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Direito Civil - 1° semestre

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Direito Civil – 1° semestre
1. Pessoa, personalidade e capacidade civil
Pessoa: sujeito (titular) de relações jurídicas.
Quem pode ser sujeito de relações jurídicas? 
1. Pessoa natural
2. Pessoa jurídica
Considerando que o art.1° do Código Civil consta do Título I, que trata das pessoas naturais, vamos ficar restritos ao conceito de Pessoa Natural.
Pessoa Natural: é o ser humano, sem discriminação de qualquer natureza como: idade; sexo; raça; nacionalidade; saúde, entre outros. Desta forma, conclui-se que Pessoa Natural é todo o ser humano, por exemplo: criança; idoso; absolutamente incapaz; relativamente incapaz; ou seja, todo ser humano nascido com vida.
Art. 1° do Código Civil: “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”
Quer dizer que todo ser humano nascido com vida, sem distinção de qualquer natureza.
Art. 1° do Código Civil: “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”.
Trata-se da Personalidade
Personalidade: é a aptidão que toda pessoa tem de adquirir direitos e contrair deveres na ordem civil. Como a personalidade é um conceito jurídico, poderíamos viver em um país onde a lei conferisse somente aos homens a Personalidade e, portanto, somente os homens poderiam adquirir direitos e contrair deveres, mas não é o que ocorre no ordenamento jurídico brasileiro, pois no Brasil toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil (art. 1° do CC).
O art. 1° do CC não trata da forma como a pessoa vai exercer os seus direitos e deveres, mas sim da possibilidade de adquiri-los, caso a pessoa precisar de assistência ou representação de alguém para exercer seus direitos e deveres, é uma questão de “capacidade”.
Exemplo: João é recém-nascido e herdou um imóvel de seu avô, assim, João tem direito de propriedade sobre o imóvel e tem obrigação (dever) de pagar os impostos do imóvel. A forma como João irá exercer seus direitos e deveres sobre o imóvel é uma questão de capacidade, o que importa é que João é uma Pessoa e, nos termos do art. 1° do CC, ele tem a possibilidade de contrair direitos e deveres na ordem civil (personalidade).
Art. 1° do Código Civil: “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”.
Capaz: Capacidade de Direito, ou seja, toda pessoa é capaz de adquirir direitos e deveres na ordem civil
Exemplo: uma criança de 3 anos que recebe um imóvel em doação, ela adquire direitos e contrai obrigações em relação ao imóvel.
Direito: de propriedade
Dever: obrigação de pagar o IPTU
O art. 1° do CC determina que toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil, mas não especifica que a mesma será capaz de exercê-los, assim, o art. Trata da capacidade de direito ou de gozo que toda pessoa tem.
Capacidade de direito ou de gozo: toda pessoa tem.
Capacidade de fato ou de exercício: somente têm aqueles que podem exercer pessoalmente seus direitos e deveres.
A pessoa manifesta a vontade ao realizar contratos, negócios jurídicos de acordo com os seus interesses, desde que estejam dentro dos limites impostos pela norma. Exemplo: se eu for comprar uma casa, eu posso escolher em qual bairro irei comprar, qual valor, tamanho e etc. 
Capacidade Plena: o maior de 18 anos de idade.
Capacidade de direito + de exercício
A pessoa realiza todos os atos da vida civil, SEM a ajuda de um assistente ou de um representante
Incapacidade relativa: o menor de 18 anos e maior de 16 anos; ébrios habituais (alcóolatras) e os viciados em tóxicos; aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade (ex.: deficiente mental; estado de coma; perda de memória e etc.); pródigos (quem delapida seu patrimônio, fazem dívidas de jogos e etc.)
Possui capacidade de direito + de exercício limitada.
O relativamente incapaz pode manifestar a sua vontade, mas deverá ser assistido pelo seu ASSISTENTE.
Exemplos de atos que o relativamente incapaz poderá realizar pessoalmente sem o auxílio de outra pessoa: 
a) Fazer um testamento;
b) Celebrar contrato de trabalho;
c) Ser testemunha em um processo;
d) Votar;
e) Outros que sejam previstos em lei.
