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DESCRIÇÃO Introdução ao estudo da avaliação morfofuncional, avaliação pré-participação e estratificação de risco cardiovascular. PROPÓSITO Compreender os aspectos relacionados à realização periódica das avaliações morfofuncionais, da avaliação pré-participação e da estratificação de risco cardiovascular que envolvem a prescrição de exercícios como fundamentais para a atuação do profissional de Educação Física. OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar os aspectos introdutórios relacionados à avaliação morfofuncional MÓDULO 2 Reconhecer os componentes da avaliação pré-teste INTRODUÇÃO Neste material, você entenderá os conceitos básicos que envolvem a avaliação morfofuncional, bem como a importância de realizar a avaliação antes da prescrição do exercício e a necessidade de atender as condutas éticas e legais do profissional de Educação Física, determinadas pelo Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) e fiscalizadas pelos Conselhos Regionais de Educação Física (CREF). No processo avaliativo de sucesso, você aprenderá que, como futuro profissional, deve escolher os testes que vai aplicar com base nas características individuais do beneficiário, além de quantificar as variáveis morfofuncionais de forma criteriosa. Em outras palavras: não há uma “receita de bolo”, cada indivíduo deve realizar uma bateria de testes apropriada às suas características pessoais. A avaliação morfofuncional deve ser realizada de forma contínua por meio das avaliações diagnóstica, formativa e somativa, além de atender os critérios de autenticidade científica para aumentar a confiabilidade da avaliação realizada pelo profissional de Educação Física. AVISO: orientações sobre unidades de medida. AVISO: ORIENTAÇÕES SOBRE UNIDADES DE MEDIDA Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades. MÓDULO 1 Identificar os aspectos introdutórios relacionados à avaliação morfofuncional javascript:void(0) A RELEVÂNCIA DA AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL Vamos iniciar o estudo da avaliação morfofuncional abordando sua importância, seus principais conceitos e sua associação com a prescrição de exercícios, o que deve ser considerado pelo profissional de Educação Física com base nos princípios do perfil morfológico, neuromuscular e cardiovascular do aluno, cliente ou atleta que, em conjunto e de acordo com as normativas do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), podem ser chamados de beneficiários. Além de avaliar, o profissional de Educação Física deve ser capaz de acompanhar as mudanças nas variáveis mensuradas por meio de recursos tecnológicos e analisar dados estatísticos. RECURSOS TECNOLÓGICOS javascript:void(0) Aplicativos para smartphones ou programas de computador. O estudo das características físicas humanas deu origem à cineantropometria, uma área da ciência do exercício e do desporto que estuda as características morfológicas nos modelos funcionais. Evidentemente, para que tais medidas de identificação sejam realizadas de forma adequada, aspectos específicos nos contextos de avaliação devem ser respondidos e observados. Por exemplo: EXEMPLO É necessário utilizar instrumentos em técnicas adequadas visando a melhor medida e que permita a interpretação correta dos resultados. Além disso, escolher os protocolos de avaliação adequadamente é fundamental, para que as medidas não contenham erros e, consequentemente, sejam válidas. A avaliação morfofuncional, comumente chamada no mercado de avaliação física, é o primeiro processo a ser realizado na prática profissional. De posse das informações do indivíduo, o profissional dá início à prescrição do treinamento de forma individualizada. ATENÇÃO É importante ter em mente que o exercício físico funciona em uma relação dose-resposta e a avaliação morfofuncional permite que essa “dose” de exercício seja prescrita adequadamente. OS OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL A avaliação morfofuncional é um momento importante no processo de intervenção. Esse momento é fundamental para planejar o treinamento. Assim, devem-se escolher técnicas e protocolos adequados aos parâmetros que se pretende mensurar no indivíduo e no coletivo. Com os resultados e as análises advindos do processo da avaliação, será possível observar os pontos fortes e os pontos fracos do indivíduo ou grupo e assim determinar de forma eficiente o processo de intervenção. Por exemplo: EXEMPLO Ao avaliar os componentes da aptidão física relacionada à saúde, deve-se analisar a composição corporal, a resistência muscular localizada, a força, a flexibilidade e a aptidão cardiorrespiratória. Os objetivos das avaliações morfofuncionais são: 1 Avaliar as características do avaliado no momento inicial. Verificar deficiências. 2 3 Analisar os efeitos agudos e crônicos do treinamento físico. Acompanhar as assimetrias e hipertrofias musculares. 4 5 Classificar os indivíduos de acordo com a posição desempenhada no esporte. Prescrever programas de treinamento físico e desportivo. 6 7 Elaborar e realizar pesquisas científicas. O ESPAÇO E AS NORMAS PARA A REALIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO A sala de avaliação deve ter, no mínimo, 2,5 X 2,5m, pois o avaliador precisa de espaço para circular ao redor do avaliado e ter condições adequadas para realizar as medidas. Além disso, a sala deve ser climatizada e bem iluminada, caracterizando-se assim como um laboratório ideal para realizar testes padronizados. O profissional responsável pela avaliação precisa verificar periodicamente os instrumentos de avaliação, que devem ser mantidos em locais seguros, sempre calibrados e higienizados. ATENÇÃO As mãos do avaliador devem ser sempre higienizadas antes e depois da avaliação, pois em alguns testes ele toca o avaliado para realizar a coleta de dados. Caso a coleta de dados seja destinada à pesquisa, antes de iniciar o procedimento de avaliação, é necessário que o pesquisador encaminhe o seu pré-projeto ao Comitê de Ética da Pesquisa para aprovação e autorização. Além disso, o avaliado deve obter um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), conforme determinação associada à Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde de 12 de dezembro de 2012, em que se estabelecem as Diretrizes e Normas Regulamentadoras para a Realização de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos que, por intermédio das Comissões de Ética da Pesquisa, autoriza a realização das coletas. Respeitar todas as diretrizes éticas é fundamental durante o processo de avaliação. É preciso seguir com muita atenção os processos e protocolos da avaliação morfofuncional para obter os melhores resultados. Veja as questões éticas básicas a seguir: A avalição morfofuncional não deve causar problemas psicológicos ou físicos ao beneficiário. As avaliações devem ser direcionadas de acordo com os objetivos propostos. O profissional deve manter a confidencialidade referente aos dados da avaliação. Todos os testes possuem vantagens e desvantagens. O PROCESSO DE AVALIAÇÃO Para que todo o processo de avaliação na Educação Física ocorra, de acordo com Guedes e colaboradores (2006), devemos observar e seguir as etapas: 1 Finalidade do programa de avaliação Definição dos atributos 2 3 Determinação do referencial Seleção dos instrumentos 4 5 Aplicação dos instrumentos Análise das informações coletadas 6 7 Disseminação dos resultados Um ponto fundamental no processo de avaliação é repassar previamente ao avaliado as informações sobre a vestimenta a ser usada no dia da avaliação física. É evidente que devemos respeitar os aspectos culturais, mas roupas de banho, shorts e tops que se ajustem aos contornos corporais facilitam no processo de medida. Roupa inadequada pode gerargrandes erros de medição e, como sabemos, as medidas corretas são fundamentais no processo de avaliação física. DICA Não é uma regra, mas o avaliador ser do mesmo gênero do avaliado evita constrangimentos. A ética e o bom senso devem ser observados pelo avaliador, mas aconselha-se que, na sala de avaliação, tenha sempre mais um integrante (um assistente) para anotar os dados. TESTE, MEDIDA E AVALIAÇÃO Na avaliação morfofuncional, encontramos com frequência termos como testar, medir e avaliar. Veja a seguir um pouco mais sobre esses termos. TESTAR É utilizar determinado protocolo, ou seja, escolher uma técnica ou um procedimento para obter informações específicas. Por exemplo, o teste de Cooper é tradicional para que o avaliador mensure a capacidade aeróbica do indivíduo. MEDIR É proceder a coleta de dados oriundos do teste. Essa referência é quantitativa, um número que representa o que foi avaliado. Por exemplo, o teste de Cooper proporciona a medida ou a estimativa do VO2 máximo ou o volume máximo de oxigênio. Antes de medir, o avaliador deve responder às seguintes questões: O que medir? Por que medir? Como medir? Para a realização da medida, é fundamental a precisão dos instrumentos. Eles deverão ser refinados e estar devidamente calibrados. Alguns erros são comuns nas medidas: erro do equipamento, erro do avaliador, erro administrativo e erro sistemático relacionado às características biológicas. AVALIAR É interpretar os resultados encontrados, considerar a qualidade e o mérito pela medida com o grupo comparativo do atleta, cliente ou aluno. As avaliações podem estabelecer padrões de referência nacional ou internacional. É importante compreender as comparações específicas de cada indivíduo com os padrões de referência. Por exemplo, ao comparar os valores de índice de massa corporal (IMC) da Organização Mundial de Saúde (OMS) com os valores obtidos de um determinado avaliado ou grupo de avaliados, estes podem ser classificados como eutróficos (ideal) ou podem ficar tanto acima quanto abaixo do ideal. O avaliador deve definir qual avaliação vai utilizar e verificar se ela será satisfatória e se todos os objetivos serão alcançados. No quadro a seguir, observamos esse processo com mais facilidade e as aplicações do testar, do medir e do avaliar. Diferença entre testar, medir e avaliar POUCO AMPLO AMPLO MAIS AMPLO TESTAR MEDIR AVALIAR Analisar o rendimento de acordo com as características sistematizadas dos testes. Avaliar de forma quantitativa. Tomar a decisão baseando- se nas interpretações dos resultados. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro: Diferença entre testar, medir e avaliar Extraído de: Guedes; Guedes, 2006. Veja a seguir os componentes relativos aos testes, às medidas e às avaliações da avaliação morfuncional. TESTE MEDIDA AVALIAÇÃO TESTE Morfológico Neuromuscular Cardiovascular Postural Socioeconômico Psicomotor Psicossocial MEDIDA Objetividade Validade Reprodutibilidade AVALIAÇÃO Diagnóstica Formativa Somativa Alguns princípios devem ser observados no momento da avaliação: BASEAR-SE NO OBJETIVO PROPOSTO PARA A AVALIAÇÃO; ORGANIZAR O PROCESSO DE TESTE, MEDIDA E AVALIAÇÃO PARA A MELHOR TOMADA DE DECISÃO; AS AVALIAÇÕES DEVEM SER FEITAS POR PROFISSIONAIS ALTAMENTE QUALIFICADOS E TREINADOS; A INTERPRETAÇÃO DEVE OCORRER DE FORMA QUE AS CARACTERÍSTICAS PSICOLÓGICAS, MENTAIS E SOCIAIS SEJAM FUNDAMENTAIS NO PROCESSO; OS TESTES SEMPRE SOFREM ATUALIZAÇÕES E REFORMULAÇÕES, MAS NÃO PODEM PERDER SUA EFICÁCIA; SEMPRE UTILIZAR TESTES MAIS ESPECÍFICOS DE ACORDO COM A REALIDADE DO AVALIADO; TODO TESTE POSSUI VANTAGENS E DESVANTAGENS, DEVEMOS PROCURAR SEMPRE O MAIS PRÓXIMO DO PADRÃO- OURO; OS TESTES GERAM DADOS QUE AUXILIAM NA PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO, MAS ELES SERVIRÃO COMO INFORMAÇÃO E NUNCA SUBSTITUIRÃO O JULGAMENTO PROFISSIONAL; SEMPRE DEVEMOS REAVALIAR PARA VERIFICAR OS EFEITOS DO TREINAMENTO. (HESPANHA, 2004) FORMAS DE AVALIAÇÃO: DIAGNÓSTICA, FORMATIVA E SOMATIVA Classificamos a avaliação a partir de dois aspectos: o momento em que ocorre a avaliação e de acordo com a investigação que será feita. Dessa forma, podemos caracterizar a avaliação como diagnóstica, formativa e somativa (ROCHA, 2013). Veja a seguir um pouco mais sobre elas. AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA É realizada no início de qualquer procedimento de intervenção, é o ponto inicial da avaliação. Nesse momento, o avaliador verifica as características do grupo ou do indivíduo com quem irá trabalhar, avalia e analisa suas potencialidades e fraquezas visando a uma construção de melhorias. A avaliação diagnóstica deve ser analisada de forma isolada, pois ela se insere nos processos da avaliação. AVALIAÇÃO FORMATIVA Nesta avaliação, o avaliador pode identificar as grandes deficiências encontradas no processo de treinamento e com isso buscar uma maneira de intervenção, reformulando e aperfeiçoando o trabalho proposto e, dessa forma, controlar os processos durante toda a intervenção. A avaliação formativa deve ser realizada periodicamente para verificar se o avaliado ou o grupo de avaliados alcançou os objetivos propostos nos prazos preestabelecidos (que variam de dois até três meses a partir da avaliação diagnóstica). Dessa forma, ela indica como o avaliado ou o grupo está se comportando para alcançar os objetivos. AVALIAÇÃO SOMATIVA Classifica o grupo ou o indivíduo de acordo com os parâmetros para estabelecer o objetivo a ser alcançado. Deve ocorrer ao final do processo de avaliação. A classificação dos níveis se dá de acordo com os dados dos indivíduos. O conhecimento das formas de avaliação é necessário para o profissional de Educação Física, pois elas se complementam e devem ser trabalhas visando a uma maior eficiência do treinamento e à melhoria dos resultados dos beneficiários. Para as análises serem relevantes, os testes adotados devem ser direcionados para a maior quantidade de variáveis de desempenho possível. Dessa forma, os testes aplicados podem ser morfológicos, neuromusculares, cardiovasculares, psicomotores, posturais, maturacionais, psicossociais e socioeconômicos. As variáveis de desempenho avaliadas podem ser: CARACTERÍSTICAS COGNITIVAS Ansiedade Motivação Inteligência Concentração CARACTERÍSTICAS CARDIOVASCULARES Sistema aeróbico Sistema anaeróbico CARACTERÍSTICAS NEUROMUSCULARES Força Resistência Velocidade Flexibilidade Coordenação CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS Composição corporal Somatotipo Antropometria CARACTERÍSTICAS MATURACIONAIS Idade biológica e cronológica Estatura prevista Crescimento e desenvolvimento ETAPAS DA AVALIAÇÃO A partir do momento que se inicia o processo de avaliação, três etapas devem ser cumpridas para que o processo avaliativo ocorra de forma adequada. Vejamos. 1. PREPARAÇÃO PARA A AVALIAÇÃO O avaliador tem a necessidade e a obrigação de se familiarizar com os instrumentos de trabalho: A sala de testes deve estar limpa, com temperatura e umidade relativa do ar adequadas para a realização dos testes em segurança. Os auxiliares precisam estar treinados para a anotação das medidas e dos resultados dos testes. Deve-se ter extrema cautela com o armazenamento dos dados, de preferência devem ser anotados numa ficha e posteriormente imputados num software ou aplicativo. Todos os equipamentos devem ser vistoriados, calibrados e organizados previamente. 2. COLETA DE DADOS Antes de iniciar o processo de coleta, o avaliador deve: Informar ao avaliado os procedimentos e motivos da avaliação. A postura de seriedade do avaliador é fundamental. Acompanhar os procedimentos da coleta de acordo com os pontos já preestabelecidos. 3. PÓS-COLETA DE DADOS O avaliador deve: Guardar todos os equipamentos após a avaliação. Verificar se os resultados foram coletados de forma correta. Realizar a tabulação dos resultados analisando as estatísticas necessárias. Transmitir as informações de forma compreensível para os avaliados. Organizaruma base de dados para avaliações futuras. CRITÉRIOS DE AUTENTICIDADE CIENTÍFICA Um ponto importante para a determinação das baterias de testes refere-se aos critérios da autenticidade científica. Ao seguir esses critérios, pretende-se assegurar a máxima precisão dos resultados com a escolha dos testes adequados ao público-alvo da avaliação. O professor Pompeu (2005) afirma que a confiabilidade, o risco e a segurança, podem ser analisados por meio da estatística. Conseguimos verificar os seguintes critérios de autenticidade científica: VALIDADE A grande característica da validade é verificar se um teste mede o que se propõe a medir, ou seja, se o instrumento mede exatamente a variável que o avaliador quer medir. Por exemplo, se temos um objeto com o peso exato de 20kg e, ao ser pesado, uma balança indica exatamente 20kg, essa balança está medindo o peso proposto e, então, podemos considerar que sua validade foi testada. Evidentemente, se essa balança usada é de uma marca nova e ainda desconhecida no mercado, será necessário comparar o resultado com o de uma balança já validada, ou seja, um equipamento considerado o mais preciso possível para medir a variável. Na literatura científica, esses equipamentos são chamados de gold standard ou padrão-ouro. Com medidas estatísticas, é possível validar a nova marca de balança, conforme o exemplo citado. CONFIABILIDADE OU FIDEDIGNIDADE Ainda usando o exemplo da balança citado anteriormente, imagine que, após a realização da primeira medida do peso de 20kg, fizéssemos outra medida, mas com resultado de 25kg — não 20kg como era esperado. Quando um teste é realizado, precisamos que ele tenha um grau de constância e reprodutibilidade dos resultados. Essas diferenças entre os resultados da pesagem podem ser atribuídas a um erro do equipamento (intrateste), ou a um erro do avaliador (intra-avaliador), uma inconsistência das medidas do próprio avaliador. Dessa forma, deve ocorrer uma correlação entre as medidas realizadas em diferentes momentos, para que o instrumento seja considerado confiável ou fidedigno. OBJETIVIDADE Vamos continuar com o mesmo exemplo anterior, mantendo os equipamentos, mas trocando o avaliador. Dessa forma, influenciaremos a reprodutibilidade do teste, gerando a possibilidade de ocorrer erro interavaliador (entre os avaliadores), quando há dois ou mais avaliadores. Assim, podemos correlacionar os resultados dos indivíduos e verificar o erro entre os avaliadores na avaliação. ESTATÍSTICA DESCRITIVA E INFERENCIAL A utilização da estatística e da análise de dados é cada vez mais comum no cotidiano do profissional de Educação Física, pois à medida que a nossa área de atuação se desenvolve, cada vez mais se pauta em evidências científicas. Dessa forma, é necessário que o profissional tenha noções básicas de estatística. Vamos estudar aqui a estatística descritiva e a estatística inferencial. ESTATÍSTICA DESCRITIVA A estatística descritiva utiliza dados de uma amostra ou de uma população, em que se resume a informação contida em um conjunto de dados chamado de ROL, que permite a construção de tabelas, gráficos e o cálculo de algumas características do conjunto de dados. É um ramo da estatística que tem por objetivo descrever de forma resumida os dados de uma determinada amostra com medidas de posição. Dessa forma, com base na descrição da amostra e com a utilização de dados como média, desvio padrão, mínimo, máximo, moda e mediana e com o uso de gráficos e tabelas, o avaliador descreve os dados com precisão. Por outro lado, não haverá inferência dos dados encontrados. COMENTÁRIO Sabemos que muitos profissionais olham a estatística como algo complexo, entretanto seu uso pode fornecer um meio valioso de compreensão dos dados obtidos na avaliação. Assim, conhecer os fundamentos da estatística leva o profissional moderno há um entendimento simples e claro sobre todo o cenário e as