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Protocolos de Avaliação

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ANEXO IV da Portaria MET nº 221 de 1º de outubro de 2002 
 
PROTOCOLO DE AVALIAÇÕES 
 
A) TESTES DE CAMPO 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Há muitas situações em que é possível obter medidas fidedignas e objetivas em 
situações competitivas. Essas situações de testes não são menos “científicas” e, podem 
ser controladas com o mesmo rigor que os tradicionais testes de laboratório. 
Testes de campo são testes conduzidos em um ambiente que tenta simular a situação 
competitiva real. Os testes de campo são de grande significado prático quando são 
usados para comparações de resultados do mesmo participantes em testes repetidos, ao 
contrário da comparação com resultados de algum grupo de referência. Os testes de 
campo também devem possuir os critérios de validade, fidedignidade e objetividade, 
além de seu protocolo refletir precisamente as exigências das situações do esporte. 
Têm a grande vantagem de permitir um grande número de participantes em um tempo 
menor do que os testes realizados no laboratório. 
 
2. DESCRIÇÃO DOS TESTES RELACIONADOS À SAÚDE 
 
2.1 TESTES DE POTÊNCIA AERÓBIA 
 
1. Teste dos 9 min (opção para crianças de 5 a 12 anos). 
2. Teste dos 12 min (para maiores de 13 anos). 
 
Objetivo: Medir a potência aeróbia. 
 
Contexto: Aptidão física relacionada à saúde e referenciada ao rendimento esportivo. 
 
Descrição: 
Correr/andar durante 9 min ou 12 min percorrendo a maior distância possível. 
Desenvolvimento: 
· Após a descrição dos procedimentos, os participantes iniciam o teste a partir de sinal 
sonoro. 
· Os participantes continuam a correr ou andar até o apito final, quando eles devem 
parar e esperar pelo examinador para determinar a distância que percorreu. 
· Informa-se ao participante a passagem do tempo da prova a cada passagem. 
· Ao final do teste soará um sinal (apito) sendo que os participantes deverão 
interromper a corrida, permanecendo no lugar onde estavam até ser anotada a 
distância percorrida. 
 
Material 
· Local plano com marcação do perímetro da pista 
· Cronômetro e ficha de registro 
· Numeração para identificação dos alunos 
 
 
 
 2 
Preparação: 
Divide-se os participantes em grupos adequados às dimensões da pista. 
Informa-se aos alunos sobre a execução correta do teste dando ênfase ao fato de que os 
alunos devem correr o maior tempo possível, evitando piques de velocidades 
intercalados por longas caminhadas. Informa-se, da mesma forma, que os alunos não 
deverão parar ao longo do trajeto. 
Identifica-se os alunos através de numeração visível situada preferencialmente às costas. 
Aquecimento adequado. 
Todos os dados serão anotados em fichas próprias devendo estar identificado cada aluno 
de forma inequívoca. 
Os resultados para os testes de 9 e 12 minutos serão anotados em metros com 
aproximação às dezenas. 
Sugere-se que no teste dos 9 e 12 minutos o professor saiba previamente o perímetro da 
pista e durante o teste anote apenas o número de voltas completas para cada aluno. 
Desta forma, após multiplicar o perímetro pelo número de voltas de cada aluno deverá 
complementar apenas com a adição da distância percorrida entre a última volta 
completada e o ponto de localização do aluno após a finalização do teste (apito). Para 
facilitar a medida da distância final, sugere-se a marcação da pista a cada vinte metros. 
 
Fonte de erros 
Instrução incompleta; 
Excesso de participantes em relação às dimensões da pista; 
Imprecisão das dimensões da pista; 
Variação do tipo de piso da pista utilizada; 
 
Resultados 
 A medida consta da marca da distância percorrida em metros, com aproximação 
até as dezenas. 
 
2.2 TESTE DE FLEXIBILIDADE 
 
Teste de sentar e alcançar 
 
Objetivo: Medir a flexibilidade do quadril e a elasticidade dos músculos dorso-
lombares e ísquio-tibiais. 
 
Contexto: Aptidão física relacionada à saúde e referenciada ao rendimento esportivo. 
 
Descrição: Sentar-se de frente para a base do banco com as pernas estendidas e unidas; 
 
Desenvolvimento: 
 Os participantes descalços sentam com os pés embaixo da escala de medição da 
caixa, com os joelhos completamente estendidos. Os pés são pressionados contra a 
caixa. O examinador segura os joelhos para assegurar que os mesmos permaneçam 
estendidos. Os braços são estendidos para frente com uma mão sobre a outra para 
realizar o teste. O testando com as palmas das mãos para baixo, procura alcançar o 
máximo de distância com as mãos ao longo da escala de medição quatro vezes. 
 A posição de máximo alcance é determinada pela linha mais distante tocada pela 
ponta dos dedos de ambas as mãos. A distância alcançada na quarta tentativa deve ser 
 3 
mantida por um segundo e medida em centímetros. Se as mãos não estiverem uma sobre 
a outra, o teste deve ser administrado novamente. O teste é repetido duas vezes. 
 
Material 
1 banco (um cubo construído com peças de 30,5 x 30,5 cm com uma peça (régua) de 
53cm de comprimento por 15 cm de largura. Sobre esta peça é colada uma fita-métrica 
com 53 cm de modo que a marca de 23 cm fique exatamente em linha com a face do 
cubo onde os alunos apoiarão os pés); 
1 colchonete. 
 
Preparação 
Fazer um leve aquecimento, praticando de 6 a 8 vezes exercício de tentar alcançar as 
pontas dos pés na posição sentada com as pernas unidas e estendidas. 
 
Fonte de erros 
Instrução incompleta; 
Posição inadequada dos braços e mãos; 
Flexão dos joelhos; 
Utilizar movimentos de balanço. 
 
Resultado 
O resultado é medido em centímetros, a partir da posição mais longínqua que o aluno 
pode alcançar na escala com as pontas dos dedos. 
 
2.3 TESTE DE RESISTÊNCIA E FORÇA ABDOMINAL 
Teste abdominal – 1 min ou 30 seg 
 
Objetivo: Medir a resistência e força dos músculos abdominais. 
 
Contexto: Aptidão física relacionada à saúde (1 min) e ao rendimento esportivo (30 
seg). 
 
Descrição: A partir da posição de decúbito dorsal, braços cruzados sobre o tórax, 
joelhos flexionados a 90 graus, pés apoiados no solo e fixados pelo avaliador efetuar o 
maior número de repetições possíveis em até 1 minuto ou 30 segundos. 
 
Desenvolvimento: 
Ao sinal, o participante realiza a flexão do quadril até tocar com os cotovelos nas coxas, 
retornando a posição inicial. 
O avaliador realiza a contagem do número de repetições em voz alta. 
O participante realiza o máximo de repetições completas no tempo máximo de 1 minuto 
ou 30 seg, mantendo o ritmo constante. 
 
Material 
Colchonete de ginástica; 
Cronômetro. 
 
Preparação 
Após a realização de um aquecimento adequado, o participante permanece em decúbito 
dorsal com os joelhos flexionados a 90 graus. 
 4 
O avaliador fixa os pés do estudante ao solo. 
O participante mantém os braços cruzados sobre o peito, com as mãos sobre os ombros 
e o pescoço fletido mantendo o queixo junto ao peito. 
 
Fonte de erros 
Não fixar adequadamente os pés do ava liado sobre o solo; 
Afastamento dos braços em relação ao peito; 
Não tocar os cotovelos nas coxas; 
Realizar rotação do tronco; 
Não manter o ritmo constante na realização das respetições. 
 
Resultados 
 Número de repetições realizadas durante 1 minuto ou 30 segundos. 
 
2.4 TESTE DE RESISTÊNCIA E FORÇA DE MEMBROS SUPERIORES 
 
Teste modificado de flexão e extensão de braços na barra 
 
Objetivo: Medir a força e resistência de membros superiores. 
 
Contexto: Aptidão física relacionada à saúde e ao rendimento esportivo. 
 
Descrição: O aluno deverá estar pendurado na barra com empunhadura em pronação. A 
partir da flexão dos cotovelos elevar-se até que o queixo toque a linha de demarcação e, 
em seguida, retornar a posição inicial. O movimento será repetido tantas vezes quanto 
possível sem ocorrer paralizações. 
 
Preparação: 
Colocar a barra a uma altura de 3 cm da ponta dos dedos estando o aluno em decúbito 
dorsal e com os braços totalmente estendidos para cima; 
Na posiçãoinicial o aluno deverá estar pendurado na barra com o corpo ereto, 
calcanhares no chão, com empunhadura pronada; 
 
Desenvolvimento: 
Após a posição inicial, o aluno deverá elevar-se até que o pescoço toque a linha de 
demarcação que deve estar colocada no segundo espaço abaixo da barra, em seguida 
retorna-se a posição inicial, completando uma repetição; 
O movimento deverá ser repetido tantas vezes quanto possível, sem ocorrer 
paralizações; 
Não será permitido que o aluno coloque qualquer parte do corpo em contato com o solo, 
nem realizar movimentos de quadris e pernas ou tentativa de extensão da coluna 
vertebral procurando minimizar a sobrecarga dos braços; 
Será registrado o número máximo de repetições sem limite de tempo. 
 
Material: 
Uma armação de madeira com suporte regulável para barra. Tal suporte apresenta as 
seguintes dimensões: 120 x 50 cm na base; caibros de 12 x 8 cm acoplados à base 
servindo de suporte para a barra de aproximadamente 3,8 cm de diâmetro e 150 cm de 
comprimento. Os caibros que servem de suporte para a barra apresentam uma altura de 
140 cm, com orifícios a cada 5 cm, para que a altura da barra pudesse ser ajustada 
 5 
conforme o comprimento dos braços do avaliado. Uma tábua suspensa de 12 cm de 
largura por 1,5 cm de espessura é fixada acima dos caibros de suporte, para evitar que a 
armação pudesse se movimentar. 
Colchonetes 
 
Fontes de erros: 
Colocar qualquer parte do corpo, que não seja o calcanhar, em contato com o solo; 
Realizar movimentos de balanço dos quadris e/ou pernas ou tentativa de extensão da 
coluna vertebral procurando minimizar a sobrecarga dos braços; 
Interromper o ritmo regular de realização das repetições; 
Não tocar com o pescoço na linha de referência. 
 
