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__________________________________________________________________Física III 35 5. CAPACITÂNCIA 5.1. Capacitores e capacitância capacitor � dispositivo usado para armazenar carga elétrica ou energia potencial elétrica Dois condutores quaisquer, isolados um do outro e da sua vizinhança, pode ser considerado um capacitor. Cada um dos condutores se comporta como uma placa do capacitor. CVq = q � carga do capacitor (valor absoluto de +q e −q) C � capacitância do capacitor V � valor absoluto da diferença de potencial entre as placas do capacitor +q e −q � cargas elétricas das placas do capacitor A � área das placas do capacitor d � distância entre as placas do capacitor As placas de um capacitor são superfícies eqüipotenciais, pois todos os pontos sobre uma placa estão no mesmo potencial elétrico, e existe uma diferença de potencial entre elas. A capacitância de um capacitor indica quanta carga precisa ser colocada sobre as placas do mesmo, para produzir uma determinada diferença de potencial entre elas. O valor da capacitância de um capacitor depende apenas da geometria das suas placas e não da sua carga ou da diferença de potencial aplicada sobre suas placas. � Unidade da capacitância no SI: F (farad) 1 F = 1 C/V __________________________________________________________________Física III 36 � Exemplo de como carregar um capacitor: Inicialmente o capacitor está descarregado (as placas estão descarregadas), portanto, a diferença de potencial entre suas placas é nula. A medida que as placas vão sendo carregadas, a diferença de potencial entre elas aumenta, até igualar a diferença de potencial entre os terminais da bateria. Quando isso acontece, o capacitor está completamente carregado. 5.2. Cálculo da capacitância � Capacitor de placas paralelas: d A C 0 ε = (capacitor de placas paralelas) C � capacitância do capacitor 0 ε � constante de permissividade (8,85 × 10−12 F/m) A � área das placas do capacitor d � distância entre as placas do capacitor � Capacitor cilíndrico: __________________________________________________________________Física III 37 ( )ab L C ln 2 0 piε= (capacitor cilíndrico) C � capacitância do capacitor 0 ε � constante de permissividade L � comprimento do capacitor a � raio externo do cilindro interno b � raio interno do cilindro externo � Capacitor esférico: ab ab C − = 0 4piε (capacitor esférico) C � capacitância do capacitor 0 ε � constante de permissividade a � raio externo da casca esférica interna b � raio interno da casca esférica externa � Esfera isolada: Uma esfera condutora isolada pode ser considerada um capacitor esférico, no qual a casca esférica externa tem raio infinito. RC 0 4piε= (esfera condutora isolada) C � capacitância do capacitor 0 ε � constante de permissividade R � raio da esfera 5.3. Associação de capacitores Uma combinação de capacitores em um circuito elétrico pode ser, normalmente, substituída por um capacitor equivalente, ou seja, um capacitor com a mesma capacitância resultante da combinação dos capacitores do circuito. __________________________________________________________________Física III 38 � Capacitores em paralelo: Se uma diferença de potencial é aplicada sobre uma associação de capacitores ligados em paralelo, essa diferença de potencial é aplicada entre as placas de cada um deles. Já a carga total armazenada pela associação de capacitores é a soma das cargas armazenadas por cada um deles separadamente. ( )VCCCVCVCVCqqqq 321321321 ++=++=++= 321 CCC V q C eq ++== ∑ = = n i ieq CC 1 (n capacitores em paralelo) eq C � capacitância do capacitor equivalente a um conjunto de capacitores em paralelo i C � capacitância do i-ésimo capacitor do conjunto de capacitores q � carga total do conjunto de capacitores 1 q , 2 q , 3 q � cargas dos capacitores 1, 2 e 3 do conjunto de capacitores, respectivamente 1 C , 2 C , 3 C � capacitâncias dos capacitores 1, 2 e 3 do conjunto de capacitores, respectivamente V � diferença de potencial aplicada sobre o conjunto de capacitores “Capacitores ligados em paralelo podem ser substituídos por um capacitor equivalente que possui a mesma carga total e a mesma diferença de potencial que os capacitores reais.” � Capacitores em série: __________________________________________________________________Física III 39 Se uma diferença de potencial