Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO CIVIL I (módulo 03) 1. PESSOA NATURAL Os principais elementos individualizadores da pessoa natural são: nome civil (item 1.1); registro civil (item 1.2) e estado civil (item 1.3). 1.1. NOME CIVIL – (art. 16 a 19 CC e artigos pertinentes da Lei 6.015/73 – Lei de Registros Públicos ou LRP) É a designação pela qual se identificam e distinguem as pessoas naturais, nas relações concernentes ao aspecto civil da sua vida jurídica. É o principal elemento identificador dos indivíduos no seio social. O nome civil é matéria de ordem pública e tem proteção legal é um direito da personalidade. Art. 16 CC. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. Art. 17 CC. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. Art. 18 CC. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. Art. 19 CC. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. Art. 55 Lei 6.015/73. O assento do nascimento deverá conter 4º o nome e o prenome, que forem postos à criança; 1.1.1. Elementos componentes do nome civil: ∆ Prenome: É o nome próprio ou nome de batismo, escolhido pelos pais por ocasião do registro de nascimento, para individualizar seu portador. Pode ser simples (Adilson, Camila) ou composto (Michel Cezar, Ana Carolina) (art. 55 da LRP). ∆ Sobrenome (ou patronímico, apelido de família ou nome de família): É o segundo elemento fundamental do nome civil e serve para indicar a procedência da pessoa, sua estirpe. Ele não pertence à pessoa determinada e sim, a todos os membros de uma família. O patronímico será simples quando provir apenas do sobrenome materno ou paterno e composto quando provir de ambos. ∆ Agnome: É o sinal que se acrescenta ao nome completo para distingui-lo de outros parentes que possuam o mesmo nome. São bastante comuns os agnomes Filho, Júnior, Neto e Sobrinho. Temos ainda outros identificadores sociais da pessoa natural: ∆ Cognome (ou apelido, epíteto, alcunha, hipocorístico): É a forma pejorativa ou afetiva de identificar uma pessoa. ∆ Pseudônimo: normalmente utilizado no meio artístico ou literário para ocultar sua verdadeira identidade e ao mesmo tempo identificar sua personalidade. O pseudônimo, assim como o nome verdadeiro, goza da proteção da lei (art. 19 do Código Civil). Exemplo: Doutor Miguel Reale Júnior Axiônimo Prenome Cognome Agnome Designação de forma cortês 1.1.2. Características principais do nome civil: ∆ Inexpropriável: o nome identifica a pessoa na sociedade e, por isso, não poderá ser expropriado, ainda que por interesse público. Tal ato desfiguraria a própria personalidade do indivíduo. ∆ Imutabilidade (relativa) do nome: Os artigos 58 e 59 da Lei 6.015/73 assegura a imutabilidade (relativa) do nome e do prenome. Inobstante, não se trata de dogma absoluto, haja vista a existência da outras possibilidades, previstas ou não em lei, capazes de propiciar a sua alteração. 1.1.3. Alteração do nome civil ∆ Em relação ao prenome: a) Quando expuser o titular ao ridículo ou a situação vexatória, bem como se tratando de nome exótico (art. 56 pu Lei 6.015/73 c/c ); b) Havendo erro gráfico evidente caracterizado por equívoco de grafia (art. 111 Lei 6.015/73); c) Para incluir apelido público notório (art. 58, pu Lei 6.015/73); d) Pela adoção (art. 47 §5° ECA); e) Pelo uso prolongado e constante de nome diverso; f) Quando ocorrer homonímia depreciativa gerando embaraços profissionais ou sociais; g) Pela tradução nos casos que o nome é grafado em língua estrangeira. (John – João) ∆ Em relação ao sobrenome: a) Pela adoção (art. 47, §5° ECA); b) Pelo casamento, quando é facultado a qualquer dos nubentes acrescer o nome do outro (art. 1.565 § 1° CC), inclusive podendo ambos modificar o nome, acrescentando o nome do seu consorte; c) Pela separação judicial ou pelo divórcio (art. 1.578 CC), d) Para a inclusão de sobrenome de ascendente, desde que não prejudique o patronímico dos demais ascendentes; e) Pela união estável (Art. 57 § 2° Lei 6.015/73); f) Pela anulação ou declaração de nulidade do casamento Temos, ainda, a possibilidade sui generis de alteração do nome do estrangeiro para sua melhor adequação à sociedade brasileira (Art. 43 Lei 6815/80 – Estatuto do Estrangeiro). Art. 56 Lei 6.015/73. Quando o declarante não indicar o nome completo, o oficial lançará adiante do prenome escolhido o nome do pai, e na falta, o da mãe, se forem