Avaliação dos resultados 
Número máximo de repetições. 
 
2.5 TESTE DE FORÇA EXPLOSIVA DE MEMBROS INFERIORES 
 
Teste do salto em distância parado 
 
Objetivo: Medir a força explosiva de membros inferiores. 
 
Contexto: Aptidão física relacionada ao rendimento esportivo. 
 
Descrição: 
O estudante situa-se imediatamente atrás da linha, com os pés paralelos, ligeiramente 
afastados (linha de ombros), tronco ligeiramente inclinado à frente. 
 
Preparação: 
A trena é fixada no solo, perpendicularmente à linha, ficando o ponto zero sobre a 
mesma; 
A distância do salto será registrada a partir da linha até o calcanhar mais recuado; 
Se o aluno cair para trás, será possibilitada uma nova chance; 
 
Desenvolvimento: 
 
Saltar a pés juntos, a partir da posição em pé, de trás da linha, procurando chegar o mais 
longe possível. 
Cada aluno realiza duas tentativas. 
 
Material 
Uma trena e uma linha traçada no solo. 
 
Fontes de erros: 
Desnível no piso onde será realizado o teste. 
Pisar na linha de partida. 
 
Avaliação dos resultados: 
Serão realizados dois saltos, registrando-se o melhor resultado em centímetros; 
 
2.6 TESTE DE CORRIDA DE 20/30/40/50 E 60 METROS. 
 6 
 
Objetivo: Medir a velocidade de deslocamento. 
 
Contexto: Aptidão física relacionada ao rendimento esportivo. 
 
Descrição: 
Correr a distância de 20/30/40/50 e 60 metros no menor tempo possível. 
 
Desenvolvimento: 
Ao sinal do avaliador o participante deverá deslocar-se, o mais rápido possível, em 
direção à linha de chegada. 
O cronometrista inicia a contagem do tempo a partir do contato ao solo na primeira 
passada do avaliado 
 
Preparação: 
Sugere-se exercícios de aquecimento; 
O estudante parte da posição de pé, com um pé avançado a frente imediatamente a trás 
da primeira linha e o tronco levemente inclinado à frente. 
 
Material: 
um cronômetro. 
 
Fontes de erros: 
Acionamento do cronômetro atrasado. 
Sinalização na chegada. 
 
Avaliação dos resultados: 
O tempo será registrado em segundos e décimos de segundos. 
 
2.7 TESTE DE AGILIDADE 
 
Objetivo: 
Medir a velocidade em movimentos acíclicos (agilidade) 
 
Contexto: 
Aptidão física relacionada ao rendimento esportivo. 
 
Descrição: 
O avaliado, partindo da posição de pé, desloca-se tocando com uma das mãos cada um 
dos quatro cones posicionados em cada vértice do quadrado. 
 
Desenvolvimento: 
Ao sinal o avaliado, partindo da posição de pé, com um pé avançado à frente 
imediatamente atrás da linha de partida ao lado de um dos cones, deverá deslocar-se até 
o próximo cone em direção diagonal. Toca com uma das mãos esse cone e corre em 
direção ao cone à sua esquerda. Toca o cone com uma das mãos e dirige-se para o 
terceiro cone em diagonal (atravessa o quadrado em diagonal) e corre de novo na 
lateral. Repete esta sequência três vezes. 
Serão realizadas duas tentativas. 
 
 7 
Material: 
Um cronômetro; 
Quatro cones; 
Uma trena. 
 
Preparação: 
Desenhar um quadrado de quatro metros de lado em um piso antiderrapante; 
Colocar em cada vértice do quadrado um cone. 
Desenhar uma linha de partida ao lado de um dos cones. 
 
Fontes de erros 
Piso derrapante; 
Realização equivocada do trajeto. 
 
Resultados: 
 O tempo será registrado em segundos e décimos de segundos. 
 
3. DESCRIÇÃO DOS TESTES RELACIONADOS AO ESPORTE 
 
3.1 - SALTO VERTICAL COM MEIA FLEXÃO DO JOELHO (SQUAT JUMP) 
 
1.1 Objetivo: medir a força explosiva dos membros inferiores. O valor da elevação no 
salto está na razão direta da velocidade vertical do indivíduo no momento da saída, e 
esta velocidade é fruto da aceleração que os membros inferiores imprimem ao centro de 
gravidade. 
 
Capacidade exigida: Força explosiva, capacidade de recrutamento nervoso. 
 
Ação muscular: Trabalho concêntrico (positivo) 
 
1.2 Descrição: Neste teste o indivíduo efetua o salto vertical partindo da posição de 
meio agachamento (joelho flexionado a 90º) com o tronco ereto, olhando para frente 
tendo as mãos na cintura. O indivíduo deve efetuar o salto sem contra movimento. 
1.3 Desenvolvimento: O salto vertical realiza-se da posição imóvel de meio 
agachamento, com uma forte e rápida extensão dos membros inferiores mantendo as 
mãos na cintura. Um desempenho máximo deve coincidir com um salto vertical o mais 
alto possível. 
1.4 Material: Ergo jump. 
 
1.5 Preparação: Aquecimento normal com realização de 3 salto antes do teste. 
 
1.6 Fontes de erros: 
Realização do contra movimento, deverá sair da posição estática. 
Elevação do calcanhar 
Tronco e/ou cabeça inclinados à frente 
Flexão dos joelhos durante o vôo 
Aterrissagem com a planta do pé 
 
1.7 Resultados: Os resultados serão representados em centímetros e tempo de vôo. 
 
 8 
3.2 - SALTO VERTICAL COM CONTRA MOVIMENTO 
 
2.1 Objetivo: medir a força explosiva dos membros inferiores. O valor da elevação no 
salto está na razão direta da velocidade vertical do indivíduo no momento da saída, e 
esta velocidade é fruto da aceleração que os membros inferiores imprimem ao centro de 
gravidade. 
 
Capacidade exigida: Força explosiva, capacidade de recrutamento nervoso, uso da 
energia elástica produzida no ciclo do alongamento-encurtamento. 
 
Ação muscular: Trabalho excêntrico e concêntrico (negativo-positivo) 
 
2.2 Descrição: Neste teste o indivíduo efetua o salto vertical partindo da posição em pé, 
com as pernas estendidas, olhando para frente tendo as mãos na cintura. O indivíduo 
deve efetuar o salto contra movimento. 
 
Desenvolvimento: O salto vertical realiza-se da posição imóvel, de pé, com as pernas 
estendidas através de uma forte e rápida extensão dos membros inferiores mantendo as 
mãos na cintura. Um desempenho máximo deve coincidir com um salto vertical o mais 
alto possível. 
 
2.4 Material: Ergo jump. 
 
2.5 Preparação: Aquecimento normal com realização de 3 salto antes do teste. 
 
2.6 Fontes de erros: 
Realização do contra movimento abaixo dos noventa graus 
Realização do contra movimento muito rápido 
Tronco e/ou cabeça inclinados à frente 
Flexão dos joelhos durante o vôo 
Aterrissagem com a plantado pé 
 
2.7 Resultados: Os resultados serão representados em centímetros e tempo de vôo. 
 
 
3.3 - SALTO EM PROFUNDIDADE 
 
3.1.Objetivo : medir a força explosiva dos membros inferiores; a energia elástica no 
ciclo de alongamento – encurtamento. 
 
3.2 Descrição: Inicia-se o teste com o executante saindo do alto de uma caixa, partindo 
em direção ao tapete de contato, realizando a repulsão no sentido vertical. O executante 
deverá manter as mãos na cintura, durante toda execução. 
 
3.3 Desenvolvimento : O executante realizará diversos saltos variáveis ( diferentes 
alturas de caixa com progressão de dez centímetros) até alcançar a altura máxima do 
salto, seguida de dois resultados inferiores. 
 
3.4 Material : Caixas com alturas de 10 cm; Ergo jump 
 
 9 
3.5 Preparação : Aquecimento normal com execução de 2 – 3 vezes do teste. 
 
3.6 Fontes de erros: 
Saltar de cima da caixa 
Tirar as mãos da cintura durante toda a execução 
Flexão excessiva do joelho quando tocar o tapete 
O tempo longo de contato no tapete 
Flexão dos joelhos durante o vôo 
Aterrissagem com a planta do pé 
 
3.7 Resultados : Altura de queda, duração de contato, altura do salto 
 
3.4 - SALTOS HORIZONTAIS ( seis saltos alternados ) 
 
 4.1 Objetivo : medir a força explosiva dos membros inferiores. 
 
4.2 Descrição : O teste inicia-se com o indivíduo na posição em pé e parado atrás de 
uma linha demarcada no solo, com as pernas na posição antero-posterior. O executante 
realiza seis saltos de forma alternada ( direita / esquerda ), finalizando com os dois pés. 
 
4.3 Desenvolvimento : A partir da linha demarcada no solo, estender uma trena 
perpendicular a esta linha. Um avaliador deverá ficar posicionado próximo a linha de 
partida e o outro no ponto de aterrissagem. 
 
4.4 Material : Trena 
 
4.5 Preparação : Aquecimento normal com 2 –3 execuções do teste. 
 
4.6 Fontes de erros : 
Pisar em cima da linha de saída. 
Não partir da posição parada 
Aterrissagem final apenas em um dos pés. 
Não realizar o salto paralelo a trena. 
 
