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CAP 2 – A PASSAGEM DA IDADE MÉDIA PARA O RENASCIMENTO - Renascimento: nasce o humanismo moderno Passa-se a afirmar uma concepção de subjetividade privada – idéia de liberdade do homem e sua posição no centro do mundo Noção de mundo privado: não existia antes Colocação do homem como medida de todas as coisas e centro do mundo - Atualmente: excessivo individualismo gera problemas de convivência social (imposição de interesses pessoais sobre os coletivos; insensibilidade em relação ao que não nos diz respeito diretamente; solidão; falta de sentido para a vida; desrespeito generalizado às leis Reação a isso: crescimento de movimentos ideológicos dogmáticos e violentos – caracterizados por intolerância ao que é diferente - Termo “indivíduo”: remete ao que é indivisível; menor unidade social é o indivíduo Sentimento de individualidade: se mostra quando nos sentimos infelizes e incompreendidos Sujeito isolado é unidade básica de valor e referência – essa noção de “eu soberano” como referência foi construída gradativamente - Charles Taylor – As fontes do self Análise profunda do sentimento característico da Modernidade: noção de interioridade humana Ponto de partida: Platão * razão: percepção de uma ordem (aquilo que organiza a realidade) absoluta * ser racional é ver a ordem como ela é Santo Agostinho (séc. IV e V): passagem para interioridade (ainda na Idade Média) * pensamento permeado pelas noções de interno e externo – espírito/matéria; eterno/temporal; imutável/mutante * desvalorização do corpo e de tudo que é mundano – valorização da alma (interno); busca por Deus passa a ser feita internamente * Deus – luz interior; não deve ser procurado no que vemos, mas na nossa própria maneira de olhar Concepção de mundo Medieval: mundo organizado em torno de um centro – Deus * Cada coisa existente: relacionada a esta ordem superior * sentido de tudo: cada ser é parte de uma grande engrenagem (criação divina) * Crença na liberdade humana: muito restrita (tudo faz parte de um plano maior) * Não há lugar para privacidade: Deus é onipresente e onisciente MUSICA: CANTO GREGORIANO - Apresenta o espírito medieval: canto em uníssono (todos cantam a mesma coisa juntos) Letra: texto sagrado já conhecido (reafirmação do já sabido; mundo sem novidades) Melodia: não há; apenas sinuosa linha melódica que não se repete * indivíduo não pode estar consciente do que ouve – deve se deixar levar pelo rebanho - hoje: bastante usado para meditação TEXTO ANEXO (pg. 9) Mostra rigidez de mundo hierarquizado por ordem superior Não cabe ao homem questionar, escolher ou mudar lugar que lhe cabe CAP 3 – O HUMANISMO NO RENASCIMENTO - Definição de humanismo (pg. 11) Derivado de humanitas: designa educação do homem, considerado na sua condição propriamente humana Humanidades: passam a constituir a base de uma educação destinada a preparar o homem para exercício da liberdade - Mudança na concepção do lugar do homem no mundo Grande valorização do homem Idéia de que homem tem que buscar formação; se constituir enquanto humano * se homem não nasce predestinado, deve se educar, se formar (necessidade do cuidado de si) - Noção histórica da passagem da Idade Média para o Renascimento: restrita a diminuição do poder da Igreja; crise do sistema feudal; nascimento das cidades e rotas de comércio; expansão marítima - Mudanças nos “modos de vida” das pessoas: implicadas nas transformações históricas e políticas Costumes, vida cotidiana e idéias que pessoas tinham de si mesmas Diminuição do poder da Igreja e abertura dos feudos: acompanhada de crise da concepção de mundo que vigorava * Até então: homens acreditavam ter um ponto de referência externo (Deus) * Renascimento: já não podiam contar com nenhuma certeza * Poder absoluto: não há liberdade, mas é mais fácil; referências claras; o certo e o errado estão definidos, basta escolher * Mundo aberto: liberdade acompanhada de solidão e responsabilidade; homem deve construir suas próprias respostas Deus: está no céu e deixa mundo a cargo dos homens (Deus paira sobre um mundo onde o homem é o centro) Artistas começam