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Legislação Trabalhista, Empresarial e Consumerista

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Indaial – 2019
LegisLação TrabaLhisTa, 
empresariaL e ConsumerisTa
Profª. Tatiana C. dos Reis Filagrana 
Profª. Sônia Adriana Weege 
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Profª. Tatiana C. dos Reis Filagrana
Profª. Sônia Adriana Weege
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
 F478l
 Filagrana, Tatiana Conceição dos Reis
Legislação trabalhista, empresarial e consumerista. / Tatiana Conceição 
dos Reis Filagrana; Sônia Adriana Weege. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.
 185 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0355-3
1. Legislação trabalhista. - Brasil. 2. Legislação empresarial. – Brasil. 3. 
Legislação consumerista. – Brasil. I. Weege, Sônia Adriana. II. Centro 
Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 342.14
III
apresenTação
Prezado acadêmico! O presente livro didático foi escrito para que 
você possa entender e se aperfeiçoar nas disciplinas de Direito Empresarial, 
Direito do Consumidor e Direito do Trabalho.
A Unidade 1 deste livro apresenta temas relevantes do Direito 
Empresarial, referentes aos fundamentos históricos e constitucionais, 
fontes, teorias, princípios e conceitos fundamentais, atividade empresarial. 
Trataremos também sobre conceito de empresa, empresário, estabelecimento, 
os registros dos comércios e os tipos de sociedades. 
A Unidade 2 apresenta temas referentes ao Direito do Consumidor, 
tendo como pontos centrais: base constitucional; princípios; conceitos 
básicos; direitos básicos do consumidor, responsabilidade pelo fato, do 
produto e do serviço; responsabilidade por vício do produto e do serviço; 
da desconsideração da personalidade jurídica; práticas comerciais; oferta. 
publicidade; as práticas abusivas; proteção comercial; cláusulas abusivas e 
contratos de adesão.
Por fim, na Unidade 3 deste livro iremos analisar temas de suma 
importância no Direito do Trabalho, tais como: conceito, origens e evolução; 
fontes e princípios do direito do trabalho; direito do trabalho e direitos 
fundamentais do trabalhador; relação de emprego; contrato de trabalho; 
empregado e empregador; jornada de trabalho, duração e intervalos; férias; 
alteração, suspensão e interrupção do contrato de trabalho e prescrição e 
decadência.
Temos certeza de que sua leitura será enriquecedora e satisfatória!
Boa leitura e bons estudos!
Tatiana C. dos Reis Filagrana
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – DIREITO EMPRESARIAL ......................................................................................... 1
TÓPICO 1– EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO EMPRESARIAL ...................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO EMPRESARIAL ......................................................... 5
2.1 CONCEITO DE DIREITO COMERCIAL (EMPRESARIAL) ..................................................... 8
3 TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO ............................................................................................. 11
4 TEORIA DA EMPRESA ...................................................................................................................... 14
5 FONTES FORMAIS DO DIREITO EMPRESARIAL ..................................................................... 17
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 19
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 20
TÓPICO 2 – CAPACIDADE DE SER EMPRESÁRIO ...................................................................... 21
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 21
2 O MENOR COMO EMPRESÁRIO ................................................................................................... 22
3 IMPEDIMENTOS E INCAPACIDADE ............................................................................................ 24
3.1 INCAPACIDADE SUPERVENIENTE .......................................................................................... 27
4 NOME EMPRESARIAL ....................................................................................................................... 27
4.1 FIRMA ............................................................................................................................................... 29
4.2. DENOMINAÇÃO ........................................................................................................................... 29
5 ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL ........................................................................................... 30
6 REGISTRO EMPRESARIAL .............................................................................................................. 31
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 33
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 34
TÓPICO 3 – SOCIEDADE ..................................................................................................................... 35
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 35
2 HISTÓRICO ........................................................................................................................................... 36
3 CONCEITO ............................................................................................................................................ 37
4 CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES .......................................................................................... 39
5 SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS ...................................................................................... 40
5.1 SOCIEDADE EM COMUM ............................................................................................................ 40
5.2 SOCIEDADE EM COMUM (IRREGULAR OU DE FATO) ........................................................ 41
6 LEGITIMIDADE PASSIVA E RESPONSABILIDADEDOS SÓCIOS ...................................... 43
7 A CAPACIDADE DE SER TITULAR DE DIREITOS E DEVERES DAS SOCIEDADES 
 DE FATO E A QUESTÃO DA LEGITIMIDADE PROCESSUAL ATIVA .................................. 44
8 SOCIEDADES EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO ......................................................................... 45
9 SOCIEDADES PERSONIFICADAS ................................................................................................. 46
9.1 SOCIEDADES SIMPLES ................................................................................................................. 46
9.1.1 Sociedades simples (em sentido estrito) .............................................................................. 47
9.1.2 Cooperativas ............................................................................................................................ 47
10 SOCIEDADES EMPRESÁRIAS ....................................................................................................... 50
11 SOCIEDADE EM NOME COLETIVO ........................................................................................... 50
sumário
VIII
12 SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES ................................................................................. 51
13 SOCIEDADES LIMITADAS ............................................................................................................ 52
14 SOCIEDADES POR AÇÕES ............................................................................................................. 53
15 SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES............................................................................ 53
16 SOCIEDADES ANÔNIMAS ............................................................................................................ 54
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 55
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 57
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 58
UNIDADE 2 – LEGISLAÇÃO CONSUMEIRISTA ........................................................................... 59
TÓPICO 1 – CONCEITO: CONSUMIDOR, FORNECEDOR, ....................................................... 61
PRODUTOS E SERVIÇOS ..................................................................................................................... 61
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 61
2 DIFERENÇAS ENTRE OS SUJEITOS DA RELAÇÃO DE CONSUMO ................................... 62
2.1 RELAÇÃO SOCIAL E RELAÇÃO JURÍDICA ............................................................................. 62
2.2 RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO ....................................................................................... 63
2.3 CONCEITO DE CONSUMIDOR ................................................................................................... 64
3 CONCEITO DE FORNECEDOR ....................................................................................................... 68
4 CONCEITO DE PRODUTOS E SERVIÇOS.................................................................................... 71
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 76
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 77
TÓPICO 2 – PRINCÍPIOS DA LEGISLAÇÃO CONSUMERISTA................................................ 79
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 79
2 DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ............................................................................................ 79
3 PROTEÇÃO À VIDA, SAÚDE E SEGURANÇA ........................................................................... 82
4 PROTEÇÃO E NECESSIDADE ........................................................................................................ 82
5 TRANSPARÊNCIA ............................................................................................................................... 83
6 HARMONIA .......................................................................................................................................... 84
7 VULNERABILIDADE .......................................................................................................................... 84
8 INTERVENÇÃO DO ESTADO .......................................................................................................... 85
9 BOA-FÉ ................................................................................................................................................... 85
10 DEVER DE INFORMAR ................................................................................................................... 86
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 87
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 90
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 91
TÓPICO 3 – RESPONSABILIDADE NA LEGISLAÇÃO CONSUMERISTA ............................. 93
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 93
2 PELO FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO ................................................................................ 94
3 POR VÍCIO DO PRODUTO E DO SERVIÇO ..............................................................................100
4 OFERTA E PUBLICIDADE ...............................................................................................................103
5 OFERTA ...............................................................................................................................................104
6 PUBLICIDADE ....................................................................................................................................105
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................107
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................108
TÓPICO 4 – DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA ................................109
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................109
2 TEORIAS: MAIOR E MENOR .........................................................................................................110
IX
3 PROTEÇÃO COMERCIAL ...............................................................................................................111
4 PRÁTICAS COMERCIAIS ABUSIVAS .........................................................................................111
5 CLÁUSULAS ABUSIVAS .................................................................................................................113
6 CONTRATOS DE ADESÃO .............................................................................................................114
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................115
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................116UNIDADE 3 – LEGISLAÇÃO TRABALHISTA ...............................................................................117
TÓPICO 1 – CONCEITO: DIREITO DO TRABALHO E PRINCÍPIOS TRABALHISTAS ....119
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................119
2 CONCEITO E FUNÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO .........................................................120
3 PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO ..............................................................................120
4 DISTINÇÃO DE TRABALHADOR E EMPREGADO ................................................................122
5 CONCEITO DE EMPREGADOR ....................................................................................................123
6 CRITÉRIOS DE CARACERIZAÇÃO DA RELAÇÃO EMPREGATÍCIA ................................124
7 MODALIDADES ESPECIAIS DE TRABALHO ...........................................................................126
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................128
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................129
TÓPICO 2 – CONTRATOS TRABALHISTAS .................................................................................131
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................131
2 CARACTERÍSTICAS DO CONTRARO DE TRABALHO .........................................................131
2.1 CONTRATO POR TEMPO DETERMINADO ...........................................................................132
2.2 CONTRATO POR TEMPO INDETERMINADO.......................................................................132
2.3 CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO .........................................................................133
2.4 CONTRATO DE TRABALHO EVENTUAL ..............................................................................134
3 SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO .....................................135
3.1 INTERRUPAÇÃO ..........................................................................................................................135
3.2 SUSPENSÃO ...................................................................................................................................137
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................140
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................141
TÓPICO 3 – REMUNERAÇÃO X SALÁRIO ...................................................................................143
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................143
2 REMUNERAÇÃO ...............................................................................................................................144
3 SALÁRIO ..............................................................................................................................................144
3.1 SALÁRIO MÍNIMO .......................................................................................................................146
4 EQUIPARAÇÃO DE SALÁRIO .......................................................................................................150
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................151
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................152
TÓPICO 4 – VERBAS TRABALHISTAS ...........................................................................................153
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................153
2 FÉRIAS ..................................................................................................................................................154
2.1 PERÍODO AQUISITIVO ...............................................................................................................155
2.2 DA PERDA DO DIREITO ÀS FÉRIAS ........................................................................................155
2.3 PERÍODO CONCESSIVO .............................................................................................................156
2.4 DO PRAZO PARA PAGAMENTO ..............................................................................................157
2.5 DAS FÉRIAS COLETIVAS ............................................................................................................157
X
3 AVISO PRÉVIO ...................................................................................................................................158
3.1 AVISO PRÉVIO TRABALHADO.................................................................................................158
3.2 AVISO PRÉVIO INDENIZADO ...................................................................................................159
4 DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO .....................................................................................................159
5 FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO – FGTS ..................................................160
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................167
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................172
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................173
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................175
1
UNIDADE 1
DIREITO EMPRESARIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• ampliar a compreensão referente aos aspectos do Direito Empresarial;
• compreender a nova estrutura do Direito Empresarial, mediante as 
alterações jurídicas;
• adquirir uma visão geral a respeito dos temas do Direito Empresarial.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO EMPRESARIAL
TÓPICO 2 – CAPACIDADE DE SER EMPRESÁRIO 
TÓPICO 3 – SOCIEDADE
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO EMPRESARIAL
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! No presente tópico será apresentada a evolução histórica 
do Direito Comercial. Traçaremos uma linha do tempo e analisaremos os motivos 
pelos quais o Direito que antes era denominado exclusivamente de Direito 
Comercial, passou a ser citado como Direito Empresarial.
