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A Relação entre Igreja e Estado Charles Hodge

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A Relação entre Igreja e Estado 
Charles Hodge 
Tradução: Bruno L. S. Rodrighero 
 
Nota do editor: Nas ultimas três décadas tanto políticos conservadores como políticos liberais escreveram 
uma grande quantidade de perigosas besteiras sobre a igreja e o Estado. Esta estupidez está começando a 
afetar a politica de governo e os gastos das rendas de impostos. Recentemente William Bennett, Secretário 
da Educação, defendeu o suporte financeiro governamental para escolas Católicas Romanas, e os 
conservadores defenderam programas de fiação para canalizar fundos governamentais para escolas 
religiosas. Este escritor esteve presente em uma conferencia nacional de diretores de escolas Cristãs em 
Washington, D. C., no inicio deste ano e ouviu um orador (que não era um Cristão nem um diretor de escola) 
opor a legislação ante o Congresso baseando-se em que os subsídios federais sob a legislação não poderiam 
ser canalizados para creches religiosas. Dentro dos últimos meses, William F. Buckley, Jr. foi convidado para 
se dirigir em uma grande convenção do Concelho Internacional de Inerrância Bíblica quanto ao assunto da 
impossibilidade de separar a igreja do Estado. E por último, mas não menos importante, a agenda de pelo 
menos alguns dos “Cristãos Reconstrucionistas” pareciam incluir o uso da autoridade civil para manter a 
ortodoxia entre a população. 
No meio desta confusão contemporânea nós apresentamos Charles Hodge, que foi chamado de “O príncipe 
dos Teólogos Americanos.” Hodge foi talvez o mais influente teólogo Presbiteriano do século dezenove, um 
instrutor no Seminário de Princeton por décadas, e o autor de muitos livros, incluindo seus três volumes de 
Teologia Sistemática. Seus ensaios apareceram originalmente na Princeton Review em 1863. São agora 
tomados de um livro recentemente relançado de ensaios por uma variedade de autores e editado por Iain 
Murray, A Reforma da Igreja. 
 
Este é um assunto sumamente complicado e difícil. Existem três aspectos sob os quais ele pode ser visto. 
 
I. A real relação que em diferentes momentos e em diferentes países tem subsistido entre as duas 
instituições. 
II. A teoria desenvolvida para justificar ou determinar os limites de tal relação de existência. 
III. A relação normal, tal como deveria existir de acordo com a vontade revelada de Deus, e a natureza 
do Estado e da Igreja. 
 
Constituição 
 
Antes da conversão de Constantino, a igreja era, é claro, tão independente do Estado que ela determinava sua 
própria fé, regulava seu culto, escolhia seus oficiais, e exercia sua disciplina sem qualquer interferência das 
autoridades civis. Seus membros eram considerados como cidadãos do Estado, dos quais as opiniões religiosas 
e praticas eram, exceto em tempos de perseguição, considerados como questões indiferentes. É provável que 
muita da mesma liberdade era concedida aos Cristãos primitivos como era dada pelos Romanos para os Judeus, 
que não eram somente permitidos, em casos ordinários, a conduzir seus cultos na sinagoga como desejassem, 
mas decidir assuntos de disputa entre eles, de acordo com suas próprias leis. Também é declarado que igrejas 
eram permitidas a posse de propriedades imobiliárias antes da profissão de Cristianismo pelo Imperador. 
 
Quando Constantino declarou a si mesmo um Cristão, ele expressou a relação que deveria subsistir doravante 
entre a Igreja e o Estado, dizendo a certos bispos, “Deus vos fez os bispos dos assuntos internos da Igreja, e a 
mim o bispo de seus assuntos externos.” Este pronunciamento tem sido desde então, por toda uma grande 
porção da Cristandade, a formula permanente para expressar a relação do magistrado civil com o reino de 
Cristo. 
 
De acordo com esta declaração, pertence à igreja, por meio de seus próprios órgãos, escolher seus oficiais, 
regular todos os assuntos que se relacionem a doutrina, administrar a Palavra e os sacramentos, ordenar cultos 
públicos, e exercitar a disciplina. E ao Estado pertence providenciar para o suporte dos clérigos, determinar 
as fontes e o total de seus rendimentos, fixar limites para as paróquias e dioceses, providenciar os locais dos 
cultos públicos, convocar o clero, presidir em suas reuniões, dar a força de lei para suas decisões, e ver que a 
obediência ao menos externa foi dada aos decretos e aos atos de disciplina. 
 
