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Universidade Presbiteriana Mackenzie 1 O CONSUMISMO INFANTIL: A INFLUÊNCIA DAS CRIANÇAS NA DECISÃO DE COMPRA DOS PAIS Carolini Dexheimer (IC) e Maria de Lourdes Bacha (Orientadora) Apoio: PIBIC Mackenzie Resumo Este trabalho teve como objetivo analisar se as crianças conseguem convencer seus pais de comprar o que elas querem, e com o resultado positivo, analisar como conseguem. Analisar de que forma e com que ‘’truques’’ convencem seus pais a comprarem o objeto desejado. Aonde elas aprendem a ser consumistas, como se sentem ao ver vários brinquedos diferentes diariamente na televisão, quais os fatores que mais chamam atenção, se elas preferem qualidade ou quantidade, e identificar os fatores ação e reação da mídia perante as crianças. Pretende-se analisar como as crianças decidem o que querem comprar e se realmente entendem o que é consumo, ou se compram sem saber o que estão fazendo. Para atingi-lo foi necessário estudar um breve referencial teórico e pesquisa empírica com 40 crianças, alunas do Colégio Presbiteriano Mackenzie. Junto com a professora Maria de Fátima, que nos cedeu seu horário nas aulas de ensino religioso nos 3° e 4° anos do ensino fundamental. As idades das crianças variam entre 8 a 11 anos. A metodologia usada foi quantitativa exploratória. Após a revisão da bibliografia, foi elaborado um questionário com 70 perguntas, sendo 19 delas se assinalar e as outras 51 dissertativas. No começo as crianças ficaram um pouco assustadas por responderem um questionário tão grande com tantas perguntas, e questionaram o porquê daquilo tudo, mas aos poucos foram se soltando e o trabalho virou uma grande brincadeira. Palavras chave: criança, comportamento de compra, influencia sobre os pais. Abstract This study aimed to examine whether children can convince their parents to buy what they want, and with the positive result, can look like. Analyze how and with what tools''''convince their parents to buy the desired object. Where they learn to be accomplished, how they feel to see several different toys every day on television, what factors draw more attention, if they prefer quality or quantity, and identify factors action and the media reaction to the children. We intend to analyze how children decide what they want to buy and if you really understand what is consumption, or purchase without knowing what they are doing. To reach it was necessary to study a brief theoretical and empirical research with 40 children, Mackenzie Presbyterian College students. Along with Professor Maria de Fatima, who gave us their time in religious education classes in the 3 rd and 4 th year of elementary school. The children's ages range from 9 to 11 years. The methodology used was quantitative exploration. After reviewing the literature, we designed a questionnaire with 70 questions, 19 of them tick and the other 51 essay. At first the children were a little frightened by answering a questionnaire so big with so many questions, we wondered why it all, but were slowly dropping and the work became a big joke. Key-words: child, purchasing behavior, influence on parents. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 2 Introdução Quem nunca se deparou com a cena de uma criança no mercado implorando algo pra sua mãe, ou colocando algo escondido no carrinho? Essa cena se repete diariamente em diferentes classes sociais. Nesta pesquisa, pretendem-se analisar se na hora da compra, as escolhas das crianças influenciam alguma coisa, ou se são os pais que decidem mesmo. Muitas vezes as crianças querem algo, porque na embalagem está seu personagem favorito, ou por causa da cor que mais gosta. A escolha pode ser feita por inúmeros fatores, que podem estar muito longe da qualidade do produto. Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ciência de formação de ideias, um hábito mental manipulado que se tornou umas das características culturais mais marcantes da sociedade atual. Não importa a idade, a nacionalidade, a crença ou a classe social. Hoje, todos que são impactados pelas mídias são estimulados a consumir de modo inconseqüente. As crianças, ainda em desenvolvimento e, portanto, mais vulneráveis que os adultos, não ficam fora dessa e infelizmente sofrem cada vez mais cedo com as graves conseqüências relacionadas aos excessos do consumismo. Isso é conseqüência das milhares de propagandas com uso de animações, efeitos especiais, crianças sendo usadas como atores, excesso de cores e uso de personagens