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CIVIL I AULA 02 PESSOA NATURAL I

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DIREITO CIVIL I (módulo 02) 
1. A PESSOA NATURAL 
Todo ser humano nascido com vida é tratado como pessoa. 
a. Todo ser humano é pessoa pelo simples fato de existir (art. 1° CC) 
Art. 1° CC. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
b. Todos tem a mesma personalidade, pois todos tem a mesma aptidão para ser 
titular de relações jurídicas (art. 5° CF). 
Art. 5° CC. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País 
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes (...). (princípio da isonomia) 
c. A condição humana é irrenunciável. 
Vale salientar, que as expressões pessoa física e pessoa natural são sinônimas, apenas 
com a ressalva que esta (pessoa natural) foi a locução adotada pelo Código Civil, 
enquanto que aquela (pessoa física) foi adotada pelas legislações tributárias. 
1.1. Pessoas reconhecidas pela ordem jurídica: naturais e jurídicas. 
O conceito de que personalidade civil ou personalidade jurídica é a capacidade que as 
pessoas têm de serem titulares de direitos e obrigações. Personalidade não é um 
atributo natural, isto é, não está necessariamente vinculado ao ser humano. Se assim 
fosse, a pessoa jurídica não teria personalidade (item 3). Por isso se diz que a 
personalidade é um atributo jurídico. 
1.2. A personalidade jurídica: modos de aquisição. 
Há duas teorias que buscam estabelecer qual o momento em que se inicia a 
personalidade jurídica: a concepcionista e a natalista. 
1.2.1. Para a teoria concepcionista, a personalidade jurídica se iniciaria no 
momento da concepção, ou seja, quando o espermatozoide se funde ao 
óvulo (há quem defenda que a aquisição da personalidade ocorra algum 
tempo depois, contudo). 
Concepção 
 
 Personalidade jurídica definitiva. 
1.2.2. Para a teoria natalista, a personalidade começa com o nascimento com vida. 
A maior parte dos civilistas entende ser essa a teoria adotada pelo Código 
Civil. Assim, o início da personalidade civil ocorre a partir do momento em 
que a pessoa nasce com vida, encerrando-se na sua morte (art. 2º CC). 
Art. 2° CC. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com 
vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. 
Concepção Nascimento com vida 
 
 Nascituro Personalidade jurídica 
1.2.3. Para a teoria condicional, a personalidade jurídica encontra-se sob condição 
suspensiva, até a ocorrência do nascimento com vida. 
Concepção Nascimento com vida (condição) 
 
 Personalidade jurídica Confirmação da personalidade. 
1.3. Natureza jurídica do nascituro. 
O já mencionado art. 2º CC, em sua parte final, salienta que a lei põe a salvo desde a 
concepção os direitos do nascituro - aquele já concebido, cujo nascimento já se espera 
como fato futuro. O objetivo do Código Civil é, apenas, resguardar preventivamente os 
eventuais direitos que possam ser adquiridos, caso o nascituro nasça com vida. 
Entretanto, se não ocorrer o nascimento com vida, torna-se inoperante a ressalva contida 
no Código Civil. Portanto, o nascituro não é pessoa natural, tem apenas uma proteção 
jurídica. (expectativa de direito) 
1.3.1. Teorias sobre a natureza jurídica do embrião. 
 Embrião é o feto até nove semanas de gestação O ordenamento jurídico 
brasileiro não trata da questão envolvendo o embrião excedentário, isto é, 
aquele não implantado no útero materno, proveniente de fertilização em 
laboratório. Não há consenso na doutrina nacional e internacional no que 
tange à natureza jurídica do embrião humano excedentário. A Lei de 
Biossegurança traça parâmetros de viabilidade do embrião excedentários. 
De acordo com esses parâmetros, o embrião excedentário inviável nunca 
será capaz de gerar vida, portanto, desprovido dessa potencialidade, obtém o 
status de coisa, objeto, podendo ser utilizado nas pesquisas com células-
tronco embrionárias. A seu turno, o embrião excedentário viável é um ser 
que, a princípio, por si só, não tem expectativa de vida, e, portanto, de 
direito, tendo somente potencialidade de vida, já que somente após sua 
implantação no meio adequado, qual seja, o útero materno passa ao status de 
nascituro sendo tutelado pelo direito pátrio. 
1.4. A extinção da personalidade jurídica da pessoa natural (art. 6° a 8° CC). 
Não se admite no ordenamento jurídico a hipótese de morte civil ou qualquer outro 
modo de perda de personalidade jurídica sem a perda da vida. 
Art. 6° CC. A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se 
esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de 
sucessão definitiva (vide art. 22 CC). 
Art. 7° CC. Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de 
ausência: 
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for 
encontrado até dois anos após o término da guerra. 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente 
poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo 
a sentença fixar a data provável do falecimento. 
Art. 22 CC. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver 
notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba 
administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou 
do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. 
Art. 26 CC. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se 
ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão 
os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente 
a sucessão. 
Art. 37 CC. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede 
a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a 
sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas. 
Art. 8° CC. Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se 
podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, 
presumir-se-ão simultaneamente mortos. (comoriência) 
1.2.3. Efeitos da morte: 
∆ Transmissão da herança; 
∆ Extinção da personalidade; 
∆ Término das relações de parentesco; 
∆ Dissolução do vínculo matrimonial ou da união estável. 
1.2.4. Docimasia pulmonar hidrostática de Galeno 
Trata-se de medida pericial, de caráter médico-legal, para verificar se uma 
criança nasceu viva ou morta e, portanto, se chega a respirar. 
Após a respiração o feto tem os pulmões cheios de ar e quando colocados 
numa vasilhame com água, flutuam; não acontecendo o mesmo com os 
pulmões que não respiram. Se afundarem, é porque não houve respiração; se 
não afundarem é porque houve respiração e, consequentemente, vida. Só 
com o nascimento com vida que surge a personalidade jurídica, assim, se a 
criança nasceu com vida adquiriu direitos, como por exemplo, a herança. 
2. CAPACIDADE CIVIL 
2.1. Conceito e distinções. 
A capacidade jurídica é uma medida limitadora ou delineadora da possibilidade de 
adquirir direitos e de contrair obrigações. Capacidade significa a aptidão que a pessoa 
tem de adquirir e exercer direitos. 
A capacidade é a regra, ou seja, pelo Código Civil toda pessoa é capaz de direitos e 
deveres na ordem civil; a incapacidade é a exceção, ou seja, são incapazes aqueles 
discriminados pela legislação (menores de 16 anos, deficientes mentais, etc.). 
2.2. Capacidade de direito ou gozo e capacidade de fato ou de exercício da pessoa 
física. 
