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( .* {r--l fr. o -,ffi§s. I i,- SE §OCIN &$ffiffiHffiffié'ffiffi {00 lll CBAS: aÍgumas referêncías para a sua contextuaiizaçâo ll CBAS: some references to its context Ltr s** ihi'" ReS.UmO: F.stê-rÍtigo é um coptributo à contrixtuatizaçao hhtdricado III Congrosso Brasitciro dcâssirr.nt"c s;i;tiiffiI .r*to "t.,, qu6.as tcndências proflscionais compromctides com a dcmocracia . ganharam üsibllidado no Scrviço S*i"r. ô-üto "tdunra sinopsei:#ffil,:,f trfl rffi:_$srH**,ffi Bií.H#; - pÍoisgonismo qu€ facitirou a gm"Àaô au ior."ã;t tro campo Í:..t"11if ,:"T:"gri.,n_rorcn-arãiJp"ü#;ff;"*lo"on,"*"- j'jiir''- José pauto Nettor Er#+ l;l' irl;' ^'iii:rÍ W dorirmo polÍüco. E indica- sumoriamciÉ,;igrmas"ffi #;icagõcs do:IIÍ Congrcsso sobrc o scrviço Socmf boasú'fo. .- rE {'v' Palavres -chavc: Cdoc. de dihdura, protagonirmo opcrÁrio, IIICBA§. Crisis of the áicetg,,1,rfin. Prolctariat,s teadiag rola ul Crâsi i.i,.lr *ãiigii;:- l.:rrsr'r.rEr*aooçdiiÀcnbdoMáodoccTéctricasdaBcotrdcscrvrçosoclardauFRJ-p.roí rrnoiÍo/RJ - Brasil. êraal* jpneno@uolcom.br. §orv: Soc. Soç stro prúlo. rL 100, p. S6G078, ouVdoa 2000 ,\l o ârnbito do Serviço Social brasileiro contemporâneo-âmbito que registra a coexistência de várias «incepções teórico-metodológicas, ideopolÍticas e profissionais, configurando um universo diferenciado c heterócüto -, oxistem poucos consenso§. Um deles, talvez o de 'maior dsnsidade, diz respeito ao fato de o III Congresso Brasileiro dcAssistentes sociais, realizado em são Paulo (§P), em fins do setembro de 1979, consti- tuir uma referência ii.ii.:s,artável. no desenvofvimento da prof,ssflo. Neúum assistente social ousaria qrÇ-s,;,[isnar que oievento (ulterior e expressivamente designado como "congressfl.,#virada") possú, entre dutros significados, um traço absolutamente destac$dõ: o de ser "rnarco no processo de politização e mobilização de profissionais e estudanteÉ'aeserviço social e na reativaçaã aas entidades sindiêais em tgdo*iq,§pú" (Yaztrelc.et a1.,2009, p. 2l). Eiiür-e!#i,lúo, corno se sabe e também iriilidãÍêi, as implieições do Itr congresso roiâm'ilúiio mais amplas e profundas.t o Eigésimo aniversário da realização desüe congresso dá a impressão de animar a caüegoria profissional de uma forma intensiva, estimulando nacional- mente celebrações em v.ários'espaços corporativbs e acadêmicos. Tirdo indica ' qrie os trinta anos do "congresso da viradal'nã,o passarão em brancas nuven§ - o que é ortre4á[tente saudável, em espàíat-se,.na erocação do evento,],:, tiveroos bern presente a sase-{oria de Mário de Andrade,.p"ru qo"* o histhrta nãoQe:emplo,élição.iÍtiii,.,.....] o artigo agora publicaff;tbm refle:rões necessariamente breves e sumárias, ' visq levando em corrtaprincipaLmente as novas gerações de profissionais e estu- Pr:*, contribuir p'úa unü ààeqúadàbontexaializafao nistoli"a do ,,congresso da virada", de modo 'a favorecer a sua compreensão também com o lição-z A instauragão da ditadura A ditadura instaurada pelo golpe do 1" rre abril de 1964 perdurou por cerca ile vinte anos, esgotando-§e na "ntrroa dos anos 19g0, luandojá não dispôs ------- Íj:tri: l.Alcihltdo artlgo +reacauidi'-ôi*-**qouu arl&r&r,coÍÍ€tâmêntc, nãoÍcduz6gn q impoÍtância do 'tongmooir da.\lindr" lg dlrnonotil*,tfifúclrrAal na ciiageo aqui fcita 2. Thlvêz roJa pcrtlaarüo monpionr guô o sutor dorto rrtlgo não participou do cvcato - iacluslvo poÍquc' à data da rua rcolizaSo,'tiúr cbcgrdo hrvla porrco tcmpo ro Brari! dopoic do rnor dc aurência involuatária \., i '. ,l "I i ( i i i i ( ( t t (. ( ( II I I '1- ( .t t t ( t i 1. l' I t ( I \ Sarv. §oc, Soc. Süo Paulo.-n 100, 86()'670, out /doz. 2OO9 651 ( { ( (. ( (_ i mais de condições para:reproduzir-se e, derrotada politicamente, foi obrigada, pela pressão do movimento democráüco e popular, a pactuff a sua substituiçãopor um reglme político formalmente democrático3. os líderes civis (grandes empresários e proprietários rurais, poríticos e servidores de empresas imperiaristas, principalmente norte-americanas) e mili_ tares (operadores de conspirações antidemocráticas desde no oFâs 1940, depois inspirados nas referências, próprias da Guerra Fria, da ideorogia da segurança nacional)a do movimento que demrbou o govBrno de João Gourart, hataram scmpre de caracterizá-ro como uma revolução. Esta quarificação - adornadapor adjetivações:'tevoluçáo de 3I de maiço", "revorução saivadora,r,-Íevo- lução redentora" etc.- nunca.passou de mero disfarce ideorógico no sentido de buscar legitimar um golpe de força viorador da ordem constiúcionar (como, aliás, um de seus chefes o reconheceu posteriormente).ó ' De f.ato, o moviinento de abril de 1964 foi um epiioàio de üm processo muito mais amplo: o processo de uma contrarrevoluçao irevefiiva r^pb^rntado em escala mundial, com o otjêüvo explícito de tràvar e rêvertêr as tendências . dernocratizantesê progressistas, mais oünrenos rarricais, que se registravam nas periferias capitalistas. Fomentado pelos Estados unidos, êste processo marcadamente anticom_unista teve episóãios em todos os quadrantes do entãoTerceiro Mundo: na África lunra súie de intervenções destinadas a conÍer oÍmpeto independentista nos marcos neocoloniais, jonruadas pero assassinatode Lumumba, em 1.961),na Ásia (exemplificado nt sangrentã gotpe que, eml965,.abriu a via para a demrbada do relime de sukamã, na tioongsia) e naAmérica l-arina. Também aqui, com o êxito da Revoruçã" criuruirgsgl ,ao 3'É Iargr a blbliografa que analigtcm dctalhc a dltrdura, sua cmargêncla c orlcntaçlo cconômica (entrct{ntos tÍhrlos, dcítaque-oc: Ianni (1981), sodré(1984), MorolraAl.ce (f õAZl, Sorr", o D1Àaôo f f 99+1, nebct al' (2w)i ctânlca ligclra é ofe'rcclda por couto (1998); umr pmorâmlcaJornalíettca (alndr inconclusa)é forncclda por Grspui (2O02a, 2§U2b,zOO3 o 2OO4); urna sÍnüa rnaytica cr.;;;;:;; Nctüo (2009,cap' I ) conrulto'rc, ainda, vv. Âa" (20o+). c[bc notaÍ quc, nor últlmos aRos, tem-lc dcscnvolvido accrca. dogolpo uma "lltcratuta Éiisiotrirta.l sobro olg hí indicaç.Ocs cm fobdo (2004), 4' Para comprcendcr a irtcologlr da rcgumnça.naeÍoaal, ainda hojc d prccioso o trabalho ch comblin(1978); cf' lsmbdm olivciír (1976). Bons cxcmpios aa. "oncopç6cc daquclcr operrlorcs podcm sa vodff-cados cm D'Aníj o a al. (l9g{il. : 5. Ume dnopsc do govcnro Goulart d acccáÍwt.cm Bandclra (19?Z). 6"o quo hourr on 19Éí nro foi umr rcvoruçiõ. As Ísrsluçõor famnr..ro por urna idoia, om favor úuma doutlna Nós rimplcsmonte ízcnros um movlminro para dcmrbrr João oort.rt" G"0", io o"int, ,puaGaaparí,2O01 p. t3B). somente acentuando a historica tradição norte_arnericana de violentar a soberaniados Estados latino-americanos (entre Lg24 e r994 contam-se, pero menos, 73.intervenções dos Bstados Unidos naAmérica Latina),7 a contrarrevoluçãojogoupesadamente: tendo o seu primeiro grande passo exitoso conl 0 golpe de 1g64, .. no Brasil, avançou por mais de uma décadà e instaurou ,rgi*.JOitotil;;Chile, no Uruguai e na A1S111ina - e na segunda metade da décnrtn de 1970,todos os pafses do cone sur já viviam sob oléno. ".*,ulJ: :- * rel- (. ( I\. (' t ( i' 'it ,'.,,| :,.' { .. . t (-, I ( {. ( ( ( t { ( ( ( ( (. i Ern todas as latitudes, o apoio norte-americano visava o erguimento deregimes não apenas anticomunistas, mas sobretudo subservientes aos interessesdos Estados unidos e das suas corporações i*p".i.iirir, ]'.