Buscar

Direito Penal Grupo do Bem

Prévia do material em texto

Direito Penal: É o conjunto de prescrições emanadas do estado o direito penal é mais um instrumento de controle social no aspecto jurídico consiste em toda conduta que vá contra a lei penal vigente.
Missão do direito penal: proteger bens jurídicos que estiverem na constituição federal, principio de exclusiva proteção de bens jurídicos; onde não houver bem jurídico o direito penal não poderá atuar. Missão mediata: o direito penal serve de controle social e de limite de poder punitivo do estado.
Bens Jurídicos: os bens jurídicos protegidos pela lei penal devem ter assentamento na constituição
A) Individuais: Vida e patrimônio 
B) Supra individuais: Gerais ou coletivos: impedir ou pertubar serviço de estrada de ferro
Institucionais ou públicos: Ex: erário publico, patrimônio publico
C) Difusos: pertencentes a um grupo determinado: menores, crianças, idosos, mulheres
Funcões do direito penal:
A) Garantidora ou fundamentadora do crime: não pode ter atuação do direito penal se não tiver bem jurídico.
B) Sistematica ou teológica: o código penal está dividido em seção dedicadas a bens jurídicos
C) Individualizadora: a intensidade da lesão ao bem jurídico vai importar na aplicação da pena
Fontes do Direito penal: lugar de onde provem a norma
Fontes Material ou produção: É o Estado, já que compete á União legislar sobre direito penal
Fonte formal ou cognição: Refere-se ao modo pelo qual o Direito Penal se exterioriza.
A) IMEDIATA: é a própria lei
B) Mediata: costumes e princípios gerais do direito.
 Princípios do Direito Penal
1- Culpabilidade: proíbe punir pessoas que não preencham os requisitos de juízo expresso na forma (nulla poena sine culpa = não a pena sem culpa) a) não admite responsabilidade penal objetiva (art:19 cp) b) culpabilidade como principio medidor de pena. Fato típico-ilícito-culpável se faltar 1 desses não é crime
2-Intervenção mínima: É aquele que enxerga o Direito Penal como a última ratio (última opção), o que significa que o Direito Penal só deve ser utilizado pelo Estado, quando os outros ramos do direito se mostrarem insuficientes e não servirem para tutelar aquela situação e para proteger aquele bem jurídico.
3- Ofensividade ou lesividade: proíbe a cominação aplicação e execução de penas em hipóteses de lesões irrelevantes em dupla dimensão.
a) Qualitativo: impede a criminalização de pensamentos, consciência, crença ‘’ cogitationis poenam nemo patitur’’ ninguém pode ser punido por aquilo que pensa.
B) Quantitativo: Exclue a criminalização de lesões irrelevantes bens jurídicos, expressão positiva do principio da Insignificância ( bagatela própria) usa-se 
Bagatela Impropria: o estado renuncia o direito de punir, mas uma lesão significante, como quando uma mãe mata o filho acidentalmente
4: Fragmentariedade: Trata-se de uma característica do direito penal, estabelecendo que as normas penais somente se devem ocupar de punir uma pequena parcela , um pequeno fragmentos dos atos ilícitos. Aquelas condutas que violem de forma mais grave os bens mais importantes.
Teoria da norma: É Possivel diferenciar lei penal da norma penal, a lei é o enunciado legislativo e a pena a ela cominada ex: ‘’ Matar alguém. Pena – Reclusão de 6 a 20 anos
A norma refere-se ao comando normativo ex: no caso do homicídio simples ‘’não mataras’’
IMPERATIVIDADE: IMPÕE SE A TODOS INDEPENDENTE DE CONCORDANCIA
Exclusividade: somente a ela cabe a tarefa de definir infrações penais
Generalidade:incide sobre todos, generalizadamente
Impessoalidade: projeta-se a fatos futuros, sem indicar a punição a pessoas determinadas
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS
Incriminadoras: definem o crime e impõem sanções 
Preceito primário: narração de um crime Preceito secundário: Imposição da sanção
Não incriminadoras: possuem as finalidades de tornarem licitas determinadas condutas
 A) Permissivas: justificantes ( afasta a ilicitude exemplos cod penal 23, 24, 25) exculpantes(elimina a culpabilidade cp; art 26, 28§1)
 B) Explicativas: Esclarecer determinados conceitos ex> art 327 cp
 C) Complementares: Fornecem princípios gerais> art 59 cp
 Norma Penal em Branco: são normas que dependem de complemento.
Homogeneas: seu complemento vem da mesma fonte legislativa
Heterogeneas:seu complemento é diferente daquelas que a editou por exemplo:portarias, regulamentos.