causalidades dos resultados da avaliação morfofuncional. Há alguns instrumentos, listados a seguir, que auxiliam na avaliação dos resultados, tornando as informações mais claras: indicam padrões, tendências e ajudam a comparar dados. GRÁFICOS DESCRITIVOS Gráficos facilitam a visualização dos dados. Exemplos: gráficos de coluna, em barra, em pizza, em linhas, de áreas. DESCRIÇÃO TABULAR Tabelas ajudam a analisar os dados com mais clareza. Exemplo: tabela de frequência. DESCRIÇÃO PARAMÉTRICA Estima-se o valor de um parâmetro, presumindo que ele completa a descrição dos dados. Por exemplo: média. ESTATÍSTICA INFERENCIAL A estatística inferencial tem como objetivo fazer afirmações (inferências) com base em um conjunto de valores representativos (amostra) de um universo. Essa afirmação é acompanhada por uma medida de precisão. Na estatística inferencial, devemos utilizar as abordagens de estimativa dos resultados, os quais são apresentados com intervalos de confiança. Para isso, utilizamos os testes de hipóteses, cujos resultados são apresentados como valores de P (P de probabilidade) por meio de testes estatísticos. A seleção da estatística inferencial é orientada para uma pergunta que precisa ser respondida. Um detalhe da estatística inferencial é a testagem de hipóteses. O tratamento estatístico adotado informa se uma variável é de fato estatisticamente diferente ou igual à outra variável ou se possuem alguma relação entre si. ATENÇÃO Após a utilização da estatística descritiva, o segundo passo é a aplicação da estatística inferencial que permite traçar as probabilidades dos resultados. Algumas das grandes medidas utilizadas é a correlação de Pearson e o teste T de Student, que veremos a seguir. CORRELAÇÃO DE PEARSON A correlação de Pearson, representada pelo (r), mede o grau da correlação (e a direção dessa correlação, se positiva ou negativa) entre duas variáveis de escala métrica (intervalar ou razão). Esse coeficiente assume valores entre -1 e 1, onde: r = 1: correlação perfeita positiva entre as duas variáveis (as duas aumentam ou diminuem no mesmo sentido). r = - 1: correlação negativa perfeita entre as duas variáveis (se uma aumenta, a outra sempre diminui). r = 0: as duas variáveis não dependem linearmente uma da outra. No entanto, pode existir uma dependência não linear. Assim, o resultado ρ = 0 deve ser investigado por outros meios. Para interpretar o valor modular de r, podemos considerar o seguinte: 0,70 A 1,0 Correlação forte 0,30 A 0,7 Correlação moderada 0 A 0,30 Correlação fraca Veja a seguir o exemplo de um gráfico de correlação: TESTE T DE STUDENT Uma grande característica de um teste de hipótese é que ele usa métodos estatísticos que podem rejeitar ou não uma hipótese nula, quando a estatística de teste segue uma distribuição t de Student . As hipóteses podem ser nulas (H0), tidas como verdadeiras até que os testes digam ao contrário, ou alternativas (H1), sempre contrárias às hipóteses nulas. Por exemplo: DISTRIBUIÇÃO T DE STUDENT Distribuição de probabilidade teórica —simétrica e semelhante à curva normal padrão. EXEMPLO Um grupo de professores realizou a medida da estatura em um grupo de 20 alunos, em 2 momentos com intervalo de 3 meses, e querem saber se há diferença entre as médias da javascript:void(0) primeira para a segunda medida. Para isso, formularam a hipótese alternativa que afirma que as medidas são diferentes. Então, nossa hipótese nula é que não há diferença entre as duas medidas. Evidente que não há como aceitar as duas hipóteses como verdadeiras, pois elas são contrárias. Assim, o valor estabelecido no teste t é utilizado para rejeitar a hipótese nula e aceitar a hipótese alternativa. Quando encontramos um valor no teste t, comparamos com um valor de significância estipulado (normalmente usamos 0,05). Esse valor de significância pode ser: IGUAL A 0,05 Neste caso, diz que a hipótese nula será rejeitada em 95% dos casos. MAIOR QUE 0,05 Neste caso, podemos aceitar a hipótese nula e dizer que não existediferença estatisticamente significativa entre as médias dos grupos. MENOR QUE 0,05 Neste caso, dizemos que há diferença estatisticamente significativa entre as médias dos grupos. No exemplo descrito, ao realizar o teste t (considerando o nível de significância de 0,05) entre as duas medidas de estatura, o valor encontrado foi de 0,30, o que indica que não há diferença estatística entre as médias das duas medidas, mesmo com as mudanças nas estaturas. O teste t pode ser utilizado de formas diferentes: TESTE T COM 1 AMOSTRA Testa se a média de uma única população é igual a um valor alvo. TESTE T COM 2 AMOSTRAS OU TESTE T PARA AMOSTRAS INDEPENDENTES Testa se a diferença entre as médias de duas populações independentes é igual a um valor alvo. TESTE T PAREADO Testa se a média das diferenças entre observações dependentes ou pareadas é igual a um valor alvo. ATENÇÃO Após a avaliação, os dados devem ser analisados. Evidente que precisamos utilizar programas que nos auxiliem e otimizem nosso tempo nessa tarefa. Programas compostos por planilhas, com as quais podemos tabular os dados coletados e analisá-los com o auxílio dos comandos usados na estatística descritiva e inferencial, são capazes de realizar ações as quais vão impactar diretamente no trabalho do avaliador. INTRODUÇÃO À AVALIAÇÃO PRÉ- PARTICIPAÇÃO O especialista Carlos Vinícius de Souza Heggeudorn Herdy fará um resumo do módulo: VEM QUE EU TE EXPLICO! Os objetivos da avaliação morfofuncional A importância da avaliação morfofuncional Tipos de avaliação Critérios de autenticidade científica Testes estatísticos VERIFICANDO O APRENDIZADO ANAMNESE Imagine uma pessoa que não pratica exercícios físicos e deseja incluir esse novo hábito na sua rotina de vida. Antes de iniciar um programa de atividade física, ela deverá se submeter a uma avaliação morfofuncional, para que possa realizar as atividades em segurança. Essa primeira avaliação possui um componente denominado pré-teste, em que o avaliador deve conhecer o avaliado, suas características e todas suas possíveis limitações, e com isso prescrever os exercícios de acordo com as necessidades e os objetivos do beneficiário. Este módulo abordará todas as etapas da avaliação pré-participação, a anamnese e os questionários com os quais verificamos e estratificamos os riscos da prática de atividade física para a saúde das pessoas. MÓDULO 2 Reconhecer os componentes da avaliação pré-teste Sabemos que praticar atividade física de forma inadequada pode gerar um risco físico ao aluno/cliente/beneficiário, mas ao mesmo tempo sabemos que a prática regular de exercícios é um fator de proteção para surgimento de doenças crônico-degenerativas, como hipertensão, diabetes tipo 2, dislipidemias, entre outras. Por isso, ao pensar no risco, devemos esclarecer que o risco físico da atividade física se deve ao indivíduo estar em movimento, o que gera efeitos adaptativos no corpo. Dessa forma, conhecer o nível de atividade física e saúde dos beneficiários é fundamental para iniciarmos o processo de prescrição de treinamento. Além disso, de acordo com a lei do estado em que o profissional atua e com a condição clínica do beneficiário, é preciso consultar um médico para verificar os exames de rotina — um passo importante para conhecer o nível de saúde. Não obstante, muitas pessoas portadoras de doenças crônicas ou descompensadas iniciam a prática esportiva sem consultar um médico ou realizar os exames clínicos e ergométricos de rotina. Para compensar esses fatores, o profissional de Educação Física deve realizar entrevistas, a fim de observar possíveis questões que poderão gerar riscos à saúde do indivíduo — e quando necessário encaminhá-lo ao médico. Questionários específicos para anamnese têm por objetivo conhecer o beneficiário e assim avaliar diversos fatores que permitirão a prescrição dos exercícios físicos de acordo com as necessidades e objetivos estabelecidos. ATENÇÃO A anamnese é uma importante estratégia para que o profissional de Educação Física conheça o aluno antes de uma avaliação. Nesse momento, é possível conhecer o avaliado, seus hábitos diários, sua história e suas características. DADOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS NA ANAMNESE Os dados objetivos são confirmados a partir da observação do avaliador e de algo que seja palpável. Por exemplo: EXEMPLO A resposta à pergunta: “Você dorme em média quantas horas por dia?” Resposta: “Durmo em média 6 horas por dia, não mais que isso”. Por outro lado, os dados subjetivos não podem ser confirmados, ou não podemos determinar sua natureza, pois são colhidos em relatos, por exemplo: “Minha coxa dói quando me levanto da cama”. A anamnese é muito importante na avaliação diagnóstica, pois será utilizada para traçar o perfil do avaliado em um primeiro contato com o avaliador. Essa anamnese possui algumas características específicas: o avaliador deve realizá-la em formato de entrevista ou de um questionário, com questões validadas e preestabelecidas, visando ao preenchimento das informações do avaliado. O formato de entrevista é largamente utilizado, pois se caracteriza por uma conversa orientada que tem como principal objetivo recolher informações confiáveis do beneficiário. Dessa forma, pode-se estabelecer um roteiro com determinados itens. O entrevistado pode responder às perguntas sozinho, assinalando ou colocando as respostas. Mas consideramos que, para um melhor acolhimento do beneficiário, é melhor que o profissional faça as perguntas e vá anotando as respostas, pois podem surgir dúvidas em meio ao processo e dessa forma elas poderão ser rapidamente respondidas. A seguir, você poderá ver os pontos importantes da anamnese. PONTOS IMPORTANTES DA ANAMNESE O avaliador deve ter uma postura empática e criar um clima afetivo, para estabelecer um processo de