ã; llui, p*aig_mático' quanto a isto, que a declaiaçao de Juracy Magalhães, rogo que o regímeinstaurado no Brasir em t964 noÍneou-o embaiiadoiern w.rtiigrãr: ,.o que ébom para os Estados Unidos é bom para o Brasil,, (Magalhães, 1996, p.3251.eo apoio norte-americano ao golpe do lo de abril, suficientementedocumentado(cf' Bandeira,lg73;correa, rgiT;parker,|g77; GBSpari ,2002a),raestá ronge,poràm, de significar que .,o golpe começ;;* Washington,,. ,, ,, Emrealidade, o gorpe do r"de abrir foi o desfecho J" "onf.ontoi de crassese de.Iuta§ sociais que, notadamente a partir de 1961, tensÍonaram . ;.;;ã;; l].frr,trtl ese agudizaram sob o governo do presidenre Goularr. T#;;^,?iI-:tos'e luras tiúam por subsrraro oesgoraÍnento do padrão o" u"u,,rLilffi;consolidado desde o segundo govemo de vargas (r9ii*4),;;iu'u"u orn*r"uda economia do paÍs : ex-auria+e o qú" utgurr'",iá;;;*r._r_ opo, ..rrbr_ tituição de importações,,(Tavares,'1972i,. ó;mo escrevi há anos, -----.:--- ,", thiff lii:§: síntcse histórica ds porlção nortc-EmeÍicon! cm face dr Arnérics Larina é rornccida l ii#llJ§,',i:il:;;.::'*J:lY:1"-L1l' o":noT Íl?r,r, n. ooontina, vcr conadcp (r e84),Ig,lllll, i,T;IjX l,#:I,jt::::i;; iil-,;í, ;, "*;1 ffií:ãffi:,,.,1J:,,ff li:lJfffl;i#,H,:i}::[1i;f,'::i: HiÍ',-l.l ii*Ít r;"ü: dí;,;:ix:T ; ilj?jii;:,1,",Ii:llfr ;;ffi , jli:I*::l:::1,:"*{"i;ji';ffi ;;.T;?t1?Ji;fffi ;l?li:;il#..ffi,Í.flil':,ffi :r::1fi ::::';trt,::::*:iililffi ;;ffi:H:'ffi];:Hl1lJ,";a rcuc oP§oenEr, vcr Dlngcr (Z0Or. Üma viafo n"AU"" A"rra, - 'v s'Hssr§ uv vunc àul para t lepÊ8§ão e lnformrçõcr pc'nincnar-oo-"r*.- .ã sár-: t P(occ'§or é fornccida por coggiola (200I)e lnformaçõcr pcrrincntêl comr n * .rarcccm cmsadci ctal.(2106). I ftffi#ff"::ixY::::iaffi:i-JJ' drrcgrmcrrutar:rrdocm abrl do re64 nemscmprç irnpltcou urn rllúarncnb ruromático com ocl;;;";;i nortc-ámêrlcsnos, cf. Mzéntiní (199g). l1:;ilffi HH,ffiTy3r"Tg*1"^n*;ffi'ffi ;ffi il:ff;X:,ffi ,"*do rcglmc do úrili"f., *r" ourar,rrúHrrtiirãii 652 §arv. Soa Soc. Sào Paulo, n. 10O p. BõGB7g. out /dcz.2OO9. SoÍv. Soc. SÕc, S[o paulo, ru 1OO, 060.O78, osf ,/d6z-ZOOI 653 a industrializaçã.o restring#a passa a ceder o lugar à índustrializaçclo pesada, implicando um novo padrdo de acumuração. o niodero de oesenvolvimenro emergente supunha um crescimento acelerado da capacidade produtiva do setor de bens de produção e do setor de ben.s duráveis de consumo e, notadamente, um financiamento que desbordava os clisponibiliclades do capital privado (nacional) e estrangeirojá investidos no paÍs; sinrultaneâmente, esta expansão acaliretava..uma desaceleração do crescimento, ainda que se mantivesse a mesma taxa de investi_ mento público, uma yez que a digestiio da nova capacidadc produüG criada nos depadamentos de bens de produçiio c de bens de consumo capitalista provocaria 'rn Çorte signifrcativo no invcsüimento privado,' (cardoso de Mello, 19d6, p. l z I y. Em suma, na entrada.dos anos sc$§entu, a dinâmica endógena do capitalismo no Brasil, alçando-se a unr padrilo cliÍcrcncial de acurnulação, punha na ordem dodia a redefinição dos c.§queÍnÍrs de rcumulação (o, logo, fontes.alternatiyas de financiamento) e u inrinênclu do urna crise. (Netto, 2009, p.20) 4). Fnvorccidas pela sensibilidade do govemo Goulart às demandas forçrs democrdticas jogavam num redirecír)nâmento da orientação .,, com o reforço do paper econômico-intervenüvo do Estado na plasmagem de um amplo e vigoroso mercado intemo. Mesmo que uma prataforma como esüa não conÍigurasse um projeto so- cialista (ainda que socialistas e comunistas fossem u"tr", impoÍantfssimos no campo das forças democráticas), as suas consequências eram inequívocas: ameaçavam a forma que a dominação burguesa adquirira na nos§a sociedade,forma na qual eflcientes.dispos!.:i+e: oper-avam a evicção da massa do povodos centros decisórios. À bulguegi.g -- no inüerior da quat havia segmentos vacilantes, em alguma medida propensos a um alinham"oto no *pã demo- crático - estava posto o dilema: ou era se dispuntra a negociar com as forçasdemocráticas o redirecionamento da orientação macroeconômica (e, portanto, reconhecia a legitimidade do protagonismo polÍtico-social das classes e carnadas subalternas), ou reafirmava a- sua dominação de crasse, recorrendo à solução {e força para eguacionar os impasses ""onô*i"o, contornando as demaüdasdemocrático.populares. Para viabilizar esta segunda alüernaüva, criou-se, especiarmente a partirde 1962, ur:i clima de guenaideológica aberta: os.segmentos rrais ieacionários da burguesia e serviçais üas êmpresas imperiaristaslnomeadamente as norte. americanas), associados a setorãs similares drg. F"ü;.-.À;ã;;; ü;;catóIig1 emperifuram-se num ativís*o arrti,i.ao a dililgar q;olto**i*ó,, estava "subvertendo" à faÍÍúia, os so.§[rmes erc. e ,:anG'àçandà', a..propriedade,, :::-":T:ia e a inregridade nacionais. e fraq;a mais agressiva da burguesiarmprementou então uma massiva e cadssima (pois que incluindo tgda a clamada "grande imprensa", emissorus.do rádisc telàqão, edição de riwos c panfletos,palestras e conferêncius "tio{_o,o país) cam.panha ia*fOg* qo", ugi,*ao ofantasma do "periso vermslho", buscava *oliuui r opiíao pâúrira,conta ogovernb, caracterizado conio'tepÍblica sindicalista" qri" tolerava o..comunis- mo" ou mesmo já era,,comunistâ,'.r3 sob tal clima ideorógicci,'a agud izaçãodôs conflitos de orasse - poten- ciados pela crise econômica emçrgente ém 1963 _ tomou uma visibilidadedrarnátíca. Enquanto os setores democrático-popurares tiúam ";ild;;em coústituição, ao franjas rqais reacionárias da burguesia Ê seus associados ló8lco lnstâuredo culÍo pclaa forçss roaciouírÍas. lt{as há documctrtaçeoiruti o confiívcl iuc dêmoüt. ostivi'no dos aoto* hrrgucrcs, o rcur allocladol fropof.firur, * ;,o*ã" ,*;;i;üffi;tã; cntÍ. Eulúos aütor€i, f,rüEr (1963), tliâifirss (l98l) i Surlt$g (1986). . , ilÕriricrr, de rnbdo a fomenüar um padrão de desrlnvolvimento capitalísta ervessc mudanças substantivas na sociedade brasileira tr*prd** * itriclern das reÍonnas dc base,sintetizadas por corbisier, l96g).pAs de tnl reorienüação envolviam a erradicaçõo do latifúndio, o "oq*-;ido do investirnento esrangciro e a penarização {o grande "upit"r, ru ul} ruyesumetrc esrangoror" u-p"o?!: çÍ, do grande capital, ,,' 1.r', ; p'rr,),) '3rs'1 sl)'i f?" . §:.4t, L1i;,, ;)"rd. .srrn "ensnio gcral". cf, o tcxto.lorn"íírti"o do#ukon , HJrit* lzool)c rs conolde,raçõcs r7I) o Srxlré (l 965, p.372-389). 'p1lr rl tó'jí slgniÍicava uma transformaçÍo rcâl,porto guo, no Brasil, o doscnvolvirnonto capi. gr1 «lo quc ,corrcu nas revoruçúoo burgueear "cráraicas'i processou-lc gom d*trulr nr roraçõor nrcalcur * isto é, no Braril, o capitatirmo dcr onvolvcu.w tcm nforrrros, lncorporanáo c Serv. Soc. Soc" §to Paulo, n, t00. p. 66(}078, out/dol-2AOg :. Sorv. §oc. Soc- São paulo. n. loo.060ô7g, out/doz 2m9 655 ( ( { ( ( f ( ( ( ( ( i\ \ ( ( ( t ( ( ( ( ( ( conseguiram unificaÍ o conjxnto das crasses possuidoras e criaram as condiçõespara o.golpe de força de 10 de abril de lgô4. Instaurava-se a aitadura e, por meio dela, a burguesia conjurava, substituindo-a por orou, u*u .rise da'suaforma de dominação. -Apogeu e crise da ditadura confluíram, assim, a dinâmica interna e o jogo de forças internacional: sob a liderança das {ran]as mais agressivas da burgiesia *ir., qur conseguiuaglutinar em tomo de si o conjunio da*crasses proprietárias, iirstaurou-se umregime polÍtico que atendia àos interesses burgueses ameaçados pero processode democratização em curso e, iguarmento, aos objetivo, áu "on't rorroruçãopreventiva animada pelos centros imperialistas. A ditadura instaurada-em abrtl inaugura um novo cicro polÍtico na domina_ ção burguesa no Brasil: retira-a dos quaÃos jurÍdico-legais àe urna democracia ::rqf (,d como consagrada na constituição cle rga6í econfcre-the â forma, ,na clássica anárise de Frorestan FernandesllgT5), de autocracia bu:.gucsa. ,r:r o regime de abril foi, antes de tudo, um regime burguês por excerêtrcia, A, 'tutela exercida pela cascnra, qüà facilia a sua caracterização como ama dituduramilitar, não deve obscurecer a sua abertanatureza de classe. A t.rtela rniütarexerccu'§e' aliás, pelo caráter heteróclito do conjunto