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ROTEIRO DA APA
PARA O ALUNO 
PROJETO INTEGRADOR: URIANÁLISE: EXAME DE URINA TIPO I
Professora Esp. Priscila Bertoncello Pagliari Barauna
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ROTEIRO DA APA PARA O DISCENTE
URIANÁLISE: EXAME DE URINA TIPO I
01. Todos os campos do Formulário Padrão deverão ser devidamente preenchidos.
02. Esta é uma atividade individual. Caso seja identificado plágio, inclusive de colegas, 
a atividade será zerada.
03. Cópias de terceiros como livros e internet, sem citar a fonte caracterizam-se como 
plágio, sendo o trabalho zerado.
04. Ao utilizar autores para fundamentar seu Projeto Integrador, os mesmos devem ser 
referenciados conforme as normas da ABNT.
05. Ao realizar sua atividade, renomeie o arquivo, salve em seu computador, anexe no 
campo indicado, clique em responder e finalize a atividade.
06. Procure argumentar de forma clara e objetiva, de acordo com o conteúdo da disciplina. 
07. Formatação exigida: documento Word, Fonte Arial ou Times New Roman tamanho 12.
ORIENTAÇÕES GERAIS
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POR QUE PRECISO APRENDER ISSO ?
 – Aplicar normas de biossegurança e boas práticas laboratoriais, garantindo a seguran-
ça do profissional e a qualidade dos exames.
 – Compreender os fundamentos da urianálise, incluindo a composição da urina, sua 
fisiologia e importância clínica.
 – Diferenciar os tipos de amostras urinárias e seus métodos de coleta, garantindo a 
correta manipulação, conservação e transporte das amostras.
 – Executar a análise físico-química da urina, utilizando corretamente as tiras reagentes 
e interpretando os parâmetros avaliados, como pH, densidade, glicose, proteínas, hemo-
globina, bilirrubina, leucócitos, nitrito, etc.
 – Preparar e analisar o sedimento urinário ao microscópio, identificando corretamente 
células epiteliais, hemácias, leucócitos, cilindros, cristais, bactérias e outros elementos 
presentes na urina.
 – Interpretar os achados laboratoriais da urianálise, correlacionando os resultados com 
condições fisiológicas e patológicas do paciente.
 – Elaborar laudos laboratoriais de urianálise, organizando os resultados de forma clara 
e objetiva, conforme padrões técnicos.
 – Analisar e discutir casos clínicos relacionados à urianálise, desenvolvendo o raciocínio 
crítico para a tomada de decisões laboratoriais.
Essa disciplina desempenha um papel fundamental na formação do futuro profissional de 
saúde, capacitando-o para atuar com precisão na realização e interpretação de um dos exames 
laboratoriais mais solicitados na prática clínica. A análise físico-química e microscópica da urina 
permite a detecção precoce de doenças renais, metabólicas e infecciosas, sendo essencial para 
o diagnóstico, monitoramento e prognóstico de diversas condições.
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AMBIENTE NA PRÁTICA
Caro(a) aluno (a)
A realização das aulas práticas propostas neste estudo exigirá que ocorram em ambientes 
especiais, neste caso, em nossos laboratórios montados e equipados cuidadosamente em nos-
sos Megapolos. Para a realização dessa atividade prática, será necessário o envolvimento de 
materiais biológicos (amostras de urina). 
Dessa maneira, será indispensável o uso de equipamentos de proteção individual (EPI), 
como luvas descartáveis, jaleco, máscara e gorro, lembrando que todos devem estar com sapa-
tos fechados e evitar o uso de relógios, brincos, anéis, no momento da aula prática.
Na realização do procedimento, utilizaremos amostras de urinas coletadas previamente, 
fornecidas por instituições de saúde, a qual será processada e analisada pelos alunos. O acom-
panhamento dos acadêmicos será realizado por profissional capacitado a executar as tarefas 
propostas.
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EMBASAMENTO TEÓRICO
01. COLETA, PRESERVAÇÃO E PROCESSAMENTO DA URINA
A urina é um dos líquidos corporais mais acessíveis para a coleta de amostra, pois é eli-
minada naturalmente pelo indivíduo várias vezes ao dia. Além disso, o processo de coleta é 
simples, rápido e de baixo custo. No entanto, apesar de sua facilidade, a coleta de urina para 
análise laboratorial exige cuidados específicos e recomendações tanto para o paciente quanto 
para o profissional responsável pelo processamento e análise da amostra (Leite et al., 2019).
O laboratório tem a responsabilidade de fornecer informações ao paciente que garantam a 
coleta adequada da amostra de urina, minimizando fatores que possam interferir nos resultados. 
Embora, em geral, não haja necessidade de preparos especiais para a coleta de exames de urina 
de rotina, é importante considerar que certos fatores podem alterar as características da urina 
ao longo do dia, como o tempo de jejum, a alimentação, a prática de atividade física, a atividade 
sexual e o uso de medicamentos. Após a realização de atividades físicas, é comum observar 
alterações na urina, como o aumento de hemácias, cilindros e proteínas, sendo a proteinúria a 
mais notável dessas alterações (Andriolo et al., 2018).
A atividade sexual pode levar ao aumento de células epiteliais e proteínas na urina. No 
caso dos homens, a urina pode ser contaminada por fluidos prostáticos, enquanto nas mulhe-
res, a contaminação pode ocorrer por secreções vaginais. Para as mulheres, é recomendável 
evitar a coleta durante o período menstrual. Se isso não for possível, o uso de um tampão 
vaginal pode ajudar a reduzir a contaminação da amostra. Além disso, os pacientes devem 
ser orientados a entregar a amostra no laboratório o mais rápido possível, preferencialmente 
dentro de 2 horas após a coleta. Caso esse prazo não seja cumprido, a amostra deve ser 
mantida refrigerada ou ser adicionado um conservante adequado (Andriolo et al., 2018).
