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CIVIL I AULA 03 PESSOA NATURAL II

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DIREITO CIVIL I (módulo 03) 
1. PESSOA NATURAL 
Os principais elementos individualizadores da pessoa natural são: nome civil (item 1.1); 
registro civil (item 1.2) e estado civil (item 1.3). 
1.1. NOME CIVIL – (art. 16 a 19 CC e artigos pertinentes da Lei 6.015/73 – Lei de 
Registros Públicos ou LRP) É a designação pela qual se identificam e distinguem as 
pessoas naturais, nas relações concernentes ao aspecto civil da sua vida jurídica. É o 
principal elemento identificador dos indivíduos no seio social. O nome civil é matéria 
de ordem pública e tem proteção legal é um direito da personalidade. 
Art. 16 CC. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o 
prenome e o sobrenome. 
Art. 17 CC. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em 
publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda 
quando não haja intenção difamatória. 
Art. 18 CC. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em 
propaganda comercial. 
Art. 19 CC. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção 
que se dá ao nome. 
Art. 55 Lei 6.015/73. O assento do nascimento deverá conter 
4º o nome e o prenome, que forem postos à criança; 
1.1.1. Elementos componentes do nome civil: 
∆ Prenome: É o nome próprio ou nome de batismo, escolhido pelos pais por 
ocasião do registro de nascimento, para individualizar seu portador. Pode ser 
simples (Adilson, Camila) ou composto (Michel Cezar, Ana Carolina) (art. 55 da 
LRP). 
∆ Sobrenome (ou patronímico, apelido de família ou nome de família): É o 
segundo elemento fundamental do nome civil e serve para indicar a procedência 
da pessoa, sua estirpe. Ele não pertence à pessoa determinada e sim, a todos os 
membros de uma família. O patronímico será simples quando provir apenas do 
sobrenome materno ou paterno e composto quando provir de ambos. 
∆ Agnome: É o sinal que se acrescenta ao nome completo para distingui-lo de 
outros parentes que possuam o mesmo nome. São bastante comuns os agnomes 
Filho, Júnior, Neto e Sobrinho. 
Temos ainda outros identificadores sociais da pessoa natural: 
∆ Cognome (ou apelido, epíteto, alcunha, hipocorístico): É a forma pejorativa ou 
afetiva de identificar uma pessoa. 
∆ Pseudônimo: normalmente utilizado no meio artístico ou literário para ocultar sua 
verdadeira identidade e ao mesmo tempo identificar sua personalidade. O 
pseudônimo, assim como o nome verdadeiro, goza da proteção da lei (art. 19 do 
Código Civil). 
 
 
Exemplo: Doutor Miguel Reale Júnior 
 
 
 
 Axiônimo Prenome Cognome Agnome 
 Designação de forma cortês 
1.1.2. Características principais do nome civil: 
∆ Inexpropriável: o nome identifica a pessoa na sociedade e, por isso, não poderá 
ser expropriado, ainda que por interesse público. Tal ato desfiguraria a própria 
personalidade do indivíduo. 
∆ Imutabilidade (relativa) do nome: Os artigos 58 e 59 da Lei 6.015/73 assegura a 
imutabilidade (relativa) do nome e do prenome. Inobstante, não se trata de dogma 
absoluto, haja vista a existência da outras possibilidades, previstas ou não em lei, 
capazes de propiciar a sua alteração. 
1.1.3. Alteração do nome civil 
∆ Em relação ao prenome: 
a) Quando expuser o titular ao ridículo ou a situação vexatória, bem como se 
tratando de nome exótico (art. 56 pu Lei 6.015/73 c/c ); 
b) Havendo erro gráfico evidente caracterizado por equívoco de grafia (art. 111 
Lei 6.015/73); 
c) Para incluir apelido público notório (art. 58, pu Lei 6.015/73); 
d) Pela adoção (art. 47 §5° ECA); 
e) Pelo uso prolongado e constante de nome diverso; 
f) Quando ocorrer homonímia depreciativa gerando embaraços profissionais ou 
sociais; 
g) Pela tradução nos casos que o nome é grafado em língua estrangeira. (John – 
João) 
∆ Em relação ao sobrenome: 
a) Pela adoção (art. 47, §5° ECA); 
b) Pelo casamento, quando é facultado a qualquer dos nubentes acrescer o nome 
do outro (art. 1.565 § 1° CC), inclusive podendo ambos modificar o nome, 
acrescentando o nome do seu consorte; 
c) Pela separação judicial ou pelo divórcio (art. 1.578 CC), 
d) Para a inclusão de sobrenome de ascendente, desde que não prejudique o 
patronímico dos demais ascendentes; 
e) Pela união estável (Art. 57 § 2° Lei 6.015/73); 
f) Pela anulação ou declaração de nulidade do casamento 
Temos, ainda, a possibilidade sui generis de alteração do nome do estrangeiro 
para sua melhor adequação à sociedade brasileira (Art. 43 Lei 6815/80 – Estatuto 
do Estrangeiro). 