Anomia: Ausência de norma ou inefetividade da norma
Antinomia: Conflito de normas
Conflitos real de norma: a solução usada é hierarquia, cronológica, especialidade
 Conflito Aparente de Normas: quando há determinado fato duas ou mais normas poderão aparentemente sobre ele incidir. O conflito aparente será resolvido.
A) Especialidade: Duvida entre um tipo geral e especial, ambos descrevem a mesma maneira de agir, ou seja, o mesmo fato o aspecto especializante pode agravar ou atenuar a responsabilidade penal
B) Subsidiariedade: Duvida entre o tipo menos grave e mais grave (o primeiro está contido nesse ultimo, consegue-se le um crime em outro, a violação do mesmo bem jurídico.
C) Consunção (absorção): Princípio segundo o qual o fato mais amplo e mais grave absorve outros menos amplos e graves, que funcionam como fase normal de preparação ou execução ou mero exaurimento.Na consunção, há uma seqüência de situações diferentes no tempo e no espaço, sem recorrer às normas, comparam-se os fatos, verificando-se que o mais grave absorve os demais. Progressão criminosa: ia praticar um crime muda de ideia e pratica outro mais grave
- Crime progressivo: ocorre quando o agente, objetivando, desde o inicio, produzir o resultado mais grave, pratica, por meio de atos sucessivos, crescentes violações ao bem jurídico. O último ato, causador do resultado pretendido, absorve todos os anteriores 
	D) Alternatividade: Princípio aplicado quando a norma descreve várias formas de realização da figura típica, onde a ação de uma ou de todas configura crime. São os chamados tipos alternativos, que descrevem crimes de ação múltipla. Princípio aplicado quando a norma descreve várias formas de realização da figura típica, onde a ação de uma ou de todas configura crime. São os chamados tipos alternativos, que descrevem crimes de ação múltipla. Art 122 cp, crime de ação múltipla possui mais de um verbo.
Interpretação: Quando se desvenda o sentido de um determinado dispositivo legal que pode ser:
Quanto ao sujeito| 1- autentica ou legislativa: dada pela própria lei | 2- Doutrinária ou cientifica: realizada pelos estudiosos |3 – Jurisprudencial: fruto de decisões reinteradas dos tribunais | 4: Histórica: Procura-se a origem da lei | 5- Evolutista:de acordo com a ciência.
Quanto ao modo | 1- Gramatical: Procura determinar o sentido da norma a partir da significação das palavras e da relação entre elas | 2- Sistemática:toma em conta os dispositivos em conjunto com os demais | 3- Logica: Busca traduzir o pensamento contido na lei, tudo de acordo com os ensinamentos da lógica.
Quanto ao Sujeito| 1- declarativa: Quando a conclusão é de que a letra da lei corresponde exatamente ao pensamento do legislador | 2- Extensiva: Extensiva. Quando se conclui que a lei diz menos do que queria dizer o legislador. | 3- Restritiva. Quando se entende que a lei diz mais do que queria dizer o legislador.
INTEGRAÇÃO :Consiste em procurar uma proposição jurídica que possa suprir uma lacuna da lei ou uma vontade insuficientemente manifestada.
Analogia. Consiste na aplicação a uma hipótese não prevista em lei, de disposição estabelecida para casos semelhantes. Tem a função de suprir as lacunas de um texto específico
Costumes. Dizem os autores que é uma regra jurídica não escrita que provém dos usos populares e que é aceita como necessária pelo próprio povo
Equidade. É a mitigação do rigor da lei, adaptando-a às características pessoais ou materiais do caso concreto. Existem casos em que a aplicação da lei pode acarretar um choque com o nosso sentimento dejustiça
Princípios Gerais do Direito:Eles estabelecem as proposições fundamentais do ordenamento jurídico, compondo o “espírito do sistema”  e devem inspirar todo o sistema do direito
Lei penal no tempo: Sucessão de leis, a lei penal só retroage e ultraje para beneficiar o réu.
Eficacia: aptidão para produção de efeitos jurídicos.
Retroatividade das leis: Quando a lei retroage para alcançar fatos que ocorrerão antes de sua vigência.
Ultratividade: Quando a lei revogada atua fatos ocorridos na sua vigência
Irretroatividade: A lei não vai retroagir caso seja mais severa que sua anterior.
Ultratividade + Retroatividade = Extra-atividade das leis.
