Prévia do material em texto
ROTEIRO DA APA PARA O ALUNO PROJETO INTEGRADOR: URIANÁLISE: EXAME DE URINA TIPO I Professora Esp. Priscila Bertoncello Pagliari Barauna 2 ROTEIRO DA APA PARA O DISCENTE URIANÁLISE: EXAME DE URINA TIPO I 01. Todos os campos do Formulário Padrão deverão ser devidamente preenchidos. 02. Esta é uma atividade individual. Caso seja identificado plágio, inclusive de colegas, a atividade será zerada. 03. Cópias de terceiros como livros e internet, sem citar a fonte caracterizam-se como plágio, sendo o trabalho zerado. 04. Ao utilizar autores para fundamentar seu Projeto Integrador, os mesmos devem ser referenciados conforme as normas da ABNT. 05. Ao realizar sua atividade, renomeie o arquivo, salve em seu computador, anexe no campo indicado, clique em responder e finalize a atividade. 06. Procure argumentar de forma clara e objetiva, de acordo com o conteúdo da disciplina. 07. Formatação exigida: documento Word, Fonte Arial ou Times New Roman tamanho 12. ORIENTAÇÕES GERAIS 3 POR QUE PRECISO APRENDER ISSO ? – Aplicar normas de biossegurança e boas práticas laboratoriais, garantindo a seguran- ça do profissional e a qualidade dos exames. – Compreender os fundamentos da urianálise, incluindo a composição da urina, sua fisiologia e importância clínica. – Diferenciar os tipos de amostras urinárias e seus métodos de coleta, garantindo a correta manipulação, conservação e transporte das amostras. – Executar a análise físico-química da urina, utilizando corretamente as tiras reagentes e interpretando os parâmetros avaliados, como pH, densidade, glicose, proteínas, hemo- globina, bilirrubina, leucócitos, nitrito, etc. – Preparar e analisar o sedimento urinário ao microscópio, identificando corretamente células epiteliais, hemácias, leucócitos, cilindros, cristais, bactérias e outros elementos presentes na urina. – Interpretar os achados laboratoriais da urianálise, correlacionando os resultados com condições fisiológicas e patológicas do paciente. – Elaborar laudos laboratoriais de urianálise, organizando os resultados de forma clara e objetiva, conforme padrões técnicos. – Analisar e discutir casos clínicos relacionados à urianálise, desenvolvendo o raciocínio crítico para a tomada de decisões laboratoriais. Essa disciplina desempenha um papel fundamental na formação do futuro profissional de saúde, capacitando-o para atuar com precisão na realização e interpretação de um dos exames laboratoriais mais solicitados na prática clínica. A análise físico-química e microscópica da urina permite a detecção precoce de doenças renais, metabólicas e infecciosas, sendo essencial para o diagnóstico, monitoramento e prognóstico de diversas condições. 4 AMBIENTE NA PRÁTICA Caro(a) aluno (a) A realização das aulas práticas propostas neste estudo exigirá que ocorram em ambientes especiais, neste caso, em nossos laboratórios montados e equipados cuidadosamente em nos- sos Megapolos. Para a realização dessa atividade prática, será necessário o envolvimento de materiais biológicos (amostras de urina). Dessa maneira, será indispensável o uso de equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas descartáveis, jaleco, máscara e gorro, lembrando que todos devem estar com sapa- tos fechados e evitar o uso de relógios, brincos, anéis, no momento da aula prática. Na realização do procedimento, utilizaremos amostras de urinas coletadas previamente, fornecidas por instituições de saúde, a qual será processada e analisada pelos alunos. O acom- panhamento dos acadêmicos será realizado por profissional capacitado a executar as tarefas propostas. 5 EMBASAMENTO TEÓRICO 01. COLETA, PRESERVAÇÃO E PROCESSAMENTO DA URINA A urina é um dos líquidos corporais mais acessíveis para a coleta de amostra, pois é eli- minada naturalmente pelo indivíduo várias vezes ao dia. Além disso, o processo de coleta é simples, rápido e de baixo custo. No entanto, apesar de sua facilidade, a coleta de urina para análise laboratorial exige cuidados específicos e recomendações tanto para o paciente quanto para o profissional responsável pelo processamento e análise da amostra (Leite et al., 2019). O laboratório tem a responsabilidade de fornecer informações ao paciente que garantam a coleta adequada da amostra de urina, minimizando fatores que possam interferir nos resultados. Embora, em geral, não haja necessidade de preparos especiais para a coleta de exames de urina de rotina, é importante considerar que certos fatores podem alterar as características da urina ao longo do dia, como o tempo de jejum, a alimentação, a prática de atividade física, a atividade sexual e o uso de medicamentos. Após a realização de atividades físicas, é comum observar alterações na urina, como o aumento de hemácias, cilindros e proteínas, sendo a proteinúria a mais notável dessas alterações (Andriolo et al., 2018). A atividade sexual pode levar ao aumento de células epiteliais e proteínas na urina. No caso dos homens, a urina pode ser contaminada por fluidos prostáticos, enquanto nas mulhe- res, a contaminação pode ocorrer por secreções vaginais. Para as mulheres, é recomendável evitar a coleta durante o período menstrual. Se isso não for possível, o uso de um tampão vaginal pode ajudar a reduzir a contaminação da amostra. Além disso, os pacientes devem ser orientados a entregar a amostra no laboratório o mais rápido possível, preferencialmente