Seus assistentes podem ser os pais, curadores (assistem os MAIORES relativamente incapazes) e tutores (caso tenham perdido os pais ou os mesmos perderam o poder familiar sob o filho). 
Incapacidade absoluta: menor de 16 anos, 
Capacidade de direito + incapacidade de exercício.
O incapaz não pode manifestar sua vontade, que será manifestada pelo seu REPRESENTANTE.
Exemplo: uma criança de 10 anos herda um imóvel, ela tem direito sob este imóvel, e tem obrigações sob ele, mas como tem apenas 10 anos, precisará de um representante para exercer os atos da vida civil (direitos e deveres) em nome da criança.
Esses representantes podem ser os pais ou tutores (caso tenham perdido os pais ou os mesmos perderam o poder familiar sob o filho). 
A diferença entre a pessoa absolutamente incapaz e a relativamente incapaz: a absolutamente incapaz precisa de um representante que realize os atos da vida civil por ela; e o relativamente incapaz precisa de um assistente que a auxilie nos atos da vida civil.
2. Nascituro
Art.2° do Código Civil: “a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. 
Teoria Natalista: a personalidade civil da pessoa somente se inicia após o seu nascimento com vida, conforme determina o início do art. 2° do CC, quando diz que “a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida(...)”, enquanto está no ventre materno, o nascituro não adquire direitos e deveres na ordem civil.
Ou seja, nasceu com vida, adquiriu personalidade e está apto a contrair direitos e deveres; ainda está no ventre da mãe (nascituro), não tem personalidade; nasceu sem vida (natimorto), não adquiriu personalidade.
No entanto, a Teoria Natalista reconhece que a lei assegura direitos ao nascituro, pois o próprio art. 2° do CC afirma que: “a lei põe a salvo desde a concepção os direitos do nascituro”, como os direitos da personalidade: vida, integridade física, saúde e etc., e exclui, dos nascituros, os direitos patrimoniais: direito de propriedade, de receber herança, danos morais e etc.
Exemplo: Maria está grávida e seu filho se chamará João, enquanto ele não nascer, gozará apenas de direitos da personalidade, como a saúde e a vida (por isso o aborto não é legalizado), caso o João nasça com vida, ele terá adquirido personalidade jurídica e terá direito a adquirir direitos patrimoniais e extrapatrimoniais, mas se não nascer com vida, não terá adquirido personalidade, então não poderá receber um nome; doação; danos morais e etc.
Há um subtipo da Teoria Natalista denominada Teoria da Personalidade Condicional, que defende que a personalidade jurídica do nascituro depende do seu nascimento com vida, assim, a aquisição da personalidade fica condicionada ao nascimento com vida deste, quando aí sim ele poderá adquirir esses direitos que lhe foram reservados desde a concepção
Teoria Concepcionista: defende que o nascituro adquire a personalidade civil desde a concepção e que, somente alguns efeitos desses direitos é que estariam aguardando ele nascer com vida, em especial, os direitos patrimoniais materiais, como propriedade e herança.
Esta teoria vem ganhando força na doutrina e também em várias decisões judiciais que reconheceram, por exemplo, o direito do nascituro receber o seguro obrigatório DPVAT da mãe que faleceu em acidente de trânsito enquanto estava em seu ventre; ou da mãe recebe-lo, caso perca o seu filho em acidente de trânsito; ou, ainda, do nascituro receber danos morais pela morte de seu pai por não tê-lo conhecido em vida.
A proteção que o código defere ao nascituro alcança o natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como: nome, imagem e sepultura. Estados do Brasil estão permitindo constar o nome do natimorto na certidão de crianças natimortas, mediante provimentos da Corregedoria Geral de Justiça dos Estados.