Art. 56 Lei 6.015/73. Quando o declarante não indicar o nome completo, o 
oficial lançará adiante do prenome escolhido o nome do pai, e na falta, o da 
mãe, se forem conhecidos e não o impedir a condição de ilegitimidade, 
salvo reconhecimento no ato. 
Doutor Miguel Reale Júnior 
Parágrafo único. Os oficiais do registro civil não registrarão prenomes 
suscetíveis de expor ao ridículo os seus portadores. Quando os pais não se 
conformarem com a recusa do oficial, este submeterá por escrito o caso, 
independente da cobrança de quaisquer emolumentos, à decisão do Juiz 
competente. 
Art. 57 Lei 6.015/73. A alteração posterior de nome, somente por exceção e 
motivadamente, após audiência do Ministério Público, será permitida por 
sentença do juiz a que estiver sujeito o registro, arquivando-se o mandado e 
publicando-se a alteração pela imprensa, ressalvada a hipótese do art. 110 
desta Lei. 
§ 2º A mulher solteira, desquitada ou viúva, que viva com homem solteiro, 
desquitado ou viúvo, excepcionalmente e havendo motivo ponderável, 
poderá requerer ao juiz competente que, no registro de nascimento, seja 
averbado o patronímico de seu companheiro, sem prejuízo dos apelidos 
próprios, de família, desde que haja impedimento legal para o casamento, 
decorrente do estado civil de qualquer das partes ou de ambas. 
Art. 58 Lei 6.015/73. Qualquer alteração posterior de nome só por exceção e 
motivadamente, após audiência do Ministério Público, será permitida por 
sentença do Juiz a que estiver sujeito o registro, arquivando-se o mandado e 
publicando-se a alteração pela imprensa. 
Parágrafo único. Poderá também ser averbado, nos mesmos termos o nome 
abreviado, usado como firma comercial registrada ou em qualquer atividade 
profissional. 
Art. 59 Lei 6.015/73. O prenome será imutável. 
Parágrafo único. Quando, entretanto, for evidente o erro gráfico do 
prenome, admite-se a retificação, bem como a sua mudança mediante 
sentença do Juiz, a requerimento do interessado, no caso do parágrafo único 
do artigo 56, se o oficial não o houver impugnado. 
Art. 111 Lei 6.015/73. A correção de erros de grafia poderá ser processada 
no próprio cartório onde se encontrar o assentamento, mediante petição 
assinada pelo interessado, ou procurador, independentemente de pagamento 
de selos e taxas. 
Art. 47 ECA. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que 
será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá 
certidão. 
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o 
nome de seus ascendentes. 
§ 5° A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de 
qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome. 
Art. 1.565 CC. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a 
condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da 
família. 
§ 1° Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome 
do outro. (tanto marido quanto a esposa) 
Art. 1.578. O cônjuge declarado culpado na ação de separação judicial perde 
o direito de usar o sobrenome do outro, desde que expressamente requerido 
pelo cônjuge inocente e se a alteração não acarretar: 
I - evidente prejuízo para a sua identificação; 
II - manifesta distinção entre o seu nome de família e o dos filhos havidos 
da união dissolvida; 
III - dano grave reconhecido nadecisão judicial. 
§ 1° O cônjuge inocente na ação de separação judicial poderá renunciar, a 
qualquer momento, ao direito de usar o sobrenome do outro. 
Art. 43 Lei 6.815/80. O nome do estrangeiro, constante do registro (art. 30), 
poderá ser alterado: 
I - se estiver comprovadamente errado; 
II - se tiver sentido pejorativo ou expuser o titular ao ridículo; ou 
III - se for de pronunciação e compreensão difíceis e puder ser traduzido ou 
adaptado à prosódia da língua portuguesa. 
Art. 109 Lei 6.015/73. Quem pretender que se restaure, supra ou retifique 
assentamento no Registro Civil, requererá, em petição fundamentada e 
instruída com documentos ou com indicação de testemunhas, que o Juiz o 
ordene, ouvido o órgão do Ministério Público e os interessados, no prazo de 
cinco dias, que correrá em cartório. 
1.2. REGISTRO CIVIL 
O registro civil é o ato formal que tem por fim dar publicidade a fato jurídico, bem 
como estabelecer autenticidade e segurança ao acontecimento ou ato jurídico (art. 9 Lei 
6.015/73). As averbações são os complementos dos registros (art. 10 Lei 6.015/73) 
O registro civil do nascimento da pessoa natural: dota de formalidade e publicidade o 
fato jurídico denominado nascimento com vida, início da personalidade civil; e 
apresenta o indivíduo à sociedade, dando eficácia à sua personalidade. Neste sentido, 
sua natureza é declaratória, afinal a pessoa humana não precisa do registro civil para 
receber a sua qualidade de pessoa, pois a personalidade civil começa do nascimento 
com vida. O registro gera a presunção relativa do estado da pessoa, vez que é ele que 
dota de oponibilidade erga omnes as situações jurídicas da pessoa perante a sociedade. 
