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CONDIÇÃO JURÍDICA DO ESTRANGEIRO NO BRASIL

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1 
CONDIÇÃO JURÍDICA DO ESTRANGEIRO NO BRASIL
1
 
 
 
A entrada no Brasil do estrangeiro é regida pelo Estatuto do Estrangeiro (Lei N° 6.815/1980, 
regulamentada pelo Decreto N° 86.715, de 10 de dezembro de 1981). O Estatuto dá ao estrangeiro a liberdade de 
entrar, permanecer ou sair do Brasil, em tempo de paz, e respeitados os interesses da Nação, caso ele satisfaça as 
condições de referida lei. 
 A permissão da entrada do estrangeiro se manifesta pela concessão de um visto de entrada. 
 “Ato discricionário emitido pelo Estado, o visto não constitui um direito subjetivo à entrada e ainda menos à 
permanência no território, mas sim um expectativa de direito” (Seitenfus e Ventura). 
 Respeitadas as condições da Lei, as autoridades consulares e policiais tem o poder discricionário de determinar 
quem pode ser admitido e entrar no território brasileiro, respectivamente. 
 Estatuto do Estrangeiro determina as condições para admissão, nas suas diferentes modalidades, entrada, os casos 
que estas não são admitidas, bem como a saída e o retorno. 
 O Estatuto trata ainda, do registro dos estrangeiros e das condições para sua deportação, expulsão ou extradição. 
 O Art. 2°, estabelece-se a ressalva de que na aplicação do Estatuto do Estrangeiro atender-se-á prioritariamente "à 
segurança nacional, à organização institucional, aos interesses políticos, sócio-econômicos e culturais do Brasil, 
bem como à defesa do trabalhador nacional". 
 
VISTO 
 
 A entrada no Brasil do estrangeiro é regida pelo Estatuto dos Estrangeiros e sua permissão se manifesta pela 
concessão de um visto de entrada, aposto no passaporte do estrangeiro, que deve ser apresentado às autoridades 
pátrias quando de seu ingresso em território nacional. 
 Os vistos poderão ser concedidos no exterior, pelas Missões Diplomáticas, Repartições consulares, 
 Excepcionalmente poderão ser concedidos no Brasil. 
 O visto é uma permissão individual, muito embora sua concessão poderá estender-se aos dependentes legais, desde 
que estes não estejam impedidos de receber o visto, o impedimento de qualquer um dos integrantes da família 
poderá estender-se a todo grupo familiar . 
 
Não Receberá Visto o estrangeiro (Art 7º - Estatuto do Estrangeiro): 
 Menor de 18 anos, desacompanhado do responsável legal ou sem a sua outorização expressa; 
 Considerado nocivo à ordem pública ou aos interesses nacionais; 
 Anteriormente expulso do Brasil, slavo se sua expulsão tenha sido revogada; 
 Condenado ou processado em outro país por crime doloso, passível de extradição segundo a lei brasileira; 
 Que não satisfaça as devidas condições de saúde estabelecidas pelo Ministério da Saúde. 
 
Ao estrangeiro que pretenda entrar no Território Nacional, poderá ser concedido visto: 
a) de trânsito; b) de turista; c) temporário; d) permanente; e) de cortesia; f) oficial; g) diplomático 
 
a) Visto de trânsito 
 Poderá ser concedido ao estrangeiro que, para atingir o país de destino, tenha de entrar em território nacional. 
 Válido por 10 dias, para uma só entrada no país. 
 Não se exigirá visto ao estrangeiro em viágem contínu, que só se interrompa para escalas obrigatórias do meio de 
transporte utilizado. 
 
b) Visto de turista 
O visto de turista poderá ser concedido ao estrangeiro que venha ao Brasil, em caráter recreativo ou de visita, assim 
considerado aquele que não tenha finalidade imigratória, nem intuito de exercício de atividade remunera. 
 
 A palavra poderá, expressa no artigo 9º, indica discricionalidade, cuja concessão está ligada aos interesses 
nacionais; assim, a satisfação das exigências do artigo 7º e dos Regulamentos, não assegura ao estrangeiro a 
obtenção do visto de turista. 
 Poderá ser dispensada a exigência de visto de turista ao nacional de país que o dispense ao brasileiro idêntico 
tratamento. 
 Reciprocidade de tratamento, estabelecida mediante acordo internacional. 
 A empresa transportadora do turista deverá verificar, por ocasião do embarque no exterior, a documentação 
exigida, sendo responsável, no caso de irregularidade apurada no momento da entrada, pela saída do estrangeiro, 
além de responder criminalmente por isso. 
 O prazo de validade 5 anos, fixado pelo Ministério das Relações Exteriores, dentro de critérios de reciprocidade 
 
1
 Para maiores informações consulte o site do Ministério da Justiça: 
http://portal.mj.gov.br/data/Pages/MJ33FCEB63PTBRIE.htm 
 2 
proporcionará múltiplas entradas no País cada uma não excedentes a 90 dias, prorrogáveis por igual período, 
totalizando 180 dias por ano podendo, também, ser reduzido o prazo de estada do turista (Departamento de Polícia 
Federal). 
 
