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01/08/2013 1 DIREITO ADMINISTRATIVO III Pontifícia Universidade Católica Direito Administrativo II 10º Período Prof. Eduardo José do Carmo CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. Intervenção do Estado na Propriedade Alheia 2. Desapropriação 3. Controle da Administração 4. Controle Jurisdicional da Administração Pública Indicações bibliográficas 1. CARVALHO FILHO, José do Santos. Manual de Direito Administrativo: Ed. Lumen Juris 2. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo: Ed. Atlas 3. MELLO, Celso Antônio Bandeira de Melo. Curso de Direito Administrativo: Ed. Malheiros 4. MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo: Ed. Impetus 5. JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo: Ed. Fórum 6. MEIRELLES, Hely Lopes; WALD, Arnoldo; MENDES, Gilmar Ferreira; FONSECA, Rodrigo Garcia da. Mandado de Segurança e ações Constitucionais: Ed. Malheiros 7. DIDIER JR., Fredie. Ações Constitucionais: Ed. Juspodivm. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA Pontifícia Universidade Católica Direito Administrativo II 10º Período Prof. Eduardo José do Carmo 1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA Estado Liberal � Conduta negativa do Estado � Igualdade formal � Concepção individualista do direito de propriedade Estado Social � Conduta positiva do Estado � Intervenção � Justiça social � Igualdade material Propriedade: Meio para alcançar o bem-estar social XXII - garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, 1.1 Introdução EDD 01/08/2013 2 1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA 1.1.1 Conceito Podemos considerar intervenção do Estado na propriedade toda e qualquer atividade estatal que, amparada em lei, tenha por fim ajustá-la aos inúmeros fatores exigidos pela função social a que está condicionada (JSCF) A intervenção na propriedade pode ser conceituada como toda e qualquer atividade estatal que, amparada em lei, tenha por objetivo ajustá-la à função social à qual está condicionada ou condicioná-la ao cumprimento de uma finalidade de interesse público (FM) 1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA 1.1.2 Competência Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil (...) - propriedade II - desapropriação; III - requisições civis e militares(...); Restrições ao uso da propriedade: Conforme a atribuição estabelecida na Constituição. Proteção do meio ambiente → Concorrente Interesse local→ Municípios Competência administrativa: Em regra, condicionada à competência para legislar. 1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA 1.1.3 Fundamentos 1.1.3.1 Imediato: Soberania nacional Domínio público: Domínio patrimonial Domínio eminente 1.1.3.2 Mediato: 1.1.3.2.1 Interesse público 1.1.3.2.2 Função social da propriedade/Ilegalidade Art. 5º XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; Art. 182, § 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. 1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I - aproveitamento racional e adequado; II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. 1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA Código Civil. Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. § 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. § 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. 1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA 2.1.1 Restritivas Não retira a propriedade 2.1.2 Supressivas Transfere o direito do proprietário para o Estado. Limitação administrativa Ocupação temporária Requisição administrativa Servidão administrativa Tombamento Desapropriação 1.2 Modalidades 01/08/2013 3 1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA OBS: Não se confunde com direito de vizinhança Exemplos: Regras sobre o direito de construir, vedação ao exercício de determinada atividade econômica, direito de preempção e normas sanitárias. 1.3 Limitação Administrativa Características � Obrigação geral � Proprietários indeterminados � Interesse público abstrato � Em regra, não indenizável � Caráter de definitividade 1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA Exemplos: Apoio à desapropriação (Art. 36, DL 3365/41), exploração arqueológica ou jazida de minério (Lei 3924/61), eleições e campanhas vacinação OBS: Contratos administrativos com prestação de serviços essenciais e concessão e permissão de serviços públicos. (Art. 58, V, 80, II, L. 8666/93 e art. 35, §§ 2º e 3º L. 8987/95) 1.4 Ocupação temporária Características � Sobre imóveis. (Há divergência) � Transitoriedade � Realização de obras ou serviços públicos � Gratuita ou indenizável � Proprietário determinado � Não necessita de iminente perigo Art. 58. V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo. Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as seguintes consequências, sem prejuízo das sanções previstas: II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei; Art. 36. É permitida a ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por ação própria, de terrenos não edificados, vizinhos às obras e necessários à sua realização. § 2o Extinta a concessão, haverá a imediata assunção do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos levantamentos, avaliações e liquidações necessários. § 3o A assunção do serviço autoriza a ocupação das instalações e a utilização, pelo poder concedente, de todos os bens reversíveis. 1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA Exemplos: Enchentes, desastres, epidemias e perseguição policial. OBS: Contratos administrativos com prestação de serviços essenciais e concessão e permissão de serviços públicos. (Art. 58, V, 80, II, L. 8666/93 e art. 35, §§ 2º e 3º L. 8987/95) 1.5 Requisição administrativa Características � Iminente perigo público � Móveis, imóveis e serviços � Transitoriedade � Indenizável (Dano extraordinário) � Proprietário determinado 01/08/2013 4 CRFB XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; CC § 3º O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente. 1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA 1.6 Tombamento – DL n. 25/37 Características �Razões históricas, culturais, artísticas. � Bens materiais e imateriais � Obrigações negativas – Em regra, não indenizável � Obrigações positivas: Indenização � Possibilidade de oferecimento de vantagens � Limitação de caráter permanente � Interesse público abstrato � Direito de preferência Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. § 1º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. 