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seminário de Microbiota+Normal

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MICROBIOTA NORMAL
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 Introdução
 Microbiota normal refere-se à população de microrganismos que habita a pele e às mucosas de pessoas normais e sadias
 A microbiota normal pode ser classificada em:
 Residente: consiste em microrganismos encontrados com regularidade em determinada idade e área da superfície, sendo perturbada, recompõe-se com facilidade
 Transitória: consiste em microrganismos não patogênicos ou potencialmente patogênicos que permanecem na pele ou mucosa por horas, dias ou semanas, provenientes do meio externo, não provocando doença e não se estabelecendo em definitivo na superfície
MICROBIOTA NORMAL
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- Os microrganismos (em sua maioria bactérias) que “habitam” o corpo humano e que normalmente* não causam doenças constituem as chamadas floras ou microbiotas normais (residentes) do corpo humano (microbiota vaginal, microbiota pele). * patógenos oportunistas
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 - Os microrganismos que compõem a microbiota normal são importantes, pois eles impedem que outros microrganismos potencialmente patogênicos invadam o nosso organismo e promovam o desenvolvimento de um processo infeccioso.
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Locais e tecidos do corpo humano que apresentam microbiota
 pele  trato gastrintestinal
 boca  trato urogenital inferior (c. vaginal, uretra)
 trato respiratório superior (nasofaringe)  ouvido externo
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Locais e tecidos do corpo humano que não apresentam microbiota
 sangue  fluido cerebrospinal (líquor)  útero e trompas
 ouvido médio seios paranasais  bexiga  rins 
 praticamente nenhum órgão 
Observação – a formação da flora ou microbiota normal ocorre logo após o nascimento. Feto não apresenta microbiota.
Observação – o sexo e a idade do hospedeiro também influenciam na composição da microbiota normal.
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2. Função da microbiota residente
 Impedir a colonização por patógenos do meio externo e o possível desenvolvimento de doença por meio de interferência bacteriana
 Ajudar na absorção de nutrientes
 OBS: Os membros da microbiota normal são inócuos e podem ser benéficos ao hospedeiro em sua localização normal e na ausência de anormalidades concomitantes.
 OBS: Quando os microrganismos da microbiota residente são introduzidos em locais estranhos e em grande quantidade, e na presença de fatores predisponentes, podem provocar doença.
MICROBIOTA NORMAL
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- Uma boa parte dos patógenos microbianos deve aderir e penetrar nos tecidos para causar uma doença.
- Contudo alguns microrganismos não causam uma doença penetrando diretamente nos tecidos do hospedeiro. Ou seja, o microrganismo pode aderir e colonizar uma mucosa, por exemplo, e começar a produzir sub-produtos tóxicos (toxinas) os quais lesam a mucosa.
- As principais portas de entrada para os microrganismos são as membranas mucosas, pele e a via parenteral.
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- Mucosas – muitas bactérias e vírus obtêm acesso ao corpo penetrando através das mucosas que revestem o trato respiratório, gastrintestinal, geniturinário.
- Pele – a pele integra, normalmente, é impenetrável para a maioria dos microrganismos. Lesões na pele, folículos pilosos podem ser a porta de entrada do microrganismo no corpo.
- Via parenteral – quando, normalmente, a pele ou mucosas são lesadas o microrganismo pode conseguir atingir a circulação. Picada, cortes, injeções etc...(tb podem atingir a circulação por outras “portas”)
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Porque é importante conhecer as microbiotas normais?
- “Protegem” de certa forma o homem contra infecções por patógenos “exógenos” 
- Em determinadas situações os microrganismos da microbiota normal podem ser os responsáveis pelo desenvolvimento de uma infecção.
alteração/desequilíbrio da microflora; 
quando os membros de uma microflora (de um local do corpo) se deslocam e colonizam outras partes de corpo; 
queda imunidade/alteração fisiológica - microrganismo oportunista;
ou, por exemplo, infecção da válvula cardíaca – endocardite → extração dentária – bacteremia transitória).
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3. Microbiota normal da pele
 Devido ao grande contato com o meio ambiente, a pele está propensa a abrigar microrganismos transitórios
 A pele apresenta uma microbiota residente bem definida e constante, diferenciada na região anatômica por secreções, uso habitual de roupas ou proximidade de mucosas (boca, nariz e áreas perineais)
MICROBIOTA NORMAL
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MICROBIOTA NORMAL
3. Microbiota normal da pele
 Os microrganismos residentes predominantes são: bacilos difteróides aeróbios e anaeróbios; estafilococos aeróbios e anaeróbios não hemolíticos; bacilos gram positivos aeróbios, estreptococos alfa-hemolíticos e enterococos; bacilos coliformes gram negativos e Acinetobacter; fungos e leveduras nas pregas cutâneas; microbactérias não patogênicas em áreas ricas em secreções sebáceas
 O pH baixo, os ácidos graxos nas secreções sebáceas e a lisozima podem ser fatores importantes para eliminação da flora não residente da pele
 A sudorese profusa, a lavagem e o banho não conseguem eliminar ou modificar significativamente a flora residente normal
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4. Microbiota da boca e das vias aéreas superiores
 Ao nascimento, as mucosas da boca e da faringe quase sempre são estéreis, podendo ser contaminadas durante a passagem pelo canal de parto 
 Nas primeiras 4-12h de vida, os Streptococcus viridans colonizam, e se tornam os membros mais importantes da microbiota residente, permanecendo por toda vida
 No início da vida, aparecem os estafilococos aeróbios e anaeróbios, os diplococos gram negativos, os difteróides e lactobacilos
MICROBIOTA NORMAL
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4. Microbiota da boca e das vias aéreas superiores
 Com a dentição, acrescenta-se a esse meio espiroquetas anaeróbias, espécies de Prevotella, espécies de Fusobacterium...