dentro de 2 horas após a coleta. Caso esse prazo não seja cumprido, a amostra deve ser mantida refrigerada ou ser adicionado um conservante adequado (Andriolo et al., 2018). As orientações para a coleta de urina (Quadro 1) começam com cuidados na higienização da região genital externa, pois a falta de assepsia pode resultar em contaminação da amostra, especialmente por bactérias. Após a limpeza, é recomendado realizar a coleta do jato médio, que envolve desprezar o primeiro jato da urina, coletando apenas o jato médio em um recipiente apropriado e então desprezando o restante da micção (Leite et al., 2019). Vídeo Embasamento - Prática https://youtu.be/UpmqUogg1KY?si=cS3bqDF8zOcGZilD https://youtu.be/UpmqUogg1KY?si=cS3bqDF8zOcGZilD https://youtu.be/UpmqUogg1KY?si=cS3bqDF8zOcGZilD 6 QUADRO 1: INSTRUÇÕES PARA COLETA DE URINA PARA PACIENTES DO SEXO MASCULINO E FEMININO Instruções para pacientes do sexo masculino Instruções para pacientes do sexo feminino 1. Identificar o horário de coleta. 2. Lavar as mãos com água e sabão. 3. Expor a glande do pênis e retrair o prepúcio (pele) para expor o meato uretral. 4. Lavar a glande com água e sabão, come- çando pelo meato uretral. 5. Enxugar, utilizando papel toalha (se forneci- do pelo laboratório) ou toalha, a partir do mea- to uretral. 6. Com uma das mãos, manter o prepúcio re- traído. 7. Com a outra mão, segurar o frasco de cole- ta de urina já destampado. 8. Iniciar a micção, desprezando o primeiro jato de urina no vaso sanitário. 9. Coletar urina do jato médio até, mais ou menos, um terço ou metade da capacidade do frasco. 10. Desprezar o restante de urina no vaso sa- nitário. 11. Fechar o frasco de coleta. 12. Encaminhar o frasco para o laboratório no prazo máximo de 2 horas, mantendo-o em lo- cal fresco e ao abrigo da luz. 1. Identificar o horário de coleta. 2. Lavar as mãos com água e sabão. 3. Fazer higiene da região genital com água e sabão, sempre no sentido de frente para trás. É importante que todo resíduo de poma- das, pós e cremes vaginais eventualmente uti- lizados seja totalmente removido. 4. Enxugar toda a região genital com papel toalha (se fornecido pelo laboratório) ou toa- lha, sempre no sentido de frente para trás. 5. Separar os grandes lábios, limpar o mea- to urinário e a região ao redor da uretra. 6. Com uma das mãos, manter os grandes lábios separados. 7. Com a outra mão, segurar o frasco de co- leta já destampado. 8. Iniciar a micção, desprezando o primeiro jato de urina no vaso sanitário. 9. Coletar urina do jato médio até, mais ou menos, um terço oumetade da capacidade do frasco. 10. Desprezar o restante de urina no vaso sa- nitário. 11. Fechar o frasco de coleta. 12. Encaminhar o frasco para o laboratório no prazo máximo de 2 horas, mantendo-o em lo- cal fresco e ao abrigo da luz. Fonte: Leite et al., (2019). Segundo Andriolo et al. (2018), existem alguns tipos de amostras de urina, que podem ser solicitadas pelo médico. Confira a seguir: – Amostra aleatória: esta é a amostra mais comumente recebida, pois oferece maior comodidade ao paciente, que pode realizá-la a qualquer momento, desde que respeite o intervalo de 2 horas após a última micção. É importante registrar o horário da coleta no frasco. Essa amostra é adequada para exames de rotina que visam detectar anormalida- des, mas pode ser facilmente influenciada por fatores como dieta e atividade física. Caso haja suspeita de que esses fatores estejam impactando algum resultado anormal, pode ser necessário realizar uma nova coleta em condições mais controladas. 7 – Primeira amostra da manhã: neste tipo de coleta, o paciente é instruído a coletar a amostra de urina logo após acordar. Para muitos, essa é considerada a amostra ideal para exames de rotina, pois é mais concentrada, permitindo a detecção de substâncias químicas e elementos formados que podem estar ausentes em amostras aleatórias. No entanto, o crescimento bacteriano na bexiga durante a noite pode interferir na detecção de cilindros e elementos celulares, o que pode afetar a análise dos resultados. – Segunda amostra da manhã: a segunda amostra da manhã deve ser coletada en- tre 2 e 4 horas após a primeira micção, período em que o paciente deve permanecer em jejum. Essa coleta minimiza eventuais interferências dos metabólitos provenientes de alimentos ingeridos na noite anterior e a ação da flora bacteriana sobre cilindros e elementos celulares. Em todos os três tipos, o paciente deve ser instruído a entregar a amostra no laboratório no prazo máximo de 2 horas após a coleta. A amostra de urina deve ser coletada em um frasco de material inerte, limpo, seco, à prova de vazamento, não absorvente e que permita visualizar a cor e o aspecto da urina. O frasco (Figura 1) deve ter uma boca larga e uma base ampla e plana, facilitando a coleta, especialmente no sexo feminino, e prevenindo o tombamento. A capacidade ideal do frasco é de 50 mL, volume suficiente para realizar análises químicas e microscópicas, além de possibilitar a homogeneiza- ção da amostra no próprio recipiente. É recomendada a utilização de frascos descartáveis, pois esses minimizam o risco de contaminação por lavagem inadequada. FIGURA 1: FRASCO DE URINA Fonte: Freepik Se a amostra não for devidamente conservada, alterações podem ocorrer devido ao tempo prolongado à temperatura ambiente. 