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CICLO MENSTRUAL
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
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FISIOLOGIA DO CICLO 
MENSTRUAL
INTRODUÇÃO:
A ginecologia começa na vida intrauterina. Por volta da sexta a oitava semana 
de vida intrauterina, a superfície externa dos dois ovários recebe um novo 
epitélio, o epitélio germinativo, e dele que se diferenciam os folículos primordiais 
(um óvulo revestido por uma única camada de células, que são as células da 
granulosa). 
Os folículos primordiais se formam na superfície do ovário e vão migrando da 
superfície para o interior do ovário. Nessa migração esses folículos começam a 
se dividir, mas não terminam a primeira meiose, ficam estacionados na primeira 
fase da divisão celular devido a produção de substâncias inibidoras da divisão 
celular pela camada única de células da granulosa que reveste o óvulo. Esses 
folículos vão se formando e se acumulando dentro dos ovários. 
A mulher apresenta a maior quantidade de folículo primordial na vida 
intrauterina enquanto ainda é um feto. Com 30 semanas de idade gestacional, 
encontramos cerca de 6 milhões de folículos primordiais nos seus ovários. Após 
essas 30 semanas, não existe produção de folículos primordiais, e os que foram 
produzidos começam a degenerar, atrofiar e se perder, até que a menina nasce 
com 1 milhão de folículos primordiais que continuam se degenerando, atrofiando 
e se perdendo. Quando a menina chega à puberdade, tem cerca de 300 a 400 mil 
folículos em seus ovários, e é a partir da puberdade que um folículo por mês vai 
conseguir crescer, produzir hormônios e liberar o óvulo. No entanto, a maioria 
continua se degenerando, atrofiando e se perdendo. 
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Ao chegar na menopausa, ou seja, quando ela completa 1 ano sem menstruar, 
não existe mais folículo funcionando em seus ovários, só existe folículo 
degenerado, atrofiado, que não consegue crescer, produzir hormônio e nem 
liberar o óvulo. 
O responsável pelo início do ciclo menstrual é uma determinada forma de 
secreção hormonal - a secreção pulsátil noturna do GnRH - que ocorre na forma 
de pulsos noturnos, capaz de agir na hipófise anterior e estimular a secreção 
de FSH e LH. 
O hormônio mais importante é o GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas), 
produzido e secretado pelo núcleo arqueado do hipotálamo. Os receptores 
do GnRH estão na hipófise, e sempre que o GnRH se liga ao seu receptor, ele 
estimula o hipotálamo a secretar as duas gonadotrofina: o FSH (hormônio folículo 
estimulante) e o LH (hormonio luteinizante). Eles agem nas gônadas/ovários, 
estimulando os ovários a produzirem os dois esteróides sexuais femininos: o 
estrógeno e a progesterona. É através da ação desses hormônios no útero que 
conseguimos enxergar o ciclo menstrual, quando ocorre a menstruação e quando 
ela está ausente. 
A menina começa a secretar o GnRH na forma de pulsos noturnos por volta 
dos 8 a 9 anos de idade, que vai desencadear a primeira menstruação por volta 
dos 10 aos 11 anos. 
O grande problema é que o núcleo arqueado do hipotálamo, que deve produzir 
e secretar o GnRh na forma de pulsos, sofre grande influência do sistema límbico. 
Por isso, qualquer alteração afetiva na vida da mulher pode se refletir em uma 
alteração no ciclo mesnstrual. 
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Outros elementos também interferem nessa secreção do GnRH pelo 
hipotálamo: 
• a noraepinefrina estimula o núcleo arqueado a secretar GnRH na forma de 
pulsos noturnos, fazendo com que tenha o ciclo menstrual; 
• A dopamina inibe, ou seja, faz com que pare de secretar pulsos de GnRH, 
bloqueando o ciclo menstrual.
• A endorfina e a prolactina também inibem a secreção pulsátil do GnRH pelo 
núcleo arqueado do hipotálamo, bloqueando assim o ciclo menstrual. 
