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Normas e Processos de Certificação Professor Esp. Juliano Bertolotti Moura Sumário: Aula 1: UTILIZAÇÃO DAS NORMAS Aula 2: NORMAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS Aula 3: NORMAS ISO Aula 4: NORMAS ISO 9000 Aula 5: NORMAS ISO 14000 Aula 6: SISTEMA DA QUALIDADE ISO 9001:2015 – Parte I Aula 7: SISTEMA DA QUALIDADE ISO 9001:2015 – Parte II Aula 8: CONTEXTUALIZANDO A ORGANIZAÇÃO Aula 9: PAPEL DA LIDERANÇA NO SGQ Aula 10: PLANEJAMENTO PARA IMPLEMENTAÇÃO E MUDANÇAS Aula 11: RECURSOS E SUPORTE PARA O SGQ Aula 12: PLANEJAMENTO DAS OPERAÇÕES Aula 13: AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE RESULTADOS Aula 14: FASES DE IMPLANTAÇÃO DO SGQ Aula 15: CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE POR SETORES Aula 16: AVALIAÇÃO, AUDITORIA E PRÊMIOS DA QUALIDADE INTRODUÇÃO Olá, caro aluno! Sejam bem-vindo à disciplina de normas e processos de certificação. Esta disciplina que é muito importante para o desenvolvimento de habilidades em gestão de sistemas da qualidade nas organizações. Talvez você esteja pensando neste momento onde se encaixa neste assunto. Eu vou te dizer. Seja em qualquer segmento profissional que irá seguir, sempre haverão requisitos a serem cumpridos, normas e/ou procedimentos a serem seguidos e você, como profissional, estará ligado ao desenvolvimento do sistema de gestão, implementação ou cumprimento dos requisitos estabelecidos por este sistema. Assim, é importante que você como profissional, conheça como se estabelece, implementa, avalia e certifica um sistema de gestão a partir de uma determinada norma. No decorrer desta disciplina você entenderá todos os passos para que uma empresa estabeleça um sistema de gestão com base nos requisitos estabelecidos por uma determinada norma, seja a ISO 90001, a ISO 14001, A ISO 22000, ISO 45000. Todas as normas possuem uma similaridade quanto aos requisitos básicos de gestão, assim, daremos foco à norma ISO 9001:2015, que é a norma que determina internacionalmente os requisitos para o estabelecimento de um sistema de gestão da qualidade, sendo este utilizado como referência para as demais normas. Assim, você irá aprender sobre as normas nacionais e internacionais, os níveis de normalização, a evolução histórica dos sistemas normalizados entre outros. Você conhecerá um pouco sobre a família das normas ISO 9000 e ISO 14000 e suas versões, além do sistema da qualidade ISO 9001:2015 e os requisitos necessários para as organizações estabelecerem um sistema de gestão. Você aprenderá quais são as quatro fases básicas que envolvem o processo de implantação de sistema de gestão. Também irá saber como é a certificação da qualidade em vários setores, e por fim, como são realizadas as avaliações, a auditoria e quais são os prêmios oferecidos às organizações ou empresas que buscam a excelência em seus negócios por meio de um processo de gestão da qualidade. Assim, espero que o conteúdo deste material agregue valor para o seu desenvolvimento acadêmico e como um referencial no desenvolvimento de sua carreira profissional. Bons estudos! AULA 1: UTILIZAÇÃO DAS NORMAS Fonte: https://image.freepik.com/fotos-gratis/controle-de-qualidade-e-controle- de-qualidade_31965-6486.jpg Para se falar das normas, sua importância, aplicação e utilização não podemos deixar de falar sobre o desenvolvimento da qualidade. Ou seja, a necessidade da melhoria da qualidade dos produtos, processos, serviços, pessoal, equipamentos, tecnologia etc., fez com que fosse necessário o desenvolvimento de documentos contendo requisitos que proporcionasse uma padronização aplicável a qualquer organização, independentemente de sua localização no mundo. Assim, falar de normas é falar da concepção e a importância que estas representam para as organizações. 1.1 Gestão da Qualidade Para entendermos o contexto e o desenvolvimento da gestão da qualidade, vamos retroceder no tempo para pincelarmos algumas fases importantes sobre a evolução histórica da qualidade. A história nos remete primeiramente aos artesãos que eram os especialistas na fabricação de produtos. Estes eram os responsáveis por todo o ciclo produtivo, desde a concepção até o pós-venda. Ou seja, o artesão projetava, estabelecia os processos, fabricava, vendia e dava a assistência ao cliente após a venda dos produtos. Nesta época, os clientes e fabricantes eram próximos, assim, os requisitos de qualidade dos clientes eram passados boca a boca aos artesãos, e estes buscavam atender as necessidades destes clientes (CARVALHO; PALADINI, 2012). #ANOTE ISTO# [...] o artesão projetava, estabelecia os processos, fabricava, vendia e dava a assistência ao cliente após a venda dos produtos. #ANOTE ISTO# Após a Revolução Industrial, segundo Carvalho e Paladini (2012), inicia- se o processo de padronização e produção em larga escala a partir do desenvolvimento das máquinas voltadas para a obtenção de grandes volumes de produção e a organização e estabelecimento de uma nova forma de realizar as operações produtivas. Alguns pioneiros da qualidade como Ford e Taylor, segundo Lobo e Silva (2014), perceberam que a qualidade dos produtos finais tinha muita variação e era necessário que fosse estabelecido um sistema de qualidade nas empresas. Assim, foi dado início à criação e estabelecimento destes sistemas, nas empresas deram início ao processo que no futuro se tornaria Gestão da qualidade. Em 1924, com a criação dos gráficos de controle por Walter A. Shewhart, o conceito de controle de qualidade deu um novo salto com relação ao processo de produção e à conformidade estabelecido no modelo taylorista, ou Administração Científica. Em 1930, houve uma nova evolução do controle de qualidade com o estabelecimento do sistema de medidas, ferramentas de controle estatístico do processo e o surgimento das normas específicas para a área. Neste período, foram introduzidas as técnicas de inspeção por amostragem, reduzindo os custos de produção com as inspeções 100%. A norma britânica British Standard BS 600 e americanas American War Standarts Z1.1 – Z1-3, respectivamente, são normas estabelecidas para o controle estatístico do processo (CARVALHO; PALADINI, 2012). Conforme Lobo e Silva (2014), após a Segunda Guerra Mundial, o conceito da qualidade surge com o desenvolvimento dos processos realizados pela empresa japonesa Toyota, que mais tarde ficou conhecido e difundido pelo mundo como Toyotismo. O modelo desenvolvido pela Toyota tinha como princípio a capacitação dos trabalhadores, melhorar a eficiência dos processos produtivos, minimização dos custos, facilitar a busca por novos mercados e o estabelecimento de novas parcerias com outras organizações. Nos dias atuais, podemos observar que surgem diversas modalidades de sistemas de gestão. Podemos observar que os sistemas voltados para a tecnologia, tais como a proteção de informações, dados em nuvem, compliance, tem sido muito difundida nas empresas e organizações. Estas novas modalidades de gestão estão diretamente ligadas ao desenvolvimento tecnológico que tem se tornado parte importante no desenvolvimento das atividades realizadas em várias áreas da indústria, comércio e serviços. Diferentes elementos podem ser atribuídos aos sistemas de gestão da qualidade, entre eles, controles de compras, técnicas de estatística, design de produtos etc. Podemos observar que um sistema de gestão da qualidade abrange vários setores dentro das organizações, além de padronizar e manter a qualidade no desenvolvimento dos processos realizados. #ANOTE ISTO# Diferentes elementos podem ser atribuídos aos sistemas de gestão da qualidade, entre eles,2008 tem se baseado nos princípios de gestão estabelecidos pela qualidade total. Assim, para que haja um entendimento global sobre o modelo de gestão da qualidade, inicialmente deve-se abordar os sete princípios de gestão, que são fundamentais para a implementação dos requisitos estabelecidos para a gestão da qualidade nos padrões da ISO. O objetivo de um sistema de gestão da qualidade é principalmente a redução dos riscos de não conformidades no atendimento aos requisitos dos clientes e a melhoria da eficiência e eficácia da organização e assim contribuir para a garantia da satisfação dos stakeholders (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019). A satisfação dos stakeholders decorre de um processo de desdobramentos envolvendo a melhoria da eficiência e eficácia organizacional e a diminuição dos riscos, que por sua vez são decorrentes do desenvolvimento de processos de gestão do relacionamento com os clientes e demais partes interessadas e da melhoria contínua para o atendimento dos requisitos estabelecidos. O papel da liderança é fundamental para impulsionar os princípios da gestão da qualidade na organização, desta forma, o seu papel é voltado para a motivação e engajamento das pessoas, criando e desenvolvendo uma cultura de melhoria contínua e o foco no cliente. A cultura organizacional é a base para o desenvolvimento e manutenção das atividades de melhoria contínua estabelecida pela liderança. Além disso, este processo de melhoria depende também das práticas com a abordagem por processo e a decisão baseada em dados e fatos (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019). #ANOTE ISSO# A satisfação dos stakeholders decorre de um processo de desdobramentos envolvendo a melhoria da eficiência e eficácia organizacional e a diminuição dos riscos ... #ANOTE ISSO# Na Figura 4 é apresentado a independência entre os objetivos e os princípios de gestão da qualidade estabelecidos pela ISO. Figura 4. Relação entre os princípios de gestão da qualidade Fonte: Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 23) A partir de agora, veremos cada um dos princípios de gestão da qualidade e suas implicações. 6.1.1 Princípio 1. Foco no cliente Para o sistema da qualidade, o foco central é o gerenciamento das operações de produção de forma a reduzir os riscos de não conformidades no atendimento dos requisitos dos clientes. Portanto, é importante que o cliente seja ouvido em primeiro lugar, pois somente desta forma é que os requisitos estabelecidos por ele seja intrínseco ou extrínseco aos produtos e/ou serviços oferecidos, bem como para que ao grau de satisfação do atendimento de suas expectativas seja avaliada. Portanto, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 23), “o princípio de foco no cliente diz que a organização tem que trazer a visão do mercado e de clientes sobre requisitos de produtos e serviços para dentro da organização (market-in)”. #ANOTE ISSO# “[...] o princípio de foco no cliente diz que a organização tem que trazer a visão do mercado e de clientes sobre requisitos de produtos e serviços para dentro da organização (market-in)” (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019, p. 23). #ANOTE ISSO# O conceito de cliente, normalmente, é mais amplo, pois inclui as outras partes interessadas, podendo ser estas, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), acionistas, parceiros da cadeia de suprimentos, funcionários e, em casos específicos, as agências reguladoras e organismos governamentais. Neste sentido, o entendimento é que o sistema de gestão da qualidade, além de atender os requisitos internos da organização, tem também que atender os requisitos das outras partes interessadas, tais como os fornecedores e agências reguladoras, entre outras. Para a obtenção do princípio de foco no cliente é fazer com a organização se mantenha focada no atendimento dos requisitos deste, seja ele externo ou interno. O processo ou as atividades de produção geram resultados que serão úteis para algum cliente dentro da cadeia produtiva. A obtenção de informações de clientes internos contribui para a redução dos riscos de não conformidades, o que leva a uma maior eficiência e eficácia das operações de produção. A comunicação com o cliente deve ser estabelecida pela organização por meio de um processo efetivo e que gerencie o relacionamento com o cliente, cumpra o papel de trazer a voz do cliente para dentro da organização e que as dúvidas e reclamações sejam recebidas e respondidas de forma eficaz (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019). 6.1.2 Princípio 2. Liderança A liderança é um princípio relevante e de fundamental importância para um sistema de gestão, pois os demais princípios, para que sejam estabelecidos satisfatoriamente, dependem deste. O ato de liderar, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 24), é definida como: “a capacidade de influenciar e motivar as pessoas a fazer algo de boa vontade, a empregar seu talento na busca de resultados que contribuam para a melhoria da organização segundo aquela visão compartilhada pelo líder”. #ANOTE ISSO# “a capacidade de influenciar e motivar as pessoas a fazer algo de boa vontade, a empregar seu talento na busca de resultados que contribuam para a melhoria da organização segundo aquela visão compartilhada pelo líder” (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019, p. 24). #ANOTE ISSO# Uma liderança, quando comprometida com a gestão da qualidade, valoriza e coloca em prática os princípios de gestão de forma sistemática. A liderança tem que demonstrar seu comprometimento em suas ações de forma a inspirar as pessoas a trabalharem na mesma direção. Neste sentido, a responsabilidade da liderança não está somente sobre uma única pessoa, mas sobre todos as pessoas que compõem a alta direção, gestores intermediários e demais gestores da organização. É necessário que haja uma compreensão clara sobre o fato de que liderar é sinônimo de gerenciar, porém, em alguns casos estas funções exigem habilidades distintas. Ainda hoje, é comum observar que muitas organizações são “supergerenciadas” ao invés de serem “superlideradas”, demonstrando uma forma de diminuir os erros pela falta de direção e habilidades para se adaptarem ao sistema de negócios e a um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019). A gestão e a liderança, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), são essências para uma organização e podem e devem ser desenvolvidas e trabalhadas em equipe, sendo que o papel desenvolvido pelo gestor é promover a estabilidade. Já os líderes são responsáveis por impulsionar as mudanças na empresa, desta forma, as organizações conseguem manter a rotina e padrão das atividades e implementar as mudanças necessárias para alcançar seus objetivos a longo prazo. Vejamos o Quadro 2 onde são apresentadas as características que diferenciam os gestores e líderes. Quadro 2. Aspectos relacionados aos gestores e líderes Gestores Líderes Bons gestores lidam com a Líderes efetivos lidam com mudanças complexidade e trazem um grau de ordem e consistência para o negócio. organizacionais. Estabelecem objetivos e metas, desdobrando-os em passos detalhados para alcançar seus objetivos e alocando recursos para realizar esses planos. Estabelecem uma direção, ou seja, uma visão de futuro para a organização (normalmente um futuro mais distante). Criam uma estrutura organizacional e um conjunto de funções para a realização dos planos estabelecidos, atribuindo funções a indivíduos qualificados, comunicando o plano para tais pessoas, delegando responsabilidade para realizar o plano e desenvolvendo sistemas para monitorar a implementação. Desenvolvem a organização focando no alinhamento das pessoas – comunicando a nova direção para aqueles que podem criar coalisões que entendam a visão e estejam comprometidas com seu alcance. Monitoram em detalhes os resultados obtidos versus os resultados planejados,tanto formalmente quanto informalmente, utilizando relatórios, reuniões e outras ferramentas; identificando desvios; e planejando e organizando a resolução de problemas. Buscam motivação e inspiração – mantendo as pessoas no caminho certo, ainda que existam grandes barreiras para a mudança e apelando para suas necessidades humanas básicas (um senso de pertencimento, reconhecimento, autoestima, um sentimento de controle sobre as próprias vidas e a habilidade de cumprir com as expectativas e ideais das pessoas), seus valores e suas emoções. Fonte: Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 25) 6.1.3 Princípio 3. Engajamento das pessoas Em uma organização, o espírito colaborativo e a iniciativa das pessoas que acreditam no trabalho é mais eficaz do que ter a cultura em que se estabelece normas rígidas, supervisão dos trabalhos, supervisão e fiscalização. Porém, não há nada mais eficaz do que uma equipe com o espírito colaborador e a iniciativa das pessoas que acreditam no trabalho que realizam, sendo que estas pessoas são os “ativos” mais valiosos na organização. O engajamento destas pessoas permite um melhor aproveitamento das suas energias em prol da organização. Porém, este engajamento depende de diversos fatores, tais como motivação, capacitação e métodos de trabalho. Assim também é a motivação para o trabalho no sentido de melhorar e mudar o ambiente de trabalho, depende de uma série de valores. #ANOTE ISSO# “[...] não há nada mais eficaz do que uma equipe com o espírito colaborador e a iniciativa das pessoas que acreditam no trabalho que realizam... #ANOTE ISSO# Nos dias atuais, nem todas as pessoas pensam somente em uma remuneração adequada, mas também necessitam de espaço e oportunidades para demonstrar suas aptidões, participar, crescer profissionalmente e ver seus esforços reconhecidos. Assim, quando as aspirações das pessoas são satisfeitas, multiplica-se o potencial da iniciativa e trabalho. Isto não é simples, porém envolve uma boa combinação dos métodos de trabalho, lideranças que promovem a capacitação e o envolvimento, e por fim, os mecanismos para reconhecer e recompensar os trabalhadores por seus esforços e os resultados decorrentes de mais comprometimento e envolvimento (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019). 6.1.4 Princípio 4. Abordagem por processos Os processos, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 26), podem ser definidos como “uma atividade ou grupo de atividades que transformam entradas (informação, material) em saídas, ou seja, resultados, por meio da agregação de valor às entradas”. As entradas são resultantes de um processo anterior, interno ou externo à organização, enquanto que as saídas são os fornecimentos para o processo seguinte, sendo estes também realizado interno ou externo à organização ou ao consumidor final. Os processos são definidos genericamente como um processo de negócios, que consistem nas atividades que relacionam o fluxo de informações, bem como a utilização dos recursos organizacionais para prover os resultados esperados. Segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), os processos de negócios comuns são descritos como: desenvolver produtos e processos, o comércio e venda, produção e gerenciamento de serviços aos clientes etc. Os processos de negócio necessitam da integração das diferentes áreas do conhecimento que são agrupadas por meio da departamentos que definem a estrutura funcional da organização. Assim, essa visão dos processos pode auxiliar na minimização ou eliminação às barreiras entre os departamentos, contribuindo para a promoção da integração entre as diferentes funções, eliminando assim os chamados silos funcionais. Podemos observar na Figura 5 alguns dos processos de negócios, onde são destacados, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), a sobreposição dos processos com diversas áreas funcionais da organização. Figura 5. Processos de negócios. Fonte: Carpinetti e Gerolamo (2019, p.27) Podemos observar na Figura 5 que os processos envolvem toda a cadeia produtiva integrando as etapas desde o desenvolvimento do projeto até o consumo dos produtos e/ou serviços pelo consumidor final. Daremos continuidade neste assunto na próxima aula. Até lá! #ISTO ESTÁ NA REDE# O que é SGQ? Disponível em: https://certificacaoiso.com.br/e-sgq/. Acesso em: 21 de jul. 2020. #ISTO ESTÁ NA REDE# #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# APLICAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE PROCESSOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL As peculiaridades da construção civil como, baixa produtividade, alto custo da construção, mão de obra desqualificada, incerteza quanto a prazo e a qualidade do produto final vem recebendo cada vez mais crítica quanto ao modo de gerenciamento do processo. Isto propicia uma imagem negativa ao setor. Texto completo disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2001_tr19_0547.pdf. Acesso em: 21 de jul. 2020. #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# AULA 7: SISTEMA DA QUALIDADE ISO 9001:2015 – Parte 2 Fonte: https://image.freepik.com/fotos-gratis/renderizacao-de-ilustracao-de- estrelas-na-parede-de-concreto_165073-1051.jpg 7.1 Princípio 4. Abordagem por processos – Continuação Dando continuidade ao princípio 4 – abordagem por processos, vemos que esta abordagem incorpora os conceitos de cliente interno evidenciando as relações entre clientes e fornecedor. Desta forma, contribui-se para uma gestão melhor no atendimento dos requisitos de clientes internos, além de contribuir para a redução dos riscos de ocorrência de não conformidades nas atividades e operações de produção Carpinetti e Gerolamo (2019). No desenvolvimento das atividades, a ISO 9001 apresenta o modelo SIPOC para representar esquematicamente os elementos de um processo individual, conforme podemos verificar na Figura 6. Figura 6. Modelo SIPOC de representação dos elementos de um processo Fonte: Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 28) Vejamos a descrição de cada letra que compõe o modelo SIPOC, conforme Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 28). • S (Suppliers: fontes de entrada, fornecedores ou provedores internos ou externos); • I (Input: entradas como matéria-prima, energia ou informação); • P (Processes: processos ou atividades); • O (Output: produto ou serviço); • C (Customers: clientes ou processos subsequentes, internos ou externos). A ferramenta SIPOC é utilizada para gerenciar os processos com o objetivo de melhorar e otimizar o fluxo de materiais, insumos, produtos etc. A aplicação desta ferramenta na prática é estabelecido um formulário para auxiliar na definição dos processos antes de realizar as atividades de mapeamento, avaliação e melhoria (SANDER, 2020). #ANOTE ISSO# A ferramenta SIPOC é utilizada para gerenciar os processos com o objetivo de melhorar e otimizar o fluxo de materiais, insumos, produtos etc. #ANOTE ISSO# Um modelo de classificação de processos de negócio, foi proposto pela Associação Americana para a Qualidade e Produtividade (APQC). Neste modelo proposto, os processos são muito amplos e envolve todas as atividades realizadas pela organização. No modelo proposto pela APQC, os processos são divididos em: “processos operacionais” e “processos de gestão e serviços de suporte”, ou simplesmente “processos primários” e “processos de suporte”. Vejamos estes processos apresentados na Figura 7. Figura 7. Modelo de referência APQC Fonte: Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 29). 7.2 Princípio 5 – Melhoria contínua A melhoria contínua é um dos principais objetivos estabelecido pela norma ISO 9001:2015. Trata-se das atividades que buscam minimizar os riscos da ocorrência ou surgimento de não conformidades no atendimento das necessidades e requisitos estabelecidos pelos clientes. Neste sentido é importante que a organização racionalize seus processos, ou seja, esta racionalização deve ocorrerjá no planejamento dos processos e as atividades operacionais da produção, especialmente aqueles que interferem no atendimento dos seus requisitos. Assim, a organização deve encontrar as melhores maneiras de realizar as suas atividades de forma a aumentar as chances de atendimento aos requisitos estabelecidos pelos clientes ao mesmo tempo que se reduz os desperdícios (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019). Após realizadas as etapas de planejamento e testes dos processos, estando estes aprovados, os procedimentos podem ser padronizados. A padronização é feita para que não haja equívocos ou dúvidas durante seu desenvolvimento, sendo esta prática de padronização realizada na gestão da qualidade. A padronização proporciona a redução da variabilidade, aumento na previsibilidade e reduz os riscos de não conformidades no processo. Porém, o fato de os processos serem executados seguindo um padrão de operação, não exclui a ocorrência de não conformidades, pois os processos são realizados ou configurados por pessoas, e essas podem errar no decorrer da execução de suas atividades. #ANOTE ISSO# A padronização é feita para que não haja equívocos ou dúvidas durante seu desenvolvimento, sendo esta prática de padronização realizada na gestão da qualidade. #ANOTE ISSO# Segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), para que as operações sejam corrigidas e volte ao seu padrão de funcionamento é necessário que estas sejam repensadas e melhoradas. Para isso, existem ferramentas que auxiliam na investigação e na implementação de ações para eliminar as causas de não conformidades através de um processo sistemático e interativo de melhoria contínua. Dentre as ferramentas mais utilizadas para desenvolver um processo de melhoria contínua é o PDCA e em uma versão melhorada desta ferramenta tem-se o Método de Análise e Solução de Problemas (MASP). A seguir, são detalhadas as quatro fases do PDCA, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 30). (P) Planejamento: em um ciclo completo, inclui: identificação do problema; investigação de causas-raiz; proposição e planejamento de soluções. 1.Identificação do problema: nessa fase procura-se identificar os problemas mais críticos e, portanto, mais prioritários. 2.Observação: objetiva a caracterização completa do problema para aumentar a chance de se identificarem suas causas. 3.Análise: nessa fase, busca-se levantar as causas-raiz ou fundamentais do problema em questão. 4.Plano de ação: depois de identificadas as supostas causas fundamentais, o objetivo desta fase é elaborar e detalhar um plano de ação para a eliminação ou minimização dos efeitos indesejáveis das causas fundamentais. Ou seja, objetiva-se bloquear as causas fundamentais. (D) Execução: preparação (incluindo treinamento) e execução das tarefas de acordo com o planejado. 5.Ação: consiste de implementação do plano de ação. (C) Verificação: coleta de dados e comparação do resultado alcançado com a meta planejada. 6.Verificação: consiste da avaliação de resultados para verificar se a ação foi eficaz na eliminação ou minimização do problema. Caso o resultado não tenha sido satisfatório, o processo é reiniciado pela observação e análise do problema. Caso contrário, segue-se para a próxima etapa. (A) Ação corretiva: atuação sobre os desvios observados para corrigi-los. Se necessário, replanejamento das ações de melhoria e reinício do PDCA. 7.Padronização: visa introduzir as ações implementadas na rotina de operação do processo ou atividade, de forma a prevenir o reaparecimento do problema. 8.Conclusão: o processo é finalizado com o registro de todas as ações empreendidas e resultados obtidos, para posterior recuperação de informações e histórico. No Quadro 3 são apresentadas as etapas do PDCA integradas às fases do MASP. Quadro 3. Etapas do método MASP Fonte: Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 32) Outra ferramenta utilizada para a melhoria dos processos é o SDCA. Esta ferramenta tem o objetivo de corrigir um problema operacional e reconduzir as operações ao padrão estabelecido. Trata-se de uma ferramenta similar ao PDCA, sendo que no SDCA troca-se o P pelo S, ou seja, substitui-se “Planejar” por “Standardize (Padronizar)”. Desta forma, garante-se que a execução, a verificação e a ação sejam realizadas de acordo com o padrão estabelecido e conhecido. Vejamos cada uma das ferramentas exemplificadas na Figura 8. Figura 8. Comparativo PDCA e SDCA Fonte: Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 32) É importante observar que o conceito de melhoria contínua é aplicado um tudo que envolve processos, seja manufatura, serviços, gestão etc. A implementação de um sistema da qualidade nem sempre este irá funcionar corretamente. Existe uma probabilidade de que este sistema apresente problemas e precise passar por melhorias. Por este motivo é que a norma ISO 9001:2015 inclui em seus requisitos a necessidade de realização de avaliação de desempenho e melhoria em seus processos (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019). 7.3 Princípio 6 – Decisão Baseada em Evidências Em um processo de melhoria contínua, uma das características é a utilização de evidências por meio de dados e fatos, principalmente nas fases de priorização de problemas, sendo essas a observação e análise de causas-raiz e a avaliação de resultados. A utilização de evidências é fundamental para as ações de tomadas de decisão, pois estas decisões não devem ser baseadas em uma opinião fundamentada em uma suposição, mas sim em algo que se possa comprovar. Os conceitos da abordagem científica e melhoria contínua, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), levaram ao desenvolvimento de diversos métodos e técnicas que tem o objetivo de auxiliar no levantamento de: • Evidências e priorização de problemas. • Levantamento e análise de causas-raiz, implementação. • Avaliação de resultados. [...] aquelas pessoas que possuem muito conhecimento do processo e já vivenciaram diferentes situações serão responsáveis por enriquecer o processo de identificação e análise dos problemas, priorizando e canalizando a energia da equipe na investigação dos problemas mais críticos. Aliar essa experiência a um processo sistemático de solução de problemas é o desafio que as organizações devem encarar para garantir não apenas as melhores soluções, mas também a interação entre os membros da equipe (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019). 