4.7 Resultados : Será medido em metros e centímetros. 
 
3.5 - AGACHAMENTO COMPLETO 
 
5.1 Objetivos: medir a força máxima da musculatura dos membros inferiores 
Capacidade exigida : Força máxima, capacidade de recrutamento das unidades 
motoras 
Ação muscular: Trabalho concêntrico 
 
5.2 Descrição: O teste consiste em levantar o maior peso possível em uma repetição 
(1RM) após a flexão profunda dos joelhos, com a barra de peso sobre as costas. O 
executante deve assumir uma posição em pé, com os pés separados na largura dos 
ombros com os halux voltados levemente para fora. A barra é mantida atrás do pescoço 
sobre a parte superior do músculo trapézio. A empunhadura da barra deve ser um pouco 
mais larga que a largura dos ombros. O peso corporal deve ser igualmente distribuído 
em ambos os pés. As costas são mantidas normalmente retas e a profundidade do 
 10 
agachamento varia dependendo de cada indivíduo. Em geral, na flexão, as coxas devem 
baixar levemente na horizontal. Depois de alcançar a posição mais baixa, estender as 
pernas forçosamente por ações na articulação dos joelhos e do quadril. 
 
5.3 Desenvolvimento: O executante com a barra nas costas, realiza uma flexão máxima 
seguida de uma extensão completa dos membros inferiores. A força desenvolvida pelos 
membros inferiores, será muito próxima do valor da sobrecarga elevada (peso do corpo 
+ peso da sobrecarga). 
 
5.4 Material : 1 barra e pesos libres 
 
5.5 Preparação: Aquecimento normal com 2-3 execuções do teste com pesos menores. 
 
5.6 Fontes de erros: 
Agachamento insuficiente 
Levantar os calcanhares 
Inclinar exageradamente o tronco à frente 
 
5.7 Resultados: O resultado é registrado em quilos (peso da barra + anilhas). 
 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
AAHPERD Health Related Physical Test Manual. Reston, American Alliance for 
Health, Physical Educations, Recreation and Dance, 1980. 
Barbanti, V.J. Manual de Testes: Aptidão física relacionada à saúde. Itapira, Prefeitura 
Municiapl, 1983. 
Cooper, K.H. Aerobics. New York, Evans, 1976. 
Haag, H.; Dassel, H. Fitness Tests. Schorndorf, Karl Hofman, 1975. 
Safrit, J.F. Evaluation in Physical Education. New Jersey, Prentice Hall, 1981. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
B) CLÍNICA ESPORTIVA 
 
INTRODUÇÃO 
 
A proposta a seguir é o resultado da nossa experiência nos últimos anos, estruturada 
sobre a literatura internacional. Um Setor de Medicina Esportiva deve definir seus 
limites de atuação na atenção médica aos indivíduos envolvidos em atividades 
esportivas em três situações distintas : 
 
Avaliações prévias às atividades físicas com a finalidade de: 
prevenção de lesões 
redução dos riscos para a saúde 
melhora no desempenho 
Atendimento a eventualidades durante as atividades físicas: 
traumatismos 
eventos clínicos 
controle antidoping 
Tratamento de seqüelas esportivas 
 
Parece-nos que a conduta mais adequada à realidade da Rede CENESP seria a divisão 
da responsabilidade pelos três níveis de atendimento acima citados entre as Escolas de 
Educação Física (CENESP), as Faculdades de Medicina, as Faculdades de Farmácia, as 
Escolas de Enfermagem e os Hospitais de Clínicas, da seguinte forma: 
Escolas de Educação Física: cuidariam das avaliações prévias (ver adiante) 
As Faculdades de Medicina e as Escolas de Enfermagem criariam postos avançados 
com professores e alunos estagiários e um sistema de encaminhamento para 
atendimento de eventualidades . 
Os Hospitais de Clínicas cuidariam do pronto atendimento e do tratamento das seqüelas 
esportivas. 
As Faculdades de Farmácia criariam um posto avançado com professores e alunos 
estagiários para o desenvolvimento de ações relacionadas ao controle do doping. 
 
Neste sentido, caso aprovada esta sugestão, caberia à comissão designada Rede 
CENESP o estabelecimento das conversações destinadas a elaborar esta atuação 
conjunta. 
 
Avaliações Prévias - O papel do CENESP 
 
Quanto às atribuições do Setor de Medicina da Rede CENESP, seria adotada uma regra 
fundamental: 
 
PARA REALIZAR ATIVIDADES COMPETITIVAS OU DE TREINAMENTO, TODOS OS 
INDIVÍDUOS DEVERÃO POSSUIR UM DOCUMENTO, COM PERÍODO DE VALIDADE PRÉ-
DEFINIDO, QUE ATESTE QUE ESTÃO APTOS PARA A ATIVIDADE PROPOSTA, DE ACORDO 
COM OS CRITÉRIOS APRESENTADOS A SEGUIR. 
 
CRITÉRIOS PARA DETERMINAÇÃO DA APTIDÃO PARA A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS 
 
Justificativa 
 
 12 
As atividades físicas programadas podem ser praticadas com diferentes finalidades, 
conforme a população envolvida: para a educação, no caso das escolas; para o lazer e a 
promoção da saúde e da estética corporal através do condicionamento físico, no caso da 
população de um modo geral; para o desenvolvimento esportivo ou artístico, no caso 
dos atletas e bailarinos; para a capacitação funcional, no caso dos militares e outros 
trabalhadores; e para a reabilitação, no caso de portadores de doenças que apresentam 
melhora através dos exercícios. Cada uma destas finalidades e populações têm 
características próprias, que condicionam a maior ou menor necessidade da avaliação 
médica prévia às atividades. 
Em termos gerais, pode-se dizer que quanto maior a intensidade relativa (%VO2max) e a 
duração do esforço a ser realizado, mais necessária se torna a avaliação médica prévia. 
No entanto, outros fatores devem ser considerados nesta decisão, especialmente a idade 
dos indivíduos, a probabilidade da incidência de determinadas doenças naquela 
população, o ambiente físico onde a atividade será realizada e a história clínica de cada 
indivíduo. 
Serão comentadas, a seguir, apenas as condições nas quais as atividades físicas 
programadas são indicadas com as finalidades educativa ou de promoção de saúde ou 
esportiva, em nível amador e profissional, uma vez que aprescrição de atividades 
físicas para a reabilitação já pressupõe um exame médico anterior, durante o qual foi 
feito o diagnóstico da patologia a ser tratada. Além disso, o exame médico faz parte dos 
recursos da Medicina do Trabalho e manuais militares na avaliação da capacitação 
funcional de trabalhadores e soldados, respectivamente. 
 
 
 
 
RISCOS 
 
Todas as atividades físicas, mesmo para aqueles que não possuem contra- indicações, 
apresentam alguns custos e riscos e a sua indicação deve ser feita dentro de critérios 
objetivos que os levem em conta em relação aos possíveis benefícios. 
Entre os custos, deve ser lembrado o aspecto financeiro, especialmente nos programas 
destinados a grandes populações e sustentados com recursos públicos. É preciso levar 
em conta também o tempo gasto na prática de atividades regulares: por exemplo, um 
programa de apenas 3 horas semanais representaria cerca de 180 dias consumidos de 
forma contínua em exercícios ao longo de 30 anos, o que, considerando o período de 
vigília, representaria cerca de um ano completo da vida. Da mesma forma, os eventuais 
danos secundários ao excesso de treinamento, que pode corresponder a cerca de 50 a 
60% de todas as lesões esportivas (RENSTRÖM, 1998), também devem ser analisados 
para que as vantagens e desvantagens da indicação das atividades físicas sejam 
devidamente quantificadas. 
Mais evidentes do que os custos acima, os traumatismos e os problemas 
cardiovasculares têm sido mais assumidos como riscos das atividades físicas, 
especialmente aqueles decorrentes de exercícios realizados em ambientes considerados 
“extremos” (RODRIGUES & SILAMI-GARCIA, 1999). 
Os traumatismos músculo-esqueléticos são o risco mais freqüente e apresentam local, 
gravidade e prognósticos variados, sendo que as lesões na cabeça correspondem a cerca 
de 20%, a gravidade em geral é moderada e o prognóstico é bom. Uma forma especial 
de traumatismo craniano, com possibilidades fatais e relacionada com as atividades 
físicas é a chamada Síndrome do Segundo Impacto, que vem sendo melhor 
 13 
compreendida, estudada e diagnosticada (SCHWARTZ & TATOR, 1998). No entanto, 
é um dado impressionante que as lesões esportivas sejam a terceira causa de paraplegia 
permanente e a quarta causa geral de fratura da espinha vertebral, depois dos acidentes 
com veículos, dos ocupacionais e dos domésticos, nos Estados Unidos (REID & 
OSINGA, 1998). 
No Brasil, não foram encontrados dados gerais específicos sobre a mortalidade ou a 
incidência de lesões secundárias aos exercícios ou aos esportes (DATASUS, 2000) mas 
é possível que as lesões mais freqüentes sejam aquelas que atingem o joelho e, 
secundariamente, os pés (CUNHA, 1999). 
Por outro lado, os problemas cardiovasculares mais importantes durante as atividades 
físicas são a morte súbita e o infarto do miocárdio. Embora seja rara entre jovens (0,13 e 
0,75/100.000), a morte súbita na juventude está associada em 10% dos casos com 
alguma atividade física ou esporte. Mais freqüente depois da juventude, a morte súb ita 
nos adultos aparentemente sadios atinge a proporção de 5,4/100.000, assim como 
crescem as chances de um infarto durante o exercício nos indivíduos mais velhos, 
especialmente se previamente inativos (MacAULEY, D. ,1998 ). 
As principais causas de morte súbita, durante as atividades físicas, diferem em função 
da idade dos indivíduos: abaixo dos 30 anos as causas mais comuns são: cardiomiopatia 
hipertrófica (48%), hipertrofia idiopática do ventrículo esquerdo (18%) e implante 
anômalo das artérias coronárias (14%); acima dos 30 anos prevalecem as doenças 
cardíacas adquiridas, sendo que a aterosclerose coronariana corresponde a mais de 80% 
dos casos (MacAULEY, D. ,1998). 
Diante dos dados acima, surge a questão fundamental se o exame médico ou qualquer 
outro procedimento técnico poderiam estratificar os indivíduos segundo as suas 
probabilidades de apresentarem um problema ortopédico, cardiovascular ou de outra 
natureza durante as atividades físicas. 
 
