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Fernando de Melo Lopes UNIUBE 2011 Caderno de Aula CÁLCULO III Aula 1 Conteúdo Programático 1. FUNÇÕES DE DUAS OU MAIS VARIÁVEIS 1.1. Notação e terminologia 1.2. Gráficos de funções de duas variáveis 1.3. Domínio de funções de duas variáveis 1.4. Curvas de nível 2. LIMITES DE FUNÇÕES COM DUAS VARIÁVEIS 3. DERIVADAS PARCIAIS 3.1. Derivadas parciais de funções de duas variáveis 3.2. Notação de derivadas parcial 3.3. Derivadas parciais vistas como taxas de variação e inclinações 3.4. Derivadas parciais de ordens superiores 3.5. Derivadas parciais de funções com mais de duas variáveis 4. DERIVADAS DIRECIONAIS E GRADIENTE DE FUNÇÕES DE DUAS VARIÁVEIS 4.1. Derivadas direcionais – definição e cálculo 4.2. Forma vetorial – o gradiente 4.3. Propriedades do gradiente 4.4. Aplicações 5. MÁXIMOS E MÍNIMOS DE FUNÇÕES DE DUAS VARIÁVEIS 5.1. Extremos 5.2. O teorema do valor extremo 5.3. Determinando o extremo relativo 5.4. Teste da derivada segunda 5.5. Determinando extremos absolutos em conjuntos fechados e limitados 6. MULTIPLICADORES DE LAGRANGE 6.1. Problemas de extremos com restrições 6.2. Multiplicadores de Lagrange 6.3. Três variáveis e uma restrição 7. INTEGRAL MÚLTIPLA 7.1. Volumes como integrais iteradas; 7.2. Integrais duplas e integrais iteradas; 7.3. Aplicações físicas das integrais duplas; 7.4. Integrais duplas em coordenadas polares; 7.5. Integrais triplas; 8. APLICAÇÕES NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE ENGENHARIA 8.1. Funções de duas ou mais variáveis 8.2. Derivadas parciais 8.3. Derivadas direcionais e gradientes de funções de duas variáveis 8.4. Máximos e mínimos de funções de duas variáveis 8.5. Multiplicadores de Lagrange 8.6. Integral múltipla 3 Bibliografia Os livros abaixo citados serão usados em nosso curso e deverão ser consultados sempre que necessário. Neles você encontrará exercícios complementares e um conteúdo mais detalhado. ANTON, H., “Cálculo, Volume II”, 8ª edição, volume 2, Bookman, 2007. THOMAS, G., B., “Cálculo”, 10ª edição, volume 2, Addison Wesley by Pearson Education do Brasil, 2003 STEWART, JEMES, “Cálculo”, 5ª edição, volume 2, Pioneira Thomson Learning, 2006 Avaliações Avaliação cumulativa: 100 pontos Primeiro momento de avaliação: 50 pontos Prova 01: 17 pontos Lista de exercícios 01: 4 pontos Prova 02: 18 pontos Lista de exercícios 02: 4 pontos Oficinas Integradas: 7 pontos Segundo momento de avaliação: 50 pontos Prova 03: 17 pontos Lista de exercícios 03: 4 pontos Prova 04: 17 pontos Lista de exercícios 04: 4 pontos Oficinas Integradas: 8 pontos O aluno deve atingir 70 pontos para passar. Como medida de recuperação de nota a prova de segunda chamada poderá ser feita por aqueles alunos que não atingiram 70 pontos para substituição de umas das avaliações feitas durante o semestre. Caso o aluno não atinja 70 pontos necessários para passar será aplicada uma avaliação suplementar que será feita na última semana de férias do aluno. Esta prova conterá toda a matéria do semestre com questões fechadas, sem consulta, no valor de 100 pontos. Lembramos que esta prova não será aplicada pelo professor da matéria em questão e a correção será feita de forma automatizada. Neste momento a média necessária para aprovação será 6 e seguirá a seguinte fórmula: 4 ac – Avaliação cumulativa as – Avaliação suplementar Para aqueles alunos que não fazem oficinas, a nota será calculada através de uma média simples conforme estipulado pela Universidade, sendo: Caso o aluno perca alguma avaliação semestral este terá o prazo máximo de 02 (dois) dias úteis, após a avaliação, para protocolar pedido no setor de Multiatendimento. O requerimento deve conter a data da prova, nome da disciplina, motivo da falta e anexo documento comprobatório que justifique sua ausência no momento da aplicação da avaliação. A prova de segunda chamada só e somente só será aplicada caso o seu pedido seja deferido, ao final do semestre, contendo a toda a matéria do semestre. 5 Sumário Conteúdo Programático .......................................................................................................... 2 Bibliografia ............................................................................................................................... 3 Avaliações ................................................................................................................................. 3 Exercícios de revisão de derivadas e integrais ................................................................ 8 Funções de Duas ou Mais Variáveis ..................................................................................... 9 Notação e terminologia ...................................................................................................... 9 Domínio .................................................................................................................................. 9 Exercícios ........................................................................................................................... 13 Gráficos de funções de duas variáveis ......................................................................... 14 Gráfico de superfície ................................................................................................... 14 Gráfico de curva de nível ............................................................................................. 15 Exercícios ........................................................................................................................... 19 Limites e Continuidade ......................................................................................................... 21 Limite de uma função de duas variáveis ....................................................................... 21 Propriedades dos limites ................................................................................................. 21 Exercícios ........................................................................................................................... 22 Derivadas Parciais ................................................................................................................. 24 Derivadas parciais de uma função de duas variáveis ................................................. 24 Notação de derivada parcial ........................................................................................... 26 Cálculo de derivadas parciais .......................................................................................... 27 Derivada parcial vistas como taxa de variação ........................................................... 28 Exercícios ........................................................................................................................... 29 Derivadas parciais de funções com mais de duas variáveis ...................................... 31 Derivadas parciais de ordens superiores ..................................................................... 31 Igualdade de mistas ......................................................................................................... 33 Exercícios ........................................................................................................................... 34 Derivadas direcionais e gradientes de funções com duas variáveis........................... 