7.4 Princípio 7 – Gestão de relacionamento Reduzir os riscos de geração de uma não conformidade durante a realização de uma operação é uma tarefa que depende do esforço e comprometimento de todos de uma organização, incluindo os parceiros, clientes e fornecedores. Para a construção de um bom relacionamento é importante que se saiba quem são os stakeholders e suas necessidades e desejos, bem como a possível contribuição de cada um para que a visão e objetivos da organização sejam alcançados. Esta relação pode ser benéfica para ambas as partes de forma a melhorar a eficiência e eficácia de suas operações. #ANOTE ISSO# Reduzir os riscos de geração de uma não conformidade durante a realização de uma operação é uma tarefa que depende do esforço e comprometimento de todos de uma organização #ANOTE ISSO# Diante disto, a visão de uma relação clara e bem estabelecida contribui para a gestão da qualidade criando um elo para a melhoria da qualidade. Portanto, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019, p.34), “identificar o papel de cada um para gerenciar o relacionamento entre essas diferentes partes é fundamental para a consecução dos objetivos de um sistema de gestão da qualidade”. AULA 8 – CONTEXTUALIZANDO A ORGANIZAÇÃO Fonte: https://image.freepik.com/fotos-gratis/recursos-humanos-e-planejamento-de- recursos-humanos_101984-10.jpg Como vimos na aula 4, os requisitos de gestão da qualidade são cláusulas estabelecidas pela norma, para que o sistema de gestão da qualidade sejaestabelecido e implantado de forma a atender as necessidades das organizações em conformidade com a norma. Os requisitos são estabelecidos de maneira que todas as fases de desenvolvimento de um sistema da qualidade atendam as boas práticas de gestão. Assim, veremos a seguir cada um destes requisitos de forma mais detalhada. 8.1 Entendendo a Organização e seu Contexto As boas práticas de gestão recomendam que as melhorias sejam priorizadas com base nas análises de desempenho em objetivos estratégicos que busquem a sobrevivência e prosperidade do negócio. Normalmente um dos objetivos estratégicos de uma empresa seja desempenhar suas operações de atendimento aos requisitos dos clientes de acordo com a conformidade de seus produtos ou serviços, condições de entregas, atendimento pós-vendas etc. Assim, podemos dizer que para esta empresa, um dos fatores críticos para o sucesso de seu negócio é a capacidade de gerenciar as suas operações de produção de modo que os riscos de não atendimento dos requisitos estabelecidos pelos clientes sejam minimizados (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019). A norma ISO 9001:2015 estabelece que as questões internas e externas relacionadas ao objetivo estratégico de desempenho, bem como as questões que podem comprometer a eficácia do sistema da qualidade, devem ser determinadas pela empresa. Assim, os riscos associados ao não atendimento dos requisitos dos clientes pode ser minimizados. As questões relacionadas à política macroeconômica, nacional e internacional, às questões legais e às mudanças no mercado alvo e seus competidores são exemplos das questões relacionadas ao ambiente externo de uma organização. Já nas questões internas, de acordo com Carpinetti e Gerolamo (2019), o comprometimento e conscientização das pessoas com a qualidade, conhecimento organizacional e competências. Podem afetar o sistema da qualidade, sendo estas questões estabelecidas nas cláusulas 7 e 8 da norma ISO 9001:2015. #ANOTE ISSO# “[...] o comprometimento e conscientização das pessoas com a qualidade, conhecimento organizacional e competências. podem afetar o sistema da qualidade ...” #ANOTE ISSO# Nas questões de avaliação dos ambientes, seja interno ou externo é um pré-requisito fundamental para a identificação das necessidades dos stakeholders e do planejamento e mudanças do sistema. Vejamos na Figura 9 um exemplo de análise de um determinado ambiente e o processo de produção e a proposta de ação de melhoria. Fonte: https://www.heflo.com/pt-br/wp- content/uploads/sites/2/2018/09/que-e- analise-swot-768x591.png Figura 9. Etapas de revisão estratégica de manufatura Fonte: Platts e Gregory (1991, apud CARPINETTI; GEROLAMO, 2019, p. 54) Como ferramenta para auxiliar as empresas nas questões que envolvem as estratégias de negócios, podemos citar a matriz SWOT. Esta ferramenta é muito utilizada e tem o objetivo de fazer uma análise dos ambientes internos quanto aos pontos fortes (Strengths) e fracos (Weaknesses), bem como dos ambientes externos quanto às oportunidades (Opportunities) e ameaças (Threats). Portanto, a utilização contínua da matriz SWOT em um sistema da qualidade pode evidenciar o atendimento da cláusula 4.1 da norma ISO 9001:2015. #ISTO ESTÁ NA REDE# ANÁLISE SWOT: O método mais famoso para boas tomadas de decisão Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HPEAVNae1xY. Acesso em: 23 de jul. 2020. #ISTO ESTÁ NA REDE# 8.2 Entendendo as Necessidades e Expectativas das Partes Interessadas A identificação das partes interessadas e os seus requisitos é fundamental para as organizações, pois estes devem ser relevantes para o sistema de gestão e suas informações devem ser monitoradas constantemente. Em uma organização ou em uma empresa devem ser considerados como partes interessadas clientes, fornecedores, organismos certificadores, bem como os acionistas. Cada uma destas partes interessadas tem um requisito a ser satisfeito pela empresa. As necessidades dos clientes, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), são os requisitos dos mesmos, sendo muito importante que sejam mapeados e suas expectativas claramente identificadas. Os requisitos mais comuns, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 55), são: • conformidade do produto ou serviço com especificações de produto do cliente ou de normas técnicas; • conformidade da entrega com especificações do cliente quanto a aspectos como índice de qualidade aceitável, prazo, pontualidade e acurácia da entrega; • conformidade com requisitos ambientais e trabalhistas, legais ou não; suporte no pós-venda, seja para resolução de problemas ou suporte técnico para instalação, operação e manutenção; • certificações ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001 e outras. É importante que as expectativas dos clientes precisam ser claramente entendidas para que a empresa possa estabelecer as metas de desempenho no atendimento dos seus requisitos ou, se for o caso, a empresa deve negociar com os clientes a flexibilização de suas expectativas. Clientes não são iguais, pois isso, suas expectativas variam, bem como suas características também, podendo ser mais exigente e, outros mais ou menos importantes, etc. Para alguns clientes, a certificação não é um requisito, porém, exigem que haja evidência de que a empresa atende os requisitos da ISO 9001 e de outras normas mais específicas. Um sistema de qualidade, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 55) deve: “ser planejado e implementado pensando naqueles clientes que devam ser prioritariamente atendidos”. Um fato importante a ser considerado é que a empresa pode optar em certificar somente uma parte do seu negócio, uma planta ou uma linha de determinado produto para um cliente que assim desejem. Consequentemente todos os demais clientes se beneficiam da certificação. #ANOTE ISSO# Um sistema de qualidade deve ser planejado e implementado pensando naqueles clientes que devam ser prioritariamente atendidos (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019). #ANOTE ISSO# Os organismos certificadores, tais como vigilância sanitária, saneamento ambiental e segurança no trabalho devem ser atendidos, pois estabelecem requisitos que devem ser atendidos prioritariamente e gerenciados pelo sistema da qualidade ou outro sistema de gestão correlato (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019). Outro tipo de cliente a ser considerado é o fornecedor. Neste caso, saber o que o fornecedor ou fornecedores desejam e/ou necessitam é imprescindível para o desenvolvimento dos fornecedores e como consequência melhorar a capacidade de atendimento dos requisitos de seu fornecimento. A norma ISO 9001:2015 não recomenda ações para o desenvolvimento de fornecedores, porém, esta é uma prática recomendada e se baseia no princípio de gestão de relacionamento (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019). Por fim, uma parte interessada muito importante é o funcionário da empresa. Entre a empresa e o funcionário existe uma dependência que se estabelece entre o engajamento dos funcionários e a eficácia do sistema de gestão. É importante que os requisitos dos funcionários sejam monitorados. O atendimento dos requisitos dos funcionários, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), é um fator importante para motivá-los e obter o comprometimento deles para com os objetivos da gestão da qualidade, auxiliando na implementação de outros requisitos do sistema de gestão da qualidade. O processo de análise e levantamento das necessidades de melhoria a partir das necessidades das partes interessadas, conforme demonstrado na Figura 10. Figura 10. Processo de direcionamento estratégico. Fonte: Neely, Adams e Kennerley (2002, apud CARPINETTI; GEROLAMO, 2019, P. 57). Vemos que as empresas não sobrevivem sem que haja partes interessadas que supram as suas necessidades. Neste sentido, é importante que haja o estabelecimento de um planejamentoestratégico para que estes sejam avaliados quanto ao atendimento dos requisitos necessários para atender os seus processos, produtos e/ou serviços. 8.3 Determinando o Escopo do SGQ A determinação do escopo de um sistema de gestão da qualidade é necessária para que a empresa estabeleça quais serão os produtos e serviços que irão fazer parte do seu sistema da qualidade. Assim, é possível verificar quais produtos têm suas operações de produção e as entregas gerenciadas de forma a atender os requisitos do sistema da qualidade estabelecido. A norma ISO 9001:2015 deixa claro que o sistema da qualidade da empresa deve conter todos os requisitos que se aplicam às operações produtivas e a entrega dos produtos contemplados em seu escopo. A norma também estabelece a obrigatoriedade da documentação contendo as informações sobre o escopo da empresa. Estas informações devem detalhar sobre quais os produtos e/ou serviços que fazem parte do escopo do sistema e, caso a empresa não contemple algum dos requisitos da norma ISO 9001:2015 deve ser justificado por meio de evidência documental. Porém, deve ser observado que a única justifica aceitável para esta ausência é o requisito não fazer parte ou não ser aplicável à cadeia de valor do produto ou serviço incluído no escopo da empresa (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019). Segundo a ABNT (2015, p. 1), na cláusula 1, o escopo especifica os seguintes requisitos para um sistema de gestão são: a) necessita demonstrar sua capacidade para prover consistentemente produtos e serviços que atendam aos requisitos do cliente e aos requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis, e b) visa aumentar a satisfação do cliente por meio da aplicação eficaz do sistema, incluindo processos para melhoria do sistema e para a garantia da conformidade com os requisitos do cliente e com os requisitos estatutários e regulamentares aplicáveis. A recomendação da ISO 9001:2015 é que a definição do escopo seja estabelecida com base na análise das informações sobre o contexto da organização e os requisitos estabelecidos pelas partes interessadas. Esta análise faz com que a empresa inclua estrategicamente no escopo do sistema os produtos e serviços que possibilite o investimento na melhoria do atendimento dos requisitos estabelecidos pelos clientes e/ou partes interessadas. Na prática, devido restrições financeiras, as empresas incluem em seu escopo somente os produtos e/ou serviços que atendam aos requisitos daqueles clientes ou potenciais clientes que exijam certificação. Segundo Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 58): À medida que a empresa vai ganhando maturidade na gestão da qualidade, o investimento para inclusão dos outros produtos e serviços da empresa diminui e, portanto, com o tempo, a empresa pode ampliar o escopo de seu sistema da qualidade. Assim, entendemos que o escopo de uma empresa é tão importante quanto as atividades, produtos e/ou serviços que esta desenvolve o fornece para o mercado consumidor. AULA 9 – PAPEL DA LIDERANÇA NO SGQ Fonte: https://image.freepik.com/fotos-gratis/grupo-criativo-discutindo-ideias-para-o- projeto-na-sala-de-reunioes_74855-3367.jpg Liderar não é uma tarefa fácil, principalmente porque algumas pessoas não distinguem liderança de chefiar. A diferença, quando aplicada na prática, é que o líder tem a característica de envolver as pessoas que estão à sua volta em suas ações, dando a eles a liberdade de opinar, apontar situações, debater os assuntos etc. O chefe por sua vez tem a característica de ser mais autoritário e fazer valer a sua visão sobre as ações que realiza, ou seja, o chefe é mais autoritário. Este é um assunto de muita controvérsia dentro das organizações e é motivo de muitas discussões quanto estas características e a eficiência ou não em relação às respostas dos funcionários quando liderados ou chefiados. Segundo Paladini (2019, p. 83), líderes são: [...] as pessoas que alteram a cultura das organizações. Ou seja, são as que criam novos valores; geram nova visão; incentivam novos comportamentos. Geram oportunidades para que as pessoas evoluam, inovem, arrisquem-se. Por isso, os líderes são, antes de tudo, agentes de mudanças. 9.1 Liderança e comprometimento Nas teorias sobre a gestão é comum apontar as atitudes e práticas como causas-raiz do sucesso ou insucesso pertinentes às ações gerenciais voltadas à melhoria e mudanças. Na implantação, bem como a manutenção de um sistema de gestão, a liderança é um fator de extrema importância. A alta gerência tem a responsabilidade de fornecer evidências de liderança e comprometimento com SGQ, conforme estabelecido na cláusula 5.1 da ISO 9001:2015, onde são determinados vários requisitos relacionados às práticas e atitudes da alta gerência (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019). Um dos primeiros requisitos atribuídos à alta gerência é que em um sistema da qualidade, este é o maior responsável pela eficácia ou não das ações desenvolvidas. Ainda há o desdobramento destas responsabilidades de liderança e comprometimento que buscam garantir a boa implementação de outros requisitos. Assim, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 62), a liderança e comprometimento da alta gerência relacionada à implementação e melhorias, deve ser evidenciada por meio de: a) responsabilidade: a alta gerência deve assumir a responsabilidade pela eficácia do sistema da qualidade; b) estabelecimento da política da qualidade e dos objetivos da qualidade: a alta gerência deve liderar a definição da política e objetivos da qualidade e garantir a compatibilidade de ambos com o contexto em que a organização está inserida e os desdobramentos da estratégia geral definida para a organização; c) integração: a alta gerência deve garantir que os processos de negócio da organização estejam incorporados aos requisitos do sistema da qualidade e a integração entre os requisitos do sistema e os processos da organização; d) abordagem por processos e análise de risco: a alta gerência deve promover a adoção das abordagens de visão e gestão por processos e de análise com base no pensamento baseado em risco; e) recursos: a alta gerência deve assegurar que os recursos necessários sejam suficientes e estejam disponíveis para o sistema de gestão da qualidade; f) comunicação: a alta gerência deve assegurar que o requisito de comunicação seja implementado eficazmente, de forma que as pessoas sejam informadas adequadamente sobre a importância de uma gestão da qualidade eficaz; g) resultados e eficácia do sistema: a alta gerência deve garantir que o sistema da qualidade atinja os resultados planejados; h) liderança do pessoal: a alta gerência deve envolver, direcionar e dar apoio às pessoas da organização para que estas contribuam para a eficácia do sistema de gestão da qualidade, bem como apoiar outras iniciativas que evidencie o seu papel de liderança nas suas áreas de responsabilidade; i) melhoria: a alta gerência deve realizar a análise crítica e promover ações de melhoria contínua e garantir que o sistema de gestão da qualidade atinja os resultados esperados. #ANOTE ISSO# liderança do pessoal: a alta gerência deve envolver, direcionar e dar apoio às pessoas da organização para que estas contribuam para a eficácia do sistema de gestão da qualidade, bem como apoiar outras iniciativas que evidencie o seu papel de liderança nas suas áreas de responsabilidade. #ANOTE ISSO# 9.2 Foco no cliente Neste caso, a alta gerência precisa demonstrar práticas de gerência que fortaleçam o foco nos clientes. As responsabilidades de liderança e comprometimento estabelecida na norma ISO 9001:2015 para assegurar a boa implementação de outros requisitos, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 63), são: a) determinação de requisitos de produtos e serviços (cláusula 8.2): a alta gerência deve assegurar que requisitos dos clientese requisitos legais ou de organismos reguladores sejam identificados e atendidos de forma consistente; b) ações para tratar de riscos e oportunidades (cláusula 6.1): a alta gerência deve assegurar que sejam determinados e tratados os riscos e oportunidades que possam afetar a conformidade de produtos e serviços ou que possam afetar a habilidade para melhorar a satisfação dos clientes; c) operação (cláusula 8) e medição da satisfação do cliente (cláusula 9.1.2): a alta gerência deve assegurar que se mantenha o foco na melhoria da satisfação dos clientes. Desta forma, ainda que as atividades sejam executadas por várias funções e atividades da cadeia produtiva. A alta gerência tem a responsabilidade maior pelo atendimento dos requisitos estabelecidos pelos clientes e a melhoria contínua de sua satisfação. Vejamos na Figura 11 os aspectos de liderança descritos na ISO 9001:2015. Figura 12. Aspectos de liderança Fonte: Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 64) 9.3 Por que liderança é importante e como liderar? Em um sistema de gestão, quando as empresas começam a preparar as pessoas para assumir cargos executivos, normalmente ignoram o fato de que nem todas as pessoas são capazes de gerenciar e liderar ao mesmo tempo. Na realidade, gestores líderes que tenham um alto desempenho, não são facilmente encontrados, pois uma vez que se entenda as diferenças fundamentais entre liderar e gerenciar, as organizações ou empresas podem começar a tratar suas pessoas-chave para desenvolver práticas tanto de gerenciamento como de liderança, seja por pessoas diferenciadas, por equipes de gestão com habilidades diferentes entre os seus membros. Segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), a literatura sobre gestão, de um modo geral, define a liderança como a habilidade de montar equipes que desenvolvam suas atividades com alto desempenho e que motivem sua equipe a buscar um desempenho melhor de forma a atingir ou superar as metas estabelecidas para o desempenho pessoal e organizacional, considerando, respeitando e se responsabilizando pelos aspectos éticos e socioambientais. Segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), algumas habilidades são necessárias para ser um líder. São elas: Estar preparados para lidar com desafios. Estabelecer uma visão do futuro. • inspirar e alinhar as pessoas em direção do objetivo comum; • demonstrar, além do seu reconhecido nível de intelectualidade, que possui um alto nível de controle emocional; • considerar diferentes situações e contextos, refletir sobre as oportunidades e assumir riscos calculados; • considerar as diferentes partes interessadas do negócio e como as interações devem acontecer para benefício mútuo; • transmitir credibilidade por meio de seu comportamento, do conteúdo de suas mensagens, de sua reputação, de sua integridade e da consistência entre suas palavras e suas ações; • investir seu tempo com as pessoas, envolvendo-as nos processos de tomada de decisão, realizando coaching e emitindo feedback; • compreender que a comunicação eficaz é a alma da boa liderança; • assumir total responsabilidade pela sucessão, ou seja, pelo reconhecimento e desenvolvimento de novos líderes na organização. Segundo Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 66), “o primeiro ponto importante sobre “como liderar” é que a alta gerência não pode se furtar da responsabilidade de definir claramente o caminho a seguir e de rever o progresso”. A maneira com que um líder conduz sua equipe pode interferir nos objetivos a serem alcançados e consequentemente em seus resultados. As teorias sobre a liderança caracterizam a liderança em vários estilos, sendo estes: autoritário, coercitivo, democrático, paternalista entre outros. De um modo geral, se obtém um melhor resultado quando há uma combinação entre vários estilos de liderança e cultura organizacional que leve a resultados que atenda as expectativas definidas na visão e plano estratégico da organização. No entanto, ainda que o líder tenha uma grande habilidade de combinar os diferentes estilos de liderança, o respeito e a credibilidade ainda irão depender de um julgamento dos membros da equipe sobre outros atributos, tais como a honestidade e a conduta profissional exemplar. #ANOTE ISSO# A maneira com que um líder conduz sua equipe pode interferir nos objetivos a serem alcançados e consequentemente em seus resultados. #ANOTE ISSO# 9.4 Política da Qualidade Em uma organização a política da qualidade é uma declaração sobre os princípios e valores relacionados à gestão da qualidade da organização. Esta deve dar sustentação aos objetivos da qualidade, planejamento, controle e à melhoria de todas as atividades que envolvem a qualidade da gestão da qualidade. A Alta Direção deve estabelecer, implementar e manter uma política da qualidade que: a) seja apropriada ao propósito e ao contexto da organização e apoie seu direcionamento estratégico; b) proveja uma estrutura para o estabelecimento dos objetivos da qualidade; c) inclua um comprometimento em satisfazer requisitos aplicáveis; d) inclua um comprometimento com a melhoria contínua do sistema de gestão da qualidade (ISO 9001:2015, p. 4). #ISTO ESTÁ NA REDE# Qual a diferença entre política da qualidade e objetivos da qualidade? Disponível em: https://administradores.com.br/artigos/qual-a-diferenca-entre- politica-da-qualidade-e-objetivos-da-qualidade. Acesso em: 25 de jul. 2020. #ISTO ESTÁ NA REDE# Além dos requisitos estabelecidos pela norma ISO 9001:2015, outros critérios devem ser observados quanto à política da qualidade, sendo eles: • clareza: a declaração deve usar termos simples, objetivo e de fácil entendimento por todos; • concisão: deve ser enxuta o suficiente para ser compreendida facilmente e retransmitida pelas pessoas envolvidas com a organização; • autenticidade: deve ser uma manifestação autêntica das intenções da organização. No item 5.2.2 da norma ISO 9001 (2015, p. 4), a política da qualidade deve: a) estar disponível e ser mantida como informação documentada; b) ser comunicada, entendida e aplicada na organização. c) estar disponível para partes interessadas pertinentes, como apropriado. #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# A Fiat Chrysler Automobiles acredita que a Satisfação do Cliente é uma condição indispensável para o seu sucesso, oferecendo produtos e serviços superiores em termos de: Qualidade, Confiabilidade e Segurança. Texto completo disponível em: https://www.fiat.com.br/politica-da- qualidade.html. Acesso em: 25 de jul. 2020. #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# 9.5 Papéis, responsabilidades e autoridades da organização Segundo a norma ISO 9001:2015, a alta gerência deve assegurar que as responsabilidade e autoridades devem ser delegadas às pessoas que têm papel relevante para a implantação e manutenção do sistema da qualidade, sendo que esta delegação deve ser comunicada e aceita por todas as pessoas da organização. Embora a responsabilidade da gestão da qualidade envolva todas as pessoas, algumas destas devem ter responsabilidades e autoridade específica, para: a) o sistema de gestão da qualidade implementado pela organização atenda aos requisitos da ISO 9001; b) os processos necessários para o sistema da qualidade sejam estabelecidos, implementados e gerem os resultados esperados; c) o desempenho do sistema de gestão da qualidade seja relatado à alta gerência, incluindo as informações sobre oportunidades de melhoria ou necessidades de mudança e inovação; d) haja valorização do princípio de foco no cliente por toda a organização; e) a integridade do sistema de gestão da qualidade seja preservada quando mudanças no sistema sejam planejadas e implementadas. Vimos nesta aula que a liderança em um sistema de gestão da qualidade é fundamental para que as atividades sejam realizadas em atendimento aos requisitos estabelecidos,bem como, o engajamento e comprometimento das pessoas que estão envolvidas na organização para que as atividades realizadas atinjam os objetivos esperados. AULA 10 – PLANEJAMENTO PARA IMPLEMENTAÇÃO E MUDANÇAS Fonte: https://image.freepik.com/fotos-gratis/treinamento-de-negocios_1098- 15984.jpg Em todo e qualquer projeto que se deseja estabelecer é imprescindível que seja feito um bom planejamento para determinar as etapas a serem realizadas e os responsáveis pela execução das mesmas. Durante o planejamento é possível que se observe atividades ou situações que não estavam sendo contempladas inicialmente, ou seja, a cada atividade podem ser descobertas atividades importantes que poderiam comprometer o desenvolvimento do projeto. Quando falamos em projetos de implementação de um sistema de gestão de uma determinada norma, seja ela nacional ou internacional são muitos requisitos a serem atendidos e que se não forem bem planejadas e distribuídas, os riscos de insucesso são ampliados. Nesta aula, veremos três aspectos importantes quanto ao planejamento de um sistema de gestão. 10.1 Abordagem de Riscos e Oportunidades Em uma organização, por menor e menos complexa que seja, exige o mínimo de planejamento quando se deseja implementar um sistema de gestão da qualidade. No planejamento, deve-se incluir as atividades que são necessárias para reduzir a possibilidade de que o sistema não atenda os requisitos dos clientes e demais partes interessadas e que se previna ou reduza as não conformidades. Neste sentido, o planejamento do sistema de gestão deve decorrer da análise sobre o contexto no qual a organização está inserida, bem como das necessidades e expectativas das partes interessadas (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019). #ANOTE ISTO# [...] o planejamento do sistema de gestão deve decorrer da análise sobre o contexto no qual a organização está inserida, bem como das necessidades e expectativas das partes interessadas (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019). #ANOTE ISTO# Ao planejar o sistema de gestão da qualidade, a organização deve considerar as questões de entendimento sobre o contexto da organização e seu contexto, bem como as necessidades e expectativas das partes interessadas. Assim, a organização deve, com base nestes requisitos, determinar os riscos e oportunidades que necessitam ser abordadas para garantir que o sistema de gestão consiga alcançar os resultados desejados, aumentar os efeitos desejáveis, prevenir ou reduzir os efeitos indesejáveis e alcançar a melhoria. Os riscos estão presentes em qualquer ação tomada pela organização, sejam estes riscos maiores ou menores, o fato é que eles fazem parte do processo. Os riscos podem causar prejuízos ou lucro para as organizações. Você pode estar se perguntando: como assim um risco pode ser bom a ponto de trazer lucro para a organização? Pois é, isso é possível sim, vejamos as duas situações a seguir: Uma organização que não estabelece procedimentos para os seus processos pode estar correndo o risco de não alcançar os seus objetivos de produção e com isso corre o risco de não atender um determinado cliente, assim como também pode estar gerando várias perdas de matéria-prima e horas de produção por um processo não definido. Por outro lado, a organização, ente a oportunidade de investimento em tecnologia, por exemplo, pode gerar um volume maior de produção e atender o cliente sempre que este solicitar uma demanda (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019). Para a análise dos riscos e oportunidades podemos citar novamente a ferramenta SWOT, já apresentada. Esta ferramenta é utilizada para identificar os pontos fortes e fracos em um ambiente interno, bem como as ameaças e oportunidades em um ambiente externo. Outra ferramenta bastante utilizada para a abordagem dos riscos é a Análise dos Modos de Efeitos e Falhas ou Failure Mode and Effect Analysis (FMEA). #ISTO ESTÁ NA REDE# O que é FMEA? Como aplicar? Aprenda agora mesmo! Disponível em: . Acesso em: 27 de jul. 2020. #ISTO ESTÁ NA REDE# Esta ferramenta, segundo Lobo (2020), é importante por proporcionar à organização identificar e catalogar as informações sobre as falhas dos produtos/processos, bem como ampliar o conhecimento sobre os problemas e ações de melhoria. Assim, é possível que sejam reduzidos os custos por meio da prevenção de falhas, a cooperação da equipe e a preocupação com a satisfação no atendimento dos requisitos dos clientes. O FMEA é uma ferramenta que pode ser utilizada em qualquer fase do desenvolvimento de implementação de um sistema de gestão (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019). #ANOTE ISTO# O FMEA é uma ferramenta que pode ser utilizada em qualquer fase do desenvolvimento de implementação de um sistema de gestão (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019). #ANOTE ISTO# A organização também deve planejar as ações para abordar os riscos e oportunidades por meio da integração e implementação de ações nos processos envolvidos no sistema de gestão da qualidade. A organização também deve, neste contexto, avaliar a eficácia das ações realizadas. A análise de riscos e oportunidades durante a fase de planejamento de um sistema tem o objetivo de mitigar os riscos e prevenir ou reduzir os efeitos indesejáveis, e assim, aumentar a probabilidade de o sistema alcançar os resultados desejados. 