Art. 9° CC. Serão registrados em registro público: 
I - os nascimentos, casamentos e óbitos; 
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz; 
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; 
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida. 
Art. 10 CC. Far-se-á averbação em registro público: 
I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o 
divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal; 
II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a 
filiação 
Art. 29 Lei 6.815/80. Serão registrados no registro civil de pessoas 
naturais: 
I - os nascimentos; 
II - os casamentos; 
III - os óbitos; 
IV - as emancipações; 
V - as interdições; 
VI - as sentenças declaratórias de ausência; 
VII - as opções de nacionalidade; 
VIII - as sentenças que deferirem a legitimação adotiva. 
1º Serão averbados: 
a) as sentenças que decidirem a nulidade ou anulação do casamento, o 
desquite e o restabelecimento da sociedade conjugal; 
b) as sentenças que julgarem ilegítimos os filhos concebidos na constância 
do casamento e as que declararem a filiação legítima; 
c) os casamentos de que resultar a legitimação de filhos havidos ou 
concebidos anteriormente; 
d) os atos judiciais ou extrajudiciais de reconhecimento de filhos ilegítimos; 
e) as escrituras de adoção e os atos que a dissolverem; 
f) as alterações ou abreviaturas de nomes. 
1.3. ESTADO CIVIL 
Ao nascer, como ao longo da existência, a pessoa possui determinadas características 
que a qualificam juridicamente. Ao complexo de atributos, com efeitos jurídicos, que 
determina a condição da pessoa perante a sociedade, chamamos estado. Diz-se estado 
civil a posição jurídica que alguém ocupa, em determinado momento, dentro do 
ordenamento jurídico. 
Assim, estado civil é a qualificação jurídica da pessoa resultante da sua posição na 
sociedade, ou seja, de certas qualidades inerentes à própria pessoa. 
2.8.1. estado político: relativa à nação que pertence (nacional ou estrangeira) 
2.8.2. estado civil: relativa ao âmbito familiar, conforme derive do casamento, da 
união estável ou do parentesco. 
2.8.3. estado individual: relativa à idade, ao sexo, à cor, à altura, à saúde, etc. 
O estado civil do indivíduo: relação ao matrimônio (solteiro, casado, viúvo, separado 
ou divorciado); e relação de parentesco por consanguinidade (pai, filho, irmão, avô), ou 
por afinidade (sogro, sogra, cunhado etc.), que gera efeitos jurídicos no âmbito do 
direito de família. O estado de maior idade, menor idade, emancipação, interdição, 
ausência, sexo masculino ou feminino, que gera efeitos jurídicos no âmbito dos direitos 
da personalidade. 
O estado político: é a qualidade que advém da posição do indivíduo na sociedade 
política podendo ser nacional (nato ou naturalizado) e estrangeiro (art. 12, incisos I e II 
CF/88). 
O estado individual comunga atributos da personalidade, que são protegidos pelos 
direitos da personalidade. É o modo de ser da pessoa quanto à idade, sexo, cor, altura, 
saúde (são ou insano e incapaz) etc. aspectos que exercem influência sobre a capacidade 
civil. O estado individual constitui um direito absoluto, oponível a toda a sociedade, 
que, portanto, todos devem respeitar; e público por ser reconhecido e protegido pelo 
Estado. 
1.3.1. Características do estado civil: 
∆ Individualidade: é uno e indivisível; não é possível ter mais de um estado 
(casado e solteiro, maior e menor, brasileiro e estrangeiro). A obtenção de dupla 
nacionalidade constitui exceção à regra. 
∆ Indisponibilidade: é relação fora do comércio por se tratar de reflexo da 
personalidade; é inalienável e irrenunciável. 
∆ Imprescritibilidade: não se perde nem se adquire o estado pela prescrição. É 
elemento integrante da personalidade e, assim, nasce com a pessoa e com ela 
desaparece. 
2. DOMICÍLIO CIVIL (art. 70 CC) 
O conceito de domicílio civil da pessoa natural é determinado pela combinação dos arts. 
70 e 71 CC. Apenas encontraremos o domicílio civil se preenchermos os dois requisitos 
determinados no art. 70 CC que são: 
∆ residência1: é o objeto do conceito, sendo este palpável. Este é o elemento 
externo e visível do domicílio civil. Ex: uma casa, um prédio, um apartamento. 
∆ ânimo definitivo2 são os reflexos do indivíduo que demonstram seu interesse em 
permanecer em tal domicílio. Este é o elemento interno do domicílio civil. Ex: 
receber correspondência, receber as contas. 