 As leveduras, principalmente espécies de Candida, são encontradas na boca
 A microbiota do nariz consiste em corinebactérias, estafilococos e estreptococos
 Na faringe e traquéia encontramos estreptococos alfa-hemolíticos e não hemolíticos, neissérias, estafilococos, difteróides, pneumococos, haemophilus, Mycoplasma e Provetella
 Os bronquíolos e alvéolos são normalmente estéreis
MICROBIOTA NORMAL
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5. Microbiota normal do trato intestinal
 Ao nascimento o intestino é estéril
 Os microrganismos são introduzidos através dos alimentos
 Nos lactentes amamentados ao seio, o intestino é repleto de microrganismos aeróbios e anaeróbios, Gram positivos e imóveis, destacando-se os estreptococos e lactobacilos produtores de ácido láctico 
 Nos lactentes alimentados com mamadeiras, a microbiota intestinal tende a ser mais mista, com menor quantidade de lactobacilos
MICROBIOTA NORMAL
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5. Microbiota normal do trato intestinal
 O esôfago contém microrganismos provenientes da saliva e dos alimentos
 O nível de microrganismos no estômago mantém-se em nível mínimo devido a acidez gástrica
 O pH ácido do estômago protege o indivíduo de infecções por alguns patógenos entéricos
 À medida que o pH do conteúdo intestinal se torna alcalino, a microbiota residente aumenta gradualmente
MICROBIOTA NORMAL
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5. Microbiota normal do trato intestinal
No cólon 96-99% da microbiota residente é constituída de anaeróbios: especies de Bacterioides, principalmente B. fragilis; espécies de Fusobacterium; lactobacilos anaeróbios; clostrídios (Clostridium perfringens) e cocos gram positivos anaeróbios
 1-4% da microbiota normal do cólon é constituída de aeróbios facultativos
 10% dos traumatismos intestinais leves podem induzir a bacteremia transitória
MICROBIOTA NORMAL
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5. Microbiota normal do trato intestinal
As bactérias intestinais são importantes na síntese de vitamina K, conversão de pigmentos e ácidos biliares , absorção de nutrientes e produtos de degradação e no antagonismo a patógenos microbianos
 A microbiota intestinal produz amônia e outros produtos de degradação que são absorvidos
pelo organismo
 Nos seres humanos, a administração de antimicrobianos pode suprimir temporariamente os membros da microbiota fecal suscetíveis a fármacos
MICROBIOTA NORMAL
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6. Microbiota normal da uretra
 A uretra anterior de ambos os sexos contém pequeno número de microrganismos provenientes da pele e períneo
 Os microrganismos aparecem regularmente na urina normal eliminada
7. Microbiota normal da vagina
 Após o nascimento, aparecem lactobacilos aeróbios que persistem enquanto o pH estiver ácido (várias semanas)
 Quando o pH se torna neutro (até a puberdade), aparece uma flora mista composta de cocos e bacilos
MICROBIOTA NORMAL
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7. Microbiota normal da vagina
 Na puberdade os lactobacilos aeróbios e anaeróbios reaparecem em grande quantidade e contribuem para manutenção do pH ácido
 Quando os lactobacilos são suprimidos por algum agente antimicrobiano, as leveduras ou bactérias aumentam em número, causando inflamação e irritação local
 Após a menopausa, os lactobacilos diminuem em número, e reaparece uma flora mista
MICROBIOTA NORMAL
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7. Microbiota normal da vagina
 A microbiota vaginal normal é constituída de estreptococos hemolíticos do grupo B, estreptococos anaeróbios, espécies de Provetella, clostrídios, Gardnerella vaginalis, Ureaplasma urealyticum e algumas espécies de Listeria ou Mobiluncus
 O muco cervical contém lisozima e possui atividade antibacteriana 
MICROBIOTA NORMAL
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8.Microbiota normal do olho
 Os microrganismos predominantes da conjuntiva são difteróides, Staphylococcus epidermides e estreptococos não hemolíticos.
 Com frequência, encontramos espécies do gênero Neisseriae e bacilos gram negativos semelhantes a Haemophylus ( espécies de Moraxella)
 A microbiota da conjuntiva é controlada pelo fluxo de lágrimas (contém lisozima)
MICROBIOTA NORMAL
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EPIDEMIOLOGIA
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CONCEITO
Define-se como o estudo da distribuição e dos determinantes de estados e eventos relacionados a saúde em populações e a aplicação deste conhecimento no sentido da melhoria dos níveis de saúde.
Os determinantes do padrão de ocorrência das infecções bacterianas nas populações podem, em um extremo, ser fenômenos históricos, econômicos ou sociais e, no outro extremo, ser fenômenos relacionados as características genéticas ou moleculares dos seres humanos ou das bactérias.
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Infecção e doenças
As infecções bacterianas podem ser divididas em dois grandes grupos:
Infecções exógenas
Infecções endógenas
 Quando a bactéria se instala com sucesso no