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SISTEMA DE ENSINO AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais Livro Eletrônico 2 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais .......................................................................4 1. Ciclo Orçamentário .....................................................................................................4 1.1. Conceitos Introdutórios ............................................................................................4 1.2. Ciclo Orçamentário Resumido e Ampliado ................................................................6 1.3. Exercício Financeiro X Ciclo Orçamentário ............................................................... 11 1.4. Planejamento/Elaboração ...................................................................................... 12 1.5. Elaboração, Discussão e Aprovação do Orçamento ............................................... 12 1.6. A Execução do Orçamento .................................................................................... 20 1.7. Avaliação e Controle ...............................................................................................27 1.8. Prazos do Ciclo Orçamentário ................................................................................42 2. Créditos Adicionais ...................................................................................................44 Resumo ........................................................................................................................56 Mapas Mentais ............................................................................................................ 60 Questões Comentadas em Aula .................................................................................... 61 Questões de Concurso ..................................................................................................63 Gabarito ...................................................................................................................... 80 Gabarito Comentado ..................................................................................................... 81 Referências ................................................................................................................. 114 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Apresentação Olá, amigo(a) concurseiro(a)! O nosso objetivo hoje nesta aula é avançar mais acerca do estudo do Orçamento Público, detalhando alguns assuntos e conhecendo um pouco mais acerca do Ciclo Orçamentário e dos Créditos Orçamentários adicionais. Você verá na prática vários conceitos e informações aprendidos na aula inaugural e vai acertar muitas questões de prova com base naqueles artigos da CF que estudamos. Se puder, avalie nossa aula depois. Boa aula! O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO CICLO ORÇAMENTÁRIO E CRÉDITOS ADICIONAIS 1. CiClo orçamentário 1.1. ConCeitos introdutórios O ciclo orçamentário, no sentido amplo, é um processo que abrange as etapas do planejamen- to ao controle, passando pela elaboração e a própria execução da LOA – Lei Orçamentária Anual. AprovaçãoAvaliação Ciclo Orçamentário Elaboração Execução Na verdade, o ciclo orçamentário não é estanque, mas, sim, um processo dinâmico, flexí- vel e contínuo, que passa pelas etapas de planejamento/elaboração, discussão/aprovação, execução, controle e avaliação no que diz respeito à programação de gastos do setor público do ponto de vista físico e financeiro, integrando planejamento e orçamento. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Plano Plurianual (PPA) Planos nacionais, regionais e setoriais Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) Elaboração da proposta orçamentária anual (LOA) Discussão, votação e aprova- ção da Lei Orçamentária Anual Execução orçamentária e financeira Controle e avaliação da execu- ção orçamentária e financeira Ciclo integrado de planejamento e orçamento Os instrumentos de Planejamento e Controle Orçamentários podem ser assim visualizados: Plano Plurianual (PPA) Controle de execução orçamentária e financeira Planos nacionais, regionais e setoriais Execução orçamentária e financeira Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) Elaboração da proposta orçamentária anual (LOA) Aprovação da Lei Orçamentária Anual O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO A integração das etapas e também dos instrumentos de planejamento é fundamental, tendo em vista que o processo orçamentário não é algo isolado, já que, por exemplo, a ela- boração da proposta de Orçamento Anual (LOA), primeira etapa do ciclo orçamentário, re- nova-se anualmente e é resultante das definições da programação de médio prazo (PPA), que por sua vez detalha o plano de longo prazo (Planos Nacionais, Regionais e Setoriais), de acordo com as orientações anuais da LDO, refletindo, assim, a plena integração do processo de planejamento e orçamento. 1.2. CiClo orçamentário resumido e ampliado Normalmente, o Ciclo Orçamentário é apresentado em provas de concursos na sua versão resumida, em que temos basicamente 4 fases. Entretanto, pode aparecer em sua prova uma referência ao Ciclo Orçamentário Ampliado que, ao incorporar as etapas relativas ao PPA à LDO, passa a ter 8 fases. Sinteticamente falando, o ciclo orçamentário resumido ocorre em quatro etapas distintas: • planejamento/elaboração da proposta orçamentária; • elaboração/discussão/estudo/aprovação da Lei de Orçamento; • execução orçamentária e financeira; • avaliação/controle. Elaboração Avaliação Aprovação Execução O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Questão 1 (CESPE/DPU/AGENTE/2016) Julgue: O ciclo orçamentário pode ser definido como um rito legalmente estabelecido, com etapas que se repetem periodicamente e que envolvem elaboração, discussão, votação, controle e avaliação do orçamento. Certo. Sim,o ciclo orçamentário ocorre nas seguintes etapas: • elaboração/planejamento da proposta orçamentária; • discussão/estudo/aprovação da Lei de Orçamento; • execução orçamentária e financeira; e • avaliação/controle. Do ponto de vista administrativo, o planejamento representaria a tentativa do adminis- trador público de receber e compreender corretamente as demandas da sociedade, estimar a capacidade de recolhimento de recursos financeiros e alocar os recursos limitados às ações prioritárias. É importante destacar que a fase de elaboração pode ser enquadrada na fase 1 (como acima) ou como integrante da fase 2 (como no desenho abaixo), já que o parlamento também colabora com a feitura dele por meio de emendas. Numa última etapa, o Poder Público fiscalizaria e controlaria os gastos efetuados a fim de verificar a acuidade da programação. As informações obtidas pela fiscalização e controle dos gastos públicos, nas quais estarão destacados as falhas e os méritos do planejamento vigente, irão orientar no planejamento para o exercício subsequente. Veja a seguir graficamente como é RESUMIDO o ciclo orçamentário: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Planejamento Execução Controle Elaboração Questão 2 (CESPE/DEPEN/AGENTE/2015) Julgue: As fases do ciclo orçamentário podem ser aglutinadas de acordo com suas finalidades e pe- riodicidades. Errado. Na verdade, NÃO podem ser aglutinadas, já que cada fase tem um responsável próprio, finali- dade diversa e periodicidade que precisa ser atendida. No conceito mais abrangente de ciclo orçamentário, as etapas relativas ao PPA e à LDO são incorporadas. Segundo Sanches1, o ciclo orçamentário ampliado desdobra-se em oito fases, quais sejam: • formulação do planejamento plurianual, pelo Executivo; • apreciação e adequação do plano, pelo Legislativo; • proposição de metas e prioridades para a administração e da política de alocação de recursos pelo Executivo; • apreciação e adequação da LDO, pelo Legislativo; 1 SANCHES, Osvaldo Maldonado: O ciclo orçamentário: uma reavaliação à luz da Constituição de 1988: Revista de Adminis- tração Pública, Rio de Janeiro: FGV, v. 27, n.4, pp. 54-76, out./dez. 1993. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO • elaboração da proposta de orçamento, pelo Executivo; • apreciação, adequação e autorização legislativa; • execução dos orçamentos aprovados; • avaliação da execução e julgamento das contas. De acordo com a teoria defendida por esse doutrinador, no conceito resumido do Ciclo Orçamentário, existe uma aglutinação inapropriada das fases relativas ao PPA e à LDO, já que cada uma delas possui ritmo próprio, finalidade distinta e periodicidade definida. Planejamento das ações governamentais e elaboração das propostas orçamentárias Discussão, votação e aprovação dessas leis (PPA, LDO e LOA) Execução orçamentária Controle e avaliação da execução Aprovação Avaliação Execução Elaboração Aproveite para visualizar graficamente como é o ciclo orçamentário numa visão ampliada: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Ciclo / processo orçamentário Avaliação e controle 7 - Execução orçamentária 8 - Avaliação e controle da execução orçamentária ExecuçãoDiscussão, votaçãoe aprovação 1 - Elaboração do PPA 3 - Elaboração da LDO 5 - Elaboração da LOA 6 - Discussão, votação e aprovação da LOA 4 - Discussão, votação e aprovação da LDO 2 - Discussão, votação e aprovação do PPA Elaboração Questão 3 (CESPE/STF/ANALISTA/2013) Com relação aos orçamentos públicos, julgue o item a seguir. Nos termos da CF, o ciclo orçamentário desdobra-se em oito fases, cada uma com ritmo pró- prio, finalidade distinta e periodicidade definida. Certo. No conceito mais abrangente de ciclo orçamentário, as etapas relativas ao PPA e à LDO são incorporadas desdobrando-se em oito fases, quais sejam: • 1– formulação do planejamento plurianual, pelo Executivo; • 2 – apreciação e adequação do plano, pelo Legislativo; • 3 – proposição de metas e prioridades para a administração e da política de alocação de recursos pelo Executivo; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO • 4 – apreciação e adequação da LDO, pelo Legislativo; • 5 – elaboração da proposta de orçamento, pelo Executivo; • 6 – apreciação, adequação e autorização legislativa; • 7 – execução dos orçamentos aprovados; • 8 – avaliação da execução e julgamento das contas. 1.3. exerCíCio FinanCeiro x CiClo orçamentário De acordo com a nossa Norma Geral sobre Direito Financeiro e Orçamento Público, a Lei n. 4.320/1964, o exercício financeiro deve coincidir com o ano civil, ou seja, inicia-se no dia 1º de janeiro e termina em 31 de dezembro de cada ano. Confira, com grifos nossos: Do Exercício Financeiro Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil. Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: I – as receitas nele arrecadadas; II – as despesas nele legalmente empenhadas. Guarde, portanto, que, enquanto o exercício financeiro atualmente no Brasil coincide com o ano civil, ou seja, inicia-se em 1º de janeiro e se encerra em 31 de dezembro de cada ano, o ciclo orçamentário é mais longo, já que começa no exercício anterior com as etapas de ela- boração/planejamento da proposta orçamentária e de discussão/estudo/aprovação da Lei de Orçamento e somente se encerra nos exercícios seguintes com a sua avaliação e controle. Questão 4 (CESPE/DPU/AGENTE/2016) Julgue: Para efeitos da LOA, o exercício financeiro tem início com a aprovação da lei, não coincidindo este com o ano civil. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 12 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Errado. O exercício financeiro coincide com o ano civil, ou seja, inicia-se em 1º de janeiro e se encerra em 31 de dezembro de cada ano, não tendo início com a aprovação da lei, que ocorre no exer- cício/ano anterior. Amigo(a), agora vamos conhecer um pouco mais cada uma dessas etapas. 1.4. planejamento/elaboração A Constituição Federal determinou a aprovação dosPlanos Plurianuais – PPA – que esta- belecerão, de forma regionalizada, as Diretrizes, Objetivos e Metas – DOM – da administração pública para as despesas de capital e outras delas decorrentes e as relativas aos programas de duração continuada. O legislador cuidou de garantir a aplicação uniforme dos recursos em todo o território nacional, exigindo a regionalização dos recursos planejados no PPA e executados com base nas leis orçamentárias anuais. Além disso, limitou sua abrangência às despesas de capital, ou seja, das quais resulte um aprimoramento do serviço prestado pelo Estado ou a criação de um novo serviço, como, por exemplo, a construção de rodovias, incluídas as despesas decorrentes, no nosso exemplo, o custo de manutenção da nova estrada. 1.5. elaboração, disCussão e aprovação do orçamento 1.5.1. Elaboração do Orçamento Feito o planejamento, o Poder Executivo deve encaminhar ao Parlamento o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), inovação da Constituição Federal de 1988, que constitui o elo entre planejamento e orçamento. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 13 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO A LDO compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, que deverão ser compatíveis com o PPA, orientará a elaboração da lei orçamentária, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. Nem toda a programação prevista no PPA tem de estar presente nas LDO, pois o plano vale por quatro anos, enquanto a LDO, apenas por um ano. Além disso, a LDO deve ressaltar as prioridades para a lei orçamentária do exercício sub- sequente. Dessa forma, é comum que a LDO preveja a inclusão no orçamento de apenas uma parcela do previsto no PPA, muito embora não haja dispositivo legal ordenando a matéria. Em seguida, a proposta para o orçamento do exercício subsequente é encaminhada ao Congresso, que deve assegurar a compatibilidade com a LDO e com o PPA. Essa competência é exclusiva do CHEFE DO PODER EXECUTIVO, função essa exercida pelo Presidente da República (ou Governadores e Prefeitos). Tenha em mente que a iniciativa é sempre do Poder Executivo. De acordo com o artigo 22 da Lei n. 4.320/1964, no que diz respeito ao seu conteúdo, a proposta orçamentária que o Poder Executivo encaminhará ao Poder Legislativo, nos pra- zos estabelecidos nas Constituições federal e estaduais e nas leis orgânicas dos municí- pios, será composta por: • Mensagem, que conterá exposição circunstanciada da situação econômico-financeira, documentada com demonstração da dívida fundada e flutuante, saldos de créditos es- peciais, restos a pagar e outros compromissos financeiros exigíveis; exposição e justi- ficação da política econômico-financeira do Governo; justificação da receita e despesa, particularmente no tocante ao orçamento de capital. Essa mensagem presidencial é o instrumento de comunicação oficial entre o Presidente