Exemplo: Maria está grávida e seu filho se chamará João, que desde a concepção, tem personalidade e já pode sertitular de direitos na ordem civil, enquanto João não nascer, terá direitos a alimento; pré-natal; saúde; a vida; à integridade física; danos morais e ser beneficiário de seguro, se for o caso. Se João sair do ventre materno sem vida (natimorto), considerando que ele já tinha personalidade desde a concepção, João não terá direito aos direitos patrimoniais, tais como: propriedade e herança.
Ambas as teorias são usadas em várias decisões e nunca chegam em um acordo definido de qual usar.
Os embriões concebidos in vitro gozam das mesmas garantias e direitos que os nascituros.
3. Emancipação
É a antecipação da capacidade civil antes de a pessoa atingir a maioridade, ou seja, antes dela completar 18 anos. Divide-se em três subtipos: 
a) Emancipação Voluntária
Requisitos: 
- Concessão dos pais, ou de um deles na falta de outro (morte ou ausência), caso um deles não concorde em emancipar o filho, existe a possibilidade ajuizar uma ação de suprimento de consentimento, independentemente se o juiz suprir ou não essa ação, ela continuará sendo voluntária, pois o juiz irá apenas suprir o consentimento e não emancipar;
- Vontade do menor;
- Realizada no cartório, por instrumento público;
- Independe de homologação judicial;
- O menor precisa ter 16 anos completos.
b) Emancipação Judicial
Requisitos:
- O menor possuir um tutor (quando não possuir os pais ou os mesmos perderem ou tiverem suspensos o poder familiar);
- O menor precisa ter 16 anos completos;
- O juiz ouvirá o tutor, mas a opinião do tutor não vinculará a decisão do juiz;
- A emancipação é conferida pelo juiz, por sentença.
c) Emancipação Legal
Requisitos:
- Casamento (o menor precisa da autorização dos pais para casar, mas não é isso que o emancipará, e sim, o casamento válido), caso ocorra um divórcio, o menor continua emancipado, mas se houver uma anulação, o menor volta a incapacidade, pois casamento anulado não possui nenhum efeito. Quando menor age de boa-fé a emancipação dele continua (ex.: descobriu que sua esposa tinha um amante), mas quando este age de má-fé, a incapacidade volta ao indivíduo (ex.: a pessoa ameaça o menor a casar-se). Fundamentos dessa emancipação: se o menor é capaz de administrar uma família, também será para a sua própria vida; 
- Exercício de emprego público efetivo. Fundamentos dessa emancipação: se o menor é capaz de exercer serviço público, também será de gerir sua vida;
- Colação de grau em ensino superior (não é considerado curso técnico);
- Desde que o menor, com 16 anos completos, tenha economia própria em função de: estabelecimento civil, comercial ou relação de emprego. Fundamentos dessa emancipação: demonstra a maturidade do menor que já possui meios de se sustentar e de gerir seus próprios negócios. Ex.: jogador de futebol, cantor e etc.
4. Morte
Divide-se em dois: 
a) Morte Real
Existência de um corpo. Prova-se pela certidão de óbito
Art. 6° do CC: “a existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva”.
A morte real extingue a personalidade civil da pessoa e, com isso, seus direitos e deveres. As consequências da extinção da personalidade:
- Extingue-se a obrigação de pagar pensão alimentícia; 
- Extingue-se os contratos personalíssimos;
- Dissolve-se o vínculo conjugal;
- Extingue o usofruto e etc. 
b) Morte Presumida
Temos que presumir a morte, pois não existe um corpo. Ex.: acidente de avião; ausentes e etc. Divide-se em dois subtipos: 
1. Morte presumida com decretação de ausência
Art. 6° do CC: “a existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva”.
Ausentes são aquelas pessoas que desapareceram e nunca mais se teve notícias; estão desaparecidas, ex.: a pessoa foi trabalhar e nunca mais foi vista. Desta forma, é aberto um processo judicial de ausência, que possui três fases: 
a) Curadoria;
b) Sucessão provisória;
c) Sucessão definitiva.
Somente após aberta a sucessão definitiva vai ser presumida a morte da pessoa.
2. Morte presumida sem decretação de ausência 
Art.7° do CC: “Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - Se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida”
Ex.: acidente de avião, catástrofes (11 de setembro, tsunami) e etc.