rte forças que demrbouGoulart-sua heterogeneidade incapaoitava qualquer um dos.seus Lo"rou p*". ?Iercer direta e excrusivamente o.poder. E precisamente e§ta heterogeneidade(detemrinada por interesses econômicos diversos) teve papel i*port otu po*acelerar a criso da ditadura, manifestaJa a partir ae thl,fazenco com quesetores aÍé então alinhados com o regime passasserR à dissidência. .A análise do regime instaurado em abril de rg64revela quo, nere, têmcontinuidade alguns traços do passado brasileiro u, ,o *"r,,o;"ilp", inserem_ -§o componentes novos na dinâmice da nossa vida social. A continuidade semo§n, em dois pranos. No prano porÍúco, o regime levou ao limite a evicçãoda massa do povo das arenas deciíórias. ú ptano econômico, prosseguiram a .dependência e a subalternidade em face dos interesses imperiaristas (vale dizer:a heteronomia no que tange às decisõçs econômicas). - Yy as opções próprias do regime que so impôs ao país em úril de 1964não só demonskam a continuidade deSses raços que mflram historicamente a nossa forrnaçâo social - respondem em especial pelas características novas de que ele foi a materialização. e a mais fundamental delas referiu-se exatamente ao ordenamonto econômic,. Ao núcleo burguês que comanclou o golpe de abril, dada a sua condição oe sócio menor do imperialismo, não interessava a ruptura da heteronomia, mas uma integração rnais acentuada, mesmo que mais. subalterna e dependente, ao sistema imperialista. por isto, os gargalos que se manifestavam no quadro da exaustão do crescimento peculiar ao ,.moderõ de substituição de importações" foram resolvidos por uma nova equaçã o: o Es- tado aulocrático'burguês redefiniu as condições instirucionais do eiquema da ,,[t"'-i acumulaçdo eint expresso proveito do grande bapital, fundamentatm*,r" ao, í-.,t,..i.] monopóilor inperialistas. Este foi o cerne da função assumida pelo Estado, t",'- ' garantir u continuidade do desenvolvimento dependente e assoáado e, com '-\ t forte intervençlo no campo econômico, operando como repassador de renda í,-. t' lara ol m§'nopólios' rnediar os conftitos intersetoriais em benefício estratégicodas corporaçúes transnacionais - ao mesmo tempo em que atendia, não sem colisões, rios inteiesses de séus associados nativos. DaÍ o consequente esquema de poder polÍtico condensado neste Estado, expressando a conjunção entre o núcieo rraiurguesia nuriuo " ;;"r" ã;; 11,1.+ir1ei: o Executivo passa às mãos de uma burocracia civil ";iiH;;sente dos interesses consorciados dos monopólios imperialistas e dos gruná", . llf-t" capitufisias rativos, integrando o taiifúnaio. Daí, tâmbém, as tarefas ,'que',se puseram ao Estadg que emergií do gotpe de abril: dados os int;;*"* i ::TlTf* qqe corporifiõava e ou Ã"aiau "m que ;;; r;;;;;;;;il :::"ty1eio1t.11mja,cabia.lheprocessaracriação,noespaçonaciona1,das.cãn- feoes óu$q§.lnas circunstâncias brasileiras, para a consoridação do processo {e concenfryçã«r e centra[izáçãó de capital que vinha se efetivando desde antes.Ao Estado pós-64 cqbia'tacionariza/'a ecónôrhia: não somenre criar o merhorquadro legal'tnstrtuciionat para a concentrsção e a ."r"rrirriq;, *u, "inouinduzi'tas'meàiante uma ação dnre tnaaoprú"r*o de produção e aoumuração.A políti.ca eitutal, em todos os seus nÍveis, rrvqsYqv e .er deverin voltar-se para acelerar o processo d" "or""nrr"ção e centrarização. Istoequivale a determinar quc, no Brasil, o Estado autocrático burguês não podc ser visto somente como tcndo em sua gênese um processo de concenhaçã9 e cenEa- Iizaçâo prúvio: em si mesmo, elc se constituiu gara induzrro* "oÃ".oàfào "esta ccntralização. Analisado quaatitativa e qualituti"omentc o p€rÍodq ditatorial,. não resta neúuma ôúvida de que.esta projeção histórico-socie tánu ague cabe §orv. soc. §oc,, Sáo pauto, n. f oq AOO.OZIa, r*ZOa,2oOg 657 ( ( t. ( ( ( t (. 656 §crv. §oc. Soo,, S[o paulo. n, lOO, p. E6OE78, oü,/der, 2fi]9 perfeitamenteacaÍacteÍizaçáodemodernízaçdoconserttoaoro,r"AirJrT;; plarmente, amarrando toda a ordenação da economia. (Netto, ZOOS, f. :ô-: f ; .,,i." rr' ! - *,. _^_.^;__,,----:-.-.v..quvu!vu44E,rlrp{rÇuitftayolradaparaa ;, § .i exportação, agravamento dos desequilíbrios regionais, cresãimento uruano caótico ,+'r.irl.' ::Aij-"lcentração da renda e ia propriedade (a que se conscra um mercado 1, ,ir r1't"*o de bens de consumo que não cobria mais àr" roz, J" pápuhção totarl.rs t" li1!*" de todo esse rnovimento, que alterou substanúvamãnre a esrutura de Ii.t'i"' 1 li. i. Ii , classes, um componenÍe essenciar: a superexproração da força àe habarho. r' '*,-, jTlry" esre componente para compreender ( traço brutarmente ditato- tlo lirnnde capital. .ir,^:.:_,_,1:,r-i , í:,, 1,;,.t-. ;i i \i,,', i:;,,i.,; ,i:-,i;,. í,.:,, /, . 3:;ff::íi"liíff'i i: :::::: :": :1, cons trui ndo u * t"n tu", r * apara ro .,.,.),,,oe repressão polÍtíca. Alcançado este pa,umar, a criminaüzffiT:T.H.lli.''. [TJIü,'"T1:,',1YT*ã* *ã*o* d" *",ü,;;;io, ouornuro.ái ,"iliHl"I:ffi i,:1,':-"'il"ff ;;"ffi "lTf"fr Eiff Ií1x,1'::';J:#Í , . , , !"rru generarizaçao). a' *,.9:§l* y1 é ., talvez,o mettror inaiáaãor:!' ' o apogeu l_1giTo.* = 0,,J, "ü;#A;;!,i; *j;,*,,ú*"."o"1;,,:+ I;,ft[;""0:',Tfi:i."*':::*::"irl-- ro se garantiu rão somente com a ' Foi no marco dessa "modemização conservador." _ lsfgsçionarizando e integrando o latifúndiora - que o Eitado ditatorial promoveu um ponderáveldesenvorvimento das forças produtivas, realizando de fato a .lndustrializaçãopêsada" corn â imposição de um "modero econômico'r que, entre 1969 e 1974, --r l,ollp.ou o chamado "milagre brasileiro", cuias resurtantes gerais sao có-úe- ,,fr :_'::l _Tva i1s.w{ subordinada e dependcnte do paÍs numa modificada divisão ,.,j ll1"T.u:r:n"L do kabalho, ampliação e consolidaçáo de um considerável parque _:,1 . ull].iTll jlio* de um sisrema bancário_financeiro monopólico, ";".,irriã; :'i .f i ili*i:ji::::1T:.j1fdi*:yionamento da agropeJuária vôttaaa para'a utilização do tensempenho,,*J:iT,rm,*xlmkI*ff*:.,;,:* ;brasireiro"' Mas o "miugj'n5" rri."rir a rrá;á;t ;;;;;;hi a pique com ia crise capitarista mundial qu", o"flr;;aa com , ;h.#;.:fueiro choquedo petróreo" e agudizadr;;j9ã;ãi*..y**,, I99o), r"-úate forremenúe iaqui' demonstrando u *istin"aiá;;;r" .,Bras1 ;"rêr;â;;orocando a nu {a vulnerabitidade do fÍr.Iu;ü;êdfu pr*"rrã"r"ii"r.r ZL rn o,no quar {os candidaros do rcsime r"*r,ãpraià; *,* "*,i"Jrlãl esrado§ mai§urbanizados e desenvorviàor, or.r-ilüstas da $hd* (em especial o núcreo {que mantiúa a tureta militar doregr.ãing"uer".ã## o isolamento ique erodia as já estreitrü uaeir acsi-s'tlí;ç.ry a"rráã" "_#;l,tco_burguês e . i::ü""TrTr:'J:1"fi::*-"'".";"'ü',-r,oobjltivodesseprojero(barizado ":r,: d: "0"**",'lT'Í1,##il,",luT:,::""T" *,d " *,,iliio iÀ";pi- {nãotiúan"nr,um"on*0""*,.,ãi.ii,ffir.1?,r.:fl1ifffiÍ;iffi;1ffi ' ., . I(recomposição de um bloco *"ü;ü;;para assegurü " i*J*ri"n alizaçáoduradoura dô sistema ar r.r"ço"s-ãrüiJrico-sociais e porÍtiôas estrururado a : {serviçodosrnonoú11o1,*r*srrec;;;;r,üúaporobjerivo,sobacoberrura t i.#hpiiü:ü{iT.ffi#;,ffijf,:trffihrffi::jffi {nação estável de fo11as parlamentare, iúrau, com mlecanisáos decisórios (fl::Tfl'l'"::;i:iÍi;g*:"jipruü:#,'J:"..,ar,r.i { i.:, faf fo regime emergenrÊ em abril oe t9o4: u"o ",irerci1ffi"*io e, maisill., *1111*"nte, a.1ti.tropular obrigava-o à viorência (exrraeconômica) continuada. ii.,',,_f,fltlfl:.la rnedida em que pâssa a p*Juaicu. iniil;;;;;"tos não mo- hg,#,,fl.8rq,1f,,:ll::: ::ffg1a1a go{izão gorpista, sua base de súteutação rendeu -sc rapidamente. E, de fato, a partir de 1966_67,mesmo Ã;;1.