E isto, em termos gerais, foi a real relação entre as duas instituições sob os imperadores Romanos e aos muitos 
do Estado que subiram ao poder depois da dissolução do Império Romano. Mas é fácil ver que a distinção 
entre os assuntos internos que pertenciam aos bispos, e os externos que pertenciam ao governador civil, é 
muito indefinida para evitar que estes dois poderosos corpos viessem a colidir. Se o magistrado providenciasse 
o suporte dos bispos e os mantivessem em seus lugares de influência, ele sentia-se intitulado a ter uma voz 
para dizer quem deveria receber seus fundos e usar esta influência. Se ele devesse reforçar a decisão dos 
concílios com relação a assuntos da fé e disciplina, ele deve ter alguma agencia em determinar qual daquelas 
decisões deveriam ser reforçadas. Se ele devesse banir de seu reino aqueles aos quais os clérigos excluíram 
da igreja, ele deve julgar se tal exclusão foi em si justa. E por outro lado, se a igreja era reconhecida como 
uma instituição divina, com governo e poderes constituídos divinamente, ela constantemente lutaria para 
preservar suas prerrogativas das intrusões do Estado e para atrair para si todo o poder necessário para forçar a 
obediência de suas decisões na esfera do Estado no qual ela era adotada, a qual ela de direito possuía em sua 
própria esfera como uma sociedade espiritual, e, em um sentido, uma sociedade voluntária. 
 
Simples e plausível, portanto, como a relação entre a igreja e o Estado, como determinado por Constantino, 
pode aparentar à primeira vista, toda a história da igreja mostra que ela não pode ser mantida. Ou a igreja irá 
se limitar na província peculiar do Estado, ou o Estado sob aquela da Igreja. Se requereria um esboço da 
história eclesiástica, de Constantino ao dia presente, para exibir os conflitos e vacilação destes dois princípios. 
A luta, ainda que prolongada e diversa em seus prospectos, estava decidida em favor da igreja, que sob o 
papado ganhou uma completa supremacia sobre o Estado. 
 
A Idade Média 
 
O mundo papal constituiu um corpo, do qual o papa, como Vigário de Cristo, era o cabeça. Este corpo 
espiritual reivindicou um direito divino para fazer suas próprias leis, nomear seus próprios oficiais, e tendo 
seus próprios tribunais, aos quais somente seus oficiais eram responsáveis, e ante quem todas as pessoas no 
Estado, do mais eminente ao mais baixo, poderiam ser intimados a comparecer. Todas as pessoas eclesiásticas 
foram assim retiradas da jurisdição do Estado; enquanto todas as pessoas civis foram subjugadas à jurisdição 
da igreja. A igreja sendo o juiz infalível de todas as questões relacionadas a fé e a pratica, e sendo o dever 
óbvio de todos os homens receber as decisões e obedecer às determinações de uma autoridade infalível, o 
Estado estava limitado a receber todas aquelas decisões e fazer cumprir todas aqueles mandamentos. Os 
magistrados civis não tinham qualquer julgamento ou arbítrio no caso; ele era somente o braço secular da 
igreja, de quem em seus julgamentos, não importando quão injurioso pudesse parecer a ele quanto a sua 
própria prerrogativa ou para os interesses de seu povo, ele não tinha qualquer direito em interferir. A igreja, 
de qualquer forma, reclamou o direito de interferir em todas as decisões do poder civil; porque ela somente 
poderia julgar se aquelas decisões eram ou não eram hostis à verdadeira fé, ou consistente com a regra do 
dever. Então se levantou o que é chamado de o poder indireto da igreja nos assuntos temporais do Estado. 
Mesmo sem ir ao extremo de reivindicar para o papa, pelo direito divino,
uma direta soberania sobre o mundo 
Cristão, os Romanistas moderados da escola Italiana reivindicaram para o papa este poder indireto nos 
assuntos civis dos reinos; isto é, o poder de decidir se alguma lei ou medida era ou não era prejudicial à igreja, 
para assim sancioná-la ou anulá-la. E no caso de que algum soberano deva persistir em um curso pronunciado 
por uma autoridade infalível ser prejudicial à igreja, a obrigação de obediência quanto aos seus súditos era 
declarada findada, e o soberano deposto. 
 
Na maioria dos casos, a efetiva relação entre a igreja e o Estado é determinada historicamente, i.e., pelo curso 
dos eventos, e então uma teoria é inventada para explicá-la e justificá-la; mas no caso do papado, é provável 
que a teoria seja precedente e produzida na atual relação. Na suposição da unidade externa de toda a igreja 
sob uma cabeça visível e da infalibilidade daquele corpo visível quando falando por meio do órgão apropriado, 
a relação da igreja com o Estado – que Gregório esforçou-se para perceber, e que subsistiu por gerações – é a 
relação normal; e é, portanto, no presente dia, a própria teoria que é mantida pelo grande corpo dos 
Romanistas. 
 
Em pratica, no entanto, verificou-se intolerável; e, portanto, especialmente na França, e depois na Áustria, os 
reis têm resistido a esta dominação e declarado que como o Estado, não menos que a Igreja, é de origem 
divina, a primeira tem o direito de julgar se os atos e decisões da igreja são consistentes com os direitos e 
interesses do Estado. Os reis da França, portanto, reivindicaram poder indireto nos assuntos da igreja; e 
exerceram o direito de dar um voto de aprovação, como era chamado, aos atos da igreja; isto é, eles requerem 
que tais atos devessem ser submetidos a eles e receber suas sanções antes de tomarem efeito em seus domínios. 
 