conhecidos e não o impedir a condição de ilegitimidade, salvo reconhecimento no ato. Doutor Miguel Reale Júnior Parágrafo único. Os oficiais do registro civil não registrarão prenomes suscetíveis de expor ao ridículo os seus portadores. Quando os pais não se conformarem com a recusa do oficial, este submeterá por escrito o caso, independente da cobrança de quaisquer emolumentos, à decisão do Juiz competente. Art. 57 Lei 6.015/73. A alteração posterior de nome, somente por exceção e motivadamente, após audiência do Ministério Público, será permitida por sentença do juiz a que estiver sujeito o registro, arquivando-se o mandado e publicando-se a alteração pela imprensa, ressalvada a hipótese do art. 110 desta Lei. § 2º A mulher solteira, desquitada ou viúva, que viva com homem solteiro, desquitado ou viúvo, excepcionalmente e havendo motivo ponderável, poderá requerer ao juiz competente que, no registro de nascimento, seja averbado o patronímico de seu companheiro, sem prejuízo dos apelidos próprios, de família, desde que haja impedimento legal para o casamento, decorrente do estado civil de qualquer das partes ou de ambas. Art. 58 Lei 6.015/73. Qualquer alteração posterior de nome só por exceção e motivadamente, após audiência do Ministério Público, será permitida por sentença do Juiz a que estiver sujeito o registro, arquivando-se o mandado e publicando-se a alteração pela imprensa. Parágrafo único. Poderá também ser averbado, nos mesmos termos o nome abreviado, usado como firma comercial registrada ou em qualquer atividade profissional. Art. 59 Lei 6.015/73. O prenome será imutável. Parágrafo único. Quando, entretanto, for evidente o erro gráfico do prenome, admite-se a retificação, bem como a sua mudança mediante sentença do Juiz, a requerimento do interessado, no caso do parágrafo único do artigo 56, se o oficial não o houver impugnado. Art. 111 Lei 6.015/73. A correção de erros de grafia poderá ser processada no próprio cartório onde se encontrar o assentamento, mediante petição assinada pelo interessado, ou procurador, independentemente de pagamento de selos e taxas. Art. 47 ECA. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão. § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus ascendentes. § 5° A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome. Art. 1.565 CC. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família. § 1° Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro. (tanto marido quanto a esposa) Art. 1.578. O cônjuge declarado culpado na ação de separação judicial perde o direito de usar o sobrenome do outro, desde que expressamente requerido pelo cônjuge inocente e se a alteração não acarretar: I - evidente prejuízo para a sua identificação; II - manifesta distinção entre o seu nome de família e o dos filhos havidos da união dissolvida; III - dano grave reconhecido nadecisão judicial. § 1° O cônjuge inocente na ação de separação judicial poderá renunciar, a qualquer momento, ao direito de usar o sobrenome do outro. Art. 43 Lei 6.815/80. O nome do estrangeiro, constante do registro (art. 30), poderá ser alterado: I - se estiver comprovadamente errado; II - se tiver sentido pejorativo ou expuser o titular ao ridículo; ou III - se for de pronunciação e compreensão difíceis e puder ser traduzido ou adaptado à prosódia da língua portuguesa. Art. 109 Lei 6.015/73. Quem pretender que se restaure, supra ou retifique assentamento no Registro Civil, requererá, em petição fundamentada e instruída com documentos ou com indicação de testemunhas, que o Juiz o ordene, ouvido o órgão do Ministério Público e os interessados, no prazo de cinco dias, que correrá em cartório. 1.2. REGISTRO CIVIL O registro civil é o ato formal que tem por fim dar publicidade a fato jurídico, bem como estabelecer autenticidade e segurança ao acontecimento ou ato jurídico (art. 9 Lei 6.015/73). As averbações são os complementos dos registros (art. 10 Lei 6.015/73) O registro civil do nascimento da pessoa natural: dota de formalidade e publicidade o fato jurídico denominado nascimento com vida, início da personalidade civil; e apresenta o indivíduo à sociedade, dando eficácia à sua personalidade. Neste sentido, sua natureza é declaratória, afinal a pessoa humana não precisa do registro civil para receber a sua qualidade de pessoa, pois a personalidade civil começa do nascimento com vida. O