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FICHAMENTO ORIENTALISMO E SAID
10 pág.

Sociologia Universidade Federal do Rio de JaneiroUniversidade Federal do Rio de Janeiro

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Resumo sobre "Orientalismo" de Edward W. Said A obra "Orientalismo", de Edward W. Said, é um estudo profundo sobre a construção do conceito de Oriente a partir da perspectiva ocidental, especialmente no contexto do colonialismo e das relações de poder entre o Ocidente e o Oriente. Said argumenta que o orientalismo não é apenas um campo de estudo acadêmico, mas uma construção ideológica que reflete e perpetua a dominação ocidental sobre as culturas orientais. No primeiro capítulo, "O âmbito do Orientalismo", o autor analisa como a visão ocidental do Oriente foi moldada por discursos de superioridade, como o proferido por Arthur James Balfour em 1910, que expressava a ideia de que as civilizações ocidentais eram superiores às orientais. Essa visão distorcida é resultado de preconceitos históricos e da necessidade dos colonizadores de justificar sua dominação. Said destaca que o orientalismo é um conceito vago, mas que serve para categorizar e desumanizar os povos orientais, reduzindo suas culturas a estereótipos. Ele critica a divisão simplista entre Oriente e Ocidente, que, embora pareça uma distinção inocente, na verdade intensifica as diferenças e impede a aproximação entre as culturas. O autor também menciona que a literatura e a arte ocidentais frequentemente reforçam essa visão distorcida, citando exemplos como a "Divina Comédia" de Dante, onde o profeta Maomé é retratado de forma negativa. Essa construção do Oriente como "outro" é uma forma de controle e subjugação, que se perpetua ao longo do tempo. No segundo capítulo, "Estruturas e estruturas orientalistas", Said explora a evolução do orientalismo e as principais obras que moldaram essa visão. Ele argumenta que, embora o orientalismo moderno tenha raízes no século XVIII, ele se desenvolveu em um contexto de expansão colonial e confronto histórico. O autor critica a abordagem dos orientalistas, que muitas vezes se viam como heróis desbravadores, mas que na verdade não permitiam que o Oriente "falasse por si". Ele menciona figuras como Silvestre de Sacy e Ernest Renan, que, apesar de suas contribuições, também perpetuaram visões distorcidas e reducionistas sobre as culturas orientais. No terceiro capítulo, "O orientalismo hoje", Said reflete sobre a continuidade do orientalismo na era contemporânea. Ele argumenta que, apesar das mudanças políticas e sociais, a visão ocidental do Oriente ainda é marcada por preconceitos e estereótipos. O autor observa que a influência do orientalismo se estendeu até mesmo ao Oriente, onde análises de segunda categoria sobre a cultura árabe e o Islã são produzidas por árabes. Said conclui que, para superar os preconceitos do passado, é necessário um esforço consciente para descolonizar o conhecimento e promover uma compreensão mais justa e equitativa das culturas orientais. Ele enfatiza a importância de um "desaprendizado", ou seja, a necessidade de desconstruir as ideias preconcebidas sobre o Oriente e buscar uma nova forma de conhecimento que respeite a diversidade cultural. Destaques Orientalismo como construção ideológica : A obra de Said analisa como o conceito de Oriente foi moldado por discursos de superioridade ocidental, refletindo relações de poder e dominação. Crítica à divisão Oriente/ Ocidente : Said argumenta que essa divisão intensifica as diferenças e impede a aproximação entre culturas, perpetuando estereótipos e preconceitos. Evolução do orientalismo : O autor explora a evolução do orientalismo ao longo do tempo, destacando figuras importantes e suas contribuições, mas também suas limitações. Continuidade do orientalismo na contemporaneidade : Said reflete sobre como a visão ocidental do Oriente ainda é marcada por preconceitos, mesmo em análises produzidas por orientais. Necessidade de descolonização do conhecimento : O autor defende um "desaprendizado" e a busca por uma compreensão mais justa e equitativa das culturas orientais, superando preconceitos históricos.

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