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A TEORIA LINGUÍSTICA EM CHOMSKY

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Universidade Católica de Brasília – Ucb
Curso de Letras
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS DA LINGUAGEM II
A TEORIA LINGUÍSTICA EM CHOMSKY
Introdução
	Embora tenha tido a sua formação linguística dentro do estruturalismo americano, sobretudo a linha representada por Bloomfield, Avram Noam Chomsky tornou-se um ferrenho adversário da análise linguística behaviorista desta escola de linguística.
	O processo de aquisição de língua é um dos principais pontos de divergência entre linguística estruturalista e a chomskiana. Para os estruturalistas, a aquisição de língua estava atada a princípios uniformes de aprendizagem, de assimilação, de introdução, característicos da escola da Psicologia chamada Behaviorismo. Para Chomsky, a aquisição de língua é parte da natureza da mente humana, como se vê a seguir.
2. As propriedades da linguagem humana segundo Chomsky
	Segundo Chomsky, os órgãos mentais podem ser estudados nas mesmas bases em que se estudam os órgãos físicos e o sistema motor receptivo: de maneira modular – são diferentes entre si, não homogêneos, e organizados segundo princípios a eles específicos (ex.: sistema motor, sistema digestivo, etc.).
	Os sistemas mentais compartilham uma série de características com os sistemas físicos e, como estes devem ser vistos como parte do dote genético do homem. A faculdade da linguagem é tratada como um dos órgãos mentais, ou estrutura cognitiva, que integra a mente humana. Encontra-se nas línguas reais em interação com os demais órgãos mentais. Alguns destes “órgãos” além da “faculdade da linguagem” seriam: a compreensão matemática – o sistema numérico, o espaço geométrico abstrato, a continuidade, etc.; a habilidade de identificar traços da personalidade dos indivíduos a partir de breves contatos; a habilidade artística e outros.
	2.1 A abordagem modular da mente
	
	A abordagem modular da mente prevê:
1 – um estado inicial da mente, fixo, geneticamente determinado, comum à espécie, com no máximo pequenas variações, à parte casos patológicos, denominado Gramática Universal (GU);
2 – um estado estável chamado Gramática Nuclear (GN) que se dá após uma sequência de estados sob as condições limitadoras impostas pela experiência.
	Logo, a habilidade de falar uma língua pode ser vista através do esquema (3):
	(3) GU + Experiência = Habilidade para falar (aquisição de GN)
que demonstra que para uma criança adquirir a habilidade de falar um idioma, além de nascer dotada geneticamente de GU (ver 1), precisa ser “exposta” a este idioma, como se verá em 4:
(4) Exposição à Língua Y = Ativa a experiência da Língua y
	
	A Gramática Universal (GU) ajuda a fixar os parâmetros, as escolhas, da Gramática Núcleo (ver 2), ou seja, seus traços. Entre os exemplos de “escolha” das GNs encontra-se a ordem sintática que predomina em cada língua. O “resultado” da fixação dos parâmetros será a apreensão da “Gramática Nuclear da Língua Y” (substitua Y por qualquer um dos idiomas falados pelas comunidades humanas).
	Com Chomsky e sua teoria da linguagem, a linguística toma novos rumos. Agora não se trata mais de dizer o que é o que os estudos da mente humana podem nos dizer acerca da faculdade de língua humana, mas sim o oposto: os estudos da faculdade da língua humana podem nos aclarar sobre a própria natureza da mente humana. A noção é a de que o conhecimento que o falante nativo tem da sua língua é um conhecimento “inato”.
	2.1.1 Inatismo: estrutura inata, estado inicial. É um rico sistema de princípios que impõem limites na variação possível entre as línguas, sendo por isso mesmo chamado de esquema restritivo. É essa matriz biológica que fornece o arcabouço em que o desenvolvimento da língua pode ser feito que se denomina Gramática Universal (GU). Com a teoria do inatismo, a linguagem humana é tida como um tipo de sistema cognitivo caracterizado por certas propriedades genéticas, inatas.