35 Derivadas direcionais ....................................................................................................... 35 Cálculo de derivadas direcionais .................................................................................... 37 Gradiente ............................................................................................................................ 41 Propriedades do gradiente .......................................................................................... 43 6 Os gradientes são normais à curva de nível ............................................................. 45 Exercícios: .......................................................................................................................... 46 Máximos e Mínimos de funções de duas variáveis .......................................................... 48 Extremos............................................................................................................................. 48 Conjuntos limitados ........................................................................................................... 49 Teorema do valor extremo .............................................................................................. 50 Encontrando extremos relativos .................................................................................... 50 Teste da derivada segunda ............................................................................................. 51 Exercícios: .......................................................................................................................... 52 Encontrando extremos absolutos em conjuntos fechados e limitados .................. 53 Exercícios: .......................................................................................................................... 56 Multiplicadores de Lagrange ............................................................................................... 58 Introdução .......................................................................................................................... 58 Método dos Multiplicadores de Lagrange .................................................................... 58 Duas restrições ................................................................................................................. 63 Exercícios: .......................................................................................................................... 63 Integrais Múltiplas ............................................................................................................... 64 Volume ................................................................................................................................. 64 Definição ......................................................................................................................... 66 Propriedades das Integrais Duplas ............................................................................... 67 Integrais Iteradas ............................................................................................................ 67 Teorema de Fubini para o Cálculo de Integrais Duplas ......................................... 67 Teorema .......................................................................................................................... 68 Exercícios: .......................................................................................................................... 68 Integrais Duplas Sobre Regiões Não Retangulares ................................................... 69 Teorema .......................................................................................................................... 69 Procedimentos para encontrar limites de integração ............................................ 71 Exercícios: .......................................................................................................................... 72 Integrais duplas em coordenadas polares .................................................................... 74 Regiões polares .............................................................................................................. 74 Cálculo de integrais duplas polares ............................................................................ 74 7 Teorema: ......................................................................................................................... 75 Exercícios: .......................................................................................................................... 77 Anexo 1 .................................................................................................................................... 79 Tabelada de derivadas e integrais ................................................................................. 79 Anexo 2 ................................................................................................................................... 81 Trabalho 1 ........................................................................................................................... 81 Trabalho 2 .......................................................................................................................... 83 Trabalho 3 .......................................................................................................................... 85 Trabalho 4 .......................................................................................................................... 88 Anexo 3 ................................................................................................................................... 91 Respostas da página 8 ...................................................................................................... 91 Respostas da página 13 .................................................................................................... 91 Respostas da página 19 .................................................................................................... 92 Respostas da página 22 .................................................................................................... 97 Respostas da página 29 .................................................................................................... 97 Respostas da página 34 .................................................................................................... 98 Respostas da página 46 .................................................................................................... 99 Respostas da página 52 .................................................................................................. 100 Respostas da página 56 ................................................................................................... 101 Respostas da página 63 .................................................................................................. 102 Respostas da página 68 .................................................................................................. 102 Respostas da página 72 .................................................................................................. 