem problemas. Mas vou exemplificar somente o termo IMPREVISTAS, pois as despesas IMPREVISÍVEIS já são exemplificadas no texto da própria legislação. Vamos supor que a LOA vigente não contemple um programa de trabalho com uma dotação para o FUNCIONAMENTO DE NUCLEOS DE ESPORTE RECREATIVO E DE LAZER em determinado Estado. No entanto, no decorrer do ano, o Estado viu a necessidade de realizar despesas com esse programa de trabalho, a fim de atender a demanda da sociedade local. Neste caso, estamos diante de uma despesa IMPREVISTA, pois até seria possível estar previsto na LOA vigente, já que essa é uma demanda latente, mas não se fez inicialmente. Desta forma, seria viável a abertura de um CRÉDITO ADICIONAL ESPECIAL, de forma a contemplar tal demanda. Um outro exemplo seria a abertura de crédito adicional especial para atender a um programa novo não previsto na LOA em vigor. 36 – (ESAF/ANALISTA TRIBUTÁRIO – RFB/2010) Assinale a opção falsa a respeito dos créditos adicionais. a) A abertura de crédito suplementar está condicionada à existência de despesa já pré-empenhada no exercício. b) A abertura de créditos especiais exige a indicação da fonte dos recursos. c) Os créditos adicionais aumentam a disponibilidade de crédito para a emissão de empenho ou descentralização. d) É permitida a reabertura de créditos especiais e extraordinários no exercício seguinte ao da abertura. e) Créditos extraordinários têm sua abertura submetida a restrições de natureza constitucional. Comentários: Gabarito da questão: alternativa (a). Toda abertura de crédito suplementar, ordinário, especial ou extraordinário é considerada uma DESPESA ORÇAMENTÁRIA e está condicionada à existência de recursos e de prévio empenho. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 39 Observem que PRÉVIO EMPENHO não corresponde a um pré-empenho. Despesa Orçamentária Pública é aquela executada por entidade pública e que depende de autorização legislativa para sua realização, por meio da Lei Orçamentária Anual ou de Créditos Adicionais, pertencendo ao exercício financeiro da emissão do respectivo empenho. Vejam o erro do item com a correção do texto: “A abertura de crédito suplementar está condicionada à existência de RECURSOS DISPONÍVEIS PARA OCORRER A DESPESA E SERÁ PRECEDIDA DE EXPOSIÇÃO JUSTIFICATIVA.“ Essa interpretação decorre do art. 43, combinado com o art. 60, ambos da Lei nº 4.320/64: “Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.” “Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.” Reparem que o item (b) está correto também em decorrência do art. 43 da Lei nº 4.320/64. Erick, o que é o pré-empenho ? Em síntese, é um bloqueio no SIAFI da dotação orçamentária realizado no início de um processo de licitação, a fim de se garantir os recursos orçamentários da eventual despesa decorrente do processo licitatório. O pré-empenho, como o próprio nome diz, ainda não corresponde à etapa do EMPENHO, razão pela qual, na questão anterior, o item também está errado. Além disso, a abertura de crédito suplementar está condicionada à indicação da fonte de recursos que podem ser o mnemônico “SEROBA”. Vamos comentar os demais itens. Item (b) – decorre do art. 43, §1º e incisos: “Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa. § 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos: AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 40 I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior; II - os provenientes de excesso de arrecadação; III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei; IV - o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realiza-las.” Assim temos que os créditos especiais se inserem nessas fontes, conforme previsto no art. 166, § 8°, da CF/88, no art. 43, § 1°, I a IV, da Lei n° 4.320/64 e no art. 91, do Decreto-Lei n° 200/67. Item (c) – a finalidade de créditos adicionais é sempre o aumento da disponibilidade. Se assim não fora, não existiriam. Observem que item não afirma que a disponibilidade total é aumentada. Assim, mesmo que haja anulação de créditos para a emissão dos créditos adicionais, haverá o aumento da disponibilidade. Por fim, essa interpretação vem do art. 40, da Lei nº 4.320/64: “Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento.” Por fim, temos que uma das consequências naturais da abertura dos créditos adicionais é o aumento da disponibilidade de crédito para a emissão de empenho de uma despesa ou para a descentralização de um crédito orçamentário. Item (d) – decorre da interpretação do art. 45 da Lei nº 4.320/64: “Art. 45 - Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos, salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordinários.” Além disso, vejamos a redação do art. 167, § 2°, da CF/88: “ “Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente.” Item (e) – é o que está previsto no art. 167, § 3º da CF/88: AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 41 “§ 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.” 37 - (ESAF/ANALISTA – ÁREAS ADMINISTRATIVA E ORÇAMENTO – MPU/2004) De acordo com a classificação dos créditos adicionais, assinale a opção correta em relação a créditos extraordinários. a) São autorizados para cobertura de despesas eventuais ou essenciais e, por isso mesmo, não considerados na Lei do Orçamento. b) São os destinados a despesas urgentes e imprevistas, como em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública. c) São os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica. d) São autorizações abertas por decreto do Poder Executivo até o limite estabelecido em lei. e) Destinam-se ao reforço de dotações orçamentárias. Comentários: Gabarito da questão: alternativa (b). O item (b) vem do art. 167, § 3°, da CF/88: “A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.”