A capacidade divide-se em dois tipos: 
a) capacidade de direito ou de gozo: em que a pessoa adquire direitos, podendo ou não 
exercê-los. É a própria aptidão genérica reconhecida universalmente, para alguém ser 
titular de direitos e obrigações. Toda pessoa natural a tem, pela simples condição de 
pessoa. Deflui do próprionascimento com vida. 
b) capacidade de fato ou de exercício: em que a pessoa exerce seu próprio direito. É a 
aptidão para praticar pessoalmente os atos da vida civil, ou seja, é a possibilidade de 
praticar atos com efeito jurídico, adquirindo, modificando ou extinguindo relações 
jurídicas. A capacidade de fato ou de exercício admite gradações: b.1) capacidade plena; 
b.2) incapacidade relativa e b.3) incapacidade absoluta. 
AlexandreBlanco
Realce
 
 Discernimento pleno � Capacidade plena. 
 Discernimento reduzido � Incapacidade relativa. 
 Discernimento ausente � Incapacidade absoluta. 
 
Com isso, podemos concluir que todas as pessoas possuem capacidade de direito ou de 
gozo, mas nem todas possuem a capacidade de fato ou de exercício do direito. Por 
exemplo: os interditados (item 2.4.), as pessoas jurídicas (item 3), etc. 
2.3. Hipóteses legais incapacidade civil: absoluta (art. 3° CC) e relativa (art. 4° 
CC). 
Art. 3° CC. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos 
da vida civil os menores de dezesseis anos. 
Art. 4° CC. São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de 
exercê-los: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos; 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir 
sua vontade; 
IV - os pródigos. 
Depois de fixados os conceitos sobre capacidade absoluta e relativa, vamos 
apresentar as seguintes distinções: 
2.3.1. A incapacidade absoluta acarreta a proibição total do exercício, por si só, do 
direito, portanto gera nulidade do ato jurídico (art. 166, I CC) praticado pelo 
absolutamente incapaz. A incapacidade absoluta é suprida pela 
representação, em que o incapaz não participa do ato, que é praticado 
somente por seu representante legal (item 2.4). 
Art. 166 CC. É nulo o negócio jurídico quando: 
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 
2.3.2. A incapacidade relativa permite que o relativamente incapaz pratique atos 
da vida civil desde que assistido por seu representante legal, A 
incapacidade relativa gera a anulabilidade do ato jurídico (art. 171, I CC), 
que pode, entretanto, ser convalidado (art. 172 CC). 
Art. 171 CC. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o 
negócio jurídico: 
I - por incapacidade relativa do agente; 
Art. 172 CC. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo 
direito de terceiro. 
∆ ATO NULO – é inválido e não surte efeito. ex tunc (retroage até o 
nascimento do ato) 
∆ ATO ANULÁVEL – o ato é válido surte efeito até a sua anulação. ex 
nunc (não retroage, é da sentença em diante) 
AlexandreBlanco
Realce
AlexandreBlanco
Realce
OBSERVAÇÕES 
obs 1: O falido não é incapaz, apenas lhe são impostas restrições à atividade mercantil. 
obs 2: A condenação criminal não implica na capacidade civil. Como pena acessória, o 
condenado pode sofrer a perda de função pública ou do direito à investidura em 
função pública; a perda do pátrio poder, da tutela ou da curatela. 
obs 3: O pródigo pode praticar, validamente e por si só, os atos da vida civil que não 
envolvam o seu patrimônio e não se enquadrem nas restrições mencionadas. 
Pode, assim, casar, dar autorização para casamento dos filhos menores, etc. 
obs 4: A capacidade dos índios é regulada, em nosso país, pela Lei 6.001/1973, que 
dispõe sobre o Estatuto do Índio, proclamando que ficarão sujeitos à tutela da 
União, até se adaptarem à civilização. 
a) índio integrado: é regulamentado pelo CC. É aquele que estuda, assiste TV, tem 
acesso à internet, como qualquer pessoa. 
b) índio não integrado: é tratado como incapaz, mas sua incapacidade é especial e 
possui regras distintas das presentes no CC. Deve ser assistido nos atos da vida 
civil, sob pena de nulidade absoluta. 
2.4. Interdição 
A interdição é um ato judicial que declara a incapacidade real e efetiva de 
determinada pessoa maior, para a prática de certos atos da vida civil, na regência de si 
mesma e de seus bens. Logo, a interdição é a privação legal que determinada pessoa 
sofre no que diz respeito ao gozo e exercício de seus direitos, estando impossibilitada de 
gerir, por si só, sua vida e seus negócios e responder pelos atos que pratica em razão de 
suas limitações, ficando dependente dos cuidados de pessoa legalmente habilitada e 
encarregada destes atos (gerir e responder) por meio de nomeação em processo judicial. 
Vale ressaltar que o art. 1.072 NCPC revogou expressamente os artigos 1.768 a 1.773 
CC, que tratavam da interdição, passando a regular o tema nos arts. 747 a 757 NCPC 
Art. 1.072 NCPC. Revogam-se: 
II - os arts. 227, caput; 229; 230; 456; 1.482; 1.483 e 1.768 a 1.773 CC; 
Art. 747 NCPC. A interdição pode ser promovida: 
I - pelo cônjuge ou companheiro; 
II - pelos parentes ou tutores; 
III - pelo representante da entidade em que se encontra abrigado o 
interditando; 
IV - pelo Ministério Público. 
Parágrafo único. A legitimidade deverá ser comprovada por documentação 
que acompanhe a petição inicial. 
2.5. Emancipação 
Emancipação é a antecipação da capacidade civil a um menor de idade, logo não existe 
emancipação de maior. Com a emancipação o menor pode praticar todos os atos da vida 
civil. Em regra os efeitos da emancipação estão restritos ao direito civil, logo o menor 
emancipado não tem responsabilidade criminal e não pode tirar carteira de habilitação. 
 
Há três espécies de emancipação 
2.5.1. Emancipação por ato voluntário dos pais (art. 5°, inciso I, primeira parte 
CC): Os pais ou de um deles na falta do outro, de um menor de 18 anos, 
completado dezesseis anos, que decidem pela emancipação do menor. Os 
pais que tem esse controle de emancipar seu filho. 
 A emancipação tem que ser concedida por ambos. Se os pais discordarem, 
nesta hipótese a emancipação não é feita. Se o pai que quer emancipar 
insistir na emancipação ele tem que entrar com uma ação judicial contra o 
outro, para que o juiz analise o caso concreto e decida. Só pode a 
autorização de um deles na falta do outro (morte). 
 O filho tem que concordar com a emancipação. Se o filho se opuser a 
emancipação também não se realiza. A emancipação é irrevogável (os pais 
não podem voltar atrás), irretratável. A emancipação o torna capaz no 
direito civil, porém não há mudança no para o direito penal. 
Art. 5° CC A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a 
pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
 I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante 
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por 
sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; 
 Forma: feita através de instrumento publico, ela é uma escritura publica é 
feita por um tabelião de notas. Depois é levada ao registro de pessoas 
naturais e assim é averbada na certidão, RG com a nota da emancipação. 