10.2 Atingindo os Objetivos da Qualidade Para que os objetivos da qualidade sejam atingidos deve haver o comprometimento e liderança da alta direção nos esforços que compreendem a definição destes objetivos de forma que sejam coerentes com o direcionamento das estratégias e do contexto da organização. Segundo a norma ISO 9001:2015, a organização deve estabelecer seus objetivos da qualidade em funções, níveis e processos que são relevantes para a gestão da qualidade. Neste caso, é obrigatório que a organização documente estes objetivos. Os objetivos estabelecidos pela organização devem levar em consideração os requisitos das partes interessadas que, segundo a ABNT (2015, p. 6) devem ser: a) ser coerentes com a política da qualidade; b) ser mensuráveis; c) levar em conta requisitos aplicáveis; d) ser pertinentes para a conformidade de produtos e serviços e para aumentar a satisfação do cliente; e) ser monitorados; f) ser comunicados; g) ser atualizados como apropriado. Assim, ao planejar a forma de atingir os objetivos da qualidade, a organização deve determinar: a) o que será feito; b) quais recursos serão requeridos; c) quem será responsável; d) quando isso será concluído; e) como os resultados serão avaliados (ISO 9001:2015, p. 6). Segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), a política, objetivos e planos são tratadas separadamente pela ISO 9001:2015, porém a definição deve ser integrada a partir do planejamento estratégico da organização. Neste planejamento deve, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 73) estar incluso: • a análise contextual; • a identificação; • a definição das expectativas e necessidades das partes interessadas; e • o levantamento dos riscos e oportunidades. Vejamos a Figura 12 onde é apresentado o desdobramento do processo de planejamento. Na figura estão contidas entre parênteses a indicação das cláusulas da norma ISO 9001:2015 pertinente a cada etapa do processo. Figura 32. Desdobramento dos requisitos da qualidade, objetivos e projeto do sistema da qualidade Fonte: Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 74) A norma ISO 9001:2015 estabelece que os objetivos da qualidade devem ser mensuráveis e monitorados. Assim, o que se espera é que a organização estabeleça quais os objetivos são necessários que sejam traduzidos em indicadores de desempenho, de forma que se atenda aos requisitos estabelecidos pela norma. Estes indicadores para seremestabelecidos, irão depender do tipo da organização e dos fatores considerados críticos para o sucesso de seu negócio. Este conjunto de indicadores devem ser criados com base em equações, unidade de medição, frequência e forma de apresentação de seus resultados. Porém, não é só criar os indicadores, a organização deve atribuir a uma ou mais pessoas a responsabilidade por atualizar e gerir estes indicadores. Vejamos alguns dos indicadores de processos apresentados por Carpinetti e Gerolamo (2019), conforme o Quadro 4. Quadro 4. Indicadores de processo Fonte: Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 75) Um bom exemplo para verificarmos o agrupamento dos objetivos é o modelo do Balanced Scorecard (BSC) apresentado na Figura 13, onde são apresentados os resultados financeiros, a satisfação dos clientes, os processos de aprendizado e capacitação organizacional. Figura 13. Perspectiva de desempenho do BSC Fonte: Kaplan e Norton (1996 apud Carpinetti e Gerolamo, 2019, p. 74) Portanto, como podemos observar na Figura 13, o BSC auxilia nas questões de avaliação do desempenho da organização. 10.3 Planejando as mudanças A norma ISO 9001:2015 estabelece que ao identificar a necessidade de realização de mudanças no sistema de gestão, esta deve ser realizada de forma sistemática ou planejada. Assim, a norma estabelece que sejam consideradas pela organização: a) o propósito das mudanças e suas consequências; b) cuidado para que a integridade do sistema de gestão seja mantida; c) a disponibilidade de recursos para a mudança; d) a alocação ou realocação de responsabilidades. #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# Natura melhora níveis de serviço e Atendimento digital aos consultores. Maior multinacional brasileira de cosméticos e produtos de higiene e beleza, a Natura usa tecnologia para operar seus negócios e se conectar com seus consultores e clientes em escala global. A garantia dos níveis de serviços considerados críticos ao seu negócio de venda direta é indispensável para o sucesso da companhia. Por isso, a empresa investiu nos últimos dois anos em softwares para alavancar sua transformação digital. Além da performance, a empresa busca melhorar a experiência de interação digital de seus consultores e consumidores, simplificar a operação de TI e acelerar o lançamento de novas soluções de tecnologia. Para contemplar esses três pilares, a Natura optou pela plataforma de performance digital da Dynatrace. #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# AULA 11 – RECURSOS E SUPORTE PARA O SGQ Fonte: https://image.freepik.com/fotos-gratis/trabalho-em-equipe-de- empresarios-discutindo-o-plano-de-negocios-no-escritorio_35892-240.jpg Aos recursos e suporte para a implementação de um sistema da gestão tem grande impacto no desenvolvimento das atividades. Para isso, é importante que a alta direção da organização esteja engajada no projeto, pois sem o provimento destes recursos e suporte, a implementação do sistema de gestão se torna impraticável. Veremos a seguir os recursos necessários para o sistema de gestão. 11.1 Pessoal As pessoas envolvidas em uma organização que tem a finalidade de estabelecer um sistema de gestão. A gestão de capacitação de pessoas é considerada uma base sólida e fundamental. Com base nesta visão a norma ISO 9001:2015 passa a valorizar a capacitação das pessoas estabelecendo em sua redação que a organização deve prover as pessoas necessárias para operar e controlar os processos, bem como para a implementação do sistema de gestão. 11.2 Infraestrutura A infraestrutura da organização deve ser necessária para atender os requisitos dos clientes. Assim, a norma ISO 9001:2019, estabelece que deve haver por parte da organização a determinação, provimento e manutenção de uma infraestrutura que seja eficaz para a operação e controle de seus processos. Segundo a norma ISO 9001:2015 (ABNT, 2015, p. 7), determina quatro classes de recursos, sendo eles: a) edifícios e utilidades associadas; b) equipamento, incluindo materiais, máquinas, ferramentas etc. e software; c) recursos para transporte; d) tecnologia da informação e de comunicação. Segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), alguns aspectos importantes de cada classe de recursos são apresentados a seguir. • Edifícios e espaços de trabalho: o leiaute físico da organização, especialmente o chão de fábrica é um aspecto que pode comprometer a eficiência e eficácia no atendimento aos requisitos estabelecidos pelos clientes. Um leiaute mal dimensionado pode gerar grandes prejuízos para a organização. Uma organização deve realizar um bom planejamento para a distribuição dos espaços onde são ou serão realizados os processos, buscando sempre a racionalização e movimentação para reduzir os desperdícios. • Equipamentos de processo, incluindo materiais e software: a manutenção da disponibilidade dos recursos fabris é muito importante para a eficácia e eficiência no atendimento dos requisitos dos clientes. Neste sentido, estes recursos devem ser mantidos para que as chances de não poder produzir devido a inoperância de alguns recursos utilizados. Para garantir a manutenção, um programa muito difundido e que auxilia as organizações é o Total Productive Maintenance (TPM) ou Programa de Manutenção Produtiva Total. • Serviço de transporte: a movimentação de materiais, pessoas etc., é uma atividade que, teoricamente, não agrega valor. Assim, é tida como operações que causam desperdícios nas operações de produção e/ou serviços. Neste sentido, podemos dizer que o transporte compromete a eficiência e eficácia do sistema e uma atenção especial deve ser dispensada a este quesito. • Serviços de tecnologia de comunicação e de informação: a tecnologia da informação nas atividades de suporte ou realização do produto, bem como a carência destas ferramentas pode comprometer a eficiência e eficácia no atendimento dos requisitos estabelecidos pelos clientes. Houve uma época em que se havia uma dúvida nas organizações entre comprar ou desenvolver um sistema de gestão, ainda que este fosse desenvolvido por uma empresa terceirizada. 11.3 Ambiente para operação O ambiente para a operação dos processos é relacionado com as condições do trabalho. Neste sentido, estes fatores podem incluir o estado físico, social, psicológico, ambiental. Outros fatores que estão relacionados aos ambientes são ruídos, temperatura, umidade, iluminação e/ou clima. Alguns aspectos importantes sobre estes ambientes, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), são: • Saúde e segurança no trabalho: a falta de ações relacionadas à saúde e segurança do trabalho pode comprometer a eficácia no atendimento dos requisitos dos clientes, bem como a produtividade das pessoas envolvidas nos processos de produção. A falta de atendimento de padrões mínimos deste fator pode gerar um clima de insatisfação no ambiente organizacional e a médio e longo prazo pode prejudicar a imagem da organização devido ao efeito negativo causado na organização. Algumas implementações de sistema de gestão de saúde e segurança do trabalho tem sido solicitado por algumas organizações. Nos dias atuais, tem-se implementado a norma NBR ISO 45001 – Sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional, em substituição da norma OSHAS 18001:2007 - Sistema de gestão da saúde e segurança ocupacional – requisitos. • Organização: deve haver por parte da organização a preocupação em criar um ambiente de trabalho organizado. Para a organização das organizações, algumas ferramentas podem ser utilizadas para auxiliar neste processo. Dentre estas ferramentas o 5S é um programa baseado na filosofia japonesa e que tem o objetivo de organizar e racionalizar o ambiente de trabalho. • Clima organizacional: este é um fator que impacta de forma significativa os resultados e a eficácia do sistema de gestão de umaorganização. Este fator pode melhorar ou piorar a qualidade de seus produtos, serviços e/ou os custos necessários para obter o nível desejado de qualidade. Alguns fatores influenciam na percepção das pessoas em relação aos cuidados da organização quanto aos cuidados com elas envolve vários processos. São eles: ▪ recrutamento, seleção e contratação dos novos membros; ▪ planejamento e realização de treinamento e desenvolvimento; ▪ avaliação de desempenho; ▪ estabelecimento da política de remuneração, recompensas, promoção e demissão; ▪ segurança e saúde ocupacional, como comentado anteriormente neste tópico. 11.4 Recursos de monitoramento e medição A realização de medições em um processo de produção é bastante comum, porém, a realização de medições pode ser aplicada em qualquer situação que seja possível mensurar. Em um sistema de gestão não é diferente, pois vários processos podem ser medidos quando se estabelece os requisitos e formas de medi-los. Além disso, é necessário que se estabeleça um programa para avaliar e manter um programa para controlar as calibrações, a qualidade e a validade dos instrumentos de medição utilizados na organização para garantir os resultados das medições. 11.5 Conhecimento organizacional As organizações devem determinar o conhecimento necessário para a operações dos processos e a conformidade dos produtos e serviços. A norma ISO 9001:2015 estabelece que a organização gerencie seu conhecimento. Segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), ganhou bastante relevância nos últimos dez anos como um dos pilares para a realização do processo de inovação, melhoria e mudança. O processo de gestão do conhecimento envolve várias práticas fundamentais para a gestão da qualidade e a gestão de desempenho organizacional. Este processo envolve a aprendizagem organizacional, gestão de competências e gestão do capital intelectual. 11.6 Competência Segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), este requisito está relacionado com a competência ou habilidade requerida durante o ciclo de operação. Sobre a competência, a norma ISO 9001:2015 (ABNT, 2015, p. 9), a organização deve: a) determinar a competência necessária de pessoa(s) que realize(m) trabalho sob o seu controle que afete o desempenho e a eficácia do sistema de gestão da qualidade; b) assegurar que essas pessoas sejam competentes, com base em educação, treinamento ou experiência apropriados; c) onde aplicável, tomar ações para adquirir a competência necessária e avaliar a eficácia das ações tomadas; e d) reter informação documentada, apropriada como evidência de competência. Para algumas empresas, o atendimento destes requisitos da ISO 9001:2015, requer uma antecipação na preparação, sendo estes, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 88), dados por dois motivos principais: a) o grau de conscientização das pessoas quanto à importância da gestão da qualidade é incipiente, mesmo na fase de implementação do sistema; b) não se sabe com clareza quais as carências em termos de habilidades e competências das pessoas envolvidas com a gestão da qualidade. Vemos que se houver condições propícias, as organizações podem decidir pelo desenvolvimento de algumas atividades para preparar a gestão de recursos humanos da organização, que permitam atender aos requisitos de maneira mais consistente. 11.7 Conscientização A conscientização advém da educação, capacitação e comunicação. Neste sentido, a norma ISO 9001:2015, estabelece que as pessoas que estão trabalhando na organização, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 91), precisam estar conscientes: a) da política da qualidade; b) dos objetivos da qualidade relevantes; c) da contribuição que elas podem dar para a eficácia do sistema de gestão e para a melhoria do desempenho em qualidade; d) das implicações de não atender aos requisitos do sistema de gestão da qualidade. A organização, além de divulgar a política da qualidade e os objetivos da qualidade, a organização deve estabelecer um programa de capacitação e campanhas para conscientizar sobre as implicações do não atendimento os requisitos dos clientes, legais e sobre o papel de cada uma das buscas de seus objetivos do sistema de gestão. Portanto, a conscientização é essencial para que as pessoas se envolvam com a qualidade e melhoria (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019). #ANOTE ISTO# [...] a organização deve estabelecer um programa de capacitação e campanhas para conscientizar sobre as implicações do não atendimento os requisitos dos clientes, legais e sobre o papel de cada uma das buscas de seus objetivos do sistema de gestão. #ANOTE ISTO# 11.8 Comunicação As organizações divulgam sua política da qualidade externamente para os clientes estabelecidos, potenciais clientes ou outras partes interessadas. Em um ambiente interno, esta divulgação deve ter maior alcance quanto possível. É importante que se destaque que a comunicação sobre o sistema de gestão pode incluir, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), a política da qualidade, seus indicadores, metas, treinamentos, auditorias internas e externas, entre outros. Alguns meios de comunicação podem ser utilizados para transmitir as informações, tais como: boletim interno (impresso ou eletrônico), mural e cartazes também podem ser utilizados como meio de divulgar as informações. A ISO 9001:20105 (ABNT, 2015, p. 9), descreve que a organização deve determinar: a) sobre o que comunicar; b) quando comunicar; c) com quem se comunicar; d) como comunicar; e) quem comunica. 11.9 Informação documentada Informação documentada é o termo utilizado pela norma ISO 9001:2015 para referenciar os documentos que contenham as informações sobre os procedimentos de trabalho, documentos que contenham registros de resultados das operações. A abrangência dos documentos que compõe o sistema da qualidade pode variar de uma empresa para a outra e isto depende do porte, setor de atuação, complexidade dos processos e negócios e a necessidade de orientação documentada em função do nível de capacitação dos recursos humanos (CARPINETTI; GEROLAMO, 2019). Um documento muito importante para o sistema da qualidade era o manual da qualidade. Este documento era obrigatório até a versão 2008 ISO 9001, porém na versão de 2015 a norma exclui de seu texto esta obrigatoriedade. A nova ISO 9001:2015 determina que a organização deve manter as informações documentadas e não especifica o manual da qualidade. Embora não seja obrigatório, recomenda-se que se mantenha este documento, pois ele apresenta o sistema da qualidade da organização na íntegra. #ISTO ESTÁ NA REDE# Como adequar meu Manual de Gestão da Qualidade Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=g_3ahje3kjE. Acesso em: 28 de jul. 2020. #ISTO ESTÁ NA REDE# 11.9.1 Controle das informações documentadas Os documentos que fazem parte do sistema da qualidade devem ser identificados e controlados para que estejam adequados, disponíveis e seguros. Neste sentido, o controle, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 98) é importante assegurar que: • os documentos em circulação sejam analisados e aprovados, incluindo revisões e alterações de documentos já existentes; • os documentos em circulação sejam identificáveis; • os documentos desatualizados não sejam utilizados; • novos documentos ou novas revisões sejam prontamente disponibilizados aos usuários desses documentos; • haja um controle sobre os documentos em circulação, no que se refere a local ou áreas funcionais em que os documentos se encontram, quais os documentos, revisões e versões vigentes, número de cópias e proteção contra alterações, uso ou circulação indevida; • os documentos de origens externas considerados necessários para a gestão da qualidade sejam identificados e tenham sua distribuição controlada; • no caso de registros gerados pela organização, o procedimentode controle garanta que esses registros sejam mantidos em condições de serem recuperados para consultas, na medida da necessidade. Embora a norma ISO 9001:2015 não estabeleça a obrigatoriedade do estabelecimento de um procedimento para o controle de documentos e registros do sistema da qualidade, sugere-se que este seja estabelecido para que se garanta o controle dos documentos do sistema da qualidade. AULA 12 – PLANEJAMENTO DAS OPERAÇÕES Fonte: https://image.freepik.com/fotos-gratis/vista-lateral-da-mulher-sorrindo- enquanto-assina-contrato-de-trabalho_23-2148507840.jpg Em um sistema de gestão planejar as operações é fundamental para que os processos sejam estabelecidos de maneira que os resultados obtidos sejam satisfatórios e atendam os requisitos estabelecidos pelos clientes e partes interessadas. A norma ISO 9001:2015 estabelece alguns requisitos para várias etapas das operações de produção, tais como o planejamento das operações, a análise de requisitos de produtos e serviços, projetos, aquisição, produção e entrega. 12.1 Planejamento e Controle da Operação As atividades envolvendo os processos de produção devem ser planejadas. Neste caso, deve ser levado em consideração as necessidades de atendimento dos requisitos dos clientes, bem como o atendimento das expectativas da máxima eficiência da organização. A organização, segundo a ISO 9001:2015, deve fazer uma análise dos processos de operação realizado por ela e estabelecer os controles necessários para que os requisitos dos clientes sejam garantidos e atendidos satisfatoriamente. Na Figura 44 podemos ver a realização do produto na gestão da qualidade. Figura 44. Realização do produto na GQ Fonte: Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 104) A organização, no que diz respeito à qualidade, deve determinar os processos que são necessários para a gestão da mesma, assim, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), o planejamento do sistema de qualidade deve ser complementado, no que diz respeito a: • determinação de requisitos de produtos e serviços; • estabelecimento de critérios para os processos; • determinação dos recursos necessários; • implementação dos controles de operação; • determinação do sistema documental. A abordagem por processos ao planejar o sistema da qualidade deve ser usado para mapear as atividades de operação e de suporte para depois, com base na visão dos processos, planejar as atividades de gestão da qualidade. A Figura 15 apresenta um exemplo de mapa de processo em um planejamento da qualidade. Figura 15. Mapa de processo no planejamento da qualidade Fonte: Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 106) Assim, a organização deve planejar qualquer atividade de operação que julgar ser necessária para a gestão da qualidade. De igual forma a organização deve estabelecer procedimentos documentados detalhando as atividades de gestão da qualidade. 12.2 Requisitos de Produtos/Serviços O atendimento dos requisitos dos clientes irá depender da identificação e avaliação criteriosa sobre a capacidade da organização em atender estes requisitos. Neste sentido é fundamental que a organização estabeleça uma boa comunicação com o cliente. Os requisitos de sistema, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), devem fazer parte das atividades de rotina que envolve a relação da organização com o cliente. A comunicação com o cliente é uma das primeiras formas de atendimento de seus requisitos em relação aos produtos e/ou serviços oferecidos pela organização. Portanto, deve ser estabelecida uma sistemática de relacionamento que possibilite a troca de informações de forma que os clientes não sejam prejudicados pela falha ou falta de comunicação. #ANOTE ISTO# A comunicação com o cliente é uma das primeiras formas de atendimento de seus requisitos em relação aos produtos e/ou serviços oferecidos pela organização. #ANOTE ISTO# A norma ISO 9001:2015 estabelece que todos os requisitos de produtos ou serviços sejam identificados, incluindo os requisitos do produto ou serviço especificado pelo cliente, requisitos não declarados (mas necessários para o uso pretendido), requisitos legais aplicado ao produto, entre outros requisitos que a organização julgue necessário. 12.3 Projeto e Desenvolvimento Outra etapa importante, no que diz respeito às operações é o estabelecimento e desenvolvimento do projeto de um produto ou serviço. Segundo a ISO 9001:2015, os projetos são aplicados especialmente a produtos, bens materiais ou software. Porém, quando se trata de bens materiais, os projetos e desenvolvimento podem ser aplicados aos processos de fabricação. Para os serviços não há tanta complexidade no desenvolvimento de projetos e por este motivo, as organizações optem por não desenvolver esta atividade, ou em alguns casos desenvolvam de forma parcial e assim, este requisito da norma é justificadamente excluído do sistema da qualidade. O planejamento de desenvolvimento de um projeto é realizado em vários estágios, sendo que a cada estágio cumprido dá início ao próximo estágio até que seja finalizado com o resultado principal, podendo ser este um desenho de engenharia, um protótipo, produção de um piloto etc. A Figura 16 apresenta uma síntese do desenvolvimento de um projeto. Figura 16. Processo de desenvolvimento de um projeto Fonte: Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 112) O desenvolvimento de um projeto, basicamente se divide em quatro requisitos básicos, sendo estes a entrada, o processo, a saída e as alterações (quando necessárias). O não estabelecimento de um projeto para o desenvolvimento de produtos ou de serviços em qualquer que seja a organização, independentemente do porte e atividade desenvolvida, pode trazer grandes danos para o desenvolvimento dos processos e no resultado final do que será entregue ao cliente. Assim, é importante que se estabeleça a cultura de projetos para que os requisitos dos clientes sejam atendidos satisfatoriamente. 12.4 Controle de Aquisições Externas Para o desenvolvimento das atividades de processos necessitam adquirir matéria-prima, insumos, equipamentos, subprodutos, serviços etc. Estes são itens que podem ou não ser incorporados aos produtos fabricados ou serviços prestados. Assim, para o sistema de gestão da qualidade, a ISO 9001:2015 estabelece que a organização determine e aplique critérios para avaliar, selecionar, monitorar e reavaliar o desempenho de seus fornecedores. Os resultados destas avaliações, segundo a ISO 9001:2015 devem ser registrados e mantidos como evidências da realização destas atividades, bem como as outras atividades resultantes da avaliação dos fornecedores. O processo de aquisição é composto basicamente de quatro etapas, conforme apresentado na Figura 17 Figura 17. Gestão da qualidade no processo de aquisição externa Fonte: Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 116) Quanto ao processo de aquisição externa é importante que a empresa padronize os procedimentos para avaliar os produtos ou serviços adquiridos de seus fornecedores e assim estabelecer os critérios de aceitação. O procedimento também pode ser utilizado para avaliar o fornecedor. 