8 Essas modificações podem resultar em resultados tanto falso-positivos quanto falso-nega- tivos, comprometendo a precisão dos testes laboratoriais, observe o Quadro 2. Após a coleta da amostra, o ideal é que ela seja analisada o mais rápido possível, pre- ferencialmente enquanto ainda está fresca. O tempo máximo recomendado para o envio da amostra ao laboratório é de até 2 horas, pois após esse período, a amostra pode começar a sofrer alterações. Caso não seja possível a análise nesse intervalo, a amostra deve ser armazenada de forma adequada. Embora não exista um conservante ideal que possua todas as propriedades necessárias, o método mais comum de conservação é a refrigeração entre 2 a 8 °C, devido ao baixo custo e facilidade de acesso. No entanto, a refrigeração pode promover a precipitação de cristais e grânulos de fosfato e urato amorfo, o que pode interferir na análise. Para evitar essa interferência, é importante deixar a amostra atingir a temperatura ambiente antes da análise, pois as reações enzimáticas das tiras reativas, utilizadas para os testes químicos, dependem dessa temperatura para ocorrer corretamente (Andriolo et al., 2018). QUADRO 2: ALTERAÇÕES PROVOCADAS POR FALTA DE CONSERVAÇÃO E ERRO DE MANUSEIO Aspecto Alteração Mecanismo Ph Aumento Metabolização de ureia em amônia pelas bactérias pro- dutoras de urease. Nitrito Aumento Produção de bactérias redu- toras de nitrato em nitrito. Bactérias Aumento Multiplicação bacteriana em razão das condições ideias. Turbidez Aumento Crescimento bacteriano e precipitação de material amorfo. Odor Aumento Proliferação bacteriana. Glicose Redução Glicólise e consumo pelo metabolismo bacteriano e células. Cetonas Redução Volatilização e consumo pelo metabolismo bacteriano. Bilirrubina Redução Exposição à luz promove oxi- dação à biliverdina. Urobilinogênio Redução Exposição à luz promove oxi- dação à urobilina. Eritrócitos Redução Desintegração em urina alca- lina diluída. 9 Leucócitos Redução Desintegração celular. Cilindros Redução Solubilização da matriz pro- teica. Cor Variável Oxidação de substâncias. Fonte: Leite et al., (2019). 1.1 Exame de rotina de urina O exame de urina de rotina é amplamente solicitado por médicos de diversas especialida- des, sendo útil tanto para pacientes com sintomas específicos quanto para aqueles que realizam avaliações periódicas, mesmo sem apresentar queixas. A análise do sedimento urinário oferece informações valiosas sobre possíveis condições patológicas nos rins e nas vias urinárias, além de fornecer indicações sobre distúrbios metabólicos que podem afetar o sistema como um todo. 1.2 Exame físico Vamos iniciar pelos parâmetros de análise física da urina, que compreendem: cor, o aspec- to, a densidade, o volume e o pH. – Cor: a coloração da urina está relacionada ao nível de hidratação do corpo, geralmente variando entre diferentes tons de amarelo. Assim como em situações fisiológicas quanto patológicas, a urina pode apresentar cores fora do padrão. Entre as causas fisiológicas, des- taca-se o consumo de alimentos com cores intensas (como beterraba) ou o uso excessivo de corantes alimentícios. Mudanças no metabolismo, metabolização de medicamentos e várias condições patológicas (como doenças hepáticas, hemólise, infecções urinárias, entre outras) também podem alterar a cor da urina (Andriolo et al., 2018). 10 QUADRO 3: CORES DA URINA E SUAS POSSÍVEIS CAUSAS Cor da Urina Possíveis causas Laranja Fenazopirídina (pyridium), rifampicina e varfarina. Rosa/Avermelhada Porfirinas, mioglobina, hemoglobina, difenilidantoína, metil- dopa, fenolftaleína e fenotiazina. Vermelha Eritrócitos e hemoglobina Verde Bilirrubina oxidada e azul metileno. Azul Azul de metileno. Marrom Bilirrubina, hemoglobina e meta-hemoglobina. Cinza Furazolidona e nitrofurantoína. Preto Melanina e ácido homogenstísico. Fonte: Leite et al., (2019). – Aspecto: normalmente, a urina apresenta-se clara e transparente. No entanto, a formação de cristais ou sais não patológicos, como uratos amorfos em urina ácida e fosfatos amorfos em urina alcalina, pode causar turvação. A turbidez também pode ser causada pela presença de bactérias. Leucócitos e células epiteliais podem contribuir para a turvação, e sua presença pode ser verificada por exame microscópico do sedimento. O muco pode dar à urina uma aparência turva, enquanto as hemácias podem deixar a urina com aspecto esfumaçado ou turvo. Gorduras e linfa podem deixar a urina com um tom leitoso (Leite et al., 2019). – Densidade: o estado de hidratação do paciente e a capacidade dos rins de concentrar a urina são refletidos pela densidade urinária. Quando medida por refratometria, ela pode ser afetada pela presença de glicosúria e/ou proteinúria. Já as tiras reagentes avaliam a concentração iônica da urina, sem sofrer interferência de componentes não iônicos, como a glicose, embora a presença significativa de proteinúria e cetonúria possa resultar em leituras falsamente elevadas (Andriolo et al., 2018). – Volume: a quantidade de urina produzida em condições normais é principalmente influenciada pela ingestão de água. Em média, um adulto produz entre 600 e 2.000ml de urina por dia, sendo que a produção noturna geralmente não ultrapassa 400 ml. Quando há uma diminuição do volume urinário, chamada oligúria, a excreção é inferior a 500 ml por dia, enquanto a anúria é a quase total supressão da formação de urina. A redução no consumo de água resulta em menor volume urinário, assim como certos estados patológicos renais também podem causar essa diminuição (Leite et al., 2019). – pH: o pH da urina varia conforme o tipo de alimentação: dietas ricas em proteínas tendem a tornar a urina ácida, enquanto dietas vegetais geralmente resultam em urina mais alcalina. Não se conhece a presença de interferentes na medição do pH urinário. No entanto, erros na manipulação da tira reagente, como o excesso de urina na tira, 11 podem gerar resultados de pH mais ácidos, devido à contaminação da área reagente pelo tampão ácido utilizado no teste de proteína (Andriolo et al., 2018). O pH urinário pode variar entre 4,6 e 8 em indivíduos normais. 