102 Respostas da página 77 .................................................................................................. 102 Respostas do trabalho 01 .............................................................................................. 102 Respostas do trabalho 02 .............................................................................................. 105 Respostas do trabalho 03 ..............................................................................................106 Respostas do trabalho 04 .............................................................................................. 108 8 Aula 1 Exercícios de revisão de derivadas e integrais 1) Dada as funções, calcule a derivada: a) b) c) d) e) f) g) h) i) j) 2) Dada as funções, calcule a integral definida: a) b) c) d) e) f) g) h) Aula 2 Aula de resolução dos exercícios da página 8 Aula 3 Aula de correção dos exercícios da página 8 9 Aula 4 Funções de Duas ou Mais Variáveis Notação e terminologia Nos estudos de cálculo feitos até hoje, trabalhamos sempre com funções de apenas uma variável real. Agora iremos rever tudo o que foi visto com funções com mais de uma variável. Este tipo de função aparece com mais freqüência na ciência que funções com uma única variável e seu cálculo é ainda mais extenso. Suas derivadas são mais variadas e mais interessantes por causa das diferentes maneiras como as variáveis podem interagir e suas integrais levam a uma variedade maior de aplicações. Os estudos de probabilidade, estatística, dinâmica dos fluidos e eletricidade, por exemplo, conduzem de uma maneira natural a funções de mais de uma variável. Há muitas fórmulas familiares que envolvem mais de uma variável, como por exemplo, a área A de um triângulo depende do comprimento da base b e da altura h pela fórmula , a temperatura T de um ponto na superfície da Terra depende de sua latitude x e longitude y, representada por . Definição Uma função f de duas variáveis é uma regra que associa um único número real a cada ponto de algum conjunto D no plano xy. A terminologia e a notação para funções de duas ou mais variáveis são análogas àquelas para funções de uma variável. Domínio O domínio D é o conjunto de todos os pares ordenados (x,y) possíveis para a função que leva a resultados reais. Assim como acontece com o domínio de funções com uma variável, o domínio de funções com duas variáveis pode ser representado duas formas: Matematicamente através de uma expressão matemática ou graficamente através de um desenho. 10 Vamos agora lembrar o domínio de funções com uma variável: Exemplo: 1) Determine o domínio da função abaixo e represente graficamente. Lembre-se de que não existe uma resposta real de raiz de um número negativo, portanto o valor de “x” não poderá ser negativo, o que significa que: Desta forma, o domínio desta função será: O que quer dizer que “x” pode assumir qualquer valor que seja maior ou igual a zero. Agora podemos fazer uma representação gráfica deste domínio através da reta real. Figura 1: Representação do domínio de uma função de uma variável Da mesma forma podemos trabalhar com funções com duas variáveis com a diferença que agora o conjunto domínio é formado por pares de pontos e a representação gráfica é feita no plano real . 2) Determine o domínio da função abaixo e esboce o gráfico do domínio: Para que tenhamos valores de reais, não é permitido que tenhamos no denominador da função um valor igual a zero e nem um número negativo dentro da raiz, portanto: Assim o domínio pode ser escrito: 11 Para fazer a representação gráfica seguimos 2 passos: Passo 1 – Desenhar o gráfico utilizando a condição de domínio substituindo o sinal existente por igual. Passo 2 – Analisar a região do gráfico que representará o conjunto domínio. Se a condição é , vamos trocar o sinal de por e desenhar o gráfico: Figura 2: Desenho do domínio antes da análise Agora vamos analisar o gráfico e hachurar todos os pontos que pertencem ao conjunto domínio. Para fazer a análise vamos seguir uma regrinha prática: Vamos analisar o sinal da condição. Se for maior devemos hachurar tudo que está acima da linha do gráfico, se for igual vamos hachurar tudo que está sobre a linha do gráfico e se for menor devemos hachurar tudo que está abaixo da linha do gráfico. Assim, como o sinal é ( ), devemos hachurar tudo que está acima e sobre a linha do gráfico e teremos: Figura 3: Representação do domínio da função Concluímos que todos os pontos que estão na região hachurada pertencem ao domínio da função. 12 OBS.: Estamos trabalhando com a representação gráfica do domínio, portanto este não é o gráfico da função e sim o gráfico do domínio da função. 3) Determine o domínio da função abaixo e esboce o gráfico do domínio: Neste caso a função é composta por dois termos e teremos problema de domínio nos dois termos. Devemos analisar separadamente cada termo sendo o conjunto domínio composto por todos os pontos que satisfazem as duas condições simultaneamente. Tudo que está dentro da raiz não pode ser negativo, portanto: Não podemos ter zero no denominador da função, portanto: O domínio será: Agora vamos desenhar o gráfico: Desenhando as duas condições considerando e , teremos: Figura 4: Desenho do domínio antes da análise Fazendo a análise, teremos: 2 0 2 2 0 2 x 1 x 13 Figura 5: Representação do domínio da função 4) Determine o domínio da função abaixo e esboce o gráfico do domínio: Neste exemplo novamente teremos duas condições a satisfazer: Nestas condições o domínio será: E a representação gráfica será: Figura 6: Representação do domínio da função Aula 5 Exercícios 1) Dada as funções, encontre o domínio e represente graficamente: a) 14 b) c) d) e) Aula 6 Aula de resolução dos exercícios da página 13 Aula 7 Gráficos de funções de duas variáveis Existem duas maneiras principais de se representar uma função de duas variáveis em um plano cartesiano. A primeira e representar através de uma superfície, sendo esta muito difícil de desenhar sem a ajuda de um computador; a outra é o gráfico de curva de nível, sendo que em alguns casos é possível fazer o desenho à mão. Gráfico de superfície Sendo , a superfície é criada obtendo-se uma malha de pontos contendo todos os valores (x,y) do domínio da função juntamente com os correspondentes valores de z. Exemplo: Figura 7: Exemplos de superfícies z 15 Gráfico de curva de nível O gráfico de curva de nível cria um fatiamento da superfície, fixando certos valores de z juntamente com todos os valores (x,y) que levam a este determinado valor de z. Figura 8: Fatiamentoda superfície para a formação do gráfico de curvas de nível Estamos todos familiarizados com mapas topográficos nos quais uma paisagem tridimensional, tal como a extensão de uma montanha está representado por linhas de contorno bidimensionais ou curvas de elevação constante. Ao longo das linhas, a função assume um mesmo valor constante para a altura. Se a superfície for cortada pelo plano horizontal , então todos os pontos da interseção têm . A projeção desta interseção sobre o plano xy é denominada de curva de nível de altura k ou curva de nível com constante k. Um conjunto de curvas de nível para é chamado de um esboço de contornos ou mapa de contornos de . Exemplo: Superfície Mapa de contorno 16 Superfície Mapa de contorno Superfície Mapa de contorno Figura 9: Exemplos de superfícies e seus respectivos mapas de contornos Para desenhar o