Essa espécie de emancipação independe de homologação judicial. 
 Efeito: Visa beneficiar o menor. A emancipação não gera direito para os 
menores de 18 anos. Ex. impossibilidade de portar CNH. 
 O pai que emancipa o filho para não pagar pensão, age de maneira ineficaz, 
pois a emancipação é feita em pro do menor e o pai continua tendo a 
obrigação de pagar pensão. 
2.5.2. Emancipação Judicial (art. 5°, inciso I, segunda parte CC): Há 
necessidade de processo judicial. Ocorre quando o menor não tem pais, 
portanto é auxiliado por um tutor. O tutor pode pedir emancipação, porém 
não por ato voluntário. Na emancipação por ato voluntario dos pais, não é 
preciso homologação judicial, mas quando se tem um tutor, é. Por quê? 
 Na emancipação caso parte do pressuposto de afetividade entre os pais e o 
filho, de maneira que os pais autorizem a emancipação conscientemente,para o bem do filho. No segundo caso, pode não haver afetividade entre o 
tutor e o menor e dessa forma, o tutor pode querer se livrar da 
responsabilidade. Sendo a emancipação somente feita se for a favor do 
menor, é necessária a decisão do juiz nos casos de emancipação judicial. 
Art. 5° CC. A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a 
pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
 I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante 
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por 
sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos 
completos; 
2.5.3. Emancipação legal (art. 5 CC, incisos II a V CC): decorre do fato descrito 
pela lei e é considerada automática, pois basta que o fato, descrito nos 
incisos, tenha ocorrido. 
Art. 5° CC. A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a 
pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
II - pelo casamento; 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação 
de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos 
completos tenha economia própria. 
∆ Casamento: pessoas com 18 anos não têm necessidade de autorização dos 
pais, mesmo assim é possível que menores a partir de 16 anos possam casar, 
desde que haja autorização paterna. A autorização para casar permite o 
casamento e após o casamento tem a emancipação automática. A nulidade 
absoluta do casamento, como no caso do casamento bígamo, deixa a 
emancipação inválida. 
∆ Exercício de emprego público efetivo: embora dificilmente a lei admita o 
provimento efetivo em cargo ou emprego público antes dos 18 anos. 
∆ Colação de grau em curso de ensino superior: Situação também de difícil 
ocorrência, para os menores de 18 anos. 
∆ Estabelecimento civil ou comercial ou existência de relação de emprego, 
desde que, em função deles (estabelecimento ou emprego), o menor com 
dezesseis anos completos tenha economia própria. Ainda que venha a ser 
dispensado ou peça demissão, o menor não retorna à situação de 
incapacidade, em respeito ao princípio da segurança jurídica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EMANCIPAÇÃO 
(espécies) 
VOLUNTÁRIA 
Estabelecer 
por conta 
própria 
Colação de 
grau superior 
Concedida pelos 
pais 
Matrimônio 
Emprego 
público efetivo 
JUDICIAL LEGAL 
Concedida por 
sentença e ouvido 
o tutor 
Prevista em lei 
2.4. Suprimento e cessação da incapacidade civil. 
2.4.1. Tutela 
A tutela é um instituto suplementar ao poder familiar, por impossibilidade 
de exercício do poder familiar ou ausência, por suspensão ou destituição, 
ou, ainda, por abandono ou exposição social do filho (art. 1.728 CC). 
Art. 1.728 CC. Os filhos menores são postos em tutela: 
I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes; 
II - em caso de os pais decaírem do poder familiar. 
∆ A tutela tem três finalidades: 
a) cuidado com a pessoa do menor; 
b) administração dos bens do menor; e 
c) representação para atos e negócios da vida civil. 
∆ A tutela tem como características principais: 
i) gratuidade (reembolsos); 
ii) obrigatoriedade; 
iii) indivisibilidade; e 
iv) pessoalidade (intuito personae) 
∆ A tutela tem três modalidades: 
1) tutela testamentária (art. 1.729 CC); 
2) tutela legítima (art. 1.731 CC); e 
3) tutela dativa (art. 1.732 CC). 
Art. 1.729 CC. O direito de nomear tutor compete aos pais, em conjunto. 
Parágrafo único. A nomeação deve constar de testamento ou de qualquer 
outro documento autêntico. 
Art. 1.730 CC. É nula a nomeação de tutor pelo pai ou pela mãe que, ao 
tempo de sua morte, não tinha o poder familiar. 
Art. 1.731 CC. Em falta de tutor nomeado pelos pais incumbe a tutela aos 
parentes consanguíneos do menor, por esta ordem: 
I - aos ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais remoto; 
II - aos colaterais até o terceiro grau, preferindo os mais próximos aos mais 
remotos, e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais moços; em qualquer 
dos casos, o juiz escolherá entre eles o mais apto a exercer a tutela em 
benefício do menor. 
Art. 1.732 CC. O juiz nomeará tutor idôneo e residente no domicílio do 
menor: 
I - na falta de tutor testamentário ou legítimo; 
II - quando estes forem excluídos ou escusados da tutela; 
III - quando removidos por não idôneos o tutor legítimo e o testamentário. 
2.4.2. Curatela 
Inicialmente relembremos que o NCPC revogou parte do CC (arts. 1.768 a 
1.773), no que trata da interdição e curatela. 
AlexandreBlanco
Nota
Magistrado (JUIZ)
AlexandreBlanco
Nota
Parentes consanguíneos.
AlexandreBlanco
Nota
Por testamento dos pais, em caso de falecimento de ambos.
A curatela é um instituto cuja finalidade é cuidar dos interesses das pessoas 
arroladas no art. 1767 CC, em que o magistrado nomeia uma pessoa, 
denominada curador, com a finalidade de administrar os interesses de 
outrem que se encontra incapaz de fazê-lo. 
Art. 1.767 CC. Estão sujeitos a curatela: 
I - aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o 
necessário discernimento para os atos da vida civil; 
II - aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua 
vontade; 
III - os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; 
IV - os excepcionais sem completo desenvolvimento mental; 
V - os pródigos. 
Art. 755 NCPC. Na sentença que decretar a interdição, o juiz: 
I - nomeará curador, que poderá ser o requerente da interdição, e fixará os 
limites da curatela, segundo o estado e o desenvolvimento mental do 
interdito; 
II - considerará as características pessoais do interdito, observando suas 
potencialidades, habilidades, vontades e preferências. 
§ 1° A curatela deve ser atribuída a quem melhor possa atender aos 
interesses do curatelado. 
§ 2° Havendo, ao tempo da interdição, pessoa incapaz sob a guarda e a 
responsabilidade do interdito, o juiz atribuirá a curatela a quem melhor 
puder atender aos interesses do interdito e do incapaz. 