1.3 Exame químico – Glicose: em condições normais, a glicose não está presente na urina, pois os rins, especificamente os glomérulos, filtram a glicose, que é então reabsorvida no túbulo con- torcido proximal dos néfrons. A concentração de glicose que ultrapassa a capacidade de reabsorção tubular fica entre 160 e 180 mg/dl, variando conforme o indivíduo. Quando a glicose é detectada na urina, essa condição é chamada de glicosúria (Leite et al., 2019). – Corpos Cetônicos: os corpos cetônicos são produzidos quando o corpo necessita metabolizar os ácidos graxos, geralmente devido à falta de carboidratos disponíveis para suprir as necessidades energéticas. Nesse processo, os ácidos graxos são utili- zados como fonte alternativa de energia. Em condições normais, os corpos cetônicos não estão presentes na urina. No entanto, quando são excretados, isso é caracterizado como cetonúria. Ela pode estar associada a jejum prolongado, dietas para perda de peso, febre, exposição ao frio intenso, atividade física intensa, ou, em casos patológicos, principalmente na diabetes melito (Andriolo et al., 2018). – Proteínas: a presença de proteínas na urina indica lesão renal e é um marcador pre- coce para doenças renais, pois, normalmente, as proteínas não conseguem atravessar a barreira glomerular durante o processo de filtração, e as de baixo peso molecular são reabsorvidas pelos néfrons. Além disso, a proteína na urina pode ser associada a con- dições como desidratação, exercício físico intenso, estresse e exposição prolongada ao frio ou ao calor, que aumentam a produção de proteínas e podem exceder a capacidade de reabsorção renal (Leite et al., 2019). – Bilirrubina: somente a bilirrubina direta é encontrada na urina, sendo associada a condições como icterícias obstrutivas e hepatocelulares, como hepatites e cirrose hepáti- ca. Essa reação é bastante sensível à presença de interferentes. O principal interferente é a presença de substâncias que alteram a cor normal da urina. Já os resultados falso- -negativos podem ocorrer quando a amostra é exposta por muito tempo à luz ultravioleta (como luz solar), ou ainda pela presença de nitrito, ou grandes quantidades de ácido ascórbico. – Urobilinogênio: a presença de urobilinogênio na urina está associada ao excesso de produção de bilirrubina, como ocorre na hemólise, ou a lesões hepáticas, que resul- tam na diminuição da reabsorção dessa substância. Resultados falso-negativos podem ocorrer devido à exposição prolongada da amostra à luz ultravioleta, presença de nitrito, formalina ou grandes quantidades de ácido ascórbico. Por outro lado, urinas altamente pigmentadas, bem como o uso de medicamentos como nitrofurantoína, riboflavina, fe- 12 nazopiridina, ácido p-aminobenzoico e fármacos que contêm corantes diazoicos, podem levar a resultados falso-positivos (Andriolo et al., 2018). – Nitrito: os nitritos na urina são um indicador da presença de bactérias redutoras de nitrato, sugerindo uma possível infecção por bactérias Gram-negativas. Para uma inves- tigação mais precisa, é recomendado analisar a primeira urina da manhã ou aquela que permaneceu na bexiga por até 3 horas antes da coleta. – Esterase Leucocitária: o teste para a presença de leucócitos na urina baseia-se na detecção da enzima esterase, liberada pelos granulócitos durante a degeneração celular. Entre os leucócitos, os neutrófilos são os mais identificados, pois os linfócitos, que não produzem esterase, não geram um resultado positivo na análise. – Sangue: não se encontra normalmente na urina e sua presença pode representar tanto a presença de hemoglobina, na forma de hemácias íntegras (hematúria) quanto de hemoglobina livre (hemoglobinúria). A análise dos parâmetros químicos da urina é realizada por meio de tiras reagentes, que oferecem um método prático, rápido e eficiente para examinar vários parâmetros ao mesmo tempo. Essas tiras (Figura 2) são compostas por materiais plásticos com papéis absorventes impregnados com substâncias químicas que reagem de acordo com o parâmetro em questão. O uso de tiras reativas apresenta diversas vantagens, como: (1) maior consistência nos re- sultados, (2) custo baixo, (3) agilidade, (4) necessidade de uma pequena quantidade de amostra e (5) exigência de pouco espaço físico e pessoal. Esse procedimento permite realizar a análise em cerca de 2 minutos, com resultados apresentados de forma qualitativa (negativo ou positivo) ou semiquantitativa, utilizando escalas de concentração ou de cruzes (trações de 4+) (Leite, 2019). FIGURA 2: TIRA REAGENTE DE URINA Fonte: Freepik 13 A análise da tira reagente pode ser realizada de quatro maneiras: manual, semimanual, semiautomatizada ou automatizada. A escolha do