Analisaremos as alterações da legislação empresarial, ao longo dos anos e 
suas peculiaridades, em decorrência desta “transformação” de nomenclaturas. É 
de suma importância que nós saibamos e tenhamos claro que não foram somente 
feitas alterações de nomenclaturas, mas também a forma como se passou a 
“negociar”, no âmbito comercial. 
Verificaremos que os atos comerciais praticados inicialmente eram através 
de escambo (troca de mercadorias) o que, muito tempo depois, com a criação da 
moeda, na Lídia (atualmente Turquia), passou a ser através de pecúnia.
Do mesmo modo, constataremos que, embora tenha havido uma alteração 
de parte do Código Comercial, através da edição da Lei nº 10.406/02, este ainda 
está em vigor, no que tange ao Direito Marítimo, contudo não visto mais como 
Código,mas sim, uma lei complementar que trata de tal assunto. 
Em relação ao terceiro livro do Código Comercial, Lei nº 556, de 1850, 
Das Quebras, esse foi derrogado pela primeira Lei Falimentar de 1890. Assim, se 
questionarmos hoje se existe um Código Comercial, podemos responder que sim, 
mas que ele não está unificado em um livro (objeto físico) somente, mas sim, 
esparso no Código Civil (Direito da Empresa) e Leis Extravagantes.
Em 1850, quando foi editado o Código Comercial, Lei nº 556, havia uma 
divisão clara entre o que eram considerados atos de natureza comercial, e os 
atos de natureza eminentemente civis. Esta divisão era em decorrência da Teoria 
dos Atos de Comércio, teoria esta reafirmada no Regulamento 737, editado no 
mesmo ano do Código Comercial Brasileiro, que em seu Art. 19, delineava quais 
seriam os atos especificamente comerciais. Esta Teoria dos Atos de Comércio foi 
trazida pelo Código Francês, de 1808, que serviu de influência ao nosso Código 
Comercial brasileiro.
UNIDADE 1 | DIREITO EMPRESARIAL
4
Porém, em decorrência da Teoria dos Atos de Comércio não abarcarem 
determinadas atividades negociais, com o passar dos anos, acaba tornando-
se obsoleta, não atendendo mais ao fim a que se destinava anteriormente, na 
edição do Código Comercial brasileiro. Essa teoria passa a ser questionada e 
insustentável, frente à nova realidade comercial que estava se abrindo junto à 
sociedade. Os juristas começam então a manifestarem-se a favor da unificação 
dos atos de comércio e civis, não os distinguindo mais, pois já não fazia mais 
sentido, esta distinção conceitual.
Mamede (2013, p. 3) faz referência a tal posicionamento jurídico:
Desde cedo surgiram juristas defendendo a reunificação do Direito 
Privado brasileiro; já em 1859, o grande professor baiano Teixeira de 
Freitas, a quem se pediu a elaboração de um projeto de Código Civil, 
afirmava que a distinção entre as duas disciplinas não se sustentava, 
pois, o ato civil e o ato comercial mantinham a mesma submissão à 
Parte Geral do Código Civil, ao Direito das Obrigações e Contratos. A 
distinção estava limitada aos costumes do comércio, que orientavam as 
práticas mercantis, mas não os atos civis. Não havia uma especialidade 
que justificasse a coexistência de duas disciplinas jurídicas, vez que o 
respeito aos costumes de cada área social é elemento comum de todas 
as disciplinas, orientando a atuação individual nos espaços em que não 
se tenha norma expressa. Muitas dessas práticas e dos institutos delas 
decorrentes, ademais, foram sendo assimiladas por não comerciantes, 
a exemplo da emissão de títulos de crédito.
 
Neste sentido, surge a necessidade dos atos negociais serem vistos sob 
outro ângulo e protegidos legalmente de forma diferente. Assim, com a alteração 
do Código Civil, pela Lei nº 10.406/02, os atos negociais passam a não ser 
diferenciados como atos de comércio ou atos civis, mas sim, atos que fazem parte 
do Direito Empresarial. O Código Civil, alterado, traz a Teoria da Empresa.
Com o advento da Teoria da Empresa tem-se uma visão mais ampla sobre 
atividades comerciais, que agora são denominadas de empresariais. O empresário 
passa a ser o centro das negociações, o objeto da legislação empresarial volta-se 
para a atividade empresarial em si, ou seja, a forma como o empresário lida com 
suas atividades e seus negócios.
O pilar principal da Teoria da Empresa, segundo Mamede (2013, p. 35), 
é a atividade, a ação organizada na esfera econômica, o que a doutrina 
convencionou chamar de empresarialidade ou elemento de empresa, 
que pode ser definida como sendo a organização racional dos fatores 
de produção. E a atividade assim desenvolvida, tenderá a não 
guardar vinculo de pessoalidade com seu titular, imprimindo certa 
impessoalidade ao seu exercício.
Assim, nesta Unidade 1 identificaremos o foco atual da legislação 
empresarial e as consequências desta alteração para o Direito Empresarial, antes 
denominado Direito Comercial.
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO EMPRESARIAL
5
2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO EMPRESARIAL
Vamos analisar o que se passou com nossa legislação empresarial até os 
dias atuais? Embarque nesse túnel do tempo...
O Direito Empresarial, anteriormente denominado de Direito Comercial, 
passou por inúmeras transformações ao logo dos tempos, embora a propriedade 
e as atividades negociais sempre foram controladas juridicamente através das leis 
e regulamentos. 
No século XXV a.C. foi realizada uma reforma jurídica, onde se coibia 
a usura e os monopólios, na cidade de Lagash, na Suméria (Iraque), outrossim, 
temos como uma das legislações mais antigas e conhecidas, as Leis de Ur Nammu, 
século XXI a.C., que vigia na Suméria (que conhecemos atualmente como Iraque), 
na cidade de Ur, proibiam o cultivo em terras de propriedade alheia, limitavam 
juros e tabelavam os preços, no mesmo sentido, posteriormente, as Leis de Lipt 
Ishtar, século XX a.C., as Leis de Eshnunna e as Leis de Hamurábi, estas do século 
XVIII a.C.
Observamos que a atividade negocial passou por inúmeras alterações. 
Inicialmente, tínhamos a prática do escambo (troca de bens por outros bens) 
e, depois de muitos anos, com a criação da moeda, os bens passam a ser 
comercializados através de pecúnia.