As orientações para a coleta de urina (Quadro 1) começam com cuidados na higienização 
da região genital externa, pois a falta de assepsia pode resultar em contaminação da amostra, 
especialmente por bactérias. Após a limpeza, é recomendado realizar a coleta do jato médio, 
que envolve desprezar o primeiro jato da urina, coletando apenas o jato médio em um recipiente 
apropriado e então desprezando o restante da micção (Leite et al., 2019).
Vídeo Embasamento - Prática
https://youtu.be/UpmqUogg1KY?si=cS3bqDF8zOcGZilD
https://youtu.be/UpmqUogg1KY?si=cS3bqDF8zOcGZilD
https://youtu.be/UpmqUogg1KY?si=cS3bqDF8zOcGZilD
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QUADRO 1: INSTRUÇÕES PARA COLETA DE URINA PARA PACIENTES DO
SEXO MASCULINO E FEMININO
Instruções para pacientes do
sexo masculino
Instruções para pacientes do
sexo feminino
1. Identificar o horário de coleta. 
2. Lavar as mãos com água e sabão. 
3. Expor a glande do pênis e retrair o prepúcio 
(pele) para expor o meato uretral.
4. Lavar a glande com água e sabão, come-
çando pelo meato uretral. 
5. Enxugar, utilizando papel toalha (se forneci-
do pelo laboratório) ou toalha, a partir do mea-
to uretral. 
6. Com uma das mãos, manter o prepúcio re-
traído.
7. Com a outra mão, segurar o frasco de cole-
ta de urina já destampado. 
8. Iniciar a micção, desprezando o primeiro 
jato de urina no vaso sanitário.
9. Coletar urina do jato médio até, mais ou 
menos, um terço ou metade da capacidade do 
frasco. 
10. Desprezar o restante de urina no vaso sa-
nitário.
11. Fechar o frasco de coleta. 
12. Encaminhar o frasco para o laboratório no 
prazo máximo de 2 horas, mantendo-o em lo-
cal fresco e ao abrigo da luz.
1. Identificar o horário de coleta. 
2. Lavar as mãos com água e sabão. 
3. Fazer higiene da região genital com água 
e sabão, sempre no sentido de frente para 
trás. É importante que todo resíduo de poma-
das, pós e cremes vaginais eventualmente uti-
lizados seja totalmente removido. 
4. Enxugar toda a região genital com papel 
toalha (se fornecido pelo laboratório) ou toa-
lha, sempre no sentido de frente para trás. 
5. Separar os grandes lábios, limpar o mea-
to urinário e a região ao redor da uretra. 
6. Com uma das mãos, manter os grandes 
lábios separados. 
7. Com a outra mão, segurar o frasco de co-
leta já destampado. 
8. Iniciar a micção, desprezando o primeiro 
jato de urina no vaso sanitário. 
9. Coletar urina do jato médio até, mais ou 
menos, um terço oumetade da capacidade do 
frasco. 
10. Desprezar o restante de urina no vaso sa-
nitário.
11. Fechar o frasco de coleta. 
12. Encaminhar o frasco para o laboratório no 
prazo máximo de 2 horas, mantendo-o em lo-
cal fresco e ao abrigo da luz.
Fonte: Leite et al., (2019).
Segundo Andriolo et al. (2018), existem alguns tipos de amostras de urina, que podem ser 
solicitadas pelo médico. Confira a seguir:
 – Amostra aleatória: esta é a amostra mais comumente recebida, pois oferece maior 
comodidade ao paciente, que pode realizá-la a qualquer momento, desde que respeite o 
intervalo de 2 horas após a última micção. É importante registrar o horário da coleta no 
frasco. Essa amostra é adequada para exames de rotina que visam detectar anormalida-
des, mas pode ser facilmente influenciada por fatores como dieta e atividade física. Caso 
haja suspeita de que esses fatores estejam impactando algum resultado anormal, pode 
ser necessário realizar uma nova coleta em condições mais controladas.
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 – Primeira amostra da manhã: neste tipo de coleta, o paciente é instruído a coletar a 
amostra de urina logo após acordar. Para muitos, essa é considerada a amostra ideal 
para exames de rotina, pois é mais concentrada, permitindo a detecção de substâncias 
químicas e elementos formados que podem estar ausentes em amostras aleatórias. No 
entanto, o crescimento bacteriano na bexiga durante a noite pode interferir na detecção 
de cilindros e elementos celulares, o que pode afetar a análise dos resultados.
 – Segunda amostra da manhã: a segunda amostra da manhã deve ser coletada en-
tre 2 e 4 horas após a primeira micção, período em que o paciente deve permanecer 
em jejum. Essa coleta minimiza eventuais interferências dos metabólitos provenientes 
de alimentos ingeridos na noite anterior e a ação da flora bacteriana sobre cilindros e 
elementos celulares. Em todos os três tipos, o paciente deve ser instruído a entregar a 
amostra no laboratório no prazo máximo de 2 horas após a coleta.
A amostra de urina deve ser coletada em um frasco de material inerte, limpo, seco, à prova 
de vazamento, não absorvente e que permita visualizar a cor e o aspecto da urina. O frasco 
(Figura 1) deve ter uma boca larga e uma base ampla e plana, facilitando a coleta, especialmente 
no sexo feminino, e prevenindo o tombamento. A capacidade ideal do frasco é de 50 mL, volume 
suficiente para realizar análises químicas e microscópicas, além de possibilitar a homogeneiza-
ção da amostra no próprio recipiente. É recomendada a utilização de frascos descartáveis, pois 
esses minimizam o risco de contaminação por lavagem inadequada.
FIGURA 1: FRASCO DE URINA
Fonte: Freepik 
Se a amostra não for devidamente conservada, alterações podem ocorrer devido ao tempo 
prolongado à temperatura ambiente.
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Essas modificações podem resultar em resultados tanto falso-positivos quanto falso-nega-
tivos, comprometendo a precisão dos testes laboratoriais, observe o Quadro 2. 