Como a Reforma envolvia a rejeição da doutrina da unidade visível da igreja sob uma cabeça infalível, ela por 
necessidade introduziu uma mudança na relação entre o Estado e a igreja. Esta relação, no entanto, era muito 
diferente em diferentes países, e aquela diferença não era evidentemente o resultado de qualquer teoria 
preconcebida, mas do curso dos eventos. Ela era, portanto, uma coisa na Inglaterra, outra coisa na Escócia, e 
outra na Alemanha. 
 
A Igreja da Inglaterra 
 
No que diz respeito à Inglaterra, pode ser dito, em termos gerais, que a Reforma foi afetada pelo poder civil. 
A autoridade pela qual todas as mudanças foram decretadas foi aquela do rei e do parlamento. A igreja 
passivamente submeteu-se, subscrevendo artigos apresentados para sua aceitação, e adotando formas de culto 
e regulações gerais prescritas para seu uso. Este fato é tão inconsistente com a teoria da alta-igreja1 em que 
todo esforço é feito, pelos defensores daquela teoria, para evadir sua força e para mostrar que a mudança foi 
a obra da igreja em si. É admitido, no entanto, pelos próprios escritores Episcopais que nos tempos de Henrique 
e Eduardo, a grande maioria, tanto dos clérigos como do povo, i.e. a igreja, eram contrários à Reforma. 
 
Henrique rejeitou a autoridade do papa, embora ele aderisse às doutrinas Romanistas. Ele declarou a si mesmo 
pelo ato do Parlamento ser o cabeça da igreja e exigiu de todos os bispos que renunciassem a seus assentos 
episcopais, os suspendendo de seus ofícios, então fez que cada um levasse uma comissão da coroa em que foi 
declarado que todo poder eclesiástico flui do soberano, e que os bispos agiam em seu nome e pela virtude do 
poder derivado dele. 
 
Os seis artigos foram moldados por sua autoridade, em oposição à [Tomás] Cranmer e os verdadeiros 
Reformadores, e promulgados pelo Parlamento e feitos obrigatórios sob severas penalidades sobre todo o 
clero. Estes artigos afirmam todas as doutrinas distintivas do Romanismo. 
 
A mais clara prova de que elas repousavam sobre a autoridade do rei é que assim que ele morreu elas foram 
descartadas, e uma formula doutrinaria de caráter oposto foi adotada. 
 
Sob Eduardo VI, a prática efetiva era que a coroa nomeasse um certo numero de clérigos para prepararem as 
formulas ou medidas necessárias; e então estas, se aprovadas pelo rei, eram publicadas em seu nome e aplicada 
pelo parlamento. A convocação e os clérigos então davam seu assentimento. Foi assim que o Livro de Oração 
foi preparado e apresentado. Assim, também, os Artigos da Religião foram, sob Eduardo, o ato do poder civil 
sozinho. Eles foram elaborados sob a direção de [Tomás] Cranmer com a assistência de outros teólogos, mas 
elas não foram a obra da Convocação, como seu preambulo pareceria sugerir; nem foram elas estabelecidas 
por qualquer autoridade exceto aquela da Coroa. Sob Elizabete eles foram revisados pela Convocação. 
 
A real relação entre igreja e Estado na Inglaterra é suficientemente indicada por estes fatos. O rei foi declarado 
ser o chefe supremo da igreja, i.e., a fonte da autoridade em seu governo, e o supremo juiz de todas as pessoas 
e causas eclesiásticas, de qualquer tipo. O clero foi convencido com grande dificuldade para fazer este 
reconhecimento. E, portanto, não pode ser dito ser o ato espontâneo da igreja. Era antes uma usurpação. É dito 
que o reconhecimento foi feito ressalvando a clausula, quantum per Christi legem licet2, em respeito ao qual 
há uma disputa quanto a se esta foi feita no primeiro reconhecimento. A preponderância da evidencia, na 
medida do que conhecemos, fica contra ela; e é certo que não está agora no juramento. E pode fazer pouca 
diferença, porque o ultimo propósito do juramento era declarar que Cristo realmente permitiu ao rei o poder 
ao qual ele reivindicava e exercia. 
 
1 Nota do Tradutor: High-Church: que é aderente a uma tradição da Igreja Anglicana enfatizando ritual, autoridade 
eclesiastica, sacramentos, e a continuidade histórica com o Cristianismo Católico. 
2 Nota do Tradutor: literalmente “Na medida do permitido pela lei de Cristo”. 
 
O rei então, como chefe da igreja, mudou a forma de culto, introduzindo novos artigos de fé, suspendeu e 
nomeou bispos, visitou todas as partes da igreja para reformar os abusos, emitiu éditos regulando assuntos de 
disciplina, concedeu comissões aos bispos para agirem em seu nome, e pelo ato do Parlamento declarou que 
toda jurisdição – espiritual e temporal – emanam dele, e que todos os procedimentos nas cortes episcopais 
deveriam ser em seu nome. 
 