registro gera a presunção relativa do estado da pessoa, vez que é ele que dota de oponibilidade erga omnes as situações jurídicas da pessoa perante a sociedade. Art. 9° CC. Serão registrados em registro público: I - os nascimentos, casamentos e óbitos; II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz; III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida. Art. 10 CC. Far-se-á averbação em registro público: I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal; II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação Art. 29 Lei 6.815/80. Serão registrados no registro civil de pessoas naturais: I - os nascimentos; II - os casamentos; III - os óbitos; IV - as emancipações; V - as interdições; VI - as sentenças declaratórias de ausência; VII - as opções de nacionalidade; VIII - as sentenças que deferirem a legitimação adotiva. 1º Serão averbados: a) as sentenças que decidirem a nulidade ou anulação do casamento, o desquite e o restabelecimento da sociedade conjugal; b) as sentenças que julgarem ilegítimos os filhos concebidos na constância do casamento e as que declararem a filiação legítima; c) os casamentos de que resultar a legitimação de filhos havidos ou concebidos anteriormente; d) os atos judiciais ou extrajudiciais de reconhecimento de filhos ilegítimos; e) as escrituras de adoção e os atos que a dissolverem; f) as alterações ou abreviaturas de nomes. 1.3. ESTADO CIVIL Ao nascer, como ao longo da existência, a pessoa possui determinadas características que a qualificam juridicamente. Ao complexo de atributos, com efeitos jurídicos, que determina a condição da pessoa perante a sociedade, chamamos estado. Diz-se estado civil a posição jurídica que alguém ocupa, em determinado momento, dentro do ordenamento jurídico. Assim, estado civil é a qualificação jurídica da pessoa resultante da sua posição na sociedade, ou seja, de certas qualidades inerentes à própria pessoa. 2.8.1. estado político: relativa à nação que pertence (nacional ou estrangeira) 2.8.2. estado civil: relativa ao âmbito familiar, conforme derive do casamento, da união estável ou do parentesco. 2.8.3. estado individual: relativa à idade, ao sexo, à cor, à altura, à saúde, etc. O estado civil do indivíduo: relação ao matrimônio (solteiro, casado, viúvo, separado ou divorciado); e relação de parentesco por consanguinidade (pai, filho, irmão, avô), ou por afinidade (sogro, sogra, cunhado etc.), que gera efeitos jurídicos no âmbito do direito de família. O estado de maior idade, menor idade, emancipação, interdição, ausência, sexo masculino ou feminino, que gera efeitos jurídicos no âmbito dos direitos da personalidade. O estado político: é a qualidade que advém da posição do indivíduo na sociedade política podendo ser nacional (nato ou naturalizado) e estrangeiro (art. 12, incisos I e II CF/88). O estado individual comunga atributos da personalidade, que são protegidos pelos direitos da personalidade. É o modo de ser da pessoa quanto à idade, sexo, cor, altura, saúde (são ou insano e incapaz) etc. aspectos que exercem influência sobre a capacidade civil. O estado individual constitui um direito absoluto, oponível a toda a sociedade, que, portanto, todos devem respeitar; e público por ser reconhecido e protegido pelo Estado. 1.3.1. Características do estado civil: ∆ Individualidade: é uno e indivisível; não é possível ter mais de um estado (casado e solteiro, maior e menor, brasileiro e estrangeiro). A obtenção de dupla nacionalidade constitui exceção à regra. ∆ Indisponibilidade: é relação fora do comércio por se tratar de reflexo da personalidade; é inalienável e irrenunciável. ∆ Imprescritibilidade: não se perde nem se adquire o estado pela prescrição. É elemento integrante da personalidade e, assim, nasce com a pessoa e com ela desaparece. 2. DOMICÍLIO CIVIL (art. 70 CC) O conceito de domicílio civil da pessoa natural é determinado pela combinação dos arts. 70 e 71 CC. Apenas encontraremos o domicílio civil se preenchermos os dois requisitos determinados no art. 70 CC que são: ∆ residência1: é o objeto do conceito, sendo este palpável. Este é o elemento externo e visível do domicílio civil. Ex: uma casa, um prédio, um apartamento. ∆ ânimo definitivo2 são os reflexos do indivíduo que demonstram seu interesse em permanecer em tal domicílio. Este é o elemento interno do domicílio civil. Ex: receber correspondência, receber as contas. Art. 70 CC. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência1 com ânimo definitivo2. Por conta desses requisitos, alguns autores determinam que o domicílio civil é constituído por um elemento objetivo e outro subjetivo. ∆ O elemento objetivo é o objeto do conceito de residência1. ∆ O elemento subjetivo é o elemento interno, o ânimo definitivo2. O domicílio significa uma garantia jurídica, haja vista que funciona como cidadela em que se guarnecem os interesses sócio jurídicos das pessoas naturais ou das pessoas jurídicas. Com o domicílio, desenha-se o perímetro em que se fixa o espaço jurídico dentro do qual se enclausura o titular, projetando feixes que se traduzem em direitos e obrigações. Do enraizamento da residência decorre o domicílio, como fenômeno material e psíquico que se projeta no âmbito em que prosperam as relações jurídicas. Sem residência, inexiste domicílio; sem domicílio, fragiliza-se o pleno exercício dos direitos civis, do nascimento à morte. Na configuração traçada pelo Código Civil, fala-se em: 2.1. Espécies de domicílios: ∆ domicílio voluntário (art. 74 CC): Escolhido espontaneamente por pessoa capaz. ∆ domicilio necessário ou legal (art. 76 CC): Estabelecido por Lei. ∆ domicílio de eleição (art. 63 NCPC) ou contratual (art. 78 CC): Estabelecido pelas partes. Ao residir, a pessoa mora com perenidade ou longevidade, fenômenos de cuja realidade se extrai a premissa de que há o ânimo de estabelecer o lugar como seu domicílio. O domicílio profissional é o local em que a pessoa natural desenvolva a sua profissão (art. 72 CC). Se a profissão for explorada e exercitadaem lugares diversos, em que se lhe concentram os interesses, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem. Art. 72 CC. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem. Art. 73 CC. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada. Art. 74 CC. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar. Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem. Art. 76 CC. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença. Art. 77 CC. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve. Art. 78 CC. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. Art. 63 NCPC. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. 2.2. Pluralidade de domicilio Na hipótese em que a pessoa natural, por vontade ou necessidade, tenha mais de uma residência, onde, alternadamente, viva, reputar-se-á domicílio qualquer uma delas. Assim, se um réu tiver vários domicílios, poderá ser acionado em qualquer um deles. Art. 71 CC. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. 3. FIM DA PERSONALIDADE DA PESSOA NATURAL 3.1. Morte civil: é a extinção da personalidade jurídica de uma pessoa viva. Não existe no ordenamento brasileiro. Existe, apenas, um resquício da morte civil no direito das sucessões: exclusão por indignidade (art. 1.814 CC). 3.2. Morte real: (art. 6º, CC) é aquela certificada através de atestado médico de óbito. Na morte real é feita a prova direta da morte (o corpo do falecido). 3.3. Morte em Comoriência: (art. 8° CC): Se dois (dois) ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. 3.4. Morte presumida: (art. 7º CC). O corpo não foi localizado. Não há corpo. Deve ser feita uma prova indireta da morte. Atualmente há duas formas de morte presumida: 3.4.1. Morte presumida sem decretação de ausência: é aquela que segue o procedimento de justificação e só pode ser invocada quando há uma enorme probabilidade da morte. Isto ocorre em duas hipóteses do art. 7º CC: Inciso I– catástrofe (incêndio, tsunami, naufrágio, etc.) e inciso II– guerra (dois anos após seu término). 3.4.2. Morte presumida com decretação de ausência: deve ser utilizado quando uma pessoa desaparece se deu domicílio sem deixar / enviar notícias e não se enquadrar nas hipóteses de catástrofe e guerra. 