1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA 1.6 Tombamento Competência Material: Todos os entes → Conforme o interesse Legislar: União e Estados Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; 01/08/2013 5 Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; Art. 30. Compete aos Municípios: IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. O Município pode tombar bem do Estado ou da União? JSCF não admite � Direção vertical das entidades federativas � Predominância do interesse � Art. 2º, § 2º, DL 3.365/41 STJ admitiu tombamento de bem estadual por município. 1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA 1.6 Tombamento Modalidades Geral X Individual Ofício X Voluntário X Compulsório Provisório X Definitivo Art. 10. O tombamento dos bens, a que se refere o art. 6º desta lei, será considerado provisório ou definitivo, conforme esteja o respectivo processo iniciado pela notificação ou concluído pela inscrição dos referidos bens no competente Livro do Tombo. Parágrafo único. Para todas os efeitos, salvo a disposição do art. 13 desta lei, o tombamento provisório se equiparará ao definitivo. 1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA Exemplos: Torres de alta tensão, oleoduto, placas de identificação e terrenos marginais. 1.7 Servidão administrativa Características � Interesse público específico (Dominante) � Proprietário determinado (Serviente) � Finalidade pública � Caráter permanente � Indenizável se houver prejuízo � Direito real � Exigência de autorização legal � Procedimento semelhante à desapropriação 01/08/2013 6 1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA 1.7 Servidão administrativa Formas de constituição Por lei Acordo Decisão judicial Registro dispensável JSCF não admite 1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA 1.7 Servidão administrativa Servidão de direito público X Servidão de direito privado (Art. 1378, CC) PRESCRIÇÃO AQUISITIVA PRESCRIÇÃO EXTINTIVA Limitação O cupação Requisição Tombamento Servidão O brigação Geral Específica Específica Ambos Específica Bem atingido Indeterminado Determinado Determinado Ambos Determinado Caráter Permanente Transitório Transitório Permanente Permanente Indenização Em regra, não Prejuízo Prejuízo Positiva--Negativa Prejuízo Especificidade Int. pub. abstrato Obras ou serviços Iminente perigo Int. pub. Abstrato Dominação Natureza Pessoal Pessoal Pessoal Pessoal Real DESAPROPRIAÇÃO Pontifícia Universidade Católica Direito Administrativo II 10º Período Prof. Eduardo José do Carmo 01/08/2013 7 2. DESAPROPRIAÇÃO DIREITO À PROPRIEDADE X FUNÇÃO SOCIAL FORMA DE INTERVENÇÃO SUPRESSIVA DA PROPRIEDADE CONCEITO Procedimento (NJ) Poder Público (competência) Utilidade/necessidade pública (pressupostos) Interesse social (pressupostos) Transferência da propriedade alheia (Objeto) 2.1 Introdução 1. DESAPROPRIAÇÃO Desapropriação é o procedimento através do qual o Poder Público compulsoriamente despoja alguém de uma propriedade e a adquire, mediante indenização, fundado em um interesse público. Trata-se, portanto, de um sacrifício de direito imposto ao desapropriado (CABM, Curso de Direito Administrativo, 28ªEd., p. 872). Desapropriação é o procedimento de direito público pelo qual o Poder Público transfere para si a propriedade de terceiro, por razões de utilidade pública ou de interesse social, normalmente mediante o pagamento de indenização (JSCF, Manual de Direito Administrativo, 22ª Ed., p. 774) 2. DESAPROPRIAÇÃO Art. 5º, XXIV- a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; 2.2 Disciplina normativa 2. DESAPROPRIAÇÃO 1. Decreto-lei nº 3.365/41: utilidade ou necessidade pública (Desapropriação ordinária) 2. Lei n° 4.132/64: interesse social (Desapropriação ordinária) 3. Art. 182, §4º, III, CF/88 c/c art. 8º da Lei 10.257/01 (Desapropriação urbanística sancionatória) 4. Art. 184, CF/88; Lei 8.629/93 e LC 76/93 (Desapropriação rural) 5.Art. 243, CRFB; Lei 8257/91 (Desapropriação confiscatória) 2.2 Disciplina normativa 2. DESAPROPRIAÇÃO 2.3.1. LEGISLATIVA Art. 22, CF/88. Compete privativamente à União legislar sobre: II - desapropriação; Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. 2.3 Competências 01/08/2013 8 2. DESAPROPRIAÇÃO 2.3.2. DECLARATÓRIA � DL nº 3.365/41 Art. 2º Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios. Art. 6º A declaração de utilidade pública far-se-á por decreto do Presidente da República, governador, interventor ou prefeito. Art. 8º O Poder Legislativo poderá tomar a iniciativa da desapropriação, cumprindo, neste caso, ao Executivo, praticar os atos necessários à sua efetivação. Exemplo de exceção: DNIT (Art. 82, IX, Lei 10233/2001). 2.3 Competências 2. DESAPROPRIAÇÃO 2.3.2. DECLARATÓRIA � Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, ATENÇÃO: Para outros fins, qualquer ente pode desapropriar. � Municípios: Fins urbanísticos (Art. 30, I e VIII, 182, caput, e art. 5º, “i”, DL nº 3.365/41). Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; 2.3 Competências 2. DESAPROPRIAÇÃO Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. DL nº3.365/41 Art. 5o Consideram-se casos de utilidade pública: i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos; a execuçãode planos de urbanização; o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a construção ou ampliação de distritos industriais; Desapropriação urbanística ordinária e desapropriação urbanística sancionatória 2.3 Competências PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. RECURSO ORDINÁRIO. DECRETO EXPROPRIATÓRIO. ART. 5º, ALÍNEA I , DO DECRETO-LEI 3.365/41. IMPLANTAÇAO DE "UNIDADE" INDUSTRIAL. NULIDADE DO ATO VICIADO POR DESVIO DE FINALIDADE, POIS BENEFICIA UMA ÚNICA EMPRESA PRIVADA. AUTORIDADE COATORA INCOMPETENTE PARA A EXPEDIÇAO DO ATO. 1. Mandado de segurança impetrado contra ato do Governador do Estado da Bahia, consubstanciado na edição de decreto expropriatório que declarou de utilidade pública, para fins de implantação de unidade industrial, imóveis de propriedade da recorrente. 2. A declaração expropriatória exterioriza, tão-somente, a intenção estatal de desapropriar determinado bem, não repercutindo, de modo imediato, no direito de propriedade do expropriado (...) 3. O exame da oportunidade e da conveniência do ato ora impugnado não se sujeita a controle judicial. Entretanto, a hipótese legal de desapropriação elencada pelo administrador como fundamento do decreto expropriatório art. 5º, i , do Decreto-Lei 3.365/41, no caso dos autos deverá ser compatível com o fim a que ele se destina, sob pena de se viciar o ato praticado.(...) 7. O Governador do Estado da Bahia não detém competência, tanto para a expedição do decreto expropriatório atacado pela via do presente mandamus como para a efetiva desapropriação, visto ser do Município o interesse público capaz de ensejar a desapropriação para a construção ou ampliação de distritos industriais. (...) 9. Recurso provido para se conceder a segurança pleiteada, declarando-se a nulidade do Decreto 7.917/2001, expedido pelo Governador do Estado da Bahia RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 18.703 - BA (2004/0100086-0). ... 