Estes princípios sempre atuaram na Igreja da Inglaterra, embora com menos flagrantes de curso, no firme 
estado da igreja, do que na Reforma. Todos os procedimentos, no entanto, de Elizabete; todos os atos de James 
I contra os Puritanos; de Carlos I na Escócia, na introdução do episcopado naquele país; de Carlos II em seu 
restabelecimento; e mesmo de William III na Revolução, quando os bispos não-jurados foram excluídos, 
foram fundados no pressuposto do poder absoluto do Estado sobre a igreja. E tudo ainda repousa sobre aquele 
fundamento. O rei ainda nomeia todos os bispos e ainda tem o direito legal de suspende-los; toda a autoridade 
vinculativa dos Artigos e do Livro de Oração repousam sobre os atos do Parlamento. Nenhum homem pode 
ter admissão recusada à igreja, não importando suas opiniões ou caráter, contra a vontade do Estado; e nenhum 
homem pode ser excomungado exceto por processo civil; e a decisão definitiva, mesmo em um julgamento 
de um bispo por heresia, é prestado pelo rei em conselho. 
 
Diferentes teorias têm sido inventadas para justificar esta total subordinação da igreja ao Estado. Os primeiros 
Reformadores (Cranmer especialmente) eram completamente Erastianos3 e mantinham que ao rei era confiado 
o cuidado de todos os seus súditos, assim como os relacionados a administração da Palavra, do mesmo modo 
as coisas civis e politicas; e como ele tinha sob si magistrados civis para agirem em seu nome, também ele 
tinha oficiais
na igreja, sendo esta classe atribuída, nomeada e selecionada pela autoridade do rei tanto quanto 
a outra. Cranmer nem mesmo se manteve quanto a necessidade de alguma ordenação por oficiais da igreja, 
considerando a comissão do rei absolutamente suficiente. Toda esta teoria repousa sobre uma noção 
exorbitante de poder régio. 
 
Uma segunda teoria supõe que não há diferença entre um Estado Cristão e uma igreja. Uma igreja é um povo 
professando o Cristianismo, e eles podem adotar qualquer forma de governo que desejarem. Isto supõe não 
somente que os detalhes do governo da igreja não estão prescritos na Escritura, mas que não há qualquer 
governo nas mãos de oficiais da igreja ordenados por Cristo; mas de qualquer modo a vontade do poder 
soberano, i.e. do povo, é expressado e exercido, é, com relação a sua forma, legitimo; e então a melhor e mais 
salutar forma de governo da igreja é aquela que mais completamente identifica a igreja com o Estado. Esta é 
a doutrina do Dr. Arnold. Embora esta teoria, se sã, possa justificar o existente estado de coisa na Inglaterra, 
não pode justificar a Reforma; pois não foi levada adiante pelo povo, i.e., a igreja em sua capacidade de 
Estado, mas pela autoridade civil a despeito tanto do clero como do povo. 
 
Clérigos eminentes tomam diferentes fundamentos. Alguns admitem a irregularidade no modo de 
procedimento sob Henrique e Elizabete, mas o justificam sob a base da necessidade, ou da extraordinária 
emergência, chamando para o exercício de poderes extraordinários. Outros, como Sr. Palmer, negam que a 
igreja seja responsável por aqueles atos, ou que ela deva ser julgada pelo preambulo dos atos do Parlamento, 
ou pelas reivindicações e atos da coroa, exceto exclusivamente por suas próprias declarações e atos. E ele se 
esforça a mostrar que todos os principais fatos da Reforma foram determinados pela igreja. Para fazer isto, no 
entanto, ele está obrigado a sustentar que o que o rei fez sob o conselho de poucos teólogos foi feito pela 
igreja, que é tão desarrazoado quanto referir a sanidade ou as regulamentações legais de um reino para a 
autoridade de médicos ou advogados que podem ser consultados para as elaborar. 
 
O Sr. Palmer retrocede na teoria sugerida por Constantino, a qual atribui o governo interno da igreja para os 
bispos, e o governo externo para o rei. Ele adequadamente nega que o rei possa, por si ou pelos oficiais que 
derivam seu poder dele, pronunciar definições de fé, administrar a Palavra ou os sacramentos, ou absolver ou 
excomungar. Ele pode, no entanto, convocar sínodos e presidi-los; penalizá-los, se contrários à doutrina da 
igreja Católica, ou sendo injuriosos ao Estado; ele pode receber apelos de tribunais da igreja; preservar a 
 
3 Nota do Tradutor: Cujo nome vem de Thomas Erastus (1524-1583). Os erastianos são os que sustentam que a igreja 
deve sua existência e sua forma às regulamentações promulgadas pelo Estado. 
subordinação e unidade na igreja; obstar, por penalidades civis, toda secessão de sua comunhão; e fundar e 
conferir novos bispados. 
 