TESTES E MEDIDAS 
 
ESTRATIFICANDO O RISCO 
 
A possibilidade de se estratificar o risco de possíveis complicações para a saúde durante 
o exercício é uma questão ainda sujeita a controvérsias, quando se considera a 
população em geral (MacAULEY, D. ,1998). 
Há argumentos favoráveis ao exame médico de todos os indivíduos candidatos às 
atividades físicas, cujo objetivo prioritário seria a prática de atividades físicas para o 
lazer, o condicionamento físico ou a estética.. Alguns países adotam leis que tornam 
obrigatório os exames médicos prévios às atividades físicas (GUILLET, R.; GENÉTY, 
J.; BRUNET-GUEDJ, E., 1983). 
No Brasil, em 1993, o governo revogou um decreto anterior (69.450 de 1/11/1971) que 
exigia para as aulas de Educação Física: "os alunos de qualquer nível serão submetidos 
a exame clínico no início de cada ano letivo e sempre que for julgado necessário pelo 
médico assistente da instituição, que prescreverá o regime de atividades convenientes, 
se verificada anormalidade orgânica". Para as demais atividades físicas, além daquelas 
incluídas na Medicina do Trabalho, atualmente não parece haver qualquer 
recomendação legal expressa quanto ao exame médico prévio ao seu início. 
Para os atletas, um exame médico obrigatório, constituído basicamente de uma 
avaliação clínica, encontra apoio pela possibilidade de prevenção de morte súbita 
(WALLER & HARVEY, 1993; GHORAYEB e col., 1998). Além disso, em defesa da 
realização rotineira de exames médicos, argumenta-se que seu objetivo principal seria a 
 14 
"detecção de problemas clínicos subjacentes que possam limitar a competição ou 
colocar uma pessoa "em maior risco", por exemplo, o broncoespasmo induzido pelo 
exercício, as cefaléias induzidas por trauma ou a cardiomiopatia hipertrófica" 
(TUCKER, 1997). 
Além disso, o exame médico prévio poderia determinar o estado geral de saúde e 
aconselhar medidas corretivas ou preventivas adequadas, detectar as condições que 
predispõem às lesões e possam se constituir em risco de vida ou incapacitação, 
determinar o nível de aptidão para os esportes, reunir dados basais para referência futura 
e atender requisitos legais e de segurança (GHORAYEB e cols., 1998). 
No entanto, não parece ser possível identificar no exame médico prévio um determinado 
perfil corporal ou de hábitos de vida que predisponha às lesões esportivas, pelo menos 
as ortopédicas, nos indivíduos em crescimento. Interessante lembrar que, nesta 
população, tem sido observada uma relação direta entre as lesões esportivas e os fatores 
psicológicos decorrentes de eventos estressantes da sua vida diária (HYNDMAN, 
1998). 
Além disso, os dados internacionais mostram que a taxa de impedimento após um 
exame médico é muito baixa e não justificaria a sua utilização indiscriminada. Num 
estudo, mesmo o acréscimo da realização do eletrocardiograma, apenas 1/350 atletas 
apresentava alterações indicativas de problemas sérios ou potencialmente sérios pela 
classificação da Bethesda Conference de 1994, o que não justificaria a sua utilização 
sistemática (MacAULEY, D. ,1998). 
Já foi comentado anteriormente que a opção pela indicação de exame médico para 
todos, enfrentaria a limitação do acesso ao atendimento médico, público ou privado, 
assim como representaria um custo financeiro insuportável em programas de massa. 
Não se trata de discutir, no presente capítulo, uma política ideal de saúde, ou seja, se 
todas as pessoas devem ou não serem submetidas a exames médicos durante a sua vida 
e com qual freqüência e profundidade este exame deveria ser realizado. Mas, sim, trata-
se de estabelecer se o exame médico deve ser feito, prévia e obrigatoriamente, para 
todas as pessoas, visando exclusivamente as atividades físicas. 
Estas considerações mostram que seria razoável destinar o exame para situações 
especiais (ver adiante) e aumentara procura por outros métodos mais eficazes e viáveis 
de estratificação do risco na população em geral, aparentemente sadia. 
Neste sentido, há argumentos favoráveis à aplicação de questionários para triagem, os 
quais poderiam evitar o dispêndio excessivo de recursos financeiros e de tempo, 
selecionando aqueles indivíduos que deveriam ser submetidos a um exame médico, 
separando-os dos demais que poderiam praticar atividades físicas livremente. Diversos 
modelos destes questionários têm sido propostos com o intuito de detectar indícios de 
patologias subjacentes capazes de aumentar o risco de problemas durante as atividades 
físicas. As tabelas 1 e 2 (ANEXOS) mostram a adaptação do questionário apresentado 
pelo American College of Sports Medicine (RODRIGUES e cols., 1999). 
Apesar do evidente avanço que as recomendações do ACSM trouxeram para a 
organização de uma sistemática geral para a população em geral e para os indivíduos 
aparentemente sadios, algumas questões permanecem sem respostas. 
Inicialmente, qual seria a validade dos questionários, uma vez que ainda não estão 
disponíveis estudos em larga escala que comprovem a eficácia do questionário em 
prevenir a morte súbita (MacAULEY, D. ,1998). 
Além disso, qual seria o seu valor quando adaptados dos norte-americanos para a 
população brasileira? A incidência das patologias, a variedade delas, assim como as 
características genéticas das populações permitem que as perguntas sejam 
automaticamente transponíveis? Portanto, para uma aplicação segura do questionário, 
 15 
tornam-se necessários estudos que verifiquem a eficácia, tanto da forma original nos 
Estados Unidos, quanto da sua adaptação no Brasil. 
Outras limitações encontradas para o uso dos questionários de triagem seriam a sua 
pouca aplicabilidade aos atletas de competição e aos indivíduos muito jovens ou muito 
idosos. Assim, parece que sua grande utilidade seria entre os indivíduos de meia- idade e 
iniciantes nas atividades físicas. Além disso, considerando-se as grandes diferenças 
culturais inter e intra-populacionais, não está claro se os questionários deveriam ser 
auto-aplicáveis ou respondidos diante de um médico ou conferidos por um profissional 
da área da saúde. 
Finalmente, alguns critérios éticos devem ser respeitados para os exames de pré-
participação, que pretendem funcionar como testes de triagem: a condição clínica 
investigada deve ser importante; um estado sub-clínico ou latente da moléstia deve 
existir; a história natural da doença deve ser conhecida; um tratamento aceitável para a 
condição clínica detectada deve existir e deve haver um consenso quanto ao melhor 
tratamento; os recursos para diagnóstico e tratamento devem estar ao alcance dos 
indivíduos abordados; o teste deve ser prático, aceitável pela população e o seu custo 
financeiro deve ser razoável; e o teste deve permitir uma triagem contínua 
(MacAULEY, 1998). 
Observa-se que tanto o exame médico de rotina quanto os questionários, quando 
aplicados a indivíduos assintomáticos, como forma de triagem, não atendem de forma 
completa a todos os critérios éticos mencionados acima. Tome-se, por exemplo, o caso 
da cardiomiopatia hipertrófica, um dos achados mais freqüentes nas autópsias de jovens 
vítimas de morte súbita durante atividades físicas: é uma condição clínica importante, 
existe um estado latente, mas sua história natural não é bem conhecida, particularmente 
quanto à pratica de atividades físicas e, além disso, não há um tratamento de consenso 
para a moléstia. Isto significa, por exemplo, que a detecção de um caso de 
cardiomiopatia hipertrófica num jovem atleta assintomático estaria criando um 
problema complexo, pois não se sabe, com segurança, se o seu afastamento do esporte 
reduziria a mortalidade e melhoraria o seu prognóstico (MacAULEY, 1999). 
Outro exemplo, mais específico do Brasil, seria a possível detecção, num exame de 
triagem, de um portador da Doença de Chagas, que preenche o quesito de ser uma 
doença importante e possuir um estado latente, mas para a qual também não há 
tratamento consensual. 
Além disso, a possível realização de exames complementares, que se tornariam 
necessários a partir dos questionários de triagem ou do exame médico de rotina, 
significaria um custo financeiro operacional provavelmente incompatível com o sistema 
de saúde, tornando a avaliação médica pré-competição um procedimento parcial, 
interrompido pela insuficiência de recursos para a continuidade do diagnóstico e 
tratamento dos indivíduos. 
Diante dos argumentos acima, não parece razoável recomendar, como política pública, o 
exame médico para todos os candidatos à pratica de atividades físicas. Por outro lado, 
os questionários ainda precisam ter a sua validade testada, especialmente em nosso 
meio, e podem ser úteis apenas para algumas parcelas da população com maior 
escolaridade. 
Em conclusão, parece mais adequado investir os esforços preventivos e os recursos 
disponíveis na informação e educação da população, especialmente naquela faixa etária 
em crescimento, sobre a maneira correta de praticar os exercícios, sobre os cuidados 
necessários com a intensidade da atividade, com a sua duração, com a reposição das 
perdas hídricas pelo suor, com as variações das condições ambientais e outras normas 
gerais. Além disso, é fundamental alertar os praticantes de atividades físicas sobre os 
 16 
principais sintomas e sinais que, caso ocorram, devem ser motivo de uma consulta 
imediata ao médico. Dentro de suas limitações, o uso dos questionários adaptados 
constituiria um instrumento adequado para a maioria das situações dos adultos e 
sedentários. No entanto, além daquelas pessoas selecionadas pelos questionários, parece 
recomendável que alguns indivíduos também sejam submetidos a uma avaliação médica 
geral, de preferência sob os cuidados de um profissional especializado em Medicina do 
Esporte, conforme será exposto a seguir. 
 