e) Visto Temporário 
 O visto temporário é concedido àquele que não é turista, mas, também, não vem com intuito de estabelecer-se 
definitivamente no país. Vem por um período longo, determinado e com objetivo específico. 
 Poderá ser concedido aos estrangeiros que venham: 
I- viagem cultural ou missão de estudos: destina-se a pesquisadores de determinado assunto, conferencistas, dentre 
outros. Possui a validade de até 2 (dois) anos, prorrogável por igual período, caso persistam as condições que 
deram ensejo à concessão do visto. 
II - viagem de negócios: para aqueles profissionais que venham ao Brasil para negócios, sem a intenção de imigrar. 
Estadas de até 90 (noventa) dias por ano, porém, sua validade pode ser de até 5 (cinco) anos, dependendo da 
reciprocidade. Pode ser prorrogado, junto ao Departamento de Polícia Federal, antes do seu vencimento. 
III - artistas e desportistas: para estes profissionais que vêm ao Brasil para participar de eventos afins, sem vínculo 
empregatício no País. Válido por até 90 (noventa) dias, pode ser prorrogado junto ao Departamento de Polícia 
Federal, antes do seu vencimento. Lembrando que a instituição que receberá o estrangeiro deve ter a autorização 
prévia do Ministério do Trabalho e Emprego. 
IV - Estudante: para estudantes de cursos regulares (ensinos fundamental, médio, superior, pós-graduação e outros). 
É vedada atividade remunerada, sob pena de multa, notificação ou ainda deportação. Validade de até 1 (um) ano, 
prorrogável por igual período até o fim do curso. O pedido de prorrogação deve ser autuado até 30 (trinta) dias 
antes de o prazo expirar na Polícia Federal local ou no Protocolo Geral do Ministério da Justiça. É importante 
lembrar que o estudante não deve transferir o curso ou instituição diversa daquela que deu ensejo ao visto, caso isto 
ocorra, deverá pleitear novo visto junto às autoridades consulares brasileiras no exterior. 
V - Trabalho: destinado a estrangeiros que venham ao Brasil para exercer suas atividades junto à empresas 
brasileiras. A autorização de trabalho é de competência do Ministério do Trabalho e Emprego necessária para a 
concessão de vistos a trabalhadores estrangeiros. O visto pode ser concedido com validade de até 2 (dois) anos, 
sendo prorrogável por igual período e ainda podem ser transformados em permanentes. 
VI - Jornalista: para correspondentes de jornais, revistas, rádio, televisão ou agência noticiosa estrangeira, cuja 
remuneração provém do exterior e não de empresa brasileira. O visto tem a validade de no máximo 4 (quatro) anos, 
prorrogável por igual período. 
VII - missão religiosa: aplica-se àqueles que viajam com atribuições de ministro de confissão religiosa ou membro 
de instituto de vida consagrada e de congregação ou ordem religiosa. O visto é concedido por até 1 (um) ano 
prorrogável por igual período, findo este prazo poderá pleitear a transformação em permanente. 
 
Visto Permanente 
 Poderá ser concedido ao estrangeiro que pretender se fixar definitivamente no Brasil. A imigração objetivará, primordialmente, proporcionar mão de obra especializada e escassa aos vários setores da 
economia nacional, visando à Política Nacional de Desenvolvimento, em especial, ao aumento da produtividade, à 
assimilação de tecnologia e à captação de recursos para os setores específicos. 
 A concessão do visto permanente poderá ficar condicionada, por prazo não-superior a 5 anos, ao exercício de 
atividade certa e à fixação em região determinada do Território Nacional (o que não caracteriza limitação à 
liberdade individual). 
 Estrangeiro que demonstra intenção de permanecer definitivamente no país - pretende ser um imigrante, poderá 
receber um visto permanente, desde que atenda às condições previstas pelo Estatuto dos Estrangeiros. 
 O visto não estipula limitação temporal. 
 Ressalta-se que determinados vistos necessitam de autorização prévia do Ministério do Trabalho e Emprego, de 
acordo com as regulamentações do Conselho Nacional de Imigração. 
 Transformação de Vistos: os portadores dos vistos Diplomático, Oficial, Temporário V (com contrato de trabalho) 
e temporário VII (missão religiosa) podem pleitear a transformação em permanente. Além disso, o visto 
Diplomático e Oficial podem ser transformados em Temporário I (viagem cultural ou missão de estudos), IV 
(estudante), V (trabalho), e VI (jornalista). 
 O pedido de permanência deve ser protocolado na unidade de Polícia Federal mais próxima do local de 
residência. A carteira de permanente (RNE – Registro Nacional de Estrangeiros) deve ser renovada junto ao 
Departamento de Polícia Federal. 
 
