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1 SALIÊNCIAS ÓSSEAS E MARCOS PALPÁVEIS DO MEMBRO PÉLVICO DO CÃO Raquel Soares Carvalho¹ ¹Acadêmica de Medicina Veterinária – Faculdade Integrado de Campo Mourão. raquel.s.c@hotmail.com Resumo: O termo osteologia deriva do grego e significa o estudo dos ossos. O osso é um tecido vivo, ativo e complexo. Tem função de sustentação, alavanca, proteção aos órgãos, reserva de minerais (principalmente cálcio e fósforo), e função hematopoiética (medula óssea). Os ossos são divididos em longos, curtos, planos, irregulares e pneumáticos. São formados por matéria orgânica (que lhe dá flexibilidade) e matéria inorgânica (que o endurece). As saliências ósseas são proeminências encontradas nas superfícies ósseas, onde existe a inserção de ligamentos ou passagem para artérias e tendões, podem ser articulares e não articulares. Os marcos palpáveis são pontos palpáveis no corpo do animal muito importantes em exames físicos. O presente estudo tem como objetivo descrever os ossos e apresentar as saliências e marcos palpáveis do membro pélvico do cão. Palavras-chave: esqueleto apendicular, função, osso, osteologia INTRODUÇÃO Anatomia é a ciência que estuda a forma e a estrutura dos seres vivos, é uma palavra derivada do grego que significa cortar em partes. Seus métodos de observação são: anatomia macroscópica, microscópica e mesoscópica. Seu estudo pode ser dividido em seis partes, anatomia especial: aspectos anatômicos de certa espécie; anatomia sistemática ou descritiva: sistemas e aparelhos; anatomia topográfica ou regional: aspectos anatômicos por regiões do corpo e relações anatômicas entre órgãos e paredes; anatomia microscópica: estrutura de tecidos e células; anatomia comparativa: comparação entre as espécies; e anatomia imaginológica: através de imagens. Osteologia também deriva do grego e é o estudo dos ossos. “O esqueleto é a armação de consistência dura que suporta e protege os tecidos moles dos animais” (SISSON; GROSSMAN; GETTY, 1986). O membro pélvico assim como o torácico, é dividido em proximal, médio e distal (planos de delimitação) e faz parte do esqueleto apendicular. Pode ainda ser dividido em quatro segmentos: quadril, que tem como base óssea o osso coxal; coxa, cuja base óssea é o fêmur; perna, cuja base óssea é a tíbia e a fíbula; e pé, que possui como base óssea os ossos tarsais, metatarsais e as falanges. Há ainda mais dois ossos no membro pélvico, a patela e os sesamóides (LIMA, 2011). 2 As saliências ósseas e os marcos palpáveis tem grande importância clínica, para exames físicos ou para acesso cirúrgico por exemplo. As saliências ósseas são relevos encontrados no osso, estas podem ser articulares ou não, nelas existe a inserção de ligamentos ou passagem para artérias e tendões. Os marcos palpáveis são pontos palpáveis no corpo do animal, muito importantes em exames (M. CONSTANTINESCU, 2005). Este trabalho tem por objetivo apresentar os ossos, as saliências ósseas e os marcos palpáveis do membro pélvico do cão. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O membro pélvico do cão é formado pelo conjunto de ossos: coxal, fêmur, patela, tíbia e fíbula, tarso, metatarso, falanges e sesamóides, como pode ser visto na figura 1. FIGURA 1. Desenho da projeção dos ossos sobre o membro pélvico, face lateral – cão (*= estruturas palpáveis). Fonte: M. CONSTANTINESCU (2005). 3 Osso coxal É um osso irregular que está localizado no quadril, articula-se com o sacro por meio da face auricular e com o fêmur por meio do acetábulo. É composto pelo ílio, ísquio, e púbis. O ílio é o mais cranial dos demais, nele há a asa do ílio, espinha ilíaca, espinha alar, crista ilíaca, tuberosidade ilíaca, tuberosidade coxal, tuberosidade sacral, superfície sacropélvica, e superfície auricular. O ísquio apresenta tuberosidade isquiática, arco isquiático, espinha isquiática, incisura isquiática e sínfise isquiática. O púbis é o menor dos três e apresenta tubérculo púbico, o pécten do osso púbis e sínfise púbica. Há ainda a eminência iliopúbica, que está entre o ísquio e o púbis, entre esses dois ossos também se encontra o forame obturado (M. CONSTANTINESCU, 2005; LIMA, 2011). O acetábulo é a cavidade articular, formada em conjunto pelo ílio, ísquio e púbis, que articula-se com a cabeça do fêmur (LIMA, 2011). O osso coxal possui várias estruturas palpáveis, dentre elas estão, a asa do ílio, a espinha ilíaca, o corpo do ílio, a tuberosidade e a espinha isquiática (M. CONSTANTINESCU, 2005). Fêmur É um osso longo que está localizado na coxa do animal. Sua extremidade proximal articula-se com o osso coxal e a sua extremidade distal com a patela e a tíbia (LIMA, 2011). Sua extremidade proximal é composta por: cabeça do fêmur, esta é lisa e arredondada e é ela que articula-se com o osso coxal; fóvea da cabeça do fêmur; colo do fêmur; trocanter maior, está localizado no colo do fêmur; trocanter menor, está localizado na face caudal; terceiro trocanter, presente no fêmur de equinos; fossa trocantérica; e crista