INDICAÇÕES PARA O EXAME MÉDICO PRÉVIO 
 
Diante dos diferentes candidatos às atividades físicas, é possível definir alguns 
subgrupos, conforme o Organograma 1. 
 
 
 
 
 
Organograma 1 - Orientação geral para todos os candidatos às atividades físicas. As 
linhas contínuas indicam a seqüência habitual do procedimento. A linha descontínua 
indica a possibilidade do exame, dependendo do resultado do questionário. 
 
 
JOVENS 
 
O primeiro agrupamento é constituído pelos mais jovens, ou seja, aqueles indivíduos em 
crescimento (HYNDMAN, 1998). Os jovens aparentemente sadios, que desejam fazer 
atividades físicas para a recreação, o lazer, o aprendizado esportivo e a Educação Física 
Escolar não apresentam razões evidentes que justifiquem a realização obrigatória de 
exame médico prévio. Diante da dimensão desta população e da pouca especificidade 
dos questionários para esta faixa etária, parece mais adequado investir os recursos 
disponíveis na educação dos indivíduos. 
Esta educação consistiria na iniciação esportiva adequada, nas informações gerais sobre 
os cuidados básicos de saúde, sobre a maneira segura de se praticar atividades físicas e 
as noções básicas de primeiros socorros e quando algum sintoma ou sinal são 
Candidatos às atividades físicas
Iniciação esportiva
Informação sobre saúde
Orientação geral
Primeiros socorros
Em crescimento
Recreação
Lazer
Educação Física
Aplicação
dos
questionários
Adultos
Condicionamento
Lazer Estética
Esporte amador
Exames
complementares
Especialistas
Exame
clínico
(médico do
esporte)
Idosos
Gestantes
Climatério
História de doença anterior
Atletas
 17 
indicativos da necessidade de uma consulta médica. Portanto, não parece haver 
argumento científico justificável para recomendação de exame médico sistemático para 
os jovens aparentemente sadios. 
 
ADULTOS 
 
Em segundo lugar, encontram-se os adultos aparentementesadios que procuram as 
atividades físicas para o condicionamento físico, para cuidados estéticos ou como 
esportes amadores. Esta população parece ser a maior beneficiária dos questionários, 
que poderiam indicar ou não a necessidade de um exame médico e sua utilização 
sistemática já foi apresentada anteriormente (RODRIGUES e col., 1999). 
 
IDOSOS 
 
Considera-se que os idosos, os velhos e os muito velhos, aqueles ind ivíduos acima de 
60, 75 e 90 anos, respectivamente, de acordo com a classificação da Organização 
Mundial de Saúde, formam um grupo especial, que pode ser beneficiado pelo exame 
médico prévio ao início das atividades físicas. 
Devido aos efeitos específicos do processo de envelhecimento sobre as respostas do 
organismo ao exercício, a orientação adequada quanto à intensidade e duração dos 
esforços, além do exame clínico geral, requer a quantificação da capacidade funcional 
dos idosos de forma individual, seguindo-se o procedimento recomendado pelo 
Consenso de Ergometria da Sociedade Brasileira de Cardiologia (RODRIGUES, 1999) . 
 
CLIMATÉRIO 
 
As mulheres no período do climatério constituem um grupo etário especial, cujas 
respostas ao exercício ainda são pouco conhecidas (PÁSCOA & RODRIGUES, 1999). 
Diante do risco aumentado de osteoporose após a menopausa e dos fatores culturais que 
afastam as mulheres dos exercícios regulares, o início de um programa de atividades 
físicas deve incluir uma avaliação médica, que pode ser a oportunidade para a 
abordagem de outras medidas preventivas destinadas a melhorar a qualidade de vida no 
período pós-menopausa (LEBRUN, 1998). 
 
 
GESTANTES 
 
As gestantes que desejam realizar atividades físicas devem receber um 
acompanhamento pré-natal adequado e a entrevista médica deve ser uma oportunidade 
para a detecção de alguns fatores que contra- indicam os exercícios. 
 
HISTÓRIA DE DOENÇAS SISTÊMICAS 
 
Os indivíduos portadores de doenças sistêmicas no passado, e que não tenham sido 
reavaliados recentemente, deveriam ser submetidos a um exame médico antes de iniciar 
a atividade física pretendida, para afastar a possibilidade de contra-indicações ou para 
quantificar a atividade de acordo com a conferência de Bethesda. 
 
 
 
 18 
ATLETAS 
 
Os indivíduos envolvidos nos esportes de alto nível são submetidos a treinamentos 
exaustivos e a calendários de competições extenuantes. Suas atividades possuem 
características especiais, cuja demanda energética representa geralmente uma 
intensidade de esforço alta e duração prolongada assim como um grau elevado de 
estresse físico e mental. Estas condições, além de expor os atletas ao risco aumentado de 
traumatismos e levá- los ao seus limites fisiológicos, fazem com que as pequenas 
alterações no seu estado de saúde, que passariam desapercebidas em atividades de 
menor intensidade, podem trazer reduções significativas na sua capacidade funcional. 
Por exemplo, uma redução discreta na concentração de hemoglobina, que poderia ser 
assintomática e passar desapercebida num indivíduo sedentário ou apenas envolvido em 
atividades de intensidade moderada, num atleta pode significar a diferença de 
desempenho suficiente para transformar a vitória em derrota numa competição 
importante. 
Desta forma, o exame médico inicial de um atleta de alto nível, repetido 
periodicamente, pode ser a oportunidade de detecção de diversos problemas de saúde, 
que podem afetar seu desempenho, ainda que a eficácia do exame médico pré-
competição ainda não esteja bem estabelecida como instrumento de descobrimento de 
fatores de risco para traumatismos e morte súbita. 
Considerando a importância pública dos atletas, assim como o investimento financeiro 
que eles representam e com os quais estão envolvidos, o custo operacional da avaliação 
médica periódica parece justificado, ainda que fosse apenas pelo retorno representado 
pela manutenção do seu desempenho esportivo. 
No entanto, num estudo, durante os Jogos da Juventude, verificou-se que a utilização de 
uma entrevista com poucas questões, associada à ausculta cardíaca e às medidas da 
pressão arterial e da temperatura axilar, pode ser um critério preliminar, que substituiria 
o exame médico detalhado, quando o evento esportivo envolver um grande número de 
participantes com tempo disponível limitado (RODRIGUES e cols., 1998). 
Em todas as situações acima, quando o exame médico completo se fizer necessário, 
pode ser adotado um protocolo que se inicia numa entrevista orientada, que foi 
elaborada por um conjunto de entidades médicas: American Academy of Family 
Physicians, American Academy of Pediatrics, American Medical Society for Sports 
Medicine, American Orthopaedic Society for Sports Medicine e American Osteopathic 
Academy of Sports Medicine e já traduzida e publicada no Brasil (BAPTISTA e col., 
1999). 
No Centro INDESP de Excelência em Treinamento Esportivo da UFMG (CENESP) 
tem sido utilizada uma outra versão adaptada do mesmo questionário, que é apresentada 
a seguir. 
 
EXAME FÍSICO 
 
Depois da entrevista, é realizado o exame físico completo, com ênfase especial na 
ausculta do tórax com o paciente deitado e de pé. Os demais dados físicos devem ser 
obtidos dentro da profundidade habitual de um exame clínico bem realizado, uma vez 
que a competência do examinador parece ser o grande diferencial como instrumento 
diagnóstico (WALLER & HARVEY, 1993). 
Nenhum exame complementar ou laboratorial de rotina deve ser solicitado para aqueles 
indivíduos considerados aparentemente sadios pelo exame médico. Exames 
complementares, inclusive a eletrocardiografia de esforço, somente deveriam ser 
 19 
solicitados quando o histórico e o exame clínico apresentem alterações que justifiquem 
sua necessidade, diante de sua baixa sensibilidade para os fatores de risco para morte 
súbita e alta incidência de falso-positivos na população assintomática . 
O teste ergométrico com a medida direta do consumo de oxigênio, apesar da sua recente 
proliferação indiscriminada, não parece ser capaz de oferecer mais informações práticas 
do que uma ergometria simples (RODRIGUES e col., 1999 a). Portanto, deve ser 
utilizado apenas com a finalidade de pesquisa e em casos especiais mas não deve ser 
empregado em indivíduos sadios ou atletas rotineiramente (ACSM, 1999). Portanto, 
deve-se lembrar que os exames complementares mais detalhados representam um custo 
financeiro geralmente inacessível para grande parte da população ou para as equipes 
desportivas. 
A periodicidade do exame médico depende do aparecimento de sinais ou sintomas, 
indicativos de problemas de saúde, na população em geral. Nos atletas, tem sido 
recomendada uma revisão anual, de preferência algumas semanas antes do início de 
uma temporada, para que as medidas que se fizerem necessárias possam ser 
implementadas. 
 
1. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
ASPECTOS ÉTICOS 
 
Deve-se ressaltar que também na Medicina do Esporte, o compromisso fundamental de 
qualquer ação médica é com o paciente. Desta forma, de acordo com os princípios do 
Código de Ética Médica (Resolução do Conselho Federal de Medicina número 1246/88) 
os resultados de avaliações, entrevistas, questionários e exames clínicos devem ser 
sigilosos e entregues diretamente ao paciente, seu responsável ou ao médico da equipe, 
mas jamais aos treinadores, técnicos, dirigentes esportivos nem ser divulgados 
publicamente pelo médico examinador por quaisquer meios de comunicação, ainda que 
com o consentimento do paciente. 
 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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Sports Medicine, 1999. 
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avaliação médica, aspectos especiais preventivos. 1a ed. Atheneu, pp 51, 1999. 
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Competition in Athletes with Cardiovascular Abnormalities. Med Sci Sports & 
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 20 
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10. LEBRUN, CM. The female athlete. In: Harries M; Williams C; Stanish WD; 
Micheli LJ. Oxford textbook of sports medicine, 2nd. Ed. Oxford Medical 
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the British perspective. Med. Sci. Sports Exerc., 30(10):S345-350. 
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textbook of sports medicine, 2nd. Ed. Oxford Medical Publications, USA, pp 780, 
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Family Physicians, American Academy of Pediatrics, American Medical Society for 
Sports Medicine, American Orthopaedic Society for Sports Medicine e American 
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Publications, USA, pp 878, 1998. 
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Oxford Medical Publications, USA, pp 633, 1998. 
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exercícios físicos: riscos, sintomas e tratamento. Revista Brasileira de Ciências do 
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20. RODRIGUES, LOC; SILAMI-GARCIA, E; SOARES, D.D; LAZZAROTTO, L.B.; RIBEIRO, 
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Oxford Medical Publications, USA, pp 891, 1998. 
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Medicina Esportiva, Trad. Luiz Irineu Cibils Settineri, Ed. Artes Médicas, Porto 
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Publishing, 1993. 
 
 21 
 
 
 
5. ANEXOS 
 
Tabela 1 – Questionário para determinação da prontidão para 
atividades físicas (Rodrigues e col., 1999) 
Pergunta Sim Não 
Seu médico já disse que você possui algum problema cardíaco e recomendou 
atividades físicas apenas sob supervisão médica ? 
 
Você tem dor no peito provocada por atividades físicas ? 
Você teve dor no peito no último mês ? 
Você já perdeu a consciência em alguma ocasião ou sofreu alguma queda em 
virtude de tontura ? 
 
Você tem algum problema ósseo ou articular que poderia se agravar com as 
atividades físicas propostas? 
 
Algum médico já prescreveu-lhe medicamento para a pressão arterial ou para o 
coração? 
 
Você tem conhecimento, por informação médica ou pela própria experiência, de 
algum motivo que poderia impedi-lo de participar de atividades físicas sem 
supervisão médica? 
 
Se você respondeu “sim” a qualquer uma das questões acima, procure seu médico ou 
serviço de saúde antes de aumentar ou iniciar a sua atividade física. 
 
 
Tabela 2 – Fatores de risco para doença coronariana (Rodrigues e col., 1999) 
Fator Descrição Sim Não 
Idade homem acima de 45 anos ou 
mulher acima de 55 anos 
 
Colesterol acima de 240 mg/dL ou desconhecida 
Pressão arterial acima de 140/90 mmHg ou desconhecida 
ou usa medicamento para a pressão 
 
Tagabismo 
Diabetes 
História familiar de 
ataque cardíaco 
Pai ou irmão antes dos 55 anos ou 
mãe ou irmã antes dos 65 anos 
 
Sedentarismo Atividade profissional sedentária e menos de 30 minutos 
de atividade física pelo menos 3 vezes por semana 
 
Obesidade Mais de 10 kg de excesso de peso (considerar como 
referência a altura em cm - 100) 
 
 
QUESTIONÁRIO UTILIZADO NO CENESP-UFMG 
 
Pede-se ao paciente que preencha os dados gerais (data do exame, nome, sexo, idade, 
data do nascimento, naturalidade, endereço, telefone, nome e telefone do último médico, 
em caso de emergência a quem avisar, profissão e escolaridade). A seguir, ele deve 
responder as perguntas abaixo. 
 
Responda todas as questões com "SIM" ou "NÃO". 
Explique as respostas "sim" no espaço após o questionário e circule as questões que 
você não souber responder. 
1) Quando foi seu último exame médico completo e qual o motivo ? 
2) Você teve alguma doença ou ferimento desde seu último exame médico ? 
 22 
3) Tem alguma doença no momento ? 
4) Já esteve internado em hospital ? 
5) Já fez alguma cirurgia ? 
6) Está tomando regularmente algum medicamento ou pílula ? 
7) Alguma vez tomou algum tipo de suplemento alimentar ou vitaminas para ajudá- lo 
a ganhar ou perder peso ? 
8) E para melhorar seu desempenho? 
9) Você tem períodos de alergia que necessitam de tratamento médico? (a pólen, 
medicamento, alguma comida, insetos, etc.)? 
10) Já teve brotoejas ou erupções como urticária durante ou depois do exercício? 
11) Já passou mal durante ou após exercitar-se no calor? 
12) Já desmaiou durante ou depois do exercício? 
13) Já sentiu tontura durante ou após o exercício? 
14) Alguma vez teve dores no peito durante ou após o exercício? 
15) Você se cansa mais rápido do que seus amigos durante o exercício? 
16) Já teve palpitações, disparos do coração ou batimentos descontínuos ? 
17) Já mediu sua pressão arterial ? Qual o resultado ? 
18) Já mediu o colesterol no sangue ? Qual o resultado ? 
19) Já mediu a sua glicose no sangue ? Qual o resultado ? 
20) Algum médico já disse que você tem um sopro no coração? 
21) Algum membro de sua família ou parente morreu de problemas no coração ou teve 
morte súbita antes dos 50 anos? Quem ? 
22) Algum médico alguma vez proibiu ou limitou sua participação em esportes ? 
23) Você teve alguma infecção no último mês ? 
24) Você tem algum problema de pele atualmente (brotoejas, acne, fungos,bolhas, 
coceiras, verrugas, etc.)? 
25) Já teve algum ferimento na cabeça ou concussão? 
26) Já foi nocauteado ou ficou inconsciente ou perdeu a memória? 
27) Já teve convulsão? 
28) Você tem dores de cabeça freqüentes ou muito fortes? 
29) Já teve dormência ou formigamento nos braços, mãos, pernas ou pés? 
30) Já teve ardência, queimação ou retração dolorosa de algum nervo? 
31) Já usou bebida alcoólica ? Com qual freqüência ? Qual a quantidade ? 
32) Você fuma ou já fumou ? Com qual freqüência ? Qual a quantidade ? 
33) Você tosse, chia ou tem dificuldade para respirar durante ou após o exercício? 
34) Você tem asma? 
35) Já usou inalador (bombinha) ? 
36) Usa algum equipamento corretivo (joelheiras, colete de pescoço, calçados 
ortopédicos, protetores nos dentes, aparelho de surdez, etc.)? 
37) Teve algum problema com os olhos ou a visão? 
 23 
38) Usa óculos, lentes ou protetor ocular? 
39) Seu peso está estável ? Qual seu último peso ? 
40) Você quer pesar mais ou menos do que você pesa? 
41) Você faz alguma dieta para controlar seu peso ? 
42) Você se sente nervoso, angustiado ou estressado? 
43) Quais vacinas já tomou ? 
44) Alguma vez teve torção, distensão ou inchação depois de um acidente esportivo? 
45) Já fraturou algum osso ou luxou alguma articulação? 
46) Já teve algum problema de dor ou inchação nos músculos, tendões, ossos ou 
articulações? Se sim, indique a região onde ocorreu e explique no espaço após o 
questionário 
47) Descreva a sua atividade física principal habitual nos últimos seis meses (descreva, 
se possível, a intensidade, freqüência, duração de cada sessão) 
 
PARA MULHERES APENAS: 
 
48) Quando ocorreu sua primeira menstruação? 
49) Quando ocorreu sua mais recente menstruação? 
50) De quantos dias é o seu ciclo menstrual (do primeiro dia de uma menstruação até o 
primeiro dia da outra)? 
51) Quantos fluxos (menstruações) você teve ano passado aproximadamente? 
52) Qual foi o maior ciclo ano passado? 
Termo de consentimento 
Declaro que as respostas acima estão respondidas da forma mais completa e correta e, 
após ser informado dos procedimentos que serão realizados, estou de acordo em ser 
submetido ao exame médico. 
________________________________________ 
assinatura do paciente 
________________________________________ 
ou a assinatura do responsável 
 
Observações do médico entrevistador: 
 
 
 
 
 
 
 
 24 
C) BIOMECÂNICA 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Faz-se necessária a conscientização e motivação dos técnicos e dos atletas, 
representados por federações e confederações, sobre a importância do estabelecimento 
de protocolos padronizados e válidos para a avaliação de variáveis biomecânicas 
identificadas na estrutura do esporte de alto nível e que tragam efeitos positivos para o 
rendimento esportivo. 
À partir do entendimento sobre a complexidade estrutural do movimento esportivo e 
que este apresenta-se em alto grau de variabilidade, ou seja, a sua reprodutibilidade 
pode estar comprometida, os resultados devem ser caracterizados por alto grau de 
objetividade, confiabilidade e validade. Observa-se também que a análise do movimento 
esportivo pode apresentar limitações intrinsicas, fator que pode justificar a dificuldade 
de padronização nas medidas biomecânicas. 
Há necessidade do estabelecimento de estratégias de oferta de serviço protocolar 
padronizado junto a REDE CENESP para suporte ao desenvolvimento do desporto 
nacional (atuação junto às seleções nacionais indicadas pelo COB) e consequente 
conscientização dos Laboratórios de Biomecânica, relativo à importância de se trabalhar 
integrado à rede. 
Identificação dos potenciais de intervenção para análise do movimento esportivo 
(especificações a serem estabelecidas conjuntamente com o COB), que dê respostas aos 
atletas e técnicos nacionais junto a cada laboratorio de biomecânica que integra a REDE 
CENESP. 
Para a consolidação final de um protocolo unificado da rede CENESP entende-se 
haver necessidade de reavaliações e aperfeiçoamentos constantes que exigem um 
planejamento de longa duração, pois envolve serviço de pesquisa, acompanhamento por 
um banco de dados, serviço de capacitação de pessoal técnico e serviço de avaliação 
propriamente dita. Portanto, para atingir esta meta considera-se necessário o período de 
8 a 10 anos para que este procedimento seja bem sucedido no sentido do 
estabelecimento de um verdadeiro sistema diagnóstico da capacidade de rendimento. 
Para a apresentação dos protocolos de avaliação (testes biomecânicos), no presente 
documento, o grupo de trabalho optou por seguir a orientação temática em concordância 
com os grupos de métodos de medição definidos em biomecânica do esporte, à saber: (i) 
Cinemetria, (ii) Dinamometria e (iii) Eletromiografia. Observando-se em cada grupo de 
métodos: as variáveis a analisar, as aplicações e interpretações, as técnicas e os 
instrumentos de medição definindo-se finalmente a forma de análise quantitativa e/ou 
qualitativa e a rotina para o processamento dos dados registrados. 
 