Igualdade de Direitos entre Portugueses e Brasileiros: 
 
A Constituição de 1988 estabeleceu no seu art. 12, I, que aos portugueses com residência permanente no 
Brasil, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo as 
exceções previstas na própria Constituição. 
Atualmente, a reciprocidade entre Brasil e Portugal no que tange à Igualdade de Direitos e Obrigações Civis e 
o Gozo dos Direitos Políticos encontra respaldo no Decreto nº 3.927/2001 que promulgou o Tratado de Amizade, 
Cooperação e Consulta entre os referidos países, celebrado em Porto Seguro/BA em 22/04/2000. 
 3 
O português que se encontrar regularmente no Brasil e pretender obter os benefícios do Estatuto de Igualdade, sem 
perder a nacionalidade originária, poderá pleitear ao Ministro da Justiça: 
 
a) aquisição de igualdade de direitos e obrigações civis, provando, neste caso: 
I. capacidade civil, segundo a Lei brasileira; 
II. residência permanente no Brasil; e 
III. gozo da nacionalidade portuguesa 
 
b) aquisição do gozo dos direitos políticos, comprovando: 
I. residência no território brasileiro pelo prazo de 3 (três) anos; 
II. saber ler e escrever o português; e 
III. estar no gozo dos direitos políticos no Estado de nacionalidade. 
 
Essas exigências são formuladas igualmente aos brasileiros em território português. 
Os direitos e obrigações civis e o gozo dos direitos políticos podem ser requeridos em conjunto, desde que preencha o 
interessado os requisitos exigidos para ambos, ou isoladamente. 
 
 
SAÍDA COMPULSÓRIA DO ESTRANGEIRO DO TERRITÓRIO NACIONAL 
 
O Estatuto do Estrangeiro prevê três distintos institutos, de diferentes características, razões e modalidades, 
para regular a retirada compulsória do estrangeiro do País: deportação, expulsão e extradição. 
 
DEPORTAÇÃO 
 
Deportação “(...) é uma forma de exclusão, do território nacional, daquele estrangeiro que aqui se encontre 
após uma entrada irregular – geralmente clandestina –, ou cuja estada tenha-se tornado irregular – quase sempre por 
excesso de prazo, ou por exercício de trabalho remunerado, no caso de turista” (J. F. Rezek). V. arts. 57 a 64 do 
Estatuto do Estrangeiro 
Deportação, não é um delito que está em causa, mas sim a mera ausência dos requisitos legais para a entrada 
(ingreso clandestine no território brasileiro) ou para a permanência no país (esgotado, por ex., o tempo de permanência 
estipulado em seu visto). 
 
É de providência imediata do Departamento de Polícia Federal e consiste na retirada do estrangeiro que 
desatender à notificação prévia de deixar o País. 
A deportação não impede o retorno do estrangeiro no território nacional, desde que o Tesouro Nacional seja 
ressarcido das despesas efetuadas com a medida, satisfeita, ainda, o recolhimento de eventual multa imposta. 
No que concerne ao destino do estrangeiro, na deportação exige-se apenas que estrangeiro se retire do território 
nacional. 
Não se exige ele se dirija a um país determinado: país de origem ou de procedência do estrangeiro ou para outro que 
consinta em recebê-lo. 
A deportação não pode ser promovida nos mesmos casos em que extradição não é admitida pela lei brasileira. 
O estrangeiro poderá ser dispensado de qualquer penalidade relativa à entrada irregular no Brasil, ou formalidade cujo 
cumprimento possa dificultar a deportação. 
Não sendo exeqüível a deportação imediata, ou quando existirem indícios sérios de periculosidade ou 
indesejabilidade do estrangeiro, proceder-se-á a sua expulsão. 
O estrangeiro, enquanto não se efetivar a deportação, poderá ser recolhido à prisão por ordem do Ministério da Justiça. 
 
Repatriação 
Ocorre quando o clandestino é impedido de ingressar em território nacional pela fiscalização fronteiriça e 
aeroportuária brasileira. A repatriação ocorre a expensas da transportadora ou da pessoa responsável pelo transporte do 
estrangeiro para o Brasil. É repatriado o estrangeiro indocumentado ou que não possui visto para ingressar no País ou 
aquele que apresenta visto divergente da finalidade para a qual veio ao Brasil. 
 
EXPULSÃO 
 
“É o ato político-administrativo que obriga o estrangeiro a sair do território nacional, ao qual não pode mais 
voltar” (Celso D. de Albuquerque Mello). 
V. arts. 65 a 75 do Estatuto do Estrangeiro. 
 
Expulsão é a retirada compulsória de um estrangeiro do território nacional motivada pela prática de um crime 
que tenha cometido no Brasil ou por conduta incompatível com os interesses nacionais. Uma vez expulso, o estrangeiro 
está impedido de retornar ao nosso país, exceto se revogada a Portaria que determinou a medida. 
A expulsão, via de regra, ocorre quando um estrangeiro comete um crime no Brasil e é condenado por sentença 
 4 
transitada em julgado. 
O Processo administrativo para fins de expulsão está regularizado pela Lei n.º 6.815, de 1980. Diz o Estatuto 
do Estrangeiro, Lei n.º 6.815/80, com redação dada pela Lei n.º 6.964/81, em seus artigos 65 e 71: 
“Art. 65 – É passível de expulsão o estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a segurança nacional, a ordem 
política ou social, a tranqüilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo à 
conveniência e aos interesses nacionais." 
 “Art. 71 – Nos casos de infração contra a segurança nacional, a ordem política ou social e a economia popular, assim 
como nos casos de comércio, posse ou facilitação do uso indevido de substância entorpecente ou que determine 
dependência física ou psíquica, ou de desrespeito a proibição especialmente prevista em lei para estrangeiro, o inquérito 
será sumário e não excederá o prazo de quinze dias, dentro do qual fica assegurado ao expulsando o direito de defesa." 
 