gráfico de curvas de nível de uma função de duas variáveis é preciso fixar valores de z e encontrar todos os valores de x e y que levam a este resultado. Exemplo: 1) Encontre o mapa de contornos para os níveis , e para a função: Primeiro temos que encontrar a equação de curva de nível para cada nível desejado. Para isso, basta igualar a função ao valor do nível desejado. Desta forma teremos: Para Para Para Estas são as equações de curva de nível para os três níveis. Observe que agora teremos uma função de apenas uma variável independente, o que facilita o desenho que será feito em duas dimensões. Portanto vamos desenhar o gráfico das 17 três funções em um único sistema cartesiano. Observe que estas são equações de circunferência, o que facilita o desenho do gráfico. Desta forma, teremos: Figura 10: Mapa de contornos 2) Encontre o mapa de contornos para valores de z iguais a , e considerando a função . Vamos encontrar as equações de curva de nível de cada nível igualando a função ao respectivo z: Para Para Para Feito isso basta desenhar as três equações em um sistema de coordenadas. Estas são equações cujo desenho será uma elipse, desta forma: Para Para desenhar a elipse basta descobrir onde ela corta o eixo x e y. Para isso fazemos e como segue: Agora basta desenhar uma elipse que passa por estes valores em x e y: Figura 11: Curva de nível para z = 1 18 Desenhando as outras equações todas juntas, teremos: Figura 12: Mapa de contornos de 3) Desenhe o mapa de contornos para os níveis , e sendo a função . Fazendo a função igual ao respectivo nível z, teremos: Para Para Para Desenhando todas as funções em um mesmo gráfico teremos: Figura 13: Mapa de contornos de 19 Aula 8 Exercícios 1) Represente no plano xy as curvas de nível z = 0, z = 1 e z = 4 das funções indicadas: a) b) 2) Represente no plano xy as curvas de nível z = -1, z = 1 e z = 3 das funções: a) b) c) 3) Represente no plano xy as curvas de nível z = 0, z = 9 e z = -9 das funções: a) b) c) 4) A temperatura no ponto de uma chapa é dada por . Determine a equação da isoterma que passa pelo ponto (1,3) e a represente no plano xy. 5) A temperatura do ponto (x,y) de uma chapa de aço é dada por . a) Determine o domínio de T(x,y) e a temperatura do ponto (2,4). b) Determine a equação da isoterma que contém o ponto (3,4) e a represente no plano xy. 6) O potencial elétrico de uma região do plano xy é dado por . a) Qual o lugar geométrico cujo potencial é 30 V? b) Determine a curva equipotencial que passa pelo ponto (1,1). 7) O potencial elétrico do ponto (x,y) é dado por (V em volts). Determine e represente no plano xy as curvas equipotenciais para 2V e 4V. 8) Associe cada curva de nível a sua respectiva superfície: 20 1 a 2 b 3 c 4 d 5 e 21 6 f Aula 9 Aula de resolução dos exercícios da página 19 Aula 10 Limites e Continuidade A definição do limite de uma função de duas ou três variáveis é similar à definição do limite de uma função de uma variável. Para resolvê-los procedemos da mesma forma já estudada anteriormente, com a diferença que agora temos mais variáveis envolvidas. Limite de uma função de duas variáveis Se os valores de uma função real estão próximos de um número real L para todos os pontos suficientemente próximos do ponto , mas não iguais a , dizemos que L é o limite de f quando se aproxima de . Dizemos: O limite de f quando tende a é igual e L. Isso é parecido com o limite de uma função com uma variável, com a diferença de que há duas variáveis independentes envolvidas, em vez de uma, o que complica a questão de proximidade. Se é um ponto interior do domínio de , pode se aproximas de a partir de qualquer direção, enquanto no caso de uma variável só se aproxima de ao longo do eixo x. Propriedades dos limites Sendo L,M e k números reais e 22 1. Regra da soma: 2. Regra da diferença: 3. Regra do produto: 4. Regra da multiplicação por constante: 5. Regra do quociente: 6. Regra da potência: Se m e n forem inteiros, então Exemplo 1) 2) 3) Aula 11 Exercícios 1) Encontre os limites abaixo: a) xy xxy yx 2 2,2,lim b) yx yxyx yx 32 9124 lim 22 2,3, c) xy yxyxyx yx 22 1,1, 3232 lim d) 2 4lim 2 2 1,2, x y yxy x yx e) yx yx yx 2 4 lim 22 4,2, f) yx yx yx 2 8 lim 33 2,1, g) yx xyxxyyx yx 222 2,2,lim 23 h) yxy yxyxy yx 2 4)(4 lim 2223, 2 1 , i) xyx yxxy yx 322 1,5, )( lim Aula 12 Aula de resolução dos exercícios da página 22 Aula 13 Aula de resolução do trabalho 01 em anexo. Aula 14 Aula de resolução do trabalho 01 em anexo. Aula 15 Revisão para prova. Aula 16 Prova 01 Aula 17 Prova 01 24 Aula 18 Derivadas Parciais Quando fixamos todas as variáveis independentes de uma função, exceto uma, e derivamos em relação a essa variável, obtemos uma derivada parcial. Desta forma podemos derivar funções com qualquer quantidade de variáveis Derivadas parciais de uma função de duas variáveis Quando derivamos a função em um ponto estamos encontrando a inclinação da reta tangente a este ponto . Esta é a definição geométrica das derivadas. Figura 14: Definição geométrica da derivada - Inclinação da reta tangente Da mesma forma, a representação geométrica da derivada direcional também será uma inclinação de uma reta tangente a um determinado ponto. Porém agora, por se tratar de uma superfície, temos a reta tangente em duas direções: Em direção ao eixo x positivo ou em direção ao eixo y positivo. Portanto, se derivamos a função em relação a no ponto estamos encontrando a inclinação de uma reta tangente ao ponto na direção do eixo positivo e se derivamos a função em relação a no ponto estamos encontrando a inclinação de uma reta tangente ao ponto na direção do eixo positivo. Se for um ponto no domínio da função , o plano vertical cortará a superfície na curva . 25 Figura 15: Superfície cortada pelo plano vertical Essa curva é o gráfico da função no plano . A coordenada horizontal nesse plano é x e a coordenada vertical é z. Figura 16: Função com a reta tangente ao ponto A derivada da função é a inclinação da reta tangente ao ponto sobre a curva . Definição A derivada parcial de em relação a x no ponto ( é Desde que o limite exista O símbolo (chamado Del), similar à letra graga minúscula usada na definição do limite, é apenas outro tipo de d, que diferencia as derivadas parciais de derivadas simples. A definição de derivada parcial de em relação a y no ponto é similar à definição da derivada parcial de em relação a x. Mantemos x fixo no valor e tomamos a derivada de em relação a y em . 26 Figura 17: Superfície cortada pelo plano vertical e função com a reta tangente ao ponto O coeficiente angular da curva no ponto no plano vertical é a derivada parcial de f em relação a y em . Definição A derivada parcial de em relação a y no ponto ( é Desde que o limite exista Notação de derivada parcial A notação para uma derivada parcial depende do que queremos enfatizar: ou “Derivada parcial de f em relação a x em ” ou “ em ”. Conveniente para enfatizar o ponto . “Derivada parcial de z em relação a x em ”. Comum em ciências e engenharia quando se lida com as variáveis e não se menciona uma função explicitamente. “Derivada parcial de f (ou z) em relação a x”. Conveniente quando se considera a derivada parcial como uma função. 