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FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO O tubo digestivo fornece ao organismo um suprimento contínuo de água, eletrólitos e nutrientes. Para desempenhar essa função, é necessário (1) o movimento do alimento ao longo do tubo digestivo; (2) a secreção de sucos digestivos e a digestão do alimento; (3) a absorção dos produtos digestivos, da água e dos vários eletrólitos; (4) a circulação do sangue pelos órgãos gastrintestinais para transportar as substâncias absorvidas; e (5) o controle de todas essas funções pelo sistema nervoso e pelo sistema hormonal. Processo Absortivo utilização Ingestão de Alimento grandes moléculas Processo Digestivo moléculas menores Modificado de: Vander, Sherman & Luciano, 2002, (apresentação extraída, enquanto disponível, de: http://www.biocourse.com ) Os órgãos relacionados à digestão O tubo digestório e suas principais estruturas Extraído de: Vander, Sherman & Luciano, 2002, (apresentação extraída, enquanto disponível, de: http://www.biocourse.com ) O tubo digestório e suas principais estruturas Os vilos do intestino delgado Modificado de: Vander, Sherman & Luciano, 2002, (apresentação extraída, enquanto disponível, de: http://www.biocourse.com ) O tubo digestório e suas principais estruturas Adaptado de Gershon e Erde, 1981. Figura extraída e modificada de: The Enteric Nervous System: A Second Brain, GERSHON, M. D. - Columbia University, 1999; extraído, enquanto disponível (2002) de: http://www.hosppract.com/issues/1999/07/gershon.htm - http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10418549?log$=activity O sistema entérico é formado principalmente por dois plexos: um plexo externo, situado entre as camadas musculares longitudinal e circular, denominado plexo mioentérico; e (2) um plexo interno, denominado plexo submucoso O plexo mioentérico controla principalmente os movimentos gastrintestinais, enquanto o plexo submucoso controla sobretudo a secreção gastrintestinal e o fluxo sanguíneo local. As grandes funções do Sistema Digestório: Motilidade, secreção, digestão, absorção e defecação. Aires, 2012 Estes hormônios sinalizam para o sistema nervoso periférico e central, regulando assim, um grande número de processos biológicos. Hormônios gastrointestinais e suas principais funções fisiológicas. Os principais mecanismos de transmissão de sinais no trato gastrointestinal: ENDÓCRINO aferência vagal em resposta à estimulação pela CCK no ID (efeito parácrino) aferência vagal em resposta à estimulação de: -quimioceptores -mecanoceptores (distensão gástrica) SACIEDADE Durante a alimentação, ocorrem também influências importantes do TGI sobre o SNC, em especial o controle do apetite e da saciedade. Percepção visceral: exemplo de regulação de funções extra- gastrointestinais estimulação da saciedade pelas aferências vagais e CCK FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO •MOTILIDADE GASTROINTESTINAL - É necessária para transformar sólidos em uma massa do tamanho, formato e consistência adequados para seu transporte pelo TGI. -Permite ao indivíduo saborear o alimento, contribuindo assim, para a decisão deglutir ou não o alimento. - Requer uma complexa variação na força e velocidade dos movimentos da mandíbula, segurando e triturando o sólido com o auxílio dos dentes. - Durante a mastigação, os lábios, as bochechas e a língua têm a função de posicionar o sólido sobre as superfícies trituradoras. - A língua também ajuda a reduzir sólidos macios e solúveis esmagando-os contra as estruturas ósseas da cavidade oral, misturando-os aos elementos líquidos do conteúdo ingerido e à saliva que dissolvem e lubrificam o bolo alimentar. MASTIGAÇÃO esfíncter esofágico superior (EES) esfíncter esofágico inferior (EEI) esôfago diafragma estômago traquéia A DEGLUTIÇÃO desencadeia um movimento peristáltico (onda 1ária) que desloca-se desde o início do esôfago (1º