	GU não é uma língua específica – O “background” dos pais não a afeta. É uma dádiva da natureza; é parte de nosso mecanismo genético.
	Ao argumentar sobre as propriedades da linguagem humana, Chomsky substitui a clássica dicotomia “langue/parole” de Saussure por “competência/desempenho”.
	2.2 Competência e Desempenho
	Para Saussure, a faculdade da linguagem humana manifesta nas diferentes línguas humanas se dicotomiza em dois níveis: (1) langue e (2) parole. Langue (língua) refere-se ao sistema da língua, coletivo a uma comunidade de fala; parole (fala) refere-se aos enunciados concretos produzidos por um falante individual em situações reais (ver (SAUSSURE, 1985, p.22). Logo, para Saussure, sendo a langue um sistema coletivo representado no cérebro dos falantes, é um fato social, ao contrário parole que é um ato individual.
	Chomsky substitui a dicotomia de Saussure por competência/desempenho. Define o ato linguístico individual através da terminologia desempenho, que é próxima à terminologia saussuriana parole. Por competência, Chomsky define o conhecimento que o falante tem do sistema linguístico. Para Lobato (1976, p.48):
A substituição da dicotomia langue/parole pela dicotomia competência/desempenho pode ser vista como uma mudança na perspectiva filosófica da teoria linguística: na visão saussuriana, as línguas são, antes de tudo, instituições humanas visando à interação social, ao passo que na visão chomskiana, antes de ter a função comunicativa, as línguas têm a função de ser expressão do pensamento (função cognitiva). Ao considerar que a função primordial das línguas naturais é a comunicação, o que ele faz implicitamente, Saussure insere a Linguística no contexto mais amplo das ciências sociais. Ao considerar que a função mais básica da língua é a expressão do pensamento, sendo a função de comunicação um uso posterior, Chomsky insere a Linguística no âmbito da Psicologia Cognitiva.”
	Paralelamente à distinção entre competência/desempenho, Chomsky fez distinção entre gramaticalidade e aceitabilidade.
	2.3 Gramaticalidade e aceitabilidade
	O conceito de ‘gramaticalidade’ é baseado no conhecimento gramatical que os falantes nativos têm da sua língua e está ligado ao modelo de “competência”. Cada falante que por definição possui uma (ou mais de uma) GN(s), pode fazer “julgamentos de gramaticalidade” sobre os enunciados emitidos:
Ele pode dizer se uma frase feita de palavras de sua língua está bem formada, com relação a regras de gramática que ele tem em comum com todos os outros indivíduos que falam essa língua; essa aptidão pertence à competência dos falantes, não depende nem da cultura, nem do grupo social do falante. Assim, em português, “O menino gosta de chocolate” é uma frase gramatical; ao contrário *“Gostar chocolate menino” é uma frase agramatical (marcada por um asterisco”. (DUBOIS et al ,1973, p.318).
	Um termo sinônimo para “gramatical” é “bem-formado”: as gramáticas julgam se as sentenças são bem formadas ou não. Tais decisões não têm relação com significação ou aceitabilidade.
	Para Dubois (1973, p.14), o conceito de ‘aceitabilidade’ é um conceito ligado ao modelo de ‘performance’: “[...] depende, portanto, não apenas da conformidade às regras da gramática (toda frase agramatical é inaceitável), mas também das regras definidas pela situação (contexto) ou pelas propriedades psicológicas...”.
	Os falantes nativos muitas vezes discordam quanto ao uso, ou mesmo a possibilidade de um enunciado. Um enunciado pode ser normal em um dialeto, mas inaceitável em outro.
3. Langue e Parole X Competência e Desempenho
	Para Saussure, a faculdade de linguagem se manifesta nas diferentes línguas e, cada língua, por sua vez, se dicotomiza em dois níveis; o da langue e o da parole. A langue representa o sistema linguístico coletivo, independente de qualquer realização física individual, sendo constituída apenas de potencialidades e virtualidades. A parole representa as manifestações individuais da langue em atos de fala específicos. Logo, a langue é um sistema coletivo representado no cérebro do falante; é um fato social,esse fato é a parte social da linguagem exterior ao indivíduo. A parole, ao contrário, é individual.