Trâmite do processo 
O Juiz que condena o estrangeiro, a Polícia Federal ou o Ministério Público informam o Ministério que o 
estrangeiro cometeu um crime e é autuado o processo administrativo para fins de expulsão. 
Por despacho do Diretor do Departamento de Estrangeiros, é determinada a instauração de inquérito administrativo para 
fins de expulsão. 
O inquérito,visando a expulsão de estrangeiro está regulamentado pelo artigo 103 e parágrafos do Decreto n.º 
86.175/81, tratando-se de procedimento administrativo de colheita de informações que devem ser encaminhadas pela 
Polícia Federal com relatório conclusivo, ao Ministério da Justiça. 
Após recebido o referido inquérito, se este estiver devidamente instruído, é feita a análise de mérito 
objetivando verificar se o expulsando não se encontra amparado pela legislação brasileira tendo se tornado 
inexpulsável. 
Sobre este assunto, convém ressaltar o que já é jurisprudência passiva perante o Supremo Tribunal Federal, 
bem como é o que preceitua o próprio Estatuto do Estrangeiro no seu artigo 75, inciso II, alínea “b” e o § 1º: 
 
“Art. 75 – Não se procederá a expulsão: 
I - ............... 
II – quando o estrangeiro tiver: 
a) cônjuge brasileiro do qual não esteja divorciado ou separado, de fato ou de direito, e desde que o casamento tenha 
sido celebrado a mais de 5 anos; ou 
b) filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa economicamente. 
§ 1º - Não constituem impedimento à expulsão a adoção ou o reconhecimento de filho brasileiro superveniente ao fato 
que a motivar. “ (grifamos) 
Caso se verifique que o estrangeiro é passível de expulsão, é encaminhado um parecer conclusivo ao Ministro 
da Justiça, a quem cabe decidir sobre a expulsão, por delegação do Presidente da República. 
Convém ressaltar que a Portaria expulsória é condicionada, via de regra, ao cumprimento total da pena ou à 
liberação do estrangeiro pelo Poder Judiciário. Para a expulsão ser efetivada, o estrangeiro tem que cumprir a pena ou 
ser beneficiado com o livramento condicional da pena e ser liberado pelo Juiz da Vara de Execuções Criminais. 
Delegação de poder do Presidente da República para o Ministro da Justiça. Nos casos de expulsão o Ministro 
assina uma Portaria Ministerial de Expulsão no uso da competência que lhe foi delegada pelo Presidente da República 
pelo artigo 1º do Decreto n.º 3.447, de 05 de maio de 2000, publicado no D.O.U. do dia 8 do mesmo mês e ano. 
 
Motivos mais freqüentes de expulsão: 
São os crimes relacionados a tráfico de entorpecentes, falsificação e uso de documento público, furto e roubo. 
Retorno ao Brasil de estrangeiro expulso 
 
O estrangeiro não pode mais voltar ao Brasil depois de expulso. É o crime previsto no artigo 338 do Código Penal. 
Quando o estrangeiro assina o termo de expulsão, toma ciência da existência desse embasamento legal. 
 
Pedidos de revogação 
Os pedidos deverão ser endereçados ao Exmo. Sr. Ministro da Justiça e encaminhados ao Departamento de 
Estrangeiros. Deverão estar instruídos e embasados em fatos novos que não foram suscitados quando da tramitação do 
processo administrativo para fins de expulsão. 
 
EXTRADIÇÃO 
 
“Extradição é o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo acusado de fato delituoso ou já condenado como 
criminoso, à Justiça de outro Estado, competente para julgá-lo e puni-lo” (H. Accioly). 
“Extradição é a entrega, por um Estado a outro, e a pedido deste, de indivíduo que em seu território deva 
responder a processo penal ou cumprir pena” (J. F. Rezek). 
 Pressuposto: O processo penal, concluso ou em andamento é conditio sine qua non do pedido de extradição. É 
indispensável que a referida pessoa esteja respondendo a um processo penal ou tenha uma pena a cumprir no estado 
requerente, tal instituto não serve para a entrega forçada de um réu de processo administrativo, um mal contribuinte ou 
alimentante omisso. 
 5 
A extradição é um ato de cooperação internacional que consiste na entrega de uma pessoa, acusada ou 
condenada por um ou mais crimes, ao país que a reclama. 
A extradição pode ser analisada a partir de dois pontos de vista distintos: a extradição ativa, quando o Governo 
brasileiro requer a extradição de um foragido da justiça brasileira a outro país, e a extradição passiva, quando um 
determinado país solicita a extradição de um indivíduo foragido que se encontra em território brasileiro. 
O pedido de extradição não se limita aos países com os quais o Brasil possui Tratado. Ele poderá ser requerido 
por qualquer país e para qualquer país. Quando não houver Tratado, o pedido será instruído com os documentos 
previstos na Lei 6.815, de 19 de agosto de 1980 (Estatuto do Estrangeiro) e deverá ser solicitada com base na promessa 
de reciprocidade de tratamento para casos análogos. 
Atualmente, o Brasil possui Tratados de Extradição em vigor celebrados com 21 (vinte e um) países, além do 
Acordo celebrado entre os Estados Parte do MERCOSUL. 
 