12.5 Serviços A produção, seja de produtos ou serviços, é uma das atividades mais críticas quando se trata de garantia da qualidade, pois os critérios estabelecidos durante as fases de projeto são incorporados aos produtos. O não atendimento das especificações resulta na rejeição dos produtos e esta rejeição deve ocorrer antes de que o produto chegue às mãos do cliente. Neste caso, se o problema for detectado ainda em processo, os impactos para a organização serão menos onerosos, pois os custos da não conformidade serão atribuídos à produção. No entanto, se o problema for detectado pelo cliente, as perdas serão muito maiores, pois alémcontroles de compras, técnicas de estatística, design de produtos etc. #ANOTE ISTO# No final da década de 1980, a Motorola desenvolveu o programa chamado “Seis Sigma”. Este, segundo Carvalho e Paladini (2012), é considerado o programa mais recente de Gestão da Qualidade. Este programa, popularizado no início do século XXI, tem características dos outros programas de qualidade, tais como o controle estatístico do processo. Segundo Carvalho e Paladini (2012), a evolução da qualidade passou por quatro fases no último século, sendo que diversos dos elementos dessa evolução estão presentes dentro das organizações. Podemos observar as fases da evolução da qualidade na Figura 1. Figura 1. Ondas da Gestão da Qualidade Fonte: Carvalho e Paladini (2012, p. 7) Para entendermos melhor as fases da evolução da qualidade e algumas de suas características. Quadro 1. Eras da qualidade Características básicas Interesse principal Visão da Qualidade Ênfase Métodos Papel dos profissionais da qualidade Quem é o responsável pela qualidade Inspeção Verificação Um problema a ser resolvido Uniformidade do produto Inspeção de medição Inspeção, classificação, contagem, avaliação e reparo. Departamento de inspeção. Controle Controle Um problema Uniformidade Ferramentas e Solução dos Os Estatístico do Processo a ser resolvido do produto com menos inspeção técnicas Estatísticas problemas e a aplicação e métodos estatísticos. departamentos de fabricação e engenharia (o controle de qualidade). Garantia da Qualidade Coordenação Um problema a ser resolvido, mas que enfrentado proativamente Toda a cadeia de fabricação desde o projeto até o mercado, e a contribuição de todos os grupos funcionais para impedir falhas de qualidade Programas e sistemas. Planejamento, medição da qualidade e desenvolvimento de programas.M0Ç Todos os departamentos comam alta administração se envolvendo superficialmente no planejamento e na execução das diretrizes da qualidade. Gestão Total da Qualidade Impacto estratégico Uma oportunidade de diferenciação da concorrência As necessidades de um mercado e do cliente Planejamento estratégico, estabelecimento de objetivos e a mobilização da organização Estabelecimento de metas, educação e treinamento, consultoria a outros departamentos e desenvolvimento de programas. Todos na empresa, com a alta administração exercendo forte liderança. Fonte: Carvalho e Paladini (2012, p. 8). Vejamos como ocorre cada fase da evolução da qualidade ao longo da história. Fase de Inspeção: esta fase no período anterior à revolução industrial, ainda quando os produtos eram fabricados pelos artesãos. Neste período o foco estava no produto e os artesãos eram os responsáveis pela inspeção das peças uma a uma. Isto se dava devido à pequena quantidade de produtos que eram produzidos. Após a revolução industrial, Taylor fez a separação deste processo passando a responsabilidade da inspeção para uma pessoa especialista. O processo de inspeção era limitado à contagem, classificação e reparos, sendo a solução de problemas direcionada para outro departamento fora da inspeção (MARSHAL JR et al., 2008). Controle de processos: nesta fase o foco era voltado para o controle estatístico do processo. Com crescimento da demanda por produtos no mundo, a realização da inspeção individual dos produtos tornou-se inviável devido à velocidade em que os produtos eram produzidos com a utilização das máquinas. Com a inviabilidade das inspeções individuais dos produtos surgiu a necessidade de aprimorar o sistema de inspeção. Assim, com a utilização de técnicas estatísticas, as inspeções passaram a ser realizadas por meio da seleção de uma quantidade de produtos que fosse representativa para o lote a ser analisado (MARSHAL JR et al., 2008). Garantia da Qualidade: nesta fase o foco estava no cliente. O Japão, após a Segunda Guerra Mundial, devido à situação de destruição em que o país se encontrava, necessitava de uma metodologia que auxiliasse no processo de reconstrução. Foi através desta necessidade que surgiu o método “KAIZEN”. Esta metodologia indica que tudo pode ser melhorado e tinha o objetivo de preparar o ambiente para a evolução dos conceitos da qualidade. Nesta época as pessoas especializadas em qualidades já existiam e o conceito da qualidade já era conhecido pelas empresas que vislumbravam atender às necessidades dos clientes (MARSHAL JR et al., 2008). Gestão da Qualidade: a qualidade passa a ter caráter estratégico e tinha o foco voltado para a gestão da qualidade. Com isto surge a norma ISO com o objetivo de padronizar os processos, garantir o atendimento dos requisitos específicos, além de ajudar na qualidade dos produtos e/ou serviços (MARSHAL JR et al., 2008). A partir do ano de 1950, segundo Carpinetti e Gerolamo (2016), a partir da divulgação dos trabalhos de Joseph Duran (1990) e Willian Deming (1990), percebeu-se que a qualidade não é somente um requisito técnico e sim o que diz respeito ao grau de adequação aos requisitos do cliente. Neste sentido, a gestão da qualidade tem alguns princípios básicos. Conforme Lobo e Silva (2014, p. 32), estes princípios são: • Qualidade é algo que se pode e deve ser gerenciado. • Problemas devem ser prevenidos e não remediados. • Processos e não pessoas são frutos dos problemas. • Todo mundo tem um fornecedor e um cliente. • A qualidade precisa ser medida. • Cada colaborador da organização é responsável por manter a qualidade. • A melhora da qualidade necessita ser precisa, ser continuada. • O padrão de qualidade é livre de defeitos. • O gerenciamento deve liderar e estar envolvido diariamente como processo. • Planejamento e organização são essenciais para melhorar a qualidade. 1.2 Evolução Mundial da Qualidade Com a globalização dos sistemas de comunicação, o intercâmbio das informações e as lições aprendidas entre o ocidente e o Japão, o processo de evolução da qualidade mundial tornou-se mais unificado. Na era da globalização, alguns aspectos da Gestão da Qualidade foram destacados. Segundo Barçante (2009, on-line), estes aspectos são: • A qualidade torna-se uma linguagem internacional evidenciada por meio do aumento do processo de certificação das normas ISO 9000 e ISO 14000, bem como, pelos preços nacionais da qualidade. • A satisfação dos clientes quando às características dos produtos, incluindo aspectos sociais e ecológicos. Neste caso, o produto não tem que ser sem defeito, mas tem que ser perfeito quanto aos requisitos sociais e ecológicos. • A qualidade é uma ferramenta eficaz no desenvolvimento dos negócios. • A palavra parceria passa a fazer parte do vocabulário e das atividades das organizações em que os fornecedores passam a se instalar dentro da planta do cliente reduzindo significativamente o leadtime do processo. • Os aspectos de liderança fazem com que as empresas tenham destaque por meio dos conceitos da qualidade. • As atividades gerenciais são baseadas na contabilidade moderna. • Com o objetivo de atender o mercado e aumentar as vantagens frente aos concorrentes, o tempo passa a ser aplicado aos processos, tornando o leadtime menor. Portanto, vimos, ainda que resumidamente, que a evolução da qualidade é diretamente ligada e responsável pelo desenvolvimento das normas, pois somente através das normas seria possível criar uma padronização para os processos e produtos, além de padronizar os sistemas de gestão para auxiliar no crescimento das empresas. #ISTO ESTÁ NA REDE# A EVOLUÇÃO DA QUALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES. Após a Revolução Industrial e a consequente departamentalização das indústrias o controle de qualidadedos custos de produção, a organização pode perder faturamento, e em alguns casos ter que arcar com multas e indenizações. #ANOTE ISTO# O não atendimento das especificações resulta na rejeição dos produtos e esta rejeição deve ocorrer antes de que o produto chegue às mãos do cliente. #ANOTE ISTO# Para um processo de controle de produção e serviços é importante que as organizações ao estabelecerem o procedimento de controle de produção e fornecimento de serviços, contemplem o objetivo, os equipamentos e materiais, a operação, os critérios de aceitação, a qualificação para a execução da atividade, a segurança, a manutenção, e por fim, os documentos e registros. Além disso, deve-se atentar para os requisitos de identificação e rastreabilidade, as propriedades do cliente ou fornecedor, a preservação dos produtos durante o processo de fabricação e a entrega ao cliente, as atividades de pós-venda, para obter os feedbacks sobre os produtos e/ou serviços prestados, bem como as atividades de controle de mudanças. 12.6 Liberação de Produtos e Serviços Como vimos no item anterior, a liberação de um produto fora das especificações gera custos, que em alguns casos pode ser bem alto. Neste caso, a organização, segundo a ISO 9001:2019, deve estabelecer um procedimento para que os produtos e/ou serviços sejam liberados aos clientes. Este procedimento deve ter o objetivo de padronizar a atividade de verificação final do atendimento dos requisitos dos clientes e se estes foram ou não atendidos e evitar que produtos sejam enviados aos clientes antes de passar pelas etapas de verificação final, exceto pela expressa autorização do responsável ou pelo próprio cliente. O procedimento, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019, p.130) deve incluir os seguintes registros: • evidência da conformidade dos produtos e serviços com os critérios de aceitação definidos; • identificação da pessoa responsável pela liberação. 12.7 Controle de Não Conformidades Após o estabelecimento dos procedimentos para avaliar a conformidade dos produtos e/ou serviços é importante que se estabeleça ações para assegurar que os resultados das operações que não atendam aos requisitos especificados de processo, produtos ou clientes, sejam identificados e separados para evitar a utilização inadvertida ou entrega ao cliente. Neste caso, a ISO 9001:2015 estabelece que sejam tomadas ações apropriadas sobre as não conformidades dos produtos e/ou serviços. Os procedimentos, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 130) deve incluir: • tomada de ações corretivas, para eliminar a não conformidade detectada; • segregação, contenção, recolhimento ou interrupção do fornecimento de produtos e serviços; • comunicação ao cliente sobre as não conformidades; • obtenção de autorização para aceitação sob concessão. Após o tratamento da não conformidade, os produtos e/ou serviços devem passar por uma nova avaliação para garantir a conformidade com as especificações estabelecidas. #ISTO ESTÁ NA REDE# A importância da gestão da qualidade em projetos Disponível em: https://www.projectbuilder.com.br/blog/importancia-da-gestao- da-qualidade-em-projetos-2/. Acesso em: 29 de jul. 2020. #ISTO ESTÁ NA REDE# #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# Comunicação interna e gestão da qualidade total: o caso Volkswagen - unidade Resende O presente estudo visou a investigação da comunicação interna num ambiente de gestão da Qualidade Total, enfocando os procedimentos adotados na transmissão das informações e no processo de comunicação estabelecido com os diversos públicos relacionados à organização estudada. A comunicação formal nas organizações, visando a troca de mensagens, ocorre, especificamente, com vistas à resolução de problemas. Porém, nas últimas duas décadas, um novo paradigma de gestão nas organizações tem sido seguido no Ocidente, a gestão da qualidade, que visa ao reaprendizado de novos processos, através de diferentes formas de relações humanas no trabalho. Texto do artigo completo disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103- 65132004000200002&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 29 de jul. 2020. #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# AULA 13 – AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE RESULTADOS Fonte: https://image.freepik.com/fotos-gratis/chefe-falando-sobre-as- perspectivas-financeiras-da-empresa_1163-5350.jpg Em um sistema de gestão, seja da qualidade, do ambiente, de alimentos etc., não só coletam dados e os analisam em uma planilha ou software. Além dos dados e seus resultados, é importante que se faça um acompanhamento dos desdobramentos e o monitoramento das ações para verificar se as atividades estão sendo realizadas conforme os requisitos estabelecidos pelo sistema. Veremos nesta aula como é realizada a avaliação de desempenho e as melhorias no sistema implantado. 13.1 Monitoramento, medição, análise e avaliação A avaliação de desempenho comumente considera a eficácia e a eficiência do sistema de gestão. Também podemos relacionar a eficácia com o atendimento dos requisitos estabelecidos pelos clientes ou partes interessadas. A avaliação da eficácia trata da medida na qual o resultado planejado foi atingido. A eficiência avalia o quanto de recursos foi utilizado para gerar o resultado. Também se relaciona a eficiência com a produtividade dos recursos. A norma ISO 9001:2015 (ABNT, 2015), estabelece que as organizações estabeleçam uma medida de avaliação de seu sistema e que mantenha registros dos resultados das avaliações. Assim a norma ISO 9001:2015 (ABNT, 2015, p, 19), determina que: • o que precisa ser monitorado e medido; • os métodos para monitoramento, medição, análise e avaliação necessários para assegurar resultados válidos; • quando o monitoramento e a medição devem ser realizados; • quando os resultados de monitoramento e medição devem ser analisados e avaliados. • organização deve avaliar o desempenho e a eficácia do sistema de gestão da qualidade. • organização deve reter informação documentada apropriada como evidência dos resultados. O indicador mais importante para a avaliação da eficácia do sistema da qualidade, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), é a avaliação da satisfação dos clientes. Porém, a eficácia depende de fatores que, no tocante à operação de produção, podem ser critérios de desempenho que envolvem a conformidade com as especificações, prazo e pontualidade de entrega, flexibilidade, entre outros. Uma não conformidade ocorrida no produto pode gerar um volume de refugo alto, no entanto, este índice pode ser controlado mediante a melhoria do índice de capabilidade. A Figura 18 apresenta as relações de causa e efeito entre os indicadores de desempenho do processo. Figura 58. Relações de causa e efeito entre satisfação do cliente e fatores de produção Fonte: Carpinetti (2016, p. 202) #ANOTE ISTO# [...] a eficácia depende de fatores que, no tocante à operação de produção, podem ser critérios de desempenho que envolvem a conformidade com as especificações, prazo e pontualidade de entrega, flexibilidade entre outros. #ANOTE ISTO# Na análise das relações de causa e efeito dos fatores que afetam a eficácia do sistema de gestão, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), possibilita a identificação de indicadores de desempenho que estão relacionados a esses fatores. A utilização de indicadores de desempenho é uma boa prática de gestão de desempenho que pode e deve ser utilizados. Porém, na maioria das vezes, é importante identificar qual o indicador que sintetize o desempenho de uma determinada atividade, sendo assim, se não identificar o melhor indicador é melhor realizar uma avaliação qualitativa, a partir da análise das atividades. A ISO 9001 (ABNT, 2015) determina que devem ser mantidos osregistros contendo os resultados das avaliações de desempenho realizada pela organização. 13.2 Satisfação do Cliente A pesquisa de opinião deve ser realizada em toda a base de clientes sempre que possível. Neste sentido, a ISO 9001 (ABNT, 2015, p. 19) estabelece que: “A organização deve monitorar a percepção de clientes do grau em que suas necessidades e expectativas foram atendidas. A organização deve determinar os métodos para obter, monitorar e analisar criticamente essa informação”. Para realizar o monitoramento da satisfação dos clientes pode ser utilizado um formulário de pesquisa onde conste dados do cliente sobre a qualidade do produto, solicitações de serviços de garantia, feedback de representantes comerciais ou até mesmo a análise de oportunidades de negócios perdidas. #ANOTE ISTO# “A organização deve monitorar a percepção de clientes do grau em que suas necessidades e expectativas foram atendidas. A organização deve determinar os métodos para obter, monitorar e analisar criticamente essa informação”. #ANOTE ISTO# Em um questionário de avaliação da satisfação do cliente deve ser voltado não só aos atributos intrínsecos ao produto, mas também aos atributos relacionados ao processo de atendimento de pedidos que, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 136), são: • prazo; • pontualidade; • flexibilidade; • confiabilidade; • facilidade de comunicação; • custos. As questões, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), destacam que as questões devem ser focadas nos requisitos dos produtos/serviços. As respostas devem indicar o grau de atendimento destes requisitos, além de solicitar para que os clientes solicitem melhorias para o atendimento aos clientes. O Quadro 5 apresenta um modelo de questionário de avaliação da satisfação do cliente. Quadro 5. Exemplo de formulário de avaliação de satisfação do cliente AVALIAÇÃO DE SATISFAÇÃO DO CLIENTE Título Emitido: Elaborado por: Número: Aprovado por: Revisão: Empresa: Nome: Departamento: Assinatura Data: 5 4 3 2 1 1 – Qualidade do produto 2 – Pontualidade do serviço prestado 3 – Confidencialidade 4 – Preço ofertado 5 – Prazo 6 – Fase de projeto 7 – Fase de fabricação 8 – Faturamento e entrega do pedido Comentários: Fonte: Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 137) 13.3 Análise e Avaliação Sobre a análise e avaliação dos dados e informações resultantes das medições e monitoramento. A ISO 9001 (ABNT, 2015, p. 19), estabelece que: A organização deve analisar e avaliar dados e informações apropriados provenientes de monitoramento e medição. Os resultados de análises devem ser usados para avaliar: a) conformidade de produtos e serviços; b) o grau de satisfação de cliente; c) o desempenho e a eficácia do sistema de gestão da qualidade; d) se o planejamento foi implementado eficazmente; e) a eficácia das ações tomadas para abordar riscos e oportunidades; f) o desempenho de provedores externos; g) a necessidade de melhorias no sistema de gestão da qualidade. 13.4 Auditoria Interna A auditoria da qualidade é um processo realizado pela organização de forma planejada, programada e documentada que através da constatação de evidências objetivas e identificação de não conformidades decorrentes dos processos realizados na manufatura ou prestação de serviços, para verificar a eficácia do sistema da qualidade. Embora o foco não seja a disciplina de auditoria da qualidade, a ISO 9001 (ABNT, 2015, p. 20) estabelece que a organização deve: a) planejar, estabelecer, implementar e manter um programa de auditoria, incluindo a frequência, métodos, responsabilidades, requisitos para planejar e para relatar, o que deve levar em consideração a importância dos processos concernentes, mudanças que afetam a organização e os resultados de auditorias anteriores; b) definir os critérios de auditoria e o escopo para cada auditoria; c) selecionar auditores e conduzir auditorias para assegurar a objetividade e a imparcialidade do processo de auditoria; d) assegurar que os resultados das auditorias sejam relatados para a gerência pertinente; e) executar correção e ações corretivas apropriadas sem demora indevida; f) reter informação documentada como evidência da implementação do programa de auditoria e dos resultados de auditoria. Para o desenvolvimento do processo de auditoria, a organização deve estabelecer um formulário para auxiliar na coleta das informações e evidências, bem como para registrar os resultados obtidos. O Quadro 6 apresenta um exemplo de registro de auditoria interna. Quadro 6. Registro de auditoria Fonte: Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 141) 13.5 Análise Crítica A alta administração da organização, conforme já visto, deve assumir a responsabilidade pela eficácia, bem como pela análise crítica do sistema da qualidade. Neste sentido, o requisito estabelecido pela norma ISO 9001 (ABNT, 2015) é importante para a manutenção e a melhoria contínua do sistema da qualidade. Para o desenvolvimento da atividade de análise crítica, também é utilizado o ciclo PDCA. A norma ISO 9001 (ABNT, 2015, p. 20) estabelece que: A Alta Direção deve analisar criticamente o sistema de gestão da qualidade da organização, a intervalos planejados, para assegurar sua contínua adequação, suficiência, eficácia e alinhamento com o direcionamento estratégico da organização. A Figura 19 apresenta o ciclo PDCA aplicado ao processo de análise crítica. Figura 19. PDCA para análise crítica do sistema da qualidade Fonte: Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 142) 13.6. Entradas para a análise crítica Ainda, segundo a norma ISO 9001 (ABNT, 2015, p. 20), a análise crítica pela direção deve levar em consideração: a) situação de ações provenientes de análises críticas anteriores pela direção; b) mudanças em questões externas e internas que sejam pertinentes para o sistema de gestão da qualidade; c) informação sobre o desempenho e a eficácia do sistema de gestão da qualidade, incluindo tendências relativas a: 1) satisfação do cliente e retroalimentação de partes interessadas pertinentes; 2) extensão na qual os objetivos da qualidade foram alcançados; 3) desempenho de processo e conformidade de produtos e serviços; 4) não conformidades e ações corretivas; 5) resultados de monitoramento e medição; 6) resultados de auditoria; 7) desempenho de provedores externos; d) a suficiência de recursos; e) a eficácia de ações tomadas para abordar riscos e oportunidades; f) oportunidades para melhoria. 13.6.1 Saídas da análise crítica Os resultados das reuniões de análise crítica do sistema devem se transformar em decisões e ações para a melhoria do sistema de gestão. Segundo a norma ISO 9001 (ABNT, 2015), as saídas da análise crítica devem gerar: a) oportunidades de melhoria; b) melhoria do sistema da qualidade, revisando se necessário objetivos, indicadores e metas; c) provisão de recursos para o encaminhamento das ações. Os resultados dessas reuniões devem ser documentados, registradas em atas e mantidas pela organização como evidência do atendimento desse requisito. 13.7 Melhoria de desempenho A ISO 9001, desde a edição de 2000, inclui como requisito a avaliação e a melhoria do sistema da qualidade. Essas exigências tornam o sistema de gestão à organização mais maduro, robusto e eficaz. A norma apresenta vários tipos de ação de melhoria, que segundo Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 143) pode ser “a implementação de uma ação corretiva decorrente de uma não conformidade detectada; ou uma inovação ou mudança radical nos processos de operação e gestão implicando num replanejamento do sistema de gestão”. Assim, as ações de melhoria devem incluir: • A melhoria de produtos e serviços atendam aos requisitos dos clientesassim como atendam as demandas e expectativas futuras. • A correção, prevenção ou redução de problemas ou não conformidades decorrentes do processo. • A melhoria do desempenho e da eficácia do sistema de gestão da organização. Portanto, este requisito tem o objetivo de melhorar o sistema de gestão de forma contínua e com isso, melhorar a eficácia dos resultados e a eficiência da organização. #ISTO ESTÁ NA REDE# PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA INTERNA Artigo disponível em: https://portaldeauditoria.com.br/procedimentos-de-auditoria-auditoria- interna/#:~:text=Os%20procedimentos%20da%20Auditoria%20Interna,recomen da%C3%A7%C3%B5es%20%C3%A0%20administra%C3%A7%C3%A3o%20d a%20entidade. Acesso em: 29 de jul. 2020. #ISTO ESTÁ NA REDE# #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# AUDITORIAS EXTERNAS ATESTAM QUALIDADE DOS PROCEDIMENTOS De olho na qualidade de todos os processos realizados, aliados à preocupação com a melhoria contínua, a Brasal Refrigerantes passa por frequentes auditorias externas, visando padronizar e garantir que os procedimentos sejam realizados de acordo com as normas. Atualmente, a empresa é certificada nas normas ISO 9001 (Qualidade), ISO 14001 (Meio Ambiente), FSSC 22000 (Segurança de Alimentos) e OHSAS 18001, que não faz parte da família ISO, mas está incluída no Sistema de Saúde Ocupacional e Segurança no Trabalho. Essas normas são importantes para a manutenção do Sistema de Gestão Brasal, que segue, também, legislações pertinentes, requisitos Coca-Cola Company (KORE), requisitos Heineken e demais requisitos aplicáveis ao negócio. Todos os procedimentos são monitorados, mensalmente, por meio dos Ratings (visitas periódicas às áreas com o intuito de mensurar o grau de atendimento à ISO), do ciclo anual de Auditoria Interna (realizada por colaboradores voluntários) e das Auditorias Externas de Certificação/Recertificação/ Manutenção das ISOs. Texto completo disponível em: https://www.brasal.com.br/refrigerantes/auditorias-externas-atestam-qualidade- dos-procedimentos/. Acesso em: 29 de jul. 2020. #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# AULA 14 – FASES DE IMPLANTAÇÃO DO SGQ Fonte: https://image.freepik.com/fotos-gratis/empresario-analisando-o-relatorio- financeiro-da-empresa-com-graficos-de-realidade-aumentada_34141-360.jpg Uma organização, quando decide estabelecer um sistema de gestão da qualidade, deve passar por um processo de adequação e implantação. É no processo de implantação que a organização sistematiza o sistema, gera documentos e registros para desenvolver e gerir as ações necessárias para manter o atendimento dos requisitos estabelecidos pela norma implementada. Independentemente da maneira escolhida, para que se alcance os objetivos é importante que se faça um bom planejamento das etapas. Veremos estas etapas no decorrer desta aula. 14.1 Fases de implementação Para que as fases de implementação de um sistema de gestão sejam mais claras e atenda às suas expectativas, bem como para que se entenda o processo desde o início, nesta aula iremos tratar este processo como se a organização não atenda nenhum dos requisitos estabelecidos pela norma. Ou seja, iremos partir do zero. O processo que iremos desenvolver é dividido em cinco fases, sendo estas distribuídas em: • Fase 0: diagnóstico da gestão da qualidade pré-implementação. • Fase I: levantamento de necessidades e planejamento do sistema. • Fase II: projeto do sistema. • Fase III: implantação. • Fase IV: auditoria de certificação. Antes de destacarmos cada uma das fases de implementação vamos observar a Figura 20 onde é apresentada uma visão macro do processo de implementação do sistema de gestão da qualidade estabelecido na norma ISO 9001:2015. Figura 20. Visão macro do processo de implantação do sistema de gestão Fonte: Adaptado de Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 52) Fase 0 – Diagnóstico pré- implementação Fase I – Levantamento das necessidades e planejamento do sistema Fase II – Projeto do Sistema Fase III – Implantação Fase IV – Auditoria de certificação II-1 – Definição do escopo, política e objetivos do sistema da qualidade. II-2 – Mapeamento dos processos da Organização II-3 – Projeto dos processos de gestão da III-1 – Treinamento nos procedimentos de trabalho III-2 – Implantação dos processos, procedimentos e outros documentos III-3 – Revisão dos processos, procedimentos e III-4 – Treinamento de auditores internos III-5 – Auditoria interna III-6 – Análise de auditorias e definição de planos de III-7 – Acompanhamento de ações de melhoria (análise IV-1 – Definição do organismo certificador IV-2 – Planejamento e realização das auditorias IV-3 – Análise dos resultados e tomada de ações para a melhoria do sistema 14.1.1 Fase zero – Diagnóstico da gestão da qualidade pré-implementação Esta fase é realizada antes do processo de implementação. Neste caso, é importante que a organização faça uma avaliação para verificar o quanto os requisitos da norma já são atendidos com as práticas já realizadas. 14.1.2 Fase I – Levantamento das necessidades No processo de levantamento das necessidades é preciso que seja definida uma equipe responsável pela condução do processo de implementação do sistema. Esta equipe deve ser formada por ao menos um representante da alta direção, sendo os demais representantes para assumir as responsabilidades pelo processo de implementação indicados pela diretoria da organização. A participação do membro da alta direção é importante para trazer a visão e a contribuição da direção para o projeto e a implementação do sistema e demonstrar o comprometimento da alta direção com o projeto. #ANOTE ISSO# A participação do membro da alta direção é importante para trazer a visão e a contribuição da direção para o projeto e a implementação do sistema e demonstrar o comprometimento da alta direção com o projeto. #ANOTE ISSO# Nesta etapa de levantamento das necessidades, deve-se considerar os seguintes requisitos: • Análise do contexto da organização: nesta análise deve ser incluída a identificação e revisão das questões internas e externas que estejam relacionadas com os objetivos estratégicos e que precisam ser consideradas para a implementação do sistema de gestão (item 4.1 da norma). • Identificação das necessidades dos clientes e demais partes interessadas: a identificação deve ser realizada a partir da análise dos produtos ofertados e dos mercados atendidos, do contexto interno e externo da organização. O objetivo da análise é identificar quais são as necessidades e expectativas dos clientes e das demais partes interessadas. Classificar as necessidades e expectativas como requisitos de qualificação (atendimento mínimo dos requisitos dos clientes) e ganhadores de pedidos (aqueles que fazem a diferença) é um ponto interessante nesta fase, assim como a identificação dos requisitos de outras partes interessadas, tais como os requisitos legais aplicáveis. • Análise de riscos e oportunidades: a equipe deve fazer uma análise dos riscos e oportunidades para a gestão da qualidade, pois está diretamente relacionada com a análise do contexto, considerando as questões internas e externas, bem como a análise de requisitos e necessidades de clientes e outras partes interessadas. 14.2 Fase II – Projeto Na fase de projeto os responsáveis se debruçam para definir as diretrizes que irão nortear o processo de implementação do sistema de gestão, bem como as atividades de entrada, desenvolvimento e saída para o processo. Esta fase, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), é dividida em três etapas, conforme descrito a seguir. 14.2.1 Definição do escopo, política e objetivos da qualidade. • Definição do escopo: com base no mapeamento dos produtos, mercado, necessidadese demanda, a organização tem subsídios para estabelecer o escopo do sistema. O escopo se refere à extensão em que se aplica o sistema, podendo ou não conter todas as atividades ou negócios desenvolvidos pela organização. • Definição da política e objetivos da qualidade: o desenvolvimento do projeto deve ser iniciado com o estabelecimento da política e dos objetivos da organização, sendo que, os objetivos devem estar alinhados à política da qualidade. Os objetivos, após estabelecidos, devem ser considerados no projeto do sistema, bem como em ações futuras para promoção da melhoria do sistema de gestão implementado. Para esta etapa é importante que se tenha coerência entre a visão da organização e sua estratégia e a política e os objetivos estabelecidos. 