é aplicada sobre uma associação de capacitores ligados em série, os capacitores se carregam com cargas idênticas. Já a soma das diferenças de potenciais entre as placas de cada um dos capacitores separados é igual à diferença de potencial total aplicada sobre a associação de capacitores. ++=++=++= 321321 321 111 CCC q C q C q C q VVVV 321 111 1 CCCV q C eq ++ == ou 321 1111 CCCC eq ++= ∑ = = n i ieq CC 1 11 (n capacitores em série) eq C � capacitância do capacitor equivalente a um conjunto de capacitores em série i C � capacitância do i-ésimo capacitor do conjunto de capacitores V � diferença de potencial total aplicada sobre o conjunto de capacitores 1 V , 2 V , 3 V � diferença de potencial entre as placas dos capacitores 1, 2 e 3 do conjunto de capacitores, respectivamente 1 C , 2 C , 3 C � capacitâncias dos capacitores 1, 2 e 3 do conjunto de capacitores, respectivamente q � carga do conjunto de capacitores “Capacitores ligados em série podem ser substituídos por um capacitor equivalente que possui a mesma carga e a mesma diferença de potencial total que os capacitores reais.” 5.4. Energia armazenada em um campo elétrico Um agente externo tem que realizar trabalho para carregar um capacitor, ou seja, para retirar elétrons de uma de suas placas e transferi-los para a outra. Esse trabalho é armazenado na forma de energia potencial elétrica entre as placas do capacitor. 2 2 2 1 2 CV C q U == U � energia potencial elétrica de um capacitor __________________________________________________________________Física III 40 q � carga do capacitor C � capacitância do capacitor V � diferença de potencial entre as placas do capacitor “A energia potencial de um capacitor carregado pode ser vista como armazenada no campo elétrico entre as suas placas.” 2 0 2 1 Eu ε= u � densidade de energia de um campo elétrico E r 0 ε � constante de permissividade E � campo elétrico considerado A equação acima pode ser aplicada de forma geral, independentemente da fonte do campo elétrico. Dessa forma, qualquer ponto do espaço sobre o qual existe um campo elétrico, pode ser visto como um local de armazenamento de energia potencial elétrica. � Unidade da densidade de energia no SI: J/m35.5. Capacitor com dielétrico dielétrico � material isolante (óleo mineral, plástico, vidro) Caso seja colocado um dielétrico entre as placas de um capacitor, a capacitância do mesmo aumenta. Já a diferença de potencial que pode ser aplicada sobre suas placas, sem que apareça um fluxo de cargas elétricas entre elas, fica limitada. 00 CC κκε == l C � capacitância de um capacitor qualquer (com ou sem dielétrico) κ � constante dielétrica do material entre as placas 0 ε � constante de permissividade l � dimensão de comprimento associada ao capacitor 0 C � capacitância do capacitor sem dielétrico (vácuo entre as placas) Por definição, a constante dielétrica do vácuo é igual à unidade ( 1= vácuo κ ). __________________________________________________________________Física III 41 O valor máximo da diferença de potencial que pode ser aplicada sobre um capacitor com dielétrico é chamado de potencial de ruptura. Se esse valor for excedido, o dielétrico se rompe, surgindo uma corrente elétrica através dele. Todo o material dielétrico possui um valor máximo de campo elétrico que ele pode suportar sem se romper, ou seja, sem conduzir eletricidade. Esse valor é chamado de rigidez dielétrica do material. � Comportamento de um capacitor: Admita que uma região do espaço seja completamente preenchida por um material dielétrico de constante elétrica κ. Para esta região, todas as equações eletrostáticas devem ser alteradas através da substituição de 0 ε por κ 0 ε . O campo elétrico produzido por uma distribuição fixa de carga torna-se mais fraco quando a região em torno da distribuição é ocupada por um dielétrico. 5.6. Bibliografia HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física: Eletromagnetismo. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2003. v. 3 KELLER, Frederick J.; GETTYS, W. Edward; SKOVE, Malcolm J. Física. São Paulo: Makron Books, 1999. v. 2. MÁXIMO, Antônio; ALVARENGA, Beatriz. Curso de Física. 6. ed. São Paulo: Scipione, 2005. v. 3. TIPLER, Paul A. Física: Eletricidade e Magnetismo, Ótica. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. v. 2.
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