terço, musculatura estriada sob a coordenação de nervos cranianos)... ... e propaga-se ao longo da musculatura lisa (3º terço de seu comprimento). O terço intermediário é constituído por fibras mistas (estriadas e lisas). O movimento peristáltico é quem desencadeia o relaxamento do esfíncter imediatamente à frente da onda. Caso permaneça algum resíduo, ondas 2árias poderão surgir. Digestive System (Vander, Sherman & Luciano, 20ll)– WEBsite original enquanto disponível: http://www.biocourse.com Deglutição: motilidade esofágica Principais eventos que participam do reflexo da deglutição. Veja animação com texto explicativo on-line (Figura 7) Fase oral ou voluntária: a língua separa parte ou todo o bolo alimentar (BA) e o comprime para cima contra o palato duro e para trás (palato mole), forçando-o contra a faringe; os estímulos tácteis iniciam o reflexo da deglutição. Fase faríngea: fechamento das pregas vocais, da epiglote, levantamento da faringe e abertura do esfíncter esofágico superior (inibição da respiração). Logo após a passagem do BA, abrem-se as pregas vocais, a epiglote relaxa e o EES se fecha (reinicia a respiração). http://www.hopkins-gi.org/GDL_Disease.aspx?CurrentUDV=31&GDL_Cat_ID=BB532D8A-43CB-416C-9FD2-A07AC6426961&GDL_Disease_ID=0E11DE8C-7FB7- 47AE-BC76-766AC830F7BA Deglutição: fases oral e faríngea A motilidade esofágica ocorre durante a deglutição Veja animação com texto explicativo on-line (Figura 7) Fase esofágica da deglutição: podemos considerar a motilidade esofágica como sendo a continuação da deglutição: uma onda peristáltica começa logo abaixo do EES que desloca-se até o esfíncter esofágico inferior (EEI) relaxando-o e permitindo a entrada do bolo alimentar no estômago (relaxamento receptivo). Deglutição: fase esofágica http://www.hopkins-gi.org/GDL_Disease.aspx?CurrentUDV=31&GDL_Cat_ID=BB532D8A-43CB-416C-9FD2- A07AC6426961&GDL_Disease_ID=0E11DE8C-7FB7-47AE-BC76-766AC830F7BA “Physiology of oral cavity, pharynx and upper esophageal sphincter”, Massey, 2006 (GI motility online) http://www.nature.com/gimo/videos/index.html Movimentos de mistura TIPOS BÁSICOS DE MOVIMENTOS DO TUBO DIGESTÓRIO extraído, enquanto disponível, de http://medweb.bham.ac.uk/research/toescu/Teaching/OverviewGITY2.html TIPOS BÁSICOS DE MOVIMENTOS DO TUBO DIGESTÓRIO extraído, enquanto disponível, de http://medweb.bham.ac.uk/research/toescu/Teaching/OverviewGITY2.html Movimentos peristálticos (ou propulsivos) Mas como estes movimentos acontecem? Para entender, é necessário rever as estruturas que compõem o tudo digestório e as propriedades do músculo liso do TGI O tubo digestório e suas principais estruturas Modificado de: The Enteric Nervous System: A Second Brain, GERSHON, M. D. - Columbia University, 1999; extraído, quando disponível (2002) de: http://www.hosppract.com/issues/1999/07/gershon.htm Motilidade Gástrica: mistura (no corpo) e ondas peristálticas (desde o corpo e antro até o piloro (“bomba pilórica”) Digestive System (Vander, Sherman & Luciano, 2002, McGraw-Hilll)– WEBsite original enquanto disponível: http://www.biocourse.com Sólidos e líquidos do quimo gástrico são esvaziados com velocidades diferentes fase de atraso Tempo (min) conteúd o viscoso conteúdo líquido Solids 100 80 60 40 20 0 0 20 40 60 80 100 120 O esvaziamento de líquidos é exponencial. Já o esvaziamento de grandes particulas sólidas começa apenas após a trituração/moagem suficiente (fase de atraso). Em seguida, o quimo viscoso é esvaziado deuma maneira quase linear. http://humanbiology.wzw.tum.de/index.php?id=22&L=1 FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO SECREÇÕES There are several pairs of salivary glands in different locations: a major pair in front of the ears (parotid glands); two major pair on the floor of the mouth (sublingual and submaxillary glands); and several minor pairs within the lips, cheeks, and tongue. http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/imagepages/9654.htm