Esta doutrina repousa na suposição, 1. Que é a concepção do Estado, e o dever de seus oficiais, promoverem 
e sustentarem a religião por meio de penalidades civis; 2. Que a igreja é uma instituição divina, com uma fé e 
disciplina estabelecida; e 3. Que as marcas da verdadeira igreja são tão claras que nenhum homem honesto 
pode confundi-las. 
 
O único ponto em que este sistema difere da doutrina papal neste assunto é que ela permite, ao critério do 
magistrado civil, se ele fará cumprir ou não as decisões da igreja. Esta diferença se levanta do fato de que os 
Tractarianos4 não alegam que os sínodos provinciais são infalíveis, e somente quanto a isso o rei teria alguma 
relação; enquanto que os Romanistas sustentam que o papa, falando ex cathedra, é infalível. Há espaço, 
portanto, para juízo em relação às decisões do primeiro, mas nenhum em referencia àquelas do último. 
 
O Sr. Palmer, no entanto, está longe de sustentar que o estado atual das coisas corresponde com sua teoria, e 
a maioria dos Tractarianos são ruidosos em suas queixas quanto a escravidão sob a qual a igreja na Inglaterra 
esta agora gemendo. 
 
Luteranos 
 
Na Alemanha o curso da Reforma foi muito diferente daquele na Inglaterra, e consequentemente a relação 
entre a igreja e o Estado recebeu uma forma diferente. O movimento ergueu-se, e foi guiado em todo seu 
progresso, no antigo país por Lutero e seus associados, e foi sancionado cordialmente pelo povo. Ele não 
esperou ser chamando pelo Eleitor para denunciar os erros do papismo, ou para reformar seus abusos. Ele fez 
ambos, e o povo se juntou a ele. Eles rogaram às autoridades civis para que sancionassem estas mudanças e 
para os proteger e os ajudar a realiza-las. E os Eleitores lentamente e com cuidado deram suas sanções. A 
Reforma aqui, portanto, não procedeu do Estado, mas realmente e verdadeiramente da igreja, i.e. o clero e o 
povo, e o Estado sancionou e se juntou a ela. Se os bispos geralmente cooperassem no trabalho, é provável, 
das frequentes declarações de Lutero e Melâncton, eles teriam sido permitidos na Alemanha, como na Suécia, 
– não como uma questão de direito, mas de conveniência - reter o poder executivo em suas mãos. Mas como 
eles não somente negligenciaram toda disciplina na igreja, e finalmente tomaram lado com Roma, os 
Reformadores recorreram aos Eleitores para designar consistórios, para serem compostos, como eles 
expressaram, “de homens honestos e instruídos,” para suprir a deficiência. Estes corpos foram primariamente 
projetados simplesmente para administrar a disciplina. Eles deveriam ser tribunais da igreja, para o julgamento 
e punição de ofensas espirituais. Como, no entanto, os bispos se retiraram, o poder dos consistórios foi 
ampliado, e eles se tornaram por um lado o órgão da igreja. Como os membros destes consistórios são 
designados pelo Estado, e como eles são os órgãos de administração tanto de assuntos internos como externos 
do Estado, o príncipe é, nos países Luteranos, o verdadeiro possuidor do poder da igreja, i.e. é considerado 
como inerente a ele. Toda a administração de seus assuntos está em suas mãos, e qualquer mudanças que 
sejam introduzidas são feitas por sua autoridade. Conformemente, a união das igrejas Luteranas e Reformadas 
e a introdução de uma nova liturgia foi o ato do falecido rei da Prússia. Primeiramente foi somente uma 
orientação de sua parte, mas subsequentemente ele começou a coagir a observância de sua vontade. Este 
extremo exercício de autoridade, no entanto, encontrou grande oposição, e foi, por uma grande parte da igreja, 
considerada como ultrapassando o poder legitimo do Estado. O atual rei renuncia tal poder, e diz que ele 
 
4 Nota do Tradutor: Os tractarianos reafirmavam que a Igreja Anglicana, apesar da reforma, havia mantido a essência 
de sua catolicidade (episcopado, credos, sacramentos, etc.) e que herdara as tradições da Igreja Celta que havia se 
estabelecido nas Ilhas Britânicas independentemente de Roma, até o século VII. Eles eram chamados tractarianos, pois 
um método de evangelismo que utilizaram era a publicação de panfletos (tracts). Nesses panfletos, eles buscavam 
informar o povo da catolicidade de sua Igreja e tratavam de vários assuntos. Esses panfletos se baseavam nos próprios 
teólogos carolinos e nos Pais da Igreja. Na época, a patristica e os Caroline Divines haviam sido esquecidos, e o 
pensamento calvinista moderado havia tomado conta da mentalidade da Igreja (curiosamente, o mesmo tipo de 
pensamento contra o qual os teólogos carolinos do século XVII haviam lutando). Os principais pontos da pregação dos 
tractarianos enfatizavam a regeneração batismal, a presença real e substancial de Cristo na Eucaristia, a herança do Livro 
de Oração Comum, a Igreja
Anglicana como parte integrante da Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica, etc. 
deseja conhecer a mente da igreja, e permanece pronto para realizar seus desejos se consistentes com sua 
consciência. 
 