infantis, sendo lançadas no mercado cada vez mais.. O economista e administrador de empresas Cláudio Raza cita, em seu artigo intitulado “A força do publico infantil no mercado de consumo”, encontrado no site www.administradores.com.br, um aumento no percentual de influência das crianças no consumo de 42% para 52% para os anos de 2005 a 2006. O aumento de 10% em somente um ano, é um percentual significativo para tão pouco tempo. Hoje em dia as crianças participam mais do planejamento familiar. Elas dão opinião antes de escolher o roteiro da viagem, escolhem a cor o carro do pai, o que ele vai comprar no mercado, as roupas que querem vestir, a comida que vão comer, o parque que querem conhecer, e outros inúmeros fatores que antes eles não tinham nem conhecimento. O principal objetivo será analisar se as crianças de 8 a 11 anos, de São Paulo, influenciam na hora da compra dos pais. Entre os objetivos secundários pretende-se analisar se as crianças escolhem o que querem comprar pela qualidade, ou se são influenciadas pela embalagem. Se os pais realmente mandam na hora da compra, ou são influenciados, e se existem problemas entre crianças e pais na da compra. Universidade Presbiteriana Mackenzie 3 Referencial teórico Para atender aos objetivos do estudo, o referencial teórico se baseou em conceitos do comportamento do consumidor que explicam como se dá a decisão de compra (SOLOMON, 2005, MOWEN;MINOR, 2003, KOTLER, 2004, (ENGEL;BLACKWELL; MINIARD, 2000). Na visão de Wellausen (1988) no livro “Consumismo: origem em cada um de nós” é: “Repetição compulsiva de tentativas de realização de desejos que, por não serem verdadeiramente desejos de consumo, mas sim se remeterem a objetos alheios à consciência, objetos de fantasia e da infância, não se aplicam, apenas mudam a forma”. (WELLAUSEN, 1988, p. 18). Conforme Raza (2007), o que faz cada vez mais as crianças consumirem são as propagandas de televisão, no seu site ele dá dicas aos pais para que limitem o tempo de exposição à televisão, e que, ao invés disso, façam atividades com seus filhos que não englobe a mídia, outra dica que ele dá é que a criança não tenha televisão no quarto. Em seu livro ‘’Eu era assim – Infância, cultura e o consumismo’’, Flávio Paiva revela que a única certeza absoluta com que sociedade contemporânea se depara é que não há mais espaços para saberes e conhecimentos absolutos. A transdisciplinaridade é uma das características do tempo, dos olhares, das identidades e da comunicação em um mundo que se redescobre na sua própria crise de significados. (PAIVA, 2009) Segundo Montigneaux, (2003). As sociedades ocidentais dedicam hoje uma importância cada vez maior à criança. Com efeito, todos podem conferir diariamente a que ponto a criança atrai as atenções, provoca regalias e estimula interesses. As empresas já entenderam há muito tempo o valor de desenvolver uma oferta de produtos e serviços adaptados para as crianças. E isso não significa para muitas das empresas que consigam se comunicar facilmente com elas. Esta obra mostra a melhor maneira de estabelecer, do ponto de vista da marca, um relacionamento satisfatório e durável com seus jovens consumidores. Do ponto de vista da advogada Silvia Mendonça de Amaral (2009), ainda é uma questão de saúde pública a regulamentação da publicidade que visa o público infantil,pois focam em guloseimas, e esse consumo exagerado de balas, chicletes, biscoitos e afins tem aumentado a obesidade na infância e na adolescência. Existem alguns países que as propagandas para as crianças são proibidas de dar um brinquedinho, ou algo colecionável, o que motiva a criança à necessidade de comprar para completar a coleção. Na Suécia, propagandas dirigidas ao público infantil são proibidas, e as embalagens de alimentos devem ser totalmente neutras para não incentivar a compra. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 4 Na Espanha, é proibido usar imagem de algum desenho animado ou celebridade que visam o publico infantil para não incentivar a compra. Na Inglaterra, as propagandas antes de irem ao ar são analisadas por órgãos competentes, cuja só vai ao ar se tiver um valor baixo para não incentivar o consumo de coisas caras. Método O método quantitativo é muito utilizado no desenvolvimento das pesquisas descritivas, na qual se procura descobrir e classificar a relação entre variáveis, assim como na investigação da relação de causalidade entre os fenômenos: causa e efeito. E essa foi a metodologia utilizada neste trabalho, a quantitativa