Art. 757 NCPC. A autoridade do curador estende-se à pessoa e aos bens do 
incapaz que se encontrar sob a guarda e a responsabilidade do curatelado ao 
tempo da interdição, salvo se o juiz considerar outra solução como mais 
conveniente aos interesses do incapaz. 
Art. 758 NCPC. O curador deverá buscar tratamento e apoio apropriados à 
conquista da autonomia pelo interdito. 
∆ Temos uma situação especial que é a curatela do nascituro (art. 1.779 CC), 
que vimos é um ser humano concebido, mas ainda não nascido. 
Art. 1.779 CC. Dar-se-á curador ao nascituro, se o pai falecer estando 
grávida a mulher, e não tendo o poder familiar. 
Parágrafo único. Se a mulher estiver interdita, seu curador será o do 
nascituro. 
2.5. Capacidade negocial e Capacidade especial 
Além das capacidades de direito e capacidade de fato há ainda: 
∆ A capacidade negocial é aquela exigida como plus, além da genérica, para a 
realização de atos jurídicos específicos. Exemplo: exige-se que o outorgante 
da procuração particular a advogado, seja alfabetizado. 
∆ A capacidade especial é a exigida para a realização de determinados atos, 
normalmente fora da esfera do Direito Privado. Exemplo: para votar exige-
se que a pessoa tenha 16 anos completos 
2.6.1. Assistência 
A assistência é instituto ligado ao relativamente incapaz. 
a) os pais ou tutor: assistem os maiores de 16 e menores de 18 anos. 
b) o curador: assiste aos pródigos e os que possuem o discernimento 
reduzido, se maiores de 18 anos. 
2.6.2. Representação 
A representação é instituto ligado ao absolutamenteincapaz. 
a) pais: no caso dos menores de 16 anos. Nesse caso dá-se automaticamente, 
o representante não necessita de qualquer ato de investidura ou designação. 
b) tutor: no caso dos menores de 16 anos, se os pais não forem vivos ou 
forem ou tornarem-se incapazes, ou perderem o poder familiar (poder 
parental). É nomeado pelo juiz ou pelos próprios pais. Pode ser parente ou 
qualquer pessoa que goze da confiança do juiz ou dos pais. Não se dá de 
forma automática, ocorrendo por designação judiciária, de um ato judicial, e 
só em função dele é que se legitima a representação. 
c) curador: no caso em que o incapaz possui uma enfermidade ou 
deficiência mental e for maior de 18 anos. 
2.7. A incapacidade e o impedimento. 
A incapacidade não se confunde com o impedimento. No impedimento ocorre a 
vedação à realização de certos negócios jurídicos, como por exemplo, fazer contratos, 
adquirir bens etc. Ex. a lei veda que o leiloeiro e seus prepostos adquiram, ainda que em 
hasta pública, os bens cuja venda estejam encarregados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caso Concreto 01: Maria deu à luz a João em 10 de maio de 2013. No entanto, uma 
fatalidade aconteceu. Emocionado o pai da criança (José) acaba enfartando e morrendo 
em 11 de maio de 2013. No momento do parto, houve dúvida se a criança nasceu com 
vida ou morta. Explique em no máximo cinco linhas porque é fundamental determinar 
se esta criança nasceu com vida ou não e como esta prova poderia ser produzida. 
É necessária a prova da vida da criança para: a) determinar se adquiriu personalidade 
material ou não; b) determinar se será considerada herdeira do pai ou não; c) determinar 
se deve ser realizada a certidão de natimorto (se nasceu morta) ou certidão de 
nascimento e de óbito (se nasceu viva e morreu em seguida). A prova poderá ser 
produzida utilizando-se o exame denominado Docimasia hidrostática de Galeno. 
Questão objetiva 01: Assinale com (V) Verdadeiro e F (Falso): 
(V) O termo personalidade corresponde à aptidão genérica da pessoa natural para 
adquirir direitos e contrair obrigações. 
(F) O nascituro tem capacidade para exercer direitos, devendo ser representado por sua 
mãe até o momento do nascimento. 
(F) A pessoa jurídica não tem personalidade uma vez que esta é uma exclusividade das 
pessoas naturais. 
(V) A concepção determina o início da existência do ser humano, mas não a sua 
personalidade à luz do ordenamento brasileiro. 
(F) A lei brasileira permite a declaração de morte apenas das pessoas em que haja um 
corpo a ser examinado. 
Questão objetiva 02: Quanto à personalidade da pessoa natural, assinale a alternativa 
correta: 
a) Conforme o Código Civil o nascituro não possui personalidade. No entanto, a 
doutrina e a jurisprudência vêm admitindo a possibilidade de lhe conferir 
personalidade material. 
b) Toda pessoa nascida com vida tem personalidade e capacidade de direito (ou de 
gozo). 
c) A capacidade de direito é limitada pelas regras de incapacidade. Assim, por exemplo, 
o maior de 16 e maior de 18 anos não possui personalidade. 
d) O Código Civil ao afirmar que toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem 
civil está afirmando que toda pessoa é dotada de capacidade de exercício (ou de 
fato). 
e) A personalidade é a aptidão específica para ser titular de direitos e de deveres na 
ordem civil. É o pressuposto para a inserção da pessoa na ordem jurídica. 
Caso Concreto 02: As irmãs Rosa, Violeta e Margarida, respectivamente, com 18, 16 e 
14 anos de idade, moram na encantadora cidade de Aracaju, capital do estado de 
Sergipe e estudam bem pertinho de casa, no Colegio Estadual Prof Hamilton Alves 
Rocha, que fica na Av. Marginal Alves Rocha, no Centro. Vendo aproximar-se o mês 
de maio e pretendendo recursos para o presente de sua mãe, dona Dália, aceitam a 
sugestão da irmã mais velha e todas vendem para a Oficina do Alciclei sua bicicletas. 
Como podem ser classificados os negócios jurídicos por cada uma das irmãs, tendo por 
base a capacidade jurídica de cada uma delas? Justifique. 
 
As três irmãs têm capacidade de direito conforme art. 1º CC; mas somente Rosa possui 
a capacidade de fato ou de exercício do direito, por ser maior de 18 anos. A menor de 
16 por ser relativamente capaz e necessitam de um tutor, sendo o ato anulável. E a de 
14 por se absolutamente incapaz tem o ato considerado nulo. Rosa tem capacidade 
negocial. As outras irmãs capacidade especial. 