“II - Se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra”.
Ex.: prisioneiro de guerra.
“Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento”.
As consequências da extinção da personalidade são as mesmas definidas na morte real.
A decisão de morte presumida pode ser reversível se for encontrada a pessoa ou o momento da morte pode ser revisto se for encontrado o corpo da pessoa.
5. Comoriência 
Também conhecida como a morte simultânea, ocorre quando duas ou mais pessoas falecem na mesma ocasião e não sabe quem faleceu primeiro. Ex.: acidente de avião, carro, entre outros.
Pós-moriência: quando um indivíduo morre depois do outro.
Premoriência: quando um indivíduo morre antes do outro.
Art. 8°: “se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos”.
A comoriência é importante para definir a transferência de direitos de uma pessoa e outra, pois entre os comorientes não há uma transmissão de direitos, uma vez que mortos não recebem direitos patrimoniais. Exemplo: Paulo é pai de Pedro com uma mãe e de João com outra mãe. Paulo, Pedro e João foram passear de carro e sofreram um acidente, faleceram na mesma ocasião Paulo e Pedro (comoriência), enquanto João sofreu apenas ferimentos leves. Desta forma João receberá 100% da herança. Mas, se Paulo falecer no momento do acidente e Pedro falecer a caminho do hospital, não havendo comoriência, a herança se dividirá entre os dois filhos. Caso houver comoriência entre todos. A herança não irá para nenhum dos dois filhos, e sim, para outro herdeiro.
6. Direitos da Personalidade 
 
São os direitos que dizem respeito aos atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa, como a vida; liberdade; honra; integridade física; nome e etc. 
É o direito que a pessoa tem de defender os seus direitos de existência, à vida, à integridade física, moral, dignidade e etc.
Todos ser humano possui os direitos da personalidade como razão da sua própria existência, independentemente da idade, sexo, crenças e cor, por esse motivo que não podemos confundir esses direitos com os patrimoniais (propriedade) que a pessoa pode ou não adquirir.
Art. 11 do CC: “com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”.
Atributos dos Direitos da Personalidade: 
a) intransmissíveis: não podem ser transferidos para outras pessoas, nascem e se esgotam com a própria pessoa. Ex.: não posso transferir minha identidade para outra pessoa, pois esta é intransmissível.
b) irrenunciáveis: seu titular não pode abdicar desses direitos. Ex.: não posso renunciar minha filiação por não gostar dos meus pais, pois esta é irrenunciável.
c) ilimitados: não existe um número certo de direitos da personalidade, por esse motivo não podem ser quantificados.
d) absolutos: são oponíveis erga omnes. Todos devem respeitá-lo. Espera-se um comportamento negativo das outras pessoas, e do próprio Estado, quanto ao respeito e proteção aos direitos da personalidade. Ex.: todos devem respeitar os direitos da personalidade, por esse motivo o pai não tem direito de tirar a vida de um filho.
e) extrapatrimoniais: não estão inseridos na esfera patrimonial da pessoa, não estando sujeito a valores ou aferição econômica. Ex.: não se pode valorar a vida ou a honra de uma pessoa.
f) impenhoráveis: não podem servir como garantiade pagamento de dívidas, pois são extrapatrimoniais, e, portanto, são insuscetíveis de valoração econômica.
g) indisponíveis: a pessoa não pode dispor da forma que bem entender dos seus direitos da personalidade. Ex.: não posso doar o meu coração para um filho, porque o meu direito a vida é indisponível.
h) imprescritíveis: podem ser exercidos a qualquer tempo, não se extinguem pelo seu uso, nem pela sua inércia. Ex.: mesmo com 50 anos de idade tenho o direito de ajuizar uma investigação de paternidade para reconhecer a minha filiação. 
i) vitalícios: acompanham a pessoa do seu nascimento até a sua morte.