	Chomsky substitui essa dicotomia “langue/parole” pela dicotomia “competência/desempenho”. A competência corresponde à langue. Sua diferença está em que a competência não é um fato social, pois é o conhecimento que o falante tem do sistema linguístico de sua língua. O desempenho já se aproxima mais da noção de parole, visto que ambos designam o ato linguístico individual.
	A substituição da dicotomia langue/parole pela dicotomia competência/desempenho pode ser vista como uma mudança na perspectiva filosófica da teoria linguística. Na visão de Saussure, as línguas são, antes de tudo, instituições humanas que visam à interação social, ao passo que na visão de Chomsky, antes de ter a função comunicativa, as línguas têm a função de ser expressão do pensamento, que é a função cognitiva.
	Ao considerar que a função primordial das línguas naturais é a comunicação, Saussure insere a Linguística no contexto mais amplo das Ciências Sociais. Já Chomsky considera que a função das línguas é a expressão do pensamento, sendo a função de comunicação um uso posterior e insere a Linguística no âmbito da Psicologia Cognitiva.
4. Quadro comparativo
	SAUSSURE
	CHOMSKY
	- Linguística Estruturalista
- Visão social
- Linguagem comunicativa
- Língua: Sistema de signos
 Ato social
 Expressão da sociedade
- Estudos da mente humana dizem acerca da faculdade da língua humana
- Arbitrariedade do signo
- Langue (coletiva)
- Parole (individual)
- Gramática comparativa
	- Linguística Chomskiana
- Visão biológica
- Linguagem cognitiva
- Língua: Órgão da fala
 Inerente ao homem
 Expressão do pensamento
- Estudos da faculdade da língua humana aclaram sobre a própria natureza da mente humana
- Inatismo
- Competência (coletiva)
- Desempenho (individual)
- Gramática gerativa
	
O OBJETO DE ESTUDO DA LINGUÍSTICA
A linguística tem como real objeto de estudo a língua e não a linguagem humana.
A linguística lida tanto com línguas particulares, isto é, entidades individuais, como com a natureza geral destas mesmas línguas particulares. Tentando responder a dois tipos de pergunta: (a) o que as diferentes línguas têm em comum e o que as diferencia entre si?; (b) o que há nas línguas humanas que lhes atribui caráter único e as distingue dos demais sistemas de comunicação?
A linguística tem duplo objetivo: (a) o estudo da linguagem em geral (i.e. o estudo do que há em comum entre as diversas línguas) e (b) os estudos das diferentes línguas .
O que é linguagem?
A linguagem de que trata a linguística é específica ao homem, não tendo equivalente pleno entre os animais .
É universal – qualquer humano normal é capaz de aprender pelo menos uma de suas manifestações nas diferentes línguas particulares.
Saussure já havia caracterizado a linguagem como sendo uma faculdade humana, mas foi Chomsky quem precisou suas propriedades estruturais específicas.
As propriedades da linguagem humana segundo Chomsky
Os órgãos mentais podem ser estudados nas mesmas bases em que se estudam os órgãos físicos e os sistemas motor perceptivo: de maneira modular (são diferentes entre si, não homogêneos. São organizados segundo princípios a eles específicos).
Os sistemas mentais compartilham uma série de características com os sistemas físicos e como estes devem ser vistos como parte do dote genético do homem.
A faculdade da linguagem é tratada como um dos órgãos mentais, ou estruturas cognitivas, que integra a mente humana. Encontra-se, nas línguas reais. Em interação com os demais órgãos mentais. (Alguns destes “órgãos” além da “faculdade da linguagem” seriam: a compreensão matemática (o sistema numérico, o espaço geométrico abstrato, a continuidade, etc.), a habilidade de identificar traços da personalidade dos indivíduos a partir de breves contatos; a habilidade artística...