27 A derivada parcial em relação a y é denotada da mesma maneira que a derivada parcial em relação a x: Cálculo de derivadas parciais As definições de e fornecem duas maneiras de derivar em um ponto: é a derivada de em relação a , tratando como uma constante e é a derivada de em relação a , tratando como constante. Observe que a variável que é mostrada na notação sempre será a variável, o restante das variáveis serão tratadas como constante. Exemplo: Encontre os valores de e no ponto (4,-5) se Solução: Para encontrar , tratamos como uma constante e derivamos em relação a : Para encontrar , tratamos como uma constante e derivamos em relação a : Exemplo: Encontre e se 28 Solução: Tratando como uma constante e derivando em relação a , teremos: Tratando como uma constante e derivando em relação a , teremos: Aula 19 Derivada parcial vistas como taxa de variação Como já sabemos, uma derivada pode ser entendida como uma taxa de variação. Assim (derivada de em relação a ) é a taxa de variação de em relação a . De maneira análoga, as derivadas parciais podem ser entendidas como taxas de variação. Sendo assim, é a taxa de variação de em relação a . Indica o comportamento da variação da função quando está variando e é mantido constante e é a taxa de variação de em relação a , ou seja, como está variando quando alteramos mantendo cosntante. Exemplo: A sensação térmica em um dado local é função da temperatura T e da velocidade do vento v e é dado pela fórmula: No momento em que a temperatura é 25°F e a velocidade do vento é de 10 milhas/h, se a velocidade do vento aumentar em uma unidade, qual será o comportamento da sensação térmica? Solução: Se quisermos saber como a sensação térmica está se alterando em função da velocidade do vento, devemos calcular a derivada parcial de w em relação a v, mantendo T fixo. Sendo assim, teremos: Substituindo T = 25 e v = 10 teremos: 29 Concluímos que, se a temperatura (25°F) se mantiver constante e a velocidade do vento se alterar a partir de uma velocidade inicial (10 milhas/h), então a razão da variação do índice de sensação térmica pela variação da velocidade do vento deveria ser de aproximadamente . O sinal negativo significa que se o vento aumentar em uma unidade, o índice de sensação térmica diminuirá, ou seja, é inversamente proporcional. Exercícios 1) Seja . a) Determine a inclinação da reta tangente ao ponto na direção do eixo . b) Determine a inclinação da reta tangente ao ponto na direção do eixo . 2) Seja . a) Determine a inclinação da reta que tangencia o ponto na superfície na direção do eixo . b) Determine a inclinação da reta que tangencia o ponto na superfície na direção do eixo . 3) Seja . a) Determine a taxa de variaçãode em relação a no momento em que temos com fixado. b) Determine a taxa de variação de em relação a no momento em que temos com fixado. 4) Determine e . a) b) c) d) e) f) 5) Determine e . a) b) c) 30 d) 6) Calcule as derivadas parciais indicadas. a) b) c) d) 7) O volume de um cilindro circular reto é dado pela fórmula onde r é o raio e h é a altura. a) Determine a fórmula para a taxa de variação instantânea de V em relação a r se r variar e h permanecer constante. b) Determine uma fórmula para taxa de variação instantânea de V em relação a h se h variar e r permanecer constante. c) Suponha que h tenha um valor constante de 5 cm, mas que r varie. Determine a taxa de variação de V em relação a r com um r inicial de 2 cm. d) Suponha que r tenha m valor constante de 6 cm, mas que h varie. Determine a taxa de variação instantânea de V em relação a h no ponto onde h = 10 cm. 8) De acordo com a lei dos gases ideais, a pressão, a temperatura e o volume de um gás estão relacionados por , onde k é uma constante de proporcionalidade. Suponha que V seja medido em polegadas cúbicas (pol3), T seja medido em Kelvins (K), e que para um certo gás a constante de proporcionalidade seja k = 10 pol.lb/K. a) Determine a taxa de variação instantânea pressão em relação à temperatura se a temperatura for 80 K e o volume permanecer constante em 50 pol3. b) Determine a taxa de variação da pressão em relação ao volume se o volume for 50 pol3 e a temperatura permanecer constante em 80 K. 9) A temperatura em um ponto sobre uma placa de metal no plano xy é °C. Suponha que a distância seja medida em centímetros (cm). Determine a taxa na qual a temperatura varia com a distância se iniciarmos no ponto (1,2) e movemos: a) Para a direita e paralelamente ao eixo x. b) Para cima e paralelamente ao eixo y. 31 Aula 20 Aula de resolução dos exercícios da página 22 Aula 21 Derivadas parciais de funções com mais de duas variáveis Para uma função f(x,y,z) de três variáveis, há três derivadas parciais: A derivada parcial é calculada mantendo y e z constantes e derivando em relação a x. Para as variáveis x e z mantêm-se cosntantes, e para as variáveis x e y são mantidas constantes. Se uma variável dependente de for usada, então as três derivadas parciais de f podem ser denotadas por: Exemplo: Se , então: Em geral, se for uma função de n variáveis, há n derivadas parciais de , cada uma das quais foi obtida fixando variáveis e derivando a função em relaçãoà variável não fixada. Estas derivadas parciais são denotadas: Derivadas parciais de ordens superiores Suponha que f seja uma função de duas variáveis x e y. Como as derivadas parciais e também são funções de x e y, essas funções podem elas 32 mesmas ter derivadas parciais. Isso origina quatro possíveis derivadas de segunda ordem de f, que são definidas por: Derivando duas vezes em relação a x Derivando duas vezes em relação a y Derivando primeiro em relação a x e, então, em relação a y Derivando primeiro em relação a y e, então, em relação a x Os dois últimos casos são denominados derivadas parciais de segunda ordem mistas. Observe que as duas notações para parciais de segunda ordem mistas têm convenção oposta quanto a ordem de diferenciação. Na notação , as derivadas são feitas da direita para esquerda e, na notação subscrito, elas são tomadas da esquerda para direita. As derivadas parciais de terceira ordem, de quarta ordem e de ordens superiores podem ser obtidas derivando sucessivamente. Exemplo: Determine as derivadas parciais de segunda ordem de . Solução: Temos E assim teremos: 33 Igualdade de mistas Poderíamos esperar que uma função tivesse quatro derivadas parciais de segunda ordem distintas: . Contudo, observe que as derivadas parciais de segunda ordem mistas do exemplo acima são iguais. O teorema a seguir, explica o motivo dessa igualdade: Teorema Seja uma função de duas variáveis. Se e forem contínuas em algum intervalo aberto, então neste intervalo Este fato pode facilitar bastante em alguns casos, podendo ser usado em nosso favor. Exemplo: Encontre a derivada de segunda ordem mista sendo Solução: Calculando , teríamos: Como , podemos fazer Chegando ao mesmo resultado, porem de maneira mais fácil e prática. 34 Aula 22 Exercícios 1) Confirme que as derivadas parciais de segunda ordem mistas de f são iguais fazendo e . a. b. c. d. e. f. g. h. 2) Determine as derivadas parciais de segunda ordem: a. b. c. d. e. Aula 23 Aula de resolução dos exercícios da página 34 Aula 24 Aula de resolução do trabalho 02 em anexo. Aula 25 Aula de resolução do trabalho 02 em anexo. Aula 26 Revisão para prova. 