FIGURA 1 - ESCAMBO
FONTE: <http://twixar.me/7fJ1>. Acesso em: 19 mar. 2019.
UNIDADE 1 | DIREITO EMPRESARIAL
6
FIGURA 2 - CRIAÇÃO DA MOEDA
FONTE: <http://twixar.me/qfJ1>. Acesso em: 19 mar. 2019.
“Surgem, então, no século VII a.C., as primeiras moedas com características das 
atuais: são pequenas peças de metal com peso e valor definidos e com a impressão do cunho 
oficial, isto é, a marca de quem as emitiu e garante o seu valor.
 As moedas refletem a mentalidade de um povo e de sua época. Nelas podem ser 
observados aspectos políticos, econômicos, tecnológicos e culturais. É pelas impressões 
encontradas nas moedas que conhecemos, hoje, a efígie de personalidades que viveram há 
muitos séculos. Provavelmente, a primeira figura histórica a ter sua efígie registrada numa 
moeda foi Alexandre, o Grande, da Macedônia, por volta do ano 330 a.C.” Disponível em: 
<http://portaldaeconomia.com.br/moedas/dinheironomundo.shtml>. Acesso em: 22 fev. 2019.
ATENCAO
Segundo Coelho (2013, p. 25), “Alguns povos da Antiguidade, como 
os fenícios, destacaram-se intensificando as trocas e, com isto, estimularam a 
produção de bens destinados à venda”.
Na Idade Média, temos duas situações: o feudalismo, caracterizado 
pela divisão das propriedades rurais em grandes estruturas políticas, atraindo 
uma atenção especial. E, o comércio que trazia uma força considerável para o 
crescimento das cidades que ali eram formadas. 
Nas cidades da Idade Média, considerando o crescimento considerável 
do comércio, começam a ser formadas as corporações de ofício de artesãos e 
comerciantes, com o intuito de proteger e regulamentar a atividade mercantil. 
Nessa fase ocorre a consolidação dos costumes, que passa a denominar-se de 
Consuetudos. 
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO EMPRESARIAL
7
Gomes (2013, p. 34) ressalta que, 
nas antigas corporações de ofício existentes sobretudo na Europa 
Ocidental no final da Idade Média e início da Idade Moderna, as 
normas comerciais, representadas pelos regulamentos internos dessas 
corporações, aplicavam-se exclusivamente aos seus inscritos conforme 
as respetivas categorias profissionais, possuindo nítido caráter 
subjetivo.
De acordo com Mamede (2013, p. 2), “essas consolidações marcam o início 
do Direito Mercantil, na medida em que são as primeiras normas integralmente 
dedicadas ao comércio”.
As consolidações dos costumes foram de suma importância para o Direito 
Mercantil, tanto é assim que passaram a ser referências para o que denominamos 
hoje de Códigos Comerciais. Aponta-se que o Código Comercial francês, de 1808, 
foi o mais influente, sendo um marco para as demais legislações mercantis. 
NOTA
“Exemplos de normas dedicadas ao comércio provenientes dos Consuetudos:Consulato Del Mare (Espanha, século X), as Consuetudines (Gênova, 1056), O Constitutum 
usus (Pisa, 1161), o Liber consuetudinum (Milão, 2016), as decisões da Rota Genovesa sobre 
comércio marítimo, o Capitulare Nauticum (Veneza, 1255), a Tabula Amalfitana, também 
chamada de Capitula et Ordinationes Curiae Maritimae Nobilis Civilitatis Amalphe (Amalfi, 
século XIII), Ordinamenta et Consuetudo Maris Edita per Consules Civitatis Trani (Trani, século 
XIV) e Guidon de la Mer (Rouen, século XVI)” (MAMEDE, 2013, p. 2).
Observa-se que o comércio sempre esteve em posição de destaque perante 
as civilizações, tendo em vista que as atividades negociais serviram de crescimento 
econômico para as nações que estavam em formação.
Como menciona Gomes (2013, p. 29):
 [...] O comércio baseia-se na produção em excedente gerado para essa 
finalidade e assim denominado mercadoria, e que inicialmente era 
objeto de troca por outras mercadorias, em prática conhecida como 
escambo tendo sido posteriormente adotado um padrão objetivo de 
trocas – a moeda.
[...] por ser baseado na troca, o comércio é uma atividade tipicamente 
social, que exige a interação entre as partes envolvidas. Essa interação 
somente pode ser proporcionada pela vida em sociedade.
UNIDADE 1 | DIREITO EMPRESARIAL
8
IMPORTANT
E
Comércio é sinônimo de civilização e vida em sociedade (GOMES, 2013).
O Código Comercial francês, em 1808, trazia em seu escopo uma teoria que 
distingue os atos propriamente comerciais e os atos de natureza civil, selecionando 
assim, a legislação a ser utilizada em cada caso, ou seja, ao tratarmos de um ato 
negocial de natureza comercial, utilizaríamos o Código Comercial para dirimir 
eventuais litígios, se o ato tivesse natureza civil, a legislação civil seria utilizada, 
neste caso. Esta teoria serviu de base para o Código Comercial brasileiro, editado 
em 1850, por D. Pedro II, que deixou de ser aplicado, em 2003, quando entrou em 
vigor o Código Civil, alterado pela Lei nº 10.406/02.
Mamede (2013, p. 3) expõe:
Nos alvores do século XXI, com a edição da Lei 10.406/02, em 10 de 
janeiro de 2002, a unificação foi enfim concretizada. Reconheceu-
se que os atos jurídicos civis e comerciais têm a mesma natureza, 
estando submetidos à Parte Geral do Código Civil, bem como às 
regras ali dispostas sobre as Obrigações e os Contratos. Isso implicou 
a necessidade de se substituir a antiga teoria do ato de comércio por 
uma nova referência para as relações negociais. A opção escolhida foi 
a teoria da empresa.
Dessa forma, a Lei nº 10.406/02 unificou os atos de comércio e atos civis, 
pois chegou-se à conclusão de que ambas tinham a mesma natureza jurídica. 
Surgiu, então, a Teoria da Empresa.
2.1 CONCEITO DE DIREITO COMERCIAL (EMPRESARIAL)
Vamos analisar a questão conceitual e as características do Direito 
Empresarial?
Primeiramente, necessário explicarmos que o Direito antes era somente 
denominado Comercial, pois seu foco era nos atos comerciais, tanto é assim, que 
dividia estes atos dos atos civis, fundamentando tal distinção na Teoria dos Atos 
de Comércio.
Importante frisarmos que o Direito Comercial surge através dos usos e 
costumes e era aplicável aos membros de determinada corporação de comerciantes.
Coelho (2013, p. 27) ressalta:
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO EMPRESARIAL
9
No início do século XIX, em Franca, Napoleão, com a ambição de 
regular a totalidade das relações sociais, patrocina a edição de dois 
monumentais diplomas jurídicos: o Código Civil (1804) e o Comercial 
(1808). [...] A delimitação do campo de incidência do Código Comercial 
era feita, no sistema francês, pela teoria dos atos de comércio. Sempre 
que alguém explorava atividade econômica que o direito considera 
ato de comércio (mercancia) submetia-se às obrigações do Código 
Comercial (escrituração de livros, por exemplo) e passava a usufruir 
da proteção por ele liberada (direito à prorrogação dos prazos 
de vencimento das obrigações em caso de necessidade, instituto 
denominado concordata). 
De acordo com o Código Comercial brasileiro de 1850, Lei nº 556, o objeto 
do Direito Comercial era o exercício efetivo do comércio, ou seja, a mercancia 
deveria ser a atividade fim daquela pessoa, tendo como seu fundamento a Teoria 
dos Atos de Comércio.
Referenciando o notável saber jurídico de Gomes (2013, p. 35), a respeito 
da Teoria dos Atos de Comércio, temos que:
Sob a vigência da Teoria dos Atos de Comércio, prevalecia o caráter 
objetivo do ato econômico em si, de modo que se a atividade econômica 
que constituía o objeto adotado pelo comerciante estivesse elencada 
no rol normativo dos atos de comércio, a sua inscrição no registro de 
comércio seria obrigatória e a sua submissão às normas do Direito 
Comercial, absoluta, sendo de pouca importância as proporções 
econômicas de seu negócio ou o modo como estivesse organizado.
E, mais, assinala Gomes (2013, p. 35):
Assim, constata-se que o comércio podia ser praticado por qualquer 
pessoa capaz, desde que não expressamente proibida por lei, fosse 
ela pessoa natural ou pessoa jurídica, e atendesse a certos requisitos 
legais de ordem objetiva. No primeiro caso, tínhamos o comerciante 
individual (que, como veremos adiante, foi substituído pelo empresário 
individual); no segundo, a sociedade comercial (que, em sentido 
genérico, foi substituída pela sociedade empresarial), tendo ainda e, 
posteriormente, surgido a empresa individual de responsabilidade 
limitada, não existente naquela ocasião.