Após a coleta da amostra, o ideal é que ela seja analisada o mais rápido possível, pre-
ferencialmente enquanto ainda está fresca. O tempo máximo recomendado para o envio da 
amostra ao laboratório é de até 2 horas, pois após esse período, a amostra pode começar a 
sofrer alterações. 
Caso não seja possível a análise nesse intervalo, a amostra deve ser armazenada de 
forma adequada. Embora não exista um conservante ideal que possua todas as propriedades 
necessárias, o método mais comum de conservação é a refrigeração entre 2 a 8 °C, devido ao 
baixo custo e facilidade de acesso. No entanto, a refrigeração pode promover a precipitação de 
cristais e grânulos de fosfato e urato amorfo, o que pode interferir na análise. Para evitar essa 
interferência, é importante deixar a amostra atingir a temperatura ambiente antes da análise, pois 
as reações enzimáticas das tiras reativas, utilizadas para os testes químicos, dependem dessa 
temperatura para ocorrer corretamente (Andriolo et al., 2018).
QUADRO 2: ALTERAÇÕES PROVOCADAS POR FALTA DE CONSERVAÇÃO E ERRO DE MANUSEIO
Aspecto Alteração Mecanismo
Ph Aumento
Metabolização de ureia em 
amônia pelas bactérias pro-
dutoras de urease.
Nitrito Aumento Produção de bactérias redu-
toras de nitrato em nitrito.
Bactérias Aumento Multiplicação bacteriana em 
razão das condições ideias.
Turbidez Aumento
Crescimento bacteriano e 
precipitação de material 
amorfo.
Odor Aumento Proliferação bacteriana.
Glicose Redução
Glicólise e consumo pelo 
metabolismo bacteriano e 
células.
Cetonas Redução Volatilização e consumo pelo 
metabolismo bacteriano.
Bilirrubina Redução Exposição à luz promove oxi-
dação à biliverdina.
Urobilinogênio Redução Exposição à luz promove oxi-
dação à urobilina.
Eritrócitos Redução Desintegração em urina alca-
lina diluída.
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Leucócitos Redução Desintegração celular.
Cilindros Redução Solubilização da matriz pro-
teica.
Cor Variável Oxidação de substâncias.
Fonte: Leite et al., (2019).
1.1 Exame de rotina de urina
O exame de urina de rotina é amplamente solicitado por médicos de diversas especialida-
des, sendo útil tanto para pacientes com sintomas específicos quanto para aqueles que realizam 
avaliações periódicas, mesmo sem apresentar queixas. A análise do sedimento urinário oferece 
informações valiosas sobre possíveis condições patológicas nos rins e nas vias urinárias, além 
de fornecer indicações sobre distúrbios metabólicos que podem afetar o sistema como um todo.
1.2 Exame físico
Vamos iniciar pelos parâmetros de análise física da urina, que compreendem: cor, o aspec-
to, a densidade, o volume e o pH.
 – Cor: a coloração da urina está relacionada ao nível de hidratação do corpo, geralmente 
variando entre diferentes tons de amarelo. Assim como em situações fisiológicas quanto 
patológicas, a urina pode apresentar cores fora do padrão. Entre as causas fisiológicas, des-
taca-se o consumo de alimentos com cores intensas (como beterraba) ou o uso excessivo de 
corantes alimentícios. Mudanças no metabolismo, metabolização de medicamentos e várias 
condições patológicas (como doenças hepáticas, hemólise, infecções urinárias, entre outras) 
também podem alterar a cor da urina (Andriolo et al., 2018). 
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QUADRO 3: CORES DA URINA E SUAS POSSÍVEIS CAUSAS
Cor da Urina Possíveis causas
Laranja Fenazopirídina (pyridium), rifampicina e varfarina.
Rosa/Avermelhada Porfirinas, mioglobina, hemoglobina, difenilidantoína, metil-
dopa, fenolftaleína e fenotiazina. 
Vermelha Eritrócitos e hemoglobina
Verde Bilirrubina oxidada e azul metileno.
Azul Azul de metileno.
Marrom Bilirrubina, hemoglobina e meta-hemoglobina.
Cinza Furazolidona e nitrofurantoína.
Preto Melanina e ácido homogenstísico.
Fonte: Leite et al., (2019).
 – Aspecto: normalmente, a urina apresenta-se clara e transparente. No entanto, a 
formação de cristais ou sais não patológicos, como uratos amorfos em urina ácida e 
fosfatos amorfos em urina alcalina, pode causar turvação. A turbidez também pode ser 
causada pela presença de bactérias. Leucócitos e células epiteliais podem contribuir para 
a turvação, e sua presença pode ser verificada por exame microscópico do sedimento. 
O muco pode dar à urina uma aparência turva, enquanto as hemácias podem deixar a 
urina com aspecto esfumaçado ou turvo. Gorduras e linfa podem deixar a urina com um 
tom leitoso (Leite et al., 2019).
 – Densidade: o estado de hidratação do paciente e a capacidade dos rins de concentrar 
a urina são refletidos pela densidade urinária. Quando medida por refratometria, ela pode 
ser afetada pela presença de glicosúria e/ou proteinúria. Já as tiras reagentes avaliam 
a concentração iônica da urina, sem sofrer interferência de componentes não iônicos, 
como a glicose, embora a presença significativa de proteinúria e cetonúria possa resultar 
em leituras falsamente elevadas (Andriolo et al., 2018).
 – Volume: a quantidade de urina produzida em condições normais é principalmente 
influenciada pela ingestão de água. Em média, um adulto produz entre 600 e 2.000ml de 
urina por dia, sendo que a produção noturna geralmente não ultrapassa 400 ml. Quando 
há uma diminuição do volume urinário, chamada oligúria, a excreção é inferior a 500 ml 
por dia, enquanto a anúria é a quase total supressão da formação de urina. A redução 
no consumo de água resulta em menor volume urinário, assim como certos estados 
patológicos renais também podem causar essa diminuição (Leite et al., 2019).