Art. 70 CC. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a 
sua residência1 com ânimo definitivo2. 
Por conta desses requisitos, alguns autores determinam que o domicílio civil é 
constituído por um elemento objetivo e outro subjetivo. 
∆ O elemento objetivo é o objeto do conceito de residência1. 
∆ O elemento subjetivo é o elemento interno, o ânimo definitivo2. 
O domicílio significa uma garantia jurídica, haja vista que funciona como cidadela em 
que se guarnecem os interesses sócio jurídicos das pessoas naturais ou das pessoas 
jurídicas. 
Com o domicílio, desenha-se o perímetro em que se fixa o espaço jurídico dentro do 
qual se enclausura o titular, projetando feixes que se traduzem em direitos e obrigações. 
Do enraizamento da residência decorre o domicílio, como fenômeno material e psíquico 
que se projeta no âmbito em que prosperam as relações jurídicas. Sem residência, 
inexiste domicílio; sem domicílio, fragiliza-se o pleno exercício dos direitos civis, do 
nascimento à morte. 
Na configuração traçada pelo Código Civil, fala-se em: 
2.1. Espécies de domicílios: 
∆ domicílio voluntário (art. 74 CC): Escolhido espontaneamente por pessoa 
capaz. 
∆ domicilio necessário ou legal (art. 76 CC): Estabelecido por Lei. 
∆ domicílio de eleição (art. 63 NCPC) ou contratual (art. 78 CC): 
Estabelecido pelas partes. 
Ao residir, a pessoa mora com perenidade ou longevidade, fenômenos de cuja realidade 
se extrai a premissa de que há o ânimo de estabelecer o lugar como seu domicílio. 
O domicílio profissional é o local em que a pessoa natural desenvolva a sua profissão 
(art. 72 CC). Se a profissão for explorada e exercitadaem lugares diversos, em que se 
lhe concentram os interesses, cada um deles constituirá domicílio para as relações que 
lhe corresponderem. 
Art. 72 CC. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações 
concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida. 
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada 
um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem. 
 
Art. 73 CC. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha 
residência habitual, o lugar onde for encontrada. 
Art. 74 CC. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção 
manifesta de o mudar. 
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às 
municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais 
declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a 
acompanharem. 
Art. 76 CC. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o 
militar, o marítimo e o preso. 
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou 
assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente 
suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da 
Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente 
subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, 
o lugar em que cumprir a sentença. 
Art. 77 CC. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, 
alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, 
poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território 
brasileiro onde o teve. 
Art. 78 CC. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar 
domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles 
resultantes. 
Art. 63 NCPC. As partes podem modificar a competência em razão do 
valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de 
direitos e obrigações. 
2.2. Pluralidade de domicilio 
Na hipótese em que a pessoa natural, por vontade ou necessidade, tenha mais de uma 
residência, onde, alternadamente, viva, reputar-se-á domicílio qualquer uma delas. 
Assim, se um réu tiver vários domicílios, poderá ser acionado em qualquer um deles. 
Art. 71 CC. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, 
alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. 
3. FIM DA PERSONALIDADE DA PESSOA NATURAL 
3.1. Morte civil: é a extinção da personalidade jurídica de uma pessoa viva. Não existe 
no ordenamento brasileiro. Existe, apenas, um resquício da morte civil no direito das 
sucessões: exclusão por indignidade (art. 1.814 CC). 
3.2. Morte real: (art. 6º, CC) é aquela certificada através de atestado médico de óbito. 
Na morte real é feita a prova direta da morte (o corpo do falecido). 
3.3. Morte em Comoriência: (art. 8° CC): Se dois (dois) ou mais indivíduos falecerem 
na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos 
outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. 
3.4. Morte presumida: (art. 7º CC). O corpo não foi localizado. Não há corpo. Deve 
ser feita uma prova indireta da morte. Atualmente há duas formas de morte presumida: 
3.4.1. Morte presumida sem decretação de ausência: é aquela que segue o 
procedimento de justificação e só pode ser invocada quando há uma enorme 
probabilidade da morte. Isto ocorre em duas hipóteses do art. 7º CC: Inciso 
I– catástrofe (incêndio, tsunami, naufrágio, etc.) e inciso II– guerra (dois 
anos após seu término). 
3.4.2. Morte presumida com decretação de ausência: deve ser utilizado quando 
uma pessoa desaparece se deu domicílio sem deixar / enviar notícias e não 
se enquadrar nas hipóteses de catástrofe e guerra. 
3.2. Morte real (art. 6° CC, caput, primeira parte). 
A morte marca o fim da personalidade física, faz cessar consequentemente a 
personalidade jurídica, sendo assim o homem compreendido em suas funções 
desaparece no momento de sua morte. Dessa forma, a morte irá cessar com a 
personalidade jurídica que o acompanhou durante a vida, enquanto ser autônomo de 
imputação de normas jurídicas. Em regra, apenas um médico assina o atestado de óbito. 