ü;c participaram do golpe de.1" de abril começaram a desücar-r" pàã lurru.oposicionista, em especial setores da pequena Uurg*.iuu;i;;';Iô elcmentos eÍepresentantes da burgue.ia nâo monopolista. Trata-seirsls tlue nada tem de misteriqso _: o Estado autocrAti"o o**;; *tcnder aos interesses do conjuntoda coalizão gorpista - ere servia É:brtrcitrunento da sua base de sustentação, o regime respondeu com H$ill l:,r:ci14{§SrT:1p*ti. o" rsos çã o *ur* J;;;içâ"n. s, dóffii!_õei-slau rg «te dezembro o";i"L"ró: promovldns pclo regimc ditatorial no campor cf., elrbc multos, Hoffmann 'dir ditndura, cf., ôntÍ! oubot, Thvarcr (1972), Furtedo (1g72 c lggl), 0 974). E0Ív, Soo:.qoo, Sõo pEulo, n, tOo, p. ô6G678, our,/do& 2OOg ' n.,:.,. .."i:'li! . . .lU. Lcmtie-ro quc r ditadura b,rrslloira nunca euprüdu côm6t.ra*-.- ^- _ l:lontarlva do dlgtlnSuL-rc das dpicrs *g**;r"i"*rí'J'jl complcl8rtcnto or pÍoccosod clcironis, na ,Ar.oloteocr parlanontor", o.iylq,,ffi ;jTXY*: t* soÍrpÍ€ or cotrdicionou foícmçrÍo. trror",n.oroa"aiü;"" w tn4, arndo 1erar, dvcram um;;ô;;d;T"ffJicou patror! o ,:.... í Sorv. Soc. Soc., S{o. paulq n. I 00, 6 8G078. out,/der. 2OO9 (659 t I It ( { ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( {" ( ( ( ( ( ( rffi. A implementação do projeto de autorreforma da ditaáura, é preciso enfa- ü26'lo, decorreu da percepção, por seus estrategistâs, de que a crise do regime estava avançando rapidamente. se o resultado eleitoral de 1974 foi como que o accnder de um sinal vermelho, já desde antes o estreitanrento da sua base de sustentação vinha em crescendo. Notadamente a pârtir de 1969, inúmeras instituições marcavam sua oposição ao iegime: manifestavam-se cada vez com maior diarcza organismos como a oAB (ordem dos Advogados do Brasil) e a ABI (Associação Brasileira de Imprensa). E, também a partir de 1969, p"r.o- nalidades expressivas da hierarquia católica descolavam-se do regime, com aCNBB (conferência Nacional dos Bispos do Brasil) assumindolrogressiva- mente uma postura crÍtica E é de subiinharque, também no exteriroç ó,"gimo experimentava um descrédito que se ampliava visivelmente - lá fora ecoavam, cada vez com mais ressonância, as denúncias dos crimes cometidos pelo seu ' inteiramente inepta - para o seu projeto ponderáveis segmentos da sociedadebrasileira (contando ou não .o* u-*"dirçào ae ,"p."r*Iuç0", porticasy. rxa- tamente aÍ o regime encontrou as maiores e insuperáveis a'ificuioaaes. - É fato que, desde 196g, a oposição porÍtica ao regime - manifesrada de forma discreta e institucionar por via do partido consãntido, o então MDB(Movimento Democrático Brasireiro), e/ou por via de instituições não parti_ -._tlárias (oAB, ABI, CNBB) - caracterizava-sÊ por ser controlada por setoresburgueses. Reprimidos, sirenciados e intimidadós os movimentos operários ede trabalhadores nrrais, assim como os movimento. poputrr., mais gerais,,, a visibilidade da oposição à dirjadura restringia-se uquá", qouaro. forricos bur-gueses que senotabilizavam fela defesa do Estado de Direito (Tancredo Neves., ,,,'I:?::_r^y:Ioro, Utisses Guimarães er at.) ouque se descofuru, Jo,"gime para cuJa mstauração colaboraram (Teotônio vilela, severo Gomes et ar,) ott, wida,apareto repressivo. {1 i -s 4..' V!, qtlga,.,) ryjt:'ulidades de presúgio'(Arceu Amoroso Lima, Raimundo Faoro et atii). lll,v1y:: a direção dq oposição. esrava em mãos de franjas burguesas. Ora, :::g*:.pro;l::sou com relativo êxito os dois primeirüil;#;ã;;;§eu projeto de' autoireforma - cenhãlirou , ,ipr*êao e golpeo, runau*i"i"' o PCB e o pCdoB-.'E antevia condições Oe levá-lo udi*ti nãg*ilá;;;,; , ,r!-l oPo-sição 91,f*n1*.burguesas até que um outro personagem fez a sua entrada =: "#" arena po[ticai a classe operária. à'.s',$' -'rA reinse,rção da classe operária na arena porítica brasileira dá-se a partir das '* T:X,íT:::gli:,* no cinturão ind,striat de São pauio (o "hr*ã;,b.;; TErn segundo lugar, e ao mesrno tÉmpo, o re$mãffifrã as forças polÍtico-partidáriajs que poderiam, na contes.tação dq fundo do seu projeto, problematizar sua impleÀenaçao - asiim, depois'de Iiquidar, por volta de 1971, praticamente todos os gflipos da chamada.iesquerda açmada', o apaÍato r'epressivo conóentrou-se na tentativa de exterminar o pcB(Partido comunista Braçileiro) e o pcdoB (partido coi,nunista do Brasil).r' Em terceiro lugar, orogime tiúa que conquistarl ê, para tÊnto, a pura eoerção eÍa ; Alc"), mal aberta a segunda metade dos anos 1970 (cf. nuirrro,lôãã"" filr,#; :.$)::-:r^"1',1r,91J.,"roitaneada_ petos trabathadores do setor meraromecânico ..l ,,t conexo à indústria'automobirÍstisl ; contolada p"r* g;oà"s corporàções!É Ti:r,1y1:1:rtu reinserção operorÍuma viragem no processo político. De .- :P-1.9o'repôs, no coração *rr*à do Brasil urbano-indushiar e no centro da -"",# #nân ica polÍtica, o confronto direto entre as duas classes fundamentais a partir ,§' h',)'' .0 ,,t.y*- 18. A llquldtgãodschamada "erqucrda armadq" Íol ostudadaporoorondcr,op. cit.; cf, ainda srutchuk(1995)' rbnr,o o PcB qurnto o pcdoB forun rcmprc objctoá dr raúa rcprouiva; ccrcr dc um torço dadlrcç[o ccntrrl do pímeiro fol "daraparcclda" tro! aro, l9?e o o partido rcfrou duror gotpcs cntro lg74 o 1976; o regundo, qlo anlmou a gucnilha do Aragüdr, tcvô poÍtc rtr rua dlroglo Énú aleasclrada cÍn rlozambro dc 1976. sobra a rcpessEo ao pcp, c{. üúnr (1982, p, 246 *.), coçlho (2000, p. 359 ss.) o há \l Y §orv, §oc. Soc, sào Paulq n. Í 0O. p, S6G07g, ont rdez. 20O0 Saw. Soc. Soc, S{o pculo. n. 100, 860{7g, ouLldoz 2000 661Iit 1 a7J)w,.,o.. t:]ro ..8*'# '.:o:':';i tli" l! i* .$-...*Í " 600Z 'zepllÍlo .glÊo90 .001 .u bF€d ops .oos 'cos .russ ' ' t - -"r::;s.íi-:",* '(zcpqodogâudlcprudep eluâpsuocm slBur 1rygJ B 'pre8 ure 'v õp§ijwõ e enb es-e1psea.r e) ogu noãlueurâluârcsuoc,uffiõãIp-iiffiiffiu:iiô ã.rifinãísffiõr s,iiüinsfsss- §o fisgrg ou ru?quru1 :uraepd uum11 .llsurg ou opssgord.Bp ?IJgtsIq B úpotursqusdtuocu :sÜquo anb requgqns enb gq ,(opstzl.toptuod erls up ,alueurpryuam ,a) opitz -y47od eas ep puolssgo.ld oIcIcJâxã oruoc operuol pioos o51a:eg op pclqod 4u7't prtas§z1au oB§uzutp u (zurp13e1 sgrru opSunsp) uEupslp es anb o,urãy,i '(cqa - oglslJc Br,Jco'oâo oppr,d og[â^ o es+procar) saropua:eruoc erd -ruas essnb - solrgpllrEd-ocn lod soleford s.*Ft or rntrt§l§sB ?p ruagel0c uu 'oul1slspc rrrgqurul oporu âp ,es-npznpa:1 ucç1y1od ogsueulp.slso :syuyrl .(9961 'oqparu3 â ororuuur,J ug 'oq1u,rre3 gc) oqpm3 ep eqJguu upnuaulsepur efoq ?1t e ?clssrlc B nossuotnep o owoc _ qgáBpllosuoc ep soluâruolu so4aur.ud 6n⧠§o a esau?t Bns B âpscp 'oc1t70d a|uawocoqnbaul ,p§uzwlp tum nnssod 1o1cog ofiatag o ,1!sttg ôu (wTQwot) Dlrgtsltt ons o opot ue irÍ!$rorüelâ o1eJ rrrn i ,;'fr iir; Í.rÇt" ii *rv .'14 dr 'lulcos oSgrueg ou suplupdar â sepnuoc sucllyJooruep ' sulcugpuâl su ucpylodBec t zuq (Sry'SC I{) EsIcoS sâluâlsrssy ãp orlêllsurg ossartuo3 III o ,n@p Bl?tpâur esunb rycugnnrs'ru ã tsesen8mq âÀlsnlcuÍ e iãsanffiqãuenbad suotes ep og5uzglqour Bp ,sopuppl -usse selue3upuoc solduru,ep lEgolsllppup ogáezglqoru up orpunb ou .BcIt lod uuârB 3u opupnel0:d op ofáresurar up olcBdrry ô"qó§tlueuresreard g 'os.d.Es6r) níns a oquçex .alueun.rpccdsar.r, ,*orrrlll-lruiÍl#':§iffi$fiitri;X oppBd Iün Bpuq '.erueuouenbrsuoc 'r ,.ao"-""1111od r"rJ,it ", o* rr;ccrd euoprq;rqra so .nb,, nep -ualua enb aumrgr e..ryrd cssau e1r;xc cnb rcp;1odu rpur Eossed B InJ ,opursud ouo o,lE,, rnb epr3erduoc '086I cp luqr ura 'fuur l,.rpeu ú EÍrútcplpulcr cr cgruruf enb c ,pclt1orl,. uu tFB4uâ spuruf rnb {o;nu6 ogg?p umllnC ^J RP 'DAII opoy rrurrSord) BÁlel^olil Elsl1c4ue uâ .JúJBlcop u u3eqc ,solurnEcs sou! §ou ,,nlsu o§l3ur! :elBelPult toüuru so1rre so cpuârsrrrrl ogu enb op5pod rurn ,*o* o 1rp6 o1ne4,pEc1ed, ousofolo roprSru.l ruoâ uilncs,o,.su.pngq, oprr*og ogg op s;c;ArÍ,,'ary noli oluc1pu1g op ol!àârlp B rturns '5Ú oB 'ta6t ur' io'llyueJquâ'o1r1 r oluunb'pB^1§ Bp i1n1 oJcyu1 z;n1 rp luorsccr o1.rg,rou;tt o,zz '(gJ eurd '0002) fâ^ry â (6651) lanEppog .1g651y EqâqreuBI^I .