Em relação ao fato, a lei brasileira exige que o delito, motivo do pedido de extradição seja: 
a) considerado crime tanto na legislação do país demandante quanto no ordenamento jurídico brasileiro; 
b) de direito comum e não político; 
c) grave, tendo a lei interna estabelecido como tal aquele delito para o qual a legislação penal nacional impute pena 
privativa de liberdade e o quantum máximo previsto não seja inferior ou igual a um ano; 
d) sujeito à jurisdição penal do Estado requerente; 
e) punível em face do tempo decorrido, ou seja, que não tenha ocorrido a prescrição, em ambos os Estados, o 
requerente e o requerido. 
 
Delitos não passíveis de extradição (Tratado de Paz de Versalhes 1919). 
a)crimes políticos; 
b)delitos de imprensa e delitos contra a religião; 
c)delitos militares ou puramente militares; 
d)delitos contra as leis e costumes da guerra e a ofensa à moral internacional e à santidade dos tratados 
 
Obs.: Crimes políticos: “aqueles que atacam à segurança interna ou externa do Estado, ou a sua própria personalidade”. 
São objetivos – quando levam em conta a natureza do interesse jurídico lesado – ou subjetivos – quando dependem da 
intenção do agente. 
 
A entrega está condicionada ao atendimento de certas condições pelo Estado postulante, devendo este se 
comprometer que: 
a) efetuará a detração, computando o tempo de prisão cumprido no Brasil, 
b) descontando-o da pena aplicada; 
c) converterá uma eventual pena de morte em pena privativa de liberdade; 
d) que não punirá o extraditando por fatos que não estejam no pedido e sejam anteriores a ele; 
e) e que não entregará o extraditando a outro Estado, sem consultar o governo brasileiro. 
 
Procedimento de extradição 
 
Na extradição ativa, o Ministério da Justiça recebe do Poder Judiciário a documentação relativa ao pedido de 
extradição. Cabe ao Departamento de Estrangeiros do MJ realizar a análise de admissibilidade da documentação a fim 
de verificar se está de acordo com o previsto em Tratado ou na Lei 6.815/80. Em caso positivo, o pedido de extradição é 
encaminhado ao Ministério das Relações Exteriores, por meio de Aviso Ministerial, a fim de ser formalizado ao país 
onde se encontra o foragido da justiça brasileira. 
Sendo deferida a extradição pelo país requerido, as autoridades brasileiras deverão retirar o extraditando do 
território estrangeiro no prazo previsto em Tratado, se houver, ou na data estipulada pelo Governo requerido. Caso não 
se promova a sua retirada, o indivíduo poderá ser colocado em liberdade no país requerido. 
Na extradição passiva, a Divisão de Medidas Compulsórias do Ministério da Justiça recebe, por via 
diplomática (Ministério das Relações Exteriores), o pedido de extradição formulado pelo país requerente. Realizada a 
análise de admissibilidade, de acordo com o Tratado, se houver, ou com o Estatuto do Estrangeiro, o pedido será 
encaminhado, por meio de Aviso Ministerial, ao Supremo Tribunal Federal, a quem compete a análise de mérito do 
pedido, conforme previsto no artigo 102, inciso I, alínea “g” da Constituição Federal. 
Sendo deferida a extradição pelo Supremo Tribunal Federal,o país requerente terá um prazo, fixado no Tratado, se 
houver, ou na Lei 6.815/80, para retirar o indivíduo do território nacional. Caso contrário, deverá ser colocado em 
liberdade e o Brasil, na condição de país requerido, não será obrigado a detê-lo novamente em razão de sua extradição. 
No caso de extradição ativa, deferida pelo país requerido, as autoridades brasileiras deverão retirar o 
extraditando do território estrangeiro no prazo previsto em Tratado, se houver, ou na data estipulada pelo Governo 
requerido. Caso não se promova a sua retirada, o indivíduo poderá ser colocado em liberdade. 
 