Para fins de transplante são exigidas as assinaturas de dois médicos que não façam 
parte da equipe de remoção (art. 3° Lei 9434/97). 
Para efeito de cremação o atestado de óbito deverá ser assinado por dois médicos (art. 
77 § 2° Lei 6.015/73). 
Art. 6º CC. A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-
se esta, quando aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura da 
sucessão definitiva. 
Art. 3° Lei 9434/97 (Lei dos Transplantes): A retirada post mortem de 
tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou 
tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, 
constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de 
remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e 
tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina. 
Resolução 1.480/97 do CFM: define critérios clínicos de morte encefálica. 
“parada total e irreversível das funções encefálicas equivale à morte, 
conforme critérios já bem estabelecidos comunidade científica mundial”. 
Art. 77 Lei 6.015/73. Nenhum sepultamento será feito sem certidão, do 
oficial de registro do lugar do falecimento, extraída após a lavratura do 
assento de óbito, em vista do atestado de médico, se houver no lugar, ou em 
caso contrário, de duas pessoas qualificadas que tiverem presenciado ou 
verificado a morte. 
§ 2º A cremação de cadáver somente será feita daquele que houver 
manifestado a vontade de ser incinerado ou no interesse da saúde pública e 
se o atestado de óbito houver sido firmado por 2 (dois) médicos ou por 1 
(um) médico legista e, no caso de morte violenta, depois de autorizada pela 
autoridade judiciária. 
3.3. Comoriência 
Comoriência é a presunção de morte simultânea (ao mesmo tempo) de duas ou mais 
pessoas que se sucedem entre si. Esta regra somente é aplicável, se não se puder 
precisar os instantes das mortes. No caso de não se poder precisar a ordem cronológica 
das mortes dos comorientes, a lei firmará a presunção de haverem falecido no mesmo 
instante (não necessariamente no mesmo local). Para que seja aplicada é necessário que 
tenham morrido juntos parentes que sejam sucessores recíprocos. 
Art. 8° CC. Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se 
podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-
se-ão simultaneamente mortos. 
3.4.1. Morte presumida sem declaração de ausência 
Art. 7º CC. Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de 
ausência: 
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for 
encontrado até 2 (dois) anos após o término da guerra. 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente 
poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo 
a sentença fixar a data provável do lançamento. 
Presumível indica algo altamente provável, mas certo. O pedido de morte presumida 
somente poderá ser formulado após término das buscas e investigações. Percebe-se que 
o legislador limitou a aplicação desse instituto. Caberá ao magistrado, em sentença, 
declarar a data da morte. 
3.4.2. Morte presumida com decretação de ausência 
Considera-se ausente pessoa de que deixa o seu domicílio, sem deixar notícias suas e 
nem representante ou procurador que administre os seus bens. Nestes casos, o 
magistrado, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará 
a ausência e nomeará curador provisório (art. 22 CC e art. 747 NCPC). 
Essa declaração de ausência tradicionalmente tem por finalidade a proteção do 
patrimônio do desaparecido levando à sucessão provisória (art. 26CC e art. 745 §1° 
NCPC) e à sucessão definitiva (art. 37 e 6º caput, segunda parte, ambos do CC e art. 
745 §3° NCPC). Os fins do instituto são exclusivamente patrimoniais. 
Art. 6º CC. A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se 
esta, quando aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura da 
sucessão definitiva. 
Percebemos, pela leitura dos dispositivos normativos que temos três fases distintas em 
relação aos bens do ausente. 
3.4.1.1 Curadoria dos Bens do Ausente (art. 22 CC e art. 747 NCPC). 
A requerimento de qualquer interessado direto ou do Ministério Público será 
nomeado curador, que passará a gerir provisoriamente os interesses 
patrimoniais do ausente até o seu eventual retorno. Essa nomeação deverá 
respeitar a ordem estabelecida no art. 25 do CC. Ao nomear o curador o juiz 
deve fixar os limites de seus deveres e suas obrigações (art. 24 CC). 
Essa primeira fase (art. 26 caput CC) pode ter duração de a) 1 ano: quando 
o ausente desaparecer sem deixar mandatário; b) 3 anos: quando o ausente 
deixou mandatário, mas ocorreu algum problema. Ex: o mandatário faleceu, 
se tornou incapaz, renunciou aos poderes, etc. 
Art. 22 CC. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver 
notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba 
administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou 
do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. 
Art. 744 NCPC. Declarada a ausência nos casos previstos em lei, o juiz 
mandará arrecadar os bens do ausente e nomear-lhes-á curador na forma 
estabelecida na Seção VI, observando-se o disposto em lei. 
