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Resumo Historia do Direito no Brasil

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TEMA: HISTÓRIA DO DIREITO NO BRASIL
O DIREITO NO BRASIL COLONIAL
As bases culturais e jurídicas do Brasil colonial foram impostas por uma vontade monolítica. Os elementos que formaram a cultura e o direito tiveram origem de três etnias: os portugueses brancos, índios e negros. Os indígenas não contribuíram muito para a formação do direito, assim como os negros, ao contrário dos portugueses, que impuseram o direito português, determinando as bases da formação jurídica nacional.
A primeira fase desse período é caracterizada pelas leis de caráter geral e os forais, considerados: "miniaturas de constituições políticas durante a Idade Media". Com a instituição dos governos gerais, o Poder Judiciário e o direito foram profundamente modificados. Surgiram as ordenações, que eram uma compilação das leis gerais; as três maiores foram: as Ordenações Afonsinas (1466), as Ordenações Manuelinas (1521) e as Ordenações Filipinas (1603), que vigoraram até a publicação do nosso Código Civil Nacional. As ordenações contavam com livros que versavam sobre o Direito dos Eclesiásticos, o Direito Civil, Comercial e Penal, entre outros.
Na antiga organização judiciária, o ouvidor-geral era a autoridade maior. A administração da justiça era realizada por operadores jurídicos, como os juízes ordinários, juízes de fora, de vintena, de órfãos, etc. e seus auxiliares, os escrivães do público e notas, os tabeliães judiciais, os alcaides, meirinhos, etc. O primeiro Tribunal de Relação na Bahia foi criado em 1587, seguido pelo Tribunal de Relação do Rio de Janeiro.
O Poder Judiciário era composto por meio de burocracia e relações pessoais. Os magistrados não faziam parte da nobreza, e era seu desejo se tornar parte dela. A justiça, do ponto de vista de Gregório de Matos, era "vendida, injusta e tornada bastarda"; contrariando a finalidade do direito nacional de representar os interesses do bem comum da coletividade e influenciando o modelo jurídico atual.
INSTITUIÇÕES, RETÓRICA E BACHARELISMO NO BRASIL
Analisando os aspectos jurídicos brasileiros e tentando traçar paralelos históricos com o fenômeno do bacharelismo, devemos nos fiar no fato de que o Brasil foi concebido a partir dos ímpetos portugueses por expandir seus mercados, bem como busca por metais preciosos.
É na estruturação do Reino Português que se encontram as raízes da experiência portuguesa do Estado Patrimonial. Falta-nos, ainda hoje, um Estado racional e despersonalizado, decorrendo daí, a distinção precária entre o público e o privado, a precariedade da segurança do indivíduo perante as possibilidades de atuação estatal.
A colonização do novo mundo teve como objetivo a exploração mercantil e a experiência das quinze capitanias hereditárias colocou seus donatários em funções típicas do Estado (arrecadação de tributos, fundação de vilas, monopólio da justiça, etc.), tudo em nome D'el Rei, como convém o patrimonialismo, a esse aspecto ainda somou-se, uma outra característica fundamental para a formação da sociedade e da cultura brasileiras: a economia baseada na exploração do trabalho escravo, contradizendo as teorias do liberalismo econômico, com base na mão-de-obra assalariada.
Tal dado histórico faz-nos perceber o favorecimento a um processo de exclusão e discriminação social, o que levou à aristocratização por meio da farda ou da beca, sendo acentuada a participação dos bacharéis nos movimentos abolicionistas.
O ensino superior nacional resumiu-se, até a fuga da família real para o Brasil, às experiências jesuíticas da Companhia de Jesus, dando ênfase à retórica e privilegiando poucos autores, mormente Aristóteles e São Tomás de Aquino. Sendo que os estudos superiores só podiam ser realizados na Europa, tendo como destino quase que exclusivo a Universidade de Coimbra para os filhos da elite colonial brasileira.
Com a vinda da família real para o Brasil, em 1808, colocou-se como ordem do dia transformar a colônia em lugar apropriado para a instalação da Corte, no entanto isso não suscitou de imediato a preocupação com a formação de pessoas para ocupar os quadros e funções do Estado, pois para facilitar a dependência da Colônia, a formação Coimbra consistiu em um eficiente método de controle ideológico, sendo preocupação do ensino superior da época a formação militar e às outras áreas consideradas técnicas.
Foi somente em 1827, já declarada a independência e tendo em vista os primeiros passos para a formação de um Estado Nacional, que se verificou a implantação dos cursos jurídicos no Brasil. Olinda (posteriormente transferido para Recife) e São Paulo com início das atividades no ano seguinte tiveram seu quadro docente quase completo por professores portugueses. Dessa forma, as faculdades de São Paulo e Recife foram os centros responsáveis pela formação ideológica da elite dirigente, homogênea na medida do possível, que deveria consolidar o projeto de Estado Nacional.