35 Aula 27 Prova 02 Aula 28 Prova 02 Aula 29 Derivadas direcionais e gradientes de funções com duas variáveis Derivadas direcionais Vimos que a derivada parcial de uma função calcula a taxa de variação instantânea dessa função em relação a apenas uma variável, mantendo o restante constante. As derivadas direcionais nos permitem calcular taxas de variação de uma função em relação a todas as variáveis ao mesmo tempo, ou seja, podemos saber o comportamento da função se variarmos todas as variáveis ao mesmo tempo. Em outras palavras, com as derivadas parciais poderíamos encontrar a inclinaçãode uma reta tangente ao ponto apenas nas direções paralelas aos eixos. Agora poderemos calcular esta inclinação em qualquer direção. Exemplo: Imagine uma chapa de aço que é aquecida a partir de seu centro, sendo este aquecimento dado pela equação sendo T em °C e x e y em cm. Uma formiga está sobre esta chapa no ponto . Calcule: a) Se a formiga decidir caminhar na direção positiva de , qual será a taxa de variação da temperatura em relação à distância. A temperatura estará aumentando ou diminuindo? b) Se a formiga decidir caminhar na direção positiva de , qual será a taxa de variação da temperatura em relação à distância. A temperatura estará aumentando ou diminuindo? 36 c) Se a formiga decidir caminhar em uma direção dada pelo vetor , qual será a taxa de variação da temperatura em relação à distância. A temperatura estará aumentando ou diminuindo? Solução: Para responder a e b, já sabemos que a derivada parcial de uma função em relação a nos dá a taxa de variação da função na direção de e a taxa de variação da função na direção de é dada pela derivada parcial da função em relação a . Com isso: a) Figura 18: Variação da temperatura em relação a x ou seja, a temperatura irá diminuir a uma taxa de b) Figura 19: Variação da temperatura em relação a y ou seja, a temperatura irá diminuir a uma taxa de Para responder a letra c, primeiro precisamos aprender como derivar a função em uma direção que seja outra qualquer diferente das direções de e . A este tipo de derivada damos o nome de derivada direcional. 37 Cálculo de derivadas direcionais Suponha que queiramos calcular a taxa de variação instantânea de uma função em relação à distância num certo ponto em alguma direção. Como há uma infinidade de direções nas quais um ponto pode se mover no plano , precisamos de algum método para descrever uma direção específica começando em . Uma maneira de fazer isso é usar um vetor unitário que tenha ponto inicial em e aponte na direção desejada. Este vetor determina uma reta no plano que pode ser expressa parametricamente como: onde é o parâmetro comprimento de arco que tem seu ponto de referência em e tem valores positivos na direção e sentido de . A variável é uma função do parâmetro na reta . Então o valor da derivada em dá a taxa de variação instantânea de em relação à distância de na direção e sentido de u. Definição Se for uma função de x e y e se for um vetor unitário, então a derivada direcional de f na direção e sentido de em é denotada por e definida por: Geometricamente, pode ser interpretada como a inclinação da superfície na direção de no ponto . Em geral, o valor de dependerá tanto do ponto quanto da direção e sentido do vetor . Assim, num ponto fixado da superfície, a inclinação dessa superfície varia com a direção e o sentido. Analiticamente, a derivada direcional representa a taxa 38 de variação instantânea de em relação à distância na direção e sentido de no ponto Exemplo: 1) Calcule a derivada direcional de em na direção de no ponto sendo a função e a direção . Solução: Primeiramente temos que calcular as paramétricas a partir da direção. Lembrando que a direção deve ser representada por um vetor unitário. Desta forma, teremos: Agora vamos calcular a função do parâmetro na reta . Para isso, vamos substituir as paramétricas na função que queremos derivar: Aplicando a distributiva, teremos: Para termos basta derivar a função do parâmetro em relação a s com , ou seja: 39 2) Calcule a derivada da função no ponto na direção do vetor . Solução: Observe que o vetor direção agora não é unitário. Portanto, vamos primeiro calcular o versor de : Agora que temos o vetor unitário, vamos calcular as paramétricas: Assim, teremos a função: Derivando em relação a s, teremos: A derivada direcional será: 40 As derivadas direcionais de uma função que é diferenciável em um ponto, existem em qualquer direção e sentido neste ponto e podem ser calculadas diretamente em termos das derivadas parciais de primeira ordem da função. Teorema a) Se for diferenciável em e se for um vetor unitário, então a derivada direcional de existe e é dada por: b) Se for diferenciável em e se for um vetor unitário, então a derivada direcional de existe e é dada por: Exemplo: 1) Dada a função , encontre , onde Solução: Através da equação temos: Portanto: Exemplo: 2) Obtenha a derivada direcional de no ponto (1, -2, 0) na direção e sentido do vetor . Solução: As derivadas direcionais de f são: 41 Como a não é um vetor unitário, normalizamos a e encontramos: Então, obtemos: Aula 30 Gradiente O gradiente é um vetor muito importante relacionado com derivadas direcionais, cálculo de máximos e mínimos, entre outras aplicações. Veremos que ele tem algumas propriedades muito importantes e úteis. Definição:a) Se f for uma função de x e y, então o gradiente de f é definido por: b) Se f for uma função de x, y e z, então o gradiente de f é definido por: O símbolo é um delta invertido. (Esse símbolo costuma ser lido como Del ou nabla) A derivada direcional de na direção em é o produto escalar de com o gradiente de em . Teorema: Se for diferenciável em , então: O produto escalar do gradiente de f em P0 e u 42 Neste caso, a derivada direcional é dada em termos de um produto escalar do vetor direção com um novo vetor construído a partir das derivadas parciais de . Com essa notação, o exemplo 2 ficaria na forma: Exemplo: 2) Obtenha a derivada direcional de no ponto (1, -2, 0) na direção e sentido do vetor . Solução: O gradiente será: Como a não é um vetor unitário, normalizamos a e encontramos: Então, obtemos: Agora já temos condições de fazer a letra c daquele primeiro exemplo dado. Exemplo 1) Imagine uma chapa de aço que é aquecida a partir de seu centro, sendo este aquecimento dado pela equação sendo T em °C e x e y em cm. Uma formiga está sobre esta chapa no ponto . Calcule: a) Se a formiga decidir caminhar na direção positiva de , qual será a taxa de variação da temperatura em relação à distância. A temperatura estará aumentando ou diminuindo? b) Se a formiga decidir caminhar na direção positiva de , qual será a taxa de variação da temperatura em relação à distância. A temperatura estará aumentando ou diminuindo? c) Se a formiga decidir caminhar em uma direção dada pelo vetor , qual será a taxa de variação da temperatura em relação à distância. A temperatura estará aumentando ou diminuindo? Solução A letra a e b já foram feitas, vamos fazer agora a letra c 43 Na letra c a formiga deseja caminhar um uma direção dada pelo vetor . Vamos primeiro calcular o versor do vetor d, isto é, o vetor unitário da direção: Agora que temos a direção como um vetor unitário vamos calcular o gradiente da função: Agora resta apenas calcular a derivada direcional: Com isso, concluímos que se a formiga caminhar nesta direção a temperatura irá começar a diminuir a uma taxa de . Propriedades do gradiente O gradiente não é meramente um dispositivo notacional para simplificar a fórmula para a derivada direcional. Veremos que o