 – pH: o pH da urina varia conforme o tipo de alimentação: dietas ricas em proteínas 
tendem a tornar a urina ácida, enquanto dietas vegetais geralmente resultam em urina 
mais alcalina. Não se conhece a presença de interferentes na medição do pH urinário. 
No entanto, erros na manipulação da tira reagente, como o excesso de urina na tira, 
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podem gerar resultados de pH mais ácidos, devido à contaminação da área reagente 
pelo tampão ácido utilizado no teste de proteína (Andriolo et al., 2018). O pH urinário 
pode variar entre 4,6 e 8 em indivíduos normais.
1.3 Exame químico
 – Glicose: em condições normais, a glicose não está presente na urina, pois os rins, 
especificamente os glomérulos, filtram a glicose, que é então reabsorvida no túbulo con-
torcido proximal dos néfrons. A concentração de glicose que ultrapassa a capacidade de 
reabsorção tubular fica entre 160 e 180 mg/dl, variando conforme o indivíduo. Quando a 
glicose é detectada na urina, essa condição é chamada de glicosúria (Leite et al., 2019).
 – Corpos Cetônicos: os corpos cetônicos são produzidos quando o corpo necessita 
metabolizar os ácidos graxos, geralmente devido à falta de carboidratos disponíveis 
para suprir as necessidades energéticas. Nesse processo, os ácidos graxos são utili-
zados como fonte alternativa de energia. Em condições normais, os corpos cetônicos 
não estão presentes na urina. No entanto, quando são excretados, isso é caracterizado 
como cetonúria. Ela pode estar associada a jejum prolongado, dietas para perda de 
peso, febre, exposição ao frio intenso, atividade física intensa, ou, em casos patológicos, 
principalmente na diabetes melito (Andriolo et al., 2018).
 – Proteínas: a presença de proteínas na urina indica lesão renal e é um marcador pre-
coce para doenças renais, pois, normalmente, as proteínas não conseguem atravessar 
a barreira glomerular durante o processo de filtração, e as de baixo peso molecular são 
reabsorvidas pelos néfrons. Além disso, a proteína na urina pode ser associada a con-
dições como desidratação, exercício físico intenso, estresse e exposição prolongada ao 
frio ou ao calor, que aumentam a produção de proteínas e podem exceder a capacidade 
de reabsorção renal (Leite et al., 2019).
 – Bilirrubina: somente a bilirrubina direta é encontrada na urina, sendo associada a 
condições como icterícias obstrutivas e hepatocelulares, como hepatites e cirrose hepáti-
ca. Essa reação é bastante sensível à presença de interferentes. O principal interferente 
é a presença de substâncias que alteram a cor normal da urina. Já os resultados falso-
-negativos podem ocorrer quando a amostra é exposta por muito tempo à luz ultravioleta 
(como luz solar), ou ainda pela presença de nitrito, ou grandes quantidades de ácido 
ascórbico.
 – Urobilinogênio: a presença de urobilinogênio na urina está associada ao excesso 
de produção de bilirrubina, como ocorre na hemólise, ou a lesões hepáticas, que resul-
tam na diminuição da reabsorção dessa substância. Resultados falso-negativos podem 
ocorrer devido à exposição prolongada da amostra à luz ultravioleta, presença de nitrito, 
formalina ou grandes quantidades de ácido ascórbico. Por outro lado, urinas altamente 
pigmentadas, bem como o uso de medicamentos como nitrofurantoína, riboflavina, fe-
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nazopiridina, ácido p-aminobenzoico e fármacos que contêm corantes diazoicos, podem 
levar a resultados falso-positivos (Andriolo et al., 2018).
 – Nitrito: os nitritos na urina são um indicador da presença de bactérias redutoras de 
nitrato, sugerindo uma possível infecção por bactérias Gram-negativas. Para uma inves-
tigação mais precisa, é recomendado analisar a primeira urina da manhã ou aquela que 
permaneceu na bexiga por até 3 horas antes da coleta.
 – Esterase Leucocitária: o teste para a presença de leucócitos na urina baseia-se 
na detecção da enzima esterase, liberada pelos granulócitos durante a degeneração 
celular. Entre os leucócitos, os neutrófilos são os mais identificados, pois os linfócitos, 
que não produzem esterase, não geram um resultado positivo na análise.
 – Sangue: não se encontra normalmente na urina e sua presença pode representar 
tanto a presença de hemoglobina, na forma de hemácias íntegras (hematúria) quanto de 
hemoglobina livre (hemoglobinúria).
A análise dos parâmetros químicos da urina é realizada por meio de tiras reagentes, que 
oferecem um método prático, rápido e eficiente para examinar vários parâmetros ao mesmo 
tempo. Essas tiras (Figura 2) são compostas por materiais plásticos com papéis absorventes 
impregnados com substâncias químicas que reagem de acordo com o parâmetro em questão. 
O uso de tiras reativas apresenta diversas vantagens, como: (1) maior consistência nos re-
sultados, (2) custo baixo, (3) agilidade, (4) necessidade de uma pequena quantidade de amostra e 
(5) exigência de pouco espaço físico e pessoal. Esse procedimento permite realizar a análise em 
cerca de 2 minutos, com resultados apresentados de forma qualitativa (negativo ou positivo) ou 
semiquantitativa, utilizando escalas de concentração ou de cruzes (trações de 4+) (Leite, 2019).
FIGURA 2: TIRA REAGENTE DE URINA
Fonte: Freepik
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A análise da tira reagente pode ser realizada de quatro maneiras: manual, semimanual, 
semiautomatizada ou automatizada. A escolha do método depende das necessidades do la-
boratório. Em todos os casos, a tira reativa é utilizada para a avaliação. Nas análises manuais, 
a interpretação dos resultados fica a cargo do profissional responsável, enquanto nas demais 
abordagens, a interpretação é feita pelo equipamento.