3.2. Morte real (art. 6° CC, caput, primeira parte). A morte marca o fim da personalidade física, faz cessar consequentemente a personalidade jurídica, sendo assim o homem compreendido em suas funções desaparece no momento de sua morte. Dessa forma, a morte irá cessar com a personalidade jurídica que o acompanhou durante a vida, enquanto ser autônomo de imputação de normas jurídicas. Em regra, apenas um médico assina o atestado de óbito. Para fins de transplante são exigidas as assinaturas de dois médicos que não façam parte da equipe de remoção (art. 3° Lei 9434/97). Para efeito de cremação o atestado de óbito deverá ser assinado por dois médicos (art. 77 § 2° Lei 6.015/73). Art. 6º CC. A existência da pessoa natural termina com a morte; presume- se esta, quando aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva. Art. 3° Lei 9434/97 (Lei dos Transplantes): A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina. Resolução 1.480/97 do CFM: define critérios clínicos de morte encefálica. “parada total e irreversível das funções encefálicas equivale à morte, conforme critérios já bem estabelecidos comunidade científica mundial”. Art. 77 Lei 6.015/73. Nenhum sepultamento será feito sem certidão, do oficial de registro do lugar do falecimento, extraída após a lavratura do assento de óbito, em vista do atestado de médico, se houver no lugar, ou em caso contrário, de duas pessoas qualificadas que tiverem presenciado ou verificado a morte. § 2º A cremação de cadáver somente será feita daquele que houver manifestado a vontade de ser incinerado ou no interesse da saúde pública e se o atestado de óbito houver sido firmado por 2 (dois) médicos ou por 1 (um) médico legista e, no caso de morte violenta, depois de autorizada pela autoridade judiciária. 3.3. Comoriência Comoriência é a presunção de morte simultânea (ao mesmo tempo) de duas ou mais pessoas que se sucedem entre si. Esta regra somente é aplicável, se não se puder precisar os instantes das mortes. No caso de não se poder precisar a ordem cronológica das mortes dos comorientes, a lei firmará a presunção de haverem falecido no mesmo instante (não necessariamente no mesmo local). Para que seja aplicada é necessário que tenham morrido juntos parentes que sejam sucessores recíprocos. Art. 8° CC. Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir- se-ão simultaneamente mortos. 3.4.1. Morte presumida sem declaração de ausência Art. 7º CC. Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até 2 (dois) anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do lançamento. Presumível indica algo altamente provável, mas certo. O pedido de morte presumida somente poderá ser formulado após término das buscas e investigações. Percebe-se que o legislador limitou a aplicação desse instituto. Caberá ao magistrado, em sentença, declarar a data da morte. 3.4.2. Morte presumida com decretação de ausência Considera-se ausente pessoa de que deixa o seu domicílio, sem deixar notícias suas e nem representante ou procurador que administre os seus bens. Nestes casos, o magistrado, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência e nomeará curador provisório (art. 22 CC e art. 747 NCPC). Essa declaração de ausência tradicionalmente tem por finalidade a proteção do patrimônio do desaparecido levando à sucessão provisória (art. 26CC e art. 745 §1° NCPC) e à sucessão definitiva (art. 37 e 6º caput, segunda parte, ambos do CC e art. 745 §3° NCPC). Os fins do instituto são exclusivamente patrimoniais. Art. 6º CC. A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quando aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva. Percebemos, pela leitura dos dispositivos normativos que temos três fases distintas em relação aos bens do ausente. 3.4.1.1 Curadoria dos Bens do Ausente (art. 22 CC e art. 747 NCPC). A requerimento de qualquer interessado direto ou do Ministério Público será nomeado curador, que passará a gerir provisoriamente os interesses patrimoniais do ausente até o seu eventual retorno. Essa nomeação deverá respeitar a ordem estabelecida no art. 25 do CC. Ao nomear o curador o juiz deve fixar os limites de seus deveres e suas obrigações (art. 24 CC). Essa primeira fase (art. 26 caput CC) pode ter duração de a) 1 ano: quando o ausente desaparecer sem deixar mandatário; b) 3 anos: quando o ausente deixou mandatário, mas ocorreu algum problema. Ex: o mandatário faleceu, se tornou incapaz, renunciou aos poderes, etc. Art. 22 CC. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. Art. 744 NCPC. Declarada a ausência nos casos previstos em lei, o juiz mandará arrecadar os bens do ausente e nomear-lhes-á curador na forma estabelecida na Seção VI, observando-se o disposto em lei. 3.4.1.2 Sucessão Provisória (art. 26 CC e art. 745 §1° NCPC) Passado o prazo da primeira fase, a curatela dos bens do ausente os interessados (art. 27 CC) podem requerer a declaração de ausência e abertura da sucessão provisória do ausente. Os herdeiros recebem a posse dos bens. Se forem descendentes, ascendentes ou cônjuge estão dispensados de prestar caução. Outros herdeiros estão obrigados a prestar caução. A sucessão provisória é requerida como se o ausente estivesse morto, estabelecendo o legislador um rol de pessoas que têm legitimidade para requerer a sua abertura (art. 27 CC). Esta segunda fase (art. 37 CC) tem duração de 10 anos. Art. 26 CC. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão. Art. 27 CC. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados: I - o cônjuge não separado judicialmente; II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas. Art. 28 CC. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido. Art. 745 NCPC. Feita a arrecadação (...). § 1° Findo o prazo previsto no edital, poderão os interessados requerer a abertura da sucessão provisória, observando-se o disposto em lei. § 3° Presentes os requisitos legais, poderá ser requerida a conversão da sucessão provisória em definitiva. Art. 37 CC. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas. Durante o período da sucessão provisória é possível que o ausente retorne. Poderá ser provado que o ausente se encontra vivo. Nestes casos, todas as vantagens que os herdeiros estiverem auferindo sobre os bens do ausente cessam, e este tem o direito de recobrar a posse dos bens. Ocorre que, até a efetiva entrega destes bens ao ausente, será de responsabilidade dos herdeiros a sua guarda e manutenção (art. 36 CC). Art. 36 CC. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono. 3.4.1.3 Sucessão Definitiva: (art. 37 e 6º caput, segunda parte, ambos do CC e art. 745 §3° NCPC). Por mais que se queira preservar o patrimônio do ausente, o certo é que a existência de um longo lapso temporal, sem qualquer sinal de vida, reforça as fundadas suspeitas de seu falecimento. Por isto, presumindo efetivamente o seu falecimento, estabelece a lei o momento próprio e os efeitos da sucessão definitiva. As cauções são levantadas e os herdeiros recebem a propriedade resolúvel dos bens. Se o ausente retornar no período de até 10 anos após a abertura da sucessão definitiva receberá de volta os bens no estado em que se encontrarem, os sub-rogados em seu lugar ou o produto obtido com a venda destes. Após este prazo que a sucessão é considerada inabalável e a partilha se torna irrevogável. Art. 745 NCPC. Feita a arrecadação (...). § 3° Presentes os requisitos legais, poderá ser requerida a conversão da sucessão provisória em definitiva. Art. 37 CC. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas. Se voltar dentro desses 10 anos, antes da sucessão definitiva recebe seus bens menos metade dos rendimentos. CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE ART 22 CC: Nesta fase o juiz declara a ausência da pessoa e nomeia-lhe curador ABERTURA DA SUCESSÃO PROVISÓRIA ART. 26 CC: os interessados podem requerer a declaração de ausência e abertura da sucessão provisória do ausente ABERTURA DA SUCESSÃO DEFINITIVA - ART. 37: Decorridos dez anos do trânsito em julgado da sentença que concedeu a abertura da sucessão provisória, é permitido que os interessados requeiram abertura da sucessão definitiva 1 a 3 anos + 180 dias 10 anos 3.5. EFEITOS JURÍDICOS DA MORTE ∆ Extingue a personalidade jurídica ∆ Extingue o poder familiar e relações de parentesco ∆ Dissolve o vínculo matrimonial ou de união estável, ∆ Abertura da sucessão: transmissão da herança ∆ Extinção dos contratos personalíssimos, ∆ Extinção da obrigação de pagar alimentos, que se transfere aos herdeiros do devedor. O de cujus não é susceptível de ser titular de direitos e obrigações Caso Concreto 01: Na madrugada do dia 1/6/2009 o voo 447 da empresa área Air France que saiu do Rio de Janeiro rumo a Paris caiu no Oceano Atlântico. A bordo da aeronave havia 228 pessoas (216 passageiros e 12 tripulantes). Encerradas as buscas, resultado da tragédia: nenhum sobrevivente e apenas 75 corpos resgatados. Pergunta-se: a) Quanto aos passageiros cujos corpos foram localizados e identificados deve-se declarar morte real ou presumida? Justifique sua resposta em no máximo duas linhas. Trata-se de morte real, pois existindo o corpo, a morte pode ser atestada pelo médico. b) Quantos aos corpos dos passageiros não resgatados podem as famílias solicitar