Caso Concreto 03: José e Maria, durante sua relação, afetiva tiveram um filho, Davi, 
hoje com seis anos de idade. Com o recente fim do relacionamento, Maria procura um 
advogado para que este ajuíze ação de alimentos em face de José com o escopo de obter 
pensão alimentícia somente para seu filho David, já que ela possui meios próprios de 
subsistência. O advogado, então, inicia sua petição da seguinte forma: “Davi da Silva, 
relativamente incapaz, assistido por sua mãe Maria da Silva, domiciliado na Rua da Paz, 
s/n°, vem, por seu advogado ao final subscrito, propor a presente ação de alimentos em 
face de José da Silva, domiciliado na Rua da Paz, s/n° pelos fatos e fundamentos que a 
seguir expõe (...)”. Após a distribuição (ato de dar entrada) da referida petição inicial, 
para começar o processo judicial, determina o juiz da vara de família que seja emendada 
(corrigida) essa petição inicial. Responda às questões seguintes, justificando-as. 
a) Davi da Silva é incapaz? Em caso positivo, qual a espécie de incapacidade o atinge? 
 Sim, incapacidade absoluta. 
b) O juiz determinou que a petição inicial do advogado fosse emendada, ou seja, 
corrigida. Que erro cometeu o advogado? Faça a correção necessária. 
 “Davi da Silva, absolutamente incapaz, representado por sua mãe Maria da Silva, 
domiciliado na Rua da Paz, s/n°, vem, por seu advogado ao final subscrito, propor a 
presente ação de alimentos em face de José da Silva, domiciliado na Rua da Paz, s/n° 
pelos fatos e fundamentos que a seguir expõe (...)” 
c) O instituto da incapacidade tem por finalidade punir o incapaz por sua falta de 
discernimento e pelos prejuízos que pode causar à sociedade em razão dela? Em caso 
negativo, qual seria então o escopo do instituto? 
 Não. Característica da incapacidade visa proteger ao próprio incapaz. Ao contrário 
tem o intuito de protegê-lo da sociedade pusilame, ameaçadora, inclusive dos pais do 
menor. 
Questão objetiva 03: Analise as duas afirmações e marque a opção correta. 
I- Ao nascer com vida, adquire-se capacidade de fato 
 PORQUE 
II- A capacidade de direito somente se adquire com a ocorrência das hipóteses do art. 5º 
CC, ou seja, quando se pode exercer plenamente o direito. 
a) se as duas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
b) se as duas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
c) se a primeira é falsa e a segunda é verdadeira. 
d) se a primeira é verdadeira e a segunda é falsa 
e) se as duas são falsas. 
Caso Concreto 04: Jovenal, prestador de serviços em Curitiba, após troca de e-mails 
com informações sobre o serviço (via Internet) com Maria (residente em Colombo, 
região metropolitana de Curitiba) apresenta-lhe on-line (também via 
Internet/Messenger) proposta para realizar pintura de sua residência, indicando o preço 
que cobraria pela empreitada e o material necessário. Responda as questões abaixo: 
a) Pode-se afirmar que houve negociação preliminar? Se afirmativa a resposta, de que 
forma? 
 Sim, houve negociação preliminar. A forma usada foi a virtual, através de e-mails. 
b) A proposta feita on-line por Jovenal vincula? Justifique sua resposta e destaque, em 
caso afirmativo, o que significaria a obrigatoriedade da oferta. 
 Sim, a proposta feita on-line vincula, com base no art. 428 CC, pois trata-se de uma 
proposta entre presentes.c) Qual o prazo de validade da oferta feita por Jovenal? 
 Não há prazo. Se não houve proposta imediatamente após a proposta, acabou o 
vínculo e está liberado da proposta. 
d) Em que momento poderia ser considerada aceita a proposta e formado finalmente o 
contrato? 
 No momento da aceitação. 
e) Identifique o lugar da celebração do contrato. 
 No local onde foi feito a proposta. Art. 435 CC. 
Questão objetiva 04: (TJSC - Juiz Substituto - 2010) Assinale a alternativa correta: 
I. A liberdade de contratar é exercida em razão e nos limites da função social do 
contrato. No sistema do Código Civil, quando há no contrato de adesão cláusulas 
ambíguas ou contraditórias, nem sempre adota-se a interpretação mais favorável ao 
aderente. Contudo, nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a 
renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. 
II. É nulo o negócio jurídico quando: celebrado por pessoa absolutamente incapaz; for 
ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; o motivo determinante, comum a 
ambas as partes, for ilícito; tiver por objetivo fraudar lei imperativa; derivar de erro, 
dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. O negócio jurídico 
nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso de tempo. 
III É lícito aos interessados prevenir ou terminar o litígio mediante concessões mútuas. 
A transação, se recair sobre direitos contestados em juízo, será feita por escritura 
pública ou por temo nos autos, assinado pelos transigentes e homologado pelo juiz. 
IV O texto do Código Civil contempla, sempre que necessário, cláusulas gerais. As 
cláusulas gerai conferem ao sistema jurídico flexibilidade e capacidade de 
adaptação à evolução do pensamento e do comportamento social e importam em 
avançada técnica legislativa de enunciar, através de expressões semânticas 
relativamente vagas, princípios e máximas que compreendem e recepcionam a mais 
variada sorte de hipóteses concretas de condutas tipificáveis, já ocorrentes no 
presente ou ainda por realizarem no futuro. 
 
 
a) Somente as proposições I e II estão incorretas. 
b) Somente as proposições III e IV estão incorretas. 
c) Somente as proposições I e III estão incorretas. 
d) Somente as proposições I , II e IV estão incorretas. 
e) Todas as proposições estão incorretas. 
Questão objetiva 05: (MPE-PR - 2009 - adaptada) Sobre a formação e interpretação 
dos contratos, podemos afirmar: 
a) A função social do contrato e o princípio da boa-fé objetiva não constituem 
limitadores da liberdade de contratar, quando presentes na relação jurídica, como 
partes, pessoas capazes agindo no exercício de sua atividade profissional. 
b) Pode-se revogar a oferta ao público, pela mesma via da sua divulgação, desde que 
ressalvada essa faculdade no instrumento que contemple a oferta realizada. 
c) Somente quando evidenciada uma relação de consumo, é possível sustentar o 
princípio da interpretação mais favorável ao aderente, em sede de contrato de 
adesão. 
d) No caso de contrato de adesão firmando tendo como partes duas pessoas capazes, 
agindo no exercício de sua atividade profissional, é válida a cláusula de renúncia 
antecipada do aderente, mesmo quando se trate de direito resultante da natureza do 
negócio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caso concreto 05: Famosa atriz vai a uma praia badalada na localidade de Búzios, no 
fim de semana e resolve retirar a parte de cima do biquíni, fazendo topless. No local 
encontrava-se um fotógrafo da revista Famosos que tirou uma foto daquela, publicando-
a na referida revista semanal. Ingressa a atriz com um pedido de indenização por dano 
moral, argumentando ter havido dano à sua imagem com lesão ao direito da 
personalidade. Responda as seguintes questões: 
a) Qual o conceito de direito da personalidade? 
b) Quando os direitos da personalidade colidem com direitos patrimoniais qual a 
solução jurídica para o conflito? 
c) Para serem reconhecidos pelo ordenamento necessitam de expressa previsão legal? 
d) Poderíamos afirmar que na hipótese do caso concreto houve violação do direito da 
personalidade em razão da divulgação da foto da atriz na revista? Em caso de 
positivo, qual teria sido? 
e) A proteção ao direito à privacidade é compatível com a prática pelo titular da 
imagem de indevida exposição pública? 