Segue abaixo o procedimento do uso das tiras reativas por análise manual:
 – Homogeneizar cuidadosamente a amostra. 
 – Transferir 10 ml da amostra para um tubo cônico. 
 – Submergir completamente todas as áreas da tira reativa. 
 – Retirar a tira imediatamente de dentro do tubo, retirando o excesso na borda do tubo.
 – Eliminar o excesso de urina cuidadosamente em papel absorvente. 
 – Aguardar o tempo recomendado para a reação na tira reativa (30 segundos).
 – Fazer a leitura conforme a orientação do fabricante.
Espero que, ao término desta aula sobre o exame físico-químico da urina, você tenha ad-
quirido uma compreensão sólida sobre a importância desse exame para a avaliação da saúde 
renal e metabólica. O objetivo é que você, aluno(a) consiga identificar e interpretar corretamente 
os parâmetros analisados, como pH, densidade, presença de proteínas, glicose e leucócitos, 
reconhecendo as implicações dessas alterações para o diagnóstico de condições clínicas. 
Além disso, caro aluno, você deve conseguir distinguir os diferentes métodos de análise 
(manual, semimanual, semiautomatizado e automatizado) e entender as vantagens e limitações. 
Ao final da aula, espera-se que esteja preparado para aplicar os conhecimentos adquiridos de 
maneira prática, seja em ambientes de laboratório ou em situações clínicas.
02. SEDIMENTOSCOPIA
A sedimentoscopia é a etapa do exame de urina que fornece a maior quantidade de infor-
mações. Para garantir um sedimento de qualidade, três fatores são essenciais: (a) a amostra 
deve ser recente, (b) deve apresentar uma elevada concentração e (c) precisa ter um pH ácido. 
Quando a urina possui baixa concentração ou é alcalina, os elementos formados tendem a se 
dissolver rapidamente. Além disso, se a amostra permanecer em repouso por um longo período, 
há chances de alcalinização e consequente degradação celular (Motta, 2009).
Essa etapa do exame parcial de urina é realizada pela análise microscópica, que avalia 
qualitativae quantitativamente os elementos presentes no sedimento urinário. É uma parte im-
portante do exame, com o auxílio do microscópico (Figura 3), permite a identificação de células, 
cilindros, cristais, microrganismos e outros elementos que podem indicar alterações fisiológicas 
ou patológicas. 
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FIGURA 3: ESTRUTURA DE UM MICROSCÓPIO ÓPTICO DE CAMPO CLARO. 
Fonte: Pinterest (2019).
Para que seja realizada essa análise microscópica da urina, é necessária a obtenção do 
sedimento da urina, que é a parte sólida da amostra urinária que se deposita no fundo do tubo 
após a centrifugação. Segundo Motta (2009), as etapas necessárias para consegui-lo são:
 – Transferir uma porção de 10 mL de urina para um tubo cônico próprio para centrifu-
gação. 
 – Submeter a amostra à centrifugação entre 1.500 e 2.000 rpm por um período de 5 
minutos. 
 – Descartar a parte líquida sobrenadante, preservando aproximadamente 0,2 mL de 
urina juntamente com o sedimento no tubo. 
 – Homogeneizar o sedimento com a urina residual, agitando suavemente a base do 
tubo.
Dessa forma, após a obtenção do sedimento, é necessário utilizar lâminas ou câmeras 
para desprezar um volume da amostra para leitura no microscópio. Como exemplo, temos a 
lâmina com lamínula, a lâmina K-Cell e a câmara de Neubauer. A principal diferença entre esses 
métodos está na forma de quantificação dos elementos presentes na amostra. Seguem abaixo 
alguns tipos de dispositivos que podem ser utilizados para essa leitura: 
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FIGURA 4: LÂMINA K-CELL PARA CONTAGEM DE CÉLULAS POR ML DE AMOSTRA.
Fonte: Perfecta (2022). Disponível em: https://perfectalab.com.br/blog/post/stronglacircminas-k-cell-para-o-exame-
microscoacutepico-do-sedimento-urinaacuterio-strong. Acesso em: 8 abr. 2025.
FIGURA 5: CÂMARA DE NEUBAUER
Fonte: Kasvi (2021). Disponível em: https://kasvi.com.br/como-e-realizada-contagem-de-celulas/. Acesso em: 8 abr. 2025.
https://perfectalab.com.br/blog/post/stronglacircminas-k-cell-para-o-exame-microscoacutepico-do-sedimento-urinaacuterio-strong
https://perfectalab.com.br/blog/post/stronglacircminas-k-cell-para-o-exame-microscoacutepico-do-sedimento-urinaacuterio-strong
https://kasvi.com.br/como-e-realizada-contagem-de-celulas/
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FIGURA 6: LÂMINA E LAMÍNULA
Fonte: Vidraria de Laboratório (2012). Disponível em: http://www.vidrariadelaboratorio.com.br/a-lamina-para-microscopio/. 
Acesso em: 8 abr. 2025.
A contagem de células nesses dispositivos difere, aqui irei destacar a contagem na câmara de 
Neubauer, que será essa que utilizaremos na aula prática. Após a centrifugação da amostra de urina, 
será utilizada uma micropipeta para transferir 20 µL do sedimento para a câmara de Neubauer. Após, 
é necessário cobrir a câmara com a lamínula e aguardar alguns segundos para sedimentação. Exa-
minar ao microscópio com objetiva de 10x para visualização geral e 40x para contagem detalhada. 
Na urinálise, são utilizados os quatro quadrantes laterais, para contar leucócitos, hemácias 
e células epiteliais, além da análise qualitativa de cristais, bactérias e outras estruturas que 
porventura possam aparecer (Figura 7). O número de células contado não é o seu resultado. 
Você terá que multiplicar o número de células contadas por fatores, dependendo da sua diluição. 