14.2.2 Mapeamento de processo Para a implementação do sistema de gestão é fundamental que se estabeleça os processos necessários para o sistema de gestão bem como a aplicação destes em toda organização. Os processos pertinentes ao sistema de gestão podem ser agrupados em planejamento, suporte, operação, avaliação de desempenho, e melhoria. Em um sistema de gestão, os processos devem ser harmonizados com outros processos de gestão da organização. Um exemplo para este quesito é o gerenciamento dos recursos de medição e monitoramento, onde o processo de gestão da qualidade deve ser integrado com a gestão de produção, gerenciamento da qualidade do material ou serviço fornecido integrado com o processo de compra. #ANOTE ISSO# Em um sistema de gestão, os processos devem ser harmonizados com outros processos de gestão da organização. #ANOTE ISSO# Assim, nesta etapa do projeto é imprescindível que se faça o mapeamento dos processos, com maior atenção para os processos críticos para o sistema de gestão. Para a realização das atividades de mapeamento de processos de uma forma organizada e sistemática, a organização deve estabelecer uma sequência para cada uma delas. A seguir, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), segue uma sugestão para a realização destas atividades de mapeamento. • Mapeamento dos processos primários e de suporte: este processo auxilia a identificar as atividades que são realizadas na cadeia interna de valor, de operação ou suporte que estão relacionadas à comercialização, desenvolvimento, produção, entrega e pós-entregas de bens e serviços. • Mapeamento da estrutura funcional e processos de negócio: tem o objetivo de identificar as áreas funcionais e as pessoas que são relacionadas a elas, bem como as responsabilidades pela realização dos diferentes processos de negócios realizados pela organização. • Identificação dos processos críticos e responsabilidade funcional: os processos críticos são aqueles que têm maior impacto nos resultados e nos objetivos do atendimento aos requisitos dos clientes. Neste sentido é possível desenvolver uma matriz de relacionamento entre os clientes e os processos e as atividades realizadas pela organização. Estando os processos mapeados inicia-se o planejamento e detalhamento dos processos de gestão. É fundamental que os processos estejam integrados aos processos primários e de suporte que são desenvolvidos pela organização, o que justifica a importância do mapeamento prévio dos processos. 14.3 Fase 3 – Projeto dos processos Esta fase é a que se destina ao desenvolvimento dos processos e documentos do sistema de gestão a ser implementado. A implementação dos processos de gestão leva à necessidade de criação de documentação que padronize os documentos da organização. Assim, esta é a primeira atividade e para a sua realização, deve-se definir qual será o padrão para os documentos, caso a organização não tenha. #ANOTE ISSO# A implementação dos processos de gestão leva à necessidade de criação de documentação que padronize os documentos da organização. #ANOTE ISSO# Nesta atividade os responsáveis devem estabelecer os critérios para a elaboração, codificação, aprovação, validação, bem como pela distribuição destes documentos. Após a definição do formato e os procedimentos de controle dos documentos e registros, iniciam-se o desenvolvimento de planejamento do conteúdo do sistema. Assim, para cada processo de gestão, segundo Carpinetti e Gerolamo (2019, p. 49), a organização deve: • estabelecer as atividades, a sequência e a interação entre elas, entradas e saídas: nesse detalhamento é muito importante integrar essas atividades de gestão às atividades já desenvolvidas pela organização; • determinar os métodos e técnicas que talvez sejam necessários para operação e os critérios necessários para controle dessas atividades; • determinar os recursos necessários para viabilizar esses processos; • designar para cada um desses processos pessoas com autoridade e responsabilidade: esse é um ponto muito importante. O sistema deve ser projetado pelas pessoas que serão usuárias do sistema de gestão. Portanto, neste momento é necessário identificar todos os recursos humanos que devem ser envolvidos no projeto do sistema para que sejam designadas responsabilidades pelas atividades; • determinar quais serão os documentos necessários, procedimentos e registros, para implementação das atividades de gestão. É provável que nessa etapa ainda não se tenha total clareza sobre quais devem ser os procedimentos e registros que farão parte do sistema da qualidade. A revisão e a inclusão de novos documentos fazem parte da melhoria futura do sistema. Nesta etapa da implementação, embora a ISO 9001:2015 não estabelece a obrigatoriedade da elaboração e manutenção do manual da qualidade é importante que a organização elabore a primeira versão deste documento, pois auxilia no planejamento do sistema, fazendo com que se tenha uma visão geral do sistema da qualidade, incluindo a política, os objetivos, os processos e documentos auxiliares. 14.4 Fase 4 – Implantação do sistema de gestão Na fase de implantação do sistema de gestão, todas as atividades desenvolvidas nas fases anteriores são aplicadas na prática. Esta implantação pode ser realizada ao passo que os procedimentos são desenvolvidos, possibilitando assim a identificação e ajustes necessários. A fase de implantação deve conter as seguintes atividades: • Realização de treinamentos nos procedimentos estabelecidos. • Implantação dos processos, procedimentos e demais documentos implantados. • Revisão dos processos, procedimentos e demais documentos estabelecidos. • Treinamento de auditores internos. • Análise de auditorias e estabelecimento de planos de ação. • Acompanhamento das ações corretivas através de análise crítica. 14.5 Auditoria de certificação Esta fase consiste em contratar o organismo certificador que irá realizar a auditoria de certificação, concluindo assim o processo de implementação do sistema de gestão na organização. Para isso a organização deve: definir o organismo certificador; planejar a realização da auditoria; analisar os resultados e tomar as ações necessárias para a melhoria do sistema. Nesta fase, recomenda-se que a organização faça uma auditoria de avaliação pelo órgão certificador escolhido. Assim, a organização tem a oportunidade de verificar as inconsistências e não conformidades no sistema de forma que possam ser corrigidas antes da auditoria de certificação. #ISTO ESTÁ NA REDE# A norma do sistema de gestão de qualidade é procurada por empresas classificadas como grandes corporações até pequenos negócios. A certificação tem se tornado cada vez mais simples, principalmente para microempresas. Artigo disponível em: https://www.consultoriaiso.org/como-certificar-uma-microempresa/. Acesso em: 30 de jul. 2020. #ISTO ESTÁ NA REDE# #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# IMPLANTAÇÃO DA NORMA ISO 9001 EM UMA EMPRESA DE MANUTENÇÃO OFFSHORE: UM ESTUDO DE CASO Com o agravamentoda crise atual no país, muitas empresas se veem na necessidade de provar para seus clientes que seu serviço possui alta qualidade. O presente trabalho tem por finalidade apresentar a norma ISO 9001, sobre sistemas de gestão da qualidade e realizar uma comparação entre o modelo de implementação proposto pela norma e o modelo seguido pela empresa estudada. A metodologia utilizada é a de estudo de caso mostrando uma percepção multidimensional da situação da empresa. A empresa não possui 12% dos documentos ou atividades necessárias e aproximadamente 30% dos documentos ou atividades da empresa possuem oportunidade de melhoria. Assim, empresa deve analisar previamente sua situação atual antes de buscar uma certificação importante e de alto custo, já que todo tipo de processo de uma empresa deve estar bem descrito, para que seja seguido sem falhar. Texto completo disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_239_386_31000.pdf. Acesso em: 30 de jul. 2020. #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# AULA 15 – CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE POR SETORES Fonte: https://image.freepik.com/vetores-gratis/emblema-de-servico- superior_1284-5019.jpg O conceito de qualidade, embora seja mais comum na área industrial é pode ser implementado em qualquer setor, seja na agricultura, alimentos, construção civil, comércio etc. Na atualidade a qualidade é entendida como um requisito que faz a diferença quando se trata de competitividade, seja no mercado interno ou externo. O fato é que a qualidade representa que a organização produz com o objetivo de atender os requisitos estabelecidos pelos clientes e/ou partes interessadas. Nesta aula você aprenderá um pouco sobre alguma destas áreas. Vamos nessa! 15.1 Qualidade na agricultura A agricultura, assim como qualquer negócio desenvolvido e estabelecido, também prima pela qualidade. Sua gestão igualmente serve para a redução de custos, aumentar a produtividade e satisfazer as necessidades e requisitos dos clientes. Quando tratamos de agricultura, tem-se a expectativa maior por parte dos consumidores devido ao fato de servir como alimento, assim, espera-se que os produtos sejam seguros e saudáveis (MELLO, 2011). A crescente procura por produtos orgânicos pode ser considerado um exemplo de preocupação com a segurança e saúde vem direcionando as exigências do mercado. O problema está em saber se o que se compra e se consome é realmente o que se oferece (ZAMBERLAN et al., 2008). Alimentos, como sabemos, é diferente de uma máquina que tem sua estrutura de desenvolvimento e fabricação definidos. Não podemos dizer o mesmo de um alimento, que pode ser cultivado à base de modificações genéticas para resistir a pragas ou se o produto foi produzido livre de agrotóxicos, conforme a afirmação do produtor. A pergunta é: você pode garantir a qualidade do alimento que consome ou consumiu hoje? Neste sentido, segundo Pearson (2011), a certificação é a forma com que se dá ao consumidor a certeza de que ele está comprando e consumindo um produto seguro e saudável. Um exemplo de certificação comum em nosso cotidiano é o selo de pureza ABIC. Este selo de pureza, segundo Pearson (2011), dede 1988 contribui para a redução de 30% para 5% na proporção de impurezas ou adulterações nas marcas de café estabelecidas no Brasil. Em 2009, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (MAPA), estabeleceu o selo para produtos orgânicos. Este selo permite que o consumidor saiba a procedência do produto e se este é efetivamente de origem orgânica. Para que os produtos sejam considerados orgânico, passam por três mecanismos de controle de qualidade que, segundo Pearson (2011, p. 49) são: • Certificação por auditoria, ou seja, por empresas certificadoras credenciadas pelo MAPA. • Certificação pelos Sistemas Participantes de Garantia da Qualidade Orgânica, que quer dizer, por associações de produtores, armazenadores, transportadores, consumidores, e outros agentes envolvidos na cadeia de produção devidamente credenciadas pelo MAPA. • Controle social na venda direta, incidente sobre produtos que são vendidos diretamente ao consumidor por produtores participantes do Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos. A Figura 21 apresenta os aspectos do produto agrícola de qualidade. Figura 26. Aspectos de qualidade dos produtos agrícolas Fonte: Pearson (2011, p. 50) Há selos que certificam a qualidade dos produtos agrícolas em nível internacional, possibilitando a expansão para este mercado. 15.2 Qualidade na indústria A qualidade quando aplicada à indústria está diretamente relacionada à revolução industrial, pois neste período nasceu a nova forma de se produzir provocando grandes mudanças nos contextos sociais. O advento das máquinas movidas à energia elétrica e o desenvolvimento da tecnologia e da automação causaram uma nova revolução industrial, pois aumentaram a capacidade produtiva do setor de manufatura e mudaram de forma radical os parâmetros produtivos e de consumo. Na fase em que se encontra o desenvolvimento industrial a capacidade produtiva aumentou, além disso são criados uma grande quantidade de produtos novos. Na era da indústria moderna, o desafio é se manter competitiva e reduzir efetivamente os custos econômicos, mas o foco maior se mantém na redução dos custos ambientais e sociais. Se manter competitiva e produzindo é o desejo dos clientes, com preços corretos, de forma sustentável e justo para todos. #ANOTE ISSO# A qualidade quando aplicada à indústria está diretamente relacionada à revolução industrial, pois neste período nasceu a nova forma de se produzir, provocando grandes mudanças nos contextos sociais. #ANOTE ISSO# 15.3 Qualidade na construção civil A construção civil é um setor que gera uma grande quantidade de empregos no Brasil, porém os trabalhadores são de baixa escolaridade. Este setor não tem muita tradição em gestão da qualidade, pois a maior parte das empresas adotam a qualidade de maneira superficial ou por questões relativas ao marketing ou para cumprir exigências legais em processos de licitação. A qualidade neste setor é atribuída à baixa qualidade da mão de obra, sendo este um fator importante, porém não é o único. Em 1988 o governo federal lançou o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade da Construção Habitacional (PBQP-H), que mais tarde passou a se chamar de Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat. Ligado a este programa existe o Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC). O sistema de gestão da qualidade das empresas de serviços e obras ligados ao setor da construção civil é baseado nos requisitos das normas ISO 9000. O SiAC é o resultado da avaliação da conformidade do sistema de gestão estabelecido neste setor. A conquista da qualidade no setor da construção civil significa crescimento, pois a partir do estabelecimento de um sistema de gestão estruturado, além da confiabilidade gerada para a organização que o adotar proporcionará a abertura de portas para o mercado internacional. Outro fator importante a considerar é que a uniformização do setor traz a longo prazo mais possibilidade de inovação, sendo este um diferencial que irá permitir competir com igualdade no mercado internacional. 15.4 Qualidade na indústria de automóveis No Brasil nos anos de 1970 e 1980, a cidade de Cubatão localizada no litoral paulista era conhecida como a cidade mais poluída do mundo. Esse título se deu devido à quantidade de poluentes que eram emitidos diariamente no ar, nos rios e manguezais, comprometendo o ecossistema e os habitantes da cidade. Porém, em um esforço conjunto da prefeitura, órgãos ambientais e do parque industrial, a cidade, em dez (10) anos reduziu 90% os níveis de poluição e recuperouas áreas degradadas. Grande parte das indústrias que atuavam em Cubatão nesta época era do setor químico e petroquímico, sendo este um grande desafio quando se trata de qualidade devido os desafios de gerir adequadamente os resíduos gerados nos processos, de modo que estes não contaminem o meio ambiente. Este setor, assim como os já apresentados, também precisou adequar-se aos padrões internacionais para garantir a competitividade no mercado. Estes padrões remetem às questões preventivas de segurança, saúde e meio ambiente. Assim, as empresas passaram a adotar os programas de qualidade com base na família de norma ISO 9000, bem como da família de normas ISO 14000 que trata da gestão do meio ambiente. 15.5 Qualidade na indústria automobilística A indústria automobilística também é um segmento que foi um dos carros-chefe da revolução da qualidade no Japão. Em um automóvel devido à quantidade de peças e materiais que compõem, faz com que se destaque dentre os outros produtos. Os modelos, por mais simples que sejam, demandam de um grande número de fornecedores, dentre eles estão fornecedores de peças de motor, pneus, vidros, bancos etc. Ou seja, não é simplesmente gerir matéria-prima é muito mais do que isso. Neste segmento, as normas da família ISO 9000, embora aceitas quando se tratava da gestão da qualidade, não contemplavam todas as especificações técnicas exigidas pelas montadoras de veículos. Assim, o setor se uniu e criou suas próprias normas de qualidade, dentre elas a americana QS-9000, a alemã VDA 6, a italiana AVSQ e a francesa EAQF. A ISO, em um esforço conjunto com as montadoras, lançou exclusivamente para o setor automotivo a especificação técnica 16949. 15.6 Qualidade na indústria siderúrgica O Brasil é o maior exportador de aço da América Latina. Neste caso, este segmento é fundamental para a economia do país. O processo para a fabricação do aço é bastante complexo, e assim, a gestão da qualidade se torna importante para garantir a conformidade dos requisitos estabelecidos para os produtos. A gestão da qualidade de processos é um grande problema para as indústrias deste tipo, conforme podemos observar de forma simplificada na Figura 22. Figura 72. Esquema simplificado da produção do aço Fonte: Pearson (2011, p. 60) A indústria siderúrgica tem outras preocupações quando se fala em qualidade, além do produto em si. A responsabilidade social é de extrema importância devido aos impactos que pode causar. Na questão ambiental pode contaminar o ar e poluir a água com partículas de metais e a emissão de gases causado pela queima do coque e do carvão vegetal. No aspecto social é mais complicado de se administrar. Neste caso há diversas certificações importantes para que uma siderúrgica possa garantir seus processos e produtos, tais como a ISO 90001 e a ISO 14001 entre outras. 15.7 Qualidade em serviços A qualidade para o setor de serviços, igualmente aos produtos, tem o objetivo de garantir a satisfação dos clientes, porém, devido ao desempenho das organizações esse campo se torna mais difícil de ser conquistado. Talvez, o setor de serviços seja um problema difícil de decifrar, pois o que exatamente são os serviços? Neste sentido, segundo Pearson (2011), serviços se trata do fornecimento de bens de consumo, como o fornecimento de energia elétrica, o atendimento de uma companhia telefônica etc. Os serviços, no tocante à qualidade é subjetivo e vai depender do ponto de vista do cliente, sendo que, uns podem achar o serviço excelente, enquanto outros podem achar que o mesmo serviço é péssimo. Portanto, afirmar que um determinado serviço tem qualidade é uma tarefa difícil devido sua intangibilidade, inseparabilidade, heterogeneidade, simultaneidade entre outros. Podemos assim perceber que a qualidade se torna mais sensível devido o envolvimento das relações humanas, ou seja, a qualidade nos serviços depende das pessoas. Podemos ter vários outros setores em que são aplicadas as certificações de qualidade, sendo estas a qualidade em serviços de saúde, comércio, serviços essências etc. #ISTO ESTÁ NA REDE# QUAL A DIFERENÇA ENTRE IMPLEMENTAÇÃO ISO 9001 E CERTIFICAÇÃO ISO 9001? Artigo disponível em: https://certificacaoiso.com.br/iso-9001/como-funciona-certificacao-iso-9001/. Acesso em: 31 de jul. 2020. #ISTO ESTÁ NA REDE# #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# SISTEMA DE GESTÃO DE QUALIDADE E ISO 9001: UM ESTUDO DE CASO SOBRE O PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO E CERTIFICAÇÃO NUMA EMPRESA DE AGRONEGÓCIOS DE UBERLÂNDIA-MG A tecnologia e a rapidez com que as informações se difundem contribuem para a promoção de um mercado consumidor mais globalizado, a competitividade entre as organizações e a imprevisibilidade econômica proporcionam um ambiente turbulento para os negócios. Assim, a busca por estratégias diferenciadas e criativas tornou-se uma necessidade, tendo em vista não somente o aumento das suas chances de sobrevivência, mas a conquista de mercado. Texto completo disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_227_326_28942.pdf. Acesso em: 31 de jul. 2020. #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# AULA 16 – AVALIAÇÃO, AUDITORIA E PRÊMIOS DA QUALIDADE Fonte: https://image.freepik.com/fotos-gratis/empresario-escolhe-um-sorriso- rosto-feliz-no-bloco-de-madeira_39665-151.jpg Como já vimos as certificações e os órgãos legisladores, fiscalizadores das normas estão baseados na ISO. As vantagens da ISO é que as empresas, ao adotarem uma das normas como requisito para o desenvolvimento de seu negócio, produtos ou serviços, terão a padronização. No Brasil, a ISO é representada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Ainda temos no Brasil, o Instituto de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO). Este instituto é uma autarquia federal que exerce a fiscalização dos produtos e serviços em relação ao cumprimento da legislação metrológica vigentes que certifica os produtos dentro do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade. A avaliação da qualidade acontece quando os requisitos de um produto ou serviço são realizados e avaliados pelo cliente. As normas NBR 5426 e NBR 5427 apresentam um método para avaliar e monitorar o processo de inspeção. Outra forma de avaliação do sistema de gestão é a auditoria. Esta atividade consiste na verificação da conformidade da implementação do sistema de gestão. Neste processo são avaliadas se a organização cumpre os requisitos estabelecidos na norma em que foi certificada. A auditoria pode e deve ser realizada em qualquer sistema de gestão que esteja implementado na organização. A norma que estabelece os requisitos e método para a realização do processo de auditoria é a ISO 19011:2018 – Diretrizes para auditoria de sistemas de gestão. Veremos a seguir como são realizadas as avaliações e auditorias da qualidade nas organizações a as premiações para aquelas que buscam a certificação de seus negócios, processos e/ou produtos. 16.1 Avaliação A avaliação de um sistema de gestão da qualidade não é voltada somente para os procedimentos documentais referentes ao atendimento dos requisitos da norma implementada. Para saber se os requisitos estão sendo atendidos este processo vai além, ou seja, é necessário avaliar como os processos descritos nos procedimentos estão sendo realizados de acordo com os requisitos estabelecidos. Os resultados dos processos são avaliados na qualidade dos produtos que são fabricados. Neste caso, uma das formas de realizar esta avaliação é a utilização de um plano de amostragem para a realização das inspeções de qualidade, sendo este modelo estabelecido pela norma ISO 5426. A inspeção, segundo a norma ISO 5426 (ABNT, 1985, p. 1), é: “Processo de medir, ensaiar e examinar a unidade de produto oucomparar suas características com as especificações”. #ANOTE ISSO# A avaliação de um sistema de gestão da qualidade não é voltada somente para os procedimentos documentais referentes ao atendimento dos requisitos da norma implementada. #ANOTE ISSO# A inspeção é realizada em produtos já existentes e tem o objetivo de verificar se a qualidade atende os critérios de aceitação estabelecidos. A inspeção é centrada nas características da qualidade que são consideradas críticas para o funcionamento dos produtos. Neste caso, se durante a inspeção o produto não atender os critérios de aceitação, este deve ser rejeitado. As formas de inspeção, segundo a norma ISO 5426 (ABNT, 1985), são realizadas por: Variáveis: é uma inspeção quantitativa onde a qualidade é avaliada envolvendo mensurações; Atributos: é uma avaliação qualitativa em que se verifica a ocorrência de defeitos, sem determinar a sua intensidade; Completa (100%): é utilizada quando qualquer defeito é identificado no produto, subproduto, parte ou peça, componente, material, que impeça o funcionamento ou utilização do produto final ou que ponha em risco ao usuário. Neste caso a inspeção é feita em todo o lote. Amostragem: é realizada em uma amostra representativa do início do processo. Utiliza-se, geralmente, em grandes lotes ou em situações em que são necessários ensaios destrutivos. 16.2 Auditoria As auditorias, geralmente, são realizadas para determinar o grau de atendimento dos requisitos do sistema de gestão da qualidade implementado. Segundo Custódio (2015), a auditoria é um conjunto de atividades que tem caráter de verificação de um sistema de gestão. Para Lobo (2020, p. 34), a auditoria da qualidade “representa os controles processuais que visam assegurar aos participantes do processo de garantia da qualidade que estes estão utilizando adequadamente os procedimentos necessários”. 16.2.1 Princípios da auditoria da qualidade Os princípios da auditoria da qualidade se baseiam nos padrões de qualidade adotados por diversas normas nacionais e internacionais, tais como a ISO 9001, considerada a norma de referência para os padrões internacionais de qualidade. Porém, as normas por si só não criam a qualidade, sendo necessário que cada organização defina os procedimentos para que seus produtos e/ou serviços atendam aos requisitos de qualidade estabelecidos pelos clientes ou demais partes interessadas. Alcançar o máximo da qualidade de produtos e/ou serviços oferecidos por uma organização não é um objetivo pretendido em sua grande maioria, porém busca-se alcançar um índice satisfatório, já que a qualidade, quanto maior o critério, maior é o custo para mantê-lo. #ANOTE ISSO# Alcançar o máximo da qualidade de produtos e/ou serviços oferecidos por uma organização, não é um objetivo pretendido em sua grande maioria, porém busca-se alcançar um índice satisfatório, já que a qualidade, quanto maior o critério, maior é o custo para mantê-lo. #ANOTE ISSO# O ideal, segundo Lobo (2020), as organizações devem criar os procedimentos para o controle do sistema, com todos os detalhes necessários para os processos desenvolvidos, de forma que demonstrem a qualidade que se busca alcançar. Neste sentido a auditoria da qualidade precisa garantir que os procedimentos estabelecidos estejam sendo controlados, comunicados, e principalmente utilizados. Estes procedimentos são colocados em prática para determinar a ações corretivas quando forem encontrados desvios no atendimento dos requisitos estabelecidos. Este princípio pode ser aplicado nas organizações que tem a intenção de estabelecer ou manter uma certificação de qualidade reconhecida externamente. Para a obtenção da certificação, os procedimentos estão sujeitos tanto ao controle interno como externo. A preparação do processo de auditoria é fundamental para certificação. O Quadro 7 apresenta os itens a serem considerados em uma preparação de uma certificação. Quadro 7. Preparação para a auditoria da qualidade Foco Os procedimentos devem cobrir todos os aspectos do trabalho em conformidade e padrões necessários para alcançar os níveis desejados de qualidade. Por exemplo, pode-se estabelecer testes de programas de controle final, mas deixar os testes preliminares de um protótipo para o programador executar. Procediment os Qualquer aspecto recorrente de trabalho pode merecer regulamentação. O estilo e a profundidade da descrição variam de acordo com as necessidades e as preferências, desde que a referida descrição seja suficientemente clara para ser seguida. Definição Um princípio importante é que os procedimentos definidos sejam bons e levem a empresa aos níveis desejados de qualidade. Análises, consultas e testes devem ser aplicados com o objetivo de definir os procedimentos adequados, o que muitas vezes também exige formas definidas ou ferramentas de software. Controle Como ocorre com qualquer gestão de boa qualidade, os procedimentos devem ser devidamente controlados em termos de acessibilidade, controle de versão, atualização de autoridades etc. Comunicação Todos os participantes precisam conhecer os procedimentos definidos, assim como onde os encontrar e o que eles atendem. Multiplicadores da qualidade são responsáveis por verificar o que os membros da equipe entenderam sobre os procedimentos criados. Fonte: Lobo (2020, p. 36) Segundo Custódio (2015), as auditorias podem ser classificadas como: De sistemas: busca evidências de que o sistema atende às expectativas de eficácia planejada; De processos: busca evidências a utilização das especificações aplicáveis aos processos, verificando a conformidade do realizador com o especificado nos procedimentos; De produto: busca evidenciar a especificação de um determinado produto em relação aos requisitos do sistema aplicado a ele. Para que a empresa estabeleça um programa de auditoria é necessário que a organização disponha de recursos necessários e suficientes para que seja possível organizar e realizar as auditorias dentro de um tempo específico na qual devem, segundo a ISO 19011 (ABNT, 2018), estar incluído: ● Objetivos para o programa de auditoria e auditorias individuais. ● Abrangência, número, tipos, duração, localização e programação. ● Procedimentos da auditoria. ● Métodos de auditoria. ● Seleção da equipe auditora. ● Recursos necessário, tais traslado e acomodação. ● Processo de tratamento de confidencialidade, segurança da informação, saúde e segurança entre outros. O processo de auditoria deve ser monitorado para que se verifique se os objetivos iniciais foram alcançados. Para esta ação pode ser utilizado o ciclo PDCA. 16.3 Prêmios de Excelência Como já citado anteriormente, o mercado tem sido cada vez mais exigente. As organizações tem buscado formas que lhes permitam obter uma posição ou nível de reconhecimento neste mercado através da implementação da gestão da qualidade é uma das maneiras de se ter um diferencial competitivo. Uma das formas de demonstrar o grau de comprometimento com o sistema de gestão da qualidade para os stakeholders é através das premiações. Assim, veremos a seguir algumas das premiações mais importantes. 