As glândulas salivares PRODUTOS ORGÂNICOS: Compostos por proteínas salivares de 4 tipos: P. Enzimáticas: AMILASE: Inicia a degradação do amido e do glicogênio, mas tem um papel pequeno porque se inativa rapidamente pelo fluxo digestivo. LACTOPEROXIDASE: Ação antibacteriana destrói os microorganismos ao catalizar o peróxido de oxigênio. LISOZIMA : Ação antibacteriana, inibe o crescimento bacteriano, reduz a incorporação de glicose e produz ácido láctico. P. ricas en prolina: - MUCINAS: Capacidade de formar uma pseudomembrana sobre superfícies finas e duras, tem uma função protetora. São proteínas ácidas ricas em prolina. P. Aromáticas: GUSTINA, que agudiza o gosto. ESTATERINA, que produz remineralização e evita a precipitação ou cristalização de sais de fosfato de cálcio supersaturado nos ductos salivares HISTATINA, que liga-se à hidroxiapatita; idem acima LACTOFERRINA, intervém no retardo do crescimento bacteriano. ALBUMINA, que produz compostos aromáticos. Imunoglobulinas (IgA). Composição da saliva Água (98-99%), Produtos Inorgânicos e Orgânicos É produzida 24 h/dia graças ao tônus Parassimpático, mesmo durante o sono... Regulação da secreção salivar Reflexos condicionados • São os que necessitam aprendizado prévio e repetitivo, como a olfação e a visão. • Ex: uma criança lactente não reage (salivando) como um adulto. A secreção gástrica extraído de: Vander, Sherman & Luciano, 2002 Regiões do estômago SECREÇÕES GÁSTRICAS Veja mais em: http://mcb.berkeley.edu/courses/mcb136/topic/Gastrointestinal/Secretion_in_GI-Tract/ Interações das secreções gástricas mucous extraído de: Vander, Sherman & Luciano, 2002 secreção de muco e HCO3- (bicarbonato ↑pH) pelas células epiteliais e mucosas fluxo sangüíneo camada mucosa (2mm) Proteção mucosa PGE2 ( prostaglandinas são citoprotetoras) ACh (PS e SNE) Regulação da secreção gástrica Gastrite é a inflamação do revestimento interno do estômago provocada pela ingestão de álcool, perda da camada protetora do revestimento do estômago, infecção do estômago com a bactériaHelicobacter pylori, pelo uso de medicamentos, como aspirina e drogas anti-inflamatórias e pelo cigarro. A doença também pode ser causada por distúrbios auto-imunes, como a anemia perniciosa, refluxo da bile, ingestão de alimentos e bebidas cáusticas ou substâncias corrosivas (como venenos), excesso de secreção de ácido gástrico (provocado pelo estresse) e infecção viral. A gastrite pode acontecer repentinamente (gastrite aguda) ou gradualmente (gastrite crônica). Os sintomas são dores abdominais, indigestão abdominal, perda de apetite, náusea, vômito, vômito de sangue ou material parecido com borra de café e fezes escuras. GASTRITE É importante testar os alimentos que causam desconforto gástrico e assim retirá-los da alimentação. Evitar a ingestão de leite durante a crise, por ocasionar um aumento no suco gástrico para digestão dos nutrientes; Mesmo fora da crise não fazer sua ingestão isolada, Evitar alimentos gordurosos, como chocolate, produtos derivados de tomate, bebidas que contenham cafeína, hortelã e álcool, porque facilitam o refluxo do suco gástrico causando a irritação. Enquanto não houver cicatrização, evitar o consumo de alimentos ricos em fibras, como granola, muslly e produtos integrais; Devem ser feitas refeições regulares e equilibradas. Comer devagar, mastigando bem os alimentos. Evitar o consumo de sucos ácidos concentrados (limão, laranja); Fazer o consumo desses diluídos; Não fazer uso de bebidas alcóolicas; LISTA DE ALIMENTOS SECREÇÕES EXÓCRINAS PANCREÁTICA E HEPÁTICA http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/imagepages/1090.htm ? VOLUME SECRETADO PELO PÂNCREAS NO INTESTINO DELGADO: 1,5 L/DIA Relative amounts (by weight) of the different classes of pancreatic digestive enzymes. Proteases are the most abundant class of enzymes. http://www.gastroslides.org/main/browse_deck.asp?tpc=6&mxpg=390&pg=2273#image