(t661 ) sounluv,íZg6l) tirrrrr{ .Io ,ol$,!c 'ade uprlcuurJrprns E ú!d-,oür§,lscrpulso^ou,r o ouoc rusJBuSrrâp sunEln cnh o opun,tnirpuop ,J7 '(§66r)ourpq e (§661) uqog .(6961) so.ri0p?hl .§orno âJtuí ..J' .râFp Eâr3cE:8rBl.JO§ §oluíutlÀ0ur ro^r,u ríírt,liluÚqr§o oJqo6 !;cedsc ure .â BlÍuuníuoc rlanbuu sgrlcoe soluâEr.^out so ergos uuu:Eortqlq rrfuup y11 ,67 sturu ssserdxe es opu yfurnpqJp q ogSlso dou,OL6Iâp spec?p Bp trrg oV.(BglIC â Igv:gvo) ;;^rc âpupârcos ?p seJcu?Eu seurntlu ú, "pnrl"puoc ogÕ1s6cro upsercugtpa sq §rs,§rrn ap plcos attodns urn ooeJâJo e aru18a.l op selslíolu.Dss soJed olsodord o anb srcur olrnrrr Jpprrurrrâp ? gOW ou úputucserdor usanE:nq ogágsodo e osyqo,srurcos soluâufltour sop olunfuoc o opuezruü^lu8 .ucn;1o,1 uuerB Bu epg.ledo âssBIJ Bp ogsJâruâ V.sopurâllg orülp nes o e ogSc.lrp nns B utâl 'ertuoJâJlolne ep ota{afi o tuoc oper8ugep ossacotd o:ezrp olurr ,opàncessorit Bns 8 - op'zpuurelqo:d eluâru,Inpâru oBlus es-gi uuroJúotn* ,p cnafr»cr nas o s,ru 'E IlBI',Iur âp apupJcuduc uns B âlu€urBlelduroc ap:ed opu alsg .atul'ar ou ucgqgd ogSlsodo uu epupgnrsnlcxe p Jel ep.1ryNrap lucJtgrcourep oluo.l,y up ogSorlp s opue3Jâxo r,uErlurl oguâ ?t1anb ,susen8.rnQ.s?fueg su a.upaqu nruroJ Iluol uJnp -Blrp ? Brcu?lsrsil y'opâulndcd rp solueu8es'so1duu.uc1a1c op5ud1clt.ru<Í u uJedEzIIJqou.e uuedsep 'euuqln ?ss'ru zp sup'uudei àrü1cos-,cruguoJe s'pu,rrrâpâp IEpnBc o 'JEIJolqJpnue ocrryJod opquss .,n erlJ-opurrêJuàc o .oarsuoc opusl -suJr, :oopfiod ossecord ou ure3u4a u.,n s:âdo o,.,giráo-u*rguotqord 6 ofl o1, ot s1u o1 un - apott,ur*,rrri'Íjji:fr"i"'r'#,tT;iffi yfii':;H,frfiIff 3 -üwseur '§rucrpu-rs sulnl sV t..opupr^Fuqruoo BpcJaualod ruoc ogóuzrJelln rp;dgrnoluauruadxo pelpurs ogsuzruu8ro ufnc .ur.rgleclo essulc ep .Jcpl1od auâJE Bu 'oE5'rasuler ulad sopuzruun;uB es-tue-lra 'u1s1s:su1c11od rolyiuc "p 1rr.â *, .solueru -l^our slBJ or'So;tau e sâJeqrnu âp â lprr,puso ,urlsoJuc E E.nuoc ,unsruu eled 'soÍlno eJluo'soluaurr^ou so - sepuzluolu oguâ ?lB segssardxe u elrodns opugpun^Etse anb a suppuuda; alueuepo3i segSurdsu'a roiur*"p "*1ãr, o Eruo'€lnl Eu nosllBlec a nolrdrce.ld .elueurrâuulJnuls e .oJlno ep Íglqug osretrun op 899 6@Z'zep / "tfio' g LÊOg g'd .OO I .u .olnad oÊS rcos .côg,ruos z,99 íii'i r),i -. í)- ! ,l- .-'o*.oi,--",cd, " " \. ú --rL tJ -O" t -t r,',2aCv art,'(l tü t)Jr,rfi osssj0uQ lll0:Buoc rus lBtcos oóruas 0 . 'IIsBrg ou sâluâJeJirp s€lJglelco§ segSefiord ered sagálpuoc Bu, e lBlrolBllp eurJSar op .# og5nporder B ?zlllqurÁq'ls5ue^E u usen3:nq og5lsodo e aladuroc ;Iguruuâl il. oluiluoru n⧠B znpuoc B ê 016I §ous sop [8uu ou le^rsl^ quourEJrelq B-8ruo1 _,ir ; 'tE.rJolBUp eu1â* op âsp1p.?-Jrol q zuq opa:edo ourspo8qo.rd o :uuns urg ' .;; .sqs18a1u4se sn"s sop solnclgc so opungas nozrluor es ogu elsa a u18gxe ÉuuoJâüotne ep oteford nas o enb p1ús ocolq o reincrlru epgd ogu au48u o 'oursetu olst t6rd's - ggssnEmq a susantmq-ouanbed esselc ep sufuur; ureJBSarEB os anb E 'sopBIJuIBssu ep osJoÀFm oeugtorqeq a ou:rss;1duru urn .ri.§eur 'gpulJslel0rd o gs ogu oprrBzrnqou e opuâ lo^ue upg:ado rprenSuu,r u uoc :Í: 'socJgr.u snãs so Bsu Brxe :sgnErnq 4uozlJor{ op sâlIuÍrÍ sou ssuedu quârueuoqs .:i, , ( { ( t i ( i ( ( ( { ( ( ( ( t { ( ( (. ( ( I ; ( Tbdavia, o notável, na tradição db Serviço Social no BrasíL, é que só se destaca a participação polttica (especialmente pol{tico-partidária) dc assistcntes sôciais, quase sempre como algo "negativo" ou "prublemdtico", quando ela se dd em rtefesa de causas e ideías vinculadas à esquerda. Assim, sío acusados de "politizar" (ou mesmo "partidarizar") o Serviço Social tão somente aqueles assistentes soeiais guê se alinham com projetos socialistas, enquanto aqueles que servem à ordem estabelecida - qualquer que seja ela - são geralmente ui.tor "o*o os guardiões da essência profi§§ional. E§te fato, por si só, é um Índice do profundo conserttadortsm.o que marca o Serviço Social no Brasil e que, tâmbém em nosso paÍs, remetÊ ao truque bâÍâto do "apoliticismo". (Quanto ao "apoliticismo", vale lembrar a observação justa e irônica do grande ensafsta lusitano Antônio Sérgio, §egundo a qual quem diz não gostar de política certa- mente adora política con§erYadora.) Por tudo isto, é preciso tratar com cuidado a generalizada noção §egundo a qüal o III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais trouxe o §erviço Social à cena polÍtica em face do regime de abril. Na verclade, o Serviço Social nunca estevc ausente dacena polÍtica durante o ciclo ditatorial aberto coln o golpe de ,abril dc 1964,'Ao longo de todo o ciclo ditetorial, incontável contingente de assistêntes sociais apoiou-o abertamente(sejaporconvicções, §ejaporopoÍtuni§- mo); inúmeros assistentes sociais aesumirarn - por indicação política - sargos e postps de.responsabilidade em órgãos estatais e públicos; vÁrios assistentes sociais assessorarsm servenlu{dos da ditaduÍa e alguns foram mesmo distin- guiaor p"to regime e seu{rrt*'""}É fato gue o grosso da categoria profissional atravcssou aquelcs anos teriiíei§sem tugir ncm mugir. Nada é mais falso do que imaginar que o nosso corpo proffssional (nele incluÍdo§, nâturalmente, docentes e discêntes) foi um coletivo de perseguido§ ou um §orajoso destacamento da resistência democrática. Mas é igualmente falso §upoÍ que todo esse corpo profi§sional foi um obediente batalhão â bâtcr conÚngncia aos dono§ do porler. De 1964 a L979, uma diminuta minoria de profissionais, docentes e estudantes resistiu à ditddura petos meios que encontrou, ê boa parte deles recebeu do iegime a resposta do rcrror cstatal - também Êm nos§o polpo profi§sional contam-se exemplos de dcstemoÍ, fidelidade a gÍandes ideais, sacriffcio§, solidariedade, enfim gÍan- deza humana em meio a perseguiçbe§, toÍtura, prisão e exÍlio, Efetivamente, .na imediata §eguência do golpe de jl" de abril de 1964, dezenas de assistentos sociais foram objeto de perseguiçãô, e muitas agências de formaçáo (escolas, ,\iit.i \ ) .\ i' 6& ( ( (, i i t I I \ '\ [}!' ,.,lrifAE 'qtr -É. /'dt* ,§ o" faeuldades) sofreram constrangimentos ponderáveis, envolvendo seus corpos docentes e discentes. B, no perÍodo entÍe o golpe e a edição do AI-5, os impac- tos da luta antiditatorial refletiram-se entre assistentes sociais e, especialmente, entrejovens estudantes de Serviço Social, conduzindo-os a mobilizações contra o regime de abril. Enfirn, no momento de auge do regime ditatorial, não poucos. profissionais, docentes e estudantes foram alvo da sanha repressiva, engrossando ó rót aas vÍtimas do terror estatal. Em suma, profissionais, docentã ô estudan;cs de Seruigo.Social marcaram presença na resistência democrática e no combate à autocracia burguesa. Não são estes, porém, os tÍaços que peculiarizam, do ponto de vista polí- tico, a situação do Serviço Social sob a autocracia burguesa- afinal, o quadro que se pode identificar em outras áreas profissionais não é substantivamente diverso: também nelas a resistência democrática não teve caráter massivo ou abrangente, ganhou forças com eriormes obstáculos e dificuldades etc. Neste aspêcto, o que particulariza a siruação do Serviço Social (embora, numa análise mais abrangeü-le de outras categorías prufissionais, possam ser identificadas situações similares) é a t?r4ia manifestação opositiva à ditadura por parte'das instârcias efóruns repneser:tativos da categoria pruifissíonal:13 o que se sobres- saí, quando se estuda o Serviço Social sob a aatocracia burguesa, é a olímp,ica !L*::*!W"" dessas instâncias efóruns emface do regime ditatorial. DeJaio, e t\; nqs suíts cxpressões itnperaram, atéo III CB,4S, o slêncio e a omissão emface , ae raneiro, 1965),2a quer do I seminário de Teorização do serviço Sociar (Arax4 . 1967), donde saiu o famoso "Documeito de AÍa,xá,', mosffa a rnais c'ompleta ptt' alienação em face do quadro polÍtico do paÍs. Alienação que se manrém, hierá- .