explicativa. Foi realizada uma amostra com 40 crianças, alunas do Colégio Presbiteriano Mackenzie, junto com a professora Maria de Fátima, nos 3° e 4° anos do ensino fundamental. Estes questionários foram aplicados dia 09 de maio de 2011, e teve a duração de 50 minutos em cada sala, referente a duração da aula de ensino religioso. As crianças responderam um questionário com 70 perguntas, sendo 19 delas se assinalar e as outras 51 dissertativas. No começo elas não entenderam o porquê estariam respondendo um questionário com tantas perguntas, mas aos poucos foram se soltando e fazendo disso uma brincadeira, onde aos poucos foram surgindo idéias e dúvidas. Para realização do questionário utilizou-se perguntas fáceis de serem respondidas e uma linguagem fácil de ser entendida. As perguntas foram objetivas e claras, para que assim, fossem respondidas facilmente. Muitas sabiam dizer o que era consumo, mas não colocar isso para o papel, a maioria delas precisou de ajuda para formarem frases conforme o que pensavam. Algumas já tinham sua opinião própria e precisaram de mais espaço na folha para expressarem sua opinião. Teve uma que até desenhou o que era consumo, deixando seu pensamento bem claro. O problema foi fazer com que as crianças passassem para o papel o que realmente estavam pensando, então fomos de mesa em mesa para conversar, com algumas, mudar a pergunta para saber realmente o que elas queriam dizer, mas que não estavam conseguindo. Outra dificuldade encontrada foi para responder a pergunta n°64: Qual sua marca preferida?E por quê? Muitas não sabiam direito o como se expressar, mas sabiam o que queriam comprar, dando exemplos de jogos, biscoitos e carros. Então pedi que escrevessem tudo que achavam a respeito da palavra, marca. Universidade Presbiteriana Mackenzie 5 Resultados e Discussão Este tipo de amostra é realizado por conveniência, e por isso, os resultados não podem ser generalizados para o universo. Após a revisão da bibliografia foi elaborado um questionário. Com esse questionário relata- se dizer que há indícios de que as crianças conseguem sim, convencer seus pais a comprarem o que elas querem, com pedidos, olhares e muitos responderam que quando o pai e/ou mãe não compram o que eles querem, eles imploram até comprar, ou se um não deixa, vão pedir para o outro, e principalmente as meninas, até mesmo dizem que farão trabalhos domésticos para conseguirem o que querem. Conforme as respostas dadas pelas crianças foram elaboradas as seguintes tabelas: Tabela 1 – Perfil da amostra Perfil da amostra Feminino (%) Masculino (%) Pais separados 23 43 Sabe ler 100 100 Fonte: autora Os meninos com pais separados são a maioria, quase o dobro das meninas, um resultado significativo. 100% das crianças que entrevistamos estão no 3° e 4° ano e já sabe ler, o que facilita para escolha dos produtos no mercado, pois lêem o que é, o que o produto ‘’faz’’ se for brinquedo, como se faz, e assim sucessivamente. Achamos importante perguntar se as crianças têm pais separados, pois assim podem obter com mais facilidade o que desejam, pois ficam sozinhos com seu pai ou mãe, podendo assim contar seus pedidos. Perfil da amostra por sexo Tabela 2 – Sexo Sexo NA Meninos 23 Meninas 17 Total 40 Fonte: autora VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 6 Conforme tabela acima verifica que foram entrevistados 23 meninos e 17 meninas totalizando quarenta entrevistas. Vale ressaltar que se trata de amostra não probabilística por conveniência, assim sendo este perfil não representa o perfil do universo. Perfil da amostra por Idade Tabela 3 – Idade Perfil Faixa Etária NA 8 anos 14 9 anos 15 10 anos 9 11 anos 2 Fonte: autora A idade das crianças variam de oito a onze anos, porém o que existe em maior quantidade são crianças de 8 e 9 anos, por estarem no terceiro e quarto ano e terem entrado na escola com 6 anos. As crianças com idade superior são menores pois são as que repetiram de ano, ou entraram atrasadas na escola. Perfil da amostra por bairro Tabela 4 – Bairro Bairro NA Centro 16 Zona Oeste 8 Zona Norte 7 Zona Sul 5 Zona Leste 4 Fonte: autora A região do centro é onde mora a maioria das crianças entrevistadas, pela localização do Colégio Presbiteriano Mackenzie, que se encontra no bairro Higienópolis. Predominam os bairros de classe média, onde mora a maioria dos alunos que estudam no Colégio Presbiteriano Mackenzie. Universidade Presbiteriana Mackenzie 7 Principais resultados Um dos principais resultados obtidos foi que as crianças conseguem sim