comprimento e a direção do gradiente fornecem informação importante sobre a função f e a superfície . Se considerarmos a multiplicação escalar do gradiente pela direção em termos do cosseno, teremos: Onde o ângulo é o ângulo entre e . Podemos fazer as seguintes considerações: Se Esta equação tem valor máximo crescente de quando , ou seja, a direção de é a mesma de , e este valor é , visto que 44 . Geometricamente, isso significa que a superfície tem sua inclinação máxima em um ponto (x,y) na direção do gradiente. Analogamente, a equação tem valor máximo decrescente de quando , ou seja, a direção oposta a , e este valor é , visto que . Geometricamente, isso significa que a superfície tem sua inclinação decrescente máxima em um ponto (x,y) no sentido oposto ao gradiente. Finalmente, no caso das direções ortogonais ao gradiente, isto é, nas direções que formam um ângulo de com o gradiente, o valor de é zero, uma vez que e . Se A derivada direcional em qualquer direção será zero. Geometricamente, isso significa que este ponto é um ponto de máximo ou mínimo relativo ou um ponto de sela. Teorema Seja f uma função de duas ou três variáveis e denotemos por P o ponto ou , respectivamente. Suponha que f seja diferenciável em P. a) Se em P, então todas as derivadas direcionais em P são nulas. b) Se em P, então dentre todas as possíveis derivadas direcionais de f em P, a derivada em P na direção e sentido de tem o maior valor crescente. O valor dessa derivada direcional máxima crescente é . c) Se em P, então dentre todas as possíveis derivadas direcionais de f em P, a derivada em P na direção e sentido oposto de tem o maior valor decrescente. O valor dessa derivada direcional máxima decrescente é . Exemplo: Seja . Determine o valor máximo de uma derivada direcional em , e determine o vetor unitário na direção e sentido do qual o valor máximo ocorre. 45 Solução: Ima vez que: O gradiente de f em (-2,0) é: Pelo teorema, o valor máximo da derivada direcional é: Esse máximo ocorre na direção de . O vetor unitário desta direção é: Os gradientes são normais à curva de nível Vimos que o gradiente aponta na direção e sentido em que a função cresce mais rapidamente. Vejamos agora, como essa direção e sentido da taxa de crescimento máximo podem ser determinados a partir do mapa de contornos de uma função de duas variáveis. Já sabemos que cada curva de nível em um mapa de contornos nos dá um nível em que a função tem valor constante, ou seja, pensando em termos de taxa de variação, a variação de z é nula. Sabemos também que o gradiente aponta sempre na direção e sentido da maior derivada de crescimento, ou a maior taxa de variação crescente. Com isso, podemos concluir que o gradiente será sempre ortogonal à curva de nível. A prova deste conceito pode ser encontrada no livro texto. Podemos observar este fato melhor através de um exemplo: Exemplo: Considere , desenhe o mapa de contornos da função quando z = 1, z = 5 e z = 7. Encontre a direção de variação máxima de crescimento da função nos pontos (1,1), (2,3) e (-2,1) e desenhe no mapa de contornos. Solução: Encontrando as equações de curva de nível, teremos: Desenhando o mapa de contornos temos: 46 Para encontrar a direção de máximo crescimento faremos: Desenhando os vetores teremos: Aula 31 Exercícios: 1) Encontre em P. a. ; ; b. ; ; c.; ; d. ; ; e. ; ; 2) Encontre a derivada direcional de f em P na direção de a. a. ; ; 47 b. ; ; c. ; ; d. ; ; e. ; ; 3) Encontre o gradiente de f no ponto indicado. a. b. c. d. 4) Encontre um vetor unitário na direção do qual f cresce mais rapidamente em P e obtenha a taxa de variação de f em P nessa direção: a. b. c. d. e. 5) A temperatura em °C em um ponto (x,y) de uma placa de metal no plano xy é: a. Encontre a taxa de variação da temperatura em (1,1) na direção e sentido de . b. Uma formiga em (1,1) precisa andar na direção na qual a temperatura baixe mais rapidamente. Encontre um vetor unitário nessa direção. 6) Numa certa montanha, a elevação z acima de um ponto (x,y), num plano xy ao nível do mar, é de , onde x, y e z são dados em metros. O eixo x positivo aponta para o Leste e o eixo y positivo para o Norte. Um montanhista está no ponto (-20,5,1991). a. Se o montanhista utilizar uma bússola para caminhar em direção ao Oeste, ele estará começando a subir ou descer? b. Se o montanhista utilizar uma bússola para caminhar em direção ao Nordeste, ele estará subindo ou descendo? A que taxa? c. Em qual direção da bússola o montanhista deveria começar a caminhar para percorrer uma curva de nível, isto é, não subir nem descer (duas respostas)? 7) A temperatura em °C em um ponto (x,y,z) de um sólido metálico é: a. Encontre a taxa de variação da temperatura em relação à distância em (1,1,1) na direção da origem. 48 b. Encontre a direção na qual a temperatura eleva-se mais rapidamente no ponto (1,1,1). (Expresse a sua resposta como um vetor unitário.) c. Encontre a taxa na qual a temperatura eleva-se movendo-se de (1,1,1) na direção encontrada em b) . Aula 32 Máximos e Mínimos de funções de duas variáveis Extremos Se imaginarmos o gráfico de uma função f de duas variáveis como sendo uma cadeia de montanhas, então os cumes, que são os pontos altos de suas vizinhanças imediatas, são chamados de máximos relativos de f e as bases dos valores, que são os pontos baixos de suas vizinhanças imediatas, são chamados de mínimos relativos de f. Assim como um geólogo pode estar interessado em determinar a montanha mais alta e o vale mais profundo em toda uma cadeia de montanhas, também um matemático pode estar interessado em determinar o maior e o menor valor de f(x,y) sobre um domínio inteiro de f. Esses são chamados de valores máximos absolutos e mínimos absolutos de f. Definição: Diz-se que uma função de duas variáveis tem um máximo relativo em um ponto (x0,y0) se há um circulo centrado em (x0,y0), de modo que para todos os pontos (x,y) do domínio de f que estão dentro do círculo, e diz-se que f tem um máximo absoluto em (x0,y0) se para todos os pontos (x,y) do domínio de f. 49 Definição: Diz-se que uma função de duas variáveis tem um mínimo relativo em um ponto (x0,y0) se há um circulo centrado em (x0,y0), de modo que para todos os pontos (x,y) do domínio de f que estão dentro do círculo, e diz-se que f tem um mínimo absoluto em (x0,y0) se para todos os pontos (x,y) do domínio de f. Se f tiver um máximo ou mínimo relativo em (x0,y0), dizemos que f tem um extremo relativo em (x0,y0), e se f tiver um máximo ou mínimo absoluto em (x0,y0), dizemos que f tem um extremo absoluto em (x0,y0). A figura abaixo mostra o gráfico de uma função f cujo domínio é a região quadrada fechada no plano xy dos pontos que satisfazem as desigualdades . A função f tem mínimo relativo no ponto C e um máximo relativo em B. Há um mínimo absoluto em A e um máximo absoluto em D. Conjuntos limitados Assim como distinguimos entre intervalos finitos e infinitos da reta real, vamos querer distinguir entre regiões de “extensão finita” e regiões de “extensão infinita” no espaço bi ou tridimensional. Um conjunto no espaço bidimensional é denominado limitado se o conjunto inteiro couber dentro de algum retângulo, e é denominado ilimitado se não houver retângulo que contenha todos os pontos do conjunto. Analogamente, um conjunto de pontos no espaço tridimensional é limitado se o conjunto couber dentro de