PODERES ADMINISTRATIVOS - parte I

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Me. Elton KRAUSE
PODERES ADMINISTRATIVOS
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PODERES ADMINISTRATIVOS:
Noções
A Administração Pública confere competências especiais, ligadas a obrigações: executivo, judiciário e legislativo
Constituem verdadeiros poderes-deveres instrumentais para a defesa do interesse público:
	em benefício da coletividade
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Poderes da Administração (Di Pietro)
NORMATIVO
DISCIPLINAR
HIERÁRQUICO
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Poder Normativo
Alguns denominam de poder regulamentar
No poder Normativo tem em comum o fato de emanarem normas (Conforme Miguel REALE, os atos normativos dividem-se em originários e derivados)
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Poder Disciplinar
É o que cabe à Administração Pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos
Não abrange às sanções impostas a particulares não sujeitas à disciplina interna da Administração
É discricionário (não há liberdade de escolha entre punir e não punir) e não o fazendo incide em crime de improbidade administrativa
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Poder Hierárquico
Pressupostos da organização administrativa:
distribuição de competências (ex: Art. 61, §1º, II)
hierarquia (é acessória da organização administrativa)
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PODERES ADMINISTRATIVOS: espécies
Poder vinculado
Poder discricionário
Poder disciplinar
Poder hierárquico
Poder regulamentar
Poder de Polícia
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1. Poder vinculado
Quando a lei atribui determinada competência
 
Onde houver vinculação, o agente público é um simples executor da vontade legal
O ato resultante dessa competência é ato vinculado
Não possui margem de liberdade para atuar (deve se ater aos limites em lei)
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Exemplo de Poder Vinculado
É o de realização do lançamento tributário 
=> Art. 3º, do Código Tributário Nacional
‘Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada’.
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2. Poder discricionário
Para a existência de competência discricionária será necessária:
Intenção deliberada do legislador (quando e como agir)
Residir no motivo ou no objeto do ato administrativo (competência da autoridade definida em lei)
A prática do ato deve envolver margem de liberdade quanto ao motivo ou objeto
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Exemplo de Poder Discricionário
DECRETO nº 1297, de 28 de janeiro de 2010.
Declara de utilidade pública, para fins de desapropriação, área que menciona e dá outras providências.
 A PREFEITA DO MUNICÍPIO DE CONTAGEM (MG), no uso de suas atribuições legais, considerando o disposto no art. 92, XIII, da Lei Orgânica do Município,
DECRETA: 
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(continuação ...)
Art. 1º Ficam declarados de utilidade pública, com base no art. 5°, alínea “h”, do Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941, para fins de desapropriação amigável ou judicial, os Lotes 04, 05, 06, 19, 20, 21, 22 e 23, da Quadra 06, do Bairro Central Parque, neste Município e as benfeitorias neles existentes. 
Art. 2º A área de que trata o art. 1º deste Decreto destina-se a instalação de unidade escolar. 
Art. 3º As despesas decorrentes da execução do disposto neste Decreto correrão por conta das dotações orçamentárias consignadas em Lei Orçamentária Anual. 
Art. 4º A Procuradoria Geral do Município fica autorizada a promover a desapropriação de pleno domínio da área descrita no art. 1° deste Decreto e suas respectivas benfeitorias, podendo, para efeito de imissão na posse, alegar a urgência a que se refere o art. 15, do Decreto-Lei 3.365, de 21 de junho de 1941. 
Art. 5º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 
Palácio do Registro, em Contagem, 28 de janeiro de 2010. MARÍLIA APARECIDA CAMPOS Prefeita de Contagem
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3. Poder disciplinar
Consiste na possibilidade de a Administração Pública aplicar punições aos agentes públicos que cometam infrações funcionais
Trata-se de poder interno (nunca sobre particulares), não permanente e discricionário (escolha da punição mais apropriada a ser aplicada ao agente público)
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Exemplo do Poder Disciplinar
A Lei n. 8.112/90 prevê seis penalidades diferentes para faltas funcionais cometidas por servidores públicos federais:
Art. 127 – São penalidades funcionais:
a) advertência
b) suspensão
c) demissão
d) cassação de aposentadoria ou disponibilidade
e) destituição de cargo em comissão
f) destituição de função comissionada
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4. Poder hierárquico 
É o que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal
É um poder interno e permanente exercido pelos chefes de repartição
Não se aplica a particulares
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Exemplo de Poder Hierárquico
Lei do Processo Administrativo – Lei n. 9.784/99
a) a delegação: movimento centrífugo
b) a avocação: movimento centrípeto
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Delegação (centrífugo)
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Avocação (centrípeto)
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5. Poder regulamentar
Consiste na possibilidade de os Chefes do Poder Executivo editarem atos administrativos gerais e concretos, expedidos para dar fiel execução à lei
Enquadra-se numa categoria mais ampla: o poder normativo (regimentos, instruções, deliberações, resoluções e portarias)
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Exemplo de Poder Regulamentar
Constituição Brasileira de 1988
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
I - ...
II - ...
III ...
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
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6. Poder de polícia
Também é conhecido como Limitação Administrativa
Representa uma atividade estatal restritiva dos interesses privados, limitando a liberdade e a propriedade individual em favor do interesse público
O poder de polícia não se reduz à atuação estatal de oferecimento de segurança pública
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Objeto da polícia administrativa
Prevenir atos ilícitos
Repreender a ilícitos administrativos
Observação: como regra geral não pode ser delegado pela Administração Pública, exceto em autarquias e empresas públicas (cfe. Diógenes Gasparini) – Lei 11.079/2004.
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Classificação do Poder de Polícia
Duas categorias: a partir da finalidade do ato de polícia bem como da natureza do agente que o pratica:
Polícia administrativa: atos de polícia praticados pelos diversos setores da Administração Pública
Polícia judiciária: atos de polícia praticados em caráter privativo por determinados órgãos especializados da Administração Pública (Art. 144)
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Exemplo de Polícia Administrativa
É o policiamento ostensivo e possui caráter preventivo, atuando antes de o crime ocorrer, para evitá-lo.
É realizado pela Polícia Militar
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Exemplo de polícia judiciária
Sua atuação tem natureza repressiva, agindo após a ocorrência do crime para apuração da autoria e materialidade. 
É exercida pela Polícia Civil e Polícia Federal
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As guardas municipais
CF/88 - Art. 144, § 8º
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
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§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
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(continuação ...)
Lei 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) 
=> autoriza o porte de arma de fogo, mesmo fora do hora do horário de serviço, aos guardas municipais das capitais dos Estados e Municípios com mais de 500 mil habitantes, restringindo-o ao horário de serviço da Guarda Municipal com mais de 50 mil e menos de 500 mil.
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EC nº 82, de 16.07.2014
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade
das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas:
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei."(NR)
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Conceitos doutrinários:
“É a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado”
 (HELY LOPES MEIRELLES)
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... Continuação...	
“É a atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público” 
(MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO)
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Por hoje é só.
Um ótimo final de semana! Até a próxima aula!
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