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NOTA DE AULA 02 LEI DE TORTURA

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PROFESSOR: ANTONIO CERQUEIRA
 MONITOR: MARLI SOUSA
 NOTA DE AULA: 02
TORTURA
TORTURA (9.455/97)
CONCEITO: Qualquer ato que dores ou sofrimentos físicos ou mentais, são impostos com a INTENÇÃO DE OBTER INFORMAÇÕES OU CONFISSÕES OU ATÉ MESMO PARA SERVIR DE CASTIGO POR QUALQUER RAZAO.
FUNDAMENTAÇÃO CONSTITUCIONAL
De acordo com o art. 5º, XLIII da Constituição Federal, “a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática de tortura, o trafico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como hediondos, por eles respondendo...”.
COMPETÊNCIA
A tortura se trata de crime comum. Logo, a competência poderá ser da Justiça Estadual ou Federal, dependendo do lugar em que foi cometido o delito. EX: Caso, o delito ocorra em uma delegacia da policia civil, deverá ser apurado pela Justiça Estadual. Ocorrerá o contrario se o delito tenha sido praticado em uma delegacia da polícia Federal, cabendo, entretanto à Justiça Federal analisar o caso. 
OBS: NÃO SERÁ CONSIDERADO CRIME MILITAR, POIS NÃO HÁ TIPIFICAÇÃO NO CODIGO PENAL MILITAR, NEM TRATADO OU CONVENÇÃO A ESSE RESPEITO. PORTANTO, NÃO IMPORTA SE O DELITO É PRATICADO POR MILITAR CONTRA CIVIL OU MILITAR CONTRA MILITAR, NÃO HAVERÁ A PRATICA DE TORTURA SE UM DOS SUJEITOS ATIVO FOR MILITAR.
ANALISE DOS NUCLEOS DOS CRIMES
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
I - se o crime é cometido por agente público;
II - se o crime é cometido contra criança, gestante, deficiente e adolescente;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
III - se o crime é cometido mediante sequestro.
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
ART. 1º, I CONSTRAGIMENTO, SOFRIMENTO E VIOLÊNCIA.
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
Constranger significa forçar alguém a fazer algo ou alguma coisa. Já a palavra “violência” pode ser de duas formas a física e a Moral. Porém quando se trata de agressão física nos referimos à violência, e quando ocorrer a grave ameaça significa que ocorreu uma violência moral.
O sofrimento físico ou mental é o padecimento de um ser humano pode dar-se em nível de dor corpórea (sofrimento físico) ou de angustia (sofrimento mental).
O crime previsto nesse artigo não admite na modalidade culposa, exige-se obrigatoriamente o dolo. O dolo específico de “obter informação”, “provocar ação ou omissão” e “por motivo de discriminação racial ou religiosa.”. 
Art. 1º, I, a, INFORMAÇÃO, DECLARAÇÃO E CONFISSÃO. 
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
 
INFORMAÇÃO: Trata-se de um dado útil sobre algo ou alguém;
DECLARAÇÃO: É um depoimento ou pronunciamento, reduzido por escrito;
CONFISSÃO: É admissão de culpa, no qual a vitima assume a autoria de um fato criminoso.
Toda vez que ocorrer um desses casos explicados acima, ou seja, caso ocorra o constrangimento para obtenção de informações, declarações ou confissões, invade-se na seara das provas obtidas de maneira ilícita. Tendo em vista essa característica, essas provas obtidas por esses meios serão desentranhadas dos autos e não produzirão efeitos algum.
ART 1º, I, b, COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL.
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
O agente torturador constrange alguém, através de violência ou grave ameaça, a praticar ação criminosa, constituindo nítida coação moral irresistível, prevista no artigo 22 do CP.
ART.1º, I, c, DISCRIMINAÇÃO RACIAL OU RELIGIOSA.
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
São apenas esses dois grupos que podem ser alvo do delito da lei 9.455/97. São eles: 1) conjunto de indivíduos da mesma origem genética, linguista ou social, pode formar uma raça; 2) o agrupamento de pessoas que seguem uma mesma religião. Infelizmente, ficaram de fora outras formas de discriminação, tais como o de orientação sexual ou de ideologia política, etc.
*CLASSIFICAÇÃO DO CRIME 
É crime comum (qualquer pessoa pode cometer); formal (o resultado visado não precisa ser necessariamente atingido, isto é, obtenção das metas estipuladas nas alíneas a, b e c, do inciso I); de dano; forma livre; comissivo; e excepcionalmente na forma omissiva (ver art. 1º, §2º. Desta lei); admite tentativa.
Art.1º, II. GUARDA, PODER, AUTORIDADE E APLICAÇÃO DE CASTIGO PESSOAL OU MEDIDA DE CARÁTER PREVENTIVO.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
Submeter significa dominar, sujeitar, dobrar a resistência. O objeto é a pessoa que está sob guarda, poder ou autoridade. Nota-se que os sujeitos desse crime são específicos, somente podendo cometer o crime de tortura quem detiver outra pessoa sob sua guarda, poder ou autoridade.
O castigo pessoal ou medida de caráter preventivo são formas de denominar “tortura-castigo”, visando à aplicação de medida repressiva ou preventiva. São exemplos: espancamento de crianças pequenas, realizado por pais ou outros responsáveis por sua guarda.
Este crime somente é possível na forma dolosa, possuindo o elemento específico subjetivo que é o de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. Note-se que não se trata de submeter alguém a uma situação de maus tratos, mas, sim, ir, além disso, atingindo uma forma de ferir com prazer ou outro sentimento igualmente reles para o contexto.
Admite tentativa. 
A constituição assegura que “todo preso tem direito de ter respeitada a sua integridade moral e física” (Art.5º, XLIX, CF). 
Nesse aspecto o parágrafo primeiro desse artigo protege a pessoa presa ou que esteja sujeita a medida de segurança.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, embora, como regra, os agentes estejam circunscritos a orbita da Administração Pública, pois somente o Estado pode, legalmente, prender alguém. Nada impede, entretanto, que o autor seja pessoa estranha aos quadros administrativos. O sujeito passivo, no entanto, deve ser específico, devendo ser preso ou sujeito a internação. Porém, se a prisão for ilegal, advindo de ato de autoridade, pode-se cometer o delito de tortura em concurso material ou formal com abuso de autoridade.
ART. 1º, §2º. OMISSÃO NA CONDUTA
§ 2º Aquele que se omiteem face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
Omissão que dizer deixar de fazer algo ou postergar providências diante das condutas especificadas no §1º da lei 9.455/97, implicando-se, assim, na prática de tortura.
Nesse parágrafo o sujeito ativo é qualificado, exigindo-se, expressamente, que tenha o dever jurídico de evita-las. Como regra, é o agente público.
O crime admite, apenas, o dolo. Não admitindo a forma culposa.
É um crime próprio (exige-se sujeito qualificado); pode ser crime de perigo ou de dano, conforme o caso concreto; não admite tentativa.
ART. 1º, §3º. LESÃO CORPORAL GRAVE OU GRAVÍSSIMA
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
Deve-se ter em mente que o CP não separou os termos utilizados: “grave” e “gravíssimo”. Porém, a distinção foi feita pela doutrina e jurisprudência. As figuras descritas no art. 129, §1º, CP são denominadas lesões graves. Já as formas do Art. 129, §2], considera-se lesões gravíssimas.
Não se aplicará este §3º ao delito omissivo do §2º do mesmo artigo, pois o resultado lesão grave, gravíssima ou morte termina sendo consequência direta da violência. Logo, conduta omissiva não se encaixa nesse perfil.
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
I - se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
III - se o crime é cometido mediante sequestro.
São circunstancias legais, jungidas ao tipo incriminador, que permitem a elevação da pena em patamares superiores ao máximo abstratamente previsto, se necessário. O aumento da pena iria de 1/6 a 1/3.
O dispositivo e seus incisos são meramente explicativos. Irá aumentar a pena caso seja o crime cometido por agente público, cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 anos e se o crime de tortura é praticado mediante sequestro.
Entende-se como criança a pessoa com até onze anos completos, seguindo os moldes do ECA. A partir dos dozes anos completos, torna-se adolescente.
PERDA DO CARGO, FUNÇÃO, EMPREGO PÚBLICO DECORRENTE DE LEI
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
A perda é automática, pois fundada diretamente em lei, logo, não precisa figurar expressamente na sentença condenatória. Basta a Administração, após o transito em julgado da decisão condenatória, executar o ato de exclusão do servidor. 
Deve-se entender que se trata de outro cargo, função ou emprego, uma vez que o anterior, perdido, por força de lei, não mais será recuperado.
CRIME INAFIANÇÁVEL E CUMPRIMENTO DA PENA EM REGIME INICIAL FECHADO	
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
Vimos que na lei 8.072/97 o crime de tortura é equiparado aos crimes hediondos, ou seja, os crimes desta lei são inafiançáveis, insuscetíveis de Graça, Indulto ou Anistia e o seu cumprimento deve ser obrigatoriamente cumprido inicialmente em regime fechado.

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