Prévia do material em texto
Disciplina: Problemas Atuais de Teoria Geral do Estado Tarefa 1.1. Em relação aos princípios de interpretação constitucional, discorra sobre o princípio da força normativa da constituição, associando-o à idéia da máxima efetividade das normas com as regras da hermenêutica. O Princípio da Força Normativa da Constituição, é aquele em que segundo Canotilho, “na solução dos problemas jurídico-constitucionais deve dar-se prevalência aos pontos de vista que, tendo em conta os pressupostos da constituição, contribuem para uma eficácia ótima da lei fundamental. Conseqüentemente, deve dar-se primazia às soluções hermenêuticas que, compreendendo a historicidade das estruturas constitucionais, possibilitam a atualização normativa, garantindo, a sua eficácia e permanência”1. Neste contexto, infere-se que, referido princípio não prescinde de nenhuma peculiaridade em sua interpretação constitucional, sendo detentor de importância no campo hermenêutico, posto as decisões proferidas em casos constitucionais concretos aplicarem-se não somente as partes litigantes, mas também às situações de cunho similar, servindo de base para estudo e orientação quanto à interpretação. Salienta-se que este princípio encontra-se estreitamente vinculado ao Princípio da Máxima Efetividade, que possui a natureza de atribuir a uma norma constitucional o sentido que maior eficácia lhe conceda, tornando-se um princípio operativo e aplicável a toda e qualquer norma constitucional. Citando Canotilho: “é um princípio operativo em relação a todas e quaisquer normas constitucionais, e embora a sua origem esteja ligada à tese da atualidade das normas programáticas, é hoje invocado no âmbito dos direitos fundamentais (no caso de dúvidas deve preferir-se a interpretação que reconheça maior eficácia aos direitos fundamentais)”2. Associado à idéia de força normativa, o princípio da máxima efetividade: “orienta os aplicadores da lei maior para que interpretem as suas normas em ordem a otimizar-lhes a eficácia, mas sem alterar seu conteúdo. De igual modo, veicula um apelo aos realizadores da constituição para que em toda situação hermenêutica, sobretudo em sede de direitos fundamentais, procurem densificar tais direitos, cujas normas, naturalmente abertas, são predispostas a interpretações extensivas. Tendo em vista, por outro lado, que em situações concretas a otimização de qualquer dos direitos fundamentais, em favor de determinado titular, poderá implicar a simultânea compressão, ou mesmo o sacrifício, de iguais direitos de outrem, direitos que constitucionalmente também exigem otimização (...) em face disso impõe-se harmonizar a máxima efetividade com essas e outras regras de interpretação, assim como se devem conciliar, quando em estado de conflito, quaisquer bens ou valores protegidos pela constituição. (Opus. Cit, p. 111)”3. Pelo exposto, conclui-se que a interpretação da norma constitucional deve ser efetuada de maneira a permitir a sua eficácia, aplicabilidade e permanência, evitando a insegurança jurídica e o cerceamento de direitos dos cidadãos. Bibliografia: 1.CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional. 6ª edição revista. Livraria Almedina. Coimbra. 1993. Página 252. 2. IDEM 1, página 227. 3.PROBLEMAS ATUAIS DA TEORIA GERAL DO ESTADO. Caderno de Estudos e Pesquisa. AVM FACULDADE INTEGRADA. Brasília. 2016. 4.MALAQUIAS, Claudemir Rodrigues; TAVARES, Leila Magarinos Torres. Hermenêutica Constitucional. Universo Jurídico, Juiz de Fora, ano XI, 03 de jul. de 2003. http://uj.novaprolink.com.br/doutrina/1397/hermeneutica_constitucional. Acesso em 21 de março de 2016, às 14h30min. 5.BETTIM, NIURA SILVA. Direito Constitucional I. professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/15024/material/HERMENEUT CONSTITUCIONAL.doc. Acesso em 23 de março de 2.016, às 15h55m. 6.MARTINEZ, Anna Luiza Buchalla. Princípios de interpretação constitucional no STF. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 17, n. 3167, 3mar. 2012. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/21213>. Acesso em: 21 mar. 2016, às 15h.