Para cilindros, cristais e bactérias, expressar os resultados conforme relacionado abaixo: 
• Ausente • Raras • Algumas • Numerosas ou em cruzes (+,++,+++,++++). Outros elementos, 
como muco, leveduras, espermatozoides e Trichomonas sp citar como presentes quando forem 
detectados.
http://www.vidrariadelaboratorio.com.br/a-lamina-para-microscopio/
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FIGURA 7: DILUIÇÃO E CÁLCULOS PARA EXAME DE URINA COM CÂMARA DE NEUBAUER
Fonte: Câmara (2015). Disponível em: https://www.biomedicinapadrao.com.br/2013/10/conhecendo-camara-de-neubauer.html. 
Acesso em: 8 abr. 2025.
Nesse momento, caro aluno, iremos estudar especificamente os elementos que podem ser 
encontrados no sedimento urinário:
 – CÉLULAS EPITELIAIS - Certas células epiteliais presentes no sedimento urinário 
originam-se da descamação natural de células envelhecidas, enquanto outras indicam 
lesões epiteliais decorrentes de processos inflamatórios ou condições renais. Essas 
células podem ser classificadas em três tipos, conforme abaixo (Motta, 2009): 
01. Células epiteliais escamosas: essas células têm origem nas camadas superfi-
ciais do revestimento vaginal, na uretra feminina e nas porções inferiores da uretra 
masculina. Elas são as maiores células encontradas no sedimento urinário, possuem 
uma forma achatada e apresentam citoplasma abundante e irregular, com um núcleo 
pequeno e central. Podem estar presentes em grande quantidade e, frequentemente, 
observam-se apenas os núcleos livres devido à citólise causada pela ação dos bacilos 
de Döderlein (Vieira, 2021).
https://www.biomedicinapadrao.com.br/2013/10/conhecendo-camara-de-neubauer.html
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FIGURA 8: CÉLULA EPITELIAL ESCAMOSA
Fonte: Motta (2009).
02. Células epiteliais transicionais: o cálice renal, a pélvis renal, o ureter e a bexiga são 
revestidos por várias camadas de epitélio transicional. Em indivíduos saudáveis, poucas 
células transicionais aparecem na urina, refletindo uma descamação normal. No entanto, 
a quantidade dessas células tende a aumentar após cateterismo urinário ou outros pro-
cedimentos invasivos. Além disso, um aumento significativo pode indicar condições que 
exigem investigação mais aprofundada, como o carcinoma renal (Motta, 2009).
FIGURA 9: CÉLULA EPITELIAL TRANSICIONAL
Fonte: Motta (2009).
03. Células epiteliais tubulares renais: originadas nos distintos segmentos dos túbulos 
renais, essas células são mais frequentemente encontradas na porção proximal. Possuem 
formato arredondado, oval ou retangular, com núcleo redondo localizado centralmente 
ou de maneira excêntrica no citoplasma, podendo conter um ou dois nucléolos e apre-
sentando citoplasma granular. Seu tamanho varia entre 9 e 25 μM, sendo considerada 
normal a presença de, no máximo, uma célula por campo microscópico (Vieira, 2021).
 – LEUCÓCITOS: os leucócitos podem estar presentes na urina devido à migração ao 
longo do trato urinário ou pela contaminação por secreções genitais. Normalmente, obser-
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va-se menos de quatro leucócitos por campo microscópico com aumento de 400 vezes. 
Quando a contagem ultrapassa esse valor, a condição é denominada piúria. A piúria pode 
manifestar-se pela presença de leucócitos isolados, em agrupamentos ou ainda incluídos 
em cilindros hialinos. Esse achado pode estar relacionado a infecções bacterianas ou a 
outras doenças do sistema urinário e renal. Infecções como pielonefrite, cistite, prostatite 
e uretrite podem ocorrer tanto com a presença de bactérias quanto sem elas. Além das 
causas infecciosas, a piúria também está associada a doenças não infecciosas, incluindo 
glomerulonefrite, lúpus eritematoso sistêmico e tumores (Motta, 2009).
FIGURA 10: (A) LEUCÓCITO POR MICROSCOPIA DE CAMPO CLARO E (B) HEMÁCIA POR 
MICROSCOPIA DE CAMPO CLARO.
Fonte: Vieira (2021).
 – HEMÁCIAS: em indivíduos saudáveis, a presença de hemácias (Figura 10) na urina 
é limitada a pequenas quantidades, geralmente menos de três por campo microscópico 
com aumento de 400 vezes. Um aumento na quantidade dessas células indica compro-
metimento da integridade da barreira vascular, podendo resultar de lesões ou doenças 
que afetam a membrana glomerular ou o trato geniturinário. Diferentes condições podem 
levar à hematúria, incluindo doenças renais como glomerulonefrites, pielonefrites, cis-
tites, além de cálculos, tumores e traumas. Qualquer fator que provoque inflamação 
ou afete a integridade vascular pode contribuir para a presença de hemácias na urina. 
Em amostras femininas, deve-se considerar a possibilidade de contaminação menstrual. 
Após a prática de exercícios físicos intensos, pode-se observar a presença de hemácias 
e cilindros na urina. Em alguns casos, a análise de hemácias dismórficas é necessária 
para diferenciar a origem glomerularda não glomerular da hematúria. A detecção de 
hemácias dismórficas sugere um sangramento de origem glomerular (Motta, 2009).