Assim como o nascituro dispõe de direitos, a pessoa após a morte também terá, o CC dará legitimidade indireta ao conjugue (descendente, ascendente e etc.) para ajuizar uma ação para defender os direitos da personalidade do morto, como, por exemplo, em caso de uma publicação difamatória que afete o morto, dessa forma, afeta a família, e ela pode ajuizar uma ação para proteger a memória dele.
7. Proteção aos Direitos da Personalidade 
O direito da personalidade é subjetivo, ou seja, é o direito de defender os direitos inerentes a sua pessoa.
Art. 11 do CC: “Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.”.
Medidas judiciais adotadas (dúvida)
De natureza PREVENTIVA: prevenir que ocorra a lesão aos direitos da personalidade.
Ex.: impedir a publicação de uma biografia não autorizada.
De natureza COMINATÓRIA: aplique uma multa quando fere o direito da personalidade
Ex.: imposição de multa diária para cada dia em que for veiculado um vídeo na internet.
De natureza REPRESSIVA: reprimir a lesão ao direito da personalidade.
Ex.: suspender a inscrição do nome da pessoa no SERASA
Exemplos de medidas judiciais: habeas corpus; habeas data; mandato de segurança; mandato de injunção.
Art. 11 do CC: “Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.”.
8. Disposição do próprio corpo em vida
A integridade física é um direito da personalidade, portanto, é indisponível e irrenunciável. A pessoa não pode dispor do próprio corpo da forma que ela bem entender, porque a integridade física é tutelada pelo Estado.
Art. 13 do CC: “salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes”.
Quando for por exigência médica, a pessoa pode ter uma disposição do próprio corpo, que traga diminuição da integridade física, quando um médico amputa a perna de um paciente diabético, por exemplo, pois ele precisa para continuar exercendo sua vida civil.
“Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial”.
Art. 199, parágrafo 4°, da CRFB/1988: “a lei disporá sobre as condições e requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização”.
Art. 9° da Lei de transplante de órgãos determina que: “é permitida, por pessoa capaz, a disposição do próprio corpo em vida para fins terapêuticos, ou de transplante, em cônjuge ou parentes até o 4° grau, ou para qualquer outra pessoa mediante autorização judicial”.
O parágrafo 3°, do art.9°, determina que “a pessoa somente pode doar: quando a doação não constituir perigo de vida; não acarretar risco para a integridade física; não representar comprometimento das aptidões vitais e saúde mental; não causar deformação ou mutilação inaceitável e, por fim, de órgãos duplos”. 
Princípio da autonomia da vontade:
Art. 15° do CC: “ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica”.
A República Federativa do Brasil tem como fundamento a dignidade da pessoa humana, muitas vezes, prolongar o tratamento de saúde de uma pessoa, atinja sua dignidade humana, ela vai viver por mais tempo, mas a custo do que? A maioria das vezes a custo de sua própria dignidade, desta forma, o poder de escolha de submeter a um tratamento médico, traz ao paciente a possibilidade de dignidade.
“O Direito à inviolabilidade de consciência e de crença, previsto no art. 5°, VI, da CF, aplica-se também à pessoa que se nega a tratamento médico, inclusive transfusão de sangue(...)”
Requisitos: capacidade civil plena e manifestação de vontade livre, consciente e informada.
“Nas decisões sobre cuidados e tratamentos de pacientes que se encontram incapazes de comunicar-se, ou de expressar de maneira livre e independente suas vontades, o médico levará em consideração suas diretivas antecipadas de vontade” 
Diretiva antecipada de vontade: diretiva antecipada de documentos, as quais colocam as vontades de tratamentos e cuidados médicos.
Testamento Vital: é uma declaração a qual, um indivíduo com total capacidade civil, manifesta suas vontades quando o mesmo estiver sob uma doença fatal e não poder introduzi-las.
Mandato duradouro: consiste no outorgante nomear um indivíduo para decidir seus cuidados médicos quando não puder expressar suas vontades.
Art. 14°: “é válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte”.
Ex. científico: doar o corpo para uma universidade ou um laboratório.
Ex. altruísticos: doação de órgãos.
“Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo”, ou seja, se a pessoa determinou que seria doadora de órgãos, ela poderá revogar essa disposição a qualquer momento.