método depende das necessidades do la- boratório. Em todos os casos, a tira reativa é utilizada para a avaliação. Nas análises manuais, a interpretação dos resultados fica a cargo do profissional responsável, enquanto nas demais abordagens, a interpretação é feita pelo equipamento. Segue abaixo o procedimento do uso das tiras reativas por análise manual: – Homogeneizar cuidadosamente a amostra. – Transferir 10 ml da amostra para um tubo cônico. – Submergir completamente todas as áreas da tira reativa. – Retirar a tira imediatamente de dentro do tubo, retirando o excesso na borda do tubo. – Eliminar o excesso de urina cuidadosamente em papel absorvente. – Aguardar o tempo recomendado para a reação na tira reativa (30 segundos). – Fazer a leitura conforme a orientação do fabricante. Espero que, ao término desta aula sobre o exame físico-químico da urina, você tenha ad- quirido uma compreensão sólida sobre a importância desse exame para a avaliação da saúde renal e metabólica. O objetivo é que você, aluno(a) consiga identificar e interpretar corretamente os parâmetros analisados, como pH, densidade, presença de proteínas, glicose e leucócitos, reconhecendo as implicações dessas alterações para o diagnóstico de condições clínicas. Além disso, caro aluno, você deve conseguir distinguir os diferentes métodos de análise (manual, semimanual, semiautomatizado e automatizado) e entender as vantagens e limitações. Ao final da aula, espera-se que esteja preparado para aplicar os conhecimentos adquiridos de maneira prática, seja em ambientes de laboratório ou em situações clínicas. 02. SEDIMENTOSCOPIA A sedimentoscopia é a etapa do exame de urina que fornece a maior quantidade de infor- mações. Para garantir um sedimento de qualidade, três fatores são essenciais: (a) a amostra deve ser recente, (b) deve apresentar uma elevada concentração e (c) precisa ter um pH ácido. Quando a urina possui baixa concentração ou é alcalina, os elementos formados tendem a se dissolver rapidamente. Além disso, se a amostra permanecer em repouso por um longo período, há chances de alcalinização e consequente degradação celular (Motta, 2009). Essa etapa do exame parcial de urina é realizada pela análise microscópica, que avalia qualitativae quantitativamente os elementos presentes no sedimento urinário. É uma parte im- portante do exame, com o auxílio do microscópico (Figura 3), permite a identificação de células, cilindros, cristais, microrganismos e outros elementos que podem indicar alterações fisiológicas ou patológicas. 14 FIGURA 3: ESTRUTURA DE UM MICROSCÓPIO ÓPTICO DE CAMPO CLARO. Fonte: Pinterest (2019). Para que seja realizada essa análise microscópica da urina, é necessária a obtenção do sedimento da urina, que é a parte sólida da amostra urinária que se deposita no fundo do tubo após a centrifugação. Segundo Motta (2009), as etapas necessárias para consegui-lo são: – Transferir uma porção de 10 mL de urina para um tubo cônico próprio para centrifu- gação. – Submeter a amostra à centrifugação entre 1.500 e 2.000 rpm por um período de 5 minutos. – Descartar a parte líquida sobrenadante, preservando aproximadamente 0,2 mL de urina juntamente com o sedimento no tubo. – Homogeneizar o sedimento com a urina residual, agitando suavemente a base do tubo. Dessa forma, após a obtenção do sedimento, é necessário utilizar lâminas ou câmeras para desprezar um volume da amostra para leitura no microscópio. Como exemplo, temos a lâmina com lamínula, a lâmina K-Cell e a câmara de Neubauer. A principal diferença entre esses métodos está na forma de quantificação dos elementos presentes na amostra. Seguem abaixo alguns tipos de dispositivos que podem ser utilizados para essa leitura: 15 FIGURA 4: LÂMINA K-CELL PARA CONTAGEM DE CÉLULAS POR ML DE AMOSTRA. Fonte: Perfecta (2022). Disponível em: https://perfectalab.com.br/blog/post/stronglacircminas-k-cell-para-o-exame- microscoacutepico-do-sedimento-urinaacuterio-strong. Acesso em: 8 abr. 2025. FIGURA 5: CÂMARA DE NEUBAUER Fonte: Kasvi (2021). Disponível em: https://kasvi.com.br/como-e-realizada-contagem-de-celulas/. Acesso em: 8 abr. 2025. https://perfectalab.com.br/blog/post/stronglacircminas-k-cell-para-o-exame-microscoacutepico-do-sedimento-urinaacuterio-strong https://perfectalab.com.br/blog/post/stronglacircminas-k-cell-para-o-exame-microscoacutepico-do-sedimento-urinaacuterio-strong https://kasvi.com.br/como-e-realizada-contagem-de-celulas/ 16 FIGURA 6: LÂMINA E LAMÍNULA Fonte: Vidraria de Laboratório (2012). Disponível em: http://www.vidrariadelaboratorio.com.br/a-lamina-para-microscopio/. Acesso em: 8 abr. 2025. A contagem de células nesses dispositivos difere, aqui irei destacar a contagem na câmara de Neubauer, que será essa que utilizaremos na aula prática. Após a centrifugação da amostra de urina, será utilizada uma micropipeta para transferir 20 µL do sedimento para a câmara de Neubauer. Após, é necessário cobrir a câmara com a lamínula e aguardar alguns segundos para sedimentação. Exa- minar ao microscópio com objetiva de 10x para visualização geral e 40x para contagem detalhada. Na urinálise, são utilizados os quatro quadrantes laterais, para contar leucócitos, hemácias e células epiteliais, além da análise qualitativa de cristais, bactérias e outras estruturas que porventura possam aparecer (Figura 7). O número de células contado não é o seu resultado. Você terá