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 – CILINDROS: esses elementos são exclusivamente de origem renal e apresentam 
variações em sua forma, diâmetro e comprimento, pois são formados dentro dos túbulos 
distais. Sua morfologia depende das condições do túbulo onde ocorre sua formação. A 
matriz dos cilindros é constituída pela glicoproteína de Tamm-Horsfall, continuamente 
excretada pela alça ascendente de Henle. A produção dessa glicoproteína pode ser 
influenciada por fatores como estase urinária, que corresponde à redução do fluxo uri-
nário, diminuição do pH e aumento da osmolaridade devido à concentração de solutos 
e à presença de constituintes iônicos ou proteicos anormais (Vieira, 2021). Assim, os 
diferentes tipos de cilindros representam diferentes condições clínicas:
 ◦ Cilindros hialinos: formados a partir da precipitação de uma matriz homogênea 
da proteína de Tamm-Horsfall, esses cilindros são os mais frequentemente encontra-
dos na urina. A presença de até 2 por campo microscópico é considerada dentro da 
normalidade, assim como quantidades aumentadas em certas condições fisiológicas, 
como exercício físico intenso, febre, desidratação e estresse emocional. Além dis-
so, sua presença pode estar associada a diversas condições patológicas, incluindo 
glomerulonefrites, pielonefrites, doença renal crônica, anestesia geral e insuficiência 
cardíaca congestiva (Motta, 2009).
 ◦ Cilindros hemáticos: estão relacionados a doenças renais intrínsecas. As hemá-
cias presentes nesses cilindros geralmente têm origem glomerular, como ocorre na 
glomerulonefrite, mas também podem resultar de lesões tubulares, como na nefrite 
intersticial aguda. A identificação e o acompanhamento desses cilindros são úteis na 
avaliação da resposta do paciente ao tratamento. Além das condições patológicas, 
eles também podem ser observados após exercícios físicos intensos, bem como em 
casos de nefrite lúpica e hipertensão maligna (Motta, 2009).
 ◦ Cilindros leucocitários: são indicativos de infecção ou inflamação renal e reque-
rem investigação clínica detalhada. Quando os leucócitos têm origem glomerular, 
como na glomerulonefrite, observa-se no sedimento urinário uma grande quantidade 
de cilindros leucocitários juntamente com cilindros hemáticos. Já nos casos de origem 
tubular, como na pielonefrite, os leucócitos migram para o lúmen tubular, onde acabam 
sendo incorporados à matriz do cilindro (Motta, 2009).
 ◦ Cilindros de células epiteliais: se formam a partir da descamação das células que 
revestem os túbulos renais, que são posteriormente incorporadas à matriz proteica 
dos cilindros hialinos ou granulares. Dessa forma, podem ser constituídos por dife-
rentes tipos celulares, que podem aparecer de maneira isolada ou em agrupamentos 
(Vieira, 2021).
 ◦ Cilindros granulosos: os cilindros granulosos podem estar presentes no sedi-
mento urinário, especialmente após a realização de exercícios físicos intensos. No 
entanto, quando encontrados em grande quantidade, podem indicar doenças renais 
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de origem glomerular ou tubular. Eles são formados principalmente pela proteína de 
Tamm-Horsfall, e seus grânulos resultam da degradação de cilindros celulares ou 
do acúmulo de proteínas plasmáticas, imunocomplexos e globulinas. Esses cilindros 
estão associados à estase do fluxo urinário e podem ser observados em situações de 
estresse, atividade física intensa e infecções do trato urinário (Vieira, 2021).
 ◦ Cilindros céreos: representam um estágio mais evoluído do cilindro hialino. Eles 
se formam em situações de estase prolongada devido à obstrução tubular e são fre-
quentemente conhecidos como cilindros da insuficiência renal. Esses cilindros são 
comumente encontrados em pacientes com insuficiência renal crônica, bem como 
em casos de rejeição de transplantes, hipertensão maligna e outras doenças renais 
agudas (Motta, 2009).
 ◦ Cilindros graxos: são produtos da desintegração dos cilindros celulares, produzi-
dos por decomposição dos cilindros de células epiteliais que contêm corpos adiposos 
ovais. Estão presentes na síndrome nefrótica, na nefropatia diabética, em doenças 
renais crônicas e nas glomerulonefrites.
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FIGURA 11: CILINDROS
Legenda: (a) Cilindro graxo por microscopia de luz polarizada, (b) cilindro leucocitário, (c) cilindro epitelial, (d) cilindro misto: granuloso na 
porção superior e céreo na porção inferior, (e) cilindro granuloso, (f) cilindro hemático e (g) cilindro hialino
Fonte: Vieira (2021).
 – MUCO: O muco é uma proteína fibrilar produzida pelo epitélio tubular renal e pelo 
epitélio vaginal. Em geral, não é considerado clinicamente relevante. O aumento da 
quantidade de filamentos de muco na urina feminina está frequentemente relacionado à 
contaminação vaginal (Figura 12).
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FIGURA 12: MUCO
Fonte: Motta (2009).
 – CRISTAIS: Os cristais presentes na urina são classificados, de acordo com o pH, em 
cristais de urina ácida, neutra ou alcalina: 
 ◦ Urina com pH ácido: oxalato de cálcio, ácido úrico e urato amorfo.
 ◦ Urina com pH neutro: biurato de amônio, carbonato de cálcio, oxalato de cálcio e 
fosfato triplo.
 ◦ Urina com pH alcalino: fosfato triplo, biurato de amônio, carbonato de cálcio, fosfato 
de cálcio e fosfato amorfo.
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RECURSOS UTILIZADOS
Materiais de consumo: 
Descrição Observação 
Jaleco Material a ser fornecido pelo aluno 
Luvas Material a ser fornecido pela UniFatecie 
Amostras de Urina Material a ser fornecido pela UniFatecie
Tubo Cônico Material a ser fornecido pela UniFatecie 
Tiras Reagentes Material a ser fornecido pela UniFatecie 
Centrífuga Material a ser fornecido pela UniFatecie 
Câmara de Neubauer Material a ser fornecido pela UniFatecie 
Lamínulas Material a ser fornecido pela UniFatecie
Pipeta Material a ser fornecido pela UniFatecie 
Ponteiras Material a ser fornecido pela UniFatecie 
Microscópio Material a ser fornecido pela UniFatecie 
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ATENÇÃO: SAÚDE E SEGURANÇA
Para proteger os alunos durante a aula prática, o uso dos Equipamentos de Proteção Indi-
vidual (EPIs) é obrigatório.