3.4.1.2 Sucessão Provisória (art. 26 CC e art. 745 §1° NCPC) 
Passado o prazo da primeira fase, a curatela dos bens do ausente os 
interessados (art. 27 CC) podem requerer a declaração de ausência e 
abertura da sucessão provisória do ausente. Os herdeiros recebem a posse 
dos bens. Se forem descendentes, ascendentes ou cônjuge estão dispensados 
de prestar caução. Outros herdeiros estão obrigados a prestar caução. 
A sucessão provisória é requerida como se o ausente estivesse morto, 
estabelecendo o legislador um rol de pessoas que têm legitimidade para 
requerer a sua abertura (art. 27 CC). Esta segunda fase (art. 37 CC) tem 
duração de 10 anos. 
Art. 26 CC. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se 
ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão 
os interessados requerer que se declare a ausência e se abra 
provisoriamente a sucessão. 
Art. 27 CC. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram 
interessados: 
I - o cônjuge não separado judicialmente; 
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; 
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua 
morte; 
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas. 
Art. 28 CC. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só 
produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; 
mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se 
houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse 
falecido. 
Art. 745 NCPC. Feita a arrecadação (...). 
§ 1° Findo o prazo previsto no edital, poderão os interessados requerer a 
abertura da sucessão provisória, observando-se o disposto em lei. 
§ 3° Presentes os requisitos legais, poderá ser requerida a conversão da 
sucessão provisória em definitiva. 
Art. 37 CC. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede 
a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a 
sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas. 
Durante o período da sucessão provisória é possível que o ausente retorne. 
Poderá ser provado que o ausente se encontra vivo. Nestes casos, todas as 
vantagens que os herdeiros estiverem auferindo sobre os bens do ausente 
cessam, e este tem o direito de recobrar a posse dos bens. Ocorre que, até a 
efetiva entrega destes bens ao ausente, será de responsabilidade dos 
herdeiros a sua guarda e manutenção (art. 36 CC). 
Art. 36 CC. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de 
estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos 
sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas 
assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono. 
3.4.1.3 Sucessão Definitiva: (art. 37 e 6º caput, segunda parte, ambos do CC e art. 
745 §3° NCPC). 
Por mais que se queira preservar o patrimônio do ausente, o certo é que a 
existência de um longo lapso temporal, sem qualquer sinal de vida, reforça 
as fundadas suspeitas de seu falecimento. Por isto, presumindo efetivamente 
o seu falecimento, estabelece a lei o momento próprio e os efeitos da 
sucessão definitiva. As cauções são levantadas e os herdeiros recebem a 
propriedade resolúvel dos bens. 
Se o ausente retornar no período de até 10 anos após a abertura da sucessão 
definitiva receberá de volta os bens no estado em que se encontrarem, os 
sub-rogados em seu lugar ou o produto obtido com a venda destes. Após 
este prazo que a sucessão é considerada inabalável e a partilha se torna 
irrevogável. 
Art. 745 NCPC. Feita a arrecadação (...). 
§ 3° Presentes os requisitos legais, poderá ser requerida a conversão da 
sucessão provisória em definitiva. 
Art. 37 CC. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede 
a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a 
sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se voltar dentro desses 10 anos, antes da sucessão definitiva 
recebe seus bens menos metade dos rendimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE ART 22 CC: Nesta 
fase o juiz declara a ausência da pessoa e nomeia-lhe curador 
ABERTURA DA SUCESSÃO PROVISÓRIA ART. 26 CC: os 
interessados podem requerer a declaração de ausência e abertura 
da sucessão provisória do ausente 
ABERTURA DA SUCESSÃO DEFINITIVA - ART. 37: 
Decorridos dez anos do trânsito em julgado da sentença que 
concedeu a abertura da sucessão provisória, é permitido que os 
interessados requeiram abertura da sucessão definitiva 
1 a 3 anos 
+ 180 dias
10 anos 
3.5. EFEITOS JURÍDICOS DA MORTE 
∆ Extingue a personalidade jurídica 
∆ Extingue o poder familiar e relações de parentesco 
∆ Dissolve o vínculo matrimonial ou de união estável, 
∆ Abertura da sucessão: transmissão da herança 
∆ Extinção dos contratos personalíssimos, 
∆ Extinção da obrigação de pagar alimentos, que se transfere aos herdeiros do 
devedor. O de cujus não é susceptível de ser titular de direitos e obrigações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caso Concreto 01: Na madrugada do dia 1/6/2009 o voo 447 da empresa área Air 
France que saiu do Rio de Janeiro rumo a Paris caiu no Oceano Atlântico. A bordo da 
aeronave havia 228 pessoas (216 passageiros e 12 tripulantes). Encerradas as buscas, 
resultado da tragédia: nenhum sobrevivente e apenas 75 corpos resgatados. Pergunta-se: 
a) Quanto aos passageiros cujos corpos foram localizados e identificados deve-se 
declarar morte real ou presumida? Justifique sua resposta em no máximo duas linhas. 