01/08/2013 9 2. DESAPROPRIAÇÃO 2.3.3. EXECUTÓRIA 3.1. Incondicionada: Entes da administração direta 3.2. Condicionada: Art. 3o Os concessionários de serviços públicos e os estabelecimentos de caráter público ou que exerçam funções delegadas de poder público poderão promover desapropriações mediante autorização expressa, constante de lei ou contrato. � Administração indireta (Delegação legal) � Concessionários e permissionárias (Delegação negocial) 2.3 Competências 2. DESAPROPRIAÇÃO Art. 2o Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios. SÚMULA Nº 476 DESAPROPRIADAS AS AÇÕES DE UMA SOCIEDADE, O PODER DESAPROPRIANTE, IMITIDO NA POSSE, PODE EXERCER, DESDE LOGO, TODOS OS DIREITOS INERENTES AOS RESPECTIVOS TÍTULOS. Restrições: Impossibilidades jurídicas: Impossibilidades materiais: 2.4 Objeto 2. DESAPROPRIAÇÃO Podem ser desapropriados bens públicos? § 2o Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios poderão ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização legislativa. Direção vertical das entidades federativas Predominância do interesse E quanto a bens da administração indireta? 2.4 Objeto 2. DESAPROPRIAÇÃO ORIGINÁRIAX DERIVADA SOMENTEVONTADEDO ESTADO INEXISTÊNCIA RELAÇÃO ANTERIOR Art. 31. Ficam subrogados no preço quaisquer ônus ou direitos que recaiam sobre o bem expropriado. 2.5. Forma de aquisição da propriedade 2. DESAPROPRIAÇÃO 2.6. Modalidades de desapropriação Ordinária Indireta Necessidade pública Utilidade pública Interesse Social Extraordinária Propriedade urbana Propriedade rural Confiscatória 2. DESAPROPRIAÇÃO 2.6.1. Ordinária (comum ou geral) � Necessidade pública � Utilidade pública � Interesse social � Prévia indenização � Justa � Dinheiro 2.6. Modalidades de desapropriação XXIV- a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; 01/08/2013 10 2. DESAPROPRIAÇÃO 2.6.1. Ordinária (comum ou geral) 2.6.1.1 Necessidade pública EMERGÊNCIA 2.6. Modalidades de desapropriação CC/1916 Art. 590. Também se perde a propriedade imóvel mediante desapropriação por necessidade ou utilidade publica. § 1º Consideram-se casos de necessidade publica: I. A defesa do território nacional. II. A segurança publica. III. Os socorros públicos, nos casos de calamidade. IV. A salubridade publica. 2. DESAPROPRIAÇÃO 2.6.1. Ordinária (comum ou geral) 2.6.1.2 Utilidade pública INTERESSE COLETIVO OBS: Abrange o conceito de necessidade pública 2.6. Modalidades de desapropriação DL nº 3.365/41 Art. 5o Consideram-se casos de utilidade pública: a) a segurança nacional; b) a defesa do Estado; c) o socorro público em caso de calamidade; d) a salubridade pública; e) a criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento regular de meios de subsistência; f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas minerais, das águas e da energia hidráulica; g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração, casas de saúde, clínicas, estações de clima e fontes medicinais; h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos; i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos; a execução de planos de urbanização; o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a construção ou ampliação de distritos industriais; j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo; k) a preservação e conservação dos monumentos históricos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e, ainda, a proteção de paisagens e locais particularmente dotados pela natureza; l) a preservação e a conservação adequada de arquivos, documentos e outros bens moveis de valor histórico ou artístico; m) a construção de edifícios públicos, monumentos comemorativos e cemitérios; n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pouso para aeronaves; o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de natureza científica, artística ou literária; p) os demais casos previstos por leis especiais 2. DESAPROPRIAÇÃO 2.6.1. Ordinária (comum ou geral) 2.6.1.3. Interesse Social Promover a justa distribuição da propriedade ou condicionar o seu uso ao bem estar social 2.6. Modalidades de desapropriação Lei 4.132/62 Art. 2º Considera-se de interesse social: I - o aproveitamento de todo bem improdutivo ou explorado sem correspondência com as necessidades de habitação, trabalho e consumo dos centros de população a que deve ou possa suprir por seu destino econômico; II - a instalação ou a intensificação das culturas nas áreas em cuja exploração não se obedeça a plano de zoneamento agrícola, VETADO; III - o estabelecimento e a manutenção de colônias ou cooperativas de povoamento e trabalho agrícola: IV - a manutenção de posseiros em terrenos urbanos onde, com a tolerância expressa ou tácita do proprietário, tenham construído sua habilitação, formando núcleos residenciais de mais de 10 (dez) famílias; V - a construção de casa populares; VI - as terras e águas suscetíveis de valorização extraordinária, pela conclusão de obras e serviços públicos, notadamente de saneamento, portos, transporte, eletrificação armazenamento de água e irrigação, no caso em que não sejam ditas áreas socialmente aproveitadas; VII - a proteção do solo e a preservação de cursos e mananciais de água e de reservas florestais. VIII - a utilização de áreas, locais ou bens que, por suas características,sejam apropriados ao desenvolvimento de atividades turísticas. 01/08/2013 11 2. DESAPROPRIAÇÃO 2.6.2. Sancionatória (Extraordinária) ILEGALIDADE 2.6.2.1. Propriedade urbana 2.6. Modalidades de desapropriação Art. 182 - § 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. Lei 10.527/2001 – Estatuto da Cidade- Art. 39. A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor, assegurando o atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social e ao desenvolvimento das atividades econômicas, respeitadas as diretrizes previstas no art. 2o desta Lei. Art. 182 - § 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I - parcelamento ou edificação compulsórios; II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo (IPTU progressivo); III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. Não possui procedimento específico x 2. DESAPROPRIAÇÃO 2.6.2. Sancionatória (Extraordinária) ILEGALIDADE 2.6.2.2. Propriedade rural 2.6. Modalidades de desapropriação Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I - aproveitamento racional e adequado; II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III-observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. (Idem Lei nº 8.629/03 - Art. 9º) Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. § 1º - As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro. (...) Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária: I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra; II - a propriedade produtiva.