 
Porém, observou-se uma fragilidade tangente ao conceito de comércio, 
sob a ótica da teoria dos atos de comércio, pois existiam práticas negociais 
que não estavam inseridas no Código Comercial, mas que, pela sua natureza 
deveriam estar inseridas: prestação de serviços, negociação de imóveis, 
agricultura ou extrativismo.
Assim, surge a Teoria da Empresa, normatizada no Código Civil brasileiro, 
alterado pela Lei 10.406/02, que altera o fundamento da atividade econômica e 
sua organização, este Direito passa a ser denominado de Direito Empresarial, 
onde o foco é a empresa que é mais abrangente que o objeto do Direito Comercial, 
nos moldes do Código Comercial brasileiro, Lei nº 556/1850.
UNIDADE 1 | DIREITO EMPRESARIAL
10
Mister transcrevermos o entendimento doutrinário de Gomes (2013, p. 35):
Conceitua-se empresa como toda atividade econômica, exercida de 
forma organizada, que visa à produção ou à circulação de bens ou de 
serviços, em uma mudança de foco em relação ao conceito tradicional 
de comércio, na medida em que a Teoria da Empresa abrange também 
parte da atividade de prestação de serviços, até então restrita ao 
âmbito do direito civil.
Temos que o Direito Empresarial se caracteriza por ser um ramo do direito 
privado, entretanto, impende salientarmos que o mesmo é autônomo em relação 
ao Direito Civil. Tem-se que o Direito Empresarial, como é visto atualmente, é 
uma especialização do Direito Civil, no sentido de que se dedica a regulamentar 
as relações comerciais e suas implicações jurídicas.
Cabe invocarmos a lição de Fran Martins (2001, p. 23):
Ramo do direito privado, apesar de conter certas normas do direito 
público (nas sociedades, na falência, no direito dos transportes), 
o direito comercial não se confunde com o civil, não obstante os 
números pontos de contato existentes entre ambos. Regulando as 
atividades profissionais do comerciante e os atos por lei considerados 
comerciais, ficam fora do âmbito do direito mercantil as relações 
jurídicas relativas à família, à sucessão e ao estado da pessoa, que são 
regidas pela lei civil. Afigura-se, assim, o direito comercial como um 
direito de tendências profissionais, enquanto o civil é de tendência 
individualista, procurando reger as relações jurídicas das pessoas 
como tais e não como profissionais.
Inicia-se uma nova fase no Direito Comercial, que passa a ser denominada 
Direito Empresarial, trazendo em seu escopo, a Teoria da Empresa.
ATENCAO
Evolução das Consolidações MercantisTeoria dos Atos de Comércio Teoria da Empresa
DICAS
Vídeo: Direito empresarial, direito comercial e direito de empresa, disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=evFAPNms8pU. Acesso em: 22 fev. 2019.
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO EMPRESARIAL
11
3 TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO
Vamos analisar juntos quais as teorias que serviram de base para o Código 
Comercial brasileiro de 1850?
A Teoria dos Atos de Comércio, positivada no Código Comercial francês, 
de 1807, mencionava para que determinada pessoa fosse considerada comerciante 
teria que realizar a atividade negocial de forma habitual e profissional, o que se 
denominava de Mercancia.
Citamos o entendimento de Teixeira (2014, p. 30):
[...] atos de comércio ou mercancia pressupunham habitualidade, 
atuação contínua no exercício da atividade comercial. Conforme o art. 
19 do então vigente Decreto (Regulamento) nº 737/1850, considerava-
se mercancia: a compra e venda ou troca com o fim de revender por 
atacado ou a granel na mesma espécie ou manufaturados ou com o 
objetivo de alugar; as operações bancárias, de corretagem e de câmbio; 
as empresas de fábrica, de comissão, de depósito, de expedição, de 
consignação, de transportes de mercadorias e de espetáculos públicos; 
os seguros, fretamentos e demais contratos do comércio marítimo; 
armação e expedição de navios.
O objetivo do Direito Comercial era regulamentar a atividade dos 
comerciantes, as negociações de quem comprava para revender.
Gomes (2013, p. 34), assinala as determinações dos Atos de Comércio:
[...] a Teoria dos Atos de Comércio determinava a aplicação de normas 
comerciais aos atos legalmente definidos como atos de comércio, 
atribuindo assim, um caráter objetivo ao direito comercial. Desse modo, 
uma pessoa (natural ou jurídica) se encontrava submetida às regras 
do direito comercial pela Teoria dos Atos de Comércio se exercesse 
determinadas atividades específicas, no caso do Brasil, relacionadas 
no art. 19 do já revogado Regulamento 737/185, correspondendo à 
chamada Mercancia, que podia ser definida como a prática reiterada 
dos atos de comércio.
Assim, identificamos que os atos de comércio, também denominado de 
mercancia, eram aquelas negociações feitas de forma habitual e profissional. 
A Teoria dos Atos de Comércio, positivada de forma expressa pelo Código 
Comercial francês, em 1807, serviu de base para nosso Código Comercial, Lei nº 
556, editado em 1850.
O Código Comercial francês, em 1807, conceituava de forma expressa 
o que eram atos de comércio, em seu Art. 110-1 (TEIXEIRA, 2014): Art. 110-1, 
Código Comercial francês (1807): ato de comércio é a compra com intenção de 
revender.
UNIDADE 1 | DIREITO EMPRESARIAL
12
Posteriormente, o Decreto nº 737/1850, em seu art. 19, conceituou a 
mercancia: 
Art. 19. Considera-se mercancia:
§ 1º A compra e venda ou troca de efeitos moveis, ou semoventes para os 
vender por grosso ou a retalho, na mesma espécie ou manufaturados, 
ou para alugar o seu uso;
§ 2º As operações de câmbio, banco e corretagem;
§ 3º As empresas de fabricas; de comissões; de depósitos; de expedição, 
consignação, e transporte de mercadorias; de espetáculos públicos;
§ 4º Os seguros, fretamentos, risco, e quaisquer contratos relativos ao 
comércio marítimo;
§ 5º A armação e expedição de navios (BRASIL, 1850).
Cumpre citarmos que, doutrinariamente, os atos de comércio classificavam-
se em três grupos: atos de comércio por natureza; atos de comércio por força de lei 
e atos de comércio por conexão. Conceitualmente, nos explica Cometti (2013, p. 19),
Atos de comércio por natureza são aqueles que decorrem diretamente 
da atividade mercantil, por exemplo, a compra e venda.
Atos de comércio por força de lei são atos que não seriam de natureza 
comercial, mas, por imposição legal, são considerados atos de comércio. 
É o caso das operações de banco ou transporte de mercadoria, que 
consistem na prestação de serviços.
Os atos de comércio por conexão são atos não comerciais, mas por 
estarem relacionados a uma atividade comercial, são considerados 
comerciais.
Outrossim, o Código Comercial Brasileiro, de 1850, mencionava que, seria 
necessário que o comerciante tivesse efetuado sua matricula perante o Tribunal 
do Comércio para que pudesse ter uma proteção legal, considerando que a 
mercancia era sua profissão habitual (TEIXEIRA, 2014).
No mesmo sentido, conceitua Franco (2012, p. 40): “O ato de comércio é ato 
jurídico, qualificado pelo fato particular de consubstanciar aqueles destinados à 
criação e circulação da riqueza mobiliária e, como tal, conceitualmente voluntário 
e dirigido a produzir efeitos no âmbito regulado pelo direito comercial”.
Relevante registrarmos que, inicialmente o Direito Comercial era baseado 
nos usos e costumes dos povos. Conforme expõe Cometti (2013, p. 17): 
Nesta primeira fase, o direito comercial caracterizou-se como um 
direito: 
a) costumeiro, em que os usos e costumes geralmente observados 
pelos mercadores constituíam a sua principal fonte;
b) internacional, uma vez que os usos e costumes mercantis eram 
aplicados geralmente em toda Europa, nas grandes feiras; e
c) corporativo, pois suas normas eram aplicadas pelo tribunal das 
corporações (juízo consular) no julgamento de controvérsias 
existentes entre seus próprios membros. O direito comercial é, 
nesse momento, um direito de classe.
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO EMPRESARIAL
13
IMPORTANT
E
O comerciante, de acordo com a definição tradicional, era toda pessoa que 
praticava – profissionalmente – atividades de produção de bens ou atos de intermediação na 
venda e compra de mercadorias, com intuito de lucro, ou seja, que executava atos definidos 
pela lei como atos de comércio (GOMES, 2013). 