 Trata-se de morte real, pois existindo o corpo, a morte pode ser atestada pelo médico. 
b) Quantos aos corpos dos passageiros não resgatados podem as famílias solicitar a 
declaração de morte presumida com ou sem declaração de ausência? Justifique sua 
resposta em no máximo seis linhas, identificando os requisitos a serem preenchidos. 
 Para esses passageiros deverá ser requerida a morte presumida sem decretação de 
ausência em virtude do estado de perigo em que se encontravam e, cessadasas 
buscas, resultaram essas infrutíferas (art. 7° CC). 
c) Que tipo de procedimento judicial deve a família dos desaparecidos utilizar para 
requerer a decretação da morte? Responda em apenas uma linha. 
 O procedimento judicial adequado denomina-se justificação de óbito (art. 88 Lei 
6.015/73). 
Questão objetiva 01: Quanto à morte no ordenamento civil brasileiro é correto afirmar: 
a) Toda morte é real, ou seja, a parada total e irreversível das funções encefálicas. 
b) A morte presumida sem decretação de ausência só pode ser requerida quando 
alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois 
anos após o término da guerra. 
c) Caso o declarado ausente retorne após a partilha provisória dos bens, mas antes da 
partilha definitiva, só terá direito a pedir a restituição dos frutos que foram obtidos a 
partir do uso e administração de seus bens. 
d) A morte presumida com decretação de ausência permite a declaração de morte já na 
primeira fase da ação, ou seja, conjuntamente com a arrecadação de bens do ausente 
e nomeação de curador. 
e) A morte presumida com decretação de ausência permite a declaração de morte 
apenas na terceira fase da ação, ou seja, na fase em que se abre a sucessão definitiva. 
Questão objetiva 02: Pode-se requerer a sucessão definitiva do ausente: 
a) Cinco anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da 
sucessão provisória, ou se o ausente, já contando oitenta anos de idade, dele não 
houver notícia também nos últimos cinco anos. 
b) Somente nos casos em que a lei admite a morte presumida, porque a pessoa se 
encontrava, ao desaparecer, em perigo de vida. 
c) Somente depois de o ausente completar oitenta anos de idade e que de cinco anos 
antes datem as últimas notícias dele. 
d) Decorrido um ano da arrecadação de seus bens ou, se ele deixou representante ou 
procurador, em se passando três anos. 
e) Dez anos depois de passada em julgado a sentença que conceder a abertura da 
sucessão provisória. 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 
Caso Concreto 02: O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul autorizou a alteração 
do nome de um transexual. A mudança no registro de nascimento poderá ser feita logo 
depois da cirurgia de mudança de sexo. A decisão é da 7ª Câmara Cível. Cabe recurso. 
O recurso foi ajuizado por um jovem de 23 anos contra a decisão de primeira instância, 
que negou o pedido de retificação de registro civil. No processo, alegou que desde os 16 
anos usa nome de mulher e por isso passa por situações constrangedoras. A relatora, 
desembargadora Maria Berenice Dias, acolheu os argumentos. “Há um descompasso 
entre o sexo anatômico e o psicológico, pois o transexual acredita ter nascido num corpo 
que não corresponde ao gênero por ele exteriorizado social, espiritual, emocional e 
sexualmente”, enfatizou. Tendo em conta o caso acima narrado, pergunta-se: 
a) O que vem a ser o registro civil de uma pessoa natural? 
 O ato de tornar público o nascimento da pessoa com vida, a formalidade e 
publicidade do fato, garantido a pessoa o acesso aos serviços, garantido que ela 
possui aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações, sendo considerada sujeito 
das relações jurídicas. 
b) A legislação civil brasileira prevê alteração de registro civil nos casos de 
transexualismo? 
 Não existe no nosso ordenamento jurídico lei que garanta essa condição, de acordo 
com o artigo 2º do CC, a personalidade se dá com o nascimento com vida. No Direito 
Brasileiro a regra predominante é a imutabilidade do nome civil, salvo em casos de 
constrangimento, caso de testemunhas protegidas pela lei, ou caso de nomes e 
apelidos conhecidos que se podem acrescentar ao nome ou trocar pelo nome. 
c) O que é transexualismo? 
 É um transtorno de identidade de gênero. Refere-se à condição de indivíduo que 
possui uma identidade de gênero diferente ao designado do nascimento. 