a declaração de morte presumida com ou sem declaração de ausência? Justifique sua resposta em no máximo seis linhas, identificando os requisitos a serem preenchidos. Para esses passageiros deverá ser requerida a morte presumida sem decretação de ausência em virtude do estado de perigo em que se encontravam e, cessadasas buscas, resultaram essas infrutíferas (art. 7° CC). c) Que tipo de procedimento judicial deve a família dos desaparecidos utilizar para requerer a decretação da morte? Responda em apenas uma linha. O procedimento judicial adequado denomina-se justificação de óbito (art. 88 Lei 6.015/73). Questão objetiva 01: Quanto à morte no ordenamento civil brasileiro é correto afirmar: a) Toda morte é real, ou seja, a parada total e irreversível das funções encefálicas. b) A morte presumida sem decretação de ausência só pode ser requerida quando alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. c) Caso o declarado ausente retorne após a partilha provisória dos bens, mas antes da partilha definitiva, só terá direito a pedir a restituição dos frutos que foram obtidos a partir do uso e administração de seus bens. d) A morte presumida com decretação de ausência permite a declaração de morte já na primeira fase da ação, ou seja, conjuntamente com a arrecadação de bens do ausente e nomeação de curador. e) A morte presumida com decretação de ausência permite a declaração de morte apenas na terceira fase da ação, ou seja, na fase em que se abre a sucessão definitiva. Questão objetiva 02: Pode-se requerer a sucessão definitiva do ausente: a) Cinco anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, ou se o ausente, já contando oitenta anos de idade, dele não houver notícia também nos últimos cinco anos. b) Somente nos casos em que a lei admite a morte presumida, porque a pessoa se encontrava, ao desaparecer, em perigo de vida. c) Somente depois de o ausente completar oitenta anos de idade e que de cinco anos antes datem as últimas notícias dele. d) Decorrido um ano da arrecadação de seus bens ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos. e) Dez anos depois de passada em julgado a sentença que conceder a abertura da sucessão provisória. EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES Caso Concreto 02: O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul autorizou a alteração do nome de um transexual. A mudança no registro de nascimento poderá ser feita logo depois da cirurgia de mudança de sexo. A decisão é da 7ª Câmara Cível. Cabe recurso. O recurso foi ajuizado por um jovem de 23 anos contra a decisão de primeira instância, que negou o pedido de retificação de registro civil. No processo, alegou que desde os 16 anos usa nome de mulher e por isso passa por situações constrangedoras. A relatora, desembargadora Maria Berenice Dias, acolheu os argumentos. “Há um descompasso entre o sexo anatômico e o psicológico, pois o transexual acredita ter nascido num corpo que não corresponde ao gênero por ele exteriorizado social, espiritual, emocional e sexualmente”, enfatizou. Tendo em conta o caso acima narrado, pergunta-se: a) O que vem a ser o registro civil de uma pessoa natural? O ato de tornar público o nascimento da pessoa com vida, a formalidade e publicidade do fato, garantido a pessoa o acesso aos serviços, garantido que ela possui aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações, sendo considerada sujeito das relações jurídicas. b) A legislação civil brasileira prevê alteração de registro civil nos casos de transexualismo? Não existe no nosso ordenamento jurídico lei que garanta essa condição, de acordo com o artigo 2º do CC, a personalidade se dá com o nascimento com vida. No Direito Brasileiro a regra predominante é a imutabilidade do nome civil, salvo em casos de constrangimento, caso de testemunhas protegidas pela lei, ou caso de nomes e apelidos conhecidos que se podem acrescentar ao nome ou trocar pelo nome. c) O que é transexualismo? É um transtorno de identidade de gênero. Refere-se à condição de indivíduo que possui uma identidade de gênero diferente ao designado do nascimento. Caso Concreto 03: André de Lima e Silva, 17 anos, está mais do que feliz, afinal foi aprovado em Concurso Público promovido pela Secretaria de Ação Social da Prefeitura de Duque de Caxias. Ocorre que André reside alguns dias da semana na capital do Estado do Rio de Janeiro