A doação do corpo para depois da morte, pode ser realizada por ato de livre vontade do doador (fazendo um documento particular ou na sua carteira de identidade) ou pela vontade de seus familiares.
Art. 4°, da lei 9.434/1997: “a retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte”.
9. Nome
O nome (forma de individualizar a pessoa perante o Estado e a Sociedade) da pessoa é um direito da personalidade e, portanto, um direito fundamental. Tem dois aspectos:
a) Aspecto público: o nome é o meio que o Estado tem de identificar a pessoa para lhe conferir direitos e deveres.
b) Aspecto individual: o nome é o meio como a própria pessoa vai ser individualizada e identificada perante as demais pessoas. A pessoa exercerá seus direitos e deveres por meio de seu nome.
Art. 16 do CC: “toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendido o prenome e o sobrenome”.
Prenome: pertence a pessoa e divide-se em simples (João; Pedro; Maria e etc.) e composto (João Paulo; Pedro Henrique; Maria Eduarda e etc.).
Sobrenome: pertence à família da qual a pessoa descende e também divide em simples (Pereira; Silva e etc.) e composto (Pereira Gonçalves; Souza da Silva e etc.).
Agnome: distingue as pessoas que possuem o mesmo nome e que pertencem à mesma família (Filho; Neto; Júnior; Sobrinho e etc.).
Alteração de nome
O sobrenome é mais difícil de ser alterado por pertencer à família da qual a pessoa descende, desta forma, só é alterado quando há alteração na família; já o prenome, como pertence a própria pessoa, é mais comum e fácil de alterá-lo.
O nome é imutável, ou seja, não pode ser alterado, apenas ocorre quando comprovada a necessidade ou estiver previsto em lei.
Essa alteração pode ser por decisão judicial (ação de retificação de registro civil; divórcio judicial e etc.) ou no ofício de registro civil (cartório) (casamento; nome social e etc.).
Casos que podem ocorrer a alteração do PRENOME:
a) Nome que exponha a pessoa ao ridículo;
b) Erro de grafia;
c)Homonímia (quando existem muitas pessoas com o mesmo nome, ex.: João da Silva, Maria de Souza e etc., o mais comum, é acrescentar um prenome composto ou acrescentar um sobrenome da família);
d) Apelido público e notório (podem trocar os prenomes ou apenas acrescentar o apelido ao seu nome);
e) Adoção durante a menoridade; 
f) Quando a pessoa é conhecida por outro nome (prenome de uso) (ex.: Pedro, desde que nasceu, é chamado de Francisco);
g) Por motivos de fundada coação ou ameaça (alterar nome de pessoa que está colaborando para a apuração de um crime, quando houver coação ou ameaça contra a pessoa);
h) Transgênero – nome social (quando tiver capacidade civil plena);
Casos que podem ocorrer a alteração do SOBRENOME:
a) Casamento (homem adotar o sobrenome da mulher; a mulher adotar o sobrenome do homem; cada um continuar com o seu sobrenome de solteiro; ambos adotarem o sobrenome de cada um. A única exigência é que a pessoa não poderá suprimir seu próprio sobrenome);
b) União Estável;
c) Divórcio ou separação (voltar ao sobrenome de solteiro);
d) Adoção (o adotado deve utilizar o sobrenome dos seus pais adotivos, mas já houve decisões judiciais que permitiram ao adotado usar o sobrenome dos pais biológicos juntos aos pais adotantes, multiparentalidade);
e) Paternidade ou maternidade socioafetiva (o CNJ regulamentou o reconhecimento voluntário de paternidade ou maternidade socioafetiva, e igualou os direitos do filho reconhecido ao biológico ou adotado). 
Proteção do Nome
Art. 17° do CC: “nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória”.
Ex.: escritos, internet, rádio e etc.
Art. 18° do CC: “sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial”.
Ex.: utilizar o nome alheio para vender bens ou serviços, para fins religiosos, eleitorais, artísticos e etc., pois o nome pertence a pessoa e só ela pode explorar economicamente o seu nome.