assinar suas obras * Idade Média: ser humano não criava; era apenas instrumento da criação divina * Renascimento: passa a ter importância a mão do sujeito que deixa sua marca na obra (Leonardo da Vinci, Michelangelo) - Relação com Deus: Fé em Deus não foi abalada: passa a ser entendido como criador que paira sobre sua obra Deus está antes do mundo (criação) e depois do mundo (juiz) – deixa o mundo funcionar por suas próprias leis Liberdade: maior dom dado ao homem * tem que descobrir o caminho do bem – descobrir o que é certo ou errado * campo da moral – muito estudado nos séculos seguintes - Colocação do homem no centro do mundo: traz idéia de que todas as coisas existem para sua contemplação e uso Relação do homem com o mundo torna-se utilitária: usa o mundo de acordo com suas necessidades - Peculiaridade dessa posição: homem é livre para tornar-se o que quiser Não é propriamente nada Vazio (negatividade do homem) ocupa lugar de centro Não há estabilidade possível – homem deve continuamente tornar-se, constituir-se CAP 4 – O ENCONTRO COM A MULTIPLICIDADE - Multiplicidade: característica do Renascimento Abertura do mundo: trouxe conhecimento de civilizações novas (costumes, língua, hábitos) Acompanha novos valores – cada um deve buscar seu caminho Imagem significativa do período: feira de rua –feira aberta com novidades trazidas de diversas partes do mundo; elementos de festa popular (desordem, gritaria) Homem ocidental: defronta-se com religiões e costumes distintos pelo mundo * 2 atitudes básicas: 1. convencional – reassegura certezas sobre si; considera diferença um erro – deve ser conduzida à “verdade” 2. Auto-crítica – confronto com verdade do outro, coloca em questão a própria verdade; não destrói a própria verdade, mas deixa de considera-la como única; atitude com lugar importante no Renascimento - Estudo de Todorov: “A conquista da América” Analisa questão de confronto com o outro (diferente): maior genocídio e acontecimento fundador da história da América * espanhóis e nativos: incapacidade de estabelecer contato; cada um tomava o outro a partir de suas próprias referências * Espanhóis: realizaram a conquista, subjugando nativos de muitas etnias; vitória devido a maior habilidade em entender o modo de pensar do outro e tirar proveito disso Fator mais importante da dominação do europeu sobre o mundo: ele era capaz de dissimular e mentir * capaz de criar distanciamento entre ação e intenção (de acordo com interesses próprios) Modernidade: fundada nesse auto-distanciamento; no uso puramente funcional da linguagem Europeu – quase incapaz de contato com alteridade; capaz de compreender o ponto de vista do outro para dominá-lo Conclusão paradigmática sobre questão do outro: pg. 19 - Imagem da feira de comércio: impera convívio com inédita diversidade de coisas - Reação das pessoas diante dos relatos dos viajantes e das coisas incríveis que viam: credulidade das pessoas fica abalada; dificuldade em distinguir relatos confiáveis de mentirosos ou fantasiosos PINTURA: BOSCH E ARCIMBOLDO - Bosch – sofre mais os efeitos da fragmentação Seu mundo de valores era medieval (feira lhe parecia caótica) Expressa a fragmentação do século em suas obras – mostrava desagregação dos tempos * pinturas: corpos dilacerados - Arcimboldo – também trabalha fragmentação, mas de forma menos apocalíptica Composição de retratos utilizando fragmentos de coisas – efeito grotesco mas divertido e instigante - Crise no final da Idade Média – resulta em falta de critérios absolutos (gera insegurança) MUSICA – A POLIFONIA - Polifonia: muitas vozes Como se o coro em uníssono do canto gregoriano, tivesse se estilhaçado – cada voz canta uma melodia diferente (gera efeito ruidoso) Através do séc. XVI – aumenta capacidade de compositores harmonizarem essas diferentes vozes TEXTO EM ANEXO - Rebelais – valorizaçãodo riso e de toda e de toda forma de prazer corporal Confronto com tendência nascente: respeitar seriedade, contenção e mente * visão ortodoxa: risco que há no riso * tentativa de conter o riso (prazer): esforço para obter auto-controle.
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