16.3.1 Prêmio Deming Este foi o primeiro prêmio da qualidade estabelecido no mundo. Foi criado no Japão em 1951 para homenagear o Sr. William Edwards Deming, sendo este o responsável por difundir as ideias sobre a gestão da qualidade e controle estatístico da qualidade após a Segunda Guerra Mundial no país. Segundo Toledo et al., (2017), este prêmio se diferencia dos demais prêmios por indicar as práticas, métodos e ferramentas que as empresas devem adotar. Este prêmio, segundo Toledo et al. (2017), é concedido às categorias de: ● Indivíduos: consentido para pessoas que contribuem de forma significativa para o estudo e desenvolvimentoda qualidade total ou de métodos estatísticos nela utilizado. ● Aplicação: consentido para as organizações que praticam de forma eficaz o modelo japonês de controle de qualidade e que alcançaram melhoria no desempenho organização. ● Estrangeiro: concedido a pessoas cujas atividades de aplicação, promoção e disseminação da gestão da qualidade foram realizadas no Japão. ● Qualidade: concedido somente aos ganhadores do Prêmio Deming Aplicação. ● Nikkei de Literatura sobre Controle de Qualidade: concedido para autores de estudos referentes às práticas de gestão da qualidade e métodos científicos. 16.3.2 Prêmio Malcolm Baldrige (MQNA) Este prêmio foi criado nos Estados Unidos em 1987, devido à necessidade de estimular a competitividade da indústria americana. Ele se diferencia do prêmio Deming devido adotar uma perspectiva sistêmica de gestão e ter sido desenvolvido como um modelo de excelência. Os objetivos deste prêmio, segundo Toledo et al. (2017), são: ● Auxiliar na melhoria das práticas de desempenho, recursos e resultados das empresas que adotam o modelo proposto. ● Facilitar a comunicação e o compartilhamento das informações sobre as melhores práticas entre as empresas americanas. O prêmio Malcolm Baldrige serve como ferramenta para entender e gerenciar o desempenho e para orientar o planejamento e as oportunidades de aprendizagem. 16.3.3 Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) No Brasil, em 1991, foi criada a Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade e em 1992 foi criado o Prêmio Nacional da Qualidade. A fundação é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, fundada por 39 organizações privadas e públicas para administrar o Prêmio Nacional da Qualidade. O prêmio Brasileiro, segundo Toledo et al. (2017), passou por uma ampliação em seu escopo. Atualmente, o PNQ é um importante instrumento de incentivo a competitividades das empresas estabelecidas no Brasil, já que reconhece e incentiva a adoção de modelos de excelência na gestão. O PNQ oferece, por meio de um troféu, o reconhecimento da excelência na gestão das organizações sediadas no Brasil, que segundo Toledo et al. (2017), busca promover: ● O amplo entendimento dos requisitos para que as organizações alcancem a excelência do desempenho na melhoria da qualidade. ● A ampla troca de informações sobre os métodos e sistemas de gestão que alcançaram sucesso, bem como os benefícios que decorrem da utilização das estratégias. Portanto, de uma forma resumida, podemos observar que o PNQ é um processo contínuo que tem o objetivo de promover a integração do capital humano da organização, pois está direto ou indiretamente ligado aos colaboradores. O modelo proposto pelo PNQ, segundo Silvestro e Massochi (2014), avalia a gestão de uma organização com relação às práticas de gestão utilizadas e aos resultados organizacionais, de forma a atender as necessidades de todas as partes interessadas. Assim, os interesses das partes interessadas devem ser contemplados e atendidos na excelência da gestão. #ISTO ESTÁ NA REDE# Realizado anualmente, o processo de avaliação Melhores em Gestão® premia empresas nível classe mundial e ocupa uma posição central na missão da FNQ, de estimular e apoiar as organizações para o desenvolvimento e a evolução de sua gestão, por meio da disseminação dos Fundamentos da Gestão para Excelência, para que se tornem sustentáveis, cooperativas e gerem valor para a sociedade. Artigo disponível em: https://fnq.org.br/melhores-em-gestao/. Acesso em: 01 de ago. 2020. #ISTO ESTÁ NA REDE# #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# Efeitos da adoção do modelo do Prêmio Nacional da Qualidade na medição de desempenho: estudos de caso em empresas ganhadoras do prêmio Artigo completo disponível em: https://www.scielo.br/pdf/gp/v15n2/a04v15n2.pdf. Acesso em: 01 de ago. 2020. #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# CONCLUSÃO Chegamos ao fim da disciplina de normas e processos de certificação. Nesta disciplina, foram abordados diversos assuntos sobre como desenvolver um processo de implementação de um sistema de gestão para certificar uma empresa ou organização. Você pode aprender o contexto histórico do surgimento e utilização das normas em um contexto histórico, onde, devido às necessidades de padronização dos processos de produção, houve o estabelecimento de procedimentos para que os produtos fossem igualmente fabricados em qualquer lugar com as mesmas características e qualidade para atender os requisitos dos clientes. As aulas 4 e 5 apresentaram algumas das características das normas ISO 9001 e ISO 14000, sendo estas as normas responsáveis pelos processos de implementação da gestão da qualidade e gestão ambiental nas organizações. Estas normas são muito importantes para o desenvolvimento do negócio e para a visibilidade da organização em nível internacional. Também foi tratado as questões da ISO 9001 e seus princípios no tocante ao foco no cliente, liderança, melhoria contínua, entre outros que fazem com que o sistema da qualidade atenda às necessidades da organização no desenvolvimento e manutenção de seu sistema de gestão e na qualidade dos produtos/serviços para o atendimento dos requisitos dos clientes e demais partes interessadas. Foi visto, também, as etapas necessárias para o desenvolvimento e estabelecimento de um sistema de gestão. Neste sentido, foram abordados os assuntos sobre o contexto da organização, o papel da liderança, a necessidade de um planejamento para a implementação e controle de mudanças, recursos, suporte etc. Todos estes assuntos são imprescindíveis para que se entenda que se torna muito difícil estabelecer um sistema de gestão se não há o mínimo de estrutura e comprometimento da organização e das pessoas que fazem parte da estrutura organizacional. Foi visto nas aulas 14, 15 e 16 as fases que envolvem o processo de implementação, certificação, avaliação e auditoria do sistema de gestão. Ambos processos são estratégicos para que o sistema seja implementado de maneira eficiente e que alcance os objetivos propostos eficazmente, onde um processo é pré-requisito do próximo até que se verifique a conformidade do sistema implementado através da auditoria de certificação. Por fim, na aula 16 foi apresentado um breve contexto sobre os principais prêmios de qualidade e os benefícios destes prêmios para as empresas que conseguem estas premiações. Espero que este material tenha ajudado você a ter uma visão mais ampla sobre as normas e os processos para a certificação das organizações. Espero também que você não fique preso somente a este material, mas pesquise sobre o assunto, pois este é bem amplo e através de sua pesquisa você irá adquirir mais conhecimento, fazendo com que tenha cada vez mais prestígio no mercado e com isso alcance patamares maiores no decorrer de sua carreira profissional. Um grande abraço. ELEMENTOS COMPLEMENTARES AULA 01 #LIVRO# Capa do livro Título: Gestão da qualidade Autor: Renato Nogueirol Lobo Editora: Érica Sinopse: Esta obra, em sua segunda edição, apresenta informações relevantes sobre a qualidade e seus aspectos conceituais na indústria, nos serviços e no ensino. Também demonstra formas de implantação desse sistema de qualidade, considerando os possíveis obstáculos e os benefícios potenciais. As técnicas da gestão da qualidade total podem ser aplicadas em qualquer área que necessite desses princípios para seu crescimento. Os resultados deste livro evidenciam inúmeros benefícios que permitem a correta aplicação de um sistema da qualidade com excelência. Disponível em: https://www.submarino.com.br. Acesso em: 10 de jul. 2020. #FILME# Título: Gestão da Qualidade - Autores da qualidade(Parte 1) Ano: 2018 Sinopse: Neste vídeo, você vai melhorar o entendimento sobre a evolução da qualidade e conhecer os principais responsáveis por esta evolução. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0JJ0741F7vA&t=448s. Acesso em: 10 de jul. 2020. #WEB# Gestão da Qualidade - Autores da qualidade (Parte 2) Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Z3AhS5XVvaM. Acesso em: 10 de jul. 2020. AULA 02 #LIVRO# Capa do livro Título: Sistemas de Gestão Integrados: ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001 Autor: Marco Túlio Bertolino; Marcello Couto Editora: Qualitymark Sinopse: Este livro é o resultado do trabalho de dois profissionais que há mais de 20 anos se dedicam aos temas Gestão da Qualidade, Gestão Ambiental e Segurança e Saúde Ocupacional, numa perspectiva acadêmica, mas também aplicando na prática ações concretas para atender aos requisitos das Normas ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001, pois a experiência destes profissionais, além de professores, engloba atuação como gestores conduzindo implantações de sistemas de gestão, como consultores dando suporte a organizações e também como auditores, e isso possibilita a este livro uma visão extremamente ampla, mostrando acima de tudo que Sistemas de Gestão com base na ISO podem ser fáceis de implantar, úteis e de trazerem retornos significativos para as organizações e contribuírem para que empresas sejam mais competitivas, impactem menos o meio ambiente e sejam mais seguras para os trabalhadores. Disponível em: https://www.amazon.com.br. Acesso em: 12 de jul. 2020. #FILME# Título: ISO: Como surgiu a ISO? Ano: 2016 Sinopse: Neste vídeo, você vai entender a cronologia da Organização Internacional para a padronização (ISO) e os seus objetivos Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ce8iTl1yyRo. Acesso em: 12 de jul. 2020. #WEB# Neste vídeo são apresentadas as catacterísticas da padronização de um sistema. Um bom vídeo para aprimorar os conhdecimentos adquiridos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9DDD5QA6a2o. Acesso em: 12 de jul. 2020. AULA 3 #LIVRO# Título: Sistema De Gestão Da Qualidade - Entendendo A Nbr Iso 9001:2015 Autor: Valério G. Brisot; Graciele A. de Mira Pastore Editora: Viena Sinopse: O objetivo principal deste livro é transmitir as principais informações sobre como implementar um sistema de gestão da qualidade em empresas, levando-se em consideração os requisitos da versão de 2015 da mundialmente conhecida norma ISO 9001. Quando falamos em ISO devemos levar em consideração que existe uma organização internacional para padronização (International Organization for Standardization), que elabora normas que podem ser aplicadas a qualquer tipo de negócio, desde fabricação de produtos, bens, até a prestação de serviços. Disponível em: https://www.amazon.com.br. Acesso em: 12 de jul. 2020. #FILME# Título: Gestão de Riscos pela ótica da ISO 9001 Ano: 2019 Sinopse: Uma conversa franca com Ivan Gonçalves sobre gestão de Riscos em gestão da qualidade, com base na norma ISO 9001, que anteriormente tratava de ações preventivas e passou por algumas mudanças em sua última versão e tem deixado algumas dúvidas. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bhlUhst4fIE. Acesso em: 13 de jul. 2020. #WEB# Benefícios da Certificação ISO Esse sistema de gestão da qualidade tem o propósito de melhorar o desempenho organizacional. Com foco nos negócios pode ser aplicado a qualquer porte de empresa, produto ou serviço. Disponível em: https://certificacaoiso.com.br/wp-content/uploads/2015/08/beneficios-da- certificacao-iso-9001.jpg. Acesso em: 13 de jul. 2020. AULA 4 #LIVRO# Título: ISO 9001:2015 - Guia Prático Autor: Abel Pinto Editora: Lidel Sinopse: Para produzir bens e serviços à medida do cliente é importante investir em tecnologias adequadas e garantir que estas são utilizadas de forma eficaz e eficiente, especialmente através da introdução de novos sistemas de organização e gestão. A norma ISO 9001 foi desenvolvida para ajudar as organizações a ultrapassarem os seus constrangimentos e encararem os mercados de forma descomplexada e desembaraçada. A certificação é a garantia, por uma terceira parte, independente e imparcial, de que as práticas adotadas pela organização são eficazes para dar cumprimento à sua política e aos seus objetivos, assegurando o cumprimento dos requisitos normativos e atestando a capacidade da organização para fornecer, de forma consistente, produtos e serviços que vão ao encontro dos requisitos e que visam aumentar a satisfação do cliente através da melhoria contínua. Disponível em: https://www.saraiva.com.br/iso-90012015-guia-pratico- 9955622/p. Acesso em: 20 de jul. 2020. #FILME# I Título: NBR ISO 9001:2015 | Princípios de Qualidade Ano: 2017 Sinopse: Série de vídeos produzidos em parceria WK, Brasão Sistemas e Diretiva, para falar de maneira dinâmica, descontraída e prática sobre os critérios de excelência dos Requisitos da NBR ISO 9001:2015. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=P-hM_4Z3EWA. Acesso em: 20 de jul. 2020. #WEB# NBR ISO 9001:2015 | Informação Documentada. Neste vídeo temos uma explicação sobre o requisito da norma sobre o requisito da norma sobre as informações serem documentadas no sistema de gestão. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=exVPa5f8m2M. Acesso em: 20 de jul. 2020. AULA 5 #LIVRO# Título: Sistemas de gestão: Princípios e Ferramentas Autor: Márcia Vilma Gonçalves de Moraes Editora: Érica Sinopse: Esta publicação apresenta os sistemas de gestão voltados à segurança e saúde no trabalho, meio ambiente, qualidade, responsabilidade social, acreditação hospitalar, Sistema B e gestão integrada. Trata ainda do emprego de ferramentas, como diagrama de causa e efeito, fluxograma, método 5S e quadro 4Q1POC e aborda o método PDCA e a identificação de riscos. A obra também abrange certificações e normas como a ISO 9001 e a OHSAS 18001, entre outras. Destaca as principais premiações focadas em qualidade, como o Prêmio Nacional da Qualidade, e, finalmente, trata de indicadores de responsabilidade social e de relatórios de sustentabilidade. O conteúdo pode ser aplicado para os cursos técnicos em Administração, Cooperativismo, Logística, Marketing, Modelagem de Vestuário, Produção de Moda, Qualidade, Química, Recursos Humanos, Registros e Informações em Saúde, Segurança do Trabalho, Vestuário, entre outros. Disponível em: https://www.amazon.com.br/. Acesso em: 20 de jul. 2020. #LIVRO# #FILME# Título: Alterações da ISO 14001:2015 Ano: 2015 Sinopse: Neste vídeo, você vai entender as alterações da ISO 14001 após passar pela segunda revisão. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=B1tWc77J5II. Acesso em: 20 de jul. 2020. #WEB# A Coca-Cola Brasil tem controle em relação ao uso de agrotóxicos e/ou de agressão ao meio ambiente? Disponível em: https://www.cocacolabrasil.com.br/nos-respondemos/a-coca- cola-brasil-temcontrole-em-relacao-ao-uso-de-agrotoxicos. Acesso em: 20 de jul. 2020 AULA 6 #LIVRO# Capa do livro Título: Gestão da Qualidade Autor: Luiz César Ribeiro Carpinetti Editora: Atlas Sinopse: Este livro é organizado em 11 capítulos e três partes e apresenta técnicas de gestão da qualidade agrupadas em dois níveis de gestão: estratégico e operacional. A Parte I se ocupa da evolução da gestão da qualidade e sistema da qualidade, compreendendo os Capítulos 1 a 3. A Parte II apresenta várias técnicas, desenvolvidas para a gestão da qualidade nas operações de produção. Os Capítulos 5 a 7 apresentam e discutem os métodos QFD, FMEA e Seis Sigma, enquanto o 8 trata em mais detalhes as técnicas usadas no Seis Sigma. Os métodos de gestão estratégicasão apresentados na Parte III, onde o Capítulo 9 trata de gestão estratégica da qualidade, enquanto os Capítulos 10 e 11 abordam medição de desempenho e benchmarking. Os conceitos e técnicas aqui discutidos são apresentados e explicados com exemplos de fácil compreensão. No final de cada capítulo, o leitor encontra referências bibliográficas para leitura complementar e questões para discussão. Recomendado para profissionais da área de Qualidade, bem como para cursos de treinamento e leitura complementar para disciplinas que tratam de Gestão da Qualidade em cursos de Administração de Empresas e Engenharia de Produção. Disponível em: https://www.americanas.com.br/. Acesso em: 21 de jul. 2020. #FILME# Título: 5 passos fundamentais para aplicar melhoria contínua Ano: 2019 Sinopse: Neste vídeo você vai entender como é feita a escolha da metodologia de abordagem e aplicá-la é só uma parte do todo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=Vs- 1dl1fZ3g&feature=emb_logo. Acesso em: 21 de jul. 2020. #WEB# Kaizen O Segredo da Produtividade Japonesa Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=je7qe6KX6pg. Acesso em: 21 de jul. 2020. AULA 7 #LIVRO# Título: Planejamento Avançado da Qualidade: Sistemas de Gestão, Técnicas e Ferramentas Autor: Marcos Albertin; Viviane Guertzenstein Editora: Alta Books Sinopse: Ao aceitarmos o desafio de elaborar este Planejamento Avançado da Qualidade percebemos uma ótima oportunidade para atualizar nosso material didático utilizado em treinamentos, nas disciplinas de Gestão da Qualidade e para compilar anotações e experiências acumuladas em empresas e projetos de consultoria ao longo de 20 anos. Nosso principal objetivo foi elaborar um manual com muitos exemplos, de fácil leitura e compreensão, e que despertasse o interesse de universitários e profissionais pela Gestão da Qualidade, funcionando como um guia para a implementação bem-sucedida de programas de qualidade nas organizações brasileiras. Este livro descreve conceitos, ferramentas, técnicas da qualidade e os diversos elementos do sistema de gestão da qualidade (SGQ) baseado na ISO 9001 e nos Prêmios da Qualidade. Para melhor compreensão dos conteúdos, usou-se o recurso de estudos de caso, figuras e descrição de exercícios. As soluções de inúmeros exercícios reforçam nosso compromisso com o aprendizado. Disponível em: https://www.saraiva.com.br/. Acesso em: 22 de jul. 2020. #FILME# Título: Falconi - Trecho - Três Pilares e a competência... Ano: 2014 Sinopse: Neste vídeo o Sr. Vicente Falconi apresenta uma visão sobre os métodos, qualificação e competências dentro das organizações. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=UMOVXFnSTJA. Acesso em: 22 de jul. 2020. #WEB# 1 caminhão produzido a cada 5 minutos, conheça a fabricação completa de um caminhão Mercedes Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=KKJZsfrv_YE. Acesso em: 22 de jul. 2020. AULA 8 #LIVRO# Capa do livro Título: Implantação De Um Programa De Qualidade Sob A Ótica Da Gestão De Mudanças Autor: Dárcio José Cavana Editora: Qualitymark Sinopse: Este não é apenas mais um livro de Gestão empresarial que trata de mudança organizacional de maneira conceitual e teórica. "Implantação de um Programa de Qualidade sob a Ótica de Gestão de Mudanças" é um livro sobre "Gestão de Mudanças", que vai além da teoria e apresenta um caso real vivido pelo autor. Disponível em: https://www.amazon.com.br/. Acesso em: 23 de jul. 2020. #FILME# Título: Como Fazer Análise SWOT (Exemplo Prático e Simples) Ano: 2019 Sinopse: Neste vídeo você verá de um jeito simples e fácil de fazer uma análise SWOT através de um exemplo prático. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Lfd4-eakbkQ. Acesso em: 23 de jul. 2020. #WEB# Existem inúmeros fatores que influenciam o seu empreendimento. Conhecê-los é essencial para o crescimento e planejamento estratégico da sua empresa. Disponível em: https://www.consultoriaiso.org/analises-internas-e-externas-da- organizacao/. Acesso em: 23 de jul. 2020. AULA 9 #LIVRO# Título: 17 princípios do trabalho em equipe Autor: John C. Maxwell Editora: Thomas Nelson Brasil Sinopse: Você pode até perder um jogo tendo bons jogadores no time, mas não conseguirá vencer se não puder contar com nenhum deles. A regra vale tanto para o esporte quanto para o ambiente corporativo. Mas como posso me tornar um craque na minha equipe de trabalho? Ou ainda, como identificar os jogadores talentosos de que preciso? Com essas questões em mente, o autor John C. Maxwell, referência mundial em tudo o que diz respeito à liderança, ensina que existem apenas duas opções: treinar ou contratar um talento nato. Nesta obra, ele descreve quais são as 17 principais virtudes que todo líder sonha para sua equipe de trabalho. Disponível em: https://www.amazon.com.br/. Acesso em: 25 de jul. 2020. #FILME# Título: Como conectar a Alta Liderança ao Sistema de Gestão Ano: 2017 Sinopse: Neste vídeo dou dicas de como conectar a alta direção de um empreendimento ao seu Sistema de Gestão, quem é da área sabe bem que muitas vezes o Sistema é visto como algo secundário que apenas tangência as atividades da empresa, porém isso muda com as novas revisões da 9001 e 14001, trazendo os Líderes mais próximos do SGI e obrigando eles a estarem conectados. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=O7pyu7-acY4. Acesso em: 25 de jul. 2020. #WEB# O Profissional do Futuro Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9G5mS_OKT0A. Acesso : 25 de jul. 2020. AULA 10 #LIVRO# Título: Sistema de Planejamento Corporativo: Enfoque Sistêmico Autor: Renato Gomes Perrone Editora: Qualitymark Sinopse: "O autor consegue de uma forma simples e objetiva nos explicar e demonstrar a Teoria de Sistemas do biólogo austríaco Von Bertalanffy, aplicada às organizações, dos mais distintos ramos de negócios, sejam elas nacionais ou multinacionais. Da mesma forma que a Teoria de Sistemas nos mostra que os elementos de um sistema interagem para atingir os objetivos do mesmo, o autor nos mostra em seu livro, que as organizações seguem estes mesmos princípios, daí resultando a mensagem de suma importância, qual seja: Conhecer e definir antes de mais nada a missão da organização e seu objetivo. Com uma prosa fácil o autor aplica esses conceitos nos mais variados segmentos de mercados, nos apresentando exemplos que vem facilitar nosso aprendizado." Manoel Rohrs Filho Disponível em: https://www.submarino.com.br/. Acesso em: 27 de jul. 2020. #FILME# Título: Gestão da Qualidade - NBR ISO 9001 - Requisito 8.1 - Planejamento e Controle Operacionais Ano: 2020 Sinopse: Neste vídeo você terá uma breve explicação sobre o planejamento organizacional no que diz respeito ao estabelecimento dos requisitos da norma de gestão da qualidade. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ounk_PLlObA. Acesso em: 27 de jul. 2020. #WEB# Quem está iniciando o seu próprio negócio ou mesmo já possui uma empresa deve saber a importância que o planejamento e a gestão empresarial possuem para o dia a dia do seu empreendimento. Disponível em: http://facilit.com.br/conheca-7-dicas-de-planejamento-e-gestao- empresarial/. Acesso em: 27 de jul. 2020. AULA 11 #LIVRO# Título: Gestão da qualidade Autor: Marly Carvalho Editora: GEN LTC Sinopse: Obra consagrada e amplamente adotada nos cursos de graduação e pós-graduação do país, este livro-texto destina-se a estudantes da disciplina Gestão da Qualidade dos cursos de Engenharia. O livro aborda um espectro abrangente da Gestão da Qualidade, que engloba os modelos tradicionais, os modelos normativos, sua estrutura de certificação e as novas tendênciaspassou a ser exercido pelos inspetores que controlavam a produção, deixando de ser executado pelos mestres. Leia o texto completo disponível em: . Acesso em: 10 de jul. 2020. #ISTO ESTÁ NA REDE# #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# A qualidade e a segurança alimentar dos produtos da The Coca-Cola Company são iguais nos mais de 200 países em que está presente. Assegurá- los é a máxima responsabilidade da empresa, uma prioridade fundamental da sua estratégia e parte dos principais valores da sua cultura. Qualidade e segurança alimentar são as bases para o seu sucesso junto dos consumidores em todo o mundo. O objetivo da The Coca-Cola Company é fazer com que o consumidor tenha a confiança de que poderá desfrutar com total certeza do sabor inconfundível de cada uma das bebidas da empresa, independentemente de onde este se encontre. Não é de surpreender que o lema que resume a sua Política de Qualidade e Segurança Alimentar seja um Produto perfeito e de confiança em qualquer parte. Texto completo disponível em: . Acesso em: 10 de jul. 2020. #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# AULA 2: NORMAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS Fonte: https://image.freepik.com/fotos-gratis/controle-de-qualidade-e-controle- de-qualidade_31965-1740.jpg A evolução dos conceitos de certificação de sistemas de gestão, levaram à necessidade de estabelecer requisitos para garantir que os processos fossem realizados sempre da mesma maneira, ou seja, de forma padronizada. Estas normas estabelecem estes requisitos através de documentações, especificações, regulamentos, relatórios e normas técnicas. Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT (2020, on-line), a definição de norma é definida como: [...] o documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece regras, diretrizes ou características mínimas para atividades ou para seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto. Disponível em: http://www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/o-que-e. Acesso em: 12 de jul. 2020. A normalização de uma organização é um processo de formulação, estabelecimento e aplicação de regras que tem o objetivo de prevenir os problemas juntamente a partir da cooperação das partes interessadas, contribuindo para a promoção da economia global. A tecnologia é um recurso extremamente importante para o estabelecimento das condições que atendam aos objetos a que se destinam, bem como os aspectos de segurança. Normas são de uso voluntário, ou seja, não há uma lei que obrigue sua utilização. Embora sejam obrigatórias, quase sempre são usadas para representar o consenso do estado da arte sobre um determinado assunto. #ANOTE ISSO# “A normalização de uma organização é um processo de formulação, estabelecimento e aplicação de regras que tem o objetivo de prevenir os problemas juntamente a partir da cooperação das partes interessadas, contribuindo para a promoção da economia global” (ABNT, 2020 on-line). #ANOTE ISSO# O fornecimento de um produto ou um serviço que não é baseado em uma norma que é aplicada ao mercado que se tem o objetivo de atender, desprende maior esforço para que o mercado desejado seja alcançado. Ou seja, é preciso que a organização demonstre ao consumidor que o produto atenda suas necessidades. Normas, independentemente de serem nacionais ou internacionais, têm o objetivo de reduzir a variação dos procedimentos e produtos; tornar os meios de comunicação entre o fabricante e os clientes mais eficientes, de forma a melhorar a confiabilidade das relações comerciais e dos serviços, promover à sociedade os meios mais eficazes para medir a qualidade dos produtos e eliminar as barreiras técnicas e comerciais, evitar os regulamentos conflitantes que interfiram em produtos e clientes de diferentes países, de forma a facilitar o intercâmbio internacional (OLIVEIRA, 2003). Existem diversos motivos para que as normas sejam utilizadas dentro das organizações. Segundo Lobo e Silva (2014), estes motivos são: • Melhoria dos produtos e serviços. • Aumento da competitividade. • Busca de novos clientes e mercados. • Aumento da confiabilidade da organização. • Redução dos erros. • Redução dos custos. • Facilidade nas exportações. Normalmente, as normas se baseiam em conhecimentos científicos e técnicos, além de conhecimento adquiridos com a prática do dia a dia, que buscam incluir todas as áreas do conhecimento humano. Estes conhecimentos podem ir desde os tópicos técnicos até os modelos administrativos mais complexos, tais como a gestão ambiental e o sistema de gestão da qualidade. 2.1 Níveis de Normalização As normas podem ser internacionais (ISO, ISO/IEC, DIN, BRITISH etc.), nacionais (Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT), regionais (normas do Mercosul). Ainda há, além das normas, documentos normativos que incluem relatórios e especificações técnicas. É importante destacar que as normalizações se relacionam diretamente com o desenvolvimento da qualidade em determinados segmentos. Neste sentido, quanto maior for a abrangência, estrutura e eficácia do sistema de normalização, maior será o apoio para o desenvolvimento da qualidade em um determinado setor. Este desenvolvimento pode ser por meio das exigências de requisitos mínimos durante as fases de projetos, execução e avaliação durante o desenvolvimento e utilização de produtos e/ou serviços. Segundo Oliveira (2003), as decisões que estão acima da padronização mínima da qualidade estabelecida pelas normas, ficam a cargo das organizações e profissionais capacitados. #ANOTE ISSO# “[...] quanto maior for a abrangência, estrutura e eficácia do sistema de normalização, maior será o apoio para o desenvolvimento da qualidade em um determinado setor”. #ANOTE ISSO# Segundo ABNT (2014, on-line), a normalização é realizada por organismos que envolvem a participação de stakeholders que têm a elaboração, aprovação e divulgação de normas como principal função. Os níveis de normalização dizem respeito ao alcance geográfico, político ou econômico no âmbito de: • Normalização Nacional: um país específico. • Normalização Regional: região específica geográfica, econômica e/ou política. • Normalização Internacional: abrange vários países do mundo. Os níveis de normalização podem ser representados em forma de pirâmide, tendo sua base como a normalização de empresas e a normalização internacional no topo, conforme apresentado na Figura 2. Figura 2. Níveis de normalização conforme ABNT. Fonte: ABNT (2014, on-line). Disponível em: . Acesso em 12 de jul. 2020. A seguir, são descritas as definições para cada um dos níveis de normalização apresentados na Figura 2. ➢ Nível internacional: são normas com abrangência mundial estabelecidas por uma Organização Internacional de Normalização. ➢ Nível regional: são normas estabelecidas para serem aplicadas em um grupo de países ou região, tais como o Mercosul. São estabelecidas por meio de uma Organização Regional ou Sub-Regional de Normalização. A normalização no Mercosul, estabelecida pela Associação Mercosul de Normalização (AMN), embora não seja uma organização regional de normalização é reconhecida como a organização responsável pela gestão de normalização. Atualmente, a AMN é composta por quatro países, sendo estes: Argentina (Instituto Argentino de Normalização e Certificação (IRAM), Brasil - Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Paraguai - Instituto Nacional de Tecnologia e Normalização (INTN) e Uruguai - Institutocomo o Programa Seis Sigma. Esta segunda edição traz significativas alterações com relação à edição anterior. A primeira e mais evidente refere-se ao alinhamento de seu conteúdo às novas versões das normas da série ISO 9000 e às alterações processadas recentemente no Prêmio Nacional da Qualidade. Além disso, foram introduzidos dois novos capítulos, que incorporam as ferramentas da qualidade e a gestão da qualidade integrada à sustentabilidade. Disponível em: https://www.americanas.com.br/. Acesso em: 28 de jul. 2020. #FILME# Título: 4 Passos para otimizar a Gestão de Informação e Infraestrutura da sua empresa. Ano: 2019 Sinopse: Nesse vídeo Igor fala sobre como identificaremos de fato se as promessas realizadas estão sendo cumpridas. Como está a satisfação do seu cliente externo e interno? Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=sxgPNbKxFFk&feature=emb_logo. Acesso em 28 de jul. 2020. #WEB# ISO 9001 requisitos: 7.1 – Recursos Disponível em: https://certificacaoiso.com.br/iso-9001-requisitos-7-1-recursos/. Acesso em: 28 de jul. 2020. AULA 12 #LIVRO# Capa do livro Título: Descomplicando A ISO-9001 Autor: João Camilo G. Sardinha Editora: Clube de Autores Sinopse: Um sistema de gestão da qualidade contribui fortemente para o sucesso e a sustentabilidade de uma organização. Assim, o autor busca nesta obra, descomplicar a forma de entendimento desta norma tão importante para o Sistema de Gestão da Qualidade nas organizações. Disponível em: https://www.amazon.com.br/. Acesso em: 29 de jul. 2020. #FILME# Título: ISO 9001 - Análise de Risco nas Operações Ano: 2018 Sinopse: Nesse vídeo a professora Jaciara trata da abordagem de risco conforme os requisitos da qualidade ISO 9001:2015 Disponível em: . Acesso em: 29 de jul. 2020. #WEB# Planejamento e Controle Operacionais Disponível em: https://iso9001.portaliso.com/iso-9001-guia- completo/planejamento-e-controle-operacionais/. Acesso em: 29 de jul. 2020. AULA 13 #LIVRO# Título: - Dos Objetivos À Ação — Métodos para elaborar Kpis e obter resultados Autor: Andresa Francischini; Paulino G. Francischini Editora: Alta Books Sinopse: Primeiro o objetivo, depois o indicador: essa é a principal lição que pretendemos transmitir neste livro. Basicamente, objetivo é a resolução esperada de um problema que o gestor enfrenta em sua rotina diária. Assim, para que o seu sistema de medição de desempenho seja eficaz é necessário ter claro quais requisitos acordados ou esperados pelos seus clientes internos e externos que o gestor não está sendo capaz de entregar. O gestor vai perceber que não é simples focar nos problemas relevantes, ele tem que resolver e deve contar com a ajuda de sensores de coleta e ferramentas de tratamento de dados, que permitam obter informações para evidenciar esses problemas. Disponível em: https://www.submarino.com.br/. Acesso em: 29 de jul. 2020. #FILME# título: Como definir indicadores de desempenho? Ano: 2018 Sinopse: Dizem que quem não mede, não gerencia e quem não gerencia não evolui. Nesse vídeo vou te mostrar como estabelecer os indicadores de desempenho para o seu setor. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PzOjTTrBiAM. Acesso em: 29 de jul. 2020. #WEB# A essência da ISO 9001 é traduzida pelo ciclo PDCA, que resumidamente consiste em repetir continuamente as ações de planejar, fazer, checar e agir. Disponível em: https://iso9001.portaliso.com/iso-9001-guia- completo/monitoramento-medicao-analise-e-avaliacao/. Acesso em: 29 de jul. 2020. AULA 14 #LIVRO# Capa do livro Título: Fundamentos da Qualidade para Líderes Autor: Joseph M. Juran, Joseph A. Defeo Editora: Bookman Sinopse: A demanda dos clientes é por produtos e serviços da melhor qualidade a um custo mais baixo. O cliente sempre precisa de mais por menos. A qualidade compensa e a qualidade funciona! Os líderes precisam entender e acolher a qualidade — o que não é difícil, mas exige um jeito diferente de pensar. Escrito por Joseph A. DeFeo com base no conhecimento acumulado pelo maior nome da área, Joseph M. Juran, Fundamentos da qualidade para líderes mostra, de forma sucinta, como entregar qualidade superior com bom retorno financeiro para sua organização. Disponível em: https://www.submarino.com.br/. Acesso em: 30 de jul. 2020. #FILME# Título: Insights ISO 9001:2015 - 10 passos para implantar a ISO 9001:2015 Ano: 2018 Sinopse: Neste último capítulo da série Insights ISO 9001:2015 apresentamos 10 passos bem simples para você planejar e conduzir a implantação dos requisitos da ISO 9001:2015 aí na sua empresa. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=3T5CSqOA3z. Acesso em: 30 de jul. 2020. #WEB# A implementação da ISO 9001 pode ser feita por qualquer empresa que deseja melhorar sua gestão e o modo como executa seus processos, indiferente do seu tamanho ou ramo de atuação. Disponível em: https://iso9001.portaliso.com/implantacao-iso-9001/. Acesso em: 30 de jul. 2020. AULA 15 #LIVRO# Título: Sistemas Integrados De Gestão. Qualidade, Ambiente E Segurança Autor: Delfina Gabriela Garrido Ramos Editora: Engebook Sinopse: Este livro é resultado da experiência de 17 coautores entre acadêmicos e profissionais de engenharia e gestão. Na atualidade, as organizações que buscam o desenvolvimento sustentável e o sucesso sustentado, alinham o seu propósito e a sua orientação estratégica com os diversos requisitos normativos de normas internacionais, tais como, as normas ISO 9001 (Sistemas de Gestão da Qualidade), ISO 14001 (Sistemas de Gestão Ambiental), ISO 45001 (Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho), de entre várias outras. Neste sentido, a implementação de um Sistema Integrado de Gestão da Qualidade, Ambiente, Segurança é visto como uma ferramenta extraordinária que permite implementar os princípios do Desenvolvimento Sustentável na cadeia de valor da organização. Disponível em: https://www.submarino.com.br/. Acesso em: 31 de jul. 2020. #FILME# Título: Insights ISO 9001:2015 - 10 passos para implantar a ISO 9001:2015 Ano: 2018 Sinopse: Saiba como vão funcionar as auditorias da ISO 9001 e como você pode ajudar a Câmara a manter a sua certificação. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ExI0-BB67dk. Acesso em: 31 de jul. 2020. #WEB# Quanto custa a ISO 9001? Antes de avaliar valores relacionados à certificação ISO 9001, você precisa entender que existe a possibilidade de realizar o processo com um gestor da sua própria equipe de colaboradores. Disponível em: https://www.consultoriaiso.org/certificacao-iso-9001-quanto- custa/. Acesso em 31 de jul. 2020. AULA 16 #LIVRO# Título: Avaliação Estratégica da Qualidade - Paladini Autor: Edson Pacheco Paladini Editora: Atlas Sinopse: Ao apresentar estratégias e ferramentas adequadas à visão estratégica da avaliação da qualidade, esta obra mostra como e quando os modelos clássicos (como o planejamento e o controle de processos produtivos ou a inspeção por amostragem, por exemplo) podem ser empregados, de que forma ajustá-los a situações usuais observadas em empresas industriais ou de serviços, que características cada um deles tem e, ainda, quais equívocos são usuais quando de sua utilização ou na sua interpretação. Com atenção também na avaliação da qualidade com base em indicadores, o livro detém-se na análise dos ambientes onde cada tipo de indicador pode ser aplicado e nos objetivos, justificativas de uso, determinação de padrões e estrutura que o caracterizam. São apresentados exemplos práticos de indicadores usados no âmbito das organizações e nas relações delas com o ambiente em que atuam. O texto mostra, por fim, modelos de avaliação recentemente desenvolvidos,aplicáveis à própria gestão da qualidade, analisando mecanismos para medir o impacto das ações gerenciais da qualidade na organização. Disponível em: https://www.livrariaflorence.com.br/produto/livro-avaliacao- estrategica-da-qualidade-paladini-127509. Acesso em: 01 de ago. 2020. #FILME# Título: PNQ: Fundamentos do Prêmio Nacional da Qualidade Ano: 2016 Sinopse: Neste vídeo é apresentado informações sobre as etapas para as empresas que buscam o Prêmio Nacional de Qualidade, sendo uma fonte de aprimoramento para o conteúdo apresentado nesta aula. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=gi67xbkz6OQ. Acesso em: 01 de ago. 2020. #WEB# Compreender o impacto dos negócios no meio ambiente. Esta foi a estratégia adotada pela Natura, que está entre as 100 empresas mais sustentáveis do mundo. Andreza Souza, coordenadora sênior dos processos de Gestão da Performance e Planejamento Estratégico de Sustentabilidade da Natura falará sobre a gestão para criação de um novo capitalismo e a implementação da metodologia internacional EP&L (Environmental Profit & Loss) durante o webcast, a ser realizado no dia 13 de setembro, 10h, pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). Texto completo disponível em: http://www.portalrosachoque.com.br/noticias/1619/sustentabilidade-e-gestao- da-natura-e-tema-de-palestraon-line. Acesso em: 01 de ago. 2020. REFERÊNCIAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 9001: 2015 - Sistemas de Gestão da Qualidade - Requisitos. Rio de Janeiro, ABNT, 2015. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 19011: 2018 – Diretrizes para auditoria de sistemas de gestão. Rio de Janeiro, ABNT, 2018. BARBIERI, J. C.; CAJAZEIRA, J.E.R. Responsabilidade empresarial e empresa sustentável: da teoria à prática. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. BARÇANTE, Luiz. C. Disponível em: https://professorbarcante.files.wordpress.com/2009/05/capitulo1.pdf. Acesso em: 10 de jul. 2020. CARPINETTI, Luiz C. R. Gestão da qualidade: conceitos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2016. Bibliografia. [Minha Biblioteca]. CARPINETTI, L. C. R.; GEROLAMO, M. C. Gestão da Qualidade ISO 9001:2015: requisitos e integração com a ISO 14001:2015. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2016. CARPINETTI, L. C. R.; GEROLAMO, M, C. Gestão da qualidade ISO 9001:2015: requisitos e integração com a ISO 14001:2015 / 1. ed. - [3. Reimpr.] - São Paulo: Atlas, 2019. [Minha Biblioteca]. CARVALHO, M. C.; PALADINI, Edson P. Gestão da qualidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier: ABEPRO, 2012. DIAS, Reinaldo. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade 3. ed. [3. reimpr.]. São Paulo: Atlas, 2019. DONAIRE, Denis; OLIVEIRA, E. C. de. Gestão ambiental na empresa. 3. ed, rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2018. [Minha Biblioteca] LOBO, Renato Nogueirol. Gestão da qualidade. 2. ed. São Paulo: Érica, 2020. [Minha Biblioteca]. LOBO, R. N.; SILVA, D. L. da. Gestão da Qualidade: Diretrizes, Ferramentas, Métodos e Normatização. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014. MARSHAL JR, et al. Gestão da qualidade. 9. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2008. MELLO, C. H. P. Gestão da qualidade. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2011. OLIVEIRA, O. J. (org). Gestão da Qualidade: tópicos avançados. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. PALADINI, Edson Pacheco. Gestão e avaliação da qualidade: uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 2019. [Minha Biblioteca]. PEARSON EDUCATION DO BRASIL. Gestão da qualidade. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2011. SANDER, Carlos. SIPOC: o que é e como a ferramenta pode ajudar a melhorar processos. Disponível em: https://caetreinamentos.com.br/blog/seis- sigma/sipoc-o-que-e/. Acesso em: 22 de jul. 2020. SILVESTRO, Cintia; MAZZOCHI, Geison. Comparativo dos prêmios de excelência em gestão da qualidade. In: II Congresso de Pesquisa e Extensão da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG), Caxias do Sul, RS. 2014. SOUZA, Stefania Márcia de Oliveira. Gestão da qualidade e produtividade. Porto Alegre: SAGAH, 2018. TOLEDO, José C. de et al. Qualidade: gestão e métodos [Reimpr.]. Rio de Janeiro: LTC, 2017. ZAMBERLAN, L. SPAMERBERGER, A; BÜTTENBENDER, P. L.; WAGNER, A.; DAHMER, I. T. O marketing de produtos orgânicos: um estudo exploratório a partir da opinião do consumidor. XXVII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Rio de Janeiro, 2008.Uruguaio de Normas Técnicas (UNIT). ➢ Nível nacional: são elaboradas por governos, indústrias, clientes e comunidade científica. Neste caso a emissão da norma é de responsabilidade de um organismo nacional de normalização com autoridade reconhecida para a sua publicação. As normas são aplicáveis ao mercado do país e, normalmente, são reconhecidas como referência para as transações comerciais devido sua ordenação jurídica. São normas voluntárias e a decisão sobre a utilização ou não da norma como uma referência técnica para a realização de uma transação, fica a cargo dos agentes econômicos. ➢ Nível de associação: trata-se de normas desenvolvidas para utilização de entidades associativas e técnicas. Sua utilização pode ser ampliada, podendo tornar-se uma referência importante para o comércio em geral. ➢ Nível empresarial: são normas desenvolvidas por uma empresa ou organização tendo o objetivo de orientar as atividades desenvolvidas em seus processos, tais como: compras, fabricação, vendas, estoques, controle de qualidade entre outros. 2.1.1 Normas como meio de padronização Quanto à padronização, segundo Lobo e Silva (2014), trata-se da criação de modelos e padrões bem definidos que tem o objetivo de reduzir as variações dos processos desenvolvidos nas organizações através da elaboração de documentos que descrevem as formas de desenvolvimento das funções, tarefas e/ou processos que precisam ser implementadas e realizadas. A padronização possibilita que a produção de um determinado produto seja idêntica em qualquer parte do mundo. Um exemplo de padronização é a produção de uma determinada marca de smartphone nos EUA e a mesma marca sendo produzida no Brasil ou qualquer parte do mundo. É possível garantir que a produção deste smartphone será idêntica. Outro exemplo, mais comum, são as montadoras de automóveis. Segundo Lobo e Silva (2014), a padronização proporciona alguns benefícios, sendo estes: • A uniformidade da produção. • O consumo de materiais e insumos é reduzido. • A qualidade é melhorada. • A produtividade é melhorada. • Possibilita o controle de processo. Alguns pensamentos sobre a padronização levam à crença de que a implementação de um sistema normatizado gera burocracia e faz com que a criatividade dos colaboradores seja limitada. Na realidade, este pensamento é um tanto quanto retrógrado quando se trata da padronização, pois, através dela, há uma otimização na execução das atividades que envolvem os processos. Neste caso, os colaboradores realizam suas atividades seguem um método, fazendo assim com que não haja perca de tempo com atividades que não fazem parte do processo em desenvolvimento. Quanto à criatividade, Oliveira (2003) descreve que padronizar não é um processo que se realiza em uma única vez é um processo que se revisa constantemente. É através da padronização que são eliminados aquele “jeitinho” de burlar os procedimentos, sendo estes os motivos que causam ou podem causar prejuízos à qualidade, aumento de insumos e/ou riscos à segurança. Qualquer atividade desenvolvida pode ser padronizada, porém, nem todas precisam ser. O processo de padronização ocorre nas atividades consideradas mais críticas e que geram riscos de afetar os resultados finais da organização. Entre os benefícios da padronização descritos por Lobo e Silva (2014), estão: • A determinação dos processos que serão padronizados (os críticos são os principais). • A determinação e oferta de treinamentos aos responsáveis para a implementação dos processos. • A definição dos modelos de documentos. • O gerenciamento e disseminação das informações que todos os níveis hierárquicos da organização precisam conhecer, aceitar e implementar. • O estabelecimento de auditorias periódicas dos documentos e dos processos, de forma a garantir que os mesmos são executados conforme estabelecido. • A busca do aperfeiçoamento contínuo da padronização. Segundo a ABNT (2014, on-line), as normas garantem as características desejáveis dos produtos e serviços, tais como a qualidade, eficiência, confiabilidade etc., e tudo isto tem um custo para a implementação. Disponível em: http://www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/o-que-e. Acesso em: 12 de jul. 2020. Além disso, têm uma grande e positiva contribuição para grande parte dos aspectos em nossas vidas e quando não há aplicação das normas, logo são percebidas a falta delas. Assim, é possível verificar que as normas: • Fazem com que o desenvolvimento, a fabricação e o fornecimento dos produtos e/ou serviços mais eficientes, seguros e limpos. • Facilitam a comercialização dos produtos de forma justa entre os países. • Fornecem base técnica para saúde, segurança e legislação para os governos. • Compartilham os avanços da tecnologia e as boas práticas de gestão para diversas áreas. • Disseminam a inovação. • Protegem clientes e consumidores de produtos e/ou serviços. • Fazem com que a vida se torne mais simples provendo as soluções para os problemas comuns. Vimos nesta aula que as normas são importantes e fundamentais para o desenvolvimento das organizações. É a partir da padronização dos processos e atividades que grande parte dos problemas das organizações são minimizados ou totalmente eliminados. #ISTO ESTÁ NA REDE# Composição, objetivos e estrutura institucional Com mais de duas décadas de existência, o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) é a mais abrangente iniciativa de integração regional da América Latina, surgida no contexto da redemocratização e reaproximação dos países da região ao final da década de 80. Disponível em: . Acesso em: 12 de jul. 2020. #ISTO ESTÁ NA REDE# #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou, por unanimidade, nesta terça-feira, 28 de abril, as diretrizes para orientar escolas da educação básica e instituições de ensino superior durante a pandemia do coronavírus. Os 21 conselheiros votaram, em plenário virtual, um documento que traz orientações e sugestões para todas as etapas de ensino, da educação infantil à superior. O parecer foi elaborado com a colaboração do Ministério da Educação (MEC). O material aprovado pelo CNE tem o objetivo de orientar estados, municípios e escolas sobre as práticas que devem ser adotadas durante a pandemia, além de propor normas nacionais gerais. A reorganização dos calendários é de responsabilidade dos sistemas de ensino. Texto completo disponível em: http://portal.mec.gov.br/busca-geral/12- noticias/acoes-programas-e-projetos-637152388/89051-cne-aprova-diretrizes- para-escolas-durante-a-pandemia . Acesso em: 12 de jul. 2020. #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# AULA 3: NORMAS ISO Fonte: https://image.freepik.com/fotos-gratis/palavra-metalica-brilhante-azul-do- iso-sobre-o-podio-do-suporte-de-marmore_105589-245.jpg Em 1947, foi fundada a International Organization for Standardization (ISO), que traduzindo significa Organização Internacional de Normalização. Este organismo tem caráter não governamental e tem sua sede estabelecida em Genebra, Suíça. A ISO foi criada com o objetivo de desenvolver a normalização e as atividades relacionadas a cada norma e assim facilitar as relações comercias das organizações no mercado internacional, bem como a cooperação entre os países nas áreas científicas, tecnológicas e produtivas (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2012). O significado do prefixo ISO, segundo Carvalho e Paladini (2012), é derivada do grego “isos”, que significa “mesmo, igual”. Embora a ISO tenha sido fundada em 1947, as primeiras normas de gestão só começaram a ser produzida em 1970. Estas normas são conhecidas como família ISO 9000 e são relacionadas com a implementação e a operação de sistemas de gestão da qualidade (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2012). Os países que têm interesse na normalizaçãointernacional, de comum acordo, estabelecem normas com o objetivo de facilitar comércio, os diálogos, o desenvolvimento e avanços da tecnologia. Conforme Carvalho e Paladini (2012, p. 159-160), existem alguns princípios para a normalização internacional. São elas: • Igualdade dos membros: qualquer membro da ISO tem direito a participar de quaisquer comitês técnicos que desenvolva normas que julgar de interesse para seu país. • Normas voluntárias: todas as normas desenvolvidas pela ISO são de caráter voluntário e são adotadas pelas empresas e nações apenas se o desejarem. • Direcionamento ao mercado: a ISO só desenvolve normas quando há interesse do mercado. São reunidos especialistas e representantes de agência governamentais e da academia, dos consumidores e de laboratórios para a elaboração das mesmas. • As normas ISO são desenvolvidas a partir do consenso das partes envolvidas, o que lhes dá, apesar do caráter voluntário, uma enorme penetração no mercado mundial. • As normas ISO constituem-se em um acordo técnico que dá a base para uma tecnologia compatível internacionalmente. O desenvolvimento das normas ISO é realizado por meio de comitês técnicos constituídos pelos organismos de normalização interessados, por especialistas, por representantes dos consumidores, governo e academias. Neste caso, podemos citar como exemplo o comitê técnico TC 176 que trata dos assuntos pertinentes à gestão e garantia da qualidade (família ISO 9000), sendo este comitê responsável pelo desenvolvimento e atualização das normas envolvidas. O comitê técnico TC 207 trata dos assuntos pertinentes à gestão ambiental (família ISO 14000), sendo este comitê responsável pelo desenvolvimento e atualização das normas envolvidas (CARVALHO; PALADINI, 2012). #ANOTE ISSO# O desenvolvimento das normas ISO é realizado por meio de comitês técnicos constituídos pelos organismos de normalização interessados, por especialistas, por representantes dos consumidores, governo e academias. #ANOTE ISSO# 3.1 Evolução Histórica dos Sistemas Normalizados de Gestão O início dos sistemas normalizados, segundo Carvalho e Paladini (2012), foi originado devido ao fornecimento a governos e organizações militares. Podemos observar na Tabela 1 umas das primeiras normas relacionadas com o sistema de gestão. Tabela 1. Primeiras normas de gestão ANO NORMA ORIGEM 1963 MIL-Q- 9858A Exército dos EUA 1969 AQAP OTAN 1973 API 14 A American Petroleum Institute 1975 CSA Z299 Norma Canadense 1975 AS 1821/22/3 Norma Australiana 1979 BS 5750 Norma Britânica Fonte: Carvalho e Paladini (2012, p. 160) Dentre as normas citadas na Tabela 1, segundo Carvalho e Paladini (2012), se destacam: • Norma CSA Z299: possui quatro níveis destinados prioritariamente à garantia da qualidade em instalações nucleares. Esta norma, embora seja direcionada para a garantia da qualidade em instalações nucleares, foi muito utilizada na América do Norte para ser utilizada como padrão de implementação e operação de sistemas de garantia da qualidade. • Norma BS 5750: utilizada par avaliar o sistema de gestão da qualidade de fornecedores, sendo esta publicada pela Britsh Standards Instituition (BSI) e serviu como referência para o desenvolvimento da série de normas ISO 9000. No mundo a série de normas ISO 9000 foi e é amplamente aceita pelas organizações. Em 2018 o número de certificados válidos da norma ISO 9001:2015 era de 878.664 certificados válidos, segundo The ISO Survey (2018, on-line). A Tabela 2 apresenta o número de certificados válidos de outras normas importantes para os sistemas de gestão e a data de publicação das mesmas. Tabela 2. Número de certificados válidos no mundo NORMA TOTAL DE CERTIFICADOS VÁLIDOS (2018) ISO 9001:2015 - Sistemas de gestão da qualidade - Requisitos 878 664 ISO 14001:2015 - Sistemas de gestão ambiental — Requisitos com orientações para uso 307 059 ISO IEC 27001:2013 - Tecnologia da informação — Técnicas de segurança — Sistemas de gestão da segurança da informação — Requisitos 31 910 ISO 22000:2018 - Sistemas de gestão de segurança de alimentos - Requisitos para qualquer organização na cadeia produtiva de alimentos 32 120 ISO 45001:2018 - Sistemas de gestão de saúde e segurança ocupacional - Requisitos com orientação para uso 11 952 ISO 13485:2003&2016 - Produtos para saúde — Sistemas de gestão da qualidade — Requisitos para fins regulamentares 19 472 ISO 50001:2018 - Sistemas de gestão da energia - Requisitos com orientações para uso 18 059 ISO 20000-1:2011 - Tecnologia da informação — Gestão de serviço Parte 1: Requisitos do sistema de gestão de serviço 5 308 ISO 22301:2012 - Segurança e resiliência — Sistema de gestão de continuidade de negócios — Requisitos 1 506 ISO 28000:2007 - Especificação para sistemas de gestão de segurança para a cadeia logística 617 ISO 39001:2012 - Sistemas de gestão da segurança viária (SV) - Requisitos com orientações para uso 547 ISO 37001:2016 - Sistemas de gestão antissuborno — Requisitos com orientações para uso 389 Fonte: Adaptado de The ISO Survey (2018, on-line). Disponível em: https://www.iso.org/the-iso-survey.html. Acesso em: 13 de jul. 2020. A seguir veremos algumas características básicas das normas consideradas as mais importantes. Série ISO 9000: esta série de normas é composta por várias normas, sendo as principais a ISO 9000, ISO 9001 e ISO 9004. Ao contrário do que se pensa esta série não interfere diretamente a qualidade de um produto ou serviço. Na realidade, a empresa que estiver dentro das normas irá manter continuamente a mesma qualidade em todos os produtos que fabrica ou serviços que presta. ISO 13485: esta norma, especificamente, trata dos requisitos para o estabelecimento do sistema de gestão da qualidade para produtos para saúde. Trata-se de uma norma com as mesmas bases que a ISO 9001 e já é uma norma conhecida em todo o mundo. ISO 17025: estabelece os requisitos para a padronização dos testes realizados em laboratórios de ensaios e calibração. Assim como outras normas, a ISO 17025 também tem certa semelhança com as normas da família ISO 9000, porém, é restrita a um determinado tipo de empresa. Série ISO 14000: trata-se de normas que estão voltadas à Gestão Ambiental. Este conjunto de normas pode ser aplicado em qualquer nível, tamanho ou área em que a empresa se encontra. Tem o objetivo de estabelecer um sistema para reduzir os danos ao meio ambiente causado por uma empresa ou organização. A norma ISO/IEC 20000: trata-se de uma norma criada para substituir a antiga norma BS 15000 e para se adequar às outras normas teve que ser melhorada. Esta norma trata, especificamente, do gerenciamento de qualidade de serviços de Tecnologia da Informação (TI). Série ISO 22000: esta é uma série de normas que trata dos sistemas de segurança alimentar. Embora seja uma norma para a indústria, a ISO 22000 aplica os requisitos para o tratamento de questões éticas e a promoção e conscientização dos consumidores. SÉRIE ISO 27000: a família da norma ISO/IEC 27000 tem sua convergência para o mesmo ponto, neste caso, o Sistema de Gestão de Segurança da Informação (SGSI). As normas mais conhecidas da família são a ISO 27001 e a ISO 27002 e são voltadas para a segurança de dados disponibilizados, transmitidos ou disponibilizados em formato digital. Embora os conceitos aplicados às questões de segurança da informação andem próximos dos quesitos de informática e tecnologia, os estabelecidos na ISO 27000 vão além. SÉRIE ISO 31000: esta família de norma tem o foco voltado para a gestão de risco. Neste caso, a norma não tem a obrigatoriedade de certificação, por isso pode ser implementada em qualquer empresa ou organização. Esta família de norma traz à luz do conhecimento informaçõese recomendações para orientar as organizações que desejam implementá-la. Existe uma enormidade de normas publicadas pelo mundo e que se alinham entre si para promover a padronização das atividades e/ou serviços prestados pelas empresas ou organizações. Estas normas, quando estabelecidas, promovem às empresas ou organizações um status de garantia de qualidade no que oferece ao consumidor. Nos tempos em que a internet das coisas, indústria 4.0, Inteligência Artificial (AI), entre outros eventos que segmentam o desenvolvimento tecnológico, cada vez mais necessitam garantir a satisfação de seus clientes e garantir que as informações estejam totalmente seguras. Tem se tornado um hábito das pessoas a realização de compras e negociações digitais, o armazenamento em ambiente remoto (Dropbox, Google Drive etc.) dos dados empresariais, científicos, pessoais etc. Com isso os riscos precisam ser gerenciados, o desenvolvimento de softwares, plataformas on-line, aplicativos, entre outros, necessitam ter um sistema maior de proteção para que o usuário esteja protegido de possíveis ataques de hackers. Outro ponto importante nesta frenética busca pelo aprimoramento são as questões alimentares. Com a correria do dia a dia, as pessoas têm cada vez menos tempo e com isso buscam facilitar a vida consumindo cada vez mais produtos industrializados. A grande questão e preocupação é quanto à qualidade destes alimentos quando expostos aos clientes nas redes de distribuição ou até mesmo antes de chegar a elas, pois o transporte durante um ponto e outro, pode não ser adequado ou sofrer alguma intercorrência ao longo do percurso. Neste sentido é importante que haja uma padronização dos processos em toda a cadeia produtiva. Outro aspecto bastante importante está voltado às questões ambientais. Devido ao crescimento das cidades, existe uma preocupação com a quantidade de poluentes jogados na atmosfera. O crescimento pela demanda de produtos tem feito com que aumente o número de empresas pelo mundo. Empresas estas que, se não engajadas com as questões que envolvem o meio ambiente, podem causar grandes estragos na natureza e consequentemente prejudicar um grande número de pessoas e até mesmo uma cidade inteira. #ANOTE ISSO# Empresas que não são engajadas com as questões que envolvem o meio ambiente podem causar grandes estragos na natureza e consequentemente prejudicar um grande número de pessoas e até mesmo uma cidade inteira. #ANOTE ISSO# #ISTO ESTÁ NA REDE# O que significa a ABNT NBR ISO 9001 para quem compra? Como alguém que é responsável pelas decisões de compra, você pode ter visto ou usado bens e serviços que utilizam referências à ABNT NBR ISO 9001 como propaganda. O que isto significa? Como poderá ajudá-lo? Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/qualidade/pdf/cb25docorient.pdf. Acesso em: 13 de jul. 2020. #ISTO ESTÁ NA REDE# #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# Manter um centro de distribuição é uma maneira de aperfeiçoar as operações logísticas e elevar o nível do serviço oferecido, sobretudo, diante das instabilidades de mercado. Nesse contexto, as aplicações de sistemas de gestão da qualidade tornam-se necessários para auxiliar na manutenção e na qualidade destes processos. Sendo assim, objetivou-se através desse estudo, identificar de quais formas os problemas enfrentados e o atendimento dos requisitos do sistema de gestão adotado podem estar relacionados com manutenção de um serviço eficiente, tendo como estratégia descrever a importância desse sistema dentro da cadeia logística, identificar os problemas que impedem o centro de distribuição de melhorar seus serviços, conhecer o sistema de gestão da qualidade do (CD), analisar seu atendimento quanto a alguns requisitos e propor melhorias. Texto completo disponível em: http://www.repositoriodigital.ufrb.edu.br/bitstream/123456789/1528/1/TCC%20B %C3%81RBARA%20GOMES%20- %20VERS%C3%83O%20FINAL%20SUGEST%C3%95ES%20DA%20BANCA. pdf . Acesso em: 13 de jul. 2020. #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# AULA 4: NORMAS ISO 9000 Fonte: https://image.freepik.com/fotos-gratis/iso-9001_167713-23.jpg A família de normas ISO 9000 é aplicada à gestão da qualidade. Esta família é quem direciona o estabelecimento de diversos aspectos e diretrizes para a implementação do sistema de gestão da qualidade. Para Lobo e Silva (2014), a norma fornece as orientações e ferramentas para a padronização das atividades realizadas nas empresas que desejam atender os requisitos e necessidades dos clientes, possibilitando a estas empresas o aperfeiçoamento de seus processos e produtos por meio da melhoria contínua da qualidade. 4.1 Revisão das Normas ISO 9000 A família de normas ISO 9000 é composta de várias normas que atuam conjuntamente. Dentre elas, a norma ISO 9001 é a principal, pois determina os requisitos para a implementação do sistema de gestão da qualidade. As principais normas desta família são apresentadas a seguir. • ISO 9000:2015 - Sistemas de gestão da qualidade - Fundamentos e vocabulário. • ISO 9001:2015 - Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos. • ISO 9004:2018 - Gestão da qualidade — Qualidade de uma organização — Orientação para alcançar o sucesso sustentado. • ISO 19011:2018 - Diretrizes para auditoria de sistemas de gestão. Segundo Carpinetti e Gerolamo (2016), ISO 9001:2015 estabelece os princípios a serem adotados para a gestão da qualidade que fundamentam o sistema e define os termos utilizados na norma. Já a norma ISO 9004:2018 tem o objetivo de auxiliar na implementação do sistema da qualidade e de comentar os requisitos da ISO 9001:2015. Até 1994 a revisão da norma tratava os modelos de garantia da qualidade e os sistemas de gestão da qualidade adotados pela ISO como “modelos para garantia da qualidade” e destacavam o provimento de evidências quanto ao atendimento de requisitos. Neste sentido, este destaque acabou gerando uma situação insustentável devido a algumas empresas tentavam demonstrar a garantia da qualidade de forma documental para obter a certificação. No entanto, essas empresas não estabeleciam os processos de gestão da qualidade de forma que a garantia da qualidade fosse evidenciada. Assim, a revisão das normas ISO no ano 2000 não foram apenas nas terminologias, mas foram realizadas muitas modificações nos requisitos do sistema da qualidade e na série de normas ISO 9000, em que foram incorporados os princípios de gestão da qualidade (CARPINETTI; GEROLAMO, 2016). Segundo Ribeiro (2015), devido ao comportamento dos processos de certificação, outras normas foram incorporadas aos princípios de gestão da qualidade. Além disso, outra mudança importante foi a eliminação dos certificados das normas ISO 9002 e ISO 9003, onde a principal diferença era a abrangência do sistema. Segundo Carpinetti e Gerolamo (2016), outra alteração importante nas normas ISO 9000 foi a eliminação de alguns documentos do sistema da qualidade, sendo a necessidade apenas para alguns requisitos. Estas mudanças trouxeram muitos benefícios através da simplificação dos projetos e a redução da burocracia na manutenção dos documentos envolvidos no sistema. Com isto, as auditorias de certificação puderam focar em evidências de maior relevância para o sistema quanto aos requisitos da ISO 9001. Quadro 2. Principais normas sobre gestão da qualidade NORMA DESCRIÇÃO PUBLICAÇÃO ABNT NBR ISO 9000 Sistemas de gestão da qualidade – Fundamentos e vocabulário. 2015 ABNT NBR ISO 9001 Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos. 2015 ABNT NBR ISO 9004 Gestão para o sucesso sustentado de uma organização – Uma abordagem da gestão da qualidade. 2019 ABNT NBR ISO 10001 Gestão da Qualidade – Satisfação do cliente – Diretrizes para códigos de conduta para organizações. 2013 ABNT NBR ISO 10002 Gestãoda Qualidade – Satisfação de clientes – Diretrizes para o tratamento de reclamações nas organizações. 2011 ABNT NBR ISO 10003 Gestão da Qualidade – Satisfação do cliente – Diretrizes para a resolução externa de litígios. das organizações. 2013 ABNT NBR ISO 10004 Gestão da qualidade – Satisfação do cliente – Diretrizes para monitoramento e medição. 2013 ABNT NBR ISO 10005 ABNT NBR ISO 10006 Gestão da qualidade – Diretrizes para planos da qualidade Gestão da qualidade – Diretrizes para a gestão da qualidade em empreendimentos. 2007 2006 ABNT NBR ISO 10007 Gestão da qualidade – Diretrizes para a gestão de configuração. 2005 ABNT NBR ISO 10008 Gestão da qualidade – Satisfação do cliente – Diretrizes para transações de comércio eletrônico de negócio-a-consumidor. 2013 ABNT NBR ISO 10012 Sistemas de gestão de medição – Requisitos para o processo de medição e equipamento de medição. 2004 ABNT ISO/TR 10013 Diretrizes para a documentação de sistema de gestão da qualidade. 2002 ABNT NBR ISO 10014 Gestão da Qualidade – Diretrizes para a percepção de benefícios financeiros e econômicos. 2008 ABNT NBR ISO 10015 Gestão da qualidade — Diretrizes para gestão da competência e desenvolvimento de pessoas. 2020 ABNT ISO/TR 10017 Guias de técnicas estatísticas para ABNT NBR ISO 9001:2000. 2005 ABNT NBR ISO 10018 Gestão da Qualidade – Diretrizes para envolvimento das pessoas e suas competências. 2013 ABNT NBR ISO 10019 Diretrizes para a seleção de consultores de sistema de gestão da qualidade e uso de seus serviços. 2007 ABNT NBR 15100 Sistemas de Gestão da Qualidade – Requisitos para organizações de aeronáutica, espaço e defesa. 2010 ABNT NBR ISO 19011 Diretrizes para auditorias de sistema de gestão. 2018 ABNT NBR ISO 18091 Sistemas de Gestão da Qualidade – Diretrizes para a aplicação da ABNT NBR ISO 9001:2008 em prefeituras. Publicação 2014 Fonte: Adaptado de Carpinetti e Gerolamo (2016, p. 16) 4.2 Principais Mudanças na Norma ISO 9001:2015 A norma ISO 9001:2015, quando comparada à versão 2008, apresenta importantes alterações nos requisitos estruturais da norma. A nova versão da norma traz sete (07) requisitos ou macroprocessos pertinentes ao sistema da qualidade, sendo estes compreendidos entre as cláusulas 4 a 10 que, segundo Carpinetti e Gerolamo (2016), compreendem respectivamente: • contexto da organização; • liderança; • planejamento; • suporte; • operação; • avaliação de desempenho; • melhoria. Outra mudança importante que ocorreu na norma foi a inclusão dos conceitos de risco. A norma define os riscos como sendo o efeito da incerteza, sendo esta também a definição apresentada pela norma ABNT NBR ISO 31000:2018 – Gestão de Riscos. Certas doses de incertezas das operações realizadas em uma organização são proporcionadas pelas não conformidades geradas em produtos, requisitos de clientes ou outras partes interessadas. Neste sentido, o conceito de risco, quando associado ao sistema da qualidade, também busca atender os requisitos das partes interessadas e da não consecução dos objetivos da organização. Diferentemente das edições anteriores a norma ISO 9001:2015 estabelece que as organizações devem levar em consideração os riscos e oportunidades ao planejarem o seu sistema da qualidade (CARPINETTI; GEROLAMO, 2016). #ANOTE ISSO# Certas doses de incertezas das operações realizadas em uma organização são proporcionadas pelas não conformidades geradas em produtos, requisitos de clientes ou outras partes interessadas. #ANOTE ISSO# Também é importante que se destaque que não se estabelece como um requisito o representante da administração ou direção, como é comumente referido. A ISSO, neste sentido, tem o intuito de reforçar o compartilhamento das responsabilidades sobre o sistema, mas algumas organizações provavelmente continuam a ter seu representante da administração por um bom tempo. Outro fator importante a ser destacado nesta nova versão da norma ISO 9001 é que não há exigência de nenhum procedimento documentado, a norma estabelece que a organização somente deve manter os procedimentos e instruções que são necessários para as suas necessidades. Assim, fica a critério da organização a definição da manutenção ou não de documentos para explicitar as atividades pertinentes à gestão da qualidade. 4.2.1 Os requisitos de gestão da qualidade da ISO 9001:2015 Com base na experiência do comitê da ISO e nos princípios de gestão, o sistema de gestão da qualidade estabelecido na nova versão da norma ISO 9001:2015 se divide em sete cláusulas. Segundo Carpinetti e Gerolamo (2016), estas cláusulas são: • Cláusula 4 - Contexto da organização: apresenta os requisitos fundamentais para realizar o planejamento e a implementação do sistema da qualidade. Esta cláusula se inicia com os requisitos sobre a análise do contexto da organização. Nesta análise é incluída a identificação e revisão das questões relacionadas aos objetivos estratégicos e do sistema da qualidade da organização, incluindo questões internas e externas, bem como a identificação das necessidades e expectativas dos clientes e partes interessadas. • Cláusula 5 - Liderança; planejamento: esta cláusula apresenta os requisitos de liderança. Esta liderança deve ser comprometida totalmente com o sucesso do sistema ou se responsabilizar pelo insucesso. Também envolve a definição e revisão da política da qualidade, bem como o envolvimento com os resultados da análise crítica do sistema de gestão, devendo expressar as definições dos papéis organizacionais e a delegação das responsabilidades e autoridades. • Cláusula 6 – Planejamento do Sistema de Gestão da Qualidade: estabelece que as organizações devem fazer uma análise dos riscos devido o não atendimento dos requisitos estabelecidos pelas partes interessadas e, ao mesmo tempo, fazer uma análise das oportunidades para atender da melhor forma estas partes interessadas. Nesta cláusula a organização deve estabelecer os objetivos da qualidade e os planos para estes requisitos serem alcançados. • Cláusula 7 – Suporte: apresenta os requisitos que estão relacionados às atividades de suporte para o desenvolvimento do sistema de gestão. Embora a norma não entre em detalhes sobre os recursos necessários, estabelece que a organização deve manter os recursos e suporte para a manutenção da infraestrutura de materiais, recursos humanos e a manutenção de equipamentos para realização de medição e monitoramento. • Cláusula 8 – Operação: nesta cláusula são tratados os assuntos pertinentes às atividades de operações da organização. O objetivo do sistema é a minimização da ocorrência dos erros nas operações que causem o não atendimento dos requisitos dos clientes, sendo as atividades de gestão da cadeia de valores internos listadas a seguir, conforme Carpinetti e Gerolamo (2016, p. 36). 1. planejamento e controle; 2. determinação de requisitos de produtos e serviços; 3. projeto e desenvolvimento de produtos e serviços; 4. controle de produtos e serviços adquiridos externamente; 5. produção e provisão de serviços; 6. liberação de produtos e serviços; 7. controle de resultados de processos, produtos e serviços não conformes. • Cláusula 9 – Avaliação de Desempenho: esta cláusula tem o objetivo de avaliar a satisfação dos clientes, os resultados obtidos por meio das medições e análises, auditoria interna, bem como a revisão do sistema. A alta direção é quem realiza a revisão do sistema por meio da análise crítica, onde todos os dados obtidos são analisados, incluindo as ações corretivas e/ou melhorias que estejam sendo realizadas. Os resultados da análise crítica podem gerar novas ações corretivas e/ou de melhorias. • Cláusula 10 – Melhoria:nesta cláusula trata especificamente da implementação das ações de melhorias propostas no relatório de análise crítica. A maioria das cláusulas não sofreram alterações significativas em seus requisitos, mas sim sofreram um processo de adequação com o objetivo de alinhar a estrutura de requisitos, textos e terminologia com os demais sistemas de gestão estabelecidos pela ISO. A edição de 2015, segundo Carpinetti e Gerolamo (2016, p. 19), destacam algumas das mudanças feitas na terminologia da norma, sendo essas apresentadas a seguir: • o termo “produto” refere-se indistintamente ao produto ou serviço; • “Informação documentada” é usado em substituição aos termos manual da qualidade, procedimentos documentados e registros; • “Ambiente de operação de processos” em substituição ao termo ambiente de trabalho; • “Recursos de monitoramento e medição” em vez de equipamentos de monitoramento e medição; • “Produtos e serviços providos externamente” em vez de produtos adquiridos; • “Provedores externos” em vez de fornecedores; • o termo “exclusão” não é mais empregado. No entanto, apesar de a norma não se referir a exclusões, a aplicabilidade dos requisitos da norma está condicionada às particularidades das operações de produção da organização. Ou seja, na prática, não houve alteração. #ISTO ESTÁ NA REDE# ISO 9000: Gestão da Qualidade na prática Você sabe o que é e para que serve a ISO 9000? Entenda como essa certificação pode agregar muito valor para a sua empresa. Disponível em: https://endeavor.org.br/estrategia-e-gestao/iso-9000/. Acesso em: 20 de jul. 2020. #ISTO ESTÁ NA REDE# #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# Historicamente a gestão da qualidade e, portanto, o desempenho das organizações da área da saúde é sensivelmente inferior em comparação aos demais setores industriais, embora haja um esforço mundial pela melhoria contínua da qualidade no setor hospitalar, direcionado por adesão à modelos de gestão da qualidade (SGQ) (certificações e acreditações), através de projetos de colaboração (melhoria colaborativa da qualidade) e/ou por meio da adoção de modelos de excelência de gestão (MEG) (prêmios da qualidade). Texto completo disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_227_326_28900.pdf>[. Acesso em: 20 de jul. 2020. #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# AULA 5: NORMAS ISO 14000 Fonte: https://image.freepik.com/fotos-gratis/iso-14001_167713-22.jpg Com o processo de globalização, principalmente nos aspectos econômicos, houve a promoção da ampla difusão das ferramentas de gestão ambiental similarmente a outros modelos crescentes de sistema de gestão, entre eles, a maior afinidade é com a norma ISO 9001. A utilidade de um sistema de gestão ambiental (SGA) tem relação com o cumprimento dos requisitos legais, competência e conscientização, controle operacional, além da avaliação do desempenho ambiental. A norma ISO 14001 tem o objetivo de prover os elementos necessários para a organização que deseja implementar o Sistema de Gestão Ambiental de forma eficaz, além da integração com os demais objetivos da organização. A norma foi concebida para ser aplicada em todos os tipos e partes das organizações, independentemente das condições geográficas, culturais e/ou socais (DONAIRE; OLIVEIRA, 2018). Um SGA pode ser definido, segundo Donaire e Oliveira (2018, p. 124), como “um sistema de gestão de uma organização, constituído de um conjunto de elementos inter-relacionados, utilizado para desenvolver e implementar sua política ambiental, além de gerenciar seus aspectos ambientais”. Considera-se neste contexto a estrutura organizacional, as atividades de planejamento, organização, direção e controle, amplitude de atuação gerencial, níveis de responsabilidades práticas, procedimentos, processos e recursos (DONAIRE; OLIVEIRA, 2018). #ANOTE ISSO# O SGA é: “um sistema de gestão de uma organização, constituído de um conjunto de elementos inter-relacionados, utilizado para desenvolver e implementar sua política ambiental, além de gerenciar seus aspectos ambientais” (DONAIRE; OLIVEIRA, 2018, p. 124). #ANOTE ISSO# A política ambiental em uma organização compreende o as intenções e princípios gerais da organização no que diz respeito ao seu desempenho ambiental, em conformidade com os requisitos estabelecidos pela administração. A política ambiental, segundo Donaire e Oliveira (2018), estabelece uma estrutura para a ação e definição dos objetivos e metas ambientais, conforme apresentado na Figura 3. O resultado da aplicação do Sistema de Gestão Ambiental vai depender do nível de comprometimento dos níveis e funções, principalmente da alta direção da empresa. Tem por objetivo um processo de melhoria contínua para superar os padrões vigentes de uma forma contínua. Figura 3. Modelo de Sistema de Gestão Fonte: Donaire e Oliveira (2018, p.124) Os princípios e os elementos que integram o sistema de gestão ambiental são especificados na norma ISO 14004. Vejamos estes princípios segundo Donaire e Oliveira (2018). PRINCÍPIO 1 – POLÍTICA AMBIENTAL: as organizações devem assegurar o comprometimento com o sistema SGA. Em resumo, este comprometimento deve ser formalizado para ampliar a publicidade das reais intenções e princípios gerais que norteiam o desempenho ambiental da organização. Assim, a organização deve buscar sistematicamente por melhorias ambientais durante todo o período de vida do produto, bem como atender e cumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), conforme Lei n. 12.305/2010. • comprometimento e liderança da Alta Administração; • avaliação ambiental inicial; • estabelecimento da política ambiental. PRINCÍPIO 2 – PLANEJAMENTO: a organização deve formular um plano para cumprir sua política ambiental. Neste caso, deve-se considerar as diretrizes apontadas na política ambiental baseadas nos aspectos ambientais de maior relevância. Naqueles elementos que são de responsabilidade da organização, podendo interagir com o meio ambiente, bem como causar expressivos impactos ambientais negativos, além de considerar os requisitos legais e outros dispositivos regulatórios. • identificação de aspectos ambientais e avaliação dos impactos ambientais associados; • requisitos legais e outros dispositivos regulatórios; • critérios internos de desempenho; • objetivos e metas ambientais; • programa de gestão ambiental. PRINCÍPIO 3 – IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO: para uma implementação efetiva, recomenda-se que a organização desenvolva treinamentos e as ferramentas de apoio que supra as necessidades de atendimento a sua política, objetivos e metas ambientais. Nesta fase, o foco deve buscar a redução dos aspectos ambientais críticos levantados na etapa de planejamento, sendo a efetivação feita em conformidade com os recursos, competências e tecnologia disponível na empresa. Sendo assim, a implementação se divide em duas situações, sendo elas: ✓ OPERACIONALIZAR A CAPACITAÇÃO: • recursos humanos, físicos e financeiros; • harmonização e integração do SGA; • responsabilidade técnica e pessoal; • conscientização ambiental e motivação; • conhecimentos, habilidades e atitudes. ✓ AÇÕES DE APOIO: • comunicação e relato; • documentação do SGA; • controle operacional; • preparação e atendimento a emergências. PRINCÍPIO 4 – VERIFICAÇÃO (MEDIÇÃO E AVALIAÇÃO): a organização deve realizar a aferição, monitoramento e avaliação do desempenho ambiental. Os resultados obtidos pela organização devem estar em conformidade com os objetivos iniciais. Caso os objetivos ou metas estabelecidas não tenham sido atingidas, devem ser aplicadas ações corretivas e preventivas para as não conformidades, mantendo o rigor no controle de registros e auditorias realizadas internamente. Assim,as ações devem ser: • medição e monitoramento; • ações corretiva e preventiva; • registros do SGA e gestão de informação. PRINCÍPIO 5 – ANÁLISE CRÍTICA E MELHORIA (ANÁLISE PELA ADMINISTRAÇÃO): a organização deve realizar a análise crítica e com base nos resultados, aperfeiçoar o seu sistema ambiental continuamente com o objetivo de melhorar seu desempenho global. Neste sentido, a alta administração deve revisar sistematicamente os resultados e planejar o próximo ciclo, com o foco exclusivo na melhoria ambiental contínua, mantendo desta forma o formato de espiral apresentado na Figura 3, sendo as ações a serem desenvolvidas: • análise crítica do SGA; • melhoria contínua. 5.1 Família de Normas ISO 14000 A família de normas ISO 14000 buscam estabelecer um sistema para administrar a gestão ambiental das organizações por meio de ferramentas de análise, entre elas, a auditoria ambiental e a análise do ciclo de vida. As normas que compõe a família de normas ISO 14000 são apresentadas na Tabela 3. Tabela 3. Família de normas ISO 14000 NORMA DESCRIÇÃO ISO Sistema de Gestão Ambiental (SGA) – Especificações para 14001* implantação e guia ISO 14004 Sistema de Gestão Ambiental – Diretrizes Gerais ISO 14010 Guias para Auditoria Ambiental – Diretrizes Gerais ISO 14011 Diretrizes para Auditoria Ambiental e Procedimentos para Auditorias ISO 14012 Diretrizes para Auditoria Ambiental – Critérios de Qualificação ISO 14020 Rotulagem Ambiental – Princípios Básicos ISO 14021 Rotulagem Ambiental – Termos e Definições ISO 14022 Rotulagem Ambiental – Simbologia para Rótulos ISO 14023 Rotulagem Ambiental – Testes e Metodologias de Verificação ISO 14024 Rotulagem Ambiental – Guia para Certificação com Base em Análise Multicriterial ISO 14031 Avaliação da Performance Ambiental ISO 14032 Avaliação da Performance Ambiental dos Sistemas de Operadores ISO 14040* Análise do Ciclo de Vida – Princípios Gerais ISO 14041 Análise do Ciclo de Vida – Inventário ISO 14042 Análise do Ciclo de Vida – Análise dos Impactos ISO 14043 Análise do Ciclo de Vida – Migração dos Impactos * Normas passíveis de certificação. Fonte: Dias (2019, p. 110) 5.2 A Nova Norma ISO 14001:2015 Depois de 11 anos após a última revisão, a norma ISO 14001 foi publicada em sua nova versão. As empresas que já tinham estabelecido um sistema de gestão ambiental certificado tiveram um tempo para se adequarem à nova versão da norma, sendo este período de três anos, assim a empresa pode atender às exigências do padrão internacional. A revisão da norma teve início no ano de 2012, onde foi criado um grupo de trabalho internacional dentro da Organização Internacional para Padronização (ISO), formado por um grupo de 90 especialistas de 70 países, entre estes o Brasil através da ABNT. Como já vimos, a norma ISO 14001, estabelece os requisitos para a implementação do sistema de gestão ambiental, sendo esta, segundo Dias (2019), estabelecida em mais de 250.000 organizações espalhadas por 167 países ao redor do mundo. #ANOTE ISSO# Organização Internacional para Padronização (ISO), formado por um grupo de 90 especialistas de 70 países, entre estes o Brasil através da ABNT. #ANOTE ISSO# A certificação desta norma auxilia a empresa a prevenir os impactos ambientais a partir de métodos adequados para evita-los, reduzi-los e/ou controlá-los, conforme assevera Dias (2019). Após a revisão, a norma se tornou mais acessível às empresas prestadoras de serviços de médio e pequeno porte. Novas exigências foram estabelecidas e incorporadas que, segundo Dias (2019, p. 115), são: • a integração da gestão ambiental na estratégia da empresa; • a necessidade de melhoria da comunicação com as partes interessadas; • soluções ambientais devem ir além da prevenção da poluição; • considerar todo o ciclo de vida e a melhoria da performance ambiental; • buscar o comprometimento do alto escalão das organizações com as políticas ambientais. Nesta nova versão da norma os padrões de sustentabilidade e desempenho organizacional ficaram mais elevados. Foi estabelecido um conjunto de exigências de gestão em toda a cadeia de valor da organização, desde os fornecedores e ciclos de produção e de venda até a fase da distribuição final (DIAS, 2019). As novas mudanças estão sincronizadas com a necessidade de adaptação urgente quanto às exigências para o engajamento mais firmemente na solução dos problemas ambientais que assolam o planeta, sendo um dos aspectos mais importantes a diminuição das agressões ao meio ambiente e redução das emissões de gás carbônico (CO2). Segundo Dias (2019, p. 115), “A norma enfatiza a necessidade de as organizações terem um compromisso maior com a solução dos problemas ambientais que afligem a humanidade e assumir com clareza a perspectiva do desenvolvimento sustentável”. #ISTO ESTÁ NA REDE# Certificação ISO 14001: o que é e para que serve? Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/dino/certificacao-iso-14001-o- que-e-e-para-que-serve,ccdc5cf42bb17549d363df629ca29e01ran0a7ns.html. Acesso em: 20 de jul. 2020. #ISTO ESTÁ NA REDE# #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# IMPLANTAÇÃO DA ISO 14001:2004: ESTUDO DE CASO DE UMA INDÚSTRIA DE PAPEL DA REGIÃO CENTRO-SUL DO PARANÁ Aliar as necessidades dos negócios às ambientais trata-se de um desafio para as organizações. Os sistemas de gestão ambiental certificados pela NBR ISO 14001:2004 visam facilitar este processo, além de propiciar visibilidade positiva às organizações. No entanto, para adotar tal certificação, exige-se o atendimento de diversos requisitos e o desenvolvimento de estratégias de ecoinovação. Sob tal enfoque, esta pesquisa levantou os seguintes questionamentos: como a indústria de papel atendeu às exigências da NBR ISO 14001:2004? Quais estratégias de ecoinovação foram realizadas para a indústria conquistar a certificação? O objetivo geral buscou identificar e analisar as ações realizadas para a implantação da certificação ISO 14001:2004 em uma indústria de papel da região Centro-Sul do Paraná. Para isso utilizou-se do estudo de caso, no contexto da abordagem qualitativa, por meio de entrevistas, observação e pesquisa documental, e o tratamento destes se deu pela análise de conteúdo. Os principais resultados apontam que essa indústria atendeu aos requisitos de maneira satisfatória, demonstrando sua capacidade de adequar-se à norma. Observou-se também que as estratégias de ecoinovação desenvolvidas contribuíram para o alcance da certificação, o que exigiu da empresa adotar um processo de inovação capaz de subsidiar o atendimento de requisitos fundamentais de gestão ambiental. Texto completo disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413- 23112017000200274&script=sci_arttext. Acesso em: 20 de jul. 2020. #ISTO ACONTECE NA PRÁTICA# AULA 6: SISTEMA DA QUALIDADE ISO 9001:2015 – Parte I Fonte: https://image.freepik.com/fotos-gratis/mao-de-empresario-tocando- revisao-de-cinco-estrelas-para-aumentar-a-classificacao-do-conceito-da- empresa_20693-222.jpg A norma 9001:2015 estabelece as atividades necessárias para a certificação de um sistema de gestão. Porém, tais atividades só conseguirão ter o êxito desejado se a organização incorporar os sete princípios de gestão que segundo Carpinetti e Gerolamo (2019), são o foco no cliente, a melhoria contínua, a visão de processos, liderança, decisão baseada em evidências, engajamento de pessoas e o relacionamento com as partes interessadas (stakeholders). A adoção destes princípios resulta em uma base sólida para o sistema de gestão. A seguir, serão detalhados estes sete princípios. 6.1 Princípios de Gestão da ISO 9001:2015 O sistema de gestão da qualidade definido pela ISO, a partir da versão