Porém, ao passar dos anos, percebeu-se a insuficiência e fragilidade 
da Teoria dos Atos de Comércio, no sentido de que não se consegue distinguir 
claramente os atos de comércio e atos civis, como determinava a legislação 
francesa e, posteriormente, a legislação brasileira. Até porque surgem “novas 
formas” de comercialização, por exemplo a prestação de serviços. Impulsionando 
assim, uma nova teoria, a Teoria da Empresa.
Mencionamos o entendimento de Franco (2012, p. 37), a esse respeito:
No conjunto encontram-se outros atos e atividades que, embora 
pertencentes a setores econômicos distintos daqueles destinados ao 
comércio, pelo fato de concorrerem para a realização de operações 
comerciais, são assim considerados submetidos à normatividade 
especifica deste direito.
A debilidade da Teoria dos Atos de Comércio se encontra na classificação 
de tais atos. Mamede (2013, p. 4) exemplifica de forma muita concisa apontando 
o porquê desta teoria não ter sido reafirmada nas legislações posteriores sobre o 
assunto: 
Assim, quem montasse uma pequena birosca à beira mar para vender 
latinhas de cerveja e lucrar poucas centenas de reais por mês era 
comerciante e estava submetido ao Direito Comercial: compra e venda 
de efeitos moveis. Em contraste, uma grande imobiliária, que faturasse 
milhões por mês, não era considerada comerciante, pois sua atuação 
não estava incluída na relação do art. 19 do Regulamento.
Assim, com o surgimento da Teoria da Empresa, fundamento do Direito 
Empresarial, após a alteração do Código Civil, pela Lei nº 10.406/02, a empresa 
passa a ser vista sob um ângulo mais significativo e mais abrangente, pois abarca 
atividades negociais que antes não eram tratadas como tais, como por exemplo, 
a prestação de serviços.
UNIDADE 1 | DIREITO EMPRESARIAL
14
TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO: analisa-se os atos em si, a venda e revenda 
de mercadorias (mercancia), como pratica habitual e profissional.
 TEORIA DA EMPRESA: analisa-se a forma como os produtos são produzidos e 
colocados em circulação. A empresa dissocia-se da figura do empresário, há a impessoalidade.
ATENCAO
4 TEORIA DA EMPRESA
O que muda com a Teoria da Empresa?
A Teoria da Empresa surge na Itália, com o Código Civilde 1942 e, ao 
contrário da Teoria dos Atos de Comércio, onde o foco era o fato de exercer o 
comércio de forma habitual e profissional, esta teoria de origem italiana tem 
como fundamento regulamentar o Direito Comercial, que passa a denominar-se 
Direito Empresarial, através da atividade econômica organizada exercida pelas 
empresas. No Brasil, com a alteração do Código Civil, pela Lei nº 10.402/02, adota-
se a Teoria da Empresa, por influência do Código Civil italiano.
Importante frisar que, para a Teoria da Empresa não há um vínculo entre o 
empresário e sua atividade econômica. Existe uma separação, clara entre a pessoa 
do empresário e da atividade econômica que este exerce. De acordo com Gomes 
(2013, p.35), “Conceitua-se empresa como toda atividade econômica, exercida de 
forma organizada, que visa a produção ou à circulação de bens ou de serviços”.
Mamede (2013, p. 4) destaca, a respeito da empresa:
[...] enquanto isso, um novo fenômeno ganhava importância no mundo: 
a empresa, uma nova forma de atuação no mercado, suplantando o que 
antes se tinha por comércio, percebendo oportunidades, identificando 
demandas, organizando recursos diversos e, com isso, auferindo 
vantagens econômicas significativas.
Observamos que o art. 966 do Código Civil brasileiro conceitua empresário 
como aquele que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para 
a produção de bens ou serviços.
Analisamos que há um contraste em relação ao objetivo da Teoria dos Atos 
de Comércio e da Teoria da Empresa, eis que, nesta última, o foco não é somente na 
venda e revenda de produtos, mas na produção e circulação de mercadorias. Na 
Teoria da Empresa, a forma que são produzidas e circulam as mercadorias é que 
merecem proteção e regulamentação por parte da legislação empresarial. Além 
disso, é de suma relevância citarmos que assegurar a continuidade da atividade 
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO EMPRESARIAL
15
empresarial é o objetivo primordial para Teoria da Empresa, encontrando tal 
objetivo embasado no Princípio da Preservação da Empresa. Por este princípio, a 
atividade empresária não deve cessar, nem mesmo quando quem a fundou tenha 
se afastado ou sido afastado da empresa ou tenha morrido.
ESTUDOS FU
TUROS
A continuidade da empresa e a substituição de sócios será abordada na 
Unidade 3, no tópico referente à dissolução, liquidação e extinção das sociedades.
Identificamos que a atividade econômica e a forma como se dá a produção 
e circulação de mercadorias é que norteia a Teoria da Empresa. Como destaca 
Gomes (2013, p. 36): 
Está clara a inovação conceitual promovida pela Teoria da Empresa, 
na medida em que não se mais se considera o ato jurídico em si, se 
mercantil ou civil, como fator norteador da incidência das normas, 
respectivamente, do direito comercial ou do direito civil, mas a função 
ou atividade econômica desenvolvida pelo empresário e a própria 
organização dos meios de produção característica da empresa e 
atribuída pelo empresário aos meios de produção.
Para que pudéssemos compreender melhor a respeito da atividade 
empresarial, jurista italiano Alberto Asquini dividiu em quatro perfis o exercício 
desta atividade, analisando a empresa, perante o direito civil italiano, sob os 
seguintes aspectos: perfil subjetivo, perfil objetivo, perfil funcional e perfil 
corporativo.
Para Asquini (1996, p. 103) “empresa é um negócio econômico que se 
apresenta de diversas maneiras”.
Passamos a analisá-los:
a) Perfil subjetivo: a empresa é o empresário, sendo este titular de direitos e 
obrigações.
Cabe fazermos um apontamento a respeito da palavra empresário, 
conceituado no art. 966 do Código Civil, pois temos o empresário individual e o 
sócio quotista, que não se confunde com o conceito de empresário.
Transcrevemos as observações de Mamede (2013, p. 5) sobre tal assunto:
UNIDADE 1 | DIREITO EMPRESARIAL
16
É preciso redobrado cuidado com a palavra empresário, colocada 
no artigo 966 do Código Civil, pois se aplica tanto àquele que, 
individualmente, se registra na junta comercial para o exercício de 
uma empresa, quanto à sociedade empresária, isto é, à pessoa jurídica 
que foi constituída para o exercício da empresa. No primeiro caso, 
é comum falar-se em empresário individual, expressão redundante 
que, todavia, afasta as dúvidas de que resultam do uso coloquial da 
palavra empresário, erroneamente identificado com a figura do sócio 
quotista ou acionista de uma sociedade. O sócio, no entanto, não é, 
juridicamente, um empresário; é apenas um titula de um direito 
pessoal com expressão patrimonial econômica: uma ou mais frações 
ideais do patrimônio social, frações essas que são chamadas de quotas, 
nas sociedades contratuais e na sociedade cooperativa, e de ações, nas 
sociedades anônimas e nas sociedades em comandita por ações.
De acordo com o Art. 966 do Código Civil (2002), considera-se empresário 
aquele profissional que, efetivamente exerce “atividade econômica organizada 
para a produção de bens ou de serviços”.
É importante citar o entendimento de Coelho (2013, p. 31-32) a respeito da 
atividade empresarial:
[...] A noção do exercício profissional de certa atividade é associada, 
na doutrina, a considerações de três ordens. A primeira diz respeito à 
habitualidade. Não se considera profissional quem realiza tarefas de 
modo esporádico. Não será empresário, por conseguinte, aquele que 
organizar episodicamente a produção de certa mercadoria, mesmo 
destinando-a à venda no mercado. Se está apenas fazendo um teste, 
com o objetivo de verificar se tem apreço ou desapreço pela vida 
empresarial ou para socorrer situação emergencial em suas finanças, 
e não se torna habitual o exercício da atividade, então ele não é 
empresário. O segundo aspecto do profissionalismo é a pessoalidade. 
O empresário, no exercício da atividade empresarial, deve contratar 
empregados. São estes que, materialmente falando, produzem ou 
fazem circular bens ou serviços. O requisito da pessoalidade explica 
porque não é o empregado considerado empresário. Enquanto este 
último, na condição de profissional, exerce atividade empresarial 
pessoalmente os empregados, quando produzem ou circulam bens ou 
serviços, fazem-no em nome do empregador.
Dessa forma, analisamos que o empresário é aquele que exerce suas 
atividades negociais de forma pessoal e profissional, frente à sua empresa, de 
forma organizada, sendo que o mesmo tem sua personalidade dissociada de 
tal empresa.
 b) Perfil objetivo: entende-se empresa como um conjunto de bens (estabelecimento 
comercial). Quando falamos de bens, devemos entender tanto os bens materiais 
como os imateriais, incorpóreos e corpóreos. 