Pedido de prisão preventiva para fins de extradição 
Em caso de urgência, poderá ser solicitada ao país requerido a prisão preventiva para fins de extradição. Neste 
caso, o pedido de extradição deverá ser formalizado pelas autoridades brasileiras, no prazo previsto no Tratado, se 
 6 
houver, ou no prazo concedido pelo Estado requerido, contados a partir da efetivação da prisão. Caso o pedido não seja 
formalizado, o indivíduo poderá ser colocado em liberdade no país requerido. 
Via de regra, o Ministério da Justiça encaminhará o pedido de prisão preventiva, por via diplomática,com base 
na documentação recebida do Poder Judiciário. Alguns Tratados mais modernos, entretanto, prevêem a possibilidade de 
que a prisão preventiva seja requerida pela via INTERPOL. 
Se o país requerente solicitar ao Governo brasileiro a prisão preventiva para fins de extradição, esta será 
encaminhada, por intermédio do Ministério da Justiça, ao Supremo Tribunal Federal. Caso a prisão preventiva seja 
decretada pela Egrégia Corte, o prazo para formalização do pedido de extradição iniciar-se-á tão logo a Embaixada do 
país requerente seja notificada da efetivação da prisão. 
Caso o pedido não seja formalizado no prazo previsto, o indivíduo será colocado em liberdade, e não se 
admitirá um novo pedido de prisão pelo mesmo fato sem que a extradição seja formalmente requerida. 
 
Diferença entre Extradição e Transferência de Apenados 
A extradição é um ato bilateral que consiste na entrega de uma pessoa, acusada ou condenada por um ou mais 
crimes supostamente praticados no território do país que a reclama. 
A transferência de apenados é uma medida que visa beneficiar os presos estrangeiros, que estão sob a custódia 
da justiça brasileira, possibilitando o cumprimento do restante da pena em seus países de origem, junto a seus familiares 
e compatriotas, facilitando a sua reintegração ao meio social. 
A transferência de apenados será aplicada exclusivamente com os países com os quais o Brasil possua Tratado, 
e será efetivada concomitantemente com a sua expulsão. Os brasileiros que cumprem pena no exterior também recebem 
o mesmo tratamento, uma vez que os acordos exigem a reciprocidade de tratamento. 
 
Diferença entre Extradição e Expulsão 
A extradição difere da expulsão, pois esta visa a retirada compulsória de um estrangeiro, por ato unilateral, 
espontâneo e voluntário de um Estado, quando o indivíduo passa a ser considerado nocivo, constituindo ameaça à 
segurança desse Estado. Normalmente, a expulsão decorre de crime cometido no país que a efetiva. Trata-se, portanto, 
de ato de defesa interna. 
Já a extradição, como já foi dito, decorre de crime cometido no exterior, sendo ato bilateral, baseado em tratado 
ou oferecimento de reciprocidade, visando à cooperação internacional no combate ao crime. 
 
Pode ocorrer expulsão e extradição ao mesmo tempo? 
O artigo 89 da Lei 6.815/80 prevê que “quando o extraditando estiver sendo processado, ou tiver sido 
condenado, no Brasil, por crime punível com pena privativa de liberdade, a extradição será executada somente depois 
da conclusão do processo ou do cumprimento da pena”, exceto quando sua entrega imediata for conveniente ao 
interesse nacional. 
Extinguindo a pena a que o estrangeiro foi condenado no Brasil, ele será submetido simultaneamente às 
medidas compulsórias de extradição e de expulsão. 
Ressalta-se que não será procedida a expulsão de estrangeiro quando esta implicar em extradição indeferida 
pelo Supremo Tribunal Federal. 
 
O estrangeiro, depois de extraditado, pode retornar ao Brasil? 
Nada impede o retorno ao Brasil de estrangeiro já extraditado, após o cumprimento da pendência com a Justiça 
do país requerente, desde que não haja também sido expulso do território nacional. 
 
Depois de expulso, o estrangeiro pode voltar ao Brasil? 
Em caso de expulsão, há impedimento legal de retorno do estrangeiro ao Brasil, configurando o delito previsto 
no art. 338 do Código Penal. 
 
Extradição x transferência 
A extradição consiste na entrega de uma pessoa acusada ou condenada por um ou mais crimes supostamente 
praticados no território do país que a reclama. 
A transferência de pessoas condenadas é uma medida que visa beneficiar os presos estrangeiros, que estão sob 
a custódia da justiça brasileira, possibilitando o cumprimento do restante da pena em seus países de origem, junto de 
seus familiares e compatriotas, facilitando a sua reintegração ao meio social. 
A transferência de pessoas condenadas será aplicada exclusivamente com os países com os quais o Brasil 
possua Tratado, e será efetivada concomitantemente com a respectiva expulsão. Os brasileiros que cumprem pena no 
exterior também recebem o mesmo tratamento, uma vez que os acordos exigem reciprocidade. 
 
ASILO POLÍTICO 
 
Princípio regente das relações internacionais do Brasil, o asilo político encontra-se disposto na CF/88, no art. 
4º,X. O Estatuto do Estrangeiro disciplina a matéria nos arts. 28 e 29 Caracteriza-se por ser o acolhimento, pelo 
Estado, do estrangeiro que o requerer quando perseguido em seu país de origem pela prática de crimes de opinião, por 
motivo de dissidência ideológica ou convicção religiosa e delitos relacionados com a segurança do Estado que não 
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configurem quebra do Direito Penal Comum. 
 