uma caixa e é ilimitado, caso contrário. Conjunto limitado no espaço bidimensional Conjunto ilimitado no espaço bidimensional Conjunto limitado no espaço tridimensional 50 Teorema do valor extremo Definição: (Teorema do valor extremo): Se for contínua em um conjunto fechado e limitado R, então f tem ambos máximo e mínimo absolutos em R Encontrando extremos relativos Lembre-se que se uma função g de uma variável tiver um extremo relativo em um ponto x0 onde g é diferenciável, então . Para obter o análogo deste resultado para funções de duas variáveis, suponha que tenha um máximo relativo em e que as derivadas parciais de f existam em . Parece plausível, geometricamente, que os traços da superfície sobre planos e tenham retas tangentes horizontais em , logo: A mesma conclusão é válida se f tiver um mínimo relativo em e isso tudo sugere o seguinte resultado: Teorema: (Teorema do valor relativo): Se f tiver um extremo relativo em um ponto e se as derivadas parciais de primeira ordem de f existem nesse ponto, então: Definição: Um ponto no domínio de uma função é denominado ponto crítico da função se ou se uma ou ambas derivadas parciais não existirem em Uma função de duas variáveis não precisa ter um extremo relativo em cada ponto crítico. Por exemplo, considere a função . Essa função. Cujo gráfico é o parabolóide hiperbólico mostrado, tem um ponto crítico em (0,0), pois: Entretanto, a função f não tem um máximo nem um mínimo relativo em (0,0). Por razões óbvias, o ponto (0,0) é chamado de ponto de sela em . 51 Teste da derivada segunda Teorema: (Teste da derivada segunda) Seja f uma função de duas variáveis com derivadas parciais de segunda ordem contínuas em algum círculo centrado em um ponto crítico e seja a) Se , então f tem um mínimo relativo em . b) Se , então f tem um máximo relativo em . c) Se , então f tem um ponto de sela em . d) Se , então nenhuma conclusão pode ser tirada. Exemplo: 1) Localize todos os extremos relativos e pontos de sela de: Solução: Como e , os pontos críticos de f satisfazem as equações: Resolvendo-as para x e y, obtemosx = 2 e y = 6, logo (2,6) é o único ponto crítico. Para aplicar o teorema, precisamos das derivadas de segunda ordem: No ponto temos: Logo f tem um mínimo relativo em (2,6) pela parte a) do teste da derivada segunda. 2) Localize todos os extremos relativos e os pontos de sela de Solução: Como: 52 Os pontos críticos de f têm coordenadas que satisfazem as equações: Substituindo as equações e resolvendo x temos: sendo assim , e Portanto, os pontos críticos são: Calculando a derivada segunda temos: E obtemos a tabela a seguir: PONTO CRÍTICO 0 0 4 -16 -12 -12 4 128 -12 -12 4 128 Nos pontos (1,1) e (-1,-1), temos D > 0 e fxx < 0, logo ocorrem máximos relativos nesses pontos críticos. Em (0,0), há um ponto de sela, já que D < 0. Aula 33 Exercícios: 1) Localize todos os máximos e mínimos relativos e os pontos de sela se houver. 53 a. b. c. d. e. f. g. h. i. j. Aula 34 Resolução dos exercícios da página 52. Aula 35 Encontrando extremos absolutos em conjuntos fechados e limitados Se for contínua num conjunto fechado e limitado R, então o Teorema do Valor Extremo garante a existência de uma máximo e um mínimo absoluto de f em R. Esses extremos absolutos podem ocorrer no interior ou na fronteira de R, mas se um extremo absoluto ocorre no interior de R então ele ocorre em um ponto crítico. Como encontrar os extremos absolutos de uma função contínua de duas variáveis em um conjunto fechado limitado R. Passo 1 : Encontre os pontos críticos de f que estão situados no interior de R. Passo 2 : Encontre todos os pontos de fronteira nos quais os extremos podem ocorrer. Passo 3 : Calcule nos pontos obtidos nos passos precedentes. O maior desses valores é o máximo absoluto e o menor é o mínimo absoluto. Exemplo: 1) Encontre os valores máximo e mínimo absoluto de na região triangular fechada R de vértices (0,0), (3,0) e (0,5). 54 Solução: Primeiramente iremos procurar pelos pontos críticos, possíveis extremos absolutos que se encontram no interior da região. Para isto basta fazer as derivadas parciais iguais a zero: Logo, todos os pontos críticos ocorrem onde Teremos então e , logo é o único ponto crítico no interior da região R. Em seguida, queremos determinar as localizações dos pontos sobre a fronteira da região R nos quais pode ocorrer um valor extremo. A fronteira de R consiste em três segmentos de retas, cada um dos quais tratados separadamente: O segmento de reta entre e : Nesse segmento de reta temos que todos os valores de , logo podemos simplificar a função para uma função de uma única variável substituindo por zero na função . Esta é a função que descreve a fronteira - . Vamos agora procurar por possíveis pontos extremos sobre esta fronteira. Para isso, faremos a derivada igual a zero. 55 Essa fronteira não tem um ponto crítico, pois e não pode ser igualada a zero. Assim, os valores extremos ocorrem apenas nos pontos que correspondem aos extremos da fronteira, ou seja, (0,0) e (3,0). O segmento de reta entre e : Nesse segmento de reta temos todos os valores de , logo podemos simplificar a função para uma função de uma única variável substituindo os por zero. Assim, teremos: Esta é a função que descreve a fronteira - . Vamos agora procurar por possíveis pontos extremos sobre esta fronteira. Para isso, faremos a derivada igual a zero. Essa fronteira também não tem um ponto crítico, pois e não pode ser igualada a zero. Assim, os valores extremos ocorrem apenas nos pontos que correspondem aos extremos da fronteira, ou seja, e . O segmento de reta entre e : No plano , esta fronteira pode ser representada a partir de uma função do primeiro grau. Utilizando os conceitos de equações de primeiro grau teremos a função: Esta função representa a fronteira - . Logo, podemos simplificar a função para uma função de uma única variável , bastando para isto substituir o valor de y pela função da fronteira, em outras palavras, substituir a equação da fronteira em . Assim, teremos: Vamos agora procurar por possíveis pontos extremos sobre esta fronteira. Para isso, faremos a derivada igual a zero. 56 Neste caso, esta fronteira terá pontos críticos. Para , o valor de será: Logo, o ponto é um possível extremo que se encontra sobre a fronteira - . Além deste ponto encontrado temos que considerar também os vértices e da fronteira como possíveis Assim, podemos construir uma tabela com todos os pontos críticos e seus respectivos valores . Analisando os valores de para os pontos encontrados concluímos o valor máximo absoluto de é e o valor mínimo absoluto é , ou seja, o máximo absoluto é o ponto e o mínimo absoluto é o ponto . Aula 36 Exercícios: 1) Encontre os extremos absolutos da função dada no conjunto fechado e limitado R indicado. a. ; R e a região triangular com vértices (0,0), (0,4) e (5,0). 57 b. ; R é a região triangular com vértices (0,0), (0,4) e (4,0). c. ; R é a região quadrada com vértices (0,0), (0,2), (2,2) e (2,0) d. ; R é a região retangular com vértices (0,0), (0,1), (2,1) e (2,0). e. ; R é a região circular . f. ; R é a região que satisfaz as desigualdades 2) Determine três números positivos cuja soma seja 48 e tais que seu produto seja maior possível. 3) Determine três números positivos cuja soma seja 27 e tais que seu produto seja o
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