REGULAÇÃO DA SECREÇÃO EXÓCRINA PANCREÁTICA estimulação hormonal pancreática A presença de gordura e de ácido no duodeno estimula a secreção endócrina intestinal das células endócrinas “S” e “I”. As céls. “S” secretam a SECRETINA que estimula a secreção hidro- eletrolítica dos ductos pancreáticos. REGULAÇÃO DA SECREÇÃO EXÓCRINA PANCREÁTICA estimulação hormonal pancreática A presença de gordura e de ácido no duodeno estimula a secreção endócrina intestinal das células endócrinas “S” e “I”. As céls. “I” secretam a CCK que estimula a secreção serosa dos ácinos pancreáticos A secreção exócrina hepática http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/imagepages/1090.htm SECREÇÃO BILIAR FUNÇÕES: no meio aquoso formam agregados moleculares (micelas) estes aumentam a adsorção e o ataque pelas lipases e esterases pancreáticas Eletrólitos: sódio, potássio, magnésio, cálcio, cloreto e bicarbonato Componentes orgânicos: sais biliares, bilirrubina, colesterol, fosfolipídeos (lecitina, cefalina, esfingomielina, lisolecitina), baixa concentração de ácidos graxos, mucina, aminoácidos (tirosina) e proteínas A bile desempenha duas importantes funções: Papel importante para a digestão e absorção das gorduras, mas não devido à presença de qualquer enzima, mas sim a presença dos ácidos biliares que estão presentes na bile, exercendo duas importantes funções: • Ajudam a emulsificar grandes partículas de gordura provenientes da alimentação em numerosas partículas pequenas que podem agora ser hidrolisadas pela lípase pancreática. • Ajudam nos processos de absorção terminais da gordura digerida, através da mucosa intestinal. A bile serve como um meio de excreção de produtos importantes de degradação no sangue, por exemplo: Bilirrubina (produto da destruição da hemoglobina e excesso de colesterol). Durante o seu trajeto pelos ductos biliares a bile inicialmente recebe uma 2° secreção que consiste em solução aquosa de íons sódio e bicarbonato (H2O e NaHCO3), a função desta 2° secreção é neutralizar o pH acido intestinal, sendo estimulada pela secretina. LITÍASE BILIAR (colelitíase) É a formação de cálculos biliares na ausência de infecção da vesícula biliar. Assintomáticos Sintomáticos Grego: “Lithos” - pedra Cólicas, náusea, vômito (amarelada), febre, icterícia, dor à palpação profunda do quadrante superior direito do abdômen Cálculos biliares: compostos de colesterol, bilirrubina e sais de cálcio Cálculos biliares: compostos de colesterol, bilirrubina e sais de cálcio Cálculos de bilirrubina Cálculos de colesterol Colecistite x Colelitíase Passagem da bile ao duodeno é interrompida colecistite pode se desenvolver; Sem bile absorção de gorduras é prejudicada Evacuações claras (acolia), esteatorréia; Icterícia em função da obstrução, os pigmentos da bile retornam para a circulação como bilirrubina. Bilirrubina:0,2 – 1,3 mg/dl Valor de alerta: acima de 12 mg/dl Se não corrigir este excessode bile: dano hepático, cirrose ou pancreatite biliar; Colecistectomia : cirurgia de remoção da vesícula e os cálculos (a bile será estocada no colédoco, que liga o fígado ao intestino delgado); Causas da litíase biliar Mulheres são vítimas mais freqüentes; Obesidade associada; Dieta hiperlipídica Terapia Nutricional na Litíase Biliar Crise aguda: Há obstrução por cálculo biliar; Manter vesícula inativa: baixo teor de gordura da dieta – prevenir contrações da vesícula biliar; Após remoção cirúrgica – DIETA NORMO Crise crônica: peso; LIP: até 25% do VET; Prot.: 0,8 a 1,0 g/kg; Carbo.: 60% VET. Terapia Nutricional na Litíase Biliar VET = Valor energético total Alimentos Permitidos • Recomendado o uso de leite desnatado, queijo ricota ou cottage, cereais, gelatinas e pudins feitos com leite desnatado. • Dar somente a clara do ovo. • Não é permitido nenhum tipo de gordura para cozinhar ou adicionar ao alimento. Somente carnes magras grelhadas ou cozidas, verduras e legumes