(...) Procedimento previsto na LC nº 76/93 x 01/08/2013 12 2. DESAPROPRIAÇÃO 2.6.2. Sancionatória (Extraordinária) ILEGALIDADE 2.6.2.3. Confiscatória 2.6. Modalidades de desapropriação Art. 243. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá em benefício de instituições e pessoal especializados no tratamento e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substâncias. 2. DESAPROPRIAÇÃO 2.6.2. Sancionatória (Extraordinária) ILEGALIDADE 2.6.2.3. Confiscatória 2.6. Modalidades de desapropriação DESAPROPRIAÇÃO X EXPROPRIAÇÃO X CONFISCO Procedimento previsto na Lei nº 8.257/91. 2. DESAPROPRIAÇÃO 2.6.3. Indireta (Desapropriação às avessas) “Esbulho administrativo” � Ausência de procedimento expropriatório � Supressão do conteúdo patrimonial 2.6. Modalidades de desapropriação Art. 35, DL 3365/41. Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos. 2. DESAPROPRIAÇÃO 2.6.3. Indireta (Desapropriação às avessas) “Esbulho administrativo” � Ausência de procedimento expropriatório � Ausência de indenização prévia � Supressão do conteúdo patrimonial � Afetação do bem � Irreversibilidade da situação (Fato consumado) 2.6. Modalidades de desapropriação Art. 35, DL 3365/41. Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos. 2. DESAPROPRIAÇÃO 2.6.3. Indireta (Desapropriação às avessas) PROTEÇÃO POSSESSÓRIA (Arts. 499/510/CC e 920 s seguintes do CPC) Manutenção da posse (Turbação) Reintegração da posse (Esbulho) Interdito possessório (Ameaça) Após a consumação: Ação de indenização. 2.6. Modalidades de desapropriação 2. DESAPROPRIAÇÃO 2.6.3. Indireta (Desapropriação às avessas) PRAZO PRESCRICIONAL Código Civil de 1916 Art. 550. Aquele que, por vinte anos sem interrupção, nem oposição, possuir como seu, um imóvel, adquirir-lhe-á o domínio independentemente de título de boa fé que, em tal caso, se presume, podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual lhe servirá de título para a transcrição no registro de imóveis. Súmula 119/STJ A ação de desapropriação indireta prescreve em vinte anos 2.6. Modalidades de desapropriação 01/08/2013 13 2. DESAPROPRIAÇÃO 2.6.3. Indireta (Desapropriação às avessas) PRAZO PRESCRICIONAL DL3.365/41 - Art. 10. A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se judicialmente, dentro de cinco anos, contados da data da expedição do respectivo decreto e findos os quais este caducará. Neste caso, somente decorrido um ano, poderá ser o mesmo bem objeto de nova declaração. Parágrafo único. Extingue-se em cinco anos o direito de propor ação de indenização por apossamento administrativo ou desapropriação indireta, bem como ação que vise a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder Público. 2.6. Modalidades de desapropriação Ação de Indenização e Prescrição Extintiva O Tribunal deferiu, em parte, medida cautelar requerida em ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados Brasil para suspender, até decisão final, a expressão abaixo sublinhada, contida no parágrafo único do art. 10 do DL 3.365/41, na redação dada pela MP 2.027-40/2000, e suas subseqüentes reedições ("Parágrafo único. Extingue-se em cinco anos o direito de propor ação de indenização por apossamento administrativo ou desapropriação indireta, bem como ação que vise a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder Público"). O Tribunal entendeu, à primeira vista, que a redução do prazo prescricional para as ações de indenização por apossamento administrativo ou desapropriação indireta ofende a garantia constitucional da justa e prévia indenização em dinheiro (CF, art. 5º, XXIV). Vencido, em parte, o Min. Marco Aurélio, que deferia integralmente o pedido de medida cautelar. ADInMC 2.260-DF, rel. Min. Moreira Alves, 14.2.2001.(ADI-2260) 2. DESAPROPRIAÇÃO MEDIDA PROVISÓRIA 2.183-56/2001 Art. 10. A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se judicialmente, dentro de cinco anos, contados da data da expedição do respectivo decreto e findos os quais este caducará. Neste caso, somentedecorrido um ano, poderá ser o mesmo bem objeto de nova declaração. Parágrafo único. Extingue-se em cinco anos o direito de propor ação de indenização por apossamento administrativo ou desapropriação indireta, bem como ação que vise a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder Público. 2. DESAPROPRIAÇÃO CC 2002. Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. 2. DESAPROPRIAÇÃO CONFLITO DE COMPETÊNCIA - AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA AJUIZADA CONTRA A UNIÃO - AÇÃO DE NATUREZA REAL - COMPETÊNCIA ABSOLUTA DO FORO DA SITUAÇÃO DA COISA - ANÁLISE SISTEMÁTICA DOS ARTS. 109, § 2º, DA CARTA MAGNA, E 95 DO CPC - COMPETÊNCIA DO JUÍZO FEDERAL ONDE SE SITUA O IMÓVEL OBJETO DA DEMANDA. 1. Na linha da orientação desta Corte Superior, a ação de desapropriação indireta possui natureza real, circunstância que atrai a competência para julgamento e processamento da demanda para o foro da situação do imóvel, nos termos do art. 95 do Código de Processo Civil. 2. Versando a discussão sobre direito de propriedade, trata-se de competência absoluta, sendo plenamente viável seu conhecimento de ofício, conforme fez o d. Juízo Suscitado. (...) (CC 46771/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/08/2005, DJ 19/09/2005, p. 177) 2. DESAPROPRIAÇÃO 2.7.1. Fase declaratória 2.7.2. Fase executória 2.7.2.1. Administrativa 2.7.2.2. Judicial 2.7. Procedimento – DL 3.365/41 01/08/2013 14 2. DESAPROPRIAÇÃO 2.7.1 Fase Declaratória Art. 6o A declaração de utilidade pública far-se-á por decreto do Presidente da República, Governador, Interventor ou Prefeito. Art. 7o Declarada a utilidade pública, ficam as autoridades administrativas autorizadas a penetrar nos prédios compreendidos na declaração, podendo recorrer, em caso de oposição, ao auxílio de força policial. Àquele que for molestado por excesso ou abuso de poder, cabe indenização por perdas e danos, sem prejuízo da ação penal. Art. 8o O Poder Legislativo poderá tomar a iniciativa da desapropriação, cumprindo, neste caso, ao Executivo, praticar os atos necessários à sua efetivação. 2.7. Procedimento – DL 3.365/41 2. DESAPROPRIAÇÃO Consequências da declaração de utilidade pública: • Permissão às autoridades públicas para penetrar no prédio, inclusive com força policial, se necessário • Início da contagem do prazo de caducidade do ato declaratório � 5 anos para declaração de utilidade pública (art. 10 DL 3365/41) � 2 anos para declaração de interesse social (art. 3º, L 4132/62) • Indicação do estado em que se encontra o bem, para fins de indenização => realização de benfeitorias úteis só com prévia autorização, sob pena de não serem indenizáveis (art. 26, §1º, DL 3365/41) OBS: AINDA NÃO HÁ TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE 2.7. Procedimento – DL 3.365/41 2. DESAPROPRIAÇÃO Requisitos do ato declaratório apontados pela doutrina • Fundamento legal específico que justifica a desapropriação • Identificação exata do bem que está sendo desapropriado • Destinação que vai ser dada ao bem • O proprietário do imóvel • Os recursos orçamentários destinados à indenização 2.7. Procedimento – DL 3.365/41 2. DESAPROPRIAÇÃO Art. 10. A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou intentar-se judicialmente, dentro de cinco anos, contados da data da expedição do respectivo decreto e findos os quais este caducará. Neste caso, somente decorrido um ano, poderá ser o mesmo bem objeto de nova declaração. (...) 