O real poder do Estado nos países Luteranos foi o resultado da Reforma e não de uma teoria do que deveria 
ser a relação entre a igreja e o Estado. Diferentes teorias foram sugeridas, para dar forma e inteligibilidade a 
esta relação. A mais comum é que o príncipe está lá, e, pela vontade da Igreja, é herdeiro do poder dos bispos. 
Seu poder é, portanto, chamado um episcopado. Esta teoria inclui os seguintes pontos. 1. Governo civil e 
eclesiástico são distintos. 2. O objeto do governo da igreja é principalmente a preservação da verdade. 3. O 
poder da igreja pertence, pela ordenança de Deus, à própria igreja e ao príncipe como o mais alto membro da 
Igreja, e, desde a paz religiosa, pela transmissão legal nele do poder dos bispos. 4. A autoridade é, no entanto, 
somente externa, uma potestas externa, no exercício do qual ele é limitado a agir de acordo com o julgamento 
do clero, e o povo tem o direito de assentir ou dissentir. Esta é a doutrina das três ordens, como é chamado, 
aquele poder da igreja pertence à igreja como composto pelo príncipe, clero e povo. 5. Então o príncipe possui 
o poder civil e eclesiástico em diferentes modos e em diferentes assuntos. Isto é o considerado ortodoxo, 
doutrina estabelecida da Igreja Luterana sobre a relação entre igreja e Estado. É a doutrina de todos os teólogos 
antigos e eminentes daquela igreja. As outras teorias são a Territorial, i.e. Erastiana; a Colegial (união 
voluntária); e o Hegeliano – que o Estado é o reino de Deus; a Igreja somente uma forma de Estado. O príncipe 
é o ponto de unidade, tento o total poder dos dois. Ele nomeia (não meramente confirma) bispos, prescreve as 
liturgias, e dá os conteúdos assim como as formas de obrigação para todas as decisões da igreja. 
 
A Igreja Reformada 
 
De acordo com a Igreja Reformada de Genebra, Alemanha, França, Holanda e Escócia, a relação entre Estado 
e igreja é ensinado nas seguintes proposições como dadas e sustentadas por Turrentin, Lec. 28, Ques. 34. 
 
1. Vários direitos pertencem ao magistrado Cristão em referência à igreja. 
 
Esta autoridade é confinada dentro de certos limites, e é essencialmente diferente daquela de pastores. Estes 
limites são determinados assim: (a) O magistrado não pode introduzir novos artigos de fé, ou novos ritos ou 
modos de culto. (b) Ele não pode administrar a Palavra e os sacramentos. (c) Ele não possui o poder das 
chaves. (d) Ele não pode prescrever aos pastores a forma de pregação ou administração dos sacramentos. (e) 
Ele não pode decidir sobre assuntos eclesiásticos, ou sobre controvérsias da fé, sem consultar os pastores. 
 
Por outro lado: (a) Ele deve estabelecer a verdadeira religião, e quando estabelecida, fielmente a sustentar, e 
se corrompida, restaurá-la e reformá-la. (b) Ele deve, ao máximo, proteger a igreja reprimindo hereges e 
perturbadores de sua paz por meio da propagação e defesa da religião verdadeira e dificultando a confissão de 
religiões falsas. (c) Prover ministros adequados, e sustentá-los na administração da Palavra e dos sacramentos, 
de acordo com a Palavra de Deus, e fundar escolar bem como para a igreja como para o Estado. (d) Certificar-
se que os ministros façam seus deveres fielmente de acordo com os cânones da igreja e as leis da terra. (e) 
Fazer que as confissões de fé e constituições eclesiásticas, sendo conformes às Escrituras, sejam sancionadas, 
e quando sancionadas também aderidas. (f) Convocar sínodos ordinários e extraordinários, para moderar neles, 
e para sancionar suas decisões com sua autoridade. 
 
A questão, “se o Estado pode com direito forçar seus súditos a professarem a fé,” é respondida de forma 
negativa. A questão – “se hereges devem ser punidos com a pena capital,” – é respondida de forma afirmativa 
desde que suas heresias sejam amplas e perigosas para a Igreja e o Estado, e desde que eles sejam contumazes 
e perversos na defesa e propagação de sua heresia. 
 