conforto, confiança e empatia com o beneficiário. Lembrando que empatia é diferente de simpatia. Para ser uma pessoa empática, você precisa realizar gestos, expressões e ter atitudes que facilitem o processo de relacionamento interpessoal, tentando colocar-se no lugar do outro. No momento que você direciona um questionário, esse “interrogatório” pode estabelecer um contexto de perda de confiança por parte do avaliado por conta da “invasão da privacidade”. Portanto, tenha sempre o entendimento de trabalhar o questionário juntamente com a entrevista, procurando complementar as informações, já que a entrevista apresenta uma característica individual e as perguntas podem ser direcionadas de acordo com o perfil do avaliado. O local de aplicação da anamnese também deve ser agradável e privativo. Lembre-se que os dados extraídos são confidenciais e não devem ser compartilhados com outras pessoas, exceto para os fins da atuação profissional. MAIS ALGUNS ASPECTOS DA ANAMNESE Como vimos, antes de realizar a prescrição do exercício físico, o profissional de Educação Física deve conhecer o beneficiário e verificar os possíveis riscos para a realização das atividades. O beneficiário passa, então, inicialmente por uma anamnese que se caracteriza pela aplicação de questionários e medidas que definem seu perfil. ATENÇÃO As doenças cardiovasculares são a causa da maioria das mortes no mundo e sabemos que qualquer exercício físico aumenta a demanda cardiovascular, por isso elas sempre devem ser abordadas na anamnese. E quando se trata de perfil de risco para doenças cardiovasculares, os principais fatores associados são a obesidade, a hipertensão arterial e as alterações de frequência cardíaca de repouso. Durante a aplicação da anamnese, deve ser realizada a coleta de dados explorando os problemas atuais do beneficiário e os problemas pelos quais já tenha passado. Você deve observar se há questões relacionadas à sua saúde física e emocional e, dessa forma, investigar também sua estrutura corporal. O avaliador deve levar em consideração os seguintes aspectos durante a anamnese: No momento da entrevista,o beneficiário deve estar acomodado confortavelmente e se sentindo bem. O avaliador deve criar um ambiente extremamente favorável, para que o beneficiário esteja seguro e ciente do sigilo das suas informações. A postura do avaliador deve ser calma e a linguagem de fácil compreensão. Falar de forma clara, correta e lenta é fundamental, e o contato formal deve ser adotado. A percepção do professor deve ser direcionada para os sinais verbais e não verbais do beneficiário, ele pode demonstrar desconforto ou insegurança sobre algum questionamento. É preciso estar atento. COMO ELABORAR A ANAMNESE? Na montagem de uma anamnese, o avaliador deve se preocupar primeiramente em listar todos os aspectos necessários que atendam seus objetivos; verificar a linguagem a ser adotada, que deve estar de acordo com o beneficiário; fazer simulações de possíveis respostas para verificar ambiguidades no questionário. É comum que o questionário tenha uma forma estruturada e que seu conteúdo coadune com os objetivos. A estruturação ocorre de maneira lógica e não modificável, é importante atentar para alguns pontos: 1 Verificar os aspectos que deverão ser esclarecidos e lembrar que as perguntas devem estar voltadas para um objetivo. Avaliar se a linguagem está simples e direta, se é de fácil compreensão, para que o avaliado não tenha dúvidas. 2 3 Simular possíveis respostas para as perguntas estabelecidas, para que não haja duplo sentido ou falta de alternativas. Verificar se a pergunta já não contém a resposta. 4 O avaliador também deve evitar perguntas constrangedoras e embaraçosas ou perguntas que remetam a um passado muito distante, para não dificultar o andamento da entrevista. Existem tipos específicos de questionários com perguntas abertas, fechadas ou com Escala de Likert. Veja a seguir. ESCALA DE LIKERT Escala psicométrica usada em questionários, em que os perguntados especificam o grau de concordância com a pergunta em uma resposta objetiva, numa escala que pode ir de “muito importante” a “totalmente sem importância”. Perguntas abertas Oferecem a possibilidade de o avaliado expressar seus sentimentos, suas opiniões e ideias. Nesse caso, há uma interação maior entre avaliado e avaliador. Perguntas fechadas Limitam a relação entre avaliado e avaliador, pois o avaliado escolhe uma entre as respostas prontas de acordo com a situação apresentada. Veja a seguir algumas perguntas usadas habitualmente nos tipos específicos de questionários citados. PERGUNTAS DE CARACTERÍSTICA ABERTA Neste tipo de pergunta, o avaliado responde livremente o que pensa sobre o assunto perguntado. O avaliador usa esse tipo de pergunta quando não tem informação prévia ou experiência de possíveis respostas fixas. Exemplo: Por que você deseja iniciar o programa de atividade física? PERGUNTAS DE CARACTERÍSTICA FECHADA Nas perguntas fechadas, são fornecidas as possíveis respostas ao avaliado, mas apenas uma opção de resposta é possível. O avaliador usa esse tipo de pergunta quando tem informação javascript:void(0) prévia ou experiência de possíveis respostas. Exemplo: Qual desses esportes você tem mais interesse de praticar? Basquete Natação Futebol Corrida PERGUNTA DE CARACTERÍSTICA SEMIABERTA A pergunta semiaberta é a junção de uma pergunta fechada e uma pergunta aberta, em que, num primeiro momento, o avaliado responde a uma das opções e depois justifica ou explica sua resposta. Exemplo: Qual das opções a seguir é a sua principal escolha de atividade na academia? Musculação Cross training Ginástica localizada Bike indoor Por quê? ______________________________________________. PERGUNTA DE CARACTERÍSTICA DICOTÔMICA É a pergunta que tem como resposta apenas Sim ou Não. O avaliador usa esse tipo de pergunta quando deseja saber somente se há ou não determinado fato, sem a preocupação de saber o quanto o fato pode ou não influenciar a saúde do avaliado. Exemplo: Você consome bebida alcoólica? Sim ( ) Não ( ) PERGUNTA DE CARACTERÍSTICA ENCADEADA Neste caso, a pergunta seguinte depende da resposta da anterior. O avaliador usa uma pergunta dicotômica seguida de outra pergunta complementar, permitindo ao avaliador ter a informação de quanto aquele fato influencia na saúde do avaliado. Exemplo: Você consome bebida alcoólica? Sim ( ) Não ( ) Quantas vezes por semana? _____________ Quantos copos por dia? ________________ PERGUNTAS COM CARACTERÍSTICA DE ORDEM DE PREFERÊNCIA É dada ao avaliado a possibilidade de escolha do 1°, 2° e 3° lugares. O avaliador usa esse tipo de pergunta quando deseja saber quais são as preferências do avaliado em um banco de opções. Exemplo: Das atividades de academia listadas a seguir, classifique por ordem de escolha as três primeiras, colocando, respectivamente, 1º, 2º e 3º. Musculação ( ) Treinamento aeróbico ( ) Ginástica localizada ( ) Bike indoor ( ) PERGUNTAS COM CARACTERÍSTICA DE ESCALA DE LIKERT O avaliado indica o grau de concordância ou discordância de acordo com a situação questionada. A escala de Likert permite ao avaliador mensurar o grau de importância da situação questionada para o avaliado. Exemplo: O quão importante é para você a prática diária de uma atividade física? Muito importante ( ) Importante ( ) Indiferente ( ) Pouco importante ( ) Totalmente sem importância ( ) Fonte: Freitas, 2014. Como vimos, informações importantes (há algumas confidenciais!) precisam ser incluídas na anamnese, como os dados cadastrais, os objetivos do avaliado, sua história clínica, familiar e psicossocial, as atividades da vida diária e da vida laboral (FREITAS, 2014, p. 7). Veja a seguir um exemplo de anamnese, mas lembre-se de que você pode fazer as modificações necessárias para adaptá-la à sua realidade. DADOS CADASTRAIS Nome completo Endereço Números de telefone residencial e celular Data de nascimento Idade Estado civil Nacionalidade Contato de uma pessoa próxima para eventual emergência OBJETIVOS São os motivos pelos quais o avaliado procurou o serviço. Podem ser oferecidas opções quando a pergunta é realizada de forma fechada: “melhorar força”, “ganhar resistência”, “emagrecer”, “lazer”. A pergunta preferencialmente pode ser feita de forma aberta: “Quais são os seus objetivos?” HISTÓRIA CLÍNICA Agrupa as questões relacionadas à saúde do avaliado, aos problemas clínicos passados e presentes, por exemplo: “Tem hipertensão ou diabetes? Usa medicamento? Quais medicamentos utiliza? Já foi hospitalizado? Quando foi a última vez e por quê? Quais doenças de infância você teve? Está em tratamento de alguma doença? Tem alergia? A quê? Já fez cirurgia? Qual?” HISTÓRIA FAMILIAR Na história familiar, são descritas as doenças apresentadas pelos pais e avós que tenham alguma relação hereditária/genética. Por exemplo, hipertensão arterial, diabetes, doenças cardíacas, doenças respiratórias e câncer. HISTÓRIA PSICOSSOCIAL Na história psicossocial, o avaliador questiona sobre como o avaliado se sente em relação a si mesmo, seu lugar na sociedade e sua relação com os outros. As perguntas podem incluir: “Como você lidou com problemas de saúde no passado?” “Você observou alguma mudança no seu comportamento recentemente?” ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA O avaliador pergunta como é um dia típico do avaliado, qual a dieta usual, quem cozinha na casa, se faz exercícios físicos com e sem orientação de um profissional, qual o ritmo de sono, se dorme bem, o que faz como lazer, hábitos de fumo e ingestão de álcool ou outras substâncias. ATIVIDADES DA VIDA LABORAL O avaliador deve perguntar se o avaliado trabalha, se a atividade é estressante, a postura (corporal) adotada na maior parte do tempo, se tem horário para refeições e pausa, se tem programa de ginástica laboral na empresa. DISPONIBILIDADE E PREFERÊNCIAS PARA FAZER EXERCÍCIOS O avaliado deve responder sobre a frequência semanal, o tempo disponível para cada dia de treino e suas preferências paraa realização das atividades. Adaptado de Ribeiro e Tirapegui, 2018. Ao final da anamnese, sugere-se a aferição da pressão arterial e da frequência cardíaca de repouso. ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO A estratificação de risco tem como objetivo classificar o indivíduo em uma categoria de acordo com a sua susceptibilidade ao aparecimento de respostas inadequadas para um determinado esforço físico. Diversas sociedades e associações nacionais e internacionais estabelecem diretrizes para essas classificações. Veja a seguir. FATORES DE RISCO CAUSAIS Como fumo, alto colesterol total, colesterol baixo, hipertensão arterial, diabetes e câncer. FATORES DE RISCOS CONDICIONAIS Aqueles associados às doenças cardiovasculares, que geram maiores riscos, como a elevação dos níveis de triglicerídeos, lipoproteína, fibrinogênio e da proteína C reativa. FATORES DE RISCOS PREDISPONENTES Podem aumentar e intensificar os fatores causais, como obesidade, sedentarismo, comportamentos como ansiedade, estresse, depressão e o estado pós-menopáusico. FATORES DE RISCO INALTERADOS Não são modificáveis, como sexo, história familiar de doença arterial, baixa questão socioeconômica e idade. Duas das maiores referências na Medicina Esportiva mundial, o American College of Sports Medicine (ACSM, Colégio Americano de Medicina Esportiva) e a American Heart Association (AHA, Associação Americana do Coração) estabelecem propostas e diretrizes importantes no cenário dos programas de exercícios físicos, além de questionários de prontidão para verificarmos os riscos das atividades. Segundo o American College of Sports Medicine (2018), o processo de estratificação de risco possibilita a classificação de um indivíduo para a realização de exame médico, atividade física e teste de esforço em três categorias: baixo, moderado e alto. Veja a seguir. RISCO BAIXO Homens e mulheres assintomáticos que possuem ≤ 1 fator de risco para doença cardiovascular. RISCO MODERADO Homens e mulheres assintomáticos que possuem ≥ 2 fatores de risco para doença cardiovascular. RISCO ALTO Indivíduos que sofrem de doença cardiovascular, pulmonar ou metabólica conhecida ou com um ou mais sintomas. Quando um fator de risco é positivo, ocorre aumento significativo da probabilidade de ocorrências de doenças degenerativas comuns e eventos cardiovasculares; quando o fator de risco é negativo, essa probabilidade diminui. Veja no quadro a seguir os fatores de risco positivos e negativos para doença cardiovascular, segundo a ACSM: Fatores de risco positivos e negativos para doença cardiovascular Idade Homens ≥ 45 anos Mulheres ≥ 55 anos História familiar Infarto do miocárdio, revascularização coronariana ou morte súbita antes de 55 anos de idade no pai ou em outro parente masculino de primeiro grau, ou antes de 65 anos de idade na mãe ou em outra parente feminina de primeiro grau. Fumo de cigarros Fumante atual de cigarros ou aqueles que deixaram de fumar durante os seis meses precedentes ou exposição ambiental à fumaça de tabaco. Estilo de vida sedentário Não participar em pelo menos 30 minutos de atividade física de intensidade moderada (40-60% do VO2 de reserva) em pelo menos três dias da semana durante um período de pelo menos três meses. Lembre-se que a intensidade se associa ao grau de esforço para fazer uma atividade física ou exercício. Obesidade Índice de massa corporal ≥ 30kg/m2 ou circunferência de cintura > 102cm para homens e > 88cm para mulheres. Importante: caso a circunferência aumentada esteja associada à resistência à insulina e à hipertensão arterial, esse indivíduo pode desenvolver síndrome metabólica. Hipertensão Pressão arterial sistólica ≥ 140mmHg e/ou diastólica ≥ 90mmHg, confirmadas em pelo menos duas ocasiões separadas. Dislipidemia LDL-C ≥ 130mg/dL ou HDL-C < 40mg/dL ou recebendo medicação redutora de lipídios ou colesterol total sérico ≥ 200mg/dL. Pré- diabetes Glicose plasmática em jejum ≥ 100mg/dL e < 126mg/dL ou valores de 2 horas no teste de tolerância à glicose oral (TTGO) ≥ 140mg/dL e <200mg/dL confirmadas em duas ocasiões separadas. Fatores de risco negativo Colesterol HDL sérico alto ≥ 60mg/dl Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro: Fatores de risco positivos e negativos para doença cardiovascular Extraído de: ACSM, 2018, p. 22. É importante compreender que as medidas estabelecidas ao indivíduo numa determinada categoria de risco (baixa, moderada ou alta) implicará recomendações adequadas e específicas: É necessária a autorização de um médico que libere o indivíduo para a prática de atividade física ou mesmo para mudar o treinamento. O aluno deve realizar testes de esforço antes de iniciar a prática da atividade física. Na realização do teste de esforço máximo e submáximo, o médico deve estar presente. A American Heart Association (AHA, 2010, p.35) estratifica o risco em quatro classes (A, B, C e D) descritas a seguir: CLASSE A Indivíduos aparentemente sadios. Crianças e adolescentes, homens < 45 anos e mulheres < 55 anos sem sintomas ou sem a presença de doença cardíaca ou de fatores de risco significativos para doença cardiovascular (DCV) aterosclerótica. Homens ≥ 45 anos e mulheres ≥ 55 anos que não apresentam sintomas nem a presença conhecida de doença cardíaca e com menos de dois fatores de risco significativos para DCV. Homens ≥ 45 anos e mulheres ≥ 55 anos que não apresentam sintomas nem a presença conhecida de doença cardíaca e com dois ou mais fatores de risco significativos para DCV. Para a Classe A, não há restrição além das diretrizes básicas. O monitoramento eletrocardiográfico (ECG) e da pressão arterial não é necessário tampouco a supervisão. CLASSE B Presença de doença cardiovascular estável conhecida com baixo risco para complicações com exercício vigoroso, porém com risco ligeiramente maior do que o estimado para indivíduos aparentemente sadios. Indivíduos com doença coronariana cuja condição é estável. Indivíduos com doenças cardíacas valvulares. Indivíduos com doenças cardíacas congênitas. Indivíduos com cardiomiopatias com fração de ejeção ≤30% (incluindo portadores de insuficiência cardíaca estável, mas não a miocardite recente nem a cardiomiopatia hipertrófica). Indivíduos com teste ergométrico anormal que não se incluem na Classe C devem realizar o exercício sob supervisão médica para emergências. Os programas de exercícios devem ser supervisionados com indicação e supervisão médica inicial. O monitoramento do ECG e pressão arterial é útil na fase inicial (habitualmente por 6 a 12 sessões). CLASSE C Indivíduos com risco moderado a alto para complicações cardíacas durante o exercício e/ou incapazes de autorregular a atividade ou de compreender o nível recomendado de atividade. Indivíduos com doenças cardíacas valvulares. Indivíduos com doença cardíaca congênita. Indivíduos com cardiomiopatia com fração de ejeção ≤ 30% (incluindo portadores de insuficiência cardíaca estável, mas não a miocardite recente nem a cardiomiopatia hipertrófica). Indivíduos com arritmias ventriculares complexas que não estão bem controladas. O programa de atividades físicas para a Classe C deve ser prescrito de forma individualizada e realizado sob supervisão médica e com monitorização do ECG e da pressão arterial. CLASSE D Doença instável com restrição da atividade. Isquemia instável. Estenose ou regurgitação valvular severa e sintomática. Doença cardíaca congênita. Insuficiência cardíaca não compensada. Arritmias descontroladas. Outras condições médicas que possam ser agravadas pelo exercício. Para os indivíduos da Classe D, nenhuma atividade com finalidade de condicionamento é recomendada. A atenção deve ser dada ao tratamento e à restauração do paciente para a Classe C ou condição melhor. A realização das atividades da vida diária (AVDs) devem ser prescritas com base na avaliação individual feita pelo médico responsável pelo sujeito. QUESTIONÁRIODE PRONTIDÃO PARA A ATIVIDADE FÍSICA (PAR-Q) O Physical Activity Readiness Questionnarie, Questionário de Prontidão para a Atividade Física (Par-Q) foi desenvolvido por pesquisadores canadenses e é largamente utilizado em academias e centros de exercícios físicos. O questionário deve ser aplicado antes que o aluno comece o programa de atividade física regular, para que se verifique possíveis limitações e riscos à saúde do indivíduo. O questionário possui sete perguntas específicas com respostas dicotômicas (sim ou não). Mas um ponto importante é que, caso a resposta seja positiva (sim), recomenda-se que o sujeito procure um médico para diagnosticar o possível problema para evitar qualquer risco na prescrição do treinamento. Quando avaliamos o questionário, verificamos que ele demonstra sensibilidade de 100% (identifica os casos positivos corretamente) e especificidade de 80% (identifica os casos negativos corretamente). As perguntas são bastantes simples e basicamente sobre problemas cardiovasculares, do sistema nervoso e das características musculoesqueléticas. Analise o questionário (ACSM, 2018, p. 26): Questionário 1. Alguma vez um médico lhe disse que você possui um problema do coração e lhe recomendou que só fizesse atividade física sob supervisão médica? ( ) SIM ( ) NÃO 2. Você sente dor no peito causada pela prática de atividade física? ( ) SIM ( ) NÃO 3. Você sentiu dor no peito no último mês? ( ) SIM ( ) NÃO 4. Você tende a perder a consciência ou cair como resultado de tonteira ou desmaio? ( ) SIM ( ) NÃO 5. Você tem algum problema ósseo ou muscular que poderia ser agravado com a prática de atividade física? ( ) SIM ( ) NÃO 6. Algum médico já lhe recomendou o uso de medicamentos para pressão arterial, circulação ou coração? ( ) SIM ( ) NÃO 7. Você tem consciência, por experiência própria ou aconselhamento médico, de alguma outra razão física que impeça sua prática de atividade física sem supervisão médica? ( ) SIM ( ) NÃO OBSERVAÇÕES: Atualmente, pode-se substituir a palavra dor pela palavra desconforto (perguntas 2 e 3), se for necessário facilitar a compreensão de quem está respondendo o questionário. Caso o sujeito preencha ao menos uma resposta SIM no questionário, ele será encaminhado para uma consulta médica, pois iniciar o programa de atividade física sem qualquer diagnóstico do possível problema é um grande risco para a saúde. E precisará responder as questões do formulário "Acompanhamento do seu Estado de Saúde” (Veja o Quadro a seguir). Caso o sujeito tenha respondido NÃO a todas as perguntas do questionário, ele estará liberado para a atividade física assim que assinar a declaração de participante. E NÃO precisará responder as questões do formulário “Acompanhamento do seu Estado de Saúde”. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Recentemente, o Par-Q foi atualizado e passou a ser chamado de PAR-Q+. Como vimos, dependendo das respostas do Questionário de Prontidão para a Atividade Física, será necessário o preenchimento do “Acompanhamento do seu Estado de Saúde”. Veja o formulário a seguir. Acompanhamento do seu Estado de Saúde SIM NÃO 1) Você tem artrite, osteoporose ou problemas nas costas? Se você apresenta essa(s) condição(ões), responda as questões 1a a 1c. 1a. Você tem dificuldades de controlar seu problema com medicamentos ou outras terapias prescritas por médico? (Responda não se você não está tomando medicamento ou fazendo outros tratamentos.) 1b. Você tem problemas de articulação que causam dor, teve fratura recente ou fratura causada por osteoporose ou câncer, vértebra deslocada ou espondiloses (pequena fratura)? 1c. Você já tomou esteroides regularmente por mais de 3 meses? 2) Você tem algum tipo de câncer? Se você apresenta essa(s) condição(ões), responda as questões 2a e 2b. Caso não apresente, vá para a questão 3. 2a. O seu diagnóstico de câncer inclui algum dos seguintes tipos: pulmão, mieloma múltiplo, cabeça e pescoço? 2b. Você está recebendo tratamento para o câncer como quimioterapia ou radioterapia? 3) Você tem algum problema cardíaco ou cardiovascular? Essa categoria inclui doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, anomalias do ritmo cardíaco. Se você apresenta essa(s) condição(ões), responda as questões 3a a 3d. Caso não apresente, vá para a questão 4. 3a. Você tem dificuldade em controlar seu problema com medicamentos ou outros tratamentos prescritos por médico? (Responda não se você não estiver tomando medicamento ou fazendo outros tratamentos.) 3b. Você tem arritmia cardíaca que necessite de acompanhamento médico? 3c. Você tem insuficiência cardíaca? 3d. Você tem diagnóstico de doença arterial coronariana e não participou de atividade física regular nos últimos dois meses? 4) Você tem hipertensão? Se você apresenta essa condição, responda as questões 4a e 4b. Caso não apresente, vá para a questão 5. 4a. Você tem dificuldade em controlar seu problema com medicamentos ou outras terapias prescritas por médico? (Responda não se você não estiver tomando medicamento ou fazendo outros tratamentos.) 4b. Você tem pressão sanguínea em repouso igual ou maior que 160/090 mmHg com ou sem medicação? (Responda sim se você não sabe sua pressão em repouso.) 5) Você tem problemas metabólicos? Essa categoria inclui diabetes tipo 1, diabetes tipo 2, pré-diabetes. Se você apresenta essa condição, responda as questões de 5a a 5e. Caso não apresente, vá para a questão 6. 5a. Você frequentemente sente dificuldade em controlar seus níveis de açúcar no sangue com alimentos, medicamentos ou outras terapias prescritas por médico? 5b. Você frequentemente sofre de sinais ou sintomas de hipoglicemia após exercício e/ou durante atividade do dia a dia? Sinais de hipoglicemia podem incluir tremores, nervosismo, irritabilidade incomum, suor anormal, tontura ou dor de cabeça leve, confusão mental, dificuldade na fala, fraqueza e sonolência. 5c. Você tem sinais ou sintomas de complicações da diabetes, como doença cardíaca ou vascular e/ou complicações que afetam olhos, rins ou sensações nos dedos e pés? 5d. Você tem outros problemas metabólicos, como diabetes relacionada com gravidez, doença renal crônica ou problemas hepáticos? 5e. Você pretende se comprometer com exercícios de alta intensidade em breve? 6) Você tem algum problema mental ou dificuldade de aprendizado? Essa categoria inclui Alzheimer, demência, depressão, transtorno de ansiedade, transtorno alimentar, transtorno psicótico, deficiência intelectual e síndrome de Down. Se você apresenta essa condição, responda as questões 6a e 6b. Caso não apresente, vá para a questão 7. 6a. Você tem dificuldade em controlar seu problema com medicamentos ou outros tipos de terapias prescritas por médico? (Responda não se você não estiver tomando medicamento ou fazendo outros tratamentos.) 6b. Você tem problemas nas costas que afetam nervos e músculos? 7) Você tem alguma doença respiratória? Essa categoria inclui doença pulmonar obstrutiva crônica, asma e hipertensão pulmonar. Se você apresenta essa condição, responda as questões de 7a a 7d. Caso não apresente, vá para a questão 8. 7a. Você tem dificuldade em controlar seu problema com medicamentos ou outras terapias prescritas por médico? (Responda não se você não estiver tomando medicamento ou fazendo outros tratamentos.) 7b. Seu médico já disse que seu nível de oxigênio no sangue é baixo em repouso ou durante exercício e/ou que você precisa de oxigenoterapia suplementar? 7c. Em caso de asma, você apresenta sintomas como “aperto” ou chiado no peito, respiração difícil, tosse insistente (> 2 dias/semana) ou usou sua medicação de alívio mais de duas vezes na última semana? 7d. Seu médico já disse que você tem hipertensãonos vasos sanguíneos dos pulmões? 8) Você tem lesão na medula espinhal? Essa categoria inclui tetraplegia e paraplegia. Se você apresenta essa condição, responda as questões de 8a a 8c. Caso não apresente, vá para a questão 9. 8a. Você tem dificuldade em controlar seu problema com medicamentos ou outras terapias prescritas por médico? (Responda não se você não estiver tomando medicamento ou fazendo outros tratamentos.) 8b. Você apresenta, com frequência, pressão baixa em repouso que causa tontura, dor de cabeça leve e/ou desmaio? 8c. Seu médico já indicou que você apresenta episódios repentinos de pressão alta (conhecidos como disreflexia autonômica)? 9) Você já teve derrame? Essa categoria inclui ataque isquêmico transitório ou derrame cerebral. Se você apresenta essa condição, responda as questões de 9a a 9c. Caso não apresente, vá para a questão 10. 9a. Você tem dificuldade em controlar seu problema com medicamentos ou outras terapias prescritas por médico? (Responda não se você não estiver tomando medicamento ou fazendo outros tratamentos.) 9b. Você tem alguma deficiência de locomoção ou mobilidade? 9c. Você teve derrame ou deficiência nos nervos ou músculos nos últimos seis meses? 10) Você tem algum outro problema de saúde não listado anteriormente ou apresenta dois ou mais problemas de saúde? Se você apresenta outros problemas de saúde, responda as questões de 10a a 10c. Caso não, leia as recomendações da última página. 10a. Você já desmaiou ou perdeu a consciência por causa de uma lesão na cabeça nos últimos 12 meses ou foi diagnosticada uma concussão nos últimos 12 meses? 10b. Você tem algum problema de saúde que não está listado (como epilepsia, problemas neurológicos, problemas nos rins)? 10c. Você atualmente convive com dois ou mais problemas de saúde? Por favor, descreva seus problemas de saúde e os respectivos medicamentos usados aqui: Vá para a última página para as recomendações sobre seus problemas de saúde e assine a declaração de participante. Se você respondeu NÃO a todas as questões sobre a sua condição de saúde, você está pronto para se tornar mais fisicamente ativo. Assine a declaração de participante a seguir. Recomendações É aconselhavel consultar um profissional de Educação Física qualificado, a fim de desenvolver um plano de atividade física seguro e efetivo de acordo com suas necessidades de saúde. Você será encorajado a começar devagar e avançar gradualmente: 20 a 60 minutos de exercício de intensidade leve a moderada, 3 a 5 vezes por semana, incluindo exercícios aeróbicos e de fortalecimento muscular. Conforme sua progressão, recomenda-se que você acumule 150 min. ou mais de atividade física de intensidade moderada por semana. Se você tem mais de 45 anos de idade e não estiver acostumado a exercícios de esforço vigoroso ou máximo, consulte um profissional de Educação Física qualificado antes de fazer exercícios com essa intensidade. Se você respondeu SIM a uma ou mais questões sobre sua condição médica, você deve buscar orientações antes de se tornar mais fisicamente ativo ou se comprometer com uma avaliação de aptidão. Faça a triagem on-line e o programa de recomendações de exercícios, o ePARmed-X+, e/ou visite um profissional de Educação Física qualificado para trabalhar com o ePARmed-X+ e obter mais informações. Declaração do Participante Todas as pessoas que completaram o PAR-Q+ devem ler e assinar a declaração a seguir. Se você ainda não tem idade legal para consentir ou pedir a avaliação de um profissional de Educação Física, os pais ou responsáveis também devem assinar este formulário. Eu, abaixo assinado, li, entendi e respondi o questionário. Reconheço que esta autorização de atividade física é válida por até 12 meses desde o preenchimento e que o formulário será inválido se minha condição de saúde mudar. Também reconheço que um Representante (como meu empregador, academia de