2.7.2 Fase Executória 2.7.2.1. Administrativa Acordo de vontades 2.7.2.2. Judicial Objeto: Diferença entre o valor ofertado e o solicitado 2.7. Procedimento – DL 3.365/41 2. DESAPROPRIAÇÃO Art. 9º Ao Poder Judiciário é vedado, no processo de desapropriação, decidir se se verificam ou não os casos de utilidade pública. Art. 20. A contestação só poderá versar sobre vício do processo judicial ou impugnação do preço; qualquer outra questão deverá ser decidida por ação direta. 2.7. Procedimento – DL 3.365/41 01/08/2013 15 2. DESAPROPRIAÇÃO Esvaziamento do conteúdo econômico Decreto nº 4.956, de 9 de Setembro de 1903 Art. 12. Os terrenos ou predios, que houverem de ser desapropriados, sómente em parte, si ficarem reduzidos a menos de metade de sua extensão, ou privados das serventias necessarias para uso o gozo dos não comprehendidos na desapropriação, ou ficarem muito desmerecidos da seu valor pela privação de obras e bemfeitorias importantes, serão desapropriados e indemnisados no seu todo, si assim requererem os seus proprietarios (dec. n. 353 de 1845, art. 25; de n. 1664 de 1855, art. 12 n. 2. 2.8. Direito de extensão 2. DESAPROPRIAÇÃO Fim diverso ao inicialmente previsto. • Lícita: Manutenção do interesse público • Ilícita: Desvio de finalidade 2.9. Tredestinação 2. DESAPROPRIAÇÃO Código Civil Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa. 2.9. Retrocessão 2. DESAPROPRIAÇÃO Código Civil Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa 2.9. Retrocessão Não é possível exibir esta imagem no momento. x 2. DESAPROPRIAÇÃO DL 3365/41 Art. 15. Se o expropriante alegar urgência e depositar quantia arbitrada de conformidade com o art. 685 do Código de Processo Civil, o juiz mandará imití-lo provisoriamente na posse dos bens; Imissão provisória na posse 01/08/2013 16 2. DESAPROPRIAÇÃO § 1º A imissão provisória poderá ser feita, independente da citação do réu, mediante o depósito: a) do preço oferecido, se êste fôr superior a 20 (vinte) vêzes o valor locativo, caso o imóvel esteja sujeito ao impôsto predial; b) da quantia correspondente a 20 (vinte) vêzes o valor locativo, estando o imóvel sujeito ao impôsto predial e sendo menor o preço oferecido; c) do valor cadastral do imóvel, para fins de lançamento do impôsto territorial, urbano ou rural, caso o referido valor tenha sido atualizado no ano fiscal imediatamente anterior; d) não tendo havido a atualização a que se refere o inciso c, o juiz fixará independente de avaliação, a importância do depósito, tendo em vista a época em que houver sido fixado originàlmente o valor cadastral e a valorização ou desvalorização posterior do imóvel. Imissão provisória na posse 2. DESAPROPRIAÇÃO § 2º A alegação de urgência, que não poderá ser renovada, obrigará o expropriante a requerer a imissão provisória dentro do prazo improrrogável de 120 (cento e vinte) dias. § 3º Excedido o prazo fixado no parágrafo anterior não será concedida a imissão provisória. § 4o A imissão provisória na posse será registrada no registro de imóveis competente. Imissão provisória na posse 2. DESAPROPRIAÇÃO Art. 33. O depósito do preço fixado por sentença, à disposição do juiz da causa, é considerado pagamento prévio da indenização. § 2º O desapropriado, ainda que discorde do preço oferecido, do arbitrado ou do fixado pela sentença, poderá levantar até 80% (oitenta por cento) do depósito feito para o fim previsto neste e no art. 15, observado o processo estabelecido no art. 34. Imissão provisória na posse A prévia e justa indenização em dinheiro se compatibiliza com o regime de precatórios? 2. DESAPROPRIAÇÃO Art. 100. Os pagamentos devidos pelas FazendasPúblicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. X Art. 5º-XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; 2. DESAPROPRIAÇÃO Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) atendeu o pedido do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e permitiu que a indenização a ser pagar em decorrência de uma desapropriação para reforma agrária possa se dar em precatório, tendo em vista a existência de decisão judicial. A decisão foi tomada na tarde de 25 de março de 2008, no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 427761.O Tribunal Regional Federal da 5ª Reg ião (TRF-5) negou o pedido formulado pelo Instituto para que o pagamento da indenização fosse feito por precatório. O Instituto recorreu então ao STF, com base no artigo 100 da Constituição Federal, que diz que qualquer pagamento imposto à fazenda por decisão judicial deve ser submetido ao regime de precatórios. O relator, ministro Marco Aurélio, baseou seu voto em um precedente do Plenário da Corte (RE 247866). Para ele, o art igo 5º, inciso XXIV, da Constituição, determina que o pagamento de indenizações referentes a desapropriações para reforma agrária deve ser feito em dinheiro. Mas se existe uma decisão judicial, frisou o ministro, deve ser observado o dis posto no artigo 100 da Constituição, que nesses casos permite a utilização do precatório para pagamento. A decisão da Primeira Turma fo i unânime, pelo provimento do recurso, para que o Incra possa quitar seu débito por meio de precatórios. Data: 26 de março, 2008 01/08/2013 17 2. DESAPROPRIAÇÃO • Valor do bem • Despesas processuais • Correção monetária • Juros compensatórios • Juros moratórios • Honorários advocatícios Indenização 2. DESAPROPRIAÇÃO • Valor do bem Art. 27. O juiz indicará na sentença os fatos que motivaram o seu convencimento e deverá atender, especialmente, à estimação dos bens para efeitos fiscais; ao preço de aquisição e interesse que deles aufere o proprietário; à sua situação, estado de conservação e segurança; ao valor venal dos da mesma espécie, nos últimos cinco anos, e à valorização ou depreciação de área remanescente, pertencente ao réu. Art. 26. No valor da indenização, que será contemporâneo da avaliação, não se incluirão os direitos de terceiros contra o expropriado. § 1º Serão atendidas as benfeitorias necessárias feitas após a desapropriação; as úteis, quando feitas com autorização do expropriante. Indenização 2. DESAPROPRIAÇÃO Danos emergentes Aquilo que o proprietário efetivamente perdeu. Lucros cessantes Valores que o proprietário deixou de auferir com a medida supressiva. Indenização 2. DESAPROPRIAÇÃO • Despesas processuais Ex.: Custas e honorários de perito. • Correção monetária SÚMULA 561-STF - EM DESAPROPRIAÇÃO, É DEVIDA A CORREÇÃO MONETÁRIA ATÉ A DATA DO EFETIVO PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO, DEVENDO PROCEDER-SE À ATUALIZAÇÃO DO CÁLCULO, AINDA QUE POR MAIS DE UMA VEZ. SÚMULA 67/STJ - NA DESAPROPRIAÇÃO, CABE A ATUALIZAÇÃO MONETARIA, AINDA QUE POR MAIS DE UMA VEZ, INDEPENDENTE DO DECURSO DE PRAZO SUPERIOR A UM ANO ENTRE O CALCULO E O EFETIVO PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO. Indenização 2. DESAPROPRIAÇÃO • Juros compensatórios Compensação pelo não uso da propriedade Incide da imissão provisória na posse até a inscrição do débito no regime de precatórios Art. 100 - § 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios. Indenização 2. DESAPROPRIAÇÃO • Juros compensatórios SÚMULA Nº 618/STF - NA DESAPROPRIAÇÃO, DIRETA OU INDIRETA, A TAXA DOS JUROS COMPENSATÓRIOS É DE 12% (DOZE POR CENTO)AO ANO. Art. 15-A No caso de imissão prévia na posse, na desapropriação por necessidade ou utilidade pública e interesse social, inclusive para fins de reforma agrária, havendo divergência entre o preço ofertado em juízo e o valor do bem, fixado na sentença, expressos em termos reais, incidirão juros compensatórios de até seis por cento ao ano sobre o valor da diferença eventualmente apurada, a contar da imissão na posse, vedado o cálculo de juros compostos. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001) Indenização 01/08/2013 18 2. DESAPROPRIAÇÃO • Juros compensatórios EMENTA: - Ação direta de inconstitucionalidade. Artigo 1º da Medida Provisória nº 2.027-43, de 27 de setembro de 2000, na parte que altera o Decreto-Lei nº 3.365Deferiu-se em parte o pedido de liminar, para suspender, no "caput" do artigo 15-A do Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941, introduzido pelo artigo 1º da Medida Provisória nº 2.027- 43, de 27 de setembro de 2000, e suas sucessivas reedições, a eficácia da expressão "de até seis por cento ao ano"; para dar ao final desse "caput" interpretação conforme a Constituição no sentido de que a base de cálculo dos juros compensatórios será a diferença eventualmente apurada entre 80% do preço ofertado em juízo e o valor do bem fixado na sentença; e para suspender os parágrafos 1º e 2º e 4º do mesmo artigo 15- A e a expressão "não podendo os honorários ultrapassar R$ 151.000,00 (cento e cinqüenta e um mil reais)" do parágrafo 1º do artigo 27 em sua nova redação. (ADI 2332 MC), Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 05/09/2001. Indenização 2. DESAPROPRIAÇÃO • Juros compensatórios Antes de 11/06/1997 – 12% Entre 11/06/1997 a 13/09/2001 – 6% Após 13/09/2001 – 12% Súmula nº 408/STJ - Nas ações de desapropriação, os juros compensatórios incidentes após a Medida Provisória n. 1.577, de 11/6/1997, devem ser fixados em 6% ao ano até 13/09/2001, e, a partir de então, em 12% ao ano, na forma da súmula n. 618 do Supremo Tribunal Federa Indenização 2. DESAPROPRIAÇÃO • Juros moratórios Compensação pelo atraso no pagamento pelo Poder Público. SÚMULA Nº 70/STJ - OS JUROS MORATORIOS, NA DESAPROPRIAÇÃO DIRETA OU INDIRETA, CONTAM-SE DESDE O TRANSITO EM JULGADO DA SENTENÇA. Art. 15-B Nas ações a que se refere o art. 15-A, os juros moratórios destinam-se a recompor a perda decorrente do atraso no efetivo pagamento da indenização fixada na decisão final de mérito, e somente serão devidos à razão de até seis por cento ao ano, a partir de 1o de janeiro do exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ser feito, nos termos do art. 100 da Constituição. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001) Indenização 2. DESAPROPRIAÇÃO • Juros moratórios Art. 100 - § 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente. Súmula Vinculante 17 Durante o período previsto no parágrafo 1º do artigo 100 da Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos. Indenização 2. DESAPROPRIAÇÃO Pode haver cumulação entre juros moratórios e compensatórios? SÚMULA Nº 102-STJ - A INCIDENCIA DOS JUROS MORATORIOS SOBRE OS COMPENSATORIOS,NAS AÇÕES EXPROPRIATORIAS, NÃO CONSTITUI ANATOCISMO VEDADO EM LEI. Indenização 2. DESAPROPRIAÇÃO ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO. JUROS MORATÓRIOS E COMPENSATÓRIOS. INCIDÊNCIA. PERÍODO. TAXA. REGIME ATUAL. DECRETO-LEI 3.365/41, ART. 15-B. ART. 100, § 12 DA CF (REDAÇÃO DA EC 62/09). SÚMULA VINCULANTE 17/STF. SÚMULA 408/STJ. 3. Segundo jurisprudência assentada por ambas as Turmas da 1ª Seção, os juros compensatórios, em desapropriação, somente incidem até a data da exped ição do precatório original. Tal entendimento está agora também confirmado pelo § 12 do art. 100 da CF, com a redação dada pela EC 62/09. Sendo assim, não ocorre, no atual quadro normativo, hipótese de cumulação de juros moratórios e juros compensatórios, eis que se tratam de encargos que incidem em períodos diferentes: os juros compensatórios têm incidência até a data da expedição de precatório, enquanto que os moratórios somente incidirão se o precatório expedido não for pago no prazo constitucional. 4. Recurso especial parcialmente provido. Recurso sujeito ao regime do art. 543-C do CPC. (REsp 1118103/SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/02/2010, DJe 08/03/2010) Indenização 01/08/2013 19 2. DESAPROPRIAÇÃO PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. DESAPROPRIAÇÃO PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CARACTERIZADA. REVISÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO. NECESSIDADE DO REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ. JUROS COMPENSATÓRIOS. IMÓVEL IMPRODUTIVO. INCIDÊNCIA. PRONUNCIAMENTO PELA SISTEMÁTICA DO ART. 543-C DO CPC (RESP 1.116.364/PI). ANATOCISMO. SÚMULA 102/STJ. VERBA HONORÁRIA. BASE DE CÁLCULO. SÚMULA 131/STJ. 4. "A incidência dos juros moratórios sobre os compensatórios, nas ações expropriatórias, não constitui anatocismo vedado em lei" (Súmula 102/STJ). 5. A teor da Súmula 131/STJ, "nas ações de desapropriação incluem-se no cálculo da verba advocatícia as parcelas relativas aos juros compensatórios e moratórios, devidamente corrigidas". 6. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido. (REsp 1322816/BA, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/06/2013, DJe 26/06/2013) Indenização 2. DESAPROPRIAÇÃO • Honorários advocatícios SÚMULA Nº 617-STF A BASE DE CÁLCULO DOS HONORÁRIOS DE ADVOGADO EM DESAPROPRIAÇÃO É A DIFERENÇA ENTRE A OFERTA E A INDENIZAÇÃO, CORRIGIDAS AMBAS MONETARIAMENTE. Art. 127- § 1º. A sentença que fixar o valor da indenização quando este for superior ao preço oferecido condenará o desapropriante a pagar honorários do advogado, que serão fixados entre meio e cinco por cento do valor da diferença, observado o disposto no § 4o do art. 20 do Código de Processo Civil, não podendo os honorários ultrapassar R$ 151.000,00 (cento e cinqüenta e um mil reais). Indenização 2. DESAPROPRIAÇÃO • Honorários advocatícios EMENTA: - Ação direta de inconstitucionalidade. Artigo 1º da Medida Provisória nº 2.027-43, de 27 de setembro de 2000, na parte que altera o Decreto-Lei nº 3.365Deferiu-se em parte o pedido de liminar, para suspender, no "caput" do artigo 15-A do Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941, introduzido pelo artigo 1º da Medida Provisória nº 2.027- 43, de 27 de setembro de 2000, e suas sucessivas reedições, a eficácia da expressão "de até seis por cento ao ano"; para dar ao final desse "caput" interpretação conforme a Constituição no sentido de que a base de cálculo dos juros compensatórios será a diferença eventualmente apurada entre 80% do preço ofertado em juízo e o valor do bem fixado na sentença; e para suspender os parágrafos 1º e 2º e 4º do mesmo artigo 15-A e a expressão "não podendo os honorários ultrapassar R$ 151.000,00 (cento e cinqüenta e um mil reais)" do parágrafo 1º do artigo 27 em sua nova redação. (ADI 2332 MC), Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 05/09/2001. Indenização DIREITO ADMINISTRATIVO. LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO DE RESSARCIMENTO.A pretensão reparatória do esvaziamento do conteúdo econômico da propriedade decorrente de limitações administrativas prescreve em cinco anos, nos termos do art. 10, parágrafo único, do Decreto-Lei n. 3.365/1941. Os danos eventualmente causados pela limitação administrativa devem ser objeto de ação de direito pessoal, cujo prazo prescricional é de cinco anos, e não de direito real, que seria o caso da desapropriação indireta. A limitação administrativa distingue-se da desapropriação: nesta, há transferência da propriedade individual para o domínio do expropriante, com integral indenização; naquela, há apenas restrição ao uso da propriedade imposta genericamente a todos os proprietários, sem qualquer indenização. Dessa forma, as restrições ao direito de propriedade impostas por normas ambientais, ainda que esvaziem o conteúdo econômico, não constituem desapropriação indireta. AgRg no REsp 1.317.806-MG, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 6/11/2012 (Info 508-STJ). DIREITO ADMINISTRATIVO. REPARAÇÃO DE IMÓVEL TOMBADO. ÔNUS DO PROPRIETÁRIO. A responsabilidade de reparar e conservar o imóvel tombado é do proprietário, salvo quando demonstrado que ele não dispõe de recurso para proceder à reparação. Precedentes citados: REsp 666.842-RJ, DJe 28/10/2009; REsp 895.443-RJ, DJe 17/12/2008; REsp 1.013.008-MA, DJe 23/6/2008, e REsp 97.852-PR, DJ 8/6/1998. AgRg no AREsp 176.140-BA, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 18/10/2012. (Info 507-STJ). DESAPROPRIAÇÃO. LEVANTAMENTO DE DEPÓSITO PELO PROMITENTE COMPRADOR. A Turma, reformando acórdão do tribunal a quo, decidiu caber a intimação dos recorridos para se manifestarem acerca do pedido de levantamento parcial do preço depositado no próprio processo de desapropriação por utilidade pública; somente em caso de eventual oposição fundada destes, seja a questão ventilada em ação própria. In casu, os recorrentes assinaram contrato de compromisso de compra e venda de área encravada em gleba desapropriada. Para o Min. Relator, os arts. 31 e 34 do DL n. 3.365/1941 dão azo ao pedido dos recorrentes, mesmo que o contrato não esteja inscrito no cartório de registro de imóveis, sendo irrelevante a discussão acerca da natureza do direito do promitente comprador – se real ou pessoal –, em virtude da ausência de registro, já que os dispositivos em análise não restringem a sub-rogação unicamente aos direitos reais. REsp 1.198.137-DF, Rel. Min. Teori Albino Zavaski, julgado em 2/2/2012.(Info 490-STJ). 01/08/2013 20 DESAPROPRIAÇÃO. VALOR DA INDENIZAÇÃO. DATA DA AVALIAÇÃO. A Turma, por maioria, reafirmou o entendimento de que, nas ações de desapropriação - a teor do disposto no artigo 26 do DL n. 3.365/1941 - o valor da indenização será contemporâneo à data da avaliação judicial, não sendo relevante a data em que ocorreu a imissão na posse, tampouco a data em que se deu a vistoria do expropriante. Precedentes citados: REsp 1.195.011-PR, DJe 14/2/2011, e REsp 1.035.057-GO, DJe 8/9/2009. REsp 1.274.005- MA, Rel. originário Min. Mauro Campbell Marques, Rel. para acórdão Min. Castro Meira, julgado em 27/3/2012. (INFO 494-STJ) Art. 26. No valor da indenização, que será contemporâneo da avaliação, não se incluirão os direitos de terceiros contra o expropriado DIREITO ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. VALORIZAÇÃO DA ÁREA REMANESCENTE. REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. Na desapropriação indireta, quando há valorização geral e ordinária da área remanescente ao bem esbulhado em decorrência de obra ou serviço público, não é possível o abatimento no valor da indenização devida ao antigo proprietário. Cabe ao Poder Público, em tese, a utilização da contribuição de melhoria como instrumento legal capaz de fazer face ao custo da obra, devida proporcionalmente pelos proprietários de imóveis beneficiados com a valorização do bem. Precedentes citados: REsp 795.580/SC, DJ 1º/2/2007; REsp 1.074.994-SC, DJe29/10/2008. REsp 1.230.687- SC, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 18/10/2012. DIREITO ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. VALORIZAÇÃO DA ÁREA REMANESCENTE. REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. Na desapropriação indireta, quando há valorização geral e ordinária da área remanescente ao bem esbulhado em decorrência de obra ou serviço público, não é possível o abatimento no valor da indenização devida ao antigo proprietário. Cabe ao Poder Público, em tese, a utilização da contribuição de melhoria como instrumento legal capaz de fazer face ao custo da obra, devida proporcionalmente pelos proprietários de imóveis beneficiados com a valorização do bem. Precedentes citados: REsp 795.580/SC, DJ 1º/2/2007; REsp 1.074.994-SC, DJe 29/10/2008. REsp 1.230.687- SC, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 18/10/2012. (Info 507) Desapropriação e área aproveitável - 2 No mérito, prevaleceu o voto do Min. Luiz Fux. Aduziu que, para fins de desapropriação, deveria ser considerada a área total do imóvel, inclusive suas frações inaproveitáveis. Ressurtiu que essas áreas, consideradas isoladamente, serviriam para cálculo de imposto e aferição da produtividade do imóvel. Concluiu não haver o alegado direito de a parte ver excluída uma parcela do imóvel no que concerne à desapropriação. Vencido o Min. Marco Aurélio, relator, que concedia a segurança. Asseverava que a inclusão de áreas reservadas à preservação permanente e não aproveitáveis para a finalidade de classificação da propriedade segundo a extensão não poderia ocorrer, visto que “grande