Entende-se por bacharelismo a situação em que predominam os bacharéis na vida política e cultural do país. Os bacharéis, guiados pelos ideais da Revolução Francesa, estiveram metidos em praticamente todos os grandes acontecimentos políticos da história brasileira.
Segundo Gilberto Freyre, ninguém mais bacharel que D. Pedro II, que, durante seu reinado, cercou-se de bacharéis na condução dos negócios do Estado. Em termos de legislação nacional de maior envergadura, foram produzidos o Código Penal, o Código de Processo Criminal, o Código Comercial e o Regulamento 737.
Não houve, na cultura brasileira, a efetiva conformação do Estado às ideias liberais, mas uma incorporação daqueles elementos à estrutura estabelecida, dando ensejo a uma contradição entre o discurso e a prática, o que se verifica até os dias de hoje.
A incorporação desses elementos se fez de cima para baixo, sob a inspiração de ideias trazidas de outros países, desconsiderando as condições históricas e culturais em que foram engendrados. Foi fácil discursar e escrever sobre esses ideais, mas muito mais difícil incorporar uma prática cotidiana nova. Assim, foi fácil defender o liberalismo e a democracia na imprensa e na tribuna, sem modificar a substância do estado patrimonialista.
O bacharelismo manifestou-se amplamente fora dos gabinetes políticos, notadamente na produção literária e jornalística, com o domínio convincente tanto da gramática quanto da estilística. O exercício da atividade jornalística era norma de engajamento para a atividade política, fomentando o desenvolvimento de uma imprensa fortemente influenciada pelas ideias liberais.
O ESCRAVO ANTE A LEI CIVIL E A LEI PENAL NO IMPÉRIO
Primeiramente devemos destacar que os chamados escravos libertos faziam parte dos cidadãos ativos, já não gozando do mesmo direito os simples escravos, considerados habitantes não cidadãos. A cidadania poderia ser concedida aos alforriados. Para que fosse concedida, exigia - se a comprovação de renda.
No período imperial houve muitos debates na Assembleia Constituinte acerca de concessão de cidadania aos alforriados e sobre a distinção dos habitantes do nosso país( índios, negro, brancos-cidadãos ). Vários deputados se manifestaram contra ou a favor das resoluções, surgindo, por conseguinte, diversas contradições filosóficas e jurídicas entre as várias fontes de direito e tendo como fontes subsidiárias os Direitos Romano e Canônico.
A Escravidão brasileira originou-se do tráfico negreiro lícito e ilícito e do próprio nascimento de crianças de mães escravas. Ilícito, pois após a data de 07 de novembro de 1830, o tráfico passa a ser proibido. Isso não quer dizer que não houve. Dessa maneira a origem da escravidão restringiu-se ao nascimento. Até a Lei do Ventre Livre, os filhos de escravos, escravos eram, exceto no caso de as crianças serem filhas do Senhor. Para chegar ao fim da escravidão havia apenas três formas: morte, alforria e a lei. Mesmo sendo alforriado, o escravo poderia ter sua carta de alforria anulada. Ao Estado era concedido o poder de alforriar gratuitamente os "escravos da nação", mas para isso teria que servotado numa Assembleia Geral.
O escravo frente a lei civil ao mesmo tempo era coisa e pessoa. Não possuía direitos civis, nem políticos. Dessa forma não podia contratar, tutelar, testemunhar, constituir família(só uniões de fato). As uniões eram oriundas do direito romano, mas moderadas pelo direito canônico. Vários institutos da lei civil eram aplicados aos escravos, como exemplo: hipoteca, anticrese, penhor, condomínio, usucapião, usufruto.
Um escravo em condomínio se fosse alforriado, todos os demais cotistas deveriam receber uma indenização. O usufruto do escravo permitia ao usufrutuário utilizar seus serviços e beneficiar-se das rendas produzidas. Era permitido também o usucapião do escravo, sendo o prazo de três anos, não sendo permitido o próprio escravo se usucapir (isso era ilegal).
Na lei penal a condição de escravo era uma agravante. Como podemos ver, nesse caso, o escravo respondia por seus atos, sendo dessa maneira imputável. A Insurreição era considerado o mais grave delito que um escravo poderia cometer. A legislação penal imperial negava ao senhor do escravo o direito de vida e morte sobre o escravo, só sendo permitido castigos, e esses castigos não poderiam exceder cinquenta açoites por dia. O escravo sofria também violências como a tortura, marcas a ferro quente entre outras. Se o fato criminoso do escravo causara danos civis, seu senhor deveria indenizar o ofendido. O Código de Processo Criminal passou a restringir a locomoção dos escravos, mesmos acompanhados de seus senhores, para impedir as insurreições.