TEXTO BASE: Vinicius Sampaio se submeteu à cirurgia para mudança de sexo, como 
forma eficaz de tratamento da síndrome transexual, adequando seu sexo biológico ao 
psicológico. Após a realização da cirurgia formula pedido de retificação de 
assentamento no Registro Civil, pretendendo a alteração de seu prenome para Valéria da 
Silva e da referência ao sexo para a forma "feminino". Pergunta-se: 
Questão objetiva 06: Os nomes da pessoa humana e da pessoa jurídica gozam de 
proteção legal? 
a) O Direito brasileiro não previu a proteção ao nome. 
b) Gozam de proteção legal, estando a mesma prevista em lei. 
c) Apenas o nome da pessoa humana goza de proteção legal. 
d) Apenas o nome da pessoa jurídica goza de proteção legal. 
Questão objetiva 07: No Direito brasileiro há previsão legal para a troca do nome? 
a) Apenas para a hipótese de nome que exponha ao ridículo. 
b) Somente para a hipótese de erro de grafia. 
c) Exclusivamente em razão da vontade do titular até um ano depois em que completar a 
maioridade. 
d) Para diversas hipóteses previstas na Lei 6.015/73. 
Questão objetiva 08: Poderá ser realizada a troca do nome e do sexo junto ao Registro 
Civil no caso relatado? 
a) A jurisprudência é controvertida nesta hipótese. Alguns entendem ser possível com 
fundamento no princípio da dignidade da pessoa humana, e outros não acham 
possível em razão da ausência de previsão legal. 
b) A posição da jurisprudência é unânime no sentido de denegar o pedido. 
c) A posição da jurisprudência é unânime no sentido de autorizar o pedido. 
d) A alteração só poderá ser realizada se o pedido for feito pelo médico que realizou a 
cirurgia. 
Caso concreto 06. Quando voltava de sua escola, Pedro,com quatorze anos de idade, 
foi abordado por um rapaz que lhe oferecia a oportunidade de fazer um curso gratuito de 
inglês, apenas pagando o material didático. Pedro assinou o contrato e, quinze dias 
depois, chegou em sua casa o primeiro boleto para pagamento deste material. Na 
qualidade de advogado dos pais de Pedro, qual sua orientação? Fundamente. 
Caso concreto 07. Ana, com 16 anos de idade, aproveitou que seus pais estavam fora 
da cidade e, juntamente com duas amigas, comprou passagens de ida e volta de ônibus 
para Argentina. Quando os pais de Ana retornaram, contrataram advogado que ajuizou 
ação para reaver os valores que a Ana gastou com a passagem. Na qualidade de juiz, 
como você decidiria o caso? Fundamente 
SIMÃO, José Fernando, Responsabilidade civil do incapaz, São Paulo, Atlas, p. 9-48. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Efeitos da representação 
O representado assumirá integral e exclusivamente os ônus e obrigações 
advindas do negócio. 
Pouco importa quem constituamos como nossos delegados, se queremos 
comprar uma casa, e 
constituímos Chicó ou João Grilo como nossos procuradores. Suponham uma 
negociação de 
Direito Civil 24/03/09 http://notasdeaula.org/dir3/direito_civil2_24-03-09.html 
1 de 6 23/12/2010 12:48 
compra e venda: o comprador não paga; pode o sujeito que vendeu pode entrar 
contra Chicó ou 
João Grilo, que são seus procuradores? Negativo, pois o negócio foi feito por 
representação, o 
que significa que o representado assume todos os riscos e ônus produzidos pela 
relação. A 
palavra-chave para evitar confusão é que o representante só poderá agir dentro 
de seus poderesconferidos no dispositivo. 
Outra situação: Seu Vicentão passa uma procuração para Eurico, expressa e 
clara, para alugar 
sua casa. Eurico, o representante de Seu Vicentão, se engana e vende o imóvel. 
Vicentão é 
obrigado a honrar esse compromisso? Não, pois o compromisso, expresso, só 
delegava a Eurico, 
o delegado, poderes para alugar, não para vender. Daí a importância de se 
elaborar 
documentos claros de procuração. É bom que percamos um tempo extra para 
detalhar, ao 
máximo possível, quais são os poderes dados ao representante. No negócio de 
compra e venda 
acima, se a procuração não fosse clara a expressa, no sentido de prever os 
poderes de Eurico em 
relação a Seu Vicentão, este estaria obrigado a honrar o compromisso pois o 
comprador estaria, 
a princípio, agindo de boa-fé. 
Vimos também algumas questões práticas sobre a representação e a dor de 
cabeça de quem não 
tem cuidado em relação a quem passar uma procuração, ou mesmo se esquecer 
que um dia o 
fez. 
Seguindo, também vimos que há a possibilidade de haver a delegação de 
poderes. Ela, a rigor, é 
permitida na representação voluntária apenas. Chamamos isso de 
substabelecimento de 
procuração. 
Isso fica muito patente quando analisamos os contratos de gaveta. São comuns 
em negócios de 
financiamento habitacional. 
Representação em causa própria 
É possível a representação em causa própria? Sim. Em que condições? Se 
houver poderes 
expressos em procuração. Vimos isso tanto na parte de representação quanto no 
art. 685 do 
Código Civil. Apesar de curioso e peculiar, não é ilícito nem impossível 
juridicamente que 
tenhamos uma pessoa agindo como representante de uma parte e figurar, ao 
mesmo tempo, 
como a parte interessada num negócio realizado pelo seu próprio representado, 
como um 
contrato de compra e venda. Como um artista que não tem habilidade para 
manusear dinheiro e 
fazer negócios que constitui um representante para vender suas obras. E se o 
próprio 
representante se interessar pelas obras? Ele aparecerá, no contrato de compra e 
venda, como 
vendedor (assinando em nome de seu representado) e como comprador 
(assinando em seu 
próprio nome). 
Se houver conflito e o negociante fizer negócio consigo mesmo, o negócio pode 
ser discutido e 
sua anulabilidade pode ser buscada e, numa eventualidade de êxito, esse 
negócio seria desfeito. 
Agora veja: havendo conflito de interesses entre representante e representado, o 
negócio será 
necessariamente anulado? Não. ¹ O que tem que ser olhado? A boa-fé do agente 
com o qual se 
está contratando. Art. 119: 
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses 
com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele 
tratou. 
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da 
cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste 
artigo. 
Direito Civil 24/03/09 http://notasdeaula.org/dir3/direito_civil2_24-03-09.html 
2 de 6 23/12/2010 12:48 
O prazo para a anulação dos negócios está no parágrafo único: 180 dias a contar 
da conclusão 
do negócio. Depois veremos como se conta esse prazo decadencial, que não pode 
ser 
interrompido. 