Art. 19°: “o pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome”. 
Ex.: Pelé, Xuxa, Kaká e etc.
10. Ausência
Ocorre a ausência quando uma pessoa desaparece de seu domicílio sem deixar notícias. Ex.: a pessoa foi trabalhar e nunca mais foi vista. Vai abrir um processo de ausência e primeiramente ela será declarada ausente e posteriormente, caso não achem a pessoa depois de muitos anos, será declara a morte. 
Art. 22 do CC: “desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador”.
1° fase do processo de ausência: CURADORIA
1) A pessoa desapareceu e não se tem notícias dela;
2) A pessoa não deixou um procurador (sócio, parente);
3) O interessado ou o Ministério Público ajuizou a ação de ausência;
4) O juiz declarará a ausência da pessoa;
5) O juiz nomeará um curador para administrar os bens do ausente. 
O juiz somente vai nomear um curador se a pessoa ausente não deixou um procurador para administrar os seus bens. Só haverá a fase da curadoria se a pessoa não deixou um procurador.
Art. 23° do CC: “também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes”.
Se a pessoa deixou procurador, o juiz somente nomeará um curador se:
1. O procurador não quiser exercer o mandato; 
2. O procurador não puder exercer o mandato;
3. Os poderes do procurador forem insuficientes;
Art. 24: “juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores”.
O juiz fixará os poderes e obrigações do Curador.
Art. 25: “o cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador”.
Ele vai ser o primeiro na ordem de preferência.
§ 1: “em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo”.
Ou seja, a ordem preferência será: 
1. Cônjuge
2. Pais
3. Descendentes
§ 2: “entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos”.
1. Filhos
2. Netos 
3. Bisnetos
3: “na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador”.
Ex.: irmão; sócio; amigo; tio e etc.
2° Fase do processo de ausência: SUCESSÃO PROVISÓRIA
Até quando o procurador/curador vai administrar os bens do ausente?
R: até quando abrir o processo de sucessão provisória
Art. 26°: “decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente (curador), ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão”.
Desta forma, a sucessão provisória poderá ser aberta após 1 ano da curadoria ou, caso o ausente tenha deixado procurador, 3 anos.
Na sucessão provisória:
1. A pessoa é considerada ausente.
2. Os herdeiros somente possuem a posse dos bens.
3. Os herdeiros não podem alienar os bens do ausente.
Art. 27: “para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
I – O cônjuge não separado judicialmente;
II - Os herdeiros presumidos (tios, irmãos), legítimos (cônjuge, descentes) ou testamentários (beneficiários no testamento);
III - Os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV - Os credores de obrigações vencidas e não pagas”.
Art. 28: “a sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido”.
Só terá efeito depois de 180 dias publicada pela imprensa e logo depois disso poderá abrir o testamento e o inventário, partilha de bens, como se o ausente fosse falecido.
Art. 30: “os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
§ 1 o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.
§ 2 o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente”.
Art. 31: “os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína”.
Alienação dos bens do ausente: por ordem judicial e para evitar a ruína.
Ex.: o ausente ser criador de gado e ninguém da família sabe mexer, então, para evitar a ruína, o procurador pode vender tudo e comprar um apartamento, por exemplo.
Art. 32: “empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa (autor de uma ação) e passivamente (réu de uma ação) o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas”.
Art. 33: “o descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couber; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente.
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos”.
Art. 35: “se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-á,nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo”.
(hora exata da morte)
Art. 36: “se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono”.
3° Fase do processo de ausência: SUCESSÃO DEFINITIVA
O objetivo do processo de ausência é proteger o patrimônio da pessoa ausente e, ao final, declarar a morte da pessoa. Como se trata de morte presumida, não tendo um corpo, a presunção se dá pelo decurso de tempo.
Art. 6: “a existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva”.
Sucessão definitiva: declara-se a morte da pessoa
Art. 37: “dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas”.
Art. 38: “pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele”.
Quando se abre a sucessão definitiva? 