2. Descrição dos testes e medidas 
2.1. GRUPO I: CINEMETRIA 
 
Consiste no registro de imagens do movimento esportivo e as consequentes 
reconstruções com auxilio de pontos marcados, conforme modelo antropométrico, que 
estima a localização dos eixos articulares do atleta onde fixam-se estas marcas. As 
imagens são registradas por câmeras e auxílio de correspondentes Soft- e Hardware. As 
coordenadas tridimensionais de cada ponto corporal para cada quadro, dentro do 
espectro de freqüência do registro, serão determinadas através desse ponto juntamente 
com as funções trigonométricas e de cálculos de variáveis cinemáticas. A aplicação de 
modelos do corpo humano, como por exemplo os modelos de HATZE (1980), 
 25 
ZATSIORSKY, (1983), para a determinação das massas e suas propriedades 
geometricas e inercias de cada segmento e de HANAVAN (1964) para a determinação 
da localização do Centro de Gravidade do corpo todo. Portanto as variáveis 
antropométricas atuam como auxiliares para a determinação de variáveis cinemáticas do 
centro de gravidade do corpo, por exemplo sua velocidade. 
Entre os principais objetivos que indicam a utilização deste procedimento 
poderíamos indicar: (a) avaliação da técnica para competição, (b) desenvolvimento de 
técnicas de treinamento, (c) monitoramento de atletas e (d) detecção de talentos 
esportivos. 
A partir de variáveis trajetória e decurso de tempo gasto para executar o 
movimento, observa-se indicadores cinemáticos de importância estrutural para a 
avaliação do rendimento esportivo, à saber: variações lineares e angulares de posição, 
velocidades lineares e angulares, velocidade do centro de gravidade, dos segmentos e 
das articulações, determinação das variações da aceleração do movimento, tempo de 
reação e tempo de movimento, entre outras variáveis a serem selecionadas conforme os 
propósitos da análise e necessidades indicadas pelos técnicos e/ou atletas. Devido à 
especificidade de cada técnica de movimento no esporte, é necessário portanto 
desenvolver um sistema específico para a análise meta. Isso implica na escolha e 
definição de variáveis apropriadas para a descrição desejada neste diagnóstico 
protocolar descritivo do movimento. 
Avaliações quantitativas e/ou qualitativas. Avaliação da técnica de movimentos 
selecionados. Avaliação de posturas e posições para análise e correção de técnicas. 
Avaliação comparativa entre situação de treino e de competição. Avaliação tática em 
modalidades esportivas selecionadas. Aspectos importantes para o desenvolvimento do 
treinamento de força e potência muscular. Trajetória de implementos segundo 
determinantes físicos e interrelações com o atleta. Através da figura abaixo define-se 
uma possível aplicação descrevendo variáveiscinemáticas para a descrição da técnica 
de salto. Tais variáveis podem ser utilizadas por exemplo, para um análise da impulsão 
no voleibol. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Variáveis da trajetória do Centro de Gravidade (CG) durante a fase de impulsão de 
um salto no voleibol. 
 
 
Sistemas de câmeras de vídeo que permitam a reconstrução tridimensional de 
pontos corporais em movimento. Recomenda-se a utilização de câmeras digitais. A 
freqüência do registro da imagem deve estar em acordo com a freqüência natural do 
movimento analisado. A resolução espacial e temporal do registro deve ser portanto, 
 
 26 
compatível com a acurácia mínima aceitável para a interpretação do movimento 
(recomenda-se propagação do erro de medida abaixo de 5%). 
Para a calibragem das câmeras e posterior reconstrução das coordenadas de 
pontos de interesse recomenda-se a utilização do método DLT (ABDEL-AZIZ & 
KARARA, 1971), por tratar-se de procedimento padronizado e amplamente utilizado 
pela comunidade científica internacional. Para a correção de erros de digitalização em 
função da resolução ótica do sistema e da precisão da percepção do avaliador, existem 
diferentes métodos, como por exemplo filtros digitais (WINTER, 1974), funções “cubic 
splines“ e outras. 
Os sistemas mais utilizados atualmente são aqueles que baseiam-se no 
processamento da imagem digital, que consiste na transferência da imagem do Video 
para o ambiente do computador. Alem destes, existem outros sistemas ótico-eletrônicos 
que funcionam com utilização de marcadores ativos permitindo a reconstrução on- line 
da imagem ou marcadores que são processados em alta frequência e resolução. Outros 
sistemas da determinação de variáveis cinemáticas são goniômetros, velocimetros e 
acelerômetros. A vantagem da aplicação desses métodos em relação ao registro da 
imagem é a disponibilidade quase simultânea e direta dos resultados de medição. Dessa 
forma esses métodos podem ser aplicados durante o treinamento técnico baseado no 
princípio de informação objetiva complementar que viabilisa um feedback simultâneo 
na aprendizagem e no aperfeiçoamento da técnica de movimento. 
 
2.2. GRUPO II: DINAMOMETRIA 
 
O conceito de força, sob o aspecto físico, somente pode ser interpretado a partir 
do efeito de sua ação, e assim, podemos interpretar seus efeitos estático e dinâmico. A 
interpretação das componentes ortogonais desta força permitem o entendimento das 
condições do movimento estudado, que respondem por funções de transferência de 
forças às estruturas do aparelho locomotor, técnicas de estabilidade do apoio, ou ainda 
alterações no padrão técnico que identificam disfunções no comportamento motor 
durante esta fase de contato do pé com o solo. 
Entre os principais objetivos que indicam a utilização deste procedimento 
poderíamos indicar: (a) análise da técnica de movimento, (b) análise da condição física, 
(c) controle da sobrecarga, (d) influência de fatores externos, (e) influência de fatores 
internos, (f) monitoramento dos atletas, (g) indicadores para detecção de talentos 
esportivos. 
Indicadores das forcas externas, interpretados à partir das forças de reação do 
solo (FRS), pressões, torques, impulsos, gradiente de força, força de preensão manual, 
centro de pressão, etc.. Indicadores de forças internas, interpretadas à partir de torques 
das forças musculares, forças musculares e forças nas superfícies articulares. Parâmetros 
estes que assumem a indicação do controle de movimento e limites da sobrecarga 
articular. As variáveis referentes às componentes da Força de Reação do Solo, 
selecionadas para análise são descritas no Quadro 1, estando os parâmetros utilizados 
para sua definição ilustradas na Fig. 2. 
 
 27 
0 20 40 60 80 100
0
j
i
h
g
n
f
d
b
m
e
c
l
a
Tempo de Apoio (%)
F
 
Figura 2: Parâmetros temporais e da força de reação do solo referentes às 
componentes vertical e horizontal, selecionadas para a análise do correr, segundo 
SERRÃO (1999). 
Quadro 1: Variáveis referentes às componentes vertical e horizontal da Força de 
Reação do Solo selecionadas para análise da fase de apoio do correr. 
Variável Símbolo Parâmetro que define a variável 
Tempo de apoio Dt Intervalo de tempo decorrido entre o início e o final do apoio 
Força vertical máxima 1 Fy 1 Valor máximo da Fy ocorrido no primeiro pico (a) 
Tempo para Fy 1 Dt Fy 1 Tempo decorrido entre o início do apoio e o Fy 1 (b) 
Força vertical mínima Fy min Menor valor da força vertical calculado entre Fy1 e Fy 2 (c) 
Tempo para Fy min Dt Fy min Tempo decorrido entre o início do apoio e Fy min (d) 
Força vertical máxima 2 Fy 2 Valor máximo da Fy ocorrido no segundo pico (e) 
Tempo para Fy 2 Dt Fy 2 Tempo decorrido entre o início do apoio e Fy 2 (f) 
Deflexão da força vertical Defl_y Diferença calculada entre Fy 1 e Fy min (I) 
Incremento da força vertical IC Diferença calculada entre a Fy 2 e a Fy min (m) 
Gradiente de crescimento 1 GC 1 Razão entre Fy 1 e o D t Fy 1 
Gradiente de crescimento 2 GC 2 Razão entre Fy 2 e o tempo decorrido de Fy min a D t Fy 2 
(n) 
Impulso de frenagem Imp_y Impulso vertical total calculado a partir da integral da Fy 
Força horizontal mínima Fx min Menor valor alcançado no primeiro pico da Fx (g) 
Tempo para Fx min Dt Fx min Tempo decorrido entre o início do apoio e Fx min (h) 
Força horizontal máxima Fx max Maior valor alcançado no segundo pico da Fx (i) 
Tempo para Fx max Dt Fx max Tempo decorrido entre o início do apoio e Fx max (j) 
Impulso de frenagem Imp_fren. Impulso calculado a partir da integral da fase de frenagem 
da Fx 
Impulso de propulsão Imp_prop Impulso calculado a partir da integral da fase de propulsão 
da Fx 
Relação entre os impulsos Rel_imp Razão entre o Imp_fren e o Imp_prop 
 