Asilo diplomático: 
 
Quando concedido ao estrangeiro, “alvo de perseguição atual e de natureza política, no recinto de uma missão 
diplomática ou de uma repartição consular estrangeira”. 
A concessão é feita pela representação diplomática brasileira no exterior. 
 
Asilo Territorial ou convencional: 
 
Concedido ao estrangeiro que ultrapassou a fronteira, adentrando no território nacional, requerendo o 
benefício, concedido pelo Ministério da Justiça, pelo prazo máximo de 2 anos, renovável se persistirem as condições 
adversas. 
Se concedido, procede-se ao registro na Polícia Federal, que emite documento de identidade. 
A saída do asilado do país sem a prévia e expressa autorização do Governo brasileiro implicará a renúncia ao asilo e 
impedirá o regresso do estrangeiro nesta condição. 
A saída do asilado do país sem a prévia e expressa autorização do Governo brasileiro implicará a renúncia ao 
asilo e impedirá o regresso do estrangeiro nesta condição. 
Os asilados admitidos no território nacional estão sujeitos, além dos deveres que lhe forem impostos pelo 
Direito Internacional, a cumprir as disposições da legislação vigente e as que o Governo brasileiro fixar. 
 
REFÚGIO 
Desde o início dos tempos há registro de pessoas, às vezes, populações inteiras, que, movidas por perseguição 
política, racial ou étnica, ou tocadas pela guerra, se viram obrigadas a deixar a sua terra natal e a procurar refúgio em 
outras paragens, em busca de proteção e de um recomeço de vida, a salvo dos perigos que as ameaçavam. 
O refúgio é, pois, uma instituição tão antiga quanto a própria humanidade e persiste até os nossos dias, pois os 
homens permanecem feitos da mesma matéria. Perseguições e guerras continuam ocorrendo e até hoje não se inventou 
uma maneira de evitá-las, apesardo formidável nível de progresso que o mundo alcançou. 
No Brasil, a matéria é regulada pela Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997, que criou o Comitê Nacional para os 
Refugiados – Conare. A Lei prevê em seu artigo 7º que: “estrangeiro que chegar ao território nacional poderá expressar 
sua vontade de solicitar reconhecimento como refugiado a qualquer autoridade migratória que se encontre na fronteira, 
a qual proporcionará as informações necessárias quanto ao procedimento formal cabível”. 
Hoje, vivem no Brasil 4.240 refugiados, de 75 diferentes nacionalidades. 
 
Definição 
Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que: 
I - devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões 
políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país; 
II - não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual, não possa ou não queira 
regressar a ele, em função das circunstâncias descritas no inciso anterior; 
III - devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para 
buscar refúgio em outro país. 
Os efeitos da condição dos refugiados serão extensivos ao cônjuge, aos ascendentes e descendentes, assim 
como aos demais membros do grupo familiar que do refugiado dependerem economicamente, desde que se encontrem 
em território nacional. 
Não se beneficiarão da condição de refugiado os indivíduos que: 
 já desfrutem de proteção ou assistência por parte de organismo ou instituição das Nações Unidas que não o Alto 
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados - ACNUR; 
 sejam residentes no território nacional e tenham direitos e obrigações relacionados com a condição de nacional 
brasileiro; 
 tenham cometido crime contra a paz, crime de guerra, crime contra a humanidade, crime hediondo, participado de 
atos terroristas ou tráfico de drogas; 
 sejam considerados culpados de atos contrários aos fins e princípios das Nações Unidas. 
 
Condição Jurídica de Refugiado 
O reconhecimento da condição de refugiado, nos termos das definições anteriores, sujeitará seu beneficiário ao 
preceituado nesta Lei, sem prejuízo do disposto em instrumentos internacionais de que o Governo brasileiro seja parte, 
ratifique ou venha a aderir. 
O refugiado gozará de direitos e estará sujeito aos deveres dos estrangeiros no Brasil, ao disposto nesta Lei, na 
Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados de 1951 e no Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados de 1967, cabendo-
lhe a obrigação de acatar as leis, regulamentos e providências destinados à manutenção da ordem pública. 
O refugiado terá direito, nos termos da Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados de 1951, a cédula de 
identidade comprobatória de sua condição jurídica, carteira de trabalho e documento de viagem. 
 
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Ingresso no território nacional e do pedido de refúgio 
O estrangeiro que chegar ao território nacional poderá expressar sua vontade de solicitar reconhecimento como 
refugiado a qualquer autoridade migratória que se encontre na fronteira, a qual lhe proporcionará as informações 
necessárias quanto ao procedimento cabível. m hipótese alguma será efetuada sua deportação para fronteira de território 
em que sua vida ou liberdade esteja ameaçada, em virtude de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opinião 
política. O benefício previsto neste artigo não poderá ser invocado por refugiado considerado perigoso para a segurança. 
 