A Confissão de Westminster, como adotada pela Igreja da Escócia, ensinou a mesma doutrina geral. O capitulo 
23 daquela Confissão contém a seguinte clausula: “O magistrado civil não pode assumir para si a 
administração da Palavra e dos sacramentos, ou o poder das chaves do reino do céu, ainda assim ele tem a 
autoridade, e é seu dever, tomar ação para que a unidade e a paz sejam preservadas na Igreja, que a fé em 
Deus seja mantida pura e completa, que todas as blasfêmias e heresias sejam suprimidas, todas as corrupções 
e abusos no culto e disciplina sejam prevenidos ou reformados, e todas as ordenanças de Deus sejam 
devidamente determinadas, administradas e observadas; para o melhor efeito do qual ele tem poder para 
convocar sínodos, estar presente neles, e providenciar para que tudo quanto seja realizado nele seja de acordo 
com a mente de Deus.” 
 
Quando esta Confissão foi adotada por nossa igreja em 1729, esta clausula foi excluída, ou adotada somente 
em uma forma qualificada; e quando nossa presente constituição foi adotada em 1789, ela e as passagens 
correspondentes no Catecismo Maior foram omitidas. No entanto ela sempre foi parte da Confissão da Igreja 
da Escócia (e foi, acredita-se, conservada nas Tibrunas Saybrooke e Cambridge como adotadas na Nova 
Inglaterra). 
 
Em palavras, esta clausula parece cobrir todo o fundamento tomado pelo Sr. Palmer. A história mostra, no 
entanto, que a igreja da Escócia sempre tem sido, em uma grande medida, independente do Estado, e por 
gerações em conflito com ele. A interpretação pratica, portanto, da doutrina aqui ensinada, tem sido negar ao 
magistrado civil qualquer real controle em assuntos eclesiásticos. 
 
O falecido Dr. Cunningham, em um de seus tratados, ocasionados pelas recentes controvérsias, então expõe a 
doutrina desta passagem. 
 
1. Ele diz, pelo magistrado civil deve ser entendido o poder supremo civil; e que a Confissão meramente 
ensina o que o governador civil encontrará como sendo seu dever quando ele vier ao estudo da Palavra de 
Deus. 
 
2. Que a regra de todos os seus julgamentos é a Palavra de Deus 
 
3. Que a Confissão nega ao magistrado civil todo direito de ministração da Palavra e dos sacramentos, ou ao 
poder das chaves, isto é, para a administração dos assuntos ordinários da Igreja de Cristo; e declara, que como 
é o dever de toda pessoa particular julgar por si mesmo se a doutrina, disciplina, e as decisões de uma igreja 
estão de acordo com a Palavra de Deus, e se assim for, então receber, obedecer, e promove-las; este também 
é o dever do magistrado civil, em sua esfera, e no exercício de sua autoridade legítima e influência, para fazer 
o mesmo. 
 
No mesmo ramo da igreja Reformada que foi transportada para este país pelos Puritanos e estabelecida na 
Nova Inglaterra, esta mesma doutrina quanto ao dever do magistrado e a relação entre igreja e Estado foi 
ensinada, ainda que sob uma forma um pouco modificada. A teoria da Nova Inglaterra era mais como uma 
teocracia. Todos os poderes civis foram confinados aos membros da igreja, e nenhuma das pessoas sendo 
elegíveis a cargos ou intitulado o direito de sufrágio, que não estivesse em total comunhão em alguma igreja. 
As leis da igreja se tornaram então as leis da terra, e as duas instituições foram em uma medida mescladas. O 
dever do magistrado de fazer ou fazer cumprir as leis para o apoio da religião, para a supressão da heresia e 
punição dos hereges, era claramente ensinada. John Cotton até mesmo escreveu um livro para provar que a 
perseguição era um dever Cristão. 
 
A teoria sob a qual esta doutrina da igreja Reformada é fundada, é, 1. Que o Estado é uma instituição divina, 
criada para promover o bem-estar geral da sociedade, e como a religião é necessária para o bem-estar, a 
religião
cai legitimamente dentro da esfera do Estado. 2. Que o magistrado, como representando o Estado, é, 
por nomeação divina, o guardião da lei, para se vingar daqueles que a transgridem, e para o louvor daqueles 
que a obedecem; e como a lei consiste de duas tabelas, uma relacionada a nossos deveres para com Deus, e a 
outra quanto a nossos deveres para com os homens, o magistrado é, ex officio, o guardião de ambas as tabelas 
e obrigado a punir as infrações de um como as de outro. 3. Que a Palavra de Deus determina os limites do 
oficio do magistrado em referência a ambas as classes de seus deveres; e como, sob o Antigo Testamento, 
havia uma forma de religião com seus ritos e oficiais prescritos os quais o magistrado não poderia mudar, 
assim também há sob o Novo. Mas sob o Antigo, nós encontramos com este governo da igreja que os reis 
eram obrigados a fazer, e de fato faziam, muito para o apoio e reforma da religião e a punição dos idólatras; 
então eles agora estão obrigados a agir nos mesmo princípios, fazendo dos reis piedosos do Antigo Testamento 
seus modelos. 
 