ginástica, profissional de saúde ou outro designado) pode manter uma cópia desse formulário. Nessas instâncias, o Representante será obrigado a acatar diretrizes locais, nacionais e internacionais relativas ao armazenamento de informações pessoais de saúde, garantindo que o Representante mantenha a privacidade da informação, não a use ou a divulgue injustamente. Nome _________________________________________ Data_______ Assinatura _________________________________ Testemunha________________________________ Assinatura do responsável ___________________________________ Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal AVALIAÇÃO PRÉ-PARTICIPAÇÃO O especialista Carlos Vinícius de Souza Heggeudorn Herdy fará um resumo do módulo. VEM QUE EU TE EXPLICO! Aspectos gerais do processo de avaliação morfofuncional A anamnese Estratificação de risco VERIFICANDO O APRENDIZADO CONSIDERAÇÕES FINAIS CONCLUSÃO Vimos neste material a importância da realização da avaliação morfofuncional, independentemente das características do beneficiário, seja uma pessoa sedentária, fisicamente ativa, seja um adulto, atleta ou idoso. O trabalho do profissional de Educação Física que esteja relacionado à prescrição de exercícios deve estar pautado inicialmente em uma avaliação diagnóstica. No decorrer do processo de treinamento do beneficiário, outras avaliações devem ser realizadas para que haja acompanhamento e demonstração do seu progresso. Assim, será possível a remodelação do programa de treinamento com segurança. A anamnese e a avaliação de risco pré-participação tomaram grande parte do nosso estudo, porque por meio delas podemos conhecer melhor os beneficiários e, com esses dados, prescrever os exercícios físicos mais seguros e eficazes para cada um deles. PODCAST Agora, o especialista Carlos Vinícius de Souza Heggeudorn Herdy encerra o tema falando sobre a Avaliação Morfofuncional. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS AMERICAN COLLEGE SPORTS OF MEDICINE. ACSM. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. 10. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2018. AMERICAN HEART ASSOCIATION. AHA. Guidelines CPR: destaques das diretrizes da American Heart Association 2010 para RCP e ACE. Dallas: AHA, 2010. BARROOW, H.; MCGEE, R. Medida de avaliação em Educação Física e esportes. 5. ed. São Paulo, SP: Manole, 2003. BRASIL. Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). 7ª Diretriz brasileira de hipertensão arterial. Rio de Janeiro, 2016. BRASIL. Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Atualização da diretriz brasileira de dislipidemia e prevenção à aterosclerose. Rio de Janeiro, 2017. CONFEF. Nota técnica nº 002/2012. A avaliação física em programas de exercícios físicos e desportivos. Consultado na internet em: 02 dez. 2021. FREITAS, S. L. et al. Avaliação educacional: formas de uso na prática pedagógica. Meta: Avaliação, v. 6, n. 16, p. 85-98, jan./abr. 2014. GUEDES, D. P; GUEDES, J. E. R. Manual prático para avaliação em Educação Física. 1 ed. Barueri, SP: Manole, 2006. HESPANHA, R. Medida e avaliação para o esporte e a saúde. Rio de Janeiro, RJ: Rubio, 2004. MONTEIRO, A. B. M. C. Questões éticas e legais da avaliação física: uma reflexão. In: VARGAS, A. (org.). Dimensionamento ético da intervenção profissional em Educação Física. Rio de Janeiro: CONFEF, 2017. p. 26-41. POMPEU, F. Manual de cineantropometria. Rio de Janeiro, RJ: Sprint, 2005. RIBEIRO, S. M. L.; MELO, C. M.; TIRAPEGUI, J. Avaliação Nutricional: teoria & prática. 2. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2018. ROCHA, A. C.; GUEDES JUNIOR, D. P. Avaliação física para treinamento personalizado, academias e esportes: uma abordagem didática, prática e atual. São Paulo, SP: Phorte, 2013. SILVA, F. M. (Org.). Recomendações sobre condutas e procedimentos do profissional de Educação Física na Atenção Básica à Saúde. 5. ed. Rio de Janeiro, RJ: CONFEF, 2017. VARGAS, A. (org.). Dimensionamento ético da intervençãoprofissional em Educação Física. Rio de Janeiro, RJ: CONFEF, 2017. p. 101-108. EXPLORE+ Para saber mais sobre os assuntos tratados nesse conteúdo: Leia o artigo A importância da avaliação física de qualidade, publicado na Revista Educação Física, CONFEF, 2013. Leia o artigo O antropometrista na busca de dados mais confiáveis, de Diego Augusto Santos Silva et al., publicado na Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2011. Leia o artigo Cálculo do erro técnico de medição em antropometria, de Talita Adão Perini et al., publicado na Rev Bras Med Esporte, jan./fev. 2005. Consulte o documento Medida correta da pressão arterial no site da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP, para entender os procedimentos indicados, assim como os cuidados e as recomendações. Visite o site do Colégio Americano de Medicina Esportiva (American College of Sports Medicine - ACSM). CONTEUDISTA Carlos Vinícius de Souza Heggeudorn Herdy DESCRIÇÃO A utilização da antropometria para o entendimento da morfologia por meio de medidas sistematizadas e do conhecimento de forma, proporção, constituição e dimensões corporais. PROPÓSITO Dados antropométricos possuem uma variedade de aplicações, como descrições, comparações, avaliações de intervenções e identificação de riscos de saúde em indivíduos e grupos, possibilitando ao profissional de educação física uma prescrição assertiva do exercício físico. OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar os conceitos que envolvem a realização de medidas antropométricas MÓDULO 2 Reconhecer os pontos anatômicos para as medidas dos diâmetros ósseos e da perimetria MÓDULO 3 Identificar a técnica para obtenção das medidas de dobras cutâneas INTRODUÇÃO Cada ser humano é único. Temos semelhanças na forma e no tamanho do corpo, porém jamais igualdade. Ao longo da vida, passamos por várias transformações que podem ser identificadas por meio do processo de crescimento, desenvolvimento e maturação, que se apresentam de forma harmônica ou não, mas sempre respeitando a evolução. Por que algumas pessoas possuem características como estatura e massa corporal tão semelhantes e, após uma avaliação antropométrica, se mostram tão diferentes? Como podemos verificar diferenças físicas em pessoas com características morfológicas como massa muscular, estatura e massa corporal por vezes idênticas? Por que atletas de salto em altura possuem características físicas tão diferentes de atletas de ginástica artística? Ao observarmos a natureza humana, notamos que não há duas pessoas que apresentem caracteres mensuráveis iguais por toda a vida. Cedo ou tarde e em vários graus, por condições de saúde ou doença, por diferentes condições de vida ou por união de indivíduos membros de diferentes grupos étnicos, verificamos uma grande variabilidade de formas e proporções. Assim, neste conteúdo vamos entender como a avaliação antropométrica, por meio da medida da forma, da proporção, da constituição e das dimensões corporais, pode contribuir para o entendimento da relação entre as características corpóreas e os aspectos clínicos, nutricionais, maturacionais, laborativos e epidemiológicos. Veremos como essas medidas devem ser realizadas, os cuidados que devemos tomar para sua aplicação e os instrumentos utilizados para sua obtenção. AVISO: orientações sobre unidades de medida. AVISO: ORIENTAÇÕES SOBRE UNIDADES DE MEDIDA. Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um javascript:void(0) espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades. CINEANTROPOME TRIA Antes de definir o que é cineantropometria, seria interessante saber a diferença entre antropometria e cineantropometria. ANTROPOMETRIA Junção dos termos antropo (homem), derivado do grego anthropos, e metria (medida), derivado do grego métron. CINEANTROPOMETRIA Termo mais recente derivado dos radicais gregos kinen, anthropos e merein. MÓDULO 1 Identificar os conceitos que envolvem a realização de medidas antropométricas javascript:void(0) javascript:void(0) antropometria Área do conhecimento que permite expressar a morfologia humana por intermédio de uma série de medidas sistematizadas que expressam a forma, a proporção, a constituição e as dimensões corporais. cineantropometria Área que estuda tamanho, forma, proporcionalidade, composição, maturação biológica e função corporal, buscando compreender o processo de crescimento e os desempenhos físico, esportivo e nutricional. Não substitui a antropometria. Podemos dizer que a grande diferença entre os dois termos é que a antropometria se preocupava em estudar as proporções do homem buscando entender as diferenças que caracterizavam o homem em suas diversas raças e etnias. Nesse sentido, ela é diferente do que foi proposto pelo professor William D. Ross (1991), quando introduziu o termo “cineantropometria”. Ross mostrou que os estudos de tamanho, proporção, forma, composição e maturação poderiam contribuir para a compreensão do processo de crescimento e da influência no exercício, no desempenho e no estado nutricional, que têm implicações relevantes na medicina, na educação e nas políticas governamentais para a população, acrescentando tal análise ao movimento. APLICAÇÕES DA ANTROPOMETRIA Agora que já identificamos o que é antropometria, podemos dizer que a cineantropometria faz uso da antropometria. Sua aplicação pode ser observada na descrição e comparação de características físicas de indivíduos e grupos, em aplicações clínicas e epidemiológicas e na avaliação do efeito de intervenções nas características físicas. Além disso, verifica-se sua utilização em vários momentos no nosso cotidiano. Quando utilizamos um transporte de massa, como ônibus, metrô ou trem, isso é possível porque esses transportes são pensados para atender a média da população e, para isso, fazem uso de dados antropométricos. Pensemos em uma roupa, por