Observação: a procuração vem antes do substabelecimento. Este é uma 
circunstância acessória. 
Modalidades de negócios jurídicos, elementos acessórios ou elementos 
acidentais 
Agora vamos à última matéria de nossa primeira prova. 
Quando falamos em negócios jurídicos, estávamos falando nos negócios puros e 
simples. São os 
que devem respeitar puramente o plano de sua existência e o de sua validade. O 
que eles 
requerem mesmo? Vontade livre, espontânea, declarada de boa-fé, agente 
capaz, objeto e forma 
(essa última se for o caso). O negócio que é eficaz apenas com esses requisitos é 
chamado 
negócio puro e simples. Entretanto, o ser humano é criativo, e não se contenta 
com pouco. Logo, 
cedo ou tarde, pode haver um desejo, uma inquietação de vontade das partes de 
tal forma que 
elas possam criar circunstâncias diferenciadas. Elas colocam, portanto, uma 
condição, um 
termo ou um encargo. 
Quando formos advogados, alguém poderá chegar em nosso escritório e dizer: 
“doutor(a)”, meu 
pai tem 58 anos, tem um patrimônio de R$ 4 milhões, somos 3 filhas e o que 
aconteceu foi que 
ele se apaixonou pela secretária do dentista. A jovem tem apenas 19 anos, posou 
na Playboy, e 
agora ele está encantado, quer se casar com ela, e estamos com medo! Ela não 
concorda com a 
separação de bens. Ele, por outro lado, acha que vai ser uma prova de amor 
casar pela 
comunhão parcial de bens. Doutor, é possível criar alguns elementos para esse 
negócio jurídico 
chamado casamento? Podemos, por exemplo, estipular que se ela o trair, ela não 
terá direito a 
nada da meação? Como faremos isso por escrito? Onde fica registrado o pacto 
antenupcial?” 
O pacto antenupcial é um negócio jurídico que existirá se houver vontade 
nupcial; será um 
negócio válido do ponto de vista fático, já que ambos são maiores, sem 
impedimentos de ordem 
mental, portanto não pode haver incapazes na jogada; o objeto é lícito, possível 
e determinado. 
Tem uma forma que é exigida em lei? Sim, ele tem que ser feito em cartório, a 
portas abertas, 
com a presença de testemunhas. “É possível, então, que de alguma maneira 
coloquemos isso?“ – 
perguntam as apreensivas filhas. Sim. “Mais que isso:” – continuam – 
“poderíamos, se meu pai 
assim desejar, colocar uma condição para ela que, quando eles casarem, ela terá 
de fazer 
prestação sexual a ele três vezes por semana?” Sim, também é um objeto lícito, 
possível e 
determinado. Então, notando a complicada situação da família, o advogado 
ainda propõe um 
artifício para a segurança: estabelecer que o pai deverá depositar, ao final de 
cada ano, R$ 100 
mil na conta da esposa desde que ela não o tenha traído naquele ano. 
Isso aí vem da criatividade do ser humano? Quantos e quantos casamentos não 
têm nada e 
condição e encargo? A condição aqui foi a ocorrência de traição, que é um 
evento futuro e 
incerto, e o encargo, que envolve uma obrigação, é de pagar R$ 100 mil anuais. 
Algo que gostaríamos de frisar: apesar de acessório e “supérfluo”, que não 
precisaria estar 
presente para que o negócio existisse ou fosse válido, uma vez estipulado pelas 
partes o 
elemento acidental tem observância obrigatória. Esse pacto antenupcial não 
vincula o 
casamento; o casamento não precisa do pacto antenupcial para existir; mas, 
uma vez 
expressadas as vontades das partes, elas passam a ser obrigatórias. Portanto, 
cuidado: por mais 
que seja uma circunstância acessória, ela será obrigatória. 
Quais são as modalidades de negócio jurídico? 
Direito Civil 24/03/09 http://notasdeaula.org/dir3/direito_civil2_24-03-09.html 
3 de 6 23/12/2010 12:48 
1. Condição 
2. Termo ou prazo 
3. Encargo. 
Vamos ver o encargo na quinta-feira. Concentremo-nos na... 
Condição 
Ela é conhecida por nós e pelo próprio senso comum já que usamos muito a 
partícula "se". Ao 
usarmos o “se”, concordam que estamos falando de uma possibilidade? E mais 
logicamente: não 
é que ela pode ou não acontecer? Se acontecer, quando acontecerá? Num futuro, 
não no 
passado ou no presente. Então as características de toda condição é se que trate 
de um evento 
futuro e incerto. Algo que pode ou não acontecer. Muitas das vezes, portanto, 
estamos diante de 
um negócio jurídico que joga com a sorte. Os eventos podem estar associados à 
mera 
possibilidade, à verossimilhança ou probabilidades. 
Vejam uma situação verossimilhante ¹: um sujeito é proprietário de um 
apartamento 
desocupado em Camboriú – SC. Na época em que estava na moda passar o 
verão lá, ele poderia 
alugar seu apartamento por um valor acima da média do mercado. Como 
atrativo, ele coloca no 
anúncio: “aluga-seapartamento em Camboriú por temporada de 15 dias; se 
chover por 12 ou 
mais dias em que você estiver morando, o preço do aluguel é reduzido em 90%!” 
Notem que 
estamos falando em evento futuro e incerto, que é a chuva. A chuva é uma 
desagradável 
possibilidade para quem faz esse investimento. Então, nesse negócio, a chuva 
seria a condição: 
“se chover por 12 ou mais dias enquanto o locatário estiver morando no 
apartamento, o aluguel 
será reduzido em 90%." 
O inquilino e o proprietário acertaram que o valor do arrendamento seria de R$ 
4.000,00. 
Entretanto, se a condição se verificar, ele cairá para apenas R$ 400,00; em 
outras palavras, 
dizemos que a obrigação, que era de pagar 4 mil reais, foi reduzida para o valor 
de 400 reais. 
Essa condição é suspensiva ou resolutiva? Para saber, veja sempre: o direito já 
foi adquirido? 
"Pera lá, de que direito você está falando?" Na perspectiva do inquilino, ele deve 
aguardar para 
ver se de fato choverá no período em que ele estiver ocupando o apartamento; 
nesse caso, 
ele adquirirá o direito de pagar menos, ou então dizemos que ele conquistará o 
direito ao 
desconto. Como o direito não foi conquistado ainda, temos uma condição que 
suspende o 
direito, portanto, suspensiva. 
Outro exemplo: um homem esperançoso chega para uma linda mulher e diz: 
“vou te pagar uma 
grana, por dia, até você se você casar. Cem reais, tá?” Portanto, ele não quer que 
ela se case e 
está maquinando algo para influenciar a vontade da moça. Pode o sujeito fazer 
isso? No dia em 
que ela casar, o direito que ela tinha de diariamente receber R$ 100,00 se 
extingue. É, portanto, 
uma condição extintiva ou resolutiva, que vem de resolver, acabar. Quando 
ocorre, ela cessa 
um direito. 