DA "INVASÃO" DA AMÉRICA AOS SISTEMAS PENAIS DE HOJE:
O DISCURSO DA "INFERIORIDADE" LATINO - AMERICANA.
O eurocentrismo constitui o entendimento de que todos os avanços que ela representa constituem o resultado de um desenvolvimento do europeu, sem considerar a existência da África, América ou Ásia. Com a viagem de Cristóvão Colombo, a Europa tornou-se o centro do mundo; explorador da América Latina, sob a desculpa do "mito sacrifical". Os índios foram considerados inferiores, sendo obrigados a se converterem à religião católica, e caso se negassem eram forçados a isso através da escravidão, pelo sistema chamado encomiendas.
O primeiro grande conquistador foi Hernán Cortez, que explorou e destruiu o povo asteca através de três estratégias; a primeira foi utilizando guerras e massacres, a segunda foi o uso da escravidão e a terceira, mesmo de maneira inconsciente foi a transmissão de doenças. Esse descaso pelos índios e o maltrato causou um debate entre Bartolomé de las Casas e Juan Gines de Sepúlveda, chamado de disputa de Valladolid.
Sepúlveda defendia a noção de inferioridade dos índios, afirmando que eles estavam na metade do caminho entre animais e homens pelo fato de não conhecerem a propriedade privada nem a herança pessoal. Por isso era defensor da "guerra justa". Já Bartolomé era contrario a essa ideia, dizendo que os índios eram fiéis, ao contrário dos espanhóis, por estes comandarem as "guerras justas" e as encomiendas. Ele é considerado o primeiro defensor dos direitos humanos da América Latina e afirmava que a dominação deveria ser feita respeitando os direitos naturais dos índios.
Cortez e seus compatriotas, ao chegar aos domínios do povo asteca, os deixaram confusos, pois eles ficaram em duvida de sua procedência, acreditando em três possibilidades: 1) de serem humanos (considerada a menos possível); 2) de serem deuses (a mais provável e racionalmente aceita), associando Cortez a Quetzacóatl, um príncipe que fora expulso por eles e prometera voltar; 3) de representarem o fim do "quinto sol". Com o desenvolvimento dos fatos, foi comprovada a primeira suspeita. Eles foram explorados, e para evitar males maiores simularam obediência, garantindo assim sua sobrevivência.
Foi desenvolvida uma classificação dos "rostos" da América Latina, sendo o primeiro o dos índios, cuja exploração já foi relatada; o segundo rosto é o do negro; o terceiro é o do mestiço, que não possuem uma personalidade cultural e racional definida; o quarto é o do crioulo, que é o filho branco de um europeu com uma índia; o quinto rosto é o dos camponeses, que foram explorados com a formação dos Estados Nacionais; e por fim, o sexto é o dos operários, surgido com a revolução industrial.
O nosso sistema penal possui uma base teórica apoiada na "ideologia da defesa social", que pode ser comprovada pelos princípios da legitimidade, do bem e do mal, da finalidade, da igualdade e do interesse social. Segundo Raúl Zaffaroni, sofremos três tipos de colonialismo, o primeiro foi o mercantil, o segundo foi o industrial ou neocolonialismo e o terceiro é o atual chamado de tecnocolonialismo. No primeiro, o sistema escravagista, foi característico, no segundo, os sistemas penais foram os principais instrumentos de controle do genocídio, como por exemplo, o uso abusivo de armamento permitido, a violência contra os presos, etc.
A REDEMOCRATIZAÇÃO DO BRASIL (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988)
Na história do Brasil, dois processos ocorridos em períodos distintos recebem essa designação: o primeiro, culminado em 1945, com a deposição de Getúlio Vargas, dando fim a uma ditadura iniciada com o golpe de 1937; no segundo, após o período ditatorial iniciado com o Golpe de 1964, o processo de redemocratização teve início no governo do general João Baptista Figueiredo, com a anistia aos acusados ou condenados por crimes políticos.
Em dezembro de 1979, o governo modificou a legislação partidária e eleitoral e restabeleceu o pluripartidarismo. A Arena transformou-se no Partido Democrático Social PDS, e o MDB acrescentou a palavra partido à sigla, tornando-se o PMDB. Outras agremiações foram criadas, como o Partido dos Trabalhadores PT e o Partido Democrático Trabalhista PDT, de esquerda, o Partido Popular PP e o Partido Trabalhista Brasileiro PTB, de centro-direita. Alguns partidos, como o Partido Comunista do Brasil ainda permaneciam proibidos.
Com o agravamento da crise econômica, inflação e recessão, os partidos de oposição ao regime cresceram; da mesma forma fortaleceram-se os sindicatos e as entidades de classe.