A mulher produz 3 tipos de estrógeno:
• E1 - estrona, estrógeno fraco, ela consegue se ligar a todos os receptores de 
estrogênio do corpo da mulher, mas não consegue exercer ação estrogênica. 
O único lugar em que consegue agir levemente é no endométrio. 
• E2 - estradiol, estrógeno biologicamente ativo.
• E3 - estriol, tem mais ação tópica, utilizado em cremes vaginais ou óvulos 
vaginais para tratar a atrofia genital. Grávida produz grande quantidade de 
estriol através da placenta.
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A menina, ao completar 8 a 9 anos de idade, começa a secretar o GnRH em 
forma de pulsos noturnos, que vai agir na hipófise e fazer com que ocorra a 
secreção de FSH e LH.
O FSH atua no ovário e recruta 6 a 12 folículos primordiais que estavam 
estacionados na primeira fase da divisão celular, estimulando-os a crescer. A 
célula da granulosa apenas tem receptor para FSH, sendo este o hormônio que 
faz com que os folículos voltem a crescer por meio da multiplicação dessas 
células. 
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Quando o folículo primordial triplicar de tamanho às custas da multiplicação 
das células da granulosa, ele passa a ser chamado de folículo primário. 
O folículo primário produz um líquido em seu interior - líquido folicular - rico 
em estrógeno, e, esse estrógeno tem 2 grandes funções: 
1) Aumenta o número de receptores para o FSH nas células da granulosa 
2) Age por meio de feedback positivo na hipófise, fazendo com que haja mais 
secreção de FSH e LH. O FSH vai fazendo os folículos crescerem cada vez mais 
e o LH vai se acumulando na circulação. 
Quando os folículos primários ficam grandes o suficiente para precisarem de 
um reforço em sua periferia para não se romperem, o córtex ovariano envia um 
novo grupo de células para fazer um reforço em sua periferia e não deixar com 
que ele rompa, e estas células são as células da teca. A partir do momento em 
que surgem as células da teca na periferia do folículo, ele passa a ser chamada 
de folículo antral, folículo mais importante no ciclo menstrual, já que é nele 
que ocorre a teoria das 2 células - teoria que explica a produção de estrógeno 
intracelular.
TEORIA DAS 2 CÉLULAS
O LH que estava aumentando na circulação porque não tinha onde se fixar, 
agora encontra seus receptores na célula da teca. Ao se ligar na célula da teca, 
o LH quebra o colesterol em androgênios (androtesnediona e testosterona) 
que entram na célula da granulosa, que apresenta receptor pra FSH. Quando o 
FSH se liga ao seu receptor da célula da granulosa, ativa a aromatase, enzima 
responsável por quebrar os androgênios em estrogênios (androstenediona é 
quebrada em estrona e a testosterona em estradiol). 
Portanto, agora temos 2 fontes de estrógeno (intracelular e no liquido 
folicular), fazendo com que o estrógeno aumenta sua concentração e continue 
estimulando a hipófise a secretar mais FSH e LH, até o estrógeno atingir um 
valor alto (200 picogramas). O elevado valor de estrógeno inverte o feedback 
hipofisário, tornando-se negativo. 
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O Estrógeno alto inibe a secreção de FSH e LH pela hipófise, assim, uma 
menor quantidade de FSH e LH vai cair na circulação. Dos 6 a 12 folículos que 
estão crescendo, aquele que apresentar a maior quantidade de receptores para 
FSH vai captar a pouca quantidade de FSH que cai na circulação e vai continuar 
crescendo, enquanto os outros folículos vão degenerar. Esse folículo que 
continua crescendo passa a ser chamado de folículo dominante, maduro, pré 
ovulatório ou de Graaf. 
Tínhamos 6 a 12 folículos crescendo e produzindo estrógeno. Como agora só 
há um, o nível de estrógeno despenca, desenhando o primeiro pico hormonal 
do ciclo menstrual (pico do estradiol). É esse pico que depois de 12 a 24 horas 
desencadeia o pico das gonadotrofinas (pico de FSH, que é o menor pico 
hormonal do ciclo menstrual, e o pico do LH, o maior e mais importante pico do 
ciclo mesntrual, o grande responsável pela ovulação). Depois de 12 a 24 horas 
do pico das gonadotrofinas, o folículo rompe e ocorre a ovulação.