3.A abordagem modular da mente prevê:
Um estado inicial da mente, fixo, geneticamente determinado, comum à espécie, com no máximo pequenas variações, à parte casos patológicos.
Um estado estável (Gramática Nuclear) que se dá após uma sequência de estados sob as condições limitadoras impostas pela experiência.
 GU + Experiência = Habilidade para falar
 Como a criança adquire a língua?
 Ela precisa ser exposta a alguma língua para poder vir a falá-la
 
Exposição à Língua Y = Ativa a experiência da língua Y
Gramática Universal = ajuda a fixar os parâmetros das escolhas da Gramática Núcleo, ou seja, seus traços. Ex.: (SVO)
Resultado = Gramática Nuclear da Língua Y
A experiência fixa os parâmetros e com determinado tempo eles se solidificam ficando cada vez mais difícil alcançar outras gramáticas nucleares.
A noção, portanto, é a de que o conhecimento que o falante nativo tem da sua língua é um conhecimento inato.
Inatismo: estrutura inata, estado inicial. É um rico sistema de princípios que impõe limites na variação possível entre as línguas, sendo por isso mesmo chamado de esquema restritivo. É essa matriz biológica que fornece o arcabouço em que o desenvolvimento da língua pode ser feito que se denomina gramática universal.
A linguagem humana é um tipo de sistema cognitivo caracterizado por certas propriedades genéticas, inatas, denominadas “gramática universal”.
GU não é uma língua específica. O “background” dos pais não a afeta. É uma dádiva da natureza; parte de nosso mecanismo genético.
A sintaxe comparativa: estudar as diferentes línguas como: Inglês, Japonês, Ibidio, etc podem nos ajudar a identificar dentre as diferenças os traços que estas línguas têm em comum. Em outras palavras, só poderemos vir a entender os princípios abstratos de GU através das características concretas das línguas humanas – as chamadas Gramáticas Nucleares – GN .
As GNs são pequenas e acidentais manifestações da GU. As mais de 6.000 línguas faladas no mundo são ínfimas comparando-se com a potencialidade de GU.
4.Mais evidências a respeito do Inatismo
A aquisição da língua vernácula pela criança independe de qualquer orientação especial. É universal em toda a raça humana.
A aquisição da linguagem parece ser de algum modo diferente da aquisição de outras habilidades cognitivas. Como explicar, por exemplo, que toda criança normal fale uma língua, mas mesmo que seja ensinada, em alguns casos, muitas delas não aprenda a nadar ou não desenvolva raciocínio aritmético. Outro caso: a aquisição da linguagem parece ser menos afetada pelo retardamento mental do que outras habilidades intelectuais.
Parece existir uma “idade” onde os parâmetros são fixados.
5.O que sabemos sobre língua que evidencia GU?
Onde houver seres humanos, haverá língua(s)
Não há línguas primitivas – todas as línguas são igualmente complexas e igualmente capazes de expressar qualquer ideia. O vocabulário de qualquer língua pode ser expandido a fim de incluir novas palavras para expressar novos conceitos.
Todas as línguas mudam ao longo do tempo.
As relações entre os sons e os significados das línguas faladas e entre os gestos (sinais) e os significados das línguas de sinais são em sua maioria arbitrários.
Todas as línguas humanas utilizam um conjunto finito de sons discretos (ou gestos) que são combinados para formar elementos significativos ou palavras, os quais por sua vez formam um conjunto infinito de sentenças possíveis.
Todas as gramáticas contêm regras de um tipo semelhante para a formação de palavras e sentenças.
Toda língua falada inclui segmentos sonoros discretos, como p,n ou a, os quais podem ser definidos por um conjunto de propriedades ou traços. Toda língua falada tem uma classe de vogais e uma classe de consoantes.
Todas as línguas apresentam categorias gramaticais (ex. nome, verbo)
Universais semânticos, como fêmea ou macho, animado ou humano, são encontrados em todas as línguas.
Todas as línguaspossuem formas para indicar tempo passado, negação, pergunta, comando, etc.