A Igreja Americana 
 
A doutrina corrente entre nós sobre este assunto é de bem recente origem. Era desconhecida dos antigos antes 
do advento. Em nenhum país a religião era desconectada do Estado. Isto era desconhecida dos Judeus. Os 
primeiros Cristãos não estavam em circunstancias de determinar o dever dos magistrados Cristãos para com 
a igreja Cristã. Desde o tempo de Constantino, em nenhuma parte da Cristandade e por nenhuma denominação 
o fundamento foi assumido, até um período recente, que o Estado e a Igreja devessem ser corpos separados e 
independentes. No entanto, já foi trazida a opinião pública para esta doutrina, e para a mesma conclusão 
tendem rapidamente a convicção do povo de Deus em todas as partes do mundo. Sob quais fundamentos, 
então, esta nova, mas sã doutrina repousa? Esta pergunta só pode ser respondida de uma forma muito geral e 
superficial na presente ocasião. 
 
1. Em primeiro lugar ela assume que o Estado, a família, e a igreja são todas instituições divinas, tendo o 
mesmo propósito geral em vista, mas designados para cumprir este propósito por diferentes meios. Que como 
nós não podemos deduzir a partir do fato de que a família e o Estado são ambos designados a promover o 
bem-estar dos homens, que o magistrado tem o direito de interferir na economia domestica da família; então 
nem nós podemos inferir a partir da igreja e do Estado ter o mesmo propósito geral, de que um pode 
legitimamente interferir com os assuntos do outro. Se não houvessem outras instituições além da família, nós 
poderíamos inferir que todos os meios agora usados pela igreja e o Estado, para o bem dos homens, podem 
propriamente ser usados pela família; e se não houvesse igreja, como uma instituição de Deus separada, então 
nós poderíamos inferir que a família e o Estado foram designados a cumprir tudo que poderia ser efetuado. 
Mas como Deus instituiu a família para o treinamento e governo domestico; o Estado, para que nós possamos 
levar vidas tranquilas e sossegadas; e a igreja para a promoção e expansão da verdadeira religião, os três 
devem ser mantidos distintos dentro de suas respectivas esferas. 
 
2. Que os deveres relativos destas várias instituições não podem ser aprendidos pelo raciocínio a priori desde 
sua concepção, mas devem ser determinados da Palavra de Deus. E quando raciocinando pela Palavra de Deus, 
nós não somos autorizados a debater pela economia do Antigo Testamento porque ela era manifestamente 
temporária e foi abolida, mas devemos derivar nossas conclusões do Novo Testamento. Lá nós encontramos 
ensinado: 
 
(a) Que Cristo realmente instituiu uma igreja separada do Estado, dando a ela leis e oficiais separados. 
 
(b) Que ele estabeleceu as qualificações daqueles oficiais e os impôs sobre a igreja, não sobre o Estado, para 
julgar de suas posses pelos candidatos. 
 
(c) Que ele prescreveu os termos de admissão e os fundamentos de exclusão da igreja, e deixou com a igreja 
seus oficiais para administrar estes regulamentos. 
 
Estes atos são inteiramente inconsistentes com o Erastianismo e com a relação estabelecida na Inglaterra entre 
a igreja e o Estado. 
 
3. Que o Novo Testamento, quando falando dos desígnios imediatos do Estado e as obrigações oficiais do 
magistrado, nunca anuncia que ele tem aquelas funções as quais a doutrina comum dos Luteranos e da igreja 
Reformada lhe atribuem. Este silencio, juntamente com o fato de que aquelas funções são atribuídas à igreja 
e aos oficiais da igreja, é prova de que não é a vontade de Deus de que elas devam ser assumidas pelo Estado. 
 
4. Que os únicos meios que o Estado pode empregar para cumprir muitos dos objetos ditos pertencentes a ele, 
a saber, punições e penalidades, são inconsistentes com o exemplo e mandamentos de Cristo; com o direito 
de Cristãos particulares, garantidos na Palavra de Deus (i.e., servir a Deus de acordo com os ditames de sua 
consciência); são ineficazes para o verdadeiro propósito da religião, a qual é a obediência voluntária à verdade; 
e o criador de incalculável mal. O Novo Testamento, portanto, não ensina que o magistrado é o intitulado a 
cuidar para que a verdadeira religião seja estabelecida e mantida; que os homens corretos são nomeados para 
cargos na igreja; que tais oficiais façam seus deveres, que pessoas adequadas sejam admitidas, e pessoas 
impróprias sejam rejeitadas da igreja; ou que os hereges sejam punidos. E por outro lado, pelo ordenar de 
todos estes deveres sobre a igreja, como uma instituição distinta do Estado, ensina-se nitidamente que eles 
não pertencem ao magistrado, mas à igreja. Se a isso for adicionado que a experiência ensina que o magistrado 
é a pessoa mais inapta a cumprir estes deveres; que ele tentando fazê-lo sempre foi injurioso à religião e hostil 
aos direitos da consciência, nós temos razão para regozijar nesta recentemente descoberta verdade de que a 
igreja é independente do Estado, e que o Estado melhor promove os interesses dela deixando-a em paz.

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