Em 1984, o País mobilizou-se na campanha pelas "Diretas Já". A partir do governo Ernesto Geisel, entre 1974 e 1979, a crise econômica do país e as dificuldades do regime militar agravam-se. A alta do petróleo e das taxas de juros internacionais desequilibra o balanço brasileiro de pagamentos e eleva a inflação. Além disso, compromete o modelo de crescimento econômico, baseado em financiamentos externos. Apesar do encarecimento dos empréstimos e do crescimento acelerado da dívida externa, o governo não interrompe o ciclo de expansão econômica do começo dos anos 70 e mantém os programas oficiais e os incentivos aos projetos privados. Ainda assim, o desenvolvimento industrial é afetado e o desemprego aumenta.
Nesse quadro de dificuldades, o apoio da sociedade torna-se indispensável. Para consegui-lo, Geisel anuncia uma "distensão lenta, gradual e segura" do regime autoritário em direção à democracia. Entre 1980 e 1981, prisões de líderes sindicais da região do ABC paulista, entre eles Luís Inácio Lula da Silva presidente do recém-criado Partido dos Trabalhadores (PT), atentados terroristas na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e no centro de convenções do Riocentro, no Rio de Janeiro, revelam as grandes dificuldades da abertura. Ao mesmo tempo, começa a se formar um movimento suprapartidário em favor da aprovação da emenda constitucional, proposta pelo deputado federal mato-grossense Dante de Oliveira, que restabelece a eleição direta para a Presidência da República. A campanha das “Diretas Já” espalha-se em grandes comícios, passeatas e manifestações por todo o país.
Em 25 de janeiro de 1984. O cenário é a Praça da Sé, centro da cidade de São Paulo. Marcado para o dia do aniversário da cidade de São Paulo, o primeiro grande comício da campanha por eleições diretas para presidente foi organizado por Franco Montoro, governador paulista. Participaram também diversos partidos políticos de oposição,além de lideranças sindicais, civis e estudantis. A expectativa era das mais tensas. O governo militar tentava minar o impacto do evento. O dia estava chuvoso. Aos poucos, a praça foi lotando e, no final, cerca de 300 mil pessoas gritavam por "Diretas já!" no centro da cidade.
Declarando apoio à emenda constitucional do deputado federal Dante de Oliveira que permitia a eleição direta para a Presidência da República. Mas a emenda foi derrotada na Câmara dos Deputados em votação realizada em 25 de abril: não alcançou número mínimo de votos para ser aprovada.
Em 15 de janeiro de 1985, o governador de Minas Gerais Tancredo Neves foi eleito Presidente da República pelo Colégio Eleitoral, com José Sarney como vice-presidente, derrotando o candidato da situação, o deputado federal Paulo Maluf, por 480 a 180 votos e 26 abstenções. Tancredo, porém, foi internado em Brasília, um dia antes da cerimônia de posse. Foi submetido a várias cirurgias mas seu estado de saúde só se agravou. Até que, para grande pesar e comoção dos brasileiros, Tancredo faleceu em 21 de abril de 1985 em Cidade de São Paulo. Sarney assumiu a Presidência no dia 15 de março, dando fim a 21 anos de ditadura militar no Brasil. Mas a redemocratização só foi completa com a promulgação da Constituição de 88, a Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988.
Independentemente das controvérsias de cunho político, a Constituição Federal de 1988 assegurou diversas garantias constitucionais, com o objetivo de dar maior efetividade aos direitos fundamentais, permitindo a participação do Poder Judiciário sempre que houver lesão ou ameaça de lesão a direitos. 
Para demonstrar a mudança que estava havendo no sistema governamental brasileiro, que saíra de um regime autoritário recentemente, a constituição de 1988 qualificou como crimes inafiançáveis a tortura e as ações armadas contra o estado democrático e a ordem constitucional, criando assim dispositivos constitucionais para bloquear golpes de qualquer natureza. Com a nova constituição, o direito maior de um cidadão que vive em uma democracia foi conquistado: foi determinada a eleição direta para os cargos de Presidente da República, Governador do Estado e do Distrito Federal, Prefeito,Deputado Federal, Estadual e Distrital, Senador e Vereador. A nova Constituição também previu maior responsabilidade fiscal. 
Pela primeira vez, uma Constituição brasileira define a função social da propriedade privada urbana, prevendo a existência de instrumentos urbanísticos que, interferindo no direito de propriedade (que a partir de agora não mais seria considerado inviolável), teriam por objetivo romper com a lógica da especulação imobiliária. A definição e regulamentação de tais instrumentos, porém, deu-se apenas com a promulgação do Estatuto da Cidade em 2001. 
De modo geral a CF/88 é considerada avançada em vários aspectos, como direitos coletivos, homogêneos e sociais. Porém, ainda necessita de muita regulamentação de leis complementares e implementação de políticas públicas realmente eficientes.

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