que multiplicar o número de células contadas por fatores, dependendo da sua diluição. Para cilindros, cristais e bactérias, expressar os resultados conforme relacionado abaixo: • Ausente • Raras • Algumas • Numerosas ou em cruzes (+,++,+++,++++). Outros elementos, como muco, leveduras, espermatozoides e Trichomonas sp citar como presentes quando forem detectados. http://www.vidrariadelaboratorio.com.br/a-lamina-para-microscopio/ 17 FIGURA 7: DILUIÇÃO E CÁLCULOS PARA EXAME DE URINA COM CÂMARA DE NEUBAUER Fonte: Câmara (2015). Disponível em: https://www.biomedicinapadrao.com.br/2013/10/conhecendo-camara-de-neubauer.html. Acesso em: 8 abr. 2025. Nesse momento, caro aluno, iremos estudar especificamente os elementos que podem ser encontrados no sedimento urinário: – CÉLULAS EPITELIAIS - Certas células epiteliais presentes no sedimento urinário originam-se da descamação natural de células envelhecidas, enquanto outras indicam lesões epiteliais decorrentes de processos inflamatórios ou condições renais. Essas células podem ser classificadas em três tipos, conforme abaixo (Motta, 2009): 01. Células epiteliais escamosas: essas células têm origem nas camadas superfi- ciais do revestimento vaginal, na uretra feminina e nas porções inferiores da uretra masculina. Elas são as maiores células encontradas no sedimento urinário, possuem uma forma achatada e apresentam citoplasma abundante e irregular, com um núcleo pequeno e central. Podem estar presentes em grande quantidade e, frequentemente, observam-se apenas os núcleos livres devido à citólise causada pela ação dos bacilos de Döderlein (Vieira, 2021). https://www.biomedicinapadrao.com.br/2013/10/conhecendo-camara-de-neubauer.html 18 FIGURA 8: CÉLULA EPITELIAL ESCAMOSA Fonte: Motta (2009). 02. Células epiteliais transicionais: o cálice renal, a pélvis renal, o ureter e a bexiga são revestidos por várias camadas de epitélio transicional. Em indivíduos saudáveis, poucas células transicionais aparecem na urina, refletindo uma descamação normal. No entanto, a quantidade dessas células tende a aumentar após cateterismo urinário ou outros pro- cedimentos invasivos. Além disso, um aumento significativo pode indicar condições que exigem investigação mais aprofundada, como o carcinoma renal (Motta, 2009). FIGURA 9: CÉLULA EPITELIAL TRANSICIONAL Fonte: Motta (2009). 03. Células epiteliais tubulares renais: originadas nos distintos segmentos dos túbulos renais, essas células são mais frequentemente encontradas na porção proximal. Possuem formato arredondado, oval ou retangular, com núcleo redondo localizado centralmente ou de maneira excêntrica no citoplasma, podendo conter um ou dois nucléolos e apre- sentando citoplasma granular. Seu tamanho varia entre 9 e 25 μM, sendo considerada normal a presença de, no máximo, uma célula por campo microscópico (Vieira, 2021). – LEUCÓCITOS: os leucócitos podem estar presentes na urina devido à migração ao longo do trato urinário ou pela contaminação por secreções genitais. Normalmente, obser- 19 va-se menos de quatro leucócitos por campo microscópico com aumento de 400 vezes. Quando a contagem ultrapassa esse valor, a condição é denominada piúria. A piúria pode manifestar-se pela presença de leucócitos isolados, em agrupamentos ou ainda incluídos em cilindros hialinos. Esse achado pode estar relacionado a infecções bacterianas ou a outras doenças do sistema urinário e renal. Infecções como pielonefrite, cistite, prostatite e uretrite podem ocorrer tanto com a presença de bactérias quanto sem elas. Além das causas infecciosas, a piúria também está associada a doenças não infecciosas, incluindo glomerulonefrite, lúpus eritematoso sistêmico e tumores (Motta, 2009). FIGURA 10: (A) LEUCÓCITO POR MICROSCOPIA DE CAMPO CLARO E (B) HEMÁCIA POR MICROSCOPIA DE CAMPO CLARO. Fonte: Vieira (2021). – HEMÁCIAS: em indivíduos saudáveis, a presença de hemácias (Figura 10) na urina é limitada a pequenas quantidades, geralmente menos de três por campo microscópico com aumento de 400 vezes. Um aumento na quantidade dessas células indica compro- metimento da integridade da barreira vascular, podendo resultar de lesões ou doenças que afetam a membrana glomerular ou o trato geniturinário. Diferentes condições podem levar à hematúria, incluindo doenças renais como glomerulonefrites, pielonefrites, cis- tites, além de cálculos, tumores e traumas. Qualquer fator que provoque inflamação ou afete a integridade vascular pode contribuir para a presença de hemácias na urina. Em amostras femininas, deve-se considerar a possibilidade de contaminação menstrual. Após a prática de exercícios físicos intensos, pode-se observar a presença de hemácias e cilindros na urina. Em alguns casos, a análise de hemácias dismórficas é necessária para diferenciar a origem glomerularda não glomerular da hematúria. A detecção de hemácias dismórficas sugere um sangramento de origem glomerular (Motta, 2009). 20 – CILINDROS: esses elementos são exclusivamente de origem renal e apresentam variações em sua forma, diâmetro e comprimento, pois são formados dentro dos túbulos distais. Sua morfologia depende das condições do túbulo onde ocorre sua formação. A matriz dos cilindros é constituída pela glicoproteína de Tamm-Horsfall, continuamente excretada pela alça ascendente de Henle. A produção dessa glicoproteína pode ser influenciada por fatores como estase urinária, que corresponde à redução do fluxo uri- nário, diminuição do pH e aumento da osmolaridade devido à concentração de solutos e à presença de constituintes iônicos ou proteicos anormais (Vieira, 2021). Assim, os diferentes tipos de cilindros representam diferentes condições clínicas: ◦ Cilindros hialinos: formados a partir da precipitação de uma matriz homogênea da proteína de Tamm-Horsfall, esses cilindros são os mais frequentemente encontra- dos na urina. A presença de até 2 por campo microscópico é considerada dentro da normalidade, assim como quantidades aumentadas em certas condições fisiológicas, como exercício físico intenso, febre, desidratação e estresse emocional. Além dis- so, sua presença pode estar associada a diversas condições patológicas, incluindo glomerulonefrites, pielonefrites, doença renal crônica, anestesia geral e insuficiência cardíaca congestiva (Motta, 2009). ◦ Cilindros hemáticos: estão relacionados a doenças renais intrínsecas. As hemá- cias presentes nesses cilindros geralmente têm origem glomerular, como ocorre na glomerulonefrite, mas também podem resultar de lesões tubulares, como na nefrite intersticial aguda. A identificação e o acompanhamento desses cilindros são úteis na avaliação da resposta do paciente ao tratamento. Além das condições patológicas, eles também podem ser observados após exercícios físicos intensos, bem como em casos de nefrite lúpica e hipertensão maligna (Motta, 2009). ◦ Cilindros leucocitários: são indicativos de infecção ou inflamação renal e reque- rem investigação clínica detalhada. Quando os leucócitos têm origem glomerular, como na glomerulonefrite, observa-se no sedimento urinário uma grande quantidade de cilindros leucocitários juntamente com cilindros hemáticos. Já nos casos de origem tubular, como na pielonefrite, os leucócitos migram para o lúmen tubular, onde acabam sendo incorporados à matriz do cilindro (Motta, 2009). ◦ Cilindros de células epiteliais: se formam a partir da descamação das células que revestem os túbulos renais, que são posteriormente incorporadas à matriz proteica dos cilindros hialinos ou granulares. Dessa forma, podem ser constituídos por dife- rentes tipos celulares, que podem aparecer de maneira isolada ou em agrupamentos (Vieira, 2021). ◦ Cilindros granulosos: os cilindros granulosos podem estar presentes no sedi- mento urinário, especialmente após a realização de exercícios físicos intensos. No entanto, quando encontrados em grande quantidade, podem indicar doenças renais 21 de origem glomerular ou tubular. Eles são formados principalmente pela proteína de Tamm-Horsfall, e seus grânulos resultam da degradação de cilindros celulares ou do acúmulo de proteínas plasmáticas, imunocomplexos e globulinas. Esses cilindros estão associados à estase do fluxo urinário e podem ser observados em situações de estresse, atividade física intensa e infecções do trato urinário (Vieira, 2021). ◦ Cilindros céreos: representam um estágio mais evoluído do cilindro hialino. Eles se formam em situações de estase prolongada devido à obstrução tubular e são fre- quentemente conhecidos como cilindros da insuficiência renal. Esses cilindros são comumente encontrados em pacientes com insuficiência renal crônica, bem como em casos de rejeição de transplantes, hipertensão maligna e outras doenças renais agudas (Motta, 2009). ◦ Cilindros graxos: são produtos da desintegração dos cilindros celulares, produzi- dos por decomposição dos cilindros de células epiteliais que contêm corpos adiposos ovais. Estão presentes na síndrome nefrótica, na nefropatia diabética, em doenças renais crônicas e nas glomerulonefrites. 22 FIGURA 11: CILINDROS Legenda: (a) Cilindro graxo por microscopia de luz polarizada, (b) cilindro leucocitário, (c) cilindro epitelial, (d) cilindro misto: granuloso na porção superior e céreo na porção inferior, (e) cilindro granuloso, (f) cilindro hemático e (g) cilindro hialino Fonte: Vieira (2021). – MUCO: O muco é uma proteína fibrilar produzida pelo epitélio tubular renal e pelo epitélio vaginal. Em geral, não é considerado clinicamente relevante. O aumento da quantidade de filamentos de muco na urina feminina está frequentemente relacionado à contaminação vaginal (Figura 12). 23 FIGURA 12: MUCO Fonte: Motta (2009). – CRISTAIS: Os cristais presentes na urina são classificados, de acordo com o pH, em cristais de urina ácida, neutra ou alcalina: ◦ Urina com pH ácido: oxalato de cálcio, ácido úrico e urato amorfo. ◦ Urina com pH neutro: biurato de amônio, carbonato de cálcio, oxalato de cálcio e fosfato triplo. ◦ Urina com pH alcalino: fosfato triplo, biurato de amônio, carbonato de cálcio, fosfato de cálcio e fosfato amorfo. 24 RECURSOS UTILIZADOS Materiais de consumo: Descrição Observação Jaleco Material a ser fornecido pelo aluno Luvas Material a ser fornecido pela UniFatecie Amostras de Urina Material a ser fornecido pela UniFatecie Tubo Cônico Material a ser fornecido pela UniFatecie Tiras Reagentes Material a ser fornecido pela UniFatecie Centrífuga Material a ser fornecido pela UniFatecie Câmara de Neubauer Material a ser fornecido pela UniFatecie Lamínulas Material a ser fornecido pela UniFatecie Pipeta Material a ser fornecido pela UniFatecie Ponteiras Material a ser fornecido pela UniFatecie Microscópio Material a ser fornecido pela UniFatecie 25 ATENÇÃO: SAÚDE E SEGURANÇA Para proteger os alunos durante a aula prática, o uso dos Equipamentos de Proteção Indi- vidual (EPIs) é obrigatório. – Luvas descartáveis devem ser utilizadas para evitar o contato direto com amostras biológicas, protegendo assim contra possíveis agentes patogênicos. – Óculos de proteção são necessários para proteger os olhos de respingos de substân- cias químicas ou biológicas, enquanto o avental ajuda a proteger as roupas e a pele de contaminações. – É importante o uso de calças compridas e calçados fechados. – É fundamental também que os cabelos sejam mantidos presos, evitando que se sol- tem e entrem em contato com as amostras ou equipamentos, garantindo a higiene e a segurança. No ambiente de realização da atividade, os alunos devem estar cientes dos riscos intrín- secos envolvidos. O manuseio de amostras urinárias pode representar riscos biológicos, pois existe a possibilidade de exposição a agentes patogênicos como bactérias e vírus presentes nas amostras. Por fim, a utilização de equipamentos como microscópios e centrífugas exige cuidados para evitar lesões, como quedas ou manuseio inadequado, que podem resultar em acidentes. Assim, é fundamental que todos sigam as normas de segurança e boas práticas laboratoriais para realizar a prática de maneira segura e eficiente. 26 O QUE PRECISO FAZER NESSA ATIVIDADE PRÁTICA Neste projeto integrador, vocês irão realizar o exame de urina parcial. Então serão três etapas nessa aula: exame físico, exame químico e análise microscópica (sedimentoscopia) da urina. Ao finalizar a análise, iremos discutir os elementos encontrados em cada amostra analisa- da. Boa prática! PROCEDIMENTO 01. Anotar a cor, volume e aspecto da amostra. 02. Homogeneizar o frasco de urina, para garantir que todos os elementos presentes na amostra, serão transferidos para o tubo cônico. 03. Transferir 10 mL da amostra para o tubo cônico. 04. Introduzir a tira reagente no tubo contendoa urina. 05. O tempo necessário para que uma tira reagente de urina reaja adequadamente varia conforme o fabricante e os parâmetros sendo analisados. 06. Anotar os resultados de todos os parâmetros que contêm a tira reagente (pH, densi- dade e, se houver a presença de outros, deve ser quantificada em cruzes – hemoglobina, leucócitos, proteína, bilirrubina, corpos cetônicos, urobilinogênio, glicose). 07. Centrifugar a amostra por cinco minutos, em 1.500 a 2.000 rotações por minuto. 08. Após a urina ser centrifugada, desprezar o sobrenadante e deixar apenas 1 mL, onde contém o sedimento da amostra, que será analisado. 09. Homogeneizar o sedimento antes de colocar na câmara. 10. Utilizar uma micropipeta para transferir 20 µL do sedimento para a câmara de Neubauer. 11. Cobrir a câmara com a lamínula e aguardar alguns segundos para sedimentação. Vídeo - Prática https://youtu.be/UpmqUogg1KY?si=2a-z-qxpGaRBoOn6&t=435 https://youtu.be/UpmqUogg1KY?si=2a-z-qxpGaRBoOn6&t=435 https://youtu.be/UpmqUogg1KY?si=2a-z-qxpGaRBoOn6&t=435 27 12. Examinar ao microscópio com objetiva de 10x para visualização geral e 40x para contagem detalhada. 13. Na urinálise, são utilizados os quatro quadrantes laterais, para contar leucócitos, hemácias e células epiteliais, além da análise qualitativa de cristais, bactérias e outras estruturas que porventura possam aparecer. 14. O número de células contado não é o seu resultado final. Você terá que multiplicar o número de células contadas por fatores, dependendo da sua diluição. 15. Para cilindros, cristais e bactérias, expressar os resultados conforme relacionado abaixo: • Ausente • Raras • Algumas • Numerosas ou em cruzes (+,++,+++,++++). Ou- tros elementos, como muco, leveduras, espermatozoides e Trichomonas sp citar como presentes quando forem detectados. 16. Após todas essas etapas, chegaremos ao resultado do exame parcial de urina e discutiremos em laboratório com os outros colegas. 28 RELATÓRIO Caro(a) aluno (a), Você deverá entregar o Relatório tipo Apresentação Simples (Power point). Para isso, faça o download do template, disponibilizado junto a este roteiro, e siga as instruções contidas no mesmo. 29 MATERIAISMATERIAIS COMPLEMENTARES COMPLEMENTARES Fonte: SEQUEIRA-ANTUNES, Beatriz. Urinary Biomarkers and Point-of-Care Urinalysis Devices for Early Diagnosis and Management of Disease: A Review. Biomedicines, Portugal, v. 11, p. 1-20, 2023. 30 ANDRIOLO, Adagmar et al. Fatores Pré-Analíticos e Interferentes em Ensaios Laboratoriais. Barueri: Manole, 2018. LEITE, Samantha B.; et al. Fluidos biológicos. Porto Alegre: SAGAH, 2019. E-book. p.15. ISBN 9788533500730. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/ books/9788533500730/. Acesso em: 11 fev. 2025. MOTTA, Valter. Bioquímica Clínica para o Laboratório - Princípios e Interpretações. 5. ed. Rio de Janeiro: MedBook Editora, 2009. E-book. p.252. ISBN 9786557830260. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786557830260/. Acesso em: 18 mar. 2025. VERMELHO, Alane B. Práticas de Microbiologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. E-book. p.57. ISBN 9788527735575. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca. com.br/reader/books/9788527735575/. Acesso em: 18 mar. 2025. VIEIRA, Ana D C.; et al. Bioquímica clínica: líquidos corporais. Porto Alegre: SAGAH, 2021. E-book. p.257. ISBN 9786556901077. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca. com.br/reader/books/9786556901077/. Acesso em: 18 mar. 2025. REFERÊNCIASREFERÊNCIAS