Sequência de Leis:
Abolitio criminis:quando o crime é abolido e a lei nova retroage seus efeitos: retroatividade
Novatio legis in Mellius:Quando a lei nova é mais branda que a lei anterior: retroatividade
Novatio Legis incriminador:Quando uma ação passa a ser crime, por uma lei nova: ultratividade
Novatio legis in pejus: a lei mais nova é mais severa que lei anterior: Ultratividade
Lei intermediária: ocorre quando a lei tem vigência posterior ao fato e antes da decisão tenha sido revogada, se ela for mais benéfica ao reu que a lei anterior e a lei posterior ela vai retroagir e ultragir se chama de dupla extratividade.
Lei excepcional:são aquelas cuja sua vigência fica condicionada a existência de um determinado momento excepcional com situação de crise social, econômica, guerra civil, calamidades. Sempre ultrativa
Leis Temporárias: aquela elaborada para com o escopo para vigorar por certo período de tempo. Sempre ultrativas
 Tempo do Crime: 
Atividade: considera o tempo do crime o da ação ou omissão 
 Resultado: considera que o tempo do crime será o da ocorrência do resultado
Ubiquidade: considera o tempo da ação e o do resultado
Lei Penal no Espaço: 
Territorialidade: Teoria temperada: A lei penal brasileira aplica-se, em regra, ao crime praticado em seu território, porém a lei estrangeira será aplicada em crimes praticados em parte ou total em nosso território, quando assim exigirem tratados e convenções internacionais (Intraterritorialidade/de fora para dentro).
Lugar do Crime:
ubiquidade é adotada pelo Código Penal brasileiro, de acordo com o art. 6º: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.”
Extensão do território brasileiro pra fins penais ( Codigo penal art°5 §1)
Confirmação da Lei penal brasileira ( Codigo penal art 5 §2
Extraterritorialidade: é a aplicabiliadade da lei penal brasileira ao crime cometidos fora do território brasileiro.
Teoria do Delito: é a parte da ciência penal que se ocupa em explicar o que é delito em geral, possui objetivos muito específicos, que consiste em estabelecer elementos teóricos de identificação de uma conduta como criminosa.
Contravenção penal: prisão simples ou multa
Conceitos de crime
Formal – É todo ilícito sancionado com uma pena.
Material- é toda conduta que lesiona ou coloca em perigo um bem jurídico relevante, prevista em lei e sancionada com uma pena
Analítico – analisa as características ou elementos que compõem a infração penal; analise metodologia que procede a um desdobramento de seus elementos até sua exaustão. É todo fato típico, ilícito e culpável.
Não há crime sem vontade objetiva, sem voluntaria conduta. Não há crime sem resultado.
Fato típico –
Conduta: Movimento humano, voluntário, consciente (dolo/culpa) dirigido a uma finalidade;
Norma penal proibitiva: ela é violada por intermédio de ação ou omissão impropria.(ex:art: 121 matar alguém.)
Norma penal Mandamental: é violada por intermédio de omissão própria .(ex: omissão de socorro art 135 )
Ação
1 – Causal: conduta humana voluntaria que produz uma modificação no mundo exterior (resultado naturalístico)
2 – Final: é o exercício de uma atividade final; movimento do corpo dirigido a uma finalidade.
3 – Social: conduta socialmente relevante dominada ou dominável pela vontade humana que repercute em terceiros no meio social.
Omissão
1 – Omissão Própria: dever de agir que recai sobre todos, porque deriva da própria norma mandamental. A omissão está prevista diretamente no tipo penal incriminador.
2 – Omissão impropria: o dever vai além consistindo na obrigação de impedir o resultado não recai sobre todos. A omissão impropria não está descrita no tipo penal incriminador, exigindo a aplicação conjunta com o art 13 inciso 2 do cp.
Dolo é a vontade livre e consciente dirigida a realizar ou aceitar realizar a conduta prevista do tipo penal incriminador 
Elementos 
Intelectual ou cognitivo: consciência da presença dos elementos dos tipos penais do caso concreto( necessidade de conhecer)
Voletivo: vontade de obter resultado.
Teorias do DOLO.
1-Vontade: o dolo é a vontade consciente de querer praticar a infração penal
2-Representação: ocorre o dolo toda vez que o agente prevendo o resultado como possível, decide continuar a sua conduta 
3-Consentimento: fala-se em dolo sempre que o agente prevendo como possível decide continuar a sua conduta, assumindo o risco de produzi-lo.
As teorias adotadas pelo código penal são a vontade e o consentimento.
Espécies de DOLO.