Caso Concreto 03: André de Lima e Silva, 17 anos, está mais do que feliz, afinal foi 
aprovado em Concurso Público promovido pela Secretaria de Ação Social da Prefeitura 
de Duque de Caxias. Ocorre que André reside alguns dias da semana na capital do 
Estado do Rio de Janeiro e outros dias da semana residem na cidade de Saquarema, no 
interior do Estado do Rio, onde mora sua querida tia Lilica Lima, surfista profissional, 
com quem aprendeu a pegar ondas desde pequenino. Com base nas informações acima 
fornecidas responda: 
a) Onde será(ão) considerado(s) o(s) domicílio(s) de André? Justifique sua resposta 
com fundamento no Código Civil. 
 De acordo com o art. 71 CC; os dois endereços são considerados domicílio de André. 
b) Qual(is) a(s) espécie(s) de domicílio(s) se apresenta(m) no caso em tela? 
 Pluralidade de domicílio. 
Caso Concreto 04: Após um dia normal de trabalho em seu escritório, João de Deus 
Honório dos Santos, advogado bem sucedido no ramo do direito empresarial, 40 anos, 
chega em casa avisando a mulher e aos filhos que estava muito feliz, pois sua escola de 
samba ganhou o campeonato depois de 16 anos de espera e que ia à padaria comprar 
umas cervejas para comemorarem juntos. João saiu e nunca mais voltou, já faz nove 
anos, oito meses e quinze longos dias. Sendo certo que não deixou representante ou 
procurador. Pergunta-se: 
a) O caso de João se trata de ausência ou morte presumida? 
 Segundo o art. 22 CC, trata-se de ausência, pois ele saiu de seu domicílio por livre e 
espontânea vontade, não estava em perigo de vida e nem tampouco era prisioneiro de 
guerra. (art. 77 CC) 
b) Após todo esse tempo desaparecido, é correto afirmar que a propriedade dos bens de 
João poderá ser definitivamente entregue aos seus herdeiros? 
 Não, somente após o transcurso de mais de 10 anos do desaparecimento. 
c) Se João Batista aparecer nove anos e onze meses depois alegando que fora abduzido 
por alienígenas, terá direito a ter seus bens de volta? 
 Sim, os bens mais os frutos, se houver. E o curador receberá metade dos frutos. 
Caso Concreto 05: As irmãs ROSA, VIOLETA e MARGARIDA, respectivamente, 
com 18, 16 e 14 anos de idade, moram na encantadora cidade de Aracaju, capital do 
estado de Sergipe e estudam bem pertinho de casa, no Colegio Estadual Prof Hamilton 
Alves Rocha, que fica na Av. Marginal Alves Rocha, no Centro. Vendo aproximar-se o 
mês de maio e pretendendo recursos para o presente de sua mãe, Dona DÁLIA, aceitam 
a sugestão da irmã mais velha e todas vendem para a Oficina do Alciclei suas bicicletas. 
Como podem ser classificados os negócios realizados jurídicos por cada uma das 
irmãs, tendo por base a capacidade jurídica de cada uma delas? Justifique. 
José e Maria, durante sua relação, afetiva tiveram um filho, Davi, hoje com seis anos de 
idade. Com o recente fim do relacionamento, Maria procura um advogado para que este 
ajuíze ação de alimentos em face de José com o escopo de obter pensão alimentícia 
somente para seu filho David, já que ela possui meios próprios de subsistência. O 
advogado, então, inicia sua petição da seguinte forma: 
“Davi da Silva, relativamente incapaz, assistido por sua mãe Maria da Silva, 
domiciliado na Rua da Paz, s/n°, vem, por seu advogado ao final subscrito, propor a 
presente ação de alimentos em face de José da Silva, domiciliado na Rua da Paz, s/n° 
pelos fatos e fundamentos que a seguir expõe (...)”. 
Após a distribuição (ato de dar entrada) da referida petição inicial, para começar o 
processo judicial, determina o juiz da vara de família que seja emendada (corrigida) essa 
petição inicial. Responda às questões, justificando-as. 
a) Davi da Silva é incapaz? Em caso positivo, qual a espécie de incapacidade o atinge? 
 
 
b) O juiz determinou que a petição inicial do advogado fosse emendada, ou seja, 
corrigida. Que erro cometeu o advogado? Faça a correção necessária. 
 
 
c) O instituto da incapacidade tem por finalidadepunir o incapaz por sua falta de 
discernimento e pelos prejuízos que pode causar à sociedade em razão dela? Em caso 
negativo, qual seria então o escopo do instituto? 
 
 
Questão objetiva 03: Esta questão contém duas afirmações (I e II). Analise-as e 
assinale a alternativa correta. 
I - Ao nascer com vida, adquire-se capacidade de fato 
 PORQUE 
II- A capacidade de direito somente se adquire com a ocorrência das hipóteses do art. 
5º CC, ou seja, quando se pode exercer plenamente o direito. 
a) se as duas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
b) se as duas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
c) se a primeira é falsa e a segunda é verdadeira. 
d) se a primeira é verdadeira e a segunda é falsa 
e) se as duas são falsas.

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