cozidos e refogados. Alimentos Proibidos • Leite integral, manteiga, margarina, maionese, creme de leite, chantilly, chocolate, abacate, nozes, amendoim, avelã, coco e amêndoa • Evitar bebidas alcoólicas, condimentos. INTESTINO DELGADO INTESTINO DELGADO Enzimas do intestino delgado: enzimas da borda-em-escova (constitucionais) para a digestão final de proteínas e carbohidratos A secreção exócrina intestinal: mucosa e hidroeletrolítica LARGE INTESTINE O glúten (gliadina e glutenina) aparece geralmente combinado com outras proteínas vegetais como as Albuminas e Globulinas e também em combinação com o amido desses cereais, sendo responsável pela viscoelasticidade da massa composta pela mistura de farinha (proteína e amido em forma granular) e água. O glúten pode ser obtido a partir da farinha de trigo e alguns outros cereais A doença celíaca (também conhecida como enteropatia glúten-induzida) é uma patologia autoimune que afeta o intestino delgado de adultos e crianças geneticamente predispostos, precipitada pela ingestão de alimentos que contêm glúten. A doença causa atrofia das vilosidades da mucosa do intestino delgado, causando prejuízo na absorção dos nutrientes, vitaminas, sais minerais e água. As mudanças no intestino o tornam menos capaz de absorver nutrientes, minerais e as vitaminas lipossolúveis A, D, E e K. A dificuldade em absorver carboidratos e gorduras pode causar perda de peso (ou dificuldades de desenvolvimento nas crianças) e fadiga ou falta de energia. Pode ser desenvolvida anemia de diversas formas: a má absorção de ferro pode causar anemia ferropriva e a má absorção de ácido fólico e vitamina B12 pode dar origem a uma anemia megaloblástica. A má absorção de cálcio e vitamina D (e o hiperparatireoidismo secundário compensatório) pode causar osteopenia (conteúdo mineral do osso diminuído) ou osteoporose(fraqueza óssea e risco de fraturas aumentado). Uma pequena proporção (10%) possui coagulação anormal devido à deficiência de vitamina K, e podem estar propensos a desenvolver sangramentos anormais. A doença celíaca também é associada a uma supercrescimento bacteriano do intestino delgado, o que pode piorar a má absorção ou causar má absorção após tratamento. Atualmente, o único tratamento efetivo é uma dieta estritamente sem glúten, por toda a vida. 90% dos pacientes que são tratados com a dieta livre de glúten apresentam melhora dos sintomas em 2 semanas. Não existem medicamentos que previnam os danos, nem que previnam o corpo de atacar os intestinos quando o glúten estiver presente. A aderência estrita à dieta permite que os intestinos se curem, com a regressão completa da lesão intestinal e resolução de todos os sintomas na maior parte dos casos. Tabela de alimentos Foco no fígado Hepatopatias • Agudas ou crônicas; • Causas: –Agentes químicos, virais, farmacológicos; –Alteram a estrutura morfológica e capacidade funcional dos hepatócitos. • Hepatite – vírus A, B, C, D e E ou componentes tóxicos • Hepatite Crônica – curso de 6 meses de hepatite; • Hepatopatia Alcoólica; • Hepatopatia Colestática; •Tumores. Hepatopatias Hepatopatia Alcoólica: Esteatose Hepática Hepatite Alcoólica Cirrose Comum em 80% dos casos. Acúmulo de triglicerídios no citoplasma celular Consumo de etanol persistente por 15-20 anos . Taxa de mortalidade 30-60%. Necrose Bebida Unidade mL Etanol (g) Cachaça dose 50 17 garrafa 660 220 Destilados ( whiskey, vodka ) dose 50 +/- 16 Aperitivos ( martini, campari ) dose 50 +/- 8 Cerveja copo 250 9 lata 350 13 garrafa 660 25 Fonte: Neves, MM e cols. Concentração de etanol em bebidas alcoólicas mais consumidas no Brasil. GED 8(1):17-20, 1989 Esteatose hepática Cirrose • Processo difuso de fibrose e formação de nódulos, acompanhando-se freqüentemente de necrose hepatocelular. Cirrose Ascite – acúmulo de líquido na cavidade abdominal. Complicações da Cirrose Eritema palmar Cabeça de medusa (umbigo) Ascite Distribuição alterada de