convencer seus pais a comprarem o que eles querem, sempre dão um jeitinho. Imploram, fazem cara de choro, e até mesmo fazem seus pais comprar e eles oferecem algo em troca, que varia entre obediência, estudo, afazeres domésticos, entre outros. Nota-se também que as mães acabam comprando para agradar seu filho, e que o argumento mais forte que os pequenos usam é que já tiveram algum contato com o produto, e que gostaram, sempre contando detalhes, o que faz a mãe comprar o produto. Também é perceptível que a maioria das crianças desta idade ainda não tem apegos a marca, mas sim pelo gosto (se for algo comestível), pela quantidade de vezes que o produto aparece na televisão e se algum amiguinho possuí (se for brinquedo). Nesta idade ainda não possuem decisão de compra e nem os pais perguntam para eles o que comprar, desde roupas até alimentos na maioria das vezes são escolhidos pelos pais. Tipo de influência sobre os pais Tabela 5 – Tipo de influência sobre os pais Tipo de influência sobre os pais Meninas (NA) Meninos (NA) Total Imploro 5 7 12 Peço pra ele comprar, pedindo por favor. 6 3 9 Não faço nada 1 7 8 Cara de triste 0 1 1 Peço para meu pai 1 1 2 Espero e compra com a mesada 2 4 6 Faço o que ela pedir 1 0 1 Arrumo a casa 1 0 1 Fonte: autora Para responder essa pergunta percebeu-se que as crianças não pensaram duas vezes antes de responder, pois já tinham suas estratégias de convencimento. No total, os maiores resultados foram obtidos para imploro (12), Peço pra ele comprar, pedindo por favor (9), Não faço nada (8). O que nos chamou atenção é que somente uma das meninas disse que arrumaria a casa para ganhar o que quer, pois a maioria delas respondeu que imploram para conseguir o produto desejado. Já os meninos dividiram a VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 8 maioria das respostas entre implorare não fazer nada, que foram as mais citadas pelos ambos os sexos. Lembrança de marcas citadas pelas meninas Tabela 6 – Marcas citadas pelas meninas Marcas citadas pelas meninas NA Não respondeu 3 Vestuário 5 Nike 4 Rebook 1 Alimento 4 Nestlê 3 Garoto 1 Celular 1 Oi 1 Fonte: autora Os resultados dessa tabela são bem divididos, sendo respondido pela maioria das meninas vestuário e produtos alimentícios. 3 não responderam por falta de opções, e o resto falou a primeira coisa que veio na cabeça, expressão usadas por elas mesmas. Essas marcas que foram citadas são as que mais entram no convívio das meninas, como vestuário, alimento e telefonia celular. Universidade Presbiteriana Mackenzie 9 Lembrança de marcas citadas pelos meninos Tabela 7 – Marcas citadas pelos meninos Marcas citadas pelos meninos NA Não respondeu 5 Vestuário 7 Nike 6 Osklen 1 Alimento 8 Nestlê 2 Kibom 2 Sadia 1 Pulmann 1 Hall's 1 Caçulinha 1 Auto 1 Toyota 1 Tecnologia 2 Nintendo 1 Sony 1 Fonte:autora Na categoria de vestuário e alimento foi aonde se obteve maiores citações, pois são coisas que fazem parte do dia a dia dos meninos. A tabela dos meninos percebe-se que é maior, pois eles citaram diversos produtos alimentícios, como marca de pães e balas. Também observa-se que existem duas categorias que não se encontra na tabela das meninas, que são produtos automotivos e de tecnologia, o que eles tem maior interesse, pelo vídeo-game. Conclusão Este trabalho teve como objetivo analisar se as crianças conseguem convencer seus pais de comprar o que elas querem, e com o resultado positivo, analisar como conseguem. Analisar de que forma convencem seus pais a comprarem o objeto desejado. Aonde e como elas aprendem a ser consumistas, como se sentem ao ver vários brinquedos diferentes VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 10 diariamente na televisão, quais os fatores que mais chamam atenção, se elas preferem qualidade ou quantidade, e identificar os fatores ação e reação da mídia perante as crianças. Foi analisado como as crianças decidem o que querem comprar e se realmente entendem o que é consumo, ou se compram sem saber o que estão fazendo. Para atingi-lo foi necessário estudarmos um breve referencial teórico e pesquisa empírica com 40 crianças, alunas do Colégio Presbiteriano Mackenzie. Junto com a professora Maria de Fátima, que nos cedeu seu horário nas aulas de ensino religioso nos 3° e 4° anos do ensino fundamental. As idades das crianças variam entre 9 a 11 anos. A metodologia usada foi quantitativa exploratória. Após a revisão da bibliografia, foi elaborado um questionário com 70 perguntas, sendo 19 delas se assinalar e as outras 51 