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Economia Textos de aula

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Disciplina: Economia – Prof. Garé – Curso de Direito.
Material complementar ao utilizado em sala de aula. 
A economia como ciência social.
Por definição, Ciência é um corpo de conhecimentos sistematizados (organizados) por meio de uma metodologia, que leva em consideração conhecimento adquirido através do estudo ou da prática relativos a um determinado objeto de estudo.
Igualmente, por definição, Ciências Sociais é um conjunto de disciplinas que tentam de forma objetiva estudar os sistemas e estruturas sociais, os processos políticos e econômicos, as interações de grupos ou indivíduos diferentes, com a finalidade de fundamentar um corpo de conhecimentos passível de verificação.
As ciências sociais também são denominadas de ciências do comportamento ou ciências humanas e compreendem áreas distintas do conhecimento, na medida em que se diferenciam pela sua natureza e os diferentes aspectos da ação do homem com as quais cada uma se envolve.
Nesse contexto, consideram-se igualmente como ciências sociais, a ciência política, a sociologia, a antropologia, a psicologia, o direito e a economia.
A Economia, portanto, também é considerada uma Ciência Social, pois se ocupa do comportamento humano e estuda como as pessoas e as organizações na sociedade se empenham na produção, troca e consumo de bens e serviços.
Os economistas, a exemplo dos outros cientistas em suas respectivas áreas, tentam descobrir como o mundo econômico funciona e, na busca por esse objetivo, consideram dois tipos de afirmação:
O que é.
O que deveria ser.
As afirmativas sobre o que é são denominadas de afirmações positivas, elas tratam a economia como ela é podendo ser testada a afirmação, verificando-a em relação aos fatos e que poderão estar certas ou erradas.
Exemplo: a pergunta “Quais são as medidas que reduzem o desemprego e quais as que evitam a inflação?” é de natureza positiva. A pergunta pode ser respondida objetivamente, por esquemas conceituais da economia. Uma lista de diferentes medidas possíveis, dificilmente será objeto de controvérsias.
As afirmações sobre o que deveria ser são chamadas de afirmações normativas. Elas dependem de valores e não podem ser testadas. A economia normativa considera mudanças na realidade observada, propondo como ela deve ser. Envolve juízo de valor.
Exemplo: na proposição “Devemos dar mais importância ao desemprego do que a inflação.”, a proposição é normativa e passível de controvérsia: afinal a proposição oposta é também admissível. Uma ou outra estarão na dependência de juízos de valor sobre questões direta e indiretamente envolvidas com a proposição original.
Estes entendimentos iniciais sobre a questão serão importantes para o entendimento na compreensão da elaboração da metodologia de desenvolvimento do conhecimento econômico, que virá a seguir.
Uma visão mais abrangente na contextualização da economia como ciência social pode ser observada no texto a seguir:
“ECONOMIA: Um estudo da riqueza e um ramo do estudo do homem.” 
“A economia é um estudo da humanidade nas atividades correntes da vida: examina a ação individual e social em seus aspectos mais estreitamente ligados à obtenção e ao uso das condições materiais do bem-estar. 
Assim, de um lado, é o estudo da riqueza; e, de outro, é mais importante, uma parte do estudo do homem. O caráter do homem tem sido moldado por seu trabalho quotidiano e pelos recursos materiais que emprega, mais do que por outra influência qualquer, à parte a dos ideais religiosos. Os dois grandes fatores da história do mundo têm sido o religioso e o econômico. Aqui e ali o ardor do espírito militar ou artístico predominou por algum tempo; mas as influências religiosas e econômicas nunca foram deslocadas do primeiro plano, mesmo passageiramente, e quase sempre foram mais importantes do que as outras todas juntas. 
Vista dessa forma, a economia é um estudo dos homens tal como vivem, agem e pensam nos assuntos mais comuns da vida. Mas diz respeito, principalmente, aos motivos que afetam, de modo intenso e constante, a condução do homem no campo das transações mercantis e dos negócios. E como as transações e seus benefícios são mensuráveis, a economia conseguiu avançar mais que os outros ramos do estudo do homem. Assim como a balança de precisão do químico torna sua disciplina mais exata que outras ciências físicas, a balança do economista, apesar de mais grosseira e imperfeita, deu à economia uma exatidão maior do que qualquer outro ramo das ciências sociais. Naturalmente, em termos comparativos, a economia não tem a mesma precisão das ciências físicas e exatas, pois ela se relaciona com as forças sutis e sempre mutáveis da natureza humana.
 É essencial notar que o economista não se arroga a possibilidade de medir os motivos e as inclinações humanas. Ele só o faz indiretamente, através de seus efeitos. Avalia as motivações da ação por seus resultados, do mesmo modo como o faz o cidadão comum, diferindo dele somente pelas maiores precauções que toma em esclarecer os limites de seu conhecimento. Alcança suas conclusões provisórias pela observação da conduta humana, sob certas condições, sem tentar penetrar questões de ordem transcendental. Na utilização do conhecimento, considera os incentivos e os fins últimos que levaram à busca de determinadas satisfações. As medidas econômicas dessas satisfações são ponto de partida da economia.
 Passemos, agora, a outro ponto. Quando dizemos que um resultado ou efeito é medido pela ação que o causou, não estamos admitindo que toda a ação humana deliberada seja resultado de um cálculo econômico. As pessoas não ponderam previamente os resultados econômicos de cada uma de suas ações. Nem todas as ações humanas são objetos de cálculo econômico. Mas o lado da vida de que a economia se ocupa especialmente é aquele em que ocorre, com mais frequência, calcular os custos e os benefícios de determinada ação ou de um empreendimento, antes de executá-lo. E em que é possível calcular seus resultados e efeitos. 
Aqui devemos ter presente que os motivos das ações humanas, não residem, necessariamente, apenas em benefícios materiais, economicamente mensuráveis. Envolvidos pelas forças da concorrência, muitos homens de negócios são muitas vezes estimulados mais pela expectativa de vencer seus rivais do que propriamente por acrescentar mais sua própria riqueza. Por outro lado, o desejo de obter a aprovação ou de evitar a censura de seus pares, no meio social em que vivem, podem também levar comumente a ações e decisões de significativos efeitos econômicos. 
Podemos melhor ilustrar essas ideias enumerando algumas das principais questões estudadas pela economia. 
Quais as causas que afetam o consumo e a produção, a distribuição e a troca de riquezas; organização da indústria e do comércio; o comércio exterior; as relações entre empregados e empregadores. Como estas questões são influenciadas umas pelas outras. 
Qual o alcance e a influência da liberdade econômica. Qual sua importância, efeitos imediatos e mais remotos. Até que ponto os inconveniente da liberdade econômica, para os que dela não se beneficiam, justificam modificações em instituições como a propriedade e a livre empresa. Em que medida poderíamos fazer essas modificações sem enfraquecer a energia dos que promovem o progresso. 
Como deve ser distribuída a incidência de impostos entre as diferentes classes da sociedade. Quais os empreendimentos de que a sociedade, por ela mesma, deve encarregar-se e quais os que se farão por intermédio do governo. Em que medida o governo deve regulamentar a forma como os homens de empresa dirigem seus negócios. 
Sob que aspectos diferem os deveres de uma nação em relação à outra, em matéria econômica, dos que tem entre si os cidadãos de uma mesma nação. 
Assim considerada, a economia é o estudo das condições materiais da vida em sociedade e dos motivos que levam os homens a ações que têm consequências econômicas. São seus objetos os estudos da pobreza, enquanto estudo das causas da degradação de uma grande parte da humanidade;das condições, motivações e razões da riqueza; das ações individuais e sociais ligadas à obtenção do bem-estar.”
Fonte: MARSHALL, Alfred. Principles of economics. 8. ed. Londres: Macmillan, 1965. IN: Introdução à Economia, ROSSETTI, J.P., pag. 45. Ed. Atlas, 2009.
Fundamentos da economia: das necessidades ilimitadas e a escassez dos recursos – conceitos de economia.
A necessidade não deve ser confundida com desejo. O desejo pode ser expresso pela simples vontade de querer ter algo e a necessidade esta ligada à condição de ser preciso ter algo para a satisfação de uma situação.
A necessidade apresenta uma dinâmica básica que está relacionada a uma hierarquia, à multiplicidade e à progressividade.
A hierarquia nos direciona para a satisfação das situações mais básicas relativas à nossa sobrevivência e que são denominadas de necessidades primárias: alimentação, vestuário e habitação. Há uma classificação que considera uma situação mais urbana ou cosmopolita, que inclui nessa categoria as questões de satisfação relacionadas à saúde, segurança e transporte. No mais, o que temos são necessidades denominadas de secundárias e que serão satisfeitas em função da renda, gosto e preferência de cada pessoa.
A multiplicidade considera que temos várias necessidades a serem satisfeitas ao mesmo tempo, sejam elas primárias ou secundárias.
A progressividade considera que, satisfeita uma necessidade, surge outra de caráter quase imediato. 
Esta dinâmica que se apresenta determina uma situação permanente de transformar nossas necessidades em caráter ilimitado, ou seja, sempre iremos querer mais e mais, não importa o que seja. Nesse contexto as necessidades serão sempre infinitas.
Por outro lado, para a satisfação das necessidades, é necessária a produção de bens e serviços, que utilizam recursos que são escassos.
A escassez deve ser entendida como a situação em que o recurso disponível não existe em quantidade suficiente para atender a satisfação da necessidade. É um conceito relativo, pois pode faltar pouco ou muito, ou seja, pode ser relativamente pouco escasso ou relativamente muito escasso. A escassez absoluta implica na situação da falta total do recurso. A escassez, portanto, está relacionada a uma situação de finitude do recurso.
A escassez não deve ser confundida com pobreza: até os ricos desejam mais!
Lembre-se, a existência de uma quantidade pequena de um bem não o torna escasso. Para que ele seja considerado escasso, necessário se faz que a quantidade de pessoas que desejam este bem seja em quantidade maior do que a disponibilização da quantidade desse bem, ou seja, quantidade insuficiente para atender a necessidade.
Fatores de produção e geração do produto. Conceituação e classificação dos bens.
Para a satisfação das nossas necessidades é fundamental que haja uma atividade econômica, também denominada de ato econômico, que consiste em empregar (utilizar) tudo o que é necessário para obtermos (produzir) um bem ou serviço.
Dessa forma, tudo o que utilizamos para a produção, os economistas denominam de recursos de produção ou fatores de produção ou insumos de produção.
Portanto, recursos de produção são produtos ou serviços usados para a produção de bens e serviços.
Os fatores de produção podem ser classificados em algumas categorias amplas:
Terras: são os recursos naturais renováveis ou não, encontrados no solo ou subsolo a exemplo dos recursos minerais, flora, fauna e águas (oceanos, mares, rios e lagos).
Consistem também no terreno (terra) usado para o desenvolvimento da agricultura, a construção de casas, edifícios, fábricas e estradas.
Trabalho: é o tempo e os esforços físicos e mentais que as pessoas dedicam à produção e dá-se pela utilização da mão-de-obra ou também denominado de capital humano, que é constituído de uma parcela da população total, a economicamente mobilizável, também denominada de população economicamente ativa.
O capital humano do qual a qualidade do trabalho depende está condicionada pelo conhecimento e as qualificações que as pessoas acumulam por meio da educação, treinamento no trabalho, experiência profissional e habilidades.
Capital: designa as ferramentas, instrumentos, instalações, maquinários, computadores, veículos, prédios e outras instalações necessários para a fabricação de produtos ou a produção de serviços.
Na linguagem popular do cotidiano é comum associar o dinheiro, ações e títulos como capitais. Entretanto, eles não são utilizados diretamente na produção dos bens e serviços e, é por este motivo que os economistas designam o recurso monetário como capital financeiro e que permite pela sua utilização a aquisição dos outros capitais.
Tecnologia: a capacidade tecnológica é constituída pelo conjunto de conhecimentos e habilidades que se caracteriza pelo saber fazer e como fazer (expressão inglesa know-how) e dessa forma permeia e se constitui num elo entre os demais recursos de produção.
A tecnologia é agrupada em três grandes categorias:
- Capacidade para pesquisa e desenvolvimento – P&D. Envolve: armazenar, processar, interpretar, integrar e fundir os conhecimentos técnico-científicos.
- Desenvolver e implantar novos projetos de novos processos ou produtos, e dessa forma estar ligado à invenção e à inovação.
- Capacidade operativa do sistema de produção.
Capacidade empresarial: o recurso humano que organiza a terra, o trabalho e o capital. São os empreendedores que têm as ideias sobre o que e como produzir e assumem os riscos das decisões tomadas.
Da utilização dos recursos à geração dos produtos
RECURSOS DE PRODUÇÃO GERAÇÃO DE PRODUTOS
TERRA
TRABALHO 
 PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO 
CAPITAL
TECNOLOGIA
CAPACIDADE BENS SERVIÇOS
EMPRESARIAL (Tangíveis) ( Intangíveis)
As mobilizações dos recursos de produção resultam, por meio do processo de produção (transformação), na geração de um resultado denominado de produto.
O produto pode ser um bem com característica de tangibilidade (carro, caneta, camisa) ou serviço com característica de intangibilidade (consulta médica, aula).
Os serviços são gerados por aquelas atividades que, sem criar objetos materiais, se destinam direta ou indiretamente a satisfazer necessidades humanas.
Conceituação e classificação dos bens.
Bem, genericamente, é algo que satisfaz uma necessidade.
Existem bens denominados livres que, embora satisfaçam necessidades por existirem em abundância, não requererem trabalho para serem obtidos e, portanto, não serem passíveis de avaliação monetária (preço), são tidos como bens não econômicos onde temos como exemplo: o ar que respiramos, a água do mar e a luz do sol.
Os demais bens que são escassos ou relativamente escassos, que requerem trabalho para serem obtidos e são passíveis de avaliação monetária (preço), são denominados de bens econômicos. É o objeto de estudo da economia.
Os bens podem ser classificados segundo sua natureza e função.
Os bens de capital: não atendem diretamente às necessidades. São utilizados na fabricação de outros bens e não se desgastam totalmente no processo produtivo. Exemplos: máquinas, equipamentos e instalações.
Os bens de consumo: destinam-se à satisfação direta da necessidade e de acordo com a sua durabilidade podem ser classificados em: duráveis – carro, fogão, geladeira e, não duráveis – alimentos e produtos de limpeza.
Os intermediários: devem sofrer novas transformações antes de se converterem em bens de consumo ou de capital. São consumidos totalmente no processo produtivo – Exemplo: matéria prima.
Os bens finais: já sofreram as transformações necessárias para seu uso ou consumo. Os bens de capitais, por não se desgastarem totalmente no processo de produção, o que significa não serem “consumidos”, são tidos como bens finais.
Os bens privados: são os produzidos e possuídos privadamente (pessoas, famílias e empresas privadas.
Os bens públicos ou coletivossão aqueles cujo consumo (utilização) é feito simultaneamente por vários sujeitos, por exemplo, um parque público. O bem público também é caracterizado por ser de propriedade do Estado.
A elaboração da ciência – métodos indutivo e dedutivo.
Diz a lenda que, Isaac Newton, cientista do século XVII, ao ver uma maçã cair da árvore, da observação, elaborou a teoria da gravidade que se aplicou não somente à maçã que cai no chão, mas também, para qualquer outro objeto. Testes realizados posteriormente demonstraram que a teoria funciona muito bem em várias situações embora, Einstein, tenha dito que não em todas. Dado o sucesso da teoria de Newton para explicar observações, a teoria é usada mundialmente até hoje.
Segundo Mankiw (2009), essa interação entre teoria e observação também ocorre no campo da economia. Diz, ainda: “Embora os economistas usem a teoria e a observação da mesma maneira que os outros cientistas, eles enfrentam um obstáculo que torna sua tarefa especialmente difícil: experimentos em economia frequentemente são difíceis e algumas vezes impossíveis. Os físicos que estudam a gravidade podem deixar cair quantos objetos quiserem em seus laboratórios para gerar dados para testar suas teorias. Em comparação, os economistas que estudam a inflação não podem manipular a política monetária de um país simplesmente para gerar dados úteis. Os economistas, assim como os astrônomos e biólogos que estudam a evolução, em geral têm de se satisfazer com quaisquer dados que o mundo possa dar a eles.” (p. 22).
Dessa forma, os economistas precisaram encontrar um método substituto aos experimentos em laboratórios e passaram a considerar tudo o que ocorre na realidade que os cercam como um grande laboratório.
Com essas dificuldades apresentadas criou-se um método de investigação científica que, para melhor entendimento, devemos conhecer alguns conceitos básicos que serão utilizados na sua elaboração, quais sejam:
Métodos científicos: caracterizam-se pelo raciocínio lógico.
No caso das ciências econômicas, para se ter afirmações positivas com o que se observa e compreender o mundo econômico, utiliza-se da seguinte estrutura:
Observação e mensuração.
Construção de modelos.
Teste dos modelos.
- Observação sistemática da realidade: definir o campo de investigação do que se pretende observar; classificar e descrever as categorias dessa realidade observada e por meio do reconhecimento do mundo real, selecionar dados e relações comportamentais que sirvam para a compreensão do observado e sua interpretação.
- Elaboração de modelos: reprodução e identificação de causas e efeitos que interpretem os mais diversos eventos observados.
A elaboração dá-se por duas diferentes abordagens: indutiva e dedutiva, que constituirão dois métodos denominados de método indutivo e método dedutivo.
A elaboração de modelos utilizará alguns termos, que é sempre bom relembrar o significado, a começar por: 
- Modelo: representação das principais características dos componentes de uma teoria. 
Um modelo ou teoria faz suposições a partir das quais se pode deduzir o comportamento das pessoas. O modelo é uma simplificação deliberada da realidade.
Um modelo é mais simples do que a realidade que ele descreve.
Um modelo econômico inclui características descritivas de aspectos necessários para a compreensão da questão.
Para melhor compreensão, podemos dizer que um modelo assemelha-se a um mapa de uma cidade ou a um mapa meteorológico. O mapa da cidade omitirá os semáforos, as faixas de pedestres e as placas de sinalizações, mas você conseguirá se localizar e encontrar o seu destino e igualmente, o meteorológico lhe dará as condições da temperatura, direção e velocidade dos ventos e a precipitação pluviométrica da região analisada e/ou observada sem, no entanto, lhe fornecer os detalhes da estrada ou das ruas que estão contidas na região. Ou seja, a omissão dos detalhes não inviabiliza a análise e compreensão do todo.
- Dados: evidências sobre o comportamento econômico.
- Argumentos: referem-se às condições nas quais a teoria se sustenta.
- Hipóteses: suposições relativas à maneira como as coisas da realidade se comportam.
Método Indutivo: parte dos fatos específicos para a conclusão geral.
O método indutivo presta-se, mais propriamente, à investigação de aspectos da realidade econômica passíveis de mensurações mais precisas. Exemplos: as relações funcionais de dependência entre, por exemplo, a renda e o consumo – maior/menor renda maior/menor consumo pode ser verificado por séries de dados sistematicamente levantados; aumento de tributos redução da renda disponível retração da demanda por consequência, redução da inflação.
Método dedutivo: parte das conclusões gerais para explicar o particular.
O método dedutivo, por sua vez, é adotado para teorizar situações sujeitas a tal número de influências entrelaçadas, que se torna difícil separar os elementos relevantes para observações, ordenamentos e interpretações derivadas de processos estatísticos. Os princípios que procuram explicar o comportamento racional dos indivíduos na escolha de padrões de consumo que maximizem sua satisfação são, geralmente, derivações do método dedutivo.
O emprego de um ou de outro método de investigação, para a construção sistematizada da economia, depende da natureza dos fatos econômicos com que se está lidando. Entretanto, eles não podem ser aplicados separadamente para o estudo dos fatos econômicos e sim, ponderados conjuntamente, pois não se podem aceitar todas as deduções que são premissas consideradas como verdadeiras, nem crer em demasia nas experimentações.
A compreensão clara dos problemas sociais e interpretações válidas dos dados, ocorrem mediante a contínua referência cruzada entre hipóteses e fatos.
 - Teste dos modelos: da junção dos métodos indutivo e dedutivo parte-se para a construção de princípios, teorias, leis e modelos explicativos.
A validação dá-se pela implantação da teoria ou modelo. Se a teoria explica satisfatoriamente a realidade e passa no teste, dá-se continuidade à mesma. Se não explica satisfatoriamente a realidade, ela poderá ser reformulada em função de novos fatos ou abandonada dando lugar à outra.
A inter-relação da economia com outras áreas do conhecimento.
A exemplo de qualquer outra ciência, a economia tem seu campo próprio de estudo com seu núcleo e seu objeto bem definidos.
Entretanto, não apresenta um aspecto de isolacionismo e sim, um aspecto multidisciplinar devido à multiplicidade dos problemas econômicos e à diversidade de suas causas e efeitos.
Não se podem separar os problemas essencialmente econômicos dos extras econômicos, pois todos são importantes para o exame de qualquer sistema social, até porque, ao estudar uma mesma realidade, a intercorrência com outras ciências nos aproxima cada vez mais das fronteiras de outras disciplinas.
Cada uma das partes do conhecimento humano, social ou experimental, representa uma fração de um todo onde se inter-relacionam e interdependem. 
A compreensão da realidade requer um amplo conhecimento da vida humana e devemos nos lembrar de que, além da organização de atividades de produção e distribuição de bens, o sistema econômico também funciona como uma cadeia que se liga a valores extra econômicos abrangendo aspectos que dizem respeito à postura ético-religiosa, às formas de organização política, aos modos de relacionamento social, à estruturação de ordem jurídica, aos padrões das conquistas tecnológicas, às limitações decorrentes das condições impostas pelo meio ambiente e à formação cultural da sociedade.
Economia, Moral, Justiça e Filosofia.
No período da Idade Média, antes da Revolução Industrial do século XVIII, a atividade econômica era tida com parte integrante da Filosofia, Moral e Ética onde predominava a orientação por princípios morais e de justiça. Não havia uma sistematização das leis econômicas e predominavam princípios como a lei da usura e o conceito de preço justo com grande interferência da Igreja.
Atualmenteas encíclicas papais ainda refletem a aplicação da filosofia moral e cristã às relações econômicas entre homens e nações. 
A importância da compreensão desta inter-relação é crescente em função dos custos da corrupção, dos problemas contratuais, da justiça social e das relações entre o poder judiciário e o desempenho econômico.
Economia, Física e Biologia.
Nos séculos XVIII e XIX o estudo sistemático da economia coincidiu com os avanços da técnica e das ciências físicas e biológicas.
A fase de construção inicial da economia teve ligações com as chamadas concepções organicistas (biológicas), segundo a qual a Economia se comportaria como um órgão vivo e daí se utilizarem termos como órgãos, funções e circulação na teoria econômica e concepções mecanicistas (físicas), segundo a qual as leis da Economia se comportariam como determinadas leis da física, dando origem a termos como: equilíbrio, fluxos, estoque, estática, dinâmica, aceleração, velocidade e forças, entre outros.
Após esse período predominou a concepção humanística, que está relacionada à aspectos psicológicos da atividade humana, até porque a Economia relaciona-se com os atos econômicos, constituindo uma ciência social por excelência.
Economia e Política.
A interdependência entre Economia e Política é secular e remonta aos tempos da Grécia e Roma antiga, quando a Economia, a Ética e a Ciência Política compreendiam um ramo coeso e único dentro do qual se desenvolviam estudos sobre o comércio, a agricultura, os tributos, a escravatura e a organização sócio-política, a moeda e o valor dos juros e dos salários.
Compete à Política o estudo da organização do Estado e das relações entre as classes dirigentes e as dirigidas, a fixação de importantes atribuições sobre as quais se desenvolverão as atividades econômicas e nesse sentido, a atividade econômica subordina-se à estrutura e ao regime político do País, a exemplo das diferenças observadas entre um regime ditatorial e um regime democrático.
No entanto, muitas vezes a estrutura política se subordina ao poder econômico, a exemplo do poder econômico dos latifundiários, dos grupos proprietários de grandes empresas – oligopólios e monopólios, das grandes empresas estatais, do sistema financeiro e dos sindicatos.
A interdependência é tão significativa, que se torna difícil estabelecer uma relação de causa e efeito entre elas.
Economia e História.
A pesquisa histórica nos possibilita a necessária localização no tempo e no espaço das atividades humanas. A História permite descobrir o passado, melhor compreender o presente e predizer o futuro.
Fatos históricos, tais como as guerras, as grandes crises econômicas e as revoluções, alteraram o comportamento e a evolução da economia.
Outros importantes períodos históricos também estão associados aos fatos econômicos, a exemplo de: o ciclo da cana de açúcar na história do Brasil, a Revolução Industrial e a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929.
Economia e Geografia.
A Geografia não se presta apenas aos registros de acidentes geomorfológicos e de ocorrências climáticas.
A análise das condições geoeconômicas dos mercados regionais, a localização espacial dos fatores produtivos, a distribuição populacional no espaço geográfico, a descrição e a avaliação dos métodos regionais de produção e a composição setorial da atividade econômica são de fundamental importância para o entendimento da economia.
Economia em Sociologia.
A interdependência dá-se pela importância do entendimento dos estudos proporcionados pela sociologia nos campos da interação social, o comportamento dos grupos, a mobilidade, a estratificação, as mudanças sociais, a investigação das condições de vida das comunidades e o exame dos diferentes níveis da organização e cultura da sociedade.
Economia e Direito.
A ação econômica envolve os indivíduos, as empresas e o governo. Esses sujeitos definem diferentes esferas de interesses que se encontram em permanente conflito entre uma parte em relação às outras duas.
As leis jurídicas ajustam a liberdade de organização e de concorrência entre as empresas, a liberdade de opção da atividade econômica e das atividades econômicas dos indivíduos, de tal forma, que se conciliem os interesses, definindo seus direitos e as responsabilidades de cada um.
Economia e os Métodos Quantitativos (Matemática e Estatística).
Nesse caso, a economia que está no campo das ciências sociais, passa a ter uma estreita ligação com o campo das ciências exatas.
A contribuição dá-se no entendimento das relações quantitativas nos processos produtivos dos bens e serviços. Igualmente é necessário a quantificação da atividade econômica e o estabelecimento das relações entre variáveis econômicas por meio de modelos analíticos.
Os economistas recorrem às observações da realidade, quantificando-as, tanto quanto possível, para comprovar as teorias econômicas elaboradas.
Considere que as relações entre variáveis econômicas não são exatas, como o são na matemática e na física, com possibilidades de experimentos em laboratórios, mas sim probabilísticas. Os economistas procuram deduzir dos dados levantados as correlações existentes entre as variáveis econômicas relevantes, recorrendo, assim, à Estatística para o desenvolvimento de novos princípios e permitindo às empresas auxilio em seu planejamento estratégico e elaboração de política econômica de governo.
A área da Economia que está voltada para a quantificação das relações entre variáveis e quantificação de modelos é a Econometria, que combina Teoria Econômica, Matemática e Estatística. 
Sistemas econômicos.
Primeiro vamos entender os conceitos relativos ao nosso objeto de estudo.
Sistema, de uma maneira geral, pode ser entendido como: Conjunto de elementos (partes) que interacionam (inter-relacionadas, interligadas) que interagem entre si.
Em sendo o assunto relacionado a “econômicos” - os sistemas econômicos – portanto, são partes interagentes e interdependentes de um todo que denominamos de “Economia”.
Vejamos alguns conceitos dados por alguns autores a respeito de “Sistema Econômico”:
“É a forma como a sociedade está organizada para desenvolver as atividades econômicas de produção, circulação, distribuição e consumo de bens e serviços”. (Passos e Nogami, 1998)
“É o conjunto de relações técnicas, básicas e institucionais que caracterizam a organização econômica de uma sociedade. Essas relações condicionam o sentido geral das decisões fundamentais que se tomam em toda a sociedade e os ramos predominantes de sua atividade”. (Mochon e Troster, 1994).
“É a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade. É um particular sistema de organização, distribuição e consumo de todos os bens e serviços que as pessoas utilizam buscando uma melhoria no padrão de vida e bem-estar”. (Vasconcellos e Garcia, 2014).
“Arranjos historicamente constituídos, a partir dos quais os agentes econômicos são levados a empregar recursos e a interagir via produção, distribuição e uso dos produtos gerados, dentro de mecanismos institucionais de controle e de disciplina, que envolvem desde o emprego dos fatores produtivos até as formas de atuação, as funções e os limites de cada um dos agentes”. (Bornstein, In: Introdução à Economia – Rossetti, 2009).
Dado os conceitos, identificamos três conjuntos de elementos: recursos, agentes e instituições – que se inter-relacionam e interdependem. 
Portanto, os principais elementos constitutivos dos sistemas econômicos são:
Um estoque de fatores de produção.
Um quadro de agentes econômicos, também denominados de complexo de unidades de produção.
Um complexo ou também denominado de conjunto de instituições.
Para melhor compreensão vamos sistematizar os elementos do sistema econômico como um todo.
ESTOQUE DE FATORES DE PRODUÇÃO
Reservas naturais.
Recursos humanos.
Capital.
Capacidade tecnológica.
Capacidade empresarial.
COMPLEXO DE UNIDADES DE PRODUÇÃO OU AGENTES ECONÔMICOS
Unidades familiares.
Empresas.
Governo.
CONJUNTODE INSTITUIÇÕES
Políticas.
Jurídicas.
Econômicas.
Sociais.
Os sistemas econômicos podem ser classificados em dois grandes grupos:
Sistema capitalista ou de economia de mercado: o funcionamento da economia é regido pelas forças de mercado, ou seja, oferta e procura e por meio dos mecanismos de preço.
Sistema socialista ou de economia centralizada ou planificada: as questões econômicas são resolvidas por um órgão central de planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de produção (meios de produção).
Esse sistema predominou em algumas economias até o início dos anos 1990 tendo como expoente a antiga União Soviética. Atualmente poucas economias compartilham desse sistema, com destaque para China e Cuba.
Os problemas econômicos fundamentais.
Uma grande questão no âmbito da economia e que todo sistema econômico deve tratar, diz respeito de como as escolhas acabam determinando o que e quanto, como e para quem produzir bens e serviços.
Nas bases de qualquer comunidade encontram-se sempre essa tríade de problemas econômicos, tendo em vista que as necessidades humanas são ilimitadas e os recursos produtivos são limitados.
O que e quanto produzir: dado à escassez dos recursos de produção, a sociedade terá de escolher, dentro do leque de possibilidades de produção, quais produtos serão produzidos e as respectivas quantidades a serem produzidas.
Isso significa quais produtos deverão ser produzidos: soja, milho, DVD, cigarros, carros, vestuários, entre outros.
O que produzir muda com o tempo. A eventual redução nas atividades agropecuárias e industrial reflete-se na expansão dos serviços. 
Deve-se escolher entre mais estradas ou mais hospitais ou deve-se produzir mais alimentos ou mais bens de capital?
Como produzir: toda sociedade deve determinar quem vai ser responsável pela produção, que meios e técnicas serão empregados e quais serão os métodos e organização seguidos no processo produtivo.
Isto é, por quem serão os bens e serviços produzidos, com quais recursos e de que maneira ou processo técnico.
A escolha pela sociedade na produção dos bens e serviços levará em conta o nível tecnológico existente. A concorrência entre os diversos produtores acaba decidindo como serão produzidos os bens e serviços, levando-se em consideração que os produtores optarão pelos métodos mais eficientes e o que tiver o menor custo de produção possível.
Para quem produzir: considera quem consumirá os bens e serviços produzidos e como vai se distribuir o total da produção nacional entre os diferentes indivíduos e famílias.
A sociedade terá também de decidir como seus membros participarão da distribuição dos resultados da produção de forma mais ou menos igualitária e certamente será levada em consideração a distribuição da renda, da determinação dos salários, das rendas das terras, dos juros e dos benefícios do capital, e ainda, da repartição inicial da propriedade e da maneira como ela se transmite por herança. 
A maneira pela qual as sociedades resolvem os problemas econômicos fundamentais depende da forma da organização do país, ou seja, do sistema econômico de cada nação, a exemplo do citado anteriormente nas diferenças entre sistema socialista e sistema capitalista.
Economia de mercado e os fluxos reais e monetários.
Para melhor entendimento do sistema econômico, em versão mais simplificada, supõe-se uma economia de mercado onde não há a interferência do governo e também não tenha transações com o exterior, ou seja, o que se denomina de economia fechada.
Distingue-se nesse sistema dois agentes econômicos fundamentais: as unidades produtivas ou empresas e as unidades consumidoras ou proprietários dos fatores de produção (ou famílias).
As famílias são proprietárias dos recursos de produção básicos – a mão de obra, a terra e o capital que são oferecidos (disponibilizados) às empresas para que possam fazer uso dos mesmos e, por um processo de combinação, produzirem bens e serviços que por sua vez, serão disponibilizados às famílias.
Podemos visualizar esse fluxo da seguinte forma:
	
 Oferta de bens e serviços Empresas
Famílias
	Oferta de fatores de produção
Se as famílias efetuam a oferta dos recursos de produção, por sua vez, as empresas exercem a procura por esses fatores.
Se as empresas efetuam a oferta dos bens e serviços, por sua vez, as famílias exercem a procura por esses bens e serviços.
O encontro da oferta com a procura caracteriza a formação de um mercado, caracterizando assim a existência de dois mercados: Mercado de fatores de produção e mercado de bens e serviços.
O fluxo completo pode ser assim visualizado: Mercado de bens e serviços
Demanda Oferta
Empresas
Famílias
Oferta	 Demanda	Mercado de fatores de produção
A esse fluxo dos fatores de produção, bens e serviços denominamos fluxos reais da economia ou simplesmente, fluxo real.
Denomina-se reais por sua concretude física, representada pelo emprego efetivo dos fatores de produção e pela geração dos produtos.
Entretanto, o fluxo real somente poderá ocorrer se existir a moeda que é utilizada para a remuneração dos fatores de produção e para o pagamento dos bens e serviços.
As principais remunerações aos fatores de produção são:
Os salários, que são a remuneração do fator de produção trabalho e ainda, as comissões e os honorários de profissionais liberais;
Os juros e os lucros, que são a remuneração do fator de produção capital;
Os aluguéis, que são a remuneração dos proprietários dos recursos naturais e de bens de capital arrendados a terceiros.
Pagamento ($) dos bens e serviços
Empresas
Famílias
Remuneração($) dos fatores de produção
Pois bem, em contrapartida ao fluxo real existe outro fluxo que engloba as remunerações dos fatores de produção e com essa massa de remunerações recebidas, as unidades familiares são dotadas de poder aquisitivo, que irá propiciar o pagamento dos bens e serviços adquiridos.
Ao fluxo que envolve a moeda utilizada na remuneração dos fatores de produção e ao pagamento dos bens e serviços, se denomina de fluxos monetários da economia ou simplesmente fluxo monetário.
Considere que na atividade econômica os dois fluxos ocorrem concomitantemente e dessa maneira podemos juntar os dois fluxos, real e monetário, que originará um novo fluxo denominado de fluxo circular da renda.
No fluxo circular da renda é possível a visualização dos problemas econômicos fundamentais.
O que e quanto produzir, que envolve uma decisão de escolha é de natureza econômica e quem decide é a sociedade (famílias) e está localizado no mercado de bens e serviços.
Como produzir é um problema de natureza tecnológica na utilização e transformação dos recursos produtivos e está associado às empresas.
Para quem produzir é um problema de natureza social e está associado a quem tiver renda para consumir e dessa forma está associado à geração de renda no mercado de fatores de produção.
A divisão do estudo econômico: fundamentos básicos.
Não raro, nos defrontamos com várias designações a respeito da divisão do estudo econômico, a exemplo dos mais diversos ramos: economia do trabalho; economia urbana, de habitação e transporte; economia rural; economia monetária; economia internacional, entre outras.
Contudo, outra classificação abrange todos esses ramos e que á mais usual quando nos referimos à divisão do estudo da Teoria Econômica: a Microeconomia e a Macroeconomia.
A origem é do grego: micro significa pequeno e macro significa grande.
Segundo Viceconti e Neves (2010), a divisão pode se assim conceituada:
Microeconomia: 
“É o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento do mercado de um determinado produto ou grupo de produtos, ou seja, o comportamento dos compradores e vendedores de tais bens,tais como o mercado de automóveis, de produtos agrícolas, etc”.
Macroeconomia:
“É o ramo da Teoria Econômica que estuda o funcionamento da economia como um todo, procurando identificar e medir as variáveis que determinam o volume da produção total, o nível de emprego e o nível geral de preços do sistema econômico, bem como a inserção do mesmo na economia mundial”.
 - O consumidor e a análise 
 da procura.Teoria Microeconômica
 - A empresa e análise da 
 		oferta.
 - Remuneração dos fatores 
 de produção e repartiçãoTeoria econômica
 da renda.
 - Estrutura concorrencial e
 equilíbrio dos mercados.
 - Contabilidade Social, Teoria Macroeconômica
 Sistema de contas nacio-
 nais e matrizes de rela-
 ções interindustriais.
 - Análise de macro
 variáveis: renda, consumo,
 poupança, investimentos,
 exportações/ importações,
 tributos e gastos públicos.
A Microeconomia é também denominada Teoria de Formação de Preços uma vez que examina a formação de preços em mercados específicos, avaliando como os consumidores e produtores decidem os preços e as quantidades que satisfaçam ambos simultaneamente. 
Pressuposto básico da análise microeconômica: a hipótese “coeteris paribus” (origem do latim e que se pronuncia “ceteris paribus”) – significa “tudo o mais permanece constante”.
O foco da análise de um determinado mercado dá-se em função da oferta e demanda, ou seja, mantendo constantes as demais condições (variáveis) ou com uma mínima interferência.
Como exemplo, vamos considerar a seguinte situação: sabemos que a procura por determinada mercadoria varia em função do seu preço e pela renda dos consumidores. Para analisar o efeito do preço sobre a procura, devemos supor que a renda permanece constante (coeteris paribus); da mesma forma, ao avaliarmos a relação entre a procura e a renda dos consumidores, iremos supor que o preço do produto não varia. Dessa forma teremos o efeito “puro ou líquido” de cada uma dessas variáveis sobre a procura.
Segundo Vasconcellos e Garcia (2014), são as seguintes as aplicações da análise microeconômica:
Para as empresas no subsídio às seguintes decisões:
Política de preços da empresa;
Previsões de demanda e faturamento;
Previsões de custos de produção;
Decisões ótimas de produção (escolha da melhor alternativa de produção);
Avaliação e elaboração de projetos de investimentos (análise custo-benefício da compra de equipamentos);
Política de propaganda e publicidade (como as preferências dos consumidores podem afetar a procura do produto);
Localização da empresa (se a empresa deve situar-se próxima aos centros consumidores ou aos centros fornecedores de insumos);
Diferenciação de mercados (possibilidades de preços diferenciados, em diferentes mercados consumidores do mesmo produto).
Para a política econômica, pode contribuir na análise e tomada das seguintes decisões:
Avaliação de projetos de investimentos públicos;
Efeitos dos impostos sobre mercados específicos;
Política de subsídios (nos preços de produtos como trigo e leite, ou na compra de insumos como máquinas e fertilizantes);
Fixação de preços mínimos na agricultura;
Controle de preços;
Política salarial;
Política de preços e tarifas públicas (água, luz e outros);
Fixação de tarifas alfandegárias;
Leis antitruste (defesa de concorrência).
Ainda, segundo Vasconcellos e Garcia (2014), são os seguintes os objetivos da análise macroeconômica: 
Alto nível de emprego;
Distribuição de renda socialmente justa;
Estabilidade dos preços;
Crescimento econômico;
Equilíbrio no balanço de pagamentos ou equilíbrio externo.
Segundo Securato (2009), outras questões também são objeto de estudos e preocupações da análise macroeconômica tais como:
A medida de produção em uma economia de grande relevância, o PIB – Produto Interno Bruto – definido como uma estatística que visa medir o valor de bens e serviços gerados dentro dos limites geográficos de uma economia, em um determinado período de tempo;
Compreensão dos ciclos de negócios. Por que ocorrem? O que determina sua gravidade? Quais são as forças econômicas que originam uma queda temporária na produção e quais as que restauram o crescimento econômico?
O desemprego ou a taxa de desemprego que mede o número de desempregados e pessoas que estão procurando trabalho;
A taxa da inflação que mede a alteração percentual do nível de preços da economia;
A balança comercial que compara as exportações de um país para o resto do mundo, subtraindo suas importações do exterior e procurando compreender, ainda, as causas e consequências das oscilações na balança comercial, seja na situação de superávit comercial, situação em que as exportações são superiores às importações ou na situação de déficit comercial quando ocorre a situação inversa.
Conceito de: oferta, procura, lei da oferta, lei da procura e preço relativo. 
Procura e demanda são expressões sinônimas e, portanto, tem o mesmo significado. Usar uma ou a outra é indiferente, embora a expressão “procura” observa-se como a mais utilizada. Da mesma forma, quantidade procurada e quantidade demandada também são sinônimas.
A demanda é avaliada pelo lado dos compradores, ou seja, consumidores e a oferta pelo lado dos produtores (disponibilizadores dos bens e serviços).
Entendendo a construção dos conceitos:
Em aula passada mencionamos a dinâmica das necessidades e agora também podemos expressá-las por vontades e desejos, que são ilimitados, por bens e serviços. Entretanto, quantas vezes nos deparamos com a situação de que gostaria de algo “se tivesse como pagar” ou “se não fosse tão caro” A escassez, problema fundamental da economia, e nesse caso o dinheiro, faz com que em muitas situações, talvez a maioria, não possamos satisfazer nossas necessidades.
A procura reflete uma decisão sobre quais necessidades satisfazer.
Se o consumidor demanda alguma coisa, é necessária a existência das seguintes condições:
Deseja essa coisa;
Pode pagar por ela e
Planeja comprá-la.
Para que o consumidor também exercite a demanda, existem algumas condicionantes (variáveis) que, de maneira mais abrangente, influenciam a sua decisão, quais sejam:
O preço do produto: tendo um orçamento (determinado nível de renda) limitado, o consumidor irá optar por distribuir esse seu orçamento (renda) na aquisição de bens e serviços que melhor possam lhe proporcionar melhor nível de satisfação;
A renda do consumidor: embora alguns preços possam ser convidativos, a renda pode inibir (não comprar) ou restringir as quantidades que o consumidor pretende adquirir;
O preço e a disponibilidadede produtos relacionados (substitutos): um bem substituto é aquele que pode ser utilizado no lugar de outro, a exemplo de: sucrilhos e aveia; álcool e gasolina; manteiga e margarina; hambúrguer e cachorro quente; viagem de carro e viagem de ônibus, entre outros. 
Gosto e preferência do consumidor: embora o preço possa ser acessível, a decisão da escolha será com base em um conjunto de elementos que podem ser considerados como subjetivos e representados por uma variedade de influências culturais, históricas, necessidades fisiológicas ou psicológicas, religiosas ou ligadas a tradições.
Algumas influências adicionais podem ser consideras especiais a exemplo de: demanda por guarda chuva onde chove muito, sorvete e ar condicionado no verão, localização dos consumidores e disponibilidade de crédito.
Lembre-se de que, para estudar a influência isolada de uma dessas variáveis, utiliza-se a hipótese coeteris paribus, ou seja, a análise deve ser de cada uma variável isoladamente, mantendo-se as demais constantes.
Deve-se atentar que demanda não significa compra. A demanda é o desejo de adquirir, o plano, a aspiração, e não a sua realização. A quantidade demandada não é necessariamente igual à quantidade de fato comprada. Em certas ocasiões, ela é maior que o número de bens disponíveis, de modo que a quantidade comprada é menor que a quantidade demandada.
A quantidade demandada é mensurada como uma quantidade por unidade de tempo. Assim, deve-se dizer que João tem desejo de adquirir 10 quilos de arroz por mês e não, simplesmente, que João deseja 10 quilos e que essa é a sua demanda.
Com esses conhecimentos podemos conceituar a procura como:
Relação entre preço e quantidade de certo bem ou serviço que os consumidores estão aptos e dispostos a adquirir em determinado período de tempo.
Relação entre quantidade demandada e preço do bem.
Podemos representar essa relação da seguinte forma:
Qdx = f(Px)
Onde: 
Qdx = quantidade demandada do produto “x”, num dado período de tempo.
Px = preço do produto “x”
A expressão Qdx = f(Px) significa que a quantidade demandada do produto “x”, Qdx, é uma função (f) do preço do produto “x”, isto é, depende do preço P.
O comportamento do consumidor demonstra, normalmente, uma relação inversa entre preço e quantidade.
Se o preço do produto aumenta, ele estará disposto a reduzir a quantidade demandada e, se o preço diminui, ele deverá aumentar o seu desejo em comprá-lo.
Assim, teremos: Px Dx se o preço do produto “x” aumentar haverá uma redução na quantidade demandada do produto “x”.
Px Dx se o preço do produto “x” diminuir haverá um aumento na quantidade demandada do produto “x”.
Desta forma temos a lei da demanda que afirma:
Se todos os fatores forem mantidos constantes, quanto mais elevado for o preço de um bem, menor será a quantidade demandada dele, e, quanto mais reduzido for o preço de um bem, maior será a quantidade demandada dele.
A Oferta:
Analogamente à procura, a oferta também é uma relação entre preço e quantidade.
De maneira geral, os produtores estarão mais dispostos a vender por preços maiores e a vender menos por preços menores, mantida a condição coeteris paribus.
Dessa forma, a relação de variação é direta, ou seja, se o preço aumentar a quantidade ofertada aumentará e se o preço diminuir a quantidade ofertada irá diminuir. 
Uma vez mais, é conveniente ressaltar que a oferta também é um desejo, um plano, uma aspiração e que além do próprio preço do produto que pode condicionar a quantidade ofertada, há outros fatores determinantes, quais sejam:
Preços dos insumos utilizados na produção: alteração no nível de preços das matérias-primas, salários, combustíveis, preço da terra, da energia, entre outros, acarretarão alterações na quantidade a ser ofertada no mercado;
Tecnologia: inovações tecnológicas que diminuam o custo de produção do produto e que propiciem sua produção em maiores quantidades ao mesmo custo acarretarão em oferta mais abundante;
Preço de outros bens: se os preços dos demais bens subirem e o preço do produto considerado permanecer idêntico, sua produção tornar-se-á menos atraente em relação à produção dos outros bens, e por consequência, a diminuição na sua oferta.
Tomemos como exemplo um agricultor: para a produção de feijão levará em conta não apenas o preço do mesmo, mas também o preço de uma cultura alternativa tal como o da soja; esta situação pode de forma análoga ocorrer com produtos industriais.
Se uma empresa pretende oferecer um bem ou serviço, significa que ela:
Tem os recursos e a tecnologia para produzi-lo;
Pode lucrar com a produção desse bem ou serviço e
Planeja produzi-lo par vender.
O conceito de oferta pode assim ser expresso:
Quantidades de um bem ou serviço, por unidade de tempo, que os produtores estão dispostos e aptos a disponibilizar ao mercado.
A lei da oferta, segundo Parkin (2009), afirma que:
Se todos os outros fatores forem mantidos constantes, quanto mais elevado for o preço de um bem, maior será a quantidade ofertada dele, e, quanto mais reduzido for o preço de um bem, menor será a quantidade ofertada dele.
Preços relativos:
No campo do estudo da microeconomia, onde se insere a análise da demanda e a condicionante dada pelo preço, é de extrema importância o entendimento dos preços relativos, isto é, os preços de um bem em relação aos demais, do que os preços absolutos (isolados) das mercadorias.
Suponha dois produtos, guaraná e soda e os dois tenham uma redução no preço de 10%, nada acontecerá com a demanda (procura) dos dois bens (supondo que as demais variáveis permaneçam constantes). Em sendo mantida a condição coeteris paribus, se o preço do guaraná cair mantendo-se inalterado o preço da soda, é de se esperar um aumento na quantidade procurada do guaraná, e uma redução na de soda. Não houve alteração no preço absoluto da soda, seu preço relativo aumentou, quando comparado com o do guaraná.
Estruturas de mercado: concorrência perfeita, monopólio, oligopólio e concorrência monopolística.
Em acepção mais comum ou primitiva, a palavra mercado significa um local onde as pessoas compram e vendem bens, ou seja, onde os agentes econômicos realizam suas transações.
Quando alguém precisa comprar um sapato, uma passagem para viajar, uma xícara de chá, tem de encontrar um lugar onde as pessoas vendem esses itens ou oferecem esses serviços. Esse lugar é o mercado.
O mercado pode ser considerado qualquer estrutura que permita compradores e vendedores obter informações e fazer negócios uns com os outros.
O mercado pode ser um local físico com localização definida, a exemplo de Bolsa de Valores, mercados atacadistas de peixes, carnes e produtos agrícolas.
Existem os mais diferentes tipos de mercados, tais como: para bens - sapatos, frutas, para serviços – corte de cabelos e aulas de ginástica, para recursos – motoristas e operadores de escavadeiras, para insumos manufaturados – chips de memória e autopeças, de moedas – dólar e euro, de títulos financeiros – Yahoo e Google.
A concepção comum de mercado é distante da concepção econômica, onde mercado é mais abstrato ou teórico. Alguns mercados são grupos de pessoas espalhadas pelo mundo que não se conhecem e estão conectadas pela Internet, telefone ou outros tipos de mídia de comunicação, a exemplo de mercados de comércio eletrônico e de câmbio. Considere, ainda, do ponto de vista teórico, os mercados de trabalho, financeiro, imobiliário e de capitais.
Segundo Boyes e Melvin (2006), as estruturas de mercado apresentam as seguintes características: 
“Estruturas de mercado é um modelo, uma simplificação da realidade. Poucas empresas, se é que existe alguma, se encaixam perfeitamente dentro de uma ou de outra estrutura de mercado. Os economistas recorrem a modelos de estrutura de mercado para descrever como as empresas poderiam se comportar em certas condições. A partir disso, eles podem modificar os modelos para melhorar sua compreensão de como elas se comportam na prática”.Características que definem a estrutura de mercado em que uma empresa produz e vende seus produtos:
O número de empresas que compõem o mercado.
A facilidade com que novas empresas podem entrar no mercado e começar a produzir bens ou serviços.
O grau de diferenciação dos produtos fabricados por empresas distintas.
Existência de barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado.
Principais estruturas de mercado.
Concorrência pura ou concorrência perfeita (mercado competitivo)
Caracterizado por:
Existência de um grande número de participantes nos dois lados – compradores e vendedores (empresas) – onde, cada empresa isoladamente, não afeta a oferta do mercado. Diz-se que o mercado é atomizado – composto por um grande número de empresas como se fossem “átomos”
Produtos homogêneos: não há diferença entre os produtos ofertados pelas diferentes empresas que compõem o mercado.
Não existem barreiras para o ingresso de novas empresas no mercado.
Transparência do mercado: todos os participantes do mercado tem conhecimento de todas as condições dos preços e dos lucros.
A rigor, a concorrência pura e perfeita é uma estrutura de mercado utópica, ou seja, não existe o mercado típico. É uma abstração no campo das ideias, uma vez que qualquer tipo de mercado apresenta certa dose de imperfeição.
Esse mercado serve de modelo na verificação de eficiência de alocação de recursos nas demais estruturas mercadológicas.
Dado o entendimento dessas restrições, podemos exemplificar as situações que mais se aproximam dessa concepção - os produtos de origem agrícola e hortifrutigranjeiros com um grande número de pequenos proprietários rurais – portanto, atomizados – gerando e vendendo os resultados dos respectivos cultivos (que podem ser considerados homogêneos) como tomadores de preços, uma vez que o preço (de equilíbrio) é determinado pelo mercado e em condições muito próximas do que prevalecem nesta estrutura mercadológica.
Monopólio
O prefixo “mono” indica a situação de que há um único agente produtor e/ou vendedor/prestador do produto final/serviço no mercado monopolista, cuja característica apresenta condições diametralmente opostas às da concorrência perfeita.
Existe apenas um único produtor (empresário) que domina totalmente a oferta de um lado, e do outro, todos os consumidores. Não há, portanto, concorrência e nem produto substituto.
Os consumidores sujeitam-se às condições impostas pelo vendedor, ou, simplesmente, deixam de comprar o produto.
Um monopólio é uma empresa que produz um bem ou serviço sem substitutos próximos e que é protegida por uma barreira que impede outras empresas de venderem esse bem ou serviço.
Como barreiras podemos considerar a grande exigência de capital para a implantação de grandes plantas para concorrer com empresas já instaladas, que operam em grande economia de escala e custos unitários baixos e que possibilita a cobrança de preços relativamente baixos.
Consideram-se ainda como barreiras as patentes enquanto não caem em domínio público e dessa forma, a empresa é a única que detém a tecnologia para produzir aquele determinado bem e, ainda, o controle de matérias primas básicas.
As barreiras por concessões são autorizações e/ou licenciamentos para permissionárias na área de transporte e/ou outros segmentos de serviços. Podemos citar como monopólio regional as concessionárias de energia elétrica.
Oligopólio
Estrutura de mercado caracterizada pelo reduzido número de empresas que dominam a oferta do produto. No geral, o número de empresas é bastante reduzido e, se forem muitas empresas, como no caso de empresas de refrigerantes, poucas são aquelas que de fato dominam o mercado.
Portanto, é uma situação de que poucos dominam a oferta para um grande número de consumidores. 
O oligopólio está dividido em duas categorias:
Oligopólio puro: o produto final/serviço é de natureza homogênea ou padronizada, isto é, não apresenta um substituto ou um bom substituto – exemplos – indústria de cimento e alumínio.
Oligopólio diferenciado: no produto final/serviço ocorre a diferenciação – exemplos – segmentos de cerveja e refrigerantes, montadora de automóveis, indústria de papel, indústria química, indústria farmacêutica e setor de cosméticos.
No oligopólio puro, onde os produtos são homogêneos, as empresas concorrem em termos de preços. No oligopólio diferenciado as empresas competem em preço, qualidade do produto e marketing.
Há uma interdependência mútua onde as ações de um vendedor afetam significativamente os demais, ou seja, como são poucas empresas no mercado, se uma reduz o seu preço, as demais irão vender menos e, consequentemente, reduzir os seus lucros.
O oligopólio permite a formação de acordos legais ou à margem da legislação, explícitos ou ocultos (secretos), formal ou informal, que são referendados em conluios, como os cartéis, que se caracterizam por organizações de produtores, dentro de um setor que determina a política de preços para todas as empresas que a ela pertencem.
Há também os acordos não organizados de empresas líderes que fixam preços, respeitando a estrutura de custos das demais que são denominadas de empresas satélites e que seguem as regras dos líderes, a exemplo das indústrias de bebidas.
Concorrência monopolística
É uma estrutura de mercado com as seguintes características:
Um grande número de empresas concorre entre si.
Cada empresa tem um produto diferenciado ou ligeiramente diferente dos seus concorrentes, seja por características físicas, embalagem, seja pela prestação de serviços complementares (pós venda)
Empresas concorrem em termos da qualidade, do preço e do marketing do produto.
Pouca margem de manobra para fixação de preços, uma vez que existem produtos substitutos no mercado.
Empresas são livres para entrar no mercado e sair dele.
Temos, como exemplo, a maioria dos estabelecimentos de varejo nas grandes cidades, tais como: lojas de roupas, restaurantes, supermercados, tinturarias e lavanderias, salões de beleza, postos de abastecimento de combustível, lanchonetes, pizzarias, cafés e floriculturas.
Moeda: origem, conceito e funções.	
Contos de viajantes
Este contraste entre uma economia monetária e uma de trocas foi publicado no Relatório do Banco Mundial, 1989.
A vida sem moeda
“Há alguns anos, Mademoiselle Zelie, uma cantora, deu um concerto em uma ilha em troca de uma terça parte das receitas. Ao se fazerem as contas, viu-se que sua parte consistia de 3 porcos, 23 perus, 44 galinhas, 5.000 sementes de cacau, além de uma quantidade considerável de bananas, limões e laranjas ... como Mademoiselle não podia consumir ela própria nem mesmo uma pequena parte dessa remuneração, foi necessário usar as frutas para alimentar os porcos e as aves.” W.S.Jevons (1898).
Marco Polo descobre o papel-moeda
“Nesta cidade de Kanbula (Pequim) está a cunhagem de moedas do Grande Khan, de quem se pode verdadeiramente dizer que tem o segredo dos alquimistas, pois possui a arte de produzir moeda ... Ele faz com que se tire a casca do tronco das amoreiras ... da qual se faz papel ... que é cortado em pedaços de dinheiro de diferentes tamanhos. O ato de falsificá-los é punido com a pena capital. Esse papel-moeda circula em todas as partes sob o domínio do Grande Khan. Todos os seus súditos o aceitam sem hesitar, pois, em qualquer lugar ao qual tenham de ir em virtude de seus negócios, eles podem usá-lo na compra de mercadorias de que necessitem.” As viagens de Marco Polo, Vol. II.
Fonte: DORNBUCH, R.; FISCHER, S. e BEGG, D. Introdução à Economia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. Pg. 146.
Imagine você receber como receita do seu trabalho, a exemplo de salário, uma quantidade diversa de bens que você não necessariamente precisa. O que faria? Consumiria parte e tentaria trocar o que sobrou? Se estiver pensando em vender a parte de que não necessita, é bom lembrar que para tal é necessário a existência de moeda (dinheiro) e, a exemplo dos súditos do Grande Khan, você atualmente usa um instrumento de troca, na compra e/ou na venda, quese denomina de dinheiro (moeda), o qual não pode ser falsificado, cujo curso (movimentação) é forçosamente imposto por uma determinação legal.
Assim, se faz necessário o entendimento da origem, do conceito e das funções da moeda.
Moeda ou dinheiro, qual a diferença?
Em algumas situações utilizamos a expressão moeda para nos referirmos a dinheiro e em outras, a expressão dinheiro para nos referirmos à nossa moeda corrente (real).
Moeda, por definição, é qualquer meio de pagamento, geralmente aceito para o fornecimento de bens ou a quitação de dívidas. É o meio de troca.
Algumas mercadorias que foram utilizadas como moeda:
	Regiões
	Mercadorias-moeda
	Antiguidade (até 410)
	
	Egito
	Cobre
	Índia
	Animais domésticos, arroz, metais.
	China
	Conchas, seda, sal, cereais.
	Idade Média (410 a 1453)
	
	Alemanha
	Gado, cereais, mel.
	Rússia
	Gado, prata.
	Japão
	Anéis de cobre, pérolas, arroz.
	Idade Moderna (1453 a 1789)
	
	Estados Unidos
	Fumo, cereais, madeira, gado.
	Canadá
	Peles, cereais.
	França
	Metais preciosos, cereais.
O que o cobre, arroz, gado, fumo, peles, cereais, moedas metálicas e notas de dinheiro têm em comum? Todos são definidos como moeda, que também é definida como qualquer mercadoria, cupom ou peça metálica que geralmente sejam aceitos como meio de pagamento. Um meio de pagamento é um método de saldar uma dívida. Quando é feito um pagamento, as partes não têm mais nenhuma obrigação de uma transação. 
Ao dinheiro, que como vimos é moeda, associamos a figura de uma impressão em papel (também existe em lâminas de plástico) ou a cunhagem em metal, cuja emissão decorre de critérios de autoridades monetárias de cada país e que é aceita por força de lei, denominando-se moeda de curso forçado ou moeda fiduciária (de fidúcia, confiança). A confiança decorre de que a mesma será sempre aceita em qualquer situação – lembre-se da situação da moeda do Grande Khan.
Uma economia sem o uso de moeda, que é um meio de troca, é denominada de “economia de trocas”, onde bens e serviços são trocados diretamente por outros bens e serviços.
Uma economia de trocas diretas é denominada de escambo.
O escambo requer a dupla coincidência de necessidades, uma situação que raramente ocorre. Por exemplo, se você quer queijo, pode oferecer um DVD em troca, mas precisa encontrar alguém que esteja vendendo queijo e que queira seu DVD.
Um meio de troca elimina a necessidade de uma dupla coincidência de necessidades. A moeda atua como um meio de troca porque as pessoas que têm algo para vender sempre aceitarão dinheiro em troca. 
No entanto, a moeda não é o único meio de troca. Você pode comprar com cartão de crédito, mas um cartão de crédito não é moeda; ele não faz o pagamento final, e o débito que cria deve, necessariamente, ser saldado com a utilização da moeda.
Funções da moeda:
Instrumento ou meio de trocas: por ter aceitação geral, serve para intermediar o fluxo de bens, serviços e fatores de produção da economia.
Denominador comum monetário ou Unidade de conta: possibilita que sejam expressos em unidades monetárias os valores de todos os bens e serviços produzidos pelo sistema econômico. É um padrão de medida.
Reserva de valor: a moeda pode ser acumulada para a aquisição de um bem ou serviço no futuro. Considere um requisito básico relativo à estabilidade da moeda, que pode perder o seu poder de compra em função de processos inflacionários.
Tipos de moeda:
Moedas metálicas: emitidas pelo Banco Central, em quantidade pequena em relação à oferta monetária e visa a facilitar as transações de pequeno valor (troco).
Papel-moeda: também emitida pelo Banco Central, representa a parcela significativa do dinheiro em poder do público.
Moeda escritural ou bancária: é representada pelos depósitos à vista (depósitos em conta corrente) nos bancos comerciais (é a moeda contábil, escriturada nos bancos comerciais).
Conceito de meios de pagamento:
A moeda pode ser ofertada pelas autoridades monetárias e pelos bancos comerciais.
Os meios de pagamento constituem o total de moeda à disposição do setor privado não bancário, de liquidez imediata e que é utilizada imediatamente para transações.
Meios de pagamento = moeda em poder do público + depósitos à vista nos bancos comerciais.
Classificação dos agregados monetários:
Os chamados meios de pagamento são expressos pela letra M e são classificados conforme sua liquidez.
M1 = papel-moeda em poder do público + depósitos à vista nos bancos comerciais.
M2 = M1 + depósitos para investimentos + depósitos de poupança + títulos privados (depósitos a prazo, letras cambiais, hipotecárias e imobiliárias).
M3 = M2 + fundos de renda fixa + operações compromissadas com títulos federais.
M4 = M3 + títulos públicos federais, estaduais e municipais.
Criação e Destruição de Moeda (ou de Meios de Pagamento)
Segundo Vasconcellos e Garcia (2014), ocorre “criação” de moeda quando há aumento do volume de meios de pagamento – exemplo: o aumento dos empréstimos ao setor privado é criação de moeda, pois os bancos comerciais tiram-na de suas reservas e a emprestam ao público. A “destruição” de moeda ocorre quando se faz uma redução dos meios de pagamento – exemplos: o resgate de um empréstimo no banco é destruição de moeda, reduzem-se os meios de pagamento, já que saem do público e retornam ao caixa dos bancos; quando o depositante retira depósito à vista e o coloca em depósito a prazo, ocorre destruição de moeda, pois os depósitos a prazo não são meios de pagamento, dado que não são de liquidez imediata, e rendem juros.
“Já com saque de um cheque no balcão do banco não há nem criação nem destruição de meios de pagamento, pois simplesmente houve uma transferência de depósito à vista (moeda escritural) para moeda em poder do público (moeda manual)”.
Escambo Dinheiro
 Inflação: conceito e tipos, causas e efeitos.
A inflação pode ser conceituada ou definida como o aumento contínuo e generalizado no nível ou no índice de preços.
A inflação é um processo macroeconômico e se dá por um processo persistente de aumento do nível geral de preços. A palavra “persistente” significa que o aumento não pode ser único em um dado período. É fundamental que os preços aumentem de forma contínua, por mais de um período.
A inflação é considerada um fenômeno generalizado, pois os aumentos dos preços não ocorrem apenas sobre um pequeno conjunto de preços ou sobre um setor específico da economia. A inflação significa um aumento simultâneo de um grande número de preços na totalidade dos bens e serviços.
O aumento de um bem ou serviço em particular não constitui inflação.
Medindo a inflação:
Para medir o quanto os preços aumentaram, os economistas utilizam índices de preços. Índices de preços medem como os preços hoje são comparados aos preços de um período anterior selecionado (chamado de data-base): eles expressam o custo atual de um grupo de bens e serviços com uma porcentagem do custo desse grupo na data-base.
O índice de preços que mede a inflação brasileira é o IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo e é calculado pelo Sistema Nacional de Preços ao Consumidor (SNIPC) do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
O SNIPC efetua a produção contínua e sistemática de índices de preços ao consumidor, tendo como unidades de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionárias de serviços públicos e domicílios (para levantamento de aluguel e condomínios).
O período de coleta estende-se, em geral, do dia 01 ao dia 30 do mês em referência. A população-objetivo abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (um) e 40 (quarenta) salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos e residentes nas áreas urbanas das regiões.
Os dados são coletados junto às famílias nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre,Campo Grande, Goiânia e Brasília.
O índice é divulgado mensalmente pelo IBGE.
Ponderações percentuais no cálculo do IPCA por regiões:
	Áreas
	IPCA
	Brasil
	100,0
	Belém
	4,65
	Fortaleza
	3,49
	Recife
	5,05
	Salvador
	7,35
	Belo Horizonte
	10,86
	Vitoria
	1,78
	Rio de Janeiro
	12,06
	São Paulo
	30,67
	Curitiba 
	7,79
	Porto Alegre
	8,40
	Campo Grande
	1,51
	Goiânia
	3,59
	Brasília
	2,80
Peso dos grupos de produtos e serviços na composição do IPCA:
	Tipo de gasto
	%
	Alimentação e bebidas
	23,12
	Transportes
	20,54
	Habitação
	14,62
	Saúde e cuidados pessoais
	11,09
	Despesas pessoais
	9,94
	Vestuário
	6,67
	Comunicação
	4,96
	Artigos de residência
	4,69
	Educação
	4,37
	Total
	100
Quando você tomar conhecimento que o índice de inflação do mês anterior foi, por exemplo, 0,67% ou que no acumulado do ano (janeiro até ao último mês do cálculo do índice) foi de 6,15% ou em um ano (período de 12 meses que antecede a data da divulgação – ex: julho (ano anterior) a junho (ano atual) foi de 9,84%, você saberá a metodologia de cálculo, pelo menos parcial, que por ser um processo de amostragem estatística, não refletirá com exatidão a variação de todos os preços, mas que pela sua abrangência territorial e por tipo de gastos satisfará a condição conceitual da generalização e por ser medido mensalmente ao longo do tempo, também satisfará a condição de contínuo e persistente processo de alta de preços.
As causas da inflação:
Inflação de demanda: considerada o tipo mais “clássico” de inflação, diz respeito ao excesso de demanda agregada em relação à produção disponível (oferta agregada) de bens e serviços.
Conhecendo novos conceitos:
Demanda agregada – ou demanda de mercado: quantidade de bens e serviços que a totalidade dos consumidores deseja e está disposta a adquirir em determinado período de tempo e por determinado preço. Obtém-se, portanto, a demanda agregada de um produto somando-se todas as demandas individuais desse produto. A demanda agregada depende de todos os fatores que determinam a demanda individual, mais o número de compradores do bem ou serviço em questão existentes no mercado.
Oferta agregada – ou oferta de mercado: constitui a quantidade de bens ou serviços que os ofertantes produzem e oferece no mercado, em determinado período de tempo e por determinado preço. Determina-se a oferta agregada somando-se as ofertas individuais, a cada nível de preço. Em função disso, ela depende de todos os fatores que influenciam a oferta individual, além do número de ofertantes no mercado.
A inflação de demanda aumenta quanto mais a economia estiver próxima de um ponto
 de pleno emprego de recursos. Quanto mais nos aproximamos do pleno emprego, reduz-se a possibilidade de uma expansão rápida da produção, e a repercussão maior deve se dar sobre os preços. 
No combate ao processo de inflação de demanda, a política econômica utiliza instrumentos de redução da procura agregada por bens e serviços, por meio da redução dos gastos do governo, aumento da carga tributária, controle de crédito e elevação da taxa de juros.
Inflação de custos: pode ser associada a uma inflação tipicamente de oferta. O nível de demanda permanece praticamente o mesmo, mas os custos de certos insumos importantes aumentam e são repassados aos preços dos produtos.
As causas mais comuns dos aumentos dos custos de produção são:
Aumento dos custos de matérias-primas: aumento no petróleo causa aumento nos custos de insumos derivados do petróleo, no custo dos transportes e de energia com base no diesel. Fatores climáticos que afetam a produção agrícola diminuindo a oferta de produtos, também caracterizam uma inflação de custos.
Aumentos salariais acima da produtividade: caso a elevação dos salários supere os aumentos na produtividade de mão-de-obra acarreta-se aumento dos custos unitários de produção, que são, normalmente, repassados aos preços dos produtos. Isso ocorre, geralmente, em setores que têm sindicatos com grande poder de barganha.
Estrutura de mercado: a inflação de custos também está associada ao fato de algumas empresas, com elevado poder de monopólio ou oligopólio, terem condições de ampliar seus lucros acima da elevação dos custos de produção. 
Inflação inercial: é o processo automático de realimentação de preços. Ou seja, a inflação corrente decorre da inflação passada, perpetuando-se uma inércia ou memória inflacionária. Ela é provocada, fundamentalmente, pelos mecanismos de indexação formal (salários, aluguéis, contratos financeiros) e a indexação informal (preços em geral e impostos, preços e tarifas públicas). 
Os efeitos e os inconvenientes da inflação: 
Piora na distribuição de renda: redução relativa do poder aquisitivo das classes que dependem de rendimentos fixos, com prazos legais de reajustes. Isso ocorre com assalariados, que tem seus salários corrigidos após o período inflacionário, causando queda de poder de compra.
Aqueles que ganham quantias próximas ao salário mínimo destinam toda a sua renda para subsistência e, além disso, não têm nenhuma condição de aplicá-la financeiramente para acompanhar as distorções da inflação, têm seu poder de compra diminuído diariamente.
Prejuízo no Balanço de Pagamentos: a inflação decorre da elevação dos preços dos produtos nacionais e, frente aos produtos estrangeiros que ficam mais baratos, há aumento na procura por bens importados e desestímulo às exportações. Esse cenário desfavorável com relação à balança comercial faz o governo provocar uma desvalorização cambial, o que, se por um lado estimula as exportações, por outro, encarece as importações, o que pode provocar aumento de preços dos insumos importados e consequente repasse ao preço do produto gerando uma inflação de custo e completando o circulo vicioso.
Prejuízo nas finanças públicas: A inflação tende a corroer o valor da arrecadação fiscal do governo, pela defasagem existente entre o fato gerador e o recolhimento efetivo do imposto. Maior inflação, menor a arrecadação real do governo.
Efeito sobre o mercado de capitais: o mercado de intermediação financeira fica seriamente abalado em inflação prolongada, devido à profunda diferença entre as taxas nominais e reais de juros, fato que inclusive pode comprometer a restituição do principal emprestado.
Efeito sobre as expectativas empresariais: elevadas taxas de inflação afetam a formação de expectativas sobre o comportamento da economia no futuro. Se a instabilidade e a imprevisibilidade puder ocasionar um comprometimento na geração de lucro, o setor empresarial dificilmente tomará a iniciativa no sentido de aumentar seus investimentos na expansão da capacidade produtiva. Assim, a própria capacidade de produção futura e, consequentemente, o crescimento econômico e o próprio nível de emprego podem ser afetados pelo processo inflacionário.