da República e o Poder Legislativo usa- do para encaminhar os projetos do PPA, da LDO e da LOA; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO • Projeto de Lei de Orçamento; • Tabelas explicativas sobre receitas e despesas de vários anos, em colunas distintas e para fins de comparação; • Especificação dos programas especiais de trabalho custeados por dotações globais, em termos de metas visadas, decompostas em estimativa do custo das obras a realizar e dos serviços a prestar, acompanhadas de justificação econômica, financeira, social e administrativa. Merecem destaque no âmbito da elaboração da proposta orçamentária as atividades pre- liminares inerentes à alocação dos recursos, considerando o cenário fiscal, de modo a com- patibilizar capacidade de financiamento e dispêndio dos recursos previstos, passando pelas etapas de fixação da meta fiscal, projeção de receitas, projeção das despesas obrigatórias e apuração das despesas discricionárias. Para cada unidade administrativa, temos a respectiva proposta orçamentária parcial com a descrição resumida das suas principais finalidades, que necessita respeitar a política eco- nômico-financeira, o programa anual de trabalho do Governo e, quando fixado, o limite global máximo para o orçamento de cada unidade administrativa, sendo acompanhada de tabelas explicativas da despesa, com a justificação detalhada de cada dotação solicitada. As dotações orçamentárias são classificadas de forma a explicitar o montante de recur- sos empregados nas principais atividades do Estado sob várias óticas, como veremos adian- te ao longo do curso. Caso haja necessidade de criação de dotação ou complementação de dotações existen- tes, é possível abrir créditos adicionais, cuja iniciativa é sempre do Presidente da República, ainda que para os créditos que visem a atender os Poderes Legislativo e Judiciário, bem como o Ministério Público da União. Todos os Poderes (Legislativo, Judiciário e Ministério Público) elaboram suas propostas or- çamentárias parciais e encaminham para o Poder Executivo, o qual é o responsável constitu- cionalmente pelo envio da proposta consolidada ao Legislativo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Nesse sentido, a LRF reforçou essa autonomia administrativa e financeira dos poderes ao determinar que o Poder Executivo de cada ente coloque à disposição dos demais Poderes e do Ministério Público, no mínimo 30 dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas orçamentárias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício subse- quente, inclusive da corrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo. Entretanto, se tais Poderes/Órgãos não encaminharem as respectivas propostas orça- mentárias dentro do prazo estabelecido na LDO, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na LOA vigente, ajusta- dos de acordo com os limites estipulados na LDO. A CF/1988 não traz nenhuma diretriz em termos de orientação do que deve ser feito para o caso em que o Poder Legislativo não receba a proposta orçamentária no prazo fixado. Assim, nos socorremos à velha Lei n. 4.320/1964 que apresenta orientação nesse sentido: Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Or- gânicas dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente. Assim, cabe ao Poder Legislativo apreciar novamente o orçamento em vigência no mo- mento como se fosse uma nova proposta. Essa solução “meia boca” ignora, por exemplo, os programas que já se encerraram ou que vêm a ser finalizados ao longo do exercício. Registre-se que também para as Defensorias Públicas daUnião, Estaduais e do Distrito Federal também foram asseguradas autonomias funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na LDO, depois da entrada em vigor da EC – Emenda Constitucional n. 74/2013 –, que acrescentou o § 3º ao artigo 134 da CF/1988, estendendo as mesmas prerrogativas à Defensoria Pública da União (DPU) e do Distrito Federal. Confira: § 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orça- mentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. § 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO DICA! Não confunda EC – Emenda Constitucional – com Emenda ou Emenda Parlamentar! A EC é uma alteração da CF, enquanto Emenda ou Emenda Parlamentar, aqui em nossa matéria, é uma modificação nas Leis Orçamentárias. As emendas aos orçamentos anuais ou aos créditos adicionais, que deverão ser compatí- veis com a lei de diretrizes orçamentárias e com o plano plurianual, podem objetivar o acrés- cimo de dotação orçamentária inicialmente proposta pelo Executivo ou a criação de uma nova despesa, bem como a redução ou supressão de dotação proposta. Nos casos de redução ou supressão de dotação proposta, não há, obviamente, necessida- de de indicação de recursos para atender a emenda. Contudo, nos casos em que o parlamen- tar deseje aumentar os recursos destinados a determinada despesa, ou criar despesa nova, a Constituição Federal, observando o princípio do equilíbrio, determina que devem ser indicados os recursos necessários para o atendimento à emenda, admitidos apenas os provenientes de anulação de outra despesa, excluídas as que incidam sobre dotações para pessoal e seus encargos, serviço da dívida e transferências tributárias constitucionais. 1.5.2. Discussão, Estudo e Aprovação É importante registrar que a fase de discussão e debate entre os membros do Poder Legislativo acerca da proposta enviada pelo executivo é regulada pelo artigo 166 da nossa CF/1988, abaixo transcrito com grifos nossos: Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na for- ma do regimento comum. Cabe a uma comissão mista permanente composta por senadores e deputados, denomi- nada de CMO – Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização –, que tem o papel de examinar e emitir parecer sobre os projetos relativos ao PPA, LDO, LOA, créditos adicionais e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República, além de examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previs- tos na CF/1988 e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Similarmente, nos demais entes federados, temos uma comissão permanente comum, já que tem somente uma casa legislativa, sendo composta por deputados nos Estados e no DF e por vereadores nos Municípios. É importante registrar ainda que, enquanto não iniciada a votação, na Comissão Mista (não é no Plenário) da parte cuja alteração é proposta, o Presidente da República pode enviar men- sagem para propor modificação nos projetos do PPA, da LDO, da LOA e de Crédito Adicionais. De acordo com a nossa CF/1988 (artigo 166, § 8º), existe possibilidade de rejeição, ou seja, de não aceitação do projeto de LOA pelo Poder Legislativo. As famosas “emendas parlamentares” têm por objetivo servir para aperfeiçoar o que o Poder Executivo propôs por meio dos instrumentos de planejamento e orçamento e têm o po- der de influenciar no que tange à alocação do dinheiro público. Elas devem ser apresentadas na Comissão Mista, que deve emitir um parecer sobre elas, para depois serem apreciadas no plenário das 2 casas do CN – Congresso Nacional. Além das emendas individuais de cada parlamentar, temos também as emendas apre- sentadas pelas comissões – emendas de comissões permanentes da Câmara e do Senado (materialmente ligadas à área de atuação) – e as apresentadas pelas bancadas – emendas de bancada – estaduais (para matérias ligadas aos seus estados/DF). O artigo 63 da nossa CF/1988 regula essa matéria no sentido de que não pode haver aumento da despesa prevista nos projetos apresentados pelo Poder Executivo. Também não podem as emendas apresentadas serem incompatíveis com o PPA e com a LDO. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Questão 5 (CESPE/TRT-8ª/ANALISTA/2016) Julgue: O legislador tem a prerrogativa de apresentar qualquer tipo de modificação à lei orçamentária anual, quando essa é submetida à aprovação do Congresso Nacional. Errado. Na verdade, existem diversas restrições, como aquelas do artigo 63 da nossa CF/1988, que dispõem que não pode haver aumento da despesa prevista nos projetos apresentados pelo Poder Executivo, não podendo também as emendas apresentadas serem incompatíveis com o PPA e com a LDO, fora as restrições impostas pelo § 3º do artigo 166 da nossa Carta Magna. Veja o que nos revela o § 3º do artigo 166 da nossa CF/1988: § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias; II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre: a) dotações para pessoal e seus encargos; b) serviço da dívida; c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou III – sejam relacionadas: a) com a correção de erros ou omissões; ou b) com os dispositivos do texto do projeto de lei (são chamadas de emendas de redação, pois vi- sam melhorar o texto, tornando-lhe mais claro e preciso). No que diz respeito às emendas parlamentares, a Lei n. 4.320/1964 também apresenta res- trições a elas. De acordo com a Lei Geral dos Orçamento, não podem ser admitidas emenda que: • altere a dotação solicitada para despesa de custeio, exceto se provada, nesse ponto, a inexatidão da proposta; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO •conceda dotação para o início de obra cujo projeto não esteja aprovado pelos órgãos competentes; • conceda dotação para instalação ou funcionamento de serviço que não esteja anterior- mente criado; • conceda dotação superior aos quantitativos previamente fixados em resolução do Po- der Legislativo para concessão de auxílios e subvenções. Tem sido frequente a aprovação de emendas parlamentares com recursos provenientes da Reserva de Contingência e de reestimativas de receitas. O caso de emendas que objetivem aumentar a previsão de receitas não está, explicita- mente, previsto na CF/1988, mas podem ser apresentadas e aprovadas sob a proteção do mandamento constitucional que prevê a aprovação de emendas que sejam relacionadas com a correção de erros ou omissões. O Congresso Nacional revisa a previsão, que pode ser maior ou menor do que a do Poder Executivo. Se for maior, haverá receitas em maior quantidade que despesas e o excesso de receitas poderá ser utilizado para o atendimento às emendas parlamentares. Entretanto, se a previsão de arrecadação de receitas feita no Congresso Nacional for me- nor do que a encaminhada pelo Presidente da República, deverá haver cortes nas programa- ções de despesa constantes do projeto de lei orçamentária. Cabe lembrar que a revisão da estimativa de receitas pode ser feita em qualquer momento durante a tramitação da lei orçamentária no Congresso Nacional. Para concluir essa etapa do Ciclo Orçamentário, resta falarmos um pouco acerca da apro- vação e sanção da LOA. Após discutidos o projeto de lei, deve haver a respectiva aprovação em cada uma das ca- sas que formam o Congresso Nacional, que ocorre por maioria simples mesmo, já que é uma lei ordinária, embora com rito especial. Guarde que, se os prazos para a aprovação de PPA, LDO e LOA previstos na CF/1988 não forem respeitados, nossa Carta Magna determina que a sessão legislativa não seja interrom- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO pida sem a aprovação da LDO. Assim, não haverá recesso parlamentar se a LDO não for apro- vada, mas, como tal regra não se aplica à LOA ou ao PPA, pode haver esse recesso mesmo com a LOA ou PPA ainda pendentes de aprovação. Com a sanção presidencial, que é a concordância do Chefe do Poder Executivo com o que foi aprovado no CN, encerra-se essa fase. Entretanto, caso haja o veto, que é a discordância do Chefe do Executivo do que voltou do CN, seja ele parcial ou total, ele deve ser apreciado pelo Poder Legislativo, que pode rejeitar ou confirmar o veto. Anualmente a LDO determina que, se o Projeto de Lei Orçamentária – PLOA – não for sancionado pelo Presidente da República até 31 de dezembro do ano corrente, parte da pro- gramação dele constante poderá ser executada até o limite de 1/12 do total de cada ação pre- vista no PLOA, multiplicado pelo número de meses decorridos até a sanção da respectiva lei. Registre-se, porém, que o limite previsto de 1/12 ao mês não se aplica ao atendimento de algumas despesas determinadas na própria LDO daquele ano. 1.6. a exeCução do orçamento A fase de execução orçamentária e financeira do orçamento público consiste na arreca- dação das receitas e na realização das despesas, tornando real e operacional o que fora pla- nejado e programado. A LOA é organizada na forma de créditos orçamentários, suas respectivas dotações or- çamentárias. Assim, o crédito orçamentário é composto pelo conjunto de categorias clas- sificatórias e contas que especificam as ações e operações autorizadas na LOA, enquanto a dotação é o montante de recursos financeiros com que conta o crédito orçamentário. Em outras palavras, podemos dizer que, para um crédito orçamentário, temos uma dotação, que é o limite de recurso financeiro autorizado para aquele crédito. Tenha em mente que os recursos orçamentários seguem o ciclo orçamentário em sentido amplo, que abrange as etapas do planejamento ao controle, passando pela elaboração e a própria execução da lei orçamentária anual. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Iniciando a execução do orçamento, temos a programação orçamentária e financeira, que nada mais é do que a adaptação do fluxo dos pagamentos ao fluxo dos recebimentos, de modo que a despesa fixada seja “adaptada” ao resultado da arrecadação do ente. Nessa linha de raciocínio, a mencionada programação visa customizar a velocidade de execução do orçamento ao fluxo de recursos financeiros, de modo a garantir a execução dos programas anuais de trabalho, realizados por meio do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI –, com base nas diretrizes e regras estabelecidas pela legislação vigente. O SIAFI é o principal instrumento de registro, acompanhamento e controle da execução orçamentária, financeira e patrimonial do Governo Federal. Guarde que as diretrizes gerais da programação financeira da despesa autorizada na LOA são fixadas em Decreto. Nesse contexto, merece menção destacada a previsão no artigo 47 da Lei n. 4.320/1964 de que, logo depois de promulgada a LOA, baseada nos limites nela fixados, o Poder Executivo deve aprovar um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária pode usar, sendo que essas cotas trimestrais podem ser modificadas durante o ano em função, por exemplo, das oscilações na receita pública. É o Poder Legislativo que aprova a LOA, mas é o Poder Executivo que aprova o quadro de cotas trimestrais, logo após a promulgação da LOA e com base nos limites nela fixados. Assim, cabe ao Poder Executivo aprovar um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária fica autorizada a gastar. Questão 6 (CESPE/PGE-PE/ASSISTENTE/2019) Para limitar os