Autoridade competente e recurso 
Compete ao Conare decidir em primeira instância sobre cessação ou perda da condição de refugiado, cabendo, 
dessa decisão, recurso ao Ministro de Estado da Justiça, no prazo de quinze dias, contados do recebimento da 
notificação. A notificação conterá breve relato dos fatos e fundamentos que ensejaram a decisão e cientificará o 
refugiado do prazo para interposição do recurso. Não sendo localizado o estrangeiro para a notificação prevista neste 
artigo, a decisão será publicada no Diário Oficial da União, para fins de contagem do prazo de interposição de recurso. 
A decisão do Ministro de Estado da Justiça é irrecorrível e deverá ser notificada ao Conare, que a informará ao 
estrangeiro e ao Departamento de Polícia Federal, para as providências cabíveis. 
 
Decisão 
A decisão pelo reconhecimento da condição de refugiado será considerada ato declaratório e deverá estar 
devidamente fundamentada. Proferida a decisão, o Conare notificará o solicitante e o Departamento de Polícia Federal, 
para as medidas administrativas cabíveis. No caso de decisão positiva, o refugiado será registrado junto ao 
Departamento de Polícia Federal, devendo assinar termo de responsabilidade e solicitar cédula de identidade pertinente. 
 
Recurso 
No caso de decisão negativa, esta deverá ser fundamentada na notificação ao solicitante, cabendo direito de 
recurso ao Ministro de Estado da Justiça, no prazo de quinze dias, contados do recebimento da notificação. Durante a 
avaliação do recurso, será permitido ao solicitante de refúgio e aos seus familiares permanecer no território nacional, 
sendo observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 21 da Lei nº 9.474/97. 
 
Art.21 (...) 
§ 1º O protocolo permitirá ao Ministério do Trabalho expedir carteira de trabalho provisória, para o exercício de 
atividade remunerada no País. 
§ 2º No protocolo do solicitante de refúgio serão mencionados, por averbamento, os menores de quatorze anos. 
 
A decisão do Ministro de Estado da Justiça não será passível de recurso, devendo ser notificada ao Conare, 
para ciência do solicitante, e ao Departamento de Polícia Federal, para as providências devidas. No caso de recusa 
definitiva de refúgio, ficará o solicitante sujeito à legislação de estrangeiros, não devendo ocorrer sua transferência para 
o seu país de nacionalidade ou de residência habitual, enquanto permanecerem as circunstâncias que põem em risco sua 
vida, integridade física e liberdade, salvo nas situações determinadas nos incisos III e IV do art. 3º da Lei n.º 9.474/97. 
 
Art. 3º (...) 
I - já desfrutem de proteção ou assistência por parte de organismo ou instituição das Nações Unidas que não o Alto 
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados - ACNUR; 
II - sejam residentes no território nacional e tenham direitos e obrigações relacionados com a condição de nacional 
brasileiro; 
III - tenham cometido crime contra a paz, crime de guerra, crime contra a humanidade, crime hediondo, participado de 
atos terroristas ou tráfico de drogas; 
IV - sejam considerados culpados de atos contrários aos fins e princípios das Nações Unidas. 
 
Cessação/Perda 
 
Cessará a condição de refugiado nas hipóteses em que o estrangeiro: 
I - voltar a valer-se da proteção do país de que é nacional; 
II - recuperar voluntariamente a nacionalidade outrora perdida; 
III - adquirir nova nacionalidade e gozar da proteção do país cuja nacionalidade adquiriu; 
IV - estabelecer-se novamente, de maneira voluntária, no pais que abandonou ou fora do qual permaneceu por medo de 
ser perseguido; 
V - não puder mais continuar a recusar a proteção do país de que é nacional por terem deixado de existir as 
circunstâncias em conseqüência das quais foi reconhecido como refugiado; 
VI - sendo apátrida, estiver em condições de voltar ao país no qual tinha sua residência habitual, uma vez que tenham 
deixado de existir as circunstâncias em conseqüência das quais foi reconhecido como refugiado. 
 
Perda da condição de refugiado 
Implicará perda da condição de refugiado: 
I - a renúncia; 
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II - a prova da falsidade dos fundamentos invocados para o reconhecimento da condição de refugiadoou a existência de 
fatos que, se fossem conhecidos quando do reconhecimento, teriam ensejado uma decisão negativa; 
III - o exercício de atividades contrárias à segurança nacional ou à ordem pública; 
IV - a saída do território nacional sem prévia autorização do Governo brasileiro. 
 
Os refugiados que perderem essa condição com fundamento nos incisos I e IV serão enquadrados no regime 
geral de permanência de estrangeiros no território nacional, e os que a perderem com fundamento nos incisos II e III 
estarão sujeitos às medidas compulsórias previstas na Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980. 
 
Assistência aos Refugiados 
A integração local dos refugiados é feita por ONGs como as Cáritas Arquidiocesana de São Paulo e do Rio de 
Janeiro que, por meio de convênio celebrado com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados – ACNUR, 
administram os recursos destinados por aquele organismo aos programas referentes à inserção destas pessoas na 
comunidade de acolhida. 
Os refugiados, assim como os solicitantes de refúgio, têm acesso ao SUS e à Educação Pública. 
A identificação profissional é disponibilizada aos refugiados e aos solicitantes, estes até o final da tramitação de seu 
pedido. 
 
Diferencie Asilo Político de Refúgio

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