Refere-se ao patrimônio, isto é o estabelecimento comercial, conceituado no 
Art.1142 da Lei nº 10.406/2002 do Código Civil Brasileiro (2002, s.p.): “Considera-
TÓPICO 1 | EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO EMPRESARIAL
17
se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, 
por empresário, ou por sociedade empresária”.
c) Perfil funcional: a empresa é vista sob o ponto de vista da atividade que realiza 
(produção e circulação de bens e serviços). Teixeira (2014, p. 48), conceitua: “A 
empresa significa a atividade empresarial, sendo uma organização produtiva 
a partir da coordenação pelo empresário dos fatores de produção (capital, 
trabalho, matéria-prima e tecnologia) para alcançar sua finalidade (que é o 
lucro)”.
d) Perfil corporativo: analisa-se a empresa sob o aspecto institucional, formada 
por todos que compõem a empresa (empresário, colaboradores e prestadores 
de serviço).
 
Assim, consoante à Teoria da Empresa resta claro que as atividades 
consideradas e regulamentadas pela legislação empresarial são as que se referem 
a produção de bens, circulação de bens, sem esquecermos, da prestação de 
serviços. Por fim, temos, segundo entendimento de Teixeira (2014, p. 48) que:
 
[...] a palavra empresa significa atividade, que por sua vez é exercida 
pelo empresário. Essaatividade é o conjunto de atos coordenados 
pelo empresário. Mas, modernamente, a expressão empresa, como 
atividade econômica, contempla a soma de todos os perfis apontados 
por Asquini.
5 FONTES FORMAIS DO DIREITO EMPRESARIAL
As fontes são as bases do Direito, onde ele nasce, ou como aponta Teixeira 
(2014, p. 35): “Fontes do Direito são as maneiras pelas quais se estabelecem as 
regras jurídicas. [...] é a origem das normas jurídicas”.
Da mesma forma, definimos que as fontes formais do direito são aquelas 
que dão origem ao regramento jurídico (GOMES, 2013). As fontes formais do 
Direito Empresarial são divididas em primárias e secundárias, antes da alteração 
do Código Civil, pela Lei nº 10.406/02 (FRANCO, 2012):
a) Fontes primárias ou diretas: o Código Comercial brasileiro, as leis 
suplementares, regulamentos baixados pelo Poder Público e tratados e 
convenções internacionais.
b) Fontes subsidiárias, secundárias ou indiretas: leis civis, os usos comerciais e 
a jurisprudência. 
Após a revogação de grande parte do Código Comercial em decorrência 
da alteração do Código Civil, feita pela Lei nº 10.406/02, temos como fontes:
UNIDADE 1 | DIREITO EMPRESARIAL
18
a) a Constituição Federal de 1988;
b) a Legislação Extravagante;
c) as Leis Civis, contudo estas deveram ser utilizadas de forma subsidiaria, 
conforme preconiza o Art. 291 do Código Comercial, ou seja, somente perante 
a omissão das leis comerciais, referente as matérias especificas;
d) a Jurisprudência;
e) a Analogia;
f) os Usos e práticas comerciais;
g) os princípios gerais de direito; 
h) os Tratados e Convenções Internacionais.
Os usos e costumes já foram a principal fonte do Direito Empresarial, aliás, esses 
foram a base para tal Direito.
ATENCAO
19
Neste tópico, você aprendeu que:
• As normas jurídicas de controle dos empreendimentos são tão antigas quanto 
o Direito.
• A legislaçao mais antiga conhecida: Leis de Ur Nanmu, século XXI a.C., vigentes 
na Suméria, na cidade de Ur. Trazem normas que proíbem o cultivo em terras 
de propriedade alheia, limitam juros e tabelam preços.
• Houve uma reforma jurídica realizada na cidade de Lagash, na Suméria (hoje 
Iraque), no século XXV a.C., na qual o soberano, chamado Ur Uinim Enmigina 
(Urukagina), limitava a usura e os monopólios. 
• A USURA está intimamente ligada à cobrança excessiva de juros.
• MONOPOLIO trata-se de uma única empresa deter o mercado de um 
determinado produto ou serviço, conseguindo portanto influenciar o preço do 
bem que comercializa.
• A moeda foi inventada pelos lídios. Lidia ficava onde hoje é o planalto central 
da Turquia.
• Na Idade Média, a atenção social voltou-se para o campo, onde a divisão da 
propriedade rural em grandes estruturas políticas caracterizou o feudalismo. 
• As cidades continuram a existir e o comércio também. Para a mútua proteção, 
artesãos e comerciantes organizaram-se em corporações de ofício. Elas tomaram 
para si a função de regulamentar a atividade mercantil, o que fizeram por meio 
de consolidação de costumes, chamadas de consuetudos.
• Essas consolidações marcaram o início do Direito Mercantil, pois foram as 
primeiras normas dedicadas ao comércio.
• Quando o feudalismo foi superado, tais normas serviram de base para os 
Códigos Comerciais.
RESUMO DO TÓPICO 1
20
1 Segundo o art. 966 do Código Civil, é considerado empresário:
a) ( ) Quem é sócio de sociedade empresária dotada de personalidade jurídica.
b) ( ) Quem é titular do controle de sociedade empresária dotada de 
personalidade jurídica.
c) ( ) Quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a 
produção ou a circulação de bens ou serviços.
d) ( ) Quem exerce profissão intelectual de natureza científica, literária ou 
artística.
e) ( ) Quem assume a função de administrador em sociedade limitada ou 
sociedade anônima.
2 Diferencie a Teoria da Empresa, adotada pelo Código Civil Brasileiro e a 
Teoria dos Atos de Comércio, adotada pelo Código comercial brasileiro.
3 Com relação ao estabelecimento empresarial, assinale a alternativa incorreta:
 
a) ( ) É o complexo de bens organizado para o exercício da empresa, por 
empresário ou por sociedade empresária.
b) ( ) Refere-se tão somente à sede física da sociedade empresária.
c) ( ) Desponta a noção de aviamento.
d) ( ) Inclui, também, bens incorpóreos, imateriais e intangíveis.
e) ( ) É integrado pela propriedade intelectual.
AUTOATIVIDADE
21
TÓPICO 2
CAPACIDADE DE SER EMPRESÁRIO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
No presente tópico iremos analisar o que, de acordo com a legislação 
empresarial, denominados de empresário e o motivo de sua atividade ser 
observada sob outro ângulo.
O empresário, com a Teoria da Empresa, passa a ser visto em conjunto com 
a atividade que exerce. Observamos que, “o exercício de atividade econômica de 
forma organizada é que encerra toda a essência conceitual da empresa” (GOMES, 
2013, p. 41).
No mesmo sentido, iremos analisar a capacidade jurídica de ser 
empresário. E, assim, temos que, “o exercício da capacidade empresarial por 
pessoa natural, em seu próprio nome, como regra geral, exige que ela tenha 
capacidade civil plena e não esteja legalmente impedida, conforme art. 972, do 
CC/2002” (GOMES, 2013, p. 45 ).
Outro assunto importante a ser trabalhado neste tópico é a respeito do 
nome empresarial, como este é protegido, perante a legislação empresarial e as 
implicações dessas normas frente à atividade empresarial.
Em relação ao estabelecimento e registro da empresa iremos observar 
quanto esses aspectos são importantes, até mesmo no que se refere à definição 
do tipo societário e quais as obrigações intrínsecas a tais tipos societários. “A 
Constituição Federal assegura, de forma inequívoca, proteção ao empresário e à 
atividade empresarial, primeiramente por meio do disposto no art. 5º, XIII: É livre 
o exercício de qualquer trabalho, oficio ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer” (GOMES, 2013, p. 45).
Essas reflexões serão de suma importância para que possamos entender 
as alterações trazidas pela Lei nº 10.406/02, do Código Civil Brasileiro, que, 
revogando parte do Código Comercial, inseriu em um de seus livros, o Direito 
Empresarial.
UNIDADE 1 | DIREITO EMPRESARIAL
22
2 O MENOR COMO EMPRESÁRIO
E a capacidade para ser empresário? Todos temos? Os menores de idade 
podem ser empresários?
A capacidade empresarial está intrinsecamente ligada à capacidade civil, 
entretanto, existirão algumas exceções, que veremos neste tópico, que, mesmo não 
sendo plenamente capaz, determinada pessoa poderá ser empresário, seguindo 
algumas determinações legais. 