dissertativas. Conforme a aplicação do questionário, as principais conclusões que se obteve foram as seguintes: Foram entrevistados 23 meninos e 17 meninas totalizando quarenta entrevistas. Vale ressaltar que se trata de amostra não probabilística por conveniência, assim sendo este perfil não representa o perfil do universo. A idade das crianças variam de oito a onze anos, porém o que temos em maior quantidade são crianças de 8 e 9 anos, por estarem no terceiro e quarto ano e terem entrado na escola com 6 anos. As crianças com idade superior são menores pois são as que repetiram de ano, ou entraram atrasadas na escola. Foi importante perguntar se as crianças têm pais separados, pois assim podem conseguir com mais facilidade o que desejam, pois ficam sozinhos com seu pai ou mãe, podendo assim contar seus pedidos. E o resultado foi que mais de 50% das crianças tem pais separados. A região do centro é onde mora a maioria das crianças entrevistadas, pela localização do Colégio Presbiteriano Mackenzie, que se encontra no bairro Higienópolis. Os meninos com pais separados são a maioria, quase o dobro das meninas, um resultado significativo. 100% das crianças entrevistadas estão no 3° e 4° ano e já sabe ler, o que facilita para escolha dos produtos no mercado, pois lêem o que é o produto, e o que ele ‘’faz’’ se for brinquedo, como se faz, e assim sucessivamente. Quando foi questionado a criança o que ela faz para convencer seus pais a comprarem um determinado produto vimos que no total, os maiores resultados foram obtidos para imploro (12), peço pra ele comprar, pedindo por favor (9), e não faço nada (8). O que chamou atenção é que somente uma das meninas disse que arrumaria a casa para ganhar o que quer, pois a maioria delas respondeu que imploram para conseguir o produto desejado. Já Universidade Presbiteriana Mackenzie 11 os meninos dividiram a maioria das respostas entre implorar e não fazer nada, que foram as mais citadas pelos ambos os sexos. Nas marcas citadas pelas meninas, os resultados da tabela são bem divididos, sendo respondido pela maioria das meninas vestuário e produtos alimentícios. 3 não responderam por falta de opções, e o resto falou a primeira coisa que veio na cabeça, expressão usadas por elas mesmas. Essas marcas que foram citadas são as que mais entram no convívio das meninas, como vestuário, alimento e telefonia celular. Já as marcas citadas pelos meninos a categoria de vestuário e alimento foi aonde obtivemos maiores citações, pois são coisas que fazem parte do dia a dia dos meninos. A tabela dos meninos é maior, pois eles citaram diversos produtos alimentícios, como marca de pães e balas. Também podemos observar que existem duas categorias que não se encontra na tabela das meninas, que são produtos automotivos e de tecnologia, o que eles tem maior interesse, pelo vídeo-game. Conforme a respostas das crianças podemos afirmar que há indícios de que as crianças conseguem comprar o que querem no mercado. Seja pedindo, implorando ou barganhando. Conseguem sim, influenciar seus pais na hora da compra e são induzidos pela compra tanto pelas coisas que vêem na televisão, quanto nas conversas com os amigos, pois se o amigo fala bem de uma determinada marca, quer dizer que ela é boa. Nota-se também que as mães acabam comprando para agradar seu filho, e que o argumento mais forte que os pequenos usam é que já tiveram algum contato com o produto, e que gostaram, sempre contando detalhes, o que faz a mãe comprar o produto. Também é perceptível que a maioria das crianças desta idade ainda não tem apegos a marca, mas sim pelo gosto (se for algo comestível), pela quantidade de vezes que o produto aparece na televisão e se algum amiguinho possuí (se for brinquedo). Nesta idade ainda não possuem decisão de compra e nem os pais perguntam para eles o que comprar, desde roupas até alimentos na maioria das vezes são escolhidos pelos pais. Ao realizar as entrevistas com as crianças, também descobrimos que eles são completamente leais às marcas, são conquistados pelas embalagens, e pelo brinde que ocasionalmente ganham comprando determinado produto. Querem escolher seus próprios produtos, e conforme questionário respondido pelas crianças, na maioria das vezes as crianças são atendidas. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 12 Referencias AMARAL, Sylvia Mendonça do. Perigos do consumismo infantil. Disponível em: <http://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=2049 >. 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