e outros dias da semana residem na cidade de Saquarema, no interior do Estado do Rio, onde mora sua querida tia Lilica Lima, surfista profissional, com quem aprendeu a pegar ondas desde pequenino. Com base nas informações acima fornecidas responda: a) Onde será(ão) considerado(s) o(s) domicílio(s) de André? Justifique sua resposta com fundamento no Código Civil. De acordo com o art. 71 CC; os dois endereços são considerados domicílio de André. b) Qual(is) a(s) espécie(s) de domicílio(s) se apresenta(m) no caso em tela? Pluralidade de domicílio. Caso Concreto 04: Após um dia normal de trabalho em seu escritório, João de Deus Honório dos Santos, advogado bem sucedido no ramo do direito empresarial, 40 anos, chega em casa avisando a mulher e aos filhos que estava muito feliz, pois sua escola de samba ganhou o campeonato depois de 16 anos de espera e que ia à padaria comprar umas cervejas para comemorarem juntos. João saiu e nunca mais voltou, já faz nove anos, oito meses e quinze longos dias. Sendo certo que não deixou representante ou procurador. Pergunta-se: a) O caso de João se trata de ausência ou morte presumida? Segundo o art. 22 CC, trata-se de ausência, pois ele saiu de seu domicílio por livre e espontânea vontade, não estava em perigo de vida e nem tampouco era prisioneiro de guerra. (art. 77 CC) b) Após todo esse tempo desaparecido, é correto afirmar que a propriedade dos bens de João poderá ser definitivamente entregue aos seus herdeiros? Não, somente após o transcurso de mais de 10 anos do desaparecimento. c) Se João Batista aparecer nove anos e onze meses depois alegando que fora abduzido por alienígenas, terá direito a ter seus bens de volta? Sim, os bens mais os frutos, se houver. E o curador receberá metade dos frutos. Caso Concreto 05: As irmãs ROSA, VIOLETA e MARGARIDA, respectivamente, com 18, 16 e 14 anos de idade, moram na encantadora cidade de Aracaju, capital do estado de Sergipe e estudam bem pertinho de casa, no Colegio Estadual Prof Hamilton Alves Rocha, que fica na Av. Marginal Alves Rocha, no Centro. Vendo aproximar-se o mês de maio e pretendendo recursos para o presente de sua mãe, Dona DÁLIA, aceitam a sugestão da irmã mais velha e todas vendem para a Oficina do Alciclei suas bicicletas. Como podem ser classificados os negócios realizados jurídicos por cada uma das irmãs, tendo por base a capacidade jurídica de cada uma delas? Justifique. José e Maria, durante sua relação, afetiva tiveram um filho, Davi, hoje com seis anos de idade. Com o recente fim do relacionamento, Maria procura um advogado para que este ajuíze ação de alimentos em face de José com o escopo de obter pensão alimentícia somente para seu filho David, já que ela possui meios próprios de subsistência. O advogado, então, inicia sua petição da seguinte forma: “Davi da Silva, relativamente incapaz, assistido por sua mãe Maria da Silva, domiciliado na Rua da Paz, s/n°, vem, por seu advogado ao final subscrito, propor a presente ação de alimentos em face de José da Silva, domiciliado na Rua da Paz, s/n° pelos fatos e fundamentos que a seguir expõe (...)”. Após a distribuição (ato de dar entrada) da referida petição inicial, para começar o processo judicial, determina o juiz da vara de família que seja emendada (corrigida) essa petição inicial. Responda às questões, justificando-as. a) Davi da Silva é incapaz? Em caso positivo, qual a espécie de incapacidade o atinge? b) O juiz determinou que a petição inicial do advogado fosse emendada, ou seja, corrigida. Que erro cometeu o advogado? Faça a correção necessária. c) O instituto da incapacidade tem por finalidadepunir o incapaz por sua falta de discernimento e pelos prejuízos que pode causar à sociedade em razão dela? Em caso negativo, qual seria então o escopo do instituto? Questão objetiva 03: Esta questão contém duas afirmações (I e II). Analise-as e assinale a alternativa correta. I - Ao nascer com vida, adquire-se capacidade de fato PORQUE II- A capacidade de direito somente se adquire com a ocorrência das hipóteses do art. 5º CC, ou seja, quando se pode exercer plenamente o direito. a) se as duas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. b) se as duas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. c) se a primeira é falsa e a segunda é verdadeira. d) se a primeira é verdadeira e a segunda é falsa e) se as duas são falsas.
Compartilhar