Causas de invalidade do negócio jurídico 
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: 
I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas; 
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; 
III - as condições incompreensíveis ou contraditórias. 
Direito Civil 24/03/09 http://notasdeaula.org/dir3/direito_civil2_24-03-09.html 
4 de 6 23/12/2010 12:48 
O objeto lícito não é somente aquele que está conforme a lei, mas também não 
atente contra a 
moral e os bons costumes. Não se pode, portanto, propor a alguém: "vou lhe dar 
R$ 5,96 por 
dia para se manter fora da escola, porque quero que você não estude nunca." É 
um objeto 
possível, determinado, celebrado entre capazes a não ser que haja um menor 
envolvido, e não 
tem forma exigida por lei. Esse negócio, entretanto, esbarra no critério da 
licitude por ser 
imoral. 
A condição não pode ser contraditória, impossível ou incompreensível. Pode-se 
propor a um 
homem que gere um filho em troco de um dinheiro, mas não se pode exigir, por 
exemplo: "se o 
filho for gerado em seu ventre, você ganha um adicional de R$ 3,24." Ora, 
homem não pode 
ficar gestante. É uma condição impossível e, se não fosse, seria ainda 
contraditória: isso é jogar 
com elementos que atentam contra a lógica e a racionalidade. 
As condições, portanto, são elementos acidentais que vinculam o nascimento ou 
extinção de 
direitos. 
O professor gosta de cobrar condição em problemas. É bom que treinemos bem 
a identificação 
de condições, diferenciar de termos e encargos, e identificar os dois tipos de 
condição em 
situações concretas. 
Condição suspensiva, portanto, é aquela que suspende a aquisição do direito até 
a ocorrência do 
evento previsto, que pode ou não acontecer. Como o acordo para Sitonho tomar 
dinheiro 
emprestado do Tenente para apostar na corrida de cavalos. Até ocorrer o 
sorteio, o dono do 
dinheiro, que cedeu a quantia, não tem o direito de receber. Está no art.125. 
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, 
enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa. 
E há também a condição resolutiva, por outro lado, que está no art.127: 
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio 
jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido. 
Veja que estamos usando o mesmo prisma do objeto negocial. A mesma regra 
vale para a 
condição: deve ser lícita, possível, determinada ou determinável. Também, não 
poderá ser 
puramente potestativa nem incompreensível ou contraditória. Potestativa: 
potestas quer dizer 
"poder", em latim. Essa potestividade, ou capacidade potestativa, é de 
concentrarmos em nossas 
mãos toda a decisão em torno do negócio. Então voltamos à regra proibida 
evidente no 
exemplo: "lhe darei R$ 490,00 para pintar esta parede, e te darei um adicional 
de R$ 128,63 se 
eu quiser." Quando impomos uma condição do tipo “se eu quiser” ou “quando 
eu quiser”, 
removemos a característica de futuro incerto. Não são, portanto, admitidas 
condições com essa 
característica, as chamadas cláusulas "puramente potestativas". Cuidado 
também com as 
simplesmente ou meramente potestativas, que são admitidas. "Bicho" de 
futebol: salário extra, 
ou compensação dada aos jogadores para fazer o que já devem: gols. "Se tu 
marcares três ou 
mais gols na partida contra o Brasiliense, ganharás R$ 300.000,00." A 
puramente potestativa, 
que é a proibida, é quando se coloca nas mãos de apenas uma das partes o poder 
de decisão. 
Art.122: 
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública 
ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo 
efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes. 
Aprendemos que a lei não retroage “salvo para beneficiar o réu”. Cuidado com 
essa afirmativa. 
Primeiramente, ficamos acostumados com a idéia de que lei alguma retroagirá 
salvo neste caso, 
Direito Civil 24/03/09 http://notasdeaula.org/dir3/direito_civil2_24-03-09.html 
5 de 6 23/12/2010 12:48 
mas esquecemos da palavra “penal” escrita no inciso XL do art. 5º da 
Constituição: 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
Então temos, aqui, mais uma hipótese em que a lei retroage. Note que nada aqui 
é da esfera 
penal. É possível a lei retroagir quando for para a ratificação de contrato 
celebrado por 
relativamente incapaz. Exemplo: um jovem assinou um contrato quando ainda 
tinha 17 anos, 
portanto quando era relativamente incapaz, e, ao completar 18 anos, para dar 
validade ao 
negócio, ele ratifica o instrumento, convalidando-o. Até então, o negócio era 
anulável. Ao se 
ratificar com assinatura após os 18 anos, os eventuais efeitos gerados pelo 
negócio até tal 
momento, que tenham sido objeto de questionamento judicial por algum 
interessado, são 
convalidados retroativamente à data da assinatura do contrato quando o sujeito 
tinha 17 anos. 
Já que a condição trata de um evento incerto, o Código tomou o cuidado com a 
seguinte 
situação: e se esse evento incerto, como a sorte ou a Natureza contar com uma 
“ajudinha” da 
parte interessada? Vejamos: Padre João importa medicamentos da Holanda 
usando um navio. 
Se a embarcação chegar mais cedo do que o pactuado, ficou acertado com o 
comprador que este 
lhe pagará mais. Depois que o navio já está em viagem, o comprador percebe 
que Pe. João está 
indo bem, com tripulação trabalhando em três turnos, e também dando sorte de 
pegar boas 
condições climáticas pela rota. Severino, o sujeito com quem João fez negócio, 
resolve sabotar o 
navio. Numa situação como essa, em que o agente influencia a ocorrência, o 
Código prevê: 
Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento 
for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário, 
não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu 
implemento. 
Logo, a negociação surtirá efeito apesarda sabotagem, desde que Padre João 
prove que a 
interceptação de piratas foi obra de Severino. Observando a parte final do 
artigo, também 
pode-se considerar não-ocorrida caso o velho que se casara com a jovem resolva 
sabotar o pacto 
de R$ 100.000,00 anuais contratando alguém para dar em cima dela, tentando-
a à traição. 
Art.130 e atos de conservação 
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, 
é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo. 
Apesar de se tratar de direito pendente de condição (direito eventual), o Código 
Civil resguarda 
a possibilidade do interessado agir antes de adquirir o direito. 
Se alguém notar que estão ocorrendo coisas que podem pôr em risco o direito 
futuro, o Código 
autoriza que aquele titular de direito eventual possa tomar determinadas 
atitudes. Claro que ele 
não pode vender o que não é seu, mas pode contar com um direito eventual. 
Portanto, somente para conservá-lo, mantê-lo afastado de quaisquer riscos. 
Direito eventual = 
expectativa de direito.

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