gastos do governo, um dos mecanismos utilizados é a publicação de decreto que disponha sobre a programação orça- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO mentária e financeira bem como o cronograma mensal de desembolso. Acerca desse assun- to, julgue o item subsequente. O ato pelo qual determinada unidade orçamentária ou administrativa transfere a outras uni- dades orçamentárias ou administrativas o poder de utilizar créditos que lhes tenham sido dotados caracteriza o que se denomina descentralização de créditos. Certo. A descentralização de créditos ocorre quando uma unidade orçamentária transfere a outras unidades as dotações orçamentárias. Confira no MCASP, com grifos nossos: As descentralizações de créditos orçamentários ocorrem quando for efetuada movimentação de parte do orçamento, mantidas as classificações institucional, funcional, programática e econômi- ca, para que outras unidades administrativas possam executar a despesa orçamentária. O objetivo de se fixar essas cotas trimestrais é assegurar às unidadesorçamentárias, tempestivamente, recursos necessários e suficientes à melhor execução do seu programa anual de trabalho, equilibrando receita arrecadada e a despesa realizada, para evitar even- tuais insuficiências de caixa. Além disso, tenha mente que as cotas trimestrais podem ser alteradas durante o exercício, mas, claro, respeitando limite da dotação orçamentária. Guarde ainda que, além dos créditos orçamentários previstos na LOA, a programação da despesa orçamentária abarca ainda os créditos adicionais e as operações extraorçamentárias. A LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal – melhorou ainda mais essa ferramenta orçamentá- ria ao determinar que a elaboração da programação financeira e do cronograma mensal de desembolso ocorram no prazo de 30 dias após a publicação da LOA. Veja o seu artigo 8º da LRF com grifos nossos: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de di- retrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso. Ainda nesse artigo, a LRF ordena que os recursos legalmente vinculados à finalidade es- pecífica devem ser usados somente para atender ao objeto de sua vinculação, mesmo que em exercício diferente daquele em que ocorrer o ingresso. Mentalize recurso vinculado como sendo aquele que possui destinação obrigatória a determinada despesa e, assim, a LRF dis- põe que, se é recurso vinculado, continuará vinculado, mesmo que em exercício financeiro diverso daquele em que tenha ocorrido o ingresso. Nessa pegada, após a LOA ter sido aprovada e sancionada, o Quadro de Detalhamento da Despesa (QDD) será definido como sendo um instrumento que detalha, em nível operacional, os subprojetos e subatividades constantes da lei orçamentária anual, especificando as Uni- dades Orçamentárias de cada órgão, fundo ou entidades dos orçamentos fiscal e da seguri- dade social, especificando, para cada categoria, a fonte de recursos, a categoria econômica, o grupo de despesa e a modalidade de aplicação. É o ponto de partida para a execução orçamentária. Guarde que executar o orçamento é, em verdade, realizar as despesas públicas nele previs- tas, seguindo aqueles três estágios da execução das despesas previstos na Lei n. 4.320/1964: empenho, liquidação e pagamento. Aqui entra em cena aquela ferramenta usada para limitação dos gastos do Governo Federal: o famoso “Decreto de contingenciamento dos gastos”, que nada mais é do que o Decreto de Programação Orçamentária e Financeira juntamente com a Portaria Interministerial que deta- lha os valores autorizados para movimentação e empenho e para pagamentos no decorrer do exercício, tendo como suporte legal além da Lei n. 4.320/1964 e da LRF, as LDOs de cada ano. Após a LRF e seu foco nas metas fiscais e do maior controle sobre os gastos públicos, tanto para equilibrar os orçamentos, como para indicar transparência dos compromissos governa- mentais com a dívida pública, de modo a fomentar e manter expectativas claras e objetivas, a ad- ministração pública buscou melhor programar financeiramente a execução das suas despesas. Na prática, a execução do orçamento deve estar atrelada ao real ingresso de recursos, ou seja, à medida que os recursos financeiros vão ingressando nos cofres do governo, eles são li- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO berados para os órgãos setoriais das secretarias, baseado na programação financeira destes, para a execução dos seus programas de trabalho. Nessa pegada, acaba ficando a critério do Governo executar este ou aquele projeto, sem obedecer a qualquer hierarquia orçamentária. A execução orçamentária completa-se com a execução financeira. Esta passa pela pro- gramação dos recursos financeiros de forma a garantir o atendimento à demanda de recursos aos órgãos e entidades da Administração Pública direta e indireta. Sinteticamente falando, a execução orçamentária é a utilização das dotações dos créditos consignados na LOA, enquanto a execução financeira é a utilização de recursos financeiros. A correta gestão pública, pautada em uma execução orçamentária e financeira eficiente, advém da integração coerente entre o que foi planejado e o que será realmente realizado. Sendo assim, não há que se falar na alocação de recurso sem ter o entendimento dos concei- tos de Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual. A fim de se evitar o comprometimento de recursos orçamentários que poderiam ficar sem o correspondente financeiro em virtude de frustração na arrecadação da receita, anualmente, o Presidente da República tem publicado um decreto de contingenciamento, bloqueando re- cursos, que passam a não estar disponíveis para empenho até segunda ordem. Na prática, a execução orçamentária e a execução financeira ocorrem concomitantemente por estarem atreladas uma a outra. Se existir orçamento e não houver o financeiro, não poderá ocorrer a despesa. De outra parte, pode haver recurso financeiro, mas não se poderá gastá-lo, caso não exista disponibilidade orçamentária. Guarde, portanto, que a execução orçamentária pode ser definida simplesmente como a utilização dos créditos consignados na Lei Orçamentária Anual – LOA –, ou seja, a execução orçamentária é a utilização dos CRÉDITOS consignados no orçamento. Por seu turno, a execução financeira, de modo distinto, representa a utilização de recursos financeiros, visando atender à realização dos projetos e/ou atividades atribuídas às Unidades Orçamentárias pelo Orçamento. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 25 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Lembre-se de que todo o processo orçamentário tem seu rito precípuo estabelecido no artigo 165 da CF/1988 que determina a necessidade do planejamento das ações de governo por meio do: • Plano Plurianual de Investimentos – PPA; • Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO; • Lei Orçamentária Anual – LOA. As etapas seguintes à publicação da LOA, a nível federal, devem estar em consonância com as normas de execução orçamentária e de programação financeira da União. Volto a destacar que, após a LOA ter sido aprovada e sancionada, o Quadro de Detalhamento da Despesa (QDD), será definido como sendo um instrumento que detalha, em nível operacional, os subprojetos e subatividades constantes da LOA, especificando as Unidades Orçamentárias de cada órgão, fundo ou entidades dos orçamentos fiscal e da seguridade social, especifican- do, para cada categoria, a fonte de recursos, a categoria econômica, o grupo de despesa e a modalidade de aplicação. É o ponto de partida para a execução orçamentária. Não é exagero reforçar que as dotaçõesorçamentárias são classificadas de forma a explici- tar o montante de recursos empregados nas principais atividades do Estado sob várias óticas. Caso haja necessidade de criação de dotação ou complementação de dotações existen- tes, pode-se abrir créditos adicionais, cuja iniciativa é sempre do Presidente da República, ainda que para os créditos que visem a atender os Poderes Legislativo e Judiciário, bem como o Ministério Público da União. As emendas aos orçamentos anuais ou aos créditos adicionais, que deverão ser compatí- veis com a lei de diretrizes orçamentárias e com o plano plurianual, podem objetivar o acrés- cimo de dotação orçamentária inicialmente proposta pelo Executivo ou a criação de uma nova despesa, bem como a redução ou supressão de dotação proposta. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt_PT/execucao-orcamentaria#this http://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt_PT/execucao-orcamentaria#this http://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt_PT/execucao-orcamentaria#this 26 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Nos casos de redução ou supressão de dotação proposta, não há, obviamente, necessida- de de indicação de recursos para atender a emenda. Contudo, nos casos em que o parlamen- tar deseje aumentar os recursos destinados a determinada despesa, ou criar despesa nova, a Constituição Federal, observando o princípio do equilíbrio, determina que devem ser indicados os recursos necessários para o atendimento à emenda, admitidos apenas os provenientes de anulação de outra despesa, excluídas as que incidam sobre dotações para pessoal e seus encargos, serviço da dívida e transferências tributárias constitucionais. Ainda de acordo com a CF/1988 em seu artigo 168: Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementa- res e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues, em duodécimos, até o dia 20 de cada mês. A fim de se evitar o comprometimento de recursos orçamentários que poderiam ficar sem o correspondente financeiro em virtude de frustração na arrecadação da receita, anualmente, o Presidente da República tem publicado um decreto de contingenciamento, bloqueando re- cursos, que passam a não estar disponíveis para empenho até segunda ordem. Com a entrada da Emenda Constitucional – EC n. 86/2015 –, apelidada de “EC do orça- mento impositivo”, tornou obrigatória a execução da programação orçamentária relativa às emendas individuais à LOA por parte dos congressistas, sendo que tais emendas serão apro- vadas até 1,2% da Receita Corrente Líquida – RCL – prevista no projeto de LOA encaminhado ao Congresso Nacional. Registre-se que esse apelido não corresponde à realidade, uma vez que apenas uma pe- quena fatia da LOA passou a ser de execução obrigatória, divergindo, assim, do conceito dou- trinário de orçamento impositivo, aquele em que a aprovação da Lei obriga o Executivo a executar a LOA de forma mais amarrada. Nesse contexto, merece destaque também a chamada “PEC dos Gastos”, que estabelece o “Novo Regime Fiscal” trazendo no artigo 111 do ADCT da nossa CF/1988 que: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Art. 111. A partir do exercício financeiro de 2018, até o último exercício de vigência do Novo Regime Fiscal, a aprovação e a execução previstas nos § § 9º e 11 do art. 166 da Constituição Federal cor- responderão ao montante de execução obrigatória para o exercício de 2017, corrigido na forma es- tabelecida pelo inciso II do § 1º do art. 107 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Mastigando essa informação para você, o que a “PEC dos Gastos” trouxe à baila foi que, a partir de 2018 até o fim do Novo Regime Fiscal, a aprovação e execução das emendas indi- viduais de execução obrigatória terão como limite o valor do exercício anterior acrescido do IPCA de 12 meses. O novo Regime Fiscal também inovou ao constitucionalizar os famosos “restos a pagar”, uma vez que, até então, os resíduos passivos relativos às despesas empenhadas e ainda não pagas dentro do mesmo ano, só tinham previsão em legislação infraconstitucional, determi- nando que os restos a pagar podem ser considerados, até o limite de 0,6% da RCL do ano an- terior, para fins de cumprimento da execução financeira obrigatória de emendas individuais. 1.7. avaliação e Controle O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Superada a fase de execução, cabe agora ao Poder Executivo a obrigação de dar publici- dade da execução orçamentária até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, sub- metendo todo o processo à avaliação da sociedade. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arreca- de, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens ou valores públicos, ou sobre os quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. A mes- ma ideia é válida para Estados, DF e Municípios. Confira a literalidade do parágrafo único do artigo 70 da CF/1988: Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. Em termos de União, o Presidente deverá prestar contas ao Congresso Nacional, anual- mente, até sessenta dias (60 dias) após o início da sessão legislativa. Se as contas do Presi- dente da República não forem apresentadas ao Congresso Nacional até sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, a Câmara dos Deputados deverá proceder à tomada de contas. Quer as contas do Presidente da República sejam apresentadas espontaneamente no pra- zo constitucional, quer sejam tomadas pela Câmara dos Deputados, dentro de sessenta dias após o seu recebimento, o Tribunal de Contas da União deverá apreciá-las mediante parecer prévio. O parecer prévio será encaminhado de volta ao Congresso Nacional. Entramos agora em um tema relevante para o Direito Financeiro e para AFO: a fiscalização e o controle orçamentário. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Podemos dizer que a avaliação orçamentária integra o controle orçamentário, consistindo em uma análise da eficácia e da eficiência das ações realizadas, servindo também paraava- liar os responsáveis da gestão no que diz respeito ao alcance dos objetivos e maximização da utilização dos recursos públicos. Quando falamos em análise da eficiência, avalia-se a medida da relação entre os recursos efetivamente utilizados para a realização de uma meta para um projeto, atividade ou progra- ma frente a padrões estabelecidos. Por outro lado, quando falamos em análise da eficácia, avalia-se a medida do grau de alcance das metas fixadas para um determinado projeto, atividade ou programa em relação ao previsto. Temos ainda a avaliação da efetividade, que é relação entre os resultados alcançados (impactos observados) e os objetivos (impactos esperados) que motivaram a atuação insti- tucional. A efetividade possibilita que seja verificado se um dado programa produziu efeitos no ambiente externo em que interveio, em termos econômicos, técnicos, socioculturais, ins- titucionais ou ambientais. EFICIÊNCIA Fazer corretamente CUSTO utilizar produtivamente os recursos custo-benefício mínimo de perdas e/ou desperdícios EFICÁCIA fazer o que deve ser feito RESULTADO capacidade de atingir objetivos cumpre metas realiza o que