. No entanto, a banca se utilizou do texto do art. 41, III, da Lei 4.320/64: “extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.” O mais correto seria interpretar a Lei de acordo com o texto da CF/88, ou seja: “são créditos extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevisíveis, tais como, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.” Este seria um item menos incorreto na questão, pois os demais itens estão flagrantemente incorretos. É o que dissemos na apresentação: “NÃO BRIGUE COM A BANCA !” AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 42 O item (a) é confuso, mas se assemelha à característica essencial dos CRÉDITOS ESPECIAIS. Estes se destinam a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica. Desta forma, justificamos também o erro do item (c). No item (d) o erro reside no fato de que a abertura de créditos extraorçamentários PODE se fazer por meio de DECRETO ou MP, a depender do texto constitucional ou orgânico do ente. Na União, por exemplo, se faz por Medida Provisória. Finalizamos com o item (e), cujo erro está no fato de estarmos diante da definição de CRÉDITO SUPLEMENTAR, conforme o art. 41, I, da Lei 4.320/64. (REFORÇO=SUPLEMENTO) REPESCAGEM ! • Os CRÉDITOS SUPLEMENTARES são a única espécie de créditos adicionais em que é possível a autorização na própria LOA. Além disso, esse crédito tem limite de valor para reforço de um crédito preexistente. • Os CRÉDITOS ESPECIAIS e os EXTRAORDINÁRIOS são as únicas exceções ao Princípio Orçamentário da Anualidade, pois são CRÉDITOS PLURIANUAIS, ao contrário dos CRÉDITOS SUPLEMENTARES. • Só se reabrem os CRÉDITOS ESPECIAIS e EXTRAORDINÁRIOS, pois são créditos com possibilidade de serem plurianuais. • Os CRÉDITOS EXTRAORDINÁRIOS são uma exceção ao Princípio da Legalidade, pois podem ser abertos por meio de Decreto ou MP, conforme o caso. • Não se apura o SUPERÁVIR FINANCEIRO no balanço financeiro, mas sim no BALANÇO PATRIMONIAL. • Os CRÉDITOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS abertos sem indicação de recursos serão diminuídos quando do cálculo do EXCESSO DE ARRECADAÇÃO, conforme a fórmula seguinte: AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 43 Onde, EA: EXCESSO DE ARRECADAÇÃO; RR: RECEITA REALIZAD RP: RECEITA PREVISTA CEOAE: CRÉDITO EXTRAORÇAMENTÁRIO APURADO NO EXERCÍCIO Para relaxar, vamos fazer uma ginástica mental com uma série de questões comentadas a seguir. MAIS QUESTÕES DE PROVA ! 38 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) É uma das características dos créditos especiais: a) independerem de autorização legal para sua consecução. b) serem destinados a reforço de dotação orçamentária já existente. c) abertura por decreto legislativo. d) dependerem de recursos disponíveis para financiar a despesa. e) serem previstos na lei orçamentária anual. Comentários: Gabarito da questão: alternativa (d). Os créditos adicionais especiais e suplementares têm como fontes de recursos o mnemônico “SEROBA”. Além disso, é obrigatória a indicação de recursos disponíveis para financiar a despesa. O art. 167, V, da CF/88, preconiza que “É vedada a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes”. Com este fundamento, o item (a) está errado. O item (b) se refere ao CRÉDITO SUPLEMENTAR, conforme o art. 41, I, da Lei 4.320/64. O erro do item (c) está no fato de que a abertura dos créditos especiais se dá por meio de decreto do Poder Executivo. EA = (RR - RP) - CEOAE AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 2 PROFESSOR: ERICK MOURA Prof. Erick Moura www.pontodosconcursos.com.br 44 Por fim, no item (e) não são os créditos especiais que estão previstos na LOA, mas sim os CRÉDITOS SUPLEMENTARES. Conforme art. 165, § 8°, da CF/88, “A LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de CRÉDITOS SUPLEMENTARES e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.” Assim, estamos diante de uma das exceções ao Princípio Orçamentário da Exclusividade. Esse assunto será retomado na última aula quando entraremos com o tópico Princípios Orçamentários. 39 - (FCC/ANALISTA – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) Os créditos adicionais destinados a despesas para as quais haja insuficiência de recursos na dotação orçamentária específica são denominados: a) Extraordinários. b) Suplementares. c) Especiais. d) Complementares. e) Ilimitados. Comentários: Gabarito da questão: alternativa (b). O item (b) se refere ao art. 41, I, da Lei 4.320/64, que define CRÉDITO SUPLEMENTAR. Em relação aos itens (a), (c) e (d), segue um resumo explicativo: CRÉDITOS ADICIONAIS DESTINAM-SE A ESPECIAIS despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica SUPLEMENTARES reforço de dotação orçamentária EXTRAORDINÁRIOS despesas imprevisíveis e urgentes, tais como em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública (rol exemplificativo), observado o art. 62 da CF/88. AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO PARA TRIBUNAIS - FCC TEORIA
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