Falantes de todas as línguas são capazes de produzir e compreender um conjunto infinito de sentenças. Universais sintáticos revelam que toda língua tem meios de formar sentenças como as que seguem:
Linguística é um assunto interessante
Maria sabe que linguística é um assunto interessante
João sabe que Maria sabe que linguística é um assunto interessante
Você sabe que João sabe que Maria sabe que linguística é um assunto interessante
É verdade que você sabe que o João sabe que a Maria sabe que linguística é um assunto interessante?
Qualquer criança normal nascida em qualquer lugar do mundo, de qualquer origem racial, geográfica, social ou econômica, é capaz de aprender qualquer língua a qual é exposta. As diferenças encontradas entre as línguas não pode ser devidas a razões biológicas.
À medida que as telecomunicações, o turismo e os mercados vão transformando o mundo em um lugar pequeno, as línguas estão morrendo em uma proporção alarmante.
“Espécies em extinção”: línguas do mundo como o Tlingit (pronuncia-se Klink-it). Há quarenta anos atrás toda a tribo era fluente. Hoje, apenas uns poucos podem falá-la.
Boa parte do mundo está se convertendo em um novo tipo de Babel, uma pequena aldeia global de entendimento linguístico comum, em parte devido ao impacto tecnológico das telecomunicações. 
Das quase 6.500 línguas faladas no mundo, mais da metade já está ameaçada ou em fase de extinção. Linguistas estimam que alguma língua morre em algum lugar a cada duas semanas.
Línguas, como as coisas vivas, dependem do meio ambiente para viverem. De maneira análoga aos animais e plantas, as línguas estão sendo consumadas por línguas predadoras, desprovidas de se habitat natural ou trocadas por competidores de mais sucesso.
Neste tipo de seleção natural linguística a sobrevivência não é determinada apenas por méritos intrínsecos e adaptabilidade. O poder econômico, os músculos militares e o prestígio cultural de um país onde uma língua é falada tem um decisivo papel a desempenhar. “A estrela de uma língua cresce ou cai de acordo com a fortuna de seus falantes”. Ex.: Inglês é hoje a “língua franca” do mundo.
A morte de uma língua marca a morte de uma cultura inteira. “Deveríamos chorar menos a perda de uma língua que a perda do panda ou do condor da Califórnia?” pergunta Michael Krauss. Segundo ele, a menos que acordemos rápido, a humanidade perderá 95% de suas línguas no próximo século.
“Língua é o instrumento perfeito do Império.” No Brasil, por exemplo estima-se que 75% de todas as línguas uma vez falada no país se perderam desde a chegada dos portugueses em 1500.
De acordo com Aryon Dall’Igna Rodrigues, uma autoridade brasileira em línguas nativas “[...] o mundo é um mosaico de visões e com cada língua que desaparece, um pedaço deste mosaico se perde.”
Lingua em Perigo: uma língua é considerada em perigo quando não é mais falada pelas crianças.
Lingua Moribunda: uma língua é considerada moribunda quando apenas anciãos a falam.
Lingua Extinta: uma língua é considerada extinta quando não há mais falantes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, Castelar de. Para compreender Saussure: fundamentos e visão crítica. 7.ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1997.
CRYSTAL, D. Dicionário de linguística e fonética. Trad. Maria C. P. Dias. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1988.
DUBOIS, J. et al. Dicionário de linguística. São Paulo: Cultrix, 1993.
 GEARY. James. Speaking in Tongues. Times, Amsterdam: Time Waarner Publishing, vol. 150, nº 1, p. 38-44, July 1997.
LOBATO, L. M. P. Sintaxe gerativa do português: da teoria padrão à teoria da regência e ligação. 3.ed. Belo Horizonte: Vigília, 1976.
OLIVEIRA, Márcia S. D. de. A teoria linguística em Chomsky. Textos de estudos. Brasília: Unb, 1996.
SAUSSURE, F. de. Curso de linguística geral. São Paulo: Cultrix, 1985.

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