“Qualquer pessoa pode exercer a atividade empresarial, desde que esteja 
em pleno gozo da sua capacidade civil, e não esteja impedida por lei – art. 972 
do Código Civil” (TEIXEIRA, 2014, p. 68). “O Art. 966 do Código Civil brasileiro 
de 2002 é reflexo do Art. 2.082 do Código Civil italiano de 1942, que dispõe: 
“É empreendedor quem exerce profissionalmente uma atividade econômica 
organizada para o fim da produção ou da troca de bens e serviços” (TEIXEIRA, 
2014, p. 45). Portanto, podemos assinalar que, inclusive a Constituição Federal 
protege o empresário e sua empresa, contudo, ele deverá respeitar a legislação 
vigente a respeito, principalmente no que tange ao registro, tendo em vista ser 
uma atividade profissional e organizada.
“A Constituição Federal assegura, de forma inequívoca, proteção ao 
empresário e à atividade empresarial, primeiramente por meio do disposto no Art. 
5º, XIII: “É livre o exercício de qualquer trabalho, oficio ou profissão, atendidas as 
qualificações profissionais que a lei estabelecer” (GOMES, 2013, p. 45).
O mesmo autor sintetiza: “[...] a atividade empresarial exige 
profissionalidade, representada pelo registro de empresário, da empresa 
individual de responsabilidade limitada e da sociedade empresária no Registro 
de Empresas” (GOMES, 2013, p. 45).
“[...] O empresário podeser tanto uma pessoa física, como também uma pessoa 
jurídica. Sendo uma pessoa física, o empresário é chamado de empresário individual; sendo 
uma pessoa jurídica, o empresário pode ser tanto uma empresa individual de responsabilidade 
limitada (EIRELI), como uma sociedade empresária” (COMETTI, 2013, p. 20).
ATENCAO
Ao tratar de capacidade civil temos, segundo Teixeira (2014, p. 55), 
“a capacidade civil ocorre quando a pessoa atinge a maioridade (18 anos) e a 
sanidade mental (interpretação dos arts. 1º a 5º do CC”.
TÓPICO 2 | CAPACIDADE DE SER EMPRESÁRIO
23
Assim, assinalamos que, em regra, para que possamos ser empresários, 
temos que ter alcançado a maioridade plena, “[...] o mesmo Código estabelece em 
seu art. 5º que a capacidade civil plena é adquirida, como regra geral, a parir dos 
dezoito anos completos” (GOMES, 2013, p. 45).
“[...] no caso de uma sociedade empresaria, sendo esta sempre uma pessoa 
jurídica, quem exerce a atividade é a própria sociedade, e não os sócios que a integram, daí o 
fato de não ser necessária a capacidade civil plena para tornar-se sócio, sendo-a exigida tão 
somente para o exercício da administração social” (GOMES, 2013, p. 45).
ATENCAO
Todavia, observando as citações referendadas acima sobre maioridade, 
temos que existem exceções, vejamos: 
“Uma exceção à maioridade, para efeitos de capacidade empresarial, 
está prevista no art. 5º, inc. V, do Código Civil (quando trata das 
hipóteses de emancipação), que apenas acontece quando menor, com 
16 anos completos, tiver um estabelecimento comercial/empresarial, 
com economia própria. Assim, a incapacidade do menor com 16 
anos cessará, pois será emancipado em razão do seu estabelecimento 
empresarial” (TEIXEIRA, 2014, p. 68).
IMPORTANT
E
“[...] se o menor tem autonomia econômica, o juiz deve reconhecer essa 
autonomia para que uma situação de fato passe a ser de direito, devendo assim ser levado a 
registro” (FERREIRA, 1962, p. 109-113, apud TEIXEIRA, 2014, p. 68).
Assim, apontamos que, mesmo menor, ele poderá ser empresário, tendo 
em vista a sua emancipação e também em outras hipóteses: 
[...] ou ainda: a) pela concessão dos pais, ou de um deles na falta 
do outro, mediante instrumento público, independentemente de 
homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se 
o menor tiver dezesseis anos completos; b) pelo casamento; c) pelo 
exercício de emprego público efetivo; d) pela colação de grau em curso 
de ensino superior (GOMES, 2013, p. 45).
UNIDADE 1 | DIREITO EMPRESARIAL
24
Entretanto, havia uma preocupação em relação ao menor empresário 
pertinente ao de se este viesse a praticar atos negociais e, que, porventura 
prejudicasse terceiros. Neste sentido, o Código Civil estabeleceu que, se este 
menor tivesse sido autorizado por quem de direito pudesse autorizar, os atos 
deste menor seriam considerados.
Cuidar-se-ia aqui de incapacidade relativa (art. 4º do CC). Porém, 
se exercer a empresa com autorização do progenitor que estiver no 
exercício da guarda e do poder familiar, desde que provada por 
escritura pública, responderá integralmente pelos atos praticados (art. 
5º, parágrafo único, V, do CC), não podendo alegar, como se admitia 
antes, o benefício da restituição (FRANCO, 2012, p. 69).
E, ainda continua a autora :
“Da mesma forma, a par disto, se dolosamente ocultou sua idade, 
declarando-se maior, independentemente do fato de exercer ou não o comércio 
com economia própria, será responsabilizado (Art. 180 do Código Civil apud 
FRANCO, 2012, p. 69).
Neste sentido, temos que o menor poderá sim ser empresário, podendo 
inclusive sofrer as sanções previstas na legislação empresarial, sendo responsável 
por seus atos negociais, essa responsabilização ocorre tendo em vista ao Princípio 
da Boa Fé contratual que menciona que os terceiros devem ser resguardados, 
quando estes forem terceiros de boa-fé.
DICAS
Vídeo: Capacidade e Impedimentos do Empresário. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=dU5lzGBDlaM.
Vídeo: Direito Empresarial 1/5. Empresário - Caracterização e Inscrição. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=PnTeggqAwX8.
3 IMPEDIMENTOS E INCAPACIDADE
Os impedidos de exercer atividade empresarial diferem dos impedimentos 
civis, eis que uma pessoa poderá ser considerada plenamente capaz, mas não 
pode atuar frente às atividades empresariais. 
Vamos analisar quem são estas pessoas impedidas de exercer atividade 
empresarial, embora plenamente capazes?
TÓPICO 2 | CAPACIDADE DE SER EMPRESÁRIO
25
• falido não reabilitado;
• funcionário público;
• militar;
• devedor do INSS.
a) Falido não reabilitado: Lei nº 11.101/2005, Art. 102, caput, cc art. 181, § 1º
A decisão que decreta a falência já impossibilita o devedor de exercer 
qualquer atividade empresarial.
Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005
Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e 
da sociedade empresária.
Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade 
empresarial a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas 
obrigações, respeitado o disposto no § 1o do art. 181 desta Lei.
Parágrafo único. Findo o período de inabilitação, o falido poderá requerer 
ao juiz da falência que proceda à respectiva anotação em seu registro.
Art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei:
I - a inabilitação para o exercício de atividade empresarial;
II - o impedimento para o exercício de cargo ou função em conselho de 
administração, diretoria ou gerência das sociedades sujeitas a esta Lei;
III - a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou por gestão de negócio.
§ 1º Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser 
motivadamente declarados na sentença, e perdurarão até 5 (cinco) anos após a 
extinção da punibilidade, podendo, contudo, cessar antes pela reabilitação penal.
§ 2º Transitada em julgado a sentença penal condenatória, será notificado 
o Registro Público de Empresas para que tome as medidas necessárias para 
impedir novo registro em nome dos inabilitados.
Esse impedimento refere-se ao fato de que devem ser resguardados 
o patrimônio que o falido ainda tenha e que servirá para pagamento de suas 
dívidas.
b) Funcionário Público: Lei nº 8.112/90, Art. 117, inc. X.
RJU - Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990
Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, 
das autarquias e das fundações públicas federais.
Art. 117 Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória nº 2.225-45, de 
4.9.2001)
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de 
acionista, cotista ou comanditário; (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008.
Esse impedimento advém para coibir os “favorecimentos” que poderiam 
ocorrer para a empresa deste funcionário público, em detrimento de outras 
empresas, porém o funcionário público poderá ser sócio quotista, desde que não 
exerça a administração da empresa.
UNIDADE 1 | DIREITO EMPRESARIAL
26
“[...] o funcionário público pode até ser acionista ou cotista de uma 
sociedade, mas não pode ser administrador (de sociedade com personalidade 
jurídica ou não), bem como não pode exercer atividade empresarial como 
empresário individual. Ou seja, não pode estar à frente do negócio” (TEIXEIRA, 
2014, p. 70).
c) Militar: Código Penal Militar – Decreto-lei nº 1.001/69, Art. 204
CPM – Decreto-lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969
Art. 204 Comerciar o oficial da ativa, ou tomar parte na administração 
ou gerência de sociedade comercial, ou dela ser sócio ou participar, exceto como 
acionista ou cotista em sociedade anônima, ou por cotas de responsabilidade 
limitada:
Pena – suspensão do exercício do posto, de seis meses a dois anos, ou 
reforma.
