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Legalidade Prof. Cleber Pessoa LEGALIDADE DO PODER POLÍTICO Sentido genérico: todos os organismos do Estado devem atuar no âmbito das leis...; Sentido específico: um dos pilares do moderno Estado constitucional (Estado de direito); tb. ligado ao ideal grego da isonomia (igualdade perante a lei). Isonomia: gregos; Supremacia da lei (rule of law): tradição inglesa; Governo das leis (reino da justiça) ≠ governo dos homens (reino do arbítrio) LEGALIDADE DO PODER POLÍTICO Legalidade X Legitimidade: “...nem tudo o que é legal é legítimo, e nem tudo o que é legítimo é legal ao mesmo tempo... Legalidade: exercício do poder; Legitimidade: qualidade do poder; LEGALIDADE DO PODER POLÍTICO Legalidade = Estado constitucional = Estado de direito = Estado liberal: poderes limitados e direitos individuais garantidos. Estado constitucional/Estado de direito = poderes limitados; Estado liberal = funções mínimas (economia). LEGALIDADE DO PODER POLÍTICO Legalidade ≠ Legalismo Legalismo (pseudo-legalidade): sofisma, simulação da legalidade. O Legalismo “é utilizado muitas vezes como uma estratégia autoritária de impor uma ação estatal justificada apenas na necessidade de cumprimento da lei. É o argumento que se esconde na autoridade da lei estatal para ter validade, quando na verdade há interesses que não podem ser expostos, devido à ausência de consenso... para submeter-se ideológica e politicamente ao legislador... O Estado coloca as normas legais estatais como a verdade absoluta, independente de qualquer evidência (fato social), argumento ou interpretação extensiva”. LEGALIDADE DO PODER POLÍTICO A ideia de Legalidade parece simples, mas não é: se um Estado possui uma Constituição e um conjunto de leis, códigos, é um Estado da legalidade? A simples existência de um ordenamento jurídico (leis, códigos, etc.) não é suficiente p/ a existência do Estado de direito (Legalidade). LEGALIDADE DO PODER POLÍTICO *Na linguagem do constitucionalismo, só haverá Estado da Legalidade se, e somente se, existir a combinação de: a) poderes limitados (governados); b) direitos individuais garantidos (vida, liberdade, bens). = Constituição (stricto sensu) Constituição (stricto sensu) ≠ Constituição (lato sensu) LEGALIDADE DO PODER POLÍTICO *Exemplo: a Constituição de 1988 X a “Constituição” de 1937 (Vargas) e de 1967/69 (Reg. Militar) Carta Magna = Carta de Leis constitucionais: não necessariamente Constituição em sentido estrito (toda Constituição é uma Carta Magna, mas nem toda Carta Magna é uma Constituição). LEGALIDADE DO PODER POLÍTICO Constituições em sentido genérico/abstrato (lato sensu), mas não em sentido específico/concreto (stricto sensu) – as contradições de seus textos: a)ex-URSS (1936/1977), art. 2º: “Todo poder pertence ao povo...”; mas no art. 6º a “... afirmação do total monopólio do poder político e da atividade estatal do partido comunista”. b)Alemanha nazista: Hitler governou com a constituição da República de Weimar, de 1919, período que o antecedeu, que era liberal-democrática. LEGALIDADE DO PODER POLÍTICO c) Regime Militar - Brasil (1964/85): o AI-5, do período, garantia poderes absolutos ao presidente-general para legislar em todas as matérias e exercer as atribuições tanto do legislativo federal quanto dos sub-nacionais. Entre outras aberrações, o chefe do executivo tinha poderes absolutos para confiscar bens, decretar o Estado de Sítio, cassar mandatos e direitos políticos de “quaisquer cidadãos”, exercer “liberdade vigiada”, suspender a garantia do habeas corpus, etc. LEGALIDADE DO PODER POLÍTICO Legalidade: evento mais recente que a legitimidade. A Legalidade na Era Clássica: Roma e Atenas – o ideal de isonomia. Max Weber: “somente no Estado moderno(?) podemos encontrar a concretização plena deste princípio (poder legal e racional)”: obediência ao ordenamento impessoal definido legalmente e aos indivíduos que têm funções de chefia neste ordenamento. LEGALIDADE DO PODER POLÍTICO Norberto Bobbio: os 3 princípios (significações) de Legalidade: a) O príncipe não é mais legibus solutus; b) Na relação entre o príncipe e seus súditos, a ideia do governo das leis tem que ser por meio da promulgação, e só excepcionalmente por ordenações e decretos; ter validade para todos e nunca para grupos em particular; c) A aplicação das leis em casos particulares: as decisões judiciais devem ser fundamentadas de acordo com o prescrito na ordem jurídica. Sua definição máxima é a conhecida expressão latina: “nullum crimen, nulla poena, sine lege”. LEGALIDADE DO PODER POLÍTICO Indicação de leitura: cap. Legalidade. In: Dicionário de Política”. (Norberto Bobbio); Textos de Aula (prof. Cleber).
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