Buscar

Tempus Regit Actum

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Tempus Regit Actum.
  Dentre as bases do direito processual, ficou consagrado o princípio tempus regit actum.Princípio esse que traduzindo a sua ideia central nos traz que ao ingressar uma nova norma processual em nosso ordenamento jurídico ela será aplicada imediatamente aos processos que estejam tramitando.
                E não poderia ser diferente, posto que se entendemos que a nova norma surgiu para melhorar o sistema processual ela deve ser aplicada de plano.
                E é exatamente essa a ideia contida no art.  1046 do NCPC, vejamos:
Art. 1.046.  Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
                Contudo esse artigo em seus parágrafos nos apresenta algumas regras de transição. Assim, para os procedimentos especiais que não mais foram contemplados pelo novel sistema processual a regra geral do caput foi amenizada e com isso temos a seguinte previsão:
§ 1o As disposições da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e aos procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não sentenciadas até o início da vigência deste Código.
                Dessa feita, para os procedimentos especiais e o procedimento sumário que foram revogados porém, com processos em trâmite e não sentenciados antes da vigência da nova legislação processual, deverão continuar tramitando utilizando-se o Código de Processo Civil de 1973.
                Outro ponto curioso refere-se à questão dos procedimentos especiais, previstos no atual código de processo civil no art. 275, II, que deverão serem propostos perante o juizado especial, no rito do juizado especial, enquanto não surgir nova norma regulamentando essas hipóteses específicas.
Art. 1.063.  Até a edição de lei específica, os juizados especiais cíveis previstos na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, continuam competentes para o processamento e julgamento das causas previstas no art. 275, inciso II, da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
                E por fim, não menos curioso, a escolha do tratamento híbrido sugerido pelo art. 1.054 do NCPC, vejamos:
Art. 1.054.  O disposto no art. 503, § 1o, somente se aplica aos processos iniciados após a vigência deste Código, aplicando-se aos anteriores o disposto nos arts. 5º, 325 e470 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
                O que nos traz o art. 503, § 1º do NCPC ?
Art. 503.  A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida.
§ 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no processo, se:
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia;
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal.
                E o que contempla o Código de Processo Civil de 1973 ?
Art. 5o Se, no curso do processo, se tornar litigiosa relação jurídica de cuja existência ou inexistência depender o julgamento da lide, qualquer das partes poderá requerer que o juiz a declare por sentença.  
Art. 325. Contestando o réu o direito que constitui fundamento do pedido, o autor poderá requerer, no prazo de 10 (dez) dias, que sobre ele o juiz profira sentença incidente, se da declaração da existência ou da inexistência do direito depender, no todo ou em parte, o julgamento da lide (art. 5o).
Art. 470. Faz, todavia, coisa julgada a resolução da questão prejudicial, se a parte o requerer (arts. 5o e 325), o juiz for competente em razão da matéria e constituir pressuposto necessário para o julgamento da lide.
                Conclui-se portanto, que o princípio de que o tempo rege o ato encontra-se mitigado pela presença desses artigos ora citados.

Continue navegando