1. 10 anos após transitada em julgada a sentença da Sucessão Provisória.
2. Se a pessoa já possui mais de 80 anos e já está mais de 5 anos desaparecido.
Art. 39: “regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal”.
Ou seja, após 10 anos de aberta a Sucessão Definitiva, o ausente terá:
1. Direito aos bens existentes no estado em que se acharem;
2. Direito aos bens sub-rogados em seu lugar;
3. Direito ao preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados.
11. Domicílio
É o local onde a pessoa natural vai se estabelecer com ânimo de moradia. 
Artigo 70 Código Civil: “o domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo”.
Importante ressaltar que moradia e residência, não são sinônimos! 
Domicílio x Morada -> a morada é onde a pessoa se estabelece PROVISORIAMENTE. Exemplo: Eloísa vai fazer intercâmbio nos EUA, ou seja, sua morada é nos EUA, após o término do intercâmbio ela volta para seu domicílio, que é no Brasil. Logo, a morada é PROVISÓRIA.
Domicílio x Residência -> a residência é um local onde a pessoa fica PERIODICAMENTE, porém sem o ânimo definitivo. Exemplo: Eloísa vai para sua casa na praia aos finais de semana, logo é uma residência aos finais de semana. 
Domicílio -> local onde Eloísa se encontra permanentemente, ou seja, ânimo de definitividade, onde estabelece residência com ânimo definitivo. 
	Qual a importância desse instituto?
R: Nosso sistema processual é embasado na formação de “triangularização” do processo, ou seja, AUTOR x RÉU x JUIZ, para que as partes possam ser localizadas e constituída a citação, o início do processo, é necessário localizar onde o indivíduo será demandado. Além disso, a questão de controle estatal. Resumindo, é a importância PRÁTICA.
Espécies de Domicílio:
•	Voluntário: instituído com base na vontade da pessoa, determinando onde ela vai querer se estabelecer.
•	Necessário: a própria lei vai determinar. (ver art. 76 CC). Via de regra a escolha é VOLUNTÁRIA, indo de encontro com direito de ir e vir, porém existe o chamado interesse maior estatal, logo, quem irá determinar em casos específicos é a lei. 
•	Incapaz: local onde se encontra o domicílio do representante ou assistente. Quem é o incapaz? Aquele que não pode exercer todos os atos da vida civil, logo, um tutor ou curador, é seu responsável legal, ou seja, este quem zela pelo seu interesse. Para fins processuais, como por exemplo celeridade processual, é mais prudente que o domicílio do incapaz seja no mesmo local do tutor/curador.
•	Servidor público: onde ele presta permanentemente suas funções segundo o interesse de adm. Pública. 
•	Militar: onde ele servir, tendo em vista que é serviço de caráter essencial
•	Marítimo: será onde o navio estiver matriculado, pois é muito difícil o Estado ir atrás de cada lugar, então é estabelecido um critério objetivo, decorrente da lei.
•	Preso: onde estiver cumprindo a pena, isto é, sob custódia do Estado. Na execução penal, poderá alterar o local de cumprimento da pena. 
	O que acontece se Eloísa tiver ânimo definitivo em mais de um lugar? R: Será qualquer um dos lugares, podendo ficar metade do mês em um lugar e a outra metade em outro lugar. Ex: trecho Três Lagoas x Bastião.
	Não tenho domicílio fixo, e agora? R: Local onde foi encontrado. Ex: vendedores de cosméticos que ficam de cidade em cidade. 
Em caso de mudança, é necessário informar à municipalidade, para evitar, por exemplo, em uma situação hipotética, a questão da fraude contra credores.
-> E a Pessoa Jurídica?
Assim como as pessoas naturais, as pessoas jurídicas também possuem domicílio, o Artigo 75 é claro:
“Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I – da União, o Distrito Federal;
II – dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III – do Município, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos."
	Agente diplomático: citado no estrangeiro e alegar extraterritorialidade. Será o DF ou o último ponto que esteve
	Contratos: as partes podem eleger o foro.

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