propriedade” seria calculada pela divisão da área aproveitável do imóvel rural, portanto, passível de exploração agrícola. Concluía que essa fração não ultrapassaria o necessário para viabilizar a desapropriação. MS 25066/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/o acórdão Min. Luiz Fux, 14.12.2011. (MS-25066) – (Info 652-STF) Desapropriação e área aproveitável - 2 No mérito, prevaleceu o voto do Min. Luiz Fux. Aduziu que, para fins de desapropriação, deveria ser considerada a área total do imóvel, inclusive suas frações inaproveitáveis. Ressurtiu que essas áreas, consideradas isoladamente, serviriam para cálculo de imposto e aferição da produtividade do imóvel. Concluiu não haver o alegado direito de a parte ver excluída uma parcela do imóvel no que concerne à desapropriação. Vencido o Min. Marco Aurélio, relator, que concedia a segurança. Asseverava que a inclusão de áreas reservadas à preservação permanente e não aproveitáveis para a finalidade de classificação da propriedade segundo a extensão não poderia ocorrer, visto que “grande propriedade” seria calculada pela divisão da área aproveitável do imóvel rural, portanto, passível de exploração agrícola. Concluía que essa fração não ultrapassaria o necessário para viabilizar a desapropriação. MS 25066/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/o acórdão Min. Luiz Fux, 14.12.2011. (MS-25066) – (Info 652-STF) Desapropriação: interesse social e reforma agrária – 1 O Plenário denegou mandado de segurança impetrado com o fim de anular decreto presidencial que declarara de interesse social, para fins de estabelecimento e manutenção de colônias ou cooperativas de povoamento e trabalho agrícola, imóvel rural localizado no Estado da Paraíba, nos termos da Lei 4.132/62 (“Art. 2º Considera-se de interesse social: … III – o estabelecimento e a manutenção de colônias ou cooperativas de povoamento e trabalho agrícola”). Alegava a impetração que o Tribunal de Justiça local teria anulado decreto estadual que desapropriara a mesma área, para fins de estabelecimento de colônia agrícola, razão pela qual o decreto impugnado afrontaria a coisa julgada. Sustentava, ademais, que não se poderia, no caso, cogitar de desapropriação para fins de reforma agrária, haja vista referir-se a média propriedade rural produtiva, e que teria havido desvio de finalidade, visto que a região destinada à desapropriação seria diversa daquela onde residiriam os colonos. Apontava, também, que o ato impugnado teria autorizado o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária — INCRA a promover a desapropriação e que a autarquia não teria competência legal para tanto. Por fim, afirmava afronta ao devido processo legal, à ampla defesa e ao contraditório em decorrência da falta de vistoria prévia do imóvel. 01/08/2013 21 Desapropriação: interesse social e reforma agrária – 2 Em relação ao argumento de violação à coisa julgada, salientou-se que o decreto expropriatório proferido pelo Estado-membro teria sido anulado, em sentença transitada em julgado, devido a vício de incompetência, uma vez que encampado com o intuito de reforma agrária, atribuição exclusiva da União. No ponto, destacou o Min. Luiz Fux que esse vício consistiria em mera formalidade, de modo a não impedir a propositura de nova ação com o mesmo objeto. Reputou-se que, muito embora se tratasse de média propriedade rural produtiva, o ato impugnado não teria a finalidade de desapropriar para reforma agrária, mas para atender a interesse social, conceito este mais amplo do que aquele. A respeito, o Min. Celso de Mello consignou que a desapropriação para fins de reforma agrária seria modalidade de desapropriação-sanção, condicionada à notificação prévia como medida concretizadora do devido processo e vinculada ao mau uso da propriedade, cuja justa e prévia indenização se daria em títulos da dívida agrária. Enfatizou que a hipótese dos autos, por sua vez, trataria de assentamento de colonos em observância a interesse social, sem caráter sancionatório — motivo pelo qual a justa e prévia indenização teria ocorrido em espécie — e não vinculada à produtividade ou às dimensões da área desapropriada. (...) MS 26192/PB - 11.5.2011. (MS-26192) DESAPROPRIAÇÃO. REFORMA AGRÁRIA. INDENIZAÇÃO. Em respeito ao princípio da justa indenização, os valores referentes à desapropriação para fins de reforma agrária devem corresponder à exata dimensão da propriedade, pois não faz sentido vincular-se, de forma indissociável, o valor da indenização à área registrada, visto que tal procedimento poderia acarretar, em certos casos, o enriquecimento sem causa de uma ou de outra parte caso a área constante do registro seja superior. Dessarte, para fins indenizatórios, o alcance do justo preço recomenda que se adote a área efetivamente expropriada, com o fim de evitar prejuízo a qualquer das partes. No caso, deve-se pagar pelo que foi constatado pelo perito (a parte incontroversa), e o montante correspondente à área remanescente ficará eventualmente depositado em juízo até que se defina quem faz jus ao levantamento dos valores. Precedentes citados: REsp 596.300-SP, DJe 22/4/2008; REsp 937.585-MG, DJe 26/5/2008; REsp 841.001-BA, DJ 12/12/2007, e REsp 837.962-PB, DJ 16/11/2006. REsp 1.115.875-MT, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 7/12/2010. DESAPROPRIAÇÃO. INDENIZAÇÃO. ÁREA NÃO REGISTRADA. COBERTURA VEGETAL. O acórdão recorrido entendeu que, havendo divergência sobre a dimensão do imóvel desapropriado, deve prevalecer a área real do imóvel sobre a área registrada, devendo a primeira ser indenizada. É uníssona a jurisprudência deste Superior Tribunal de que o pagamento da indenização em desapropriação direta restringe-se à área registrada constante do decreto expropriatório, incumbindo à parte o ingresso em via ordinária própria para a apuração de eventual esbulho de área excedente (art. 34 do DL n. 3.365/1941 e do art. 6º, § 1º, da LC n. 76/1993). Isso porque o pagamento de área não registrada conduz o Poder Público a indenizar aquele que não detém a propriedade da área expropriada, resultando no enriquecimento sem causa do particular (expropriado). Quanto à indenização da cobertura vegetal, ela deve ser calculada separadamente do valor da terra nua, quando comprovada a exploração econômica dos recursos vegetais. No caso, o tribunal a quo afastou a mencionada indenização separadada terra nua, argumentando que não seria a hipótese de pagamento separado. Não obstante, acrescentou ao valor da terra nua o percentual de 10%, o que, por via oblíqua, acabou indenizando novamente a cobertura vegetal e, a fortiori, contrariando seu próprio entendimento, também o firmado por este Superior Tribunal.. REsp 1.075.293- MT, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 4/11/2010.
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