 – Luvas descartáveis devem ser utilizadas para evitar o contato direto com amostras 
biológicas, protegendo assim contra possíveis agentes patogênicos. 
 – Óculos de proteção são necessários para proteger os olhos de respingos de substân-
cias químicas ou biológicas, enquanto o avental ajuda a proteger as roupas e a pele de 
contaminações. 
 – É importante o uso de calças compridas e calçados fechados. 
 – É fundamental também que os cabelos sejam mantidos presos, evitando que se sol-
tem e entrem em contato com as amostras ou equipamentos, garantindo a higiene e a 
segurança.
No ambiente de realização da atividade, os alunos devem estar cientes dos riscos intrín-
secos envolvidos. O manuseio de amostras urinárias pode representar riscos biológicos, pois 
existe a possibilidade de exposição a agentes patogênicos como bactérias e vírus presentes nas 
amostras. Por fim, a utilização de equipamentos como microscópios e centrífugas exige cuidados 
para evitar lesões, como quedas ou manuseio inadequado, que podem resultar em acidentes. 
Assim, é fundamental que todos sigam as normas de segurança e boas práticas laboratoriais 
para realizar a prática de maneira segura e eficiente.
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O QUE PRECISO FAZER NESSA ATIVIDADE PRÁTICA
Neste projeto integrador, vocês irão realizar o exame de urina parcial. Então serão três 
etapas nessa aula: exame físico, exame químico e análise microscópica (sedimentoscopia) da 
urina. Ao finalizar a análise, iremos discutir os elementos encontrados em cada amostra analisa-
da. Boa prática!
PROCEDIMENTO 
01. Anotar a cor, volume e aspecto da amostra.
02. Homogeneizar o frasco de urina, para garantir que todos os elementos presentes na 
amostra, serão transferidos para o tubo cônico.
03. Transferir 10 mL da amostra para o tubo cônico.
04. Introduzir a tira reagente no tubo contendoa urina.
05. O tempo necessário para que uma tira reagente de urina reaja adequadamente varia 
conforme o fabricante e os parâmetros sendo analisados.
06. Anotar os resultados de todos os parâmetros que contêm a tira reagente (pH, densi-
dade e, se houver a presença de outros, deve ser quantificada em cruzes – hemoglobina, 
leucócitos, proteína, bilirrubina, corpos cetônicos, urobilinogênio, glicose).
07. Centrifugar a amostra por cinco minutos, em 1.500 a 2.000 rotações por minuto.
08. Após a urina ser centrifugada, desprezar o sobrenadante e deixar apenas 1 mL, onde 
contém o sedimento da amostra, que será analisado.
09. Homogeneizar o sedimento antes de colocar na câmara.
10. Utilizar uma micropipeta para transferir 20 µL do sedimento para a câmara de 
Neubauer.
11. Cobrir a câmara com a lamínula e aguardar alguns segundos para sedimentação.
Vídeo - Prática
https://youtu.be/UpmqUogg1KY?si=2a-z-qxpGaRBoOn6&t=435
https://youtu.be/UpmqUogg1KY?si=2a-z-qxpGaRBoOn6&t=435
https://youtu.be/UpmqUogg1KY?si=2a-z-qxpGaRBoOn6&t=435
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12. Examinar ao microscópio com objetiva de 10x para visualização geral e 40x para 
contagem detalhada.
13. Na urinálise, são utilizados os quatro quadrantes laterais, para contar leucócitos, 
hemácias e células epiteliais, além da análise qualitativa de cristais, bactérias e outras 
estruturas que porventura possam aparecer.
14. O número de células contado não é o seu resultado final. Você terá que multiplicar o 
número de células contadas por fatores, dependendo da sua diluição.
15. Para cilindros, cristais e bactérias, expressar os resultados conforme relacionado 
abaixo: • Ausente • Raras • Algumas • Numerosas ou em cruzes (+,++,+++,++++). Ou-
tros elementos, como muco, leveduras, espermatozoides e Trichomonas sp citar como 
presentes quando forem detectados.
16. Após todas essas etapas, chegaremos ao resultado do exame parcial de urina e 
discutiremos em laboratório com os outros colegas.
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RELATÓRIO
Caro(a) aluno (a),
Você deverá entregar o Relatório tipo Apresentação Simples (Power point). Para isso, faça 
o download do template, disponibilizado junto a este roteiro, e siga as instruções contidas no 
mesmo.
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MATERIAISMATERIAIS COMPLEMENTARES COMPLEMENTARES
Fonte: SEQUEIRA-ANTUNES, Beatriz. Urinary Biomarkers and Point-of-Care Urinalysis 
Devices for Early Diagnosis and Management of Disease: A Review. Biomedicines, Portugal, v. 
11, p. 1-20, 2023.
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ANDRIOLO, Adagmar et al. Fatores Pré-Analíticos e Interferentes em Ensaios Laboratoriais. 
Barueri: Manole, 2018.
LEITE, Samantha B.; et al. Fluidos biológicos. Porto Alegre: SAGAH, 2019. E-book. p.15. 
ISBN 9788533500730. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/
books/9788533500730/. Acesso em: 11 fev. 2025.
MOTTA, Valter. Bioquímica Clínica para o Laboratório - Princípios e Interpretações. 5. ed. 
Rio de Janeiro: MedBook Editora, 2009. E-book. p.252. ISBN 9786557830260. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786557830260/. Acesso em: 18 mar. 
2025.
VERMELHO, Alane B. Práticas de Microbiologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2019. E-book. p.57. ISBN 9788527735575. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.
com.br/reader/books/9788527735575/. Acesso em: 18 mar. 2025.
VIEIRA, Ana D C.; et al. Bioquímica clínica: líquidos corporais. Porto Alegre: SAGAH, 
2021. E-book. p.257. ISBN 9786556901077. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.
com.br/reader/books/9786556901077/. Acesso em: 18 mar. 2025.
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS

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