exemplo: só é possível atender vários tipos físicos porque adotamos o princípio de dimensões por faixas (P, M, G, GG). Nos carros ou no trabalho, adotamos o princípio de dimensões reguláveis, o que permite que as pessoas, mesmo com grandes diferenças em suas medidas corporais, possam dividir um mesmo posto de trabalho ou adquirir veículos idênticos. No esporte, podemos verificar as características antropométricas aliadas ao sucesso esportivo. A estatura, por exemplo, pode representar uma grande vantagem para o sucesso em determinados esportes, como o basquete, o vôlei e algumas provas de atletismo como salto em altura ou lançamento de dardo. No entanto, pode ser uma grande desvantagem para um atleta de ginástica artística, uma vez que a menor estatura, aliada ao comprimento dos membros, permite um menor momento de inércia, favorecendo a rapidez na realização de movimentos. É pouco provável que encontremos indivíduos com excelente performance para o basquete ou para o voleibol que apresentem as mesmas habilidades na ginástica artística. ATENÇÃO Nem todos os esportes possuem essa característica de extremo e um mesmo indivíduo talvez possa se enquadrar em mais de uma modalidade. Portanto, antropometria não serve como critério para determinar que um indivíduo se torne um atleta de alta performance, mas essas características vão se somar à capacidade de gerar força ou desenvolver grandes velocidades, mostrando que as variáveis antropométricas de um indivíduo podem desempenhar um papel determinante num eventual sucesso no esporte escolhido. Outro aspecto importante da antropometria é sua relação com a saúde, na qual é possível constatar sua larga utilização em estudos epidemiológicos, identificando indivíduos em risco que necessitam de atenção especial. Nesse contexto, destacam-se os estudos de obesidade, distribuição regional degordura, desnutrição, doenças cardiovasculares e metabólicas. Podemos observar o uso da antropometria para verificar os efeitos do exercício físico sobre o peso corporal e a gordura, os efeitos do treinamento resistido nas circunferências e no acompanhamento da intervenção dietética na composição corporal. Por fim, a aplicação da antropometria no processo de crescimento e desenvolvimento permite observar inadequações em relação às idades cronológica e biológica. CONTROLE DA QUALIDADE DOS DADOS Alguns erros podem oferecer um risco imediato para a qualidade da medida. Entretanto, raramente são evidenciados no momento da coleta ou introduzem vieses que comprometem os resultados. Tais erros podem advir de procedimentos incompletos, da falta de padronização da técnica de medida pelo avaliador ou por distintos avaliadores e a inadequação instrumental ocorrida pela falta de certificação ou pela não calibração. Outra fonte de erro está associada à falta de controle sobre características externas que podem influenciar nos dados obtidos, como aspectos clínicos, nutricionais e ambientais e o horário de coleta de dados. As padronizações que envolvam as técnicas de medidas devem ser bem-estabelecidas, pois diferentes padronizações influenciam os resultados, independentemente da técnica do avaliador. Posteriormente, deve haver treinamento e, se possível, estabelecer os erros intra e interavaliadores. Quanto aos instrumentos, embora alguns sejam similares, podem apresentar características distintas no tocante à fidedignidade. Assim, deve-se optar pela utilização de equipamentos que possuam aceitação no meio científico e boa qualidade na aferição, além de observar a manutenção periódica do instrumental. A periodicidade de calibração será determinada em função do tipo de instrumento e de sua qualidade, bem como da constância de utilização. Os instrumentos de antropometria, em sua maioria, não precisam ser calibrados constantemente, e aqueles mais robustos tendem a apresentar uma vida útil mais longa, mas o cuidado na utilização é fundamental, pois, instrumentos de antropometria, em sua maioria, não precisam ser calibrados constantemente. Um paquímetro para diâmetros ósseos, por exemplo, dificilmente vai perder sua precisão, a não ser que leve um tombo. Nesse caso, isso pode afetar o instrumento como um todo, sendo necessária a aquisição de outro equipamento. Condições clínicas e nutricionais também podem influenciar as medidas antropométricas. Por isso, devem ser conhecidos os aspectos que possam influir no estado de saúde do avaliado. ESTADOS PATOLÓGICOS E CONDIÇÃO NUTRICIONAL Medidas de massa corporal são afetadas por estados patológicos e condições nutricionais. Indivíduos com problemas renais, insuficiência cardíaca ou hipotireoidismo, por exemplo, podem apresentar retenção hídrica, o que afeta a massa corporal, apesar de não representar uma modificação na massa muscular ou na quantidade de gordura corporal. HORÁRIO DA COLETA A respeito do horário de coleta, variáveis como a massa corporal e a estatura podem ser influenciadas. Sendo assim, sugere-se que essas medidas sejam coletas sempre no mesmo período. ALTA TEMPERATURA Altas temperaturas podem dificultar a realização de algumas medidas, devido à sudorese e a dificuldades para demarcar pontos de medidas. Algumas condutas podem ser utilizadas para reduzir a margem de erro nas medidas antropométricas. Uma sequência sugerida consiste nos seguintes procedimentos: Localizar os pontos anatômicos inerentes às medidas. Marcar os locais de medida utilizando um lápis dermográfico. Medir sempre sobre um ponto fixo e preciso. Medir sempre sobre a pele nua. DICA Aconselha-se ainda que o ambiente onde serão realizadas as medições seja adequadamente iluminado e arejado, fornecendo privacidade para o avaliado. Outro aspecto associado ao controle da qualidade dos dados diz respeito ao hemisfério corporal a ser utilizado para as medidas antropométricas. Podemos dizer que algumas dimensões são influenciadas pela dominância lateral. Dessa forma, deve-se ter cuidado ao utilizar técnicas que sofram influência da massa muscular, como as medidas de perímetros. Medidas de diâmetros e de comprimento de segmento, quando realizadas em crianças e adolescentes, podem apresentar variações em função do estágio maturacional. Martorell et al. (1988) relata que muitas dessas diferenças não apresentam relevância, não sendo a escolha do hemisfério corporal o principal fator de erro para as medidas antropométricas, uma vez que esse erro, em geral, é menor que o erro da medida. Assim, o treinamento adequado dos avaliadores torna-se relevante, contribuindo para minimizar tais erros. VOCÊ SABIA No Brasil, os estudos antropométricos voltados para as ciências da atividade física sofreram forte influência das escolas norte-americana e canadense, que optam pelo lado direito do corpo. Assim, tornou-se habitual a tomada das medidas no dimídio corporal direito. CATEGORIAS BÁSICAS DE ERRO DE MEDIDA Agora que já você sabe que vários fatores podem oferecer uma fonte de erro para a medida, vamos qualificá-los. ERROS REFERENTES À TÉCNICA DOS AVALIADORES Nesse caso, existem os erros intra e interavaliadores. Os erros intra-avaliadores estão associados às deficiências do avaliador em obter resultados idênticos, em repetidas medidas, no mesmo sujeito. Os erros interavaliadores representam as diferenças nos resultados das mesmas medidas realizadas por dois ou mais avaliadores. ERROS INERENTES AOS EQUIPAMENTOS Nesta categoria, estão inseridos o tipo e a característica técnica do equipamento e da calibragem. ERROS SISTEMÁTICOS DE MEDIDAS São erros de característica constante. Podem estar associados aos vícios inerentes à técnica do avaliador ou a fatores externos não controlados, como a medida da estatura realizada no período da noite. A ação da gravidade sobre os discos intervertebrais produz achatamento ao longo do dia. Logo, ao medir a estatura à noite, a medida tenderá a ser menor do que aquela obtida pela manhã em um mesmo indivíduo. CONCEITOS BÁSICOS EM ANTROPOMETRIA Assista ao vídeo que explica os conceitos que envolvem a realização de medidas antropométricas. VEM QUE EU TE EXPLICO! Controle da qualidade dos dados Categorias básicas de erro de medida VERIFICANDO O APRENDIZADO PONTOS ANATÔMICOS Os pontos anatômicos são pontos de referência localizados na maioria das vezes na superfície do corpo e servem de base para a demarcação dos locais utilizados para uma medida de dobra cutânea ou de uma circunferência. As localizações anatômicas são caracterizadas por protuberâncias, acidentes e projeções utilizadas como referência para a tomada de medidas antropométricas. A correta identificação e marcação desses pontos constitui o primeiro passo para a precisão da medida. Os locais descritos representam apenas uma parte dos pontos que podemos demarcar, mas são fundamentais para utilização no esporte, na saúde e no acompanhamento do crescimento. Vértex: Ponto mais alto da caixa craniana no plano sagital mediano, com o plano de Frankfurt posicionado. Acromial: Ponto mais lateral e superior do bordo acromial com o membro superior relaxado. Mesoesternal: Ponto médio do esterno a nível central na articulação da quarta costela com o esterno. MÓDULO 2 Reconhecer os pontos anatômicos para as medidas dos diâmetros ósseos e da perimetria Xifoidal: Ponto mais distal do processo xifoide. Radial: Ponto localizado na borda superior e lateral do rádio. Iliocristal: Ponto mais lateral da crista ilíaca. Ilioespinal: Ponto mais pronunciado da espinha ilíaca anterossuperior. Trocantéreo: Ponto mais superior do trocânter maior do fêmur. Estiloideo: Ponto mais lateral do processo estiloide do rádio Dactiloideo: Ponto mais distal do dedo médio da mão. Tibial medial: Ponto mais superior da tuberosidade medial da tíbia. Tibial lateral: Ponto mais superior da tuberosidade lateral da tíbia. Maleolar tibial:
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