Como podemos observar, caso um militar venha a exercer atividades 
empresariais, o mesmo incorrerá em crime, respondendo pela legislação atinente 
ao caso.
d) Devedor do INSS: Lei nº 8.212/91,Art. 95, § 2º, alínea d
LOSS - Lei nº 8.212 de 24 de Julho de 1991
Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de 
Custeio, e dá outras providências.
Art. 95. Caput. Revogado. (Redação dada pela Lei nº 9.983, de 2000).
[...]
§ 2º A empresa que transgredir as normas desta Lei, além das outras 
sanções previstas, sujeitar-se-á, nas condições em que dispuser o regulamento:
[...]
e) à interdição para o exercício do comércio, se for sociedade mercantil ou 
comerciante individual.
Quanto aos devedores do INSS o impedimento ocorre na participação de 
licitações, bem como o encerramento da atividade empresarial, de forma legal.
IMPORTANT
E
“Os estrangeiros podem exercer atividade empresarial, salvo nos casos 
excepcionados pela Constituição Federal de 1988, que estabelece impedimentos. A 
Constituição Federal, por exemplo, fixa impedimentos aos estrangeiros quanto à exploração 
de recursos minerais (CF, Art. 176, § 1º) ou ser proprietário de empresa jornalística (CF, Art. 222). 
(TEIXEIRA, 2014, p. 71).
TÓPICO 2 | CAPACIDADE DE SER EMPRESÁRIO
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3.1 INCAPACIDADE SUPERVENIENTE
A incapacidade abordada neste item refere-se àquela que, durante o 
exercício da atividade empresarial, o empresário passa a ser incapaz.
Este empresário poderá continuar no exercício de suas funções 
empresariais?
O empresário poderá continuar exercendo sim, suas atividades 
empresariais, mesmo passando a ser incapaz, cumprindo determinados requisitos 
legais, que se referem à sua representação.
Incapacidade superveniente do empresário (aquela que ocorre 
posteriormente ao início da atividade, pois até então ele era capaz) não 
impede a continuidade do exercício da empresa pelo agora incapaz. 
Para tanto, é necessária uma autorização judicial com a nomeação 
de um representante, no caso seus pais ou autor da herança (Código 
Civil, Art. 974, caput) (TEIXEIRA, 2014, p. 71).
“Quanto à incapacidade de sócio de uma sociedade empresária, a Junta 
Comercial deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva 
sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes requisitos: o sócio 
incapaz não pode exercer a administração da sociedade; o capital social deve ser totalmente 
integralizado; e o sócio relativamente incapaz deve ser assistido, se absolutamente incapaz, 
deve ser representado por seus representantes legais” (TEIXEIRA, 2014, p. 71).
ATENCAO
Porém, importante mencionarmos que, caso o representante ou 
assistente ficar impossibilitado de exercer a atividade empresarial para qual 
foi designado, poderá nomear um gerente para lhe substituir, com a aprovação 
judicial, sem que fique imune às suas responsabilidades, conforme Art. 975 CC, 
caput. (TEIXEIRA, 2014).
4 NOME EMPRESARIAL
O nome de uma empresa é sua identificação social e para tanto, precisa ser 
protegida, bem como, possui obrigações atinentes à sua atividade empresarial.
O empresário, seja pessoa física ou jurídica, tem um nome empresarial, 
que é aquele com que se apresenta nas relações de fundo econômico. 
Quando se trata de empresário individual, o nome empresarial pode 
não coincidir com o civil; e, mesmo, quando coincidentes, têm o nome 
UNIDADE 1 | DIREITO EMPRESARIAL
28
civil e o empresarial naturezas diversas. A pessoa jurídica empresária, 
por sua vez, não tem outro nome além do empresarial. O Código Civil 
reconhece no nome, civil ou empresarial, a manifestação de um direito 
da personalidade da pessoa física ou jurídica (Artigos. 16, 52 e 1.164) 
(COELHO, 2013, p. 98).
IMPORTANT
E
 “Como elemento de identificação do empresário, o nome empresarial não 
se confunde com outros elementos identificadores que habitam o comércio e a empresa, 
os quais têm, também, proteção jurídica, assim a marca, o nome de domínio e o título de 
estabelecimento. Enquanto o nome empresarial identifica o sujeito que exerce a empresa, 
o empresário, a marca identifica, direta ou indiretamente, produtos ou serviços, o nome de 
domínio identifica a página na rede mundial de computadores e o título do estabelecimento, 
o ponto” (COELHO, 2013, p. 98).
O nome empresarial é protegido pela legislação empresarial, sendo que o 
mesmo deve ser único, não podendo haver duas ou mais empresas com o mesmo 
nome. Ademais, o nome identifica o tipo societário e o objeto social da empresa. 
“[...] é considerado crime de concorrência desleal usar indevidamente nome 
empresarial alheio (Lei nº 9.279/96, art. 195, inc. V)” (TEIXEIRA, 2014, p. 83).
E, ainda, para complementar: “[...] o nome empresarial não pode ser igual 
a outro já inscrito (CC, art. 1.163). Nos casos em que isso acontecer, será necessário 
realizar alguma alteração para se obter distinção” (TEIXEIRA, 2014, p. 83).
“Pela regra geral, a proteção ao nome empresarial é válida no território do 
Estado-membro em que foi registrado. Em casos excepcionais, previstos a legislação, a 
proteção ao nome empresarial pode ter caráter nacional e, inclusive, internacional (CC, Art. 
1.166 apud TEIXEIRA, 2014, p. 83).
ATENCAO
Dessa forma, vamos analisar as espécies de nomes empresariais: firma e 
denominação social.
TÓPICO 2 | CAPACIDADE DE SER EMPRESÁRIO
29
4.1 FIRMA
A firma é constituída pelo nome civil do empresário individual ou pelo 
nome dos sócios da empresa, ex.: João da Silva ME.
A firma tem por base o nome civil do empresário ou dos sócios da 
sociedade; aí falar-se em razão social, pois dá a conhecer, ao menos 
em parte, a composição societária. É o que ocorre com empresário, 
que deverá adotar firma individual baseada no seu nome civil, 
expressando uma razão empresarial. Também a firma social deverá 
expressar a razão social: deve refletir a realidade da composição 
societária, compondo-se do nome de um ou mais sócios responsáveis 
pela sociedade, no todo ou em parte, hipótese que deverá constar 
o patronímico (sobrenome). Trata-se do princípio da veracidade 
(MAMEDE, 2013, p. 53).
Importante mencionarmos que o nome da pessoa física deverá constar na 
inscrição, perante a Junta Comercial. E, ainda, a firma deverá ser utilizada por 
sócios de responsabilidade ilimitada, sempre constando o nome de pelo menos 
um deles.
4.2. DENOMINAÇÃO
A denominação é utilizada quando se quer identificar o objeto da empresa 
em seu nome empresarial. Ex.: Macedônia Indústria de Calçados Ltda. “[...] a 
denominação deve designar o objeto da empresa e pode adotar por base o nome 
civil ou qualquer outra expressão linguística (que a doutrina costuma chamar de 
elemento fantasia)” (COELHO, 2013, p. 99).
Dessa forma, verificamos que as funções da firma e denominação são 
diferentes, eis que a firma é utilizada em casos de empresa individual ou nome de 
dos sócios que compõem a empresa; já a denominação é utilizada para determinar 
o objeto social da empresa.
DICAS
Vídeo: Nome Empresarial: Denominação e Firma Social.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RjyRLTBBBus.
 Vídeo: Qual é a diferença entre Marca e Nome Empresarial?
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RsHKrtRp8tY.
UNIDADE 1 | DIREITO EMPRESARIAL
30
5 ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
Como mencionamos e de acordo com o artigo 1.142 da Lei nº 10.406/02 
da legislação empresarial, “Considera-se estabelecimento todo complexo de 
bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade 
empresária” (Código Civil Brasileiro, 2002, s.p.)
Importante mencionarmos que os bens são divididos em corpóreos/
materiais e incorpóreos/imateriais.
IMPORTANT
E
“[...] o estabelecimento é o instrumento para o empresário exercer sua atividade; 
é a base física da empresa (mas pode ser virtual, ...). Normalmente, é o local onde os clientes 
do empresário se dirigem para realizar negócios (TEIXEIRA, 2014, p. 77).
Os bens corpóreos ou materiais são os bens tangíveis, ou como a doutrina 
menciona, corporificados. “Os bens materiais/corpóreos são aqueles que se 
caracterizam por ocupar espaço no mundo exterior, por exemplo, as mercadorias, 
as instalações, as máquinas, entre outros” (TEIXEIRA,

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