foi proposto EFETIVIDADE fazer corretamente o que tem que ser feito IMPACTO transformar a situação existente mudança e desenvolvimento relação entre a produção e capacidade de produzir Em suma, de acordo com Alexandre Marinho e Luís Otávio Façanha: A efetividade diz respeito à capacidade de se promover resultados pretendidos; a eficiência deno- taria competência para se produzir resultados com dispêndio mínimo de recursos e esforços; e a O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO eficácia remete a condições controladas e a resultados desejados de experimentos, critérios que, não se aplicam automaticamente às características e realidade dos programas sociais. No âmbito do controle, merece destaque fiscalização orçamentária financeira do Estado, que possui caráter político no sentido de impedir que o Poder Executivo exceda os créditos que lhe foram concedidos, o desperdício dos recursos públicos e a dilapidação do patrimônio público, mas sem atrasar/parar a execução orçamentária para não prejudicar vida da popu- lação e do próprio Estado. Nessa mesma linha pensa o Doutrinador Kiyoshi Harada, que disse: “a fiscalização e con- trole orçamentário serve justamente para coibir abusos do Poder Público no que se refere ao dinheiro público e sua destinação dentro da melhor destinação e com responsabilidade”. A fundamentação legal da fiscalização dos Controles Interno e Externo tem sede no artigo 70 da CF/1988, cujo objeto de análise tem três elementos distintos: legalidade, legitimidade e economicidade, no que diz respeito à despesa pública. Confira a literalidade que pode apa- recer em sua prova: Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 31 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Vale destacar que o foco dessa fiscalização é contábil, financeira, orçamentária, operacio- nal e patrimonial da Fazenda Pública do Estado, nas 3 esferas: federal, estadual e municipal. A fiscalização com foco no aspecto da legalidade visa verificar se a despesa está acordo com as normas previstas na Constituição, na Lei n. 4.320/1964 e na Lei de Responsabilidade Fiscal. A fiscalização operacional é relacionada ao procedimento de arrecadação e liberação de verbas. Vale destacar, na fiscalização financeira, a verificação da entrada e da saída de dinheiro, enquanto a orçamentária fiscaliza a correta execução do orçamento. Já a fiscalização patrimonial está relacionada à própria execução orçamentária no senti- do de mudanças patrimoniais, sendo que as alterações patrimoniais devem ser fiscalizadas permanentemente pelo Estado. Sob o ponto de vista da legitimidade, verifica-se se houve eficiência do gasto em atender às necessidades públicas, conferindo se a despesa atingiu o bem jurídico valorado pela nor- ma ao autorizá-la. Quando a fiscalização é feita para a avaliar o nível de economicidade alcançado, con- fere-se se despesa foi realizada com o menor custo possível, se houve a melhor relação custo-benefício para alcançar a finalidade pretendida. Nessa toada, a CMO – Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização – examinará e emitirá parecer sobre as contas e o Plenário do Congresso Nacional deliberará sobre sua aprovação. Não há prazo legal para apreciação das contas pelo Congresso. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 32 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO As contas podem ser aprovadas ou rejeitadas. Se for rejeitada, o Senado Federal irá pro- cessar e julgar o Presidente da República, funcionando como presidente, o do Supremo Tribu- nal Federal, exigindo-se quorum de dois terços dos votos do Senado. Tanto a nossa Carta Magna quanto a própria Lei n. 4.320/1964 determinam a coexistência de dois sistemas de controle: interno e externo. O controle interno é aquele realizado pelo ór- gão no âmbito da própria Administração, do próprio Poder, dentro de sua estrutura. O controle externo é aquele realizado por uma instituição independente e autônoma. Veja o dispositivo da Lei n. 4.320/1964: Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá: I – a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações; II – a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos; III – o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de re- alização de obras e prestação de serviços. De acordo com o próprio site do Ministério do Planejamento e Orçamento, que foi incor- porado pelo Ministério da Economia, a fiscalização do Orçamento Público é realizada oficial- mente de duas formas: pelos controles interno e externo. Pelo Controle Interno, quando o controle é feito pelos órgãos do próprio Poder Executivo, especialmente pela Controladoria-Geral da União – CGU – e, ainda, cada Ministério possui um Assessor de Controle Interno, vinculado tecnicamente à CGU. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 33 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e CréditosAdicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO O controle interno tem previsão constitucional no artigo 74 da CF/1988 e consiste em um sistema integrado de fiscalização dos três Poderes com o objetivo de apoiar o controle exter- no em sua missão institucional. Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orça- mentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e have- res da União; IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. § 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregulari- dade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsa- bilidade solidária. § 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União. Veja agora os principais pontos da Lei n. 4.320/1964 acerca também do controle interno: • O Poder Executivo exercerá os três tipos de controle: legalidade, fidelidade funcional e cumprimento do programa de trabalho, sem prejuízo das atribuições do Tribunal de Contas ou órgão equivalente; • Ao órgão incumbido da elaboração da proposta orçamentária ou a outro indicado na legislação, caberá o controle estabelecido no cumprimento do programa de trabalho. Esse controle far-se-á, quando for o caso, em termos de unidades de medida, previa- mente estabelecidos para cada atividade; • No que diz respeito à verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária, guarde que ela deve ser prévia, concomitante e subsequente; • No que diz respeito à prestação ou tomada de contas anual, quando instituída em lei, ou por fim de gestão, poderá haver, a qualquer tempo, levantamento, prestação ou tomada de contas de todos os responsáveis por bens ou valores públicos; • É da competência dos serviços de contabilidade ou órgãos equivalentes verificar a exa- ta observância dos limites das cotas trimestrais atribuídas a cada unidade orçamentá- ria, dentro do sistema que for instituído para esse fim. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 34 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Guarde ainda que, ao tomar conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, o responsável pelo controle interno deve comunicar o TCU ou ao Tribunal de Contas do Estado, Município ou dos Municípios, sob pena de responsabilidade solidária do chefe do Poder que se omitiu a esse respeito. De acordo com Tathiane Piscitelli, deverão ser verificados: • o cumprimento das metas previstas pelo Plano Plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; • a legalidade e resultados, quanto à eficácia e à eficiência, relativos aos gastos públicos realizados por órgãos e entidades federais e também referentes à aplicação de recur- sos provenientes de subvenções; e • o cumprimento dos limites e condições de operações de crédito, avais e garantias, além de direitos e deveres da União. O controle da execução orçamentária, previsto na Lei n. 4.320/1964, estabelece três tipos de controle orçamentário: • 1) o de legalidade dos atos (prévio, concomitante ou subsequente); • 2) da fidelidade funcional dos agentes públicos; e • 3) o cumprimento do programa orçamentário. Questão 7 (CESPE/CGM JOÃO PESSOA/TÉCNICO/2018) Em relação à atuação contábil, fi- nanceira e orçamentária da União, julgue o item que se segue. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário devem manter, de forma integrada, sistema de controle interno, com a finalidade de avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual e a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 35 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Certo. Assertiva de acordo com o artigo 74 da Constituição Federal, que trata do controle interno. Confira, com grifos nossos: Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orça- mentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e have- res da União; IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. Pelo Controle Externo, a nível federal, que é exercido pelo Poder Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas da União – TCU. Registre-se que nos outros entes que integram o nosso Brasil, o controle externo é exer- cido de forma similar, aplicando as disposições federais naquilo que couber. Nessa toada, para os estados, cabe a sua realização à Assembleia Legislativa, com auxílio do TCE – Tribunal de Contas do Estado. Já em âmbito municipal, é exercido pela Câmara Municipal, com auxílio também do TCE – Tribunal de Contas do Estado (regra geral) –, ou do Tribunal de Contas do Município (São Paulo – TCM-SP – e Rio de Janeiro – TCM-RJ), ou, quando for o caso, do Tribunal de Contas dos Municípios, no caso da Bahia – TCM-BA –, Pará – TCM-PA – e Goiás – TCM-GO. Da mesma forma, no DF o Controle Externo é exercido pela Câmara Legislativa com o au- xílio do TCDF – Tribunal de Contas do Distrito Federal. Confira diretamente na CF/1988: Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 36 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer pré- vio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores pú- blicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e man- tidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer tí- tulo,na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das con- cessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório; IV – realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão téc- nica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, opera- cional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II; V – fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acor- do, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; VII – prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário; IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cum- primento da lei, se verificada ilegalidade; X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; XI – representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados. § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. § 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as me- didas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. § 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo. § 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 37 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Controle institucional Controle Externo Realizado pelo Poder Legislativo Auxílio dos Tribunais de Contas Controle Interno CGU (órgão central do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal) Controladorias dos Estados e Municípios ou órgãos equivalentes Outros órgãos públicos (Ministério Público Federal, Ministérios Pú- blicos Estaduais, Tribunais de Justiça, Polícia Federal, Polícias Estaduais) A nível federal, nós já temos consciência de que é do Poder Legislativo a responsabilidade pela realização do controle externo, com o auxílio do Tribunal de Contas da União, cujas fun- ções estão delineadas no artigo 71 e 49, X, da CF/1988. A fiscalização externa por parte do Congresso Nacional se dá especialmente por uma co- missão mista permanente de Senadores e Deputados, que, nos termos do artigo 166 § 1º da CF/1988, é constituída para examinar e emitir pareceres sobre os projetos das leis orçamen- tárias e as contas apresentadas pelo Presidente da República e, também, acerca dos planos e programas previstos na Magna Carta, com acompanhamento e fiscalização das gestões orçamentárias respectivas. Vale destacar que essa Comissão Mista, no exercício de suas atividades, poderá verificar indícios de despesas não autorizadas e, nessa situação, de acordo com o artigo 72, caput, da CF/1988, poderá solicitar esclarecimentos à autoridade responsável. Entretanto, caso os esclarecimentos solicitados não sejam prestados, ou considerados insuficientes, a Comissão Mista encaminha o caso para o TCU, a quem será solicitado que, no prazo de 30 dias, se pronuncie conclusivamente sobre o assunto. Caso o TCU entenda que a despesa é irregular, a Comissão Mista poderá propor ao Congresso Nacional sua sustação, desde que possa causar “dano irreparável ou grave lesão à economia pública”, como consta o artigo 72, § 1º, § 2º, da CF/1988. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 38 de 117www.grancursosonline.com.br Manuel Piñon Ciclo Orçamentário e Créditos Adicionais AFO E ORÇAMENTO PÚBLICO Confira a literalidade que pode aparecer em sua prova: Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, § 1º, diante de indícios de despe- sas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários. § 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias. § 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação. Vamos agora conhecer um pouco mais sobre o TCU no artigo 73 da nossa CF/1988: Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96. § 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfa- çam os seguintes requisitos: I – mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade; II – idoneidade moral e reputação ilibada; III – notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administra- ção pública; IV – mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os co- nhecimentos mencionados no inciso anterior. § 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos: I – um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alterna- damente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento; II – dois terços pelo Congresso Nacional. § 3º Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas, impe- dimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40. § 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal. Perceba que o TCU, mesmo sendo um órgão que auxilia o Congresso Nacional no Controle Externo, possui atribuições constitucionais próprias, as quais não dependem de autorização ou necessariamente de provocação do Poder Legislativo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARCIA GALDINO DA SILVA - 42908973120, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição,
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