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APOSTILA 8ª AULA - DIREITO ADMINISTRATIVO I

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PODER REGULAMENTAR
Definição e características
Diferenças entre Lei e Regulamento
O regulamento ante o princípio da legalidade
Natureza do Poder Regulamentar 
Limites da atribuição regulamentar 
Classificação
Decretos, Resoluções, Avisos, Instruções e Portarias
CONCEITO
 	O Poder Regulamentar no Brasil é a atribuição destinada aos Chefes de Executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos) de explicar a lei para sua correta execução. 
CARACTERÍSTICAS
É um poder inerente e privativo do Chefe do Executivo (CF, art. 84, IV), e, por isso mesmo, indelegável a qualquer subordinado e se exterioriza por meio de decreto 
Não pode contrariar a lei, nem criar direitos, impor obrigações, proibições, penalidades que nela não estejam previstos, sob pena de ofensa ao princípio da legalidade (arts. 5.º, II, e 37, caput, da CF) 
Pode criar obrigações e encargos para a própria Administração e obriga aos funcionários públicos, pois se acham vinculados pelo dever de obediência
Somente podem explicitar leis cuja execução cabe ao Executivo, não podendo regulamentar leis civis ou comerciais, por exemplo, para cumprimento pelos particulares. Também não se prestam para regulamentar leis de outras esferas governamentais. 
DIFERENÇAS ENTRE LEI E REGULAMENTO 
Não se confunde o regulamento com a lei, de modo algum podendo aquele ultrapassar os limites a esta conferidos. 
LEI
Ato normativo originário
A lei tem, via de regra, origem no legislativo 
Tem supremacia sobre o regulamento
Só a lei inova em caráter inicial a ordem jurídica, é fonte primária do direito.
REGULAMENTO
Ato normativo derivado 
O regulamento se origina no Executivo 
Apenas discrimina a lei e é subordinado a ela
O regulamento não altera a ordem jurídica, é fonte secundária, inferior.
 
REGULAMENTO E PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
O art. 5º, II, CF88, estabelece que: “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. 
A Constituição exige Lei para a imposição de obrigações, não tolerando que o Executivo, valendo-se do regulamento, possa interferir na liberdade ou propriedade das pessoas.
O art. 84, IV, CF88, delimita o sentido da competência regulamentar do Chefe do Poder Executivo ao estabelecer que ao Presidente da República compete “sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução”. 
Se o ato regulamentar vai além do conteúdo da lei, pratica ilegalidade. Neste caso, não há falar em inconstitucionalidade. Somente na hipótese de não existir lei que preceda o ato regulamentar é que poderia este ser acoimado de inconstitucional. (STF-RDA 185/163) (Também: STF-RDA 185/179.
NATUREZA 
Diógenes Gasparini afirma que a natureza da atribuição regulamentar é originária. Isso porque para expedir os atos que visam executar as leis, o Executivo não necessita de qualquer autorização legal específica ou constitucional genérica. O regulamento é o primeiro passo para a execução da lei, e essa execução é atribuição do Executivo. 
Por esse motivo, mesmo que silentes a lei e a Constituição, no que se refere ao Poder competente para regulamentar, essa atribuição é do Executivo, porque fluente de sua própria função. Mas deve-se lembrar que apesar dele ter natureza de atribuição originária, continua sendo ato normativo derivado.
A razão relevante que reclama a edição de regulamentos é a necessidade de tratar uniformente os indivíduos, em nome do princípio da igualdade.
LIMITES DA ATUAÇÃO REGULAMENTAR 
A atribuição regulamentar sofre três ordens de limites que, se inobservados, invalidam-na. São eles: 
FORMAIS: observa o mesmo ou quase o mesmo regime da lei, no que respeita à técnica legislativa (preâmbulo, texto e fecho), à vigência, à publicação, à vacatio (espaço temporal entre a publicação e a vigência). Em suma, aplicam-se-lhe as disposições da Lei Complementar Federal nº 95/1998 
LEGAIS: não podem ultrapassar os limites da lei que estão regulamentando 
CONSTITUCIONAIS: os regulamentos não podem ser autônomos, pretendendo suprir matéria que a Constituição Federal reservou para a lei 
Devido ao caráter normativo dos regulamentos, não pode ser atacado via mandado de segurança, conforme vêm julgando nossos Tribunais (RT, 687:210). Aplica-se, in casu, a Súmula 266, STF: “Não cabe mandado de segurança contra lei em tese”.
CLASSIFICAÇÃO:
a) EXECUTIVOS: Presta-se a efetivar a exeqüibilidade da lei, particularizando-a de modo a torná-la praticável. Não pode ultrapassar o limite da lei que está regulando, sob pena de ser declarado ilegal. Se ultrapassar esse limite o Congresso Nacional pode decretar a sustação de seus efeitos, na forma do art. 49, V, da Constituição Federal. Em respeito ao princípio da simetria algumas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais também conferem esse poder as respectivas Assembléias Legislativas e Câmara de Vereadores ;
b) DELEGADOS: Não são admitidos pela Constituição Federal de 1988. São também chamados de autorizados ou habilitados. São editados pelas autoridades competentes, em atendimento a uma norma legal, para prover matéria reservada à lei. Com essa autorização, vê-se, há uma ampliação da atribuição regulamentar, limitada, porém, à matéria e aos termos fixados na delegação.
 c) AUTÔNOMOS ou INDEPENDENTES: Não são adotados pela CF88. São aqueles editados pela autoridade competente para dispor sobre matérias constitucionalmente reservadas ao Executivo. Não estão atrelados a nenhuma lei, nem dependem de qualquer delegação prévia do legislativo. 
DECRETOS, RESOLUÇÕES, AVISOS, INSTRUÇÕES E PORTARIAS:
 
1) DECRETOS: são a exteriorização do poder regulamentar pelo chefe do poder executivo. Eles têm por objeto:
Por em execução uma disposição legal 
Estabelecer medidas gerais para cumprimento da lei
Providenciar sobre matéria de ordem funcional 
Resolver sobre interesse da Administração 
Decidir sobre algum interesse de ordem privada, que se prendia ao da Administração.
Tudo que se disse a respeito do regulamento e seus limites, aplica-se também a instruções, portarias, resoluções, regimentos ou quaisquer outros atos gerais do Executivo. É que na pirâmide jurídica, alojam-se em nível inferior ao próprio regulamento. Enquanto este é ato do Chefe do Poder Executivo, os demais assistem a autoridades de escalão mais baixo e, de conseguinte, investidas de poderes menores.
2) RESOLUÇÕES: são atos pelos quais o poder executivo toma providências de várias espécies mas não declara o direito.
3) AVISOS: são de competência dos Ministros e Secretários de Estado. Têm vigência prolongada e buscam transmitir instruções e ordens, dar ou pedir informações, esclarecimentos minuciosos sobre serviços que interessam a mais de um Ministério, ou Secretaria. Não podem, em hipótese alguma,, regular, nem prejudicar a terceiros, nem revogar ou alterar a legislação existente, nem ainda versar sobre interpretação de lei ou regulamento.
4) INSTRUÇÃO OU CIRCULAR: podem nascer de qualquer autoridade administrativa de certa categoria. Apresentam-se como normas de caráter geral, uniforme, endereçadas a todos os órgãos que tenham a mesma condição, a mesma função e que pertençam à mesma categoria, tendo caráter obrigatório somente para com os subordinados a uma autoridade.
5) PORTARIAS: são determinações ou ordens baixadas por agentes administrativos categorizados, objetivando providências oportunas e convenientes para o bom andamento do serviço público. Produzem efeitos dentro das repartições, regulando o funcionamento dos serviços. 
JURISPRUDÊNCIA DO STF
	É firme a jurisprudência deste Supremo Tribunal no sentido de que a questão relativa ao decreto que, a pretexto de regulamentar determinada lei, extrapola o seu âmbito de incidência, é tema que se situa no plano da legalidade, e não no da constitucionalidade. (ADIN 2387 / DF - DISTRITO FEDERAL - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADERelator(a): Min. MARCO AURÉLIO - Rel. Acórdão Min. ELLEN GRACIE Órgão Julgador:  Tribunal Pleno).
 
	Não havendo lei anterior que possa ser regulamentada, qualquer disposição sobre o assunto tende a ser adotada em lei formal. O decreto que pretende suprir essa lacuna é nulo, não por ilegalidade, mas por inconstitucionalidade, já que supriu a lei onde a Constituição a exige. (ADIN 1435 MC / DF - DISTRITO FEDERAL. MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. Relator(a): Min. FRANCISCO REZEK. Julgamento:  07/11/1996. Órgão Julgador:  Tribunal Pleno)