íi',' üca, no II sêmináiio deTeonzaqáo (Teresópolis, r9zó) e não sofre modificação ..\e" \..'; i'.lr'tl"' . ,ri .i'!' i.ri' Ír significativa sequeÍ no IfI, o do Sumaré (Rio de Janeiro, 1978)2s - quando é ,,,,.; notório que a crise da autocracia saltava aos olhos dos que queriam enxergar.I Alienação exponenciada que'ie encoflha, inequfvoca, na atuação do conserho Serv. Soc Soc, S{o Paulo. n. 100, p. 06G878, out./dol 2009 1ii'Í"' 23. Ercluo do Âmblro dossa aflrmação o movimcnto cstudrntil poquc desconheço a rua hislóÍia cntre l97O c 1978. 24. Recordo're quc até cn6o or congrcraor cram 'Congrasol Brasilciror dc Scrviço Sociat"/CBSS (o I cm 1947, o tr cm 196l o o Itr cm 1965); nor anos 1970, rsr.-lu-6 a dedgnaçío "Congreraor Braritciroa . dc AssistÊntcr Soclals"trCBA§ (o I cm 1974, o tr om lg76 o o "dr Virada-'cm 1979; a edric prosecguiu, crom oc sventoc rcallzrdor e crda trCr Bnos; o matr rccantr, do 2O07, fol o Xtr). 25. O PÍfdPâl PromotoÍ dorrcr imporunüor rcrdndrioa fol como ro aabo, o Conro Braailcrro de . Coopcr;aç[o c lntcrcâmbio do serviçor Smlais - CBCISS. . Serv.Soc,Soq§ãoPaulo,n. l00,8§G€7g,out/dcz.200g 665 I tr: ! t t t lr : ili'-. l. I i 'l?ai ':, : 'r': ' A[.Í: ,tp+ti'!{'U'ír Tjí: ,-,', .,^,;' ," ,,1r. ' i ..i' ' -t -,ç,61 ççn 11- çl-ç: 'r-1i i-t1r-7 ., :' .'-';,-:r ' { " - \ ( i ( ( ( ( ( ( (: maior.da categoria (o antigo conselho Fedêrat de Assistentes sociais - cFAs)' reproduz-se nos conselho-s regionais (os antigos Conseihos Regionais de'Assis- .. tentes Sociais - CRASS) e da qual nào se exiniúam, à época, as convenções da então Associação Brasileira dà Escolas de Serviço Social - Abess- É exatamente na ruptura dessa deletéria alienação que reside iriignificação essenciâl do III Congres§o - ruptura que justificâ integramente a'sua carâcte- r\zaçáo como 'cqngres§o da viradal]. Nã9 é nehhum âkagero assinalar a sua simátria, no quadro do Serviçq §ocial, à reinserçãg da classe lgefria na arena política brasiiqira: assim cemg estÂmâfcou umaclivagem na dinâmica política Lrasileira, o III Congresso operou uma deixiiiva trànsformaçã,o na dinâmica profissional no país. se o protagonismo operário, guebrando o monopólio do tomando burguês na frente democrática, impedig a consecução do projeto de autorreforma-do regime, o III Congresso quàbfôu'ô mciriopóliÔ conservador nas instância§ I fóruns da categoria profissional - e, em ambos os câsos, as consequê4ci4ç fo.ram muito atém do maitô'e§tritÊnsnta político' ' ittp,:"-l.ry«rireelolti"::T:tr:1u1,11Íi::"::o:"q]: cle plena manifestaçao. ú só (e não minimizqmos egte lutas ateita!' iia.fosistência denioerática, t{oqxe-o lÊinocretiCor Aqui â nôvidade e a.rupÊura com a íi;','eófimi por interrnédio'do III Congregqo, o iiir ,iqnu políticà oifazcontra a ordem ditatprial Íà'fl.q'çi,rnrit Quê'iimplementa este ingresso, não há 6i;.'* l!'d'tamÚéiu núateos que articplarn, 4 luta polÍtiôo conservador no Ser- que tardiamente, quando da emersão do proletariado na arenapolítica. Contudo, ele só pôde ser qirebrado porque no interior da categoria profissional existiam reais potencialidades paÍa tanto. No curso do ciclo ditatorial ocorreram transformações importantes na conflguração da categoria profissional e na suâ inserção na estrutura sócio- -ocupacional:26 a formação sofreu um pÍocesso de laicização e inseriu'se de fato na acadêmia; criou-se na universidade públicaa crnsha docerte, abrindo a via à pesquisa, adensada com o surgimento da pós-graduação; o corpo dis- ceúte envolveu contingentes oriundos de setores das camadas urbanas batxas; consolidou-se um me:rcado nacional de trabalho paÍa além da demanda estatal, notadàtriente oom as requisições das grandcs empresas; o assalariamentp se universalizou. Bstás e outras transformações, postas pela "mode.rniTaçãocon- servadora", não'detêrininaram apenas a refunciopalização.do tradicionalismo profissional às suas exicências',J_Sá1g4lg.L4lgpÉm-S§.p?gq1 gg-l-e.§ãq.-9.i,-o-ç1- "!Bdiçoq§.-qu_ç-9_.I.9_s1*9 99.S§ql9q;m"e,3ie$9,Lr_.qp§9-_s§.?9*"q."q§p_ap_!ê§â9.;.*31ggi1q1g[fSjSq-_v3g11q.|qgr (como §e çomprovou) tq nlomento tsrmigql da §ua crise; . : ., . - É Ae'tio'ttt ilue os dispositivos coercitivos Cci qegimq não conseguiram' excluir do corpo p'iufissional.aquqles eu€ -:- tgndo optado firmemente pela democracia e/ôu'pelo socialismo - §q founaÍ4gr,ngs irnsdla1og pré e pósó4 (antes dolU-S, portanto) e que,44prisq.do,rqgime, puderam atuarsegundo os valôrçs que tiveram gue ocultar durante quasg uma década.2l De igual qti{o, os mêsmos dispositivos não puderam impedir que muitos'assistentes sociais''r- fbrmodos a4tes e depois do golpe - tomassem consciência,.no seu exercício profissional ç em cálrtato "o* ãr problenias dos usuários dos seus serviços, . do caráter do regiàe de abql e da nec.essli{ad.9 rfg comtâiê:lo; igualmente, não forarn capazes de bloquear a interação ente esse's assisüentes sogigtl e sujeitos de outras categorias.profissionaig já empeúados.na lqta antiditatorial. T\rdo isso opçra-vacomg um magmasúversivo no Serviço Social brasileiro, .numa dinâmicamolecular e discreta, distrilg!$o ile§igAilmente por todo o país e pelos mais distintos espaços socioocupaciônais'-- erarl próces§os sihgulares, lnlermitençs: lf We teciam uma malhl_je possibiüdade.s. E.tudo isso não só 26. Iá'úalisei o esscncial dessâs transforrneções (Netto, 20[t9, p. I!5-!30) c não cabe rqui senão mencionÁjlai: 27. Pcnsô cipccialmcntc naqueles que,. ântês do AI-5; tiveram alguma peninência à csquerde católics oir a partidos/ilovlnentoc ilegalizados oú rcprimldos: . . . S€rv. Soo Soc, §ão Peulo, n 1 00, 65G678, out/dez 2009 667 's6 pôde ser qu'ebrado; ainda' ,j 3" -.t1 ii-lt sob a coerção do Estado autocrático burguês - tambérn sem poder oxigénar-se pela crosta conservadora que, na superficie da categoria pro;lgglql{harecia manter-se intangível, posto que assegurada por uma maiori(33:rggl$]8 Que, conro mencionei acima numa forma pouco diptornática, atravessou aqueles anos terrÍveis sem tugir nern.mugir. Ora, o orotagonismo proletáriojá tanto referido propiciou que esse magma de possibilidades viesse à tona e configurasse a "virada" que constitgiu o Iil Congresso - a rebeldia operária criou; ao infletir a dinâmica polÍtica da frente democrática que resistia à ditadura, as condições para a ruptura, no plano polí- ticei, com oconservadorismo no Serviço Social.D Masaquele rnagma não veio à tôna e rompeu a carapaça conseryadora "espontaneamente", dg "modo natural" - úas lutds ê confrontos sociais, nada acontece "naturalmente". A ruptqra, a "virada", deixou o têiTeno da possibilidade para convertcr-se em realidade graças ao empgnho, ao esfoiço, à pertinácia e à combatividade de umas pog.cas dqzenas de assisfentes sociais quejogaram todàs ds suas eneryias em duas frentes: na criação de alternativas organizacionais ao conservadorismo3o e na articulação coim ôcilegas qüe, eÍn outrâs'iegiões; movimentavam.se no mpsmo sentido.rr Graças a esta aüvidade realmente coletiva, de início pouco estrutur4da, porém ' progtessiürnente organiàâda e conducente aô reconhecimento dq lideranças que poi(er,iorme4te haveriam delconquistar visibilidade nacional, o III Congresso não'foi o.espâço celebrativo em que a'mesmice dl reverência ao Estado ditato- ',i:j-!---.:---.::.:.:..r..: ,...:... ),i, *, n* a[um lugar da. sua o]ra - hojp. larncnlavelmeqte ünonda -, o grandc-sociólogo norte- amoficqrrqÇhnrlcsWrigtll lv.Íill9 lçmbr.og r{F. e$r9.9,q regclonáriqs, que pretendcm glrar a ioda da histórir parr trís, c os tzvolucloadrlos, qúu opcram parr ve-la avançàr, cstá o larlo elcirc§ dos inacioiárlot, qae 29, Rcforlirdlb-so à rupturii opcrrda pcto III CBAS, obscrvou srgutÀm€nte um proflq,sion4l: "Há aí um evcnto fundamcntal, qqe fgl o. nlovimento grevlsta sfur$lcal dc 197& r§.gÍêres do A.B§, qre ilveram uma !o1ça populsory muito ímpoilgltle y reigEao opi poiiclonancnioi da mtegoiid'(ldtei{ehção dc §érglo Furhmsnn na "mcss-redonda" repioduzirlá om §erviço Soclal & §ocle.dacle, SÉo,Pirulo, rno X, n, 30, abr. tgas; p.i-Míôosmtusj. t '' . : .i... ' iO, fruo indica'quc iambéiri contribulu paid dinamizar essa buscr a contr.i!