1 –Dolo direto ou determinado: ocorre quando o agente prevê determinado resultado, dirigindo sua conduta na busca desse mesmo resultado (objetivo primordial)
Dolo direto de primeiro grau: é o dolo normal, ter consciência e quer o resultado determinado; o agente prevê determinado resultado, dirigindo sua conduta na busca desse mesmo resultado (objetivo primordial)
Dolo direto de segundo grau ou consequências necessárias: é aquele que é necessário realiza outros eventos para intermediar o resultado querido. (ex: para matar uma pessoa ateio fogo na casa dela sabendo que sua família lá esta e além da pessoa que eu desejo matar outras também morrem)
2-Dolo indireto (indeterminado)
Alternativo: o agente prevê diversos resultado dividindo sua conduta na busca de um ou outro, sua vontade não está determinada, ele atira na vitima não importando para ele se ela vai morrer ou apenas se lesionar.
Eventual: o agente prevê diversos resultados, porém dirige sua conduta na busca de apenas 1, assumindo o risco dos demais. O delito se configura como possível. O agente não busca ou quer o resultado, mas conforma-se com ele.
Culpa – Consiste numa conduta voluntária (vontade), que realiza um fato ilícito não querido pelo agente, mas que foi por ele previsto (culpa consciente) ou lhe era previsível (culpa inconsciente) e que podia ser evitado se o agente atuasse com devido cuidado.
Culpa consciente: ocorre quando o agente prevê o resultado, mas espera, sinceramente que não ocorrerá.
Componentes do Tipo Culposo:
1-Inobservância: não observou do dever objetivo de cuidado, por uma conduta descuidada ou perigosa
2-Resultado naturalístico
3-Nexo causal: é o vinculo que existe entre a conduta do agente e o resultado por ele produzido
4-Previsibilidade objetiva do resultado: possibilidade de prever o resultado segundo o que normalmente acontece (ex: jogar estojo de um prédio e cair na cabeça de alguém)
5-Nexo de determinação: para teoria de imputação objetiva é a chamada realização de risco do resultado. Estabelece conexão interna entre o desvalor da conduta e o desvalor do resultado significa estabelecer se o resultado aconteceu porque o agente violou o dever de cuidado. O resultado foi determinado pela violação do cuidado.
Modalidades de culpa
Imprudência: o agente atua com afoiteza, precipitação (ação perigosa)
Negligencia: Ausência de precaução (falta de ação cuidadosa)
Impericia: falta de aptidão técnica para exercício de arte, oficio ou profissão
Espécies de Culpa
Culpa própria: é a culpa consciente e inconsciente o agente não quer e nem assume o riscode produzir o resultado 
Culpa consciente: culpa com previsão o agente prevê o resultado decidindo prosseguir com sua conduta acreditando não ocorrer ou que pode evita-la com as suas habilidades
Culpa inconsciente: culpa sem previsão
Culpa imprópria: é aquela na qual recai o agente que, por erro, fantasia situação de fato, supondo estar acobertado por causa excludente da ilicitude (caso de descriminante putativa) e, em razão disso, provoca intencionalmente o resultado ilícito e evitável.
Relação de causalidade: é o nexo causal entre a conduta e o resultado
Concausas
1. absolutamente independentes: a causa efetiva não se origina da outra;
2. relativamente independentes: a causa efetiva se origina, direta ou indiretamente, da outra.
Preexistente: quando a causa efetiva é anterior à concorrente.
Absolutamente independente – exclue a imputação do agente pelo resultado
Relativamente independentes – não exclue a imputação do agente pelo resultado
Concomitante: quando a causa efetiva ocorre ao mesmo tempo que a concorrente
1-Absolutamente independente – exclue a imputação do agente pelo resultado
2-Relativamente independentes – não exclue a imputação do agente pelo resultado
superveniente: quando a causa efetiva é posterior à concorrente
1-Absolutamente independente – exclue a imputação do agente pelo resultado
2-Relativamente independentes – a) por si só produziu resultado – exclue a imputação
b)por si só não produziu resultado - não exclue a imputação do agente pelo resultado
Resultado: 
Naturalístico: Alteração no mundo dos fatos provocada pelo agente, a qual é visível, física, material.
Jurídico ou normativo: Lesão ou risco de lesão que a conduta produz no bem jurídico, ou seja, todo crime possuirá esse resultado, porém nem sempre estará presente o resultado naturalístico.
 Classificação dos crimes quanto ao resultado
1-Crime Material: o legislador descreve uma conduta e também descreve um resultado naturalístico, e esse resultado naturalístico é indispensável para que o crime possa se consumar.
2-Formal: o legislador narra uma conduta e um resultado naturalístico que é dispensável para a consumação do crime. (ex: cp art 159)
3-Mera conduta: o legislador descreve apenas a conduta, não descrevendo o resultado naturalístico ( só existe resultado normativo ) (ex: art 150 cp crime de mera conduta não admite tentativa.

Continue navegando