Avaliações em situação de laboratório e/ou situação de campo. Interrelação entre 
respostas dinâmicas e rendimento esportivo. Análise da técnica esportiva. Avaliação dos 
 28 
limites de sobrecarga mecânica e indicadores de lesão esportiva. Características do 
controle e de regulação do movimento e de equilíbrio e Estabelecimento dos 
mecanismos de biofeedback. Aplicações específicas: avaliação do calçado esportivo; 
interações e/ou relações de contato externo que leva a classificação do tipo de pé: plano, 
cavo, neutro, hiperpronado, e suas dependências com o rendimento esportivo. Pode-se 
ilustrar ainda possibilidade de avalição do comportamento da distribuição da pressão 
plantar durante determinados movimentos esportivos que requerem controle pelos pés 
(saltos em trampolim acrobático, ginástica olímpica, etc.), a análise da distribuição da 
pressão plantar, picos e comportamentos distintos em função de quedas esperadas e/ou 
aterrizagens e finalmente análise da trajetória do centro de pressão durante posturas 
estabelecidas com interpretações e inferências sobre o controle e ajustes posturais. Este 
sistema portanto demonstrou real possibilidade e utilidade da medição “in-shoe”, 
oferecendo subsídios para o desenvolvimento de técnicas de movimentos e sistemas 
mais avançados. Através de estudos conjuntos entre a biomecânica do esporte e 
industria do calçado são atualmente desenvolvidos estudos que por exemplo 
preocupam-se em avaliar chuteiras para o futebol. Desta forma aspectos como 
construção de solado podem ser melhorados e consequentemente uma melhor adaptação 
ao calçado poderá ser alcançada e até mesmo lesões podem ser evitadas. 
As plataformas de força, fornecem a força de reação do solo na superfície de 
contato durante a fase de apoio do movimento. A força de reação do solo é representada 
em forma de vetor em função do tempo, considerando-se a sua ação tridimensional 
(componentes: vertical, antero-posterior e medio- lateral). Assim a plataforma quantificaa variação dinâmica da força reação do solo durante a fase de contato entre corpos, fase 
esta onde ocorre a transferência destas forças externas para o corpo determinando 
alterações nas condições do movimento. Elementos fundamentais para a medida da 
força são os transdutores de força piezoelétricos e/ou células de carga strain-gauge. Os 
sinais obtidos pelos transdutores são enviados por intermédio de cabos e interruptores a 
um amplificador de sinais (amplificador de cargas), de modo que se possa obter a 
mensuração tridimensional da Força Reação do Solo (Fx, Fz, Fy), assim como dos 
momentos na superfície da plataforma (My, Mx, Mz), as coordenadas do centro de 
pressão (Ax, Az), assim como o coeficiente de atrito (Cof). 
Sistema para análise da distribuição da pressão plantar: sistemas capacitivos e/ou 
piezoelétricos. Avaliação da distribuição de pressão plantar permite a classificação do 
tipo de pé: plano, cavo, neutro, hiperpronado; no desenvolvimento e adaptações 
necessárias ao calçado esportivo no desempenho de suas funções. Os resultados devem 
ser qualitativos e quantitaivos e de preferência comparar com as medidas da Plataforma 
de Força (deve haver um maior controle do erro). 
Estabelecimento e estruturação de procedimentos protocolares através de modelos 
físico-matemáticos considerando-se o corpo como um sistema de corpos rígidos que 
permitem a estimação da sobrecarga mecânica (forças internas) à partir de rotinas e 
formalismos orientados pela dinâmica inversa. 
Desenvolvimento tecnológico de instrumental para análises específicas, utilizando-se de 
células de carga para avaliações específicas na pratica do treinamento. 
Utilização de máquinas isocinéticas (Cybex, Biodex, KinKon, etc.) para avaliação e/ou 
reabilitação de funções dinâmicas de movimentos articulares, conforme a especificidade 
do procedimento e recomendações do equipamento. 
A ser definido de acordo com o instrumental de cada laboratório, atendendo as 
características mínimas de qualidade e controle do erro de medição. 
 
 
 29 
2.3. GRUPO III: ELETROMIOGRAFIA 
 
Consiste no registro da atividade elétrica dos grupos musculares durante a 
realização do movimento. O eletromiograma indica a variação do potencial elétrico 
muscular, que acontece entre eletrodos de superfície. Recomenda-se um processo 
seletivo prévio, para determinar quais os grupos musculares ativos durante o movimento 
serão analisado. Assim o potencial de ação muscular será investigado paralelamente aos 
parâmetros mecânicos obtidos à partir da dinâmica e ou cinemática. Assim, o processo 
de interpretação do eletromiograma possibilita uma visão da coordenação da atividade 
muscular. A Sociedade Internacional de Cinesiologia e Eletrofisiologia – ISEK, 
estabelece a padronização conceitual e protocolar para avaliações eletromiográficas que 
são estabelecidas como referência a serem seguidas pela Rede CENESP através do 
"Standards for Reporting EMG Data", documento em Anexo. 
Entre os principais objetivos que indicam a utilização deste procedimento 
poderíamos indicar: (a) avaliação da coordenação e da técnica de movimento, (b) 
estabelecimento de padrões comparativos entre situação de treino e de competição, (c) 
monitoramento dos atletas, e (d) determinação dos padrões de recrutamento para grupos 
musculares selecionados e resposta em situação de fadiga induzida pelo treinamento. 
Através do sinal EMG pode-se determinar o padrão temporal da atividade 
muscular e consequentemente indicadores da coordenação da técnica de movimento. 
Verifica-se a velocidade e padrão de recrutamento da ação muscular para grupos 
musculares específicos e de interesse para cada modalidade esportiva. Indicadores de 
fadiga para grupos musculares específicos em função de programas de treinamento. 
Recomenda-se a utilização em situações de simulação de movimento e estruturas 
técnicas competitivas bem como em situação de competição esportiva propriamente 
dita, portanto para efeito de controle e comparações entre situação de treino e 
competição que envolve procedimento de laboratório e campo. As modalidades de 
estrutura cíclica e simétrica de movimento, são as mais recomendadas para análise e 
avaliação de respostas da atividade eletromiográfica de músculos selecionados, como 
por exemplo: corridas, ciclismo, remo, canoagem, etc. As modalidades com 
recrutamento específico como levantamento de peso, atividades aciclicas de natureza 
explosiva como os saltos, também são passíveis de análise avaliação eletromiográfica. 
Outra aplicação pode ser oservada no ciclo de estiramento-encurtamento que, significa 
uma interação de vários mecanismos que pode ser explicado pelo exemplo de um 
contato dos membros inferiores com o solo durante o salto pliométrico. Antes do 
primeiro contato os extensores são pré- inervados em consequência de um programa 
motor central (DIETZ et al. 1981). Esta pré- inervação causa uma rigidez muscular de 
pequenas amplitudes, responsável pela diminuição do alongamento inicial do conjunto 
tendão músculo durante a fase inicial do contato. Simultaneamente estímulos neurais de 
origem reflexa aumentam a tensão muscular fazendo com que a maior parte da energia 
elástica se armazene nos tendões. Isso resulta em uma forte propulsão com uma redução 
da ativação neural dos músculos extensores na fase concêntrica do movimento de salto 
(figura 3). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 
 
 
 
Figura 3: Curva de força-tempo e o padrão do EMG médio retificado do m. gastrocnêmio 
durante o salto pliométrico (segundo GOLLHOFER, SCHMIDTBLEICHER & DIETZ 1984). 
 
Recomenda-se as instruções contidas no documento "Standards for Reporting 
EMG Data", elaborado e aprovado pela International Society of Electrophysiology and 
Kinesiology (ISEK), padrão de referência internacional adotado pela comunidade 
científica. Observar ainda critérios estabelecidos em regulamentação específica quanto a 
utilização de telemetria ou sistemas portáteis natureza “data loggers” para aquisições e 
processamentos que necessitam de sistemas portáteis ou redução de possíveis efeitos 
retroativos no processamento experimental. Quanto ao tratamento dos sinais para as 
especificas situações de análise e interpretações recomenda-se rotinas e formalismos 
igualmente estabelecidos pela ISEK. Portanto deve-se considerar, durante a aquisição de 
sinais EMG superficiais, sobre a fidelidade do sinal após realizar-se o processamento, 
principalmente em relação a atenuação das amplitudes das componentes de altas 
freqüências do sinal. Observa-se ainda haver duas formas principais de influenciar a 
fidelidade do sinal quando detectamos e registramos os sinais EMG. A primeira é a 
relação sinal/ruído, que é exatamente a razão entre a energia do sinal gerado pelo 
músculo e a energia do ruído incorporado ao sinal, ruído este definido como o conjunto 
dos sinais elétricos captados pelo eletromiógrafo e que não fazem parte do sinal 
desejado, a ser medido. A segunda é a distorção do sinal devido ao próprio 
processamento pelo eletromiógrafo mais conversor Analógico / Digital mais 
computador, significando uma alteração relativa em qualquer componente de freqüência 
do sinal EMG. A literatura aponta para uma faixa de freqüências que vai de 0 a 500Hz, 
como sendo a faixa de energia utilizável do sinal EMG e é normalmente limitada com 
uma faixa de energia dominante entre 50-150Hz. 
Além dos procedimentos estabelecidos pela International Society of 
Electrophysiology and Kinesiology através do documento oficial Standards for 
Reporting EMG Data, recomenda-se observar sempre que possível a sincronização do 
sinal eletromiográfico com outro sistema de medição que determine parâmetros de 
natureza cinemática e/ou dinâmica para assim termos maior segurança em interpretar 
movimentos esportivos de natureza complexa e orientada ao rendimento máximo. 
 
3. Considerações e recomendações

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