pelos Atrofia testicular Icterícia Contusões Perda muscular Encefalopatia Varizes Esofágicas Hipertensão Varizes Esofágicas Encefalopatia hepática Excesso de produtos tóxicos provenientes da alimentação e do próprio fígado, que deveria eliminá-las. A encefalopatia surge quando o fígado torna-se incapaz de eliminar ou transformar esses tóxicos pela destruição das suas células Encefalopatia Hepática Estágio Sintomas I Confusão leve, agitação, irritabilidade, distúrbio do sono, atenção diminuída II Letargia, desorientação, tontura III Sonolência despertável, fala incompreensível, confusão, agressão quando acordado IV Coma Estágios de encefalopatia hepática ENCEFALOPATIA HEPÁTICA – Hipóteses: Amônia: Fígado incapaz de converter a amônia em uréia – tóxica para o cérebro; Neurotransmissor Alterado: Desequilíbrio de aminoácidos (AA). – CÉREBRO - altos níveis de aa aromáticos - AAA - fenilalanina, triptofano e tirosina levam à formação de falsos neurotransmissores, os quais parecem produzir a encefalopatia. ENCEFALOPATIA HEPÁTICA – A amônia livre favorece o transporte dos AAA para dentro do SN; –Como tratar? Formulações enterais e parenterais com baixos níveis de AAA Terapia Nutricional Reversão da desnutrição; Melhora do prognóstico (retardar complicações); Favorecer a aceitação da dieta e melhorar o aproveitamento dos nutrientes; Atender necessidades orgânicas – ganho de peso; Aporte de aa adequado para regeneração hepática – cuidar encefalopatia. Ingestão oral inadequada; Anorexia: Saciedade precoce (ascite); Náusea; Vômito; Restrições dietéticas. Má digestão; Má absorção (esteatorréia); Metabolismo anormal dos macro e micronutrientes; Desnutrição Estratégias: • Refeições menores e freqüentes; • Encorajar suplementos líquidos orais • Sonda quando necessário (ingestão menor que 0,8g ptn/kg e menos de 30 Kcal/kg); • Restrição Sódio (edema); • Restrição líquido; Calorias • Necessidades individualizadas; • Método prático: 25-35Kcal/kg peso/dia peso atual; Se edema ou ascite utilizar peso ideal; • Ascite eleva o Gasto Energético de Repouso em 10% - considerar; Carboidratos 50-60% VET; HC Complexos; Lipídios Até 30% do VET; Excesso – desconforto abdominal, hiperlipidemiasProteínas Pacientes hepatopatas estáveis: NORMO 0,8 – 1,0 g/kg / dia Encefalopatia hepática Não se indica restrição protéica Substituição de ptn animal por vegetal Hepatopatia Proteína G/kg/dia Energia Kcal/kg/dia VET % HC VET % Lip Objetivos Hepatite aguda ou crônica 1,0 -1,5 30-40 67-80 20-33 Prevenir desnutrição Favorecer regeneração Cirrose descompensada ou descompesada Desnutrição 1,0 -1,5 30-40 67-80 20-33 Prevenir desnutrição Favorecer regeneração Encefalopatia 0,5 -1,2 25-40 75 25 Suprir necessidades nutricionais sem precipitar EH Pré – Transplante 1,2 -1,75 30-50 70-80 20-30 Restaurar ou manter estado nutricional Pós Transplante 1,0 30-35 70 30 Restaurar ou manter estado nutricional Fonte: Livro Lilian Cuppari 2005 aminoácidos aromáticos (que devem ser evitados) Queijo, Gema de ovo, Carne de vaca, de porco e frango e derivados – ricos em AA aromáticos As proteínas de origem animal, ricas em aminoácidos de cadeia aromática (AACA), devem ser restringidas da dieta desses pacientes porque produzem falsos neurotransmissores cerebrais, os quais poderiam ser uma das causas da EH. Portanto a opção dietoterápica deve ser o uso de aminoácidos de cadeia ramificada (AACR), presentes nas proteínas vegetais, pois impedem a passagem dos AACA pela barreira hematoencefálica, reduzindo assim as alterações neurológicas que o paciente poderá apresentar. Encefalopatia hepática Alimentos- fonte de Aminoácidos ramificados (AACR) Grupo de Alimentos Frutas Legumes Leguminosas Leite Carnes Alimento Rico em AACR Maçã, mamão, manga, goiaba, Brócolis, couve-flor, pepino, abóbora, rabanete, cebola Soja, lentilha, feijão Leite de ovelha, leite de cabra e extrato solúvel de soja Miúdos de carneiro, peixe, camarão, lagosta