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O pico do LH permite entrada de plasma dentro do folículo maduro (aumenta 
permeabilidade da parede desse folículo), enfraquece a parede do folículo e 
libera prostaglandina para fazer contração da paredefolicular.
Uma vez que o folículo rompe e libera o óvulo (ocorre a ovulação), as células 
da teca e da granulosa desse folículo se reorganizam e formam o corpo lúteo. A 
função mais importante do corpo lúteo é produzir progesterona, mas também 
produz um pouco de estrógeno e inibina A (que inibe a secreção de FSH e LH 
pela hipófise). Esse corpo lúteo tem uma meia vida fixa com cerca de 12 a 14 
dias. Depois disso, é substituído por tecido conjuntivo, originando o corpo branco 
ou albicans, que não apresenta função, diminuindo a produção hormonal. Cai 
progesterona, cai estrógeno e cai inibina A, que volta liberar a hipófise a produzir 
FSH e LH. E o FSH age no ovário novamente, recrutando novos 6 a 12 folículos 
primordiais para crescer, iniciando um novo ciclo menstrual.
Na literatura, o ciclo menstrual tem 2 fases diferentes e a ovulação é um 
evento que divide o ciclo menstrual em dois. Hoje em dia, considera-se que o 
ciclo menstrual possui 3 fases distintas, sendo que a ovulação é considerada 
uma fase, a fase ovulatória. 
FASE FOLICULAR OU PROLIFERATIVA (PRIMEIRA 
FASE)
Começa com a secreção do FSH e LH pela hipófise, e termina quando o 
estrógeno atingir seu valor mais alto. 
Conforme hipófise libera as gonadotrofinas, o FSH estimula o crescimento de 6 
a 12 folículos primordiais através da multiplicação das células da granulosa, e, de 
acordo com o crescimento dos folículos, eles vão produzindo o líquido folicular, 
que, em seu interior, produz estrógeno. Dessa forma, a curva do estrógeno é 
completamente ascendente nessa fase. Há um momento em que se acentua a 
elevação da curva, e corresponde ao folículo antral e a teoria das 2 células, com 
produção de estrógeno também dentro da célula. Assim, a mulher passa a ter 
2 fontes de estrógeno: a intracelular e a do líquido folicular. 
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O estrógeno é o esteróide sexual predominante nessa primeira fase e a ação 
do estrógeno no útero é proliferar as células endometriais. Dessa forma, essa 
fase também é denominada fase proliferativa.
FASE OVULATÓRIA (SEGUNDA FASE)
Começa com o valor mais alto do estradiol e termina com a liberação do óvulo. 
O mais importante dessa fase é a liberação do óvulo. Além disso, é nessa fase 
que ocorrem a maioria dos picos hormonais do ciclo menstrual (pico do estradiol, 
do FSH e do LH). Apenas o pico da progesterona não ocorre nessa fase.
FASE LÚTEA OU SECRETORA (TERCEIRA FASE)
Dura o tempo de vida do corpo lúteo 12 a 14 dias. 
Única fase que é exatamente igual em todas as mulheres, o que muda de uma 
mulher para outra é o tempo de duração das outras fases. Inicia-se após o óvulo 
ser liberado. 
O folículo rompe e libera o óvulo, as células da teca e da granulosa desse folículo 
que rompeu se reorganizam e formam o corpo lúteo, que tem como função a 
produção da progesterona, estrógeno e inibina A (que inibe a secreção de FSH 
e LH pela hipófise). 
O esteróide sexual predominante nessa fase é a progesterona, que age 
tornando o endométrio secretor de glicogênio. Se o óvulo liberado ao final da 
fase ovulatória for fecundado e houver um embrião, ele só consegirá nidar na 
parede do útero se o endométrio estiver secretando glicogênio. Além disso, a 
progesterona também possui papel na nutrição do embrião no início da gestação 
enquanto o tecido trofoblástico não estiver formado).
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