intertrocantérica (M. CONSTANTINESCU, 2005; LIMA, 2011). O corpo do fêmur está no plano médio. Vista pela face caudal encontra-se a linha áspera do osso, é no alto dessa linha que está localizado o forame nutrício do fêmur (LIMA, 2011). Sua extremidade distal é composta por: tróclea, crista medial e lateral da tróclea, fossa extensora, tuberosidade supracondilar lateral e medial, epicôndilo lateral e medial, côndilo lateral e medial, e sesamóides. Vista pela face caudal encontra-se a fossa intercondilar. E na região da tróclea, encontra-se a patela (M. CONSTANTINESCU, 2005). Pela face lateral o fêmur possui como estruturas palpáveis o trocanter maior, a crista lateral da tróclea e o côndilo lateral. E pela face caudal/plantar são estruturas palpáveis na extremidade proximal do osso, a cabeça, o colo e o trocanter (M. CONSTANTINESCU, 2005). 4 Patela A patela é um osso sesamóide que articula-se com o fêmur, deslizando sobre a tróclea. Está localizado na face cranial do joelho e é um osso palpável (LIMA, 2011). Na figura 2, podem ser vistos os ossos: coxal, fêmur e patela. FIGURA 2. Desenho do esqueleto do membro pélvico esquerdo, face cranial – cão. Fonte: M. CONSTANTINESCU (2005). Tíbia e fíbula A tíbia é um osso longo localizado na perna do animal. Sua extremidade proximal articula-se com o fêmur, a extremidade distal com o tarso, e lateralmente ele articula-se com a fíbula (LIMA, 2011). 5 A fíbula também é um osso longo que está na perna do animal. Este está ao longo da borda lateral da tíbia, consequentemente articulando-se com ela (LIMA, 2011). A tíbia e a fíbula são ossos compostos por: Côndilo medial e lateral, tuberosidade da tíbia, sulco extensor, eminência intercondilar, superfície articular proximal da tíbia, superfícies articulares, superfície lateral, margem cranial, margem caudal, margem medial, margem lateral, maléolo medial e lateral, corpo da tíbia, cabeça da fíbula, corpo da fíbula, incisura poplítea, e linha do M. poplíteo. Entre a tíbia e a fíbula se forma o espaço interósseo (M. CONSTANTINESCU, 2005). São estruturas palpáveis da tíbia pela face lateral: o côndilo lateral, a tuberosidade, a margem cranial, a metade distal de seu corpo, e sua extremidade distal. O maléolo lateral é uma estrutura palpável da fíbula pela face caudal/palmar (M. CONSTANTINESCU, 2005). Tarso É um conjunto de ossos localizado na região distal do membro pélvico. É composto por: tálus, que é medial e irregular; tróclea do tálus; calcâneo, este é o maior osso do tarso; tuberosidade do calcâneo, que está apontada para a face caudal; osso centraldo tarso e os ossos tarsais I-IV, que também são ossos irregulares (LIMA, 2011). São estruturas palpáveis do tarso pelas faces lateral e dorsal: o calcâneo, o tálus, o osso central do tarso e os osso tarsais I-IV. E pela face caudal/plantar o calcâneo é o único osso palpável (M. CONSTANTINESCU, 2005). Metatarso É um conjunto de ossos longos localizado na região distal do membro pélvico, “pé” do animal. É composto pelos ossos metatársicos: segundo, terceiro e quarto. Os ossos metatarsiais não são palpáveis, devido aos músculos e tendões (M. CONSTANTINESCU, 2005). Falanges As falanges estão localizadas na região mais distal do membro pélvico, no “pé” do animal. São compostas pelas falanges I, II e III, que também podem ser chamadas de proximal, média e distal. As falanges possuem base, corpo e cabeça. A primeira e segunda falange são ossos longos, já a terceira é irregular. A terceira falange fica protegida dentro da garra ou unha e é composta por: margem coronária, processo ungueal, crista ungueal e tubérculo flexor. As falanges I e II podem ser palpadas com suas bases, corpos e cabeças (M. CONSTANTINESCU, 2005; LIMA, 2011). Ossos sesamóides 6 São pequenos nódulos ósseos que estão localizados na face dorsal das articulações metatarsofalangeais. Também estão na parte distal/caudal do osso fêmur, próximo a fossa intercondilar. Os ossos sesamóides proximais são estruturas palpáveis (M. CONSTANTINESCU, 2005). Na figura 3, podem ser vistos os ossos: tíbia e fíbula, tarso, metatarso, falanges e sesamóides. FIGURA 3. Desenho do esqueleto do membro pélvico esquerdo, face cranial/dorsal – cão. Fonte: M. CONSTANTINESCU (2005). 7 CONCLUSÃO O membro pélvico do cão é formado basicamente por ossos longos e irregulares. Faz parte do esqueleto apendicular. Possui várias saliências e protuberâncias ósseas, assim como marcos palpáveis, os quais são de extrema importância em exames físicos e também como pontos de acesso cirúrgico. REFERÊNCIAS M. CONSTANTINESCU, G. Anatomia Clínica de Pequenos Animais. Rio de Janeiro, RJ: Editora Guanabara Koogan S.A., 2005. 355p. GETTY, R.; SISSON, S.; GROSSMAN, J. D. Anatomia dos animais domésticos. Rio de Janeiro, RJ: Editora Guanabara Koogan, 1986. 2048p. LIMA, B. Principais estruturas dos ossos dos membros pélvicos e torácicos e diferença entre espécies. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAeo7IAA/anatomia Acesso em: 18 abr. 2011.
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