--uiç1p.Cg C3ntro Latino. -americano dc Trabajo §ocial (Celats), I época tendo à frentc Leih Lima, que então analisava c cstirnulnvo a organização profissional em cscah subcondnental; - .. 31. Sabc-tc da importânci* por cxcmplo, dar lutas - cm São Paulo * em torno do Cras c da Apasp, que precederarn o III Congresso; ceÍtamcnte quc em outros locals variflcsirm-se prrccssos slmilares. E sabc- -sc, lgurtmente, do papel doe ountatoe pcssoais nas articulaçôes às véspcras, nos üqqtidprcs c no plonárlo do púprlo congrcsso (aqui, hÁ quc levar em sonta r Íelwtncia do III Engonüo Nrclonal dp Enlidadç9. Sindicais, rcalizado pouco antes do III CBAS). 668 l' Serv. Soç. Soc., §áo Paulo, n lO0, n 86G678. out./doz 20Og ri 1-ri: \;;çt,:i!{['/ 't'iia+ ''. À.r'. '.-\' . 'E' '1t{,*!'tt l i, ' rial via-se administrada pelo conservadorismo conivente e transformou-se no primeiro evento da categoriaprofrssional em que, em quinze anos de história, rebateu a exigência concreta da democracia e, também concretamente, a sua. vinculação com as demandas dos trabalhadores, O III Congresso não trouxe a categoria profissional paÍa a cena polÍtica,. da qual ela nunca esteve aubente: trouxe para a cena política os componentes democrdtióõi aÉ então reprimidos na categoríaprofi.ssional.E se o fez tardia- mente,. a responsabilidade.deve ser debitada à força do conservadorismo que, der.rotado naquele episódio histórico, gem por isto viu.suprimida a pesada e durado.ura hipoteca que impôs e impõe ao Serviço Social no Brasil. 0lll CBAS:um episódio histórico Sintonizando o Se.rviço Sooial cogl q maré montante da rêsistência de- mocrática que se viu exponenciada pelo protagonismo proletário, mediante o ativismo dos segmentos da rraàguarda profissional, o III Congresso deflagrou um proÇesso que;.imedia.t4mentq polítipo, ao,óon'ectar-§e cogr tendências já existentes ío corpo profissional,ultrapàiisgu la.rgamente aiÍimensão política do Serviço Social; Sublinhar.a relevânçla golítica do Itr Co.ngresso é fundamen- tal. Entretanto;'a sua.relevâ$qiq nãg,9e'epggta ú a rupnú com:o rnonopólio potÍtico conservador.teve implicgçÇqs que contribuíram decisivamente para o desenvolvinento global Co Serviçg.Sgcia| qo Brysil. É fato incbnteste que os impacqós no pfúo pçrlÍtico foiam os mais notá- vei,q. A partir do III Congressq.as. cgrrortps e tendência.s mais progressiotas e avânçada.s do corpo proÍissiirngl, i.A.yogpdq q goEdição de veirdpdores d'e força de tÍabâlho dos assistentes sociais.e reivindicando pa+ elés o dstahrto de tra- balhadores, não ió vincularam seus propósitos profissionais aos intêresses do coqirinto dos kabalhadores - regpnheggqd ., no s'eu núcleo, a centralidade da , classo operárir- como, aindar."sç dedicarqn a organízár a cat'egõria segundo o 1 clássico rnodelo proletário: ahayés da instituição sindbato, A posterior criação i au Central Única dos Trabalhadores - CUT fome.ntou esse piocedimento, e i elegítinro considerar - apesa{ d".toaos os prob.lemas.que,vitiram a surgir na i segunda metade dos anos.1980 r- {ue aqueles esforços pâra e sindicalizaçãoj aos assistcntes sociais deixsramum saldo positivo (Abramides e Cabral, 1995).j ffomUéru, é inconteste que a saudável 'loútização; d" qu" o III Congresso foi i expressão e que, a partir dele e engrenada à mobilização social que na primeira I \ Serv. Soc Soc. São Paulo, n 100,060078. ouL/dez 20OS 669\» ,'6,. ''r; *1.",{;qt.'a.1.. '\:t'ii-í\ fÀ.' r},t'' o, J'*-'11(1t"n I t ( i ( ( (. ( ( ( ( ( ( ( ( I { I i'( i.V' ü-t.nr:,,i,it',t'.r .,:r! ,,1'.c'i( (iG.:.q'C.- ,-.,t..(-;,iti. atr. ..,,-.).r, ,.,- .i_i.í* ':,.:- t I T:*d.: dos anos 1gB0 revou à.d"rroto do regime ditarorial, foi ampramenre' difundida entre os assistentes sociais tracluziri_se numa.,partidarização,, _ u ' quase totalidade da vanguarda ou aderiu formalmente ao recém_nascido partidoi dos Trabalhadores _ pI ou seguiu suâs orientaçOes. t o esforço organizativó no plano sindical rebateu em oútra§.instâncias t d, cateqoria profissionar, metóê, inclusive, au int"iig;r,te arlicuração entre os( :3ffi::::,1,::,ls:i:Íi p.'onssionar que se inseriirn "m oir","nt***;;( socioocupacionais. Assim C qu"; já( g.*g:lr9+49ii!Le-e-oisryg@êmico) e darcurso à{ erãrõãffiãecoili;tenrbspãEiôiããr,aãô;Liffi;ffi"J;;#,:H:'.:; :f:ny:'"rll'T::gô"i1i:1êmicados;i',á;*;;ilüHffi:;t ' velaqol _qye sem'ô mesm"eiitJ'qo" r,o pi*;ãoã".iã:ilffi*"!}[:( uniq pqllltga de pesquisa'(corii a:criaàão ná se,orrnrrq mirraÁ- Ã^^ -:.-!- <Ao.aumq pegEga oe pesquisa (com a criaÇão, ná segun{a mêtade aos ariós'rós,,o**rgPMais difÍcir foi a bátarhã p*u iiniooir*;;;;;nrons.(iô:_{,;ffi;;;?:^1:i11:,-Tup*"Y!91i1Toscon§eIho§profis§iol- pós-graduação,32 essa expressiva bibliografia (incidente sobre a históriâ; osfundamentos e práticas do serviço social) vai criar um yerdadeiro cardo de cultura anticonservador e, aindà que frequentemente eclética do ponto de vista metodológico, vulnerabilizará o tradicionalismo proÊssional Càrn ela se ins- taura, entre n6s, um pluralismo antes inexistente. Mas, até agui, o que se tem é um processo de naturiza sobretudo acadêmico que, decerto, t"u" ropo.t", nufratura aberta no conservadorismo p«;iÍücu pelo III.Congr"rrá. côntudci, a difusão desse caldo de cultüra na mâioria das agências defoimação e entre parbêias significativas dô corpo profiss'ional está longe de ser urna que§tão acadêmica.- supõe uma nobilízitção contra o consertadorísino'no'universo profissionàL E precisamente o IfI borigresôci consfituiu o marcofirndacional dessa:mobilização. Na.§uá seqüência,?oi esse caldo de culturaque empglgoú a dinâmiôa da categoria profissional po, toou u oe""aa de l9g0 e de 1990. : i Es*as súmáiias observaçõés pareiem minimrimehte iuficientes para i::Í** a luatifcaqaó do rrr:congr*.o aô"";,lrõódi oir"risnn oçao !r:ró!:"^pú:-o Serviço sócial no Brasll. Depois dele -- e não por a-ó*o l, oserviço §ôciáI, nesúe paíc, nünca mais foi o tnesmo. Mas cabe6ã-uzãai.rar- , sua g*lrideiição: â süarealizaçãb au-onrt u càÃo, "u*" ""r:ffi#"""'.ã+iuma vanguarda de assistente§'sbciais -.- sinüonizada com iai ten<tências mais.§ubstantivas'da realidade; càpaz de superar suú diferenç"§ "djrti;;ã ü:' por üm objetiv. o,essenciar e estaberecJr aüanças, i""rrriu"!*iá*";ffi;il; -pode efetiwiiirente transforrnarreprer"ntuço"r " pra,iààní*qr" "onsagÍa-dasdasuaproflü"são. . : - ...,.i...., . :...:..;. ditatorial, sabe-se, não respondeu às expectativ:is "*"rg"nie, ,om ireinserçaoda classe operária na arena porítica. se eita reinserção rompeu com o mohopórioda diregão burguesa ná frenre antiditatoriêl e inviabilizo,ro p,oj"io àe autore_f.orpa f,oregime, os deslocamentos de fgrça operadgs qm seguidu *r"i*,ã.quqr da ameaça repÍesenlf] nelo-protagonismo operário, quer da hábil g v. elozreconversão dos principais beneficiários da ditadura ao ,.credo democrático,,, com seus repres.entantes polÍticos abandona"rdo o barco posto ao mar em abril de 32 A tmpo4ância da pós':giaduação, aqul, nuncà sârd deviilarnentc exagoradq recoúecéndo-sé:o pâpelcentral desempeúado pela PUG-SP - nesta insri$igõo, al6m dos docontorassisletrtes socialS, fol nôtáiel aconribuiÇão de FloF§láb FêrÍnsndeq octaüo &inni c Evaldo vlcira: Mar doÇcntes do outsas áÍ6§s tambémvitalizaram ouhas pós-gaduaçõos - foi o caso de Mlriam Limoeiro, na pUó-nL -', ---- ( Congilss_o - entretanto, já na trd( . .-. conservadorismo esüava deslôcadci.( ii;l :S:q::n:l!:i-f-ta àÁbsss pol oi qó in{ica que_as impticaçÕesdo rrrl " HS,J::t oo grovimprrs dqs tr.a,§qlhadores naprimeisá aJtaá" au.rér"ã;;;-d;ô;"*;( ' :::,::11":'í:i^::i^n"i:i:-1,u.+ta*ü e +e,§.'-;.r*õ;;; praricamcnre todos ' os.níçis,da sociedade bras,eirq. É i"yunâo "* "oriá à ";;jí;üffiff;#;; :' ' ::*10::f:::1Íjtlt:,':lmais.as suas expre-ssõss na vida universirária; que \ 670 l'ii. " ü*^1r- i;,, ) fii*r:}.;-'":.,:;*';':;;.:;;"''í;::" ( podgmos avaliarmelhoratgurnasdaquetqs imptdil. l::"-'-.".,Tltt;: r 'se na'trniversidade, margrado os gorpes que a dirádura lhedesferiu (cf.' Nêtto, 2009, p. 53:112); gestaie unraprouiar,náiica ,,cultura de esdueidai, já.rra( , fcfllimgtade dos anos-re7,, a.rilâ"";,üffi; #il*cia sobre o serviço{ ;: social'é mdito mediâtizada e.ió vai se expriôità ios fiii"i-s ,ras.da déêada\ I : ütd""bid;s,ünàip*hsti"r"i,rol,iiii*"n*oi'dod.ecênio! oe*e't u, uma§poucas contribuições (oriundas especialmente da pos_giaiIüàiiàô)t' i 3yl remam na contracorrentu do consei.vàdorirLo. É nos anos 19g0.qüê esta{ I d:::i#{gca - aliás; mui,u;.ar"r"n"iiãr, p* or, ""ilil;;;;t ! exempro ê enre muitos, vicente Fareiros e Marilda lu*uroto _ ganha forga , a e, d-e fato, vai conqSrltar, no plang l{fal, a t "g"mo*a na produção intele*uall' ) dos assistentes sociais brasiliiros, rruuoruauluià-ur*rialmente no ma.rco da(i SerV. Soc. Soc. sâo pauio, n 10O 66G§7g, out/doa 2OOS . çrilr.r , I !r' L. i..i t /'1vtÀ!'l ._,x-\ 02.- .y\ GL d;" 6'tl ^ i-:j'ti ...'' !:' '1"i).' .;' ' t 964 na hora do naufrágio e responsabilizando por ele tão somente a caserna e, assim, lavando as mãos em face do "regime militad'33 - garantiràm àburguesia a hegemonia na transição democrática que se realizou no curso da "Nova Re- púLrlicn". As resultantes são conhecidas: as grandes mobilizações populares clos anos 1980 acabaram neutralizadâs.- sejapela derrota da campanha por eleições diretas p{tr a Presidência da República em 1985, seja, no processo consrirrinte, pela articulação do "Centrão". O Ímpeto democratizante, no entanto, persistiu até 1 989, quando, à falta de uma solução confiável, o grande capital patrocinou. a chegada de Collor de Mello ao governo. Esta aventura política, se serviu à. ggandq burguesia para barrar a alternativa democrático-popular (representada, no segundo turno, pela qaqdidatura de Lui? Inácio Lula da Silva), revelou-se desastrosa e,.cóntra ela desença(earam-se novas manifestações do massa. No breve irrterregno que se seguiu ao impeachmenÍ de Collor de Mello (com Itamar Franco à frente do Executivo federal), a grande burguesia mostrôu novamente sua capacidade dê articulação g aJcançou enfim uma solução adequada a seus intcresses -- os dois goverpo§ {q Fernandq Henrique Cardqsg, nos quais, sob o cornando explícito do capital..fi4anceiro..especulativo, iuiçiqr-l*i u,ir4posi- ção ao país do receituário noolibe.ral A_@(1989). Conformou-§e, então, a origntação macpoeSo;rômiq4'.gqe q pugessor do:Íipríncipe da sociologi4 brasileiro" appngs.rysis.aprofundando. ; ' Todas essas. mudanças'inscrevem=se no.quadro de transformações eco- n ,\, tp nômico;sociais"e;ideopolítioas dosúltimos 35 anos.ll{nelusrn,profundàs,alte. U).,n- rações na dinâmica:,rnacrospópicatdo modo deprodução eapitalista.e de todas ,{_ .\. suas as formações sociais.'Envolvem a crise do Estado de Bem-Estar Social, " ".i II'" da social-dernocracia e do 'lsocialismq real?1 (assini como de .sua legitimação .'í_t,'{,,/ ideal, o rnan<ismo-leninismo de.exlração stêlinista).. Deqv41n na constituiçãoí/ do discurso ideológico das tep:ias daflpós-modernidade?'. E tbdas essas diversas ofdehs dê transfôrmaçõe§ * que não são meros compotrentes aleatórios de um côqiunto desordenado, mas ôonstitutivos bastante articulados de uma totâlidade histórÍca especÍfica, que não pôsso probleüiatizar 33. Recorde-§a a formação da aulodosignada Frontc Liberul, a posição do figuras como Josd §arncy, Antônio Cârlos Mrgalhiles, Marco Msciel e, aÍ. - sêm contar com tr§ rÁpidas conversõcs "democráticas" de grandes emprc§&ios, como Âutônlo Etmírio dp Moraic or dc frgurar mclores, como.A8f Domingos e Jos6 Papa J.únior. :. 34. Apontei dgurnas delas h6 rnos.c crcio quc ainda rão v6lidas ss hipórcses quc cntío sugeri (cf, Nçtto, 1996). 672 ' ""''$4 nestâ oportunidade - rebateram e rebatern no Brasil. E seria espantoso se o nosso ServiçoSocial permanecesse imperrneável a elas: O que importa assinalar, por agora, é que o elenco das implicações derivadas do III Congresso operou no universo do Serviço Social no Brasil pelo menos até a entrada do presente século. A partin dos primeiros anos da década atual, . as mudanças ocorrentes no país colocam problemas e alternativas que parecem deixar para trás o seu legado A mai,s óbvia dessas mudanças diz respeito ao quadro das organizações sindical-irartidfuias qm tomo.das quais (ou rnesmo no interior das quais) gravita- rag\os mais ativos segmentos Ca vanguarda dos assistentes soci4is. Aconversão da CUT e do PT em zelosas institgições de apoio à ordem (çf. as excelenÍes análiseq de Tbmolo, 2002 e Iasi, 2006) põe dilemas, dolorosos, à vanguarda profissional;.os dilemas nãq se referem apenas ao "senso de responsabilidade" que q grande capital iecoúece, admira e aplaude na gestão petisià-no Exe- cutivo gu$trl - çsfçrcrn-se ainda ao preço pot{tlco das alianças'necessárias parp preserv"ar os Êspaços institucionais obtidos e das renilncias a prineílios e propostds feiios, óom a eloquéncia própria ilos radicalismos àe ocasião, num passado muito recente.ls' .i.' ,t . p*, ,n* do.óbvio há muito mais -:: por exempio, a,reóic-lag-tim teórica e metodológicei;qüe,ênvolveu foitententê a.intelectualidade aczrdêmibil no,írttimo qu+rto de,século.,Da.mesma fôima como,.na sequência do III C<ingre§so"e do prôõbsso que.ele abriu, ém consonâücia côm er mobilização antiditatorial,'sur- giiuor rapidaminte (de um rn* que.ia do- firnciónalismo.à fenomenologia) no dõmÍnio da etaboraçflo do Sêrviço,Soàial,inúmêros,rnarxistàs;. com a me.sma rapidez muitos destes tbrnararn-so habêrmasiaüos, póq-r1nodernos etô. :- tarn- bém entre nós o pdrmuta dc paradigma§.se opera velozmeúte... Outro exemplo; as aiterações no sistena o na ostrutura universitáios, efeüvadAs notadamente a.partir de 1998, derivando, ng4qço da graduação, nqm nítido processo de barateameniq d4 fo_5qq4gfp--Apg,Stitereção de cursos meramentê comerciais, a inçtituição de qu4fquernúnima garpgtiq de qu.a- ü.{$,9) e, no qaso da ã dapesquisa, no mais çqpantpsg g nefasto fordisrno intelectual: f qtaro que condicionalismos deste gênero, assoÇiados às circunstâncias próprips de uma çonjuntura histórica em que o movirnento das çlaqsps traba- ., i 35. Ptcço de quc são cmblomátliú ai fuccntàs Íiailfestaçftis de afeto polÍticó do scnhgr presidentc da Ripública a.figurar do naipo dê Jôsó §ai.noy o Collor de Mello.. ' I ' Sorv. Soc. Soc- Sâo Paulo, n 100,.66G878, out/dsa 2009Sorv, Soc" §oc, São Paulo, n lOO p. 65G878, out./dea 200§ 673 !;( 1 .t t. { t I t lhadoras (e, em especial, de um proletariado que teve fortemente afetada a sua identidade de cla.sse) mostra-se essencialmente defensivo, reduzem de forma sensível o potencial e o alcance das tendências mais avançadas do pensamento e da prática no serviço social. E, ao mesmo tempo, ntrtrem as linhas de força conservadorâs que sempre sc mantiveram vivas na profissão er ne§te quadro, ganham novos espâços de desenvolvimento (mesmo que travestidas em envol- tórios pós-modernos ou ilparentemente inovadores).Quaisquer que sejam, porém, as perspectivas e as alternativas do serviço §ocial no Brasil, o significado do III congresso não será esbatido. Ele permane- ceú como um episódio histórico - e oxalá as novas gerações de profissionais pos§am extrairdo seu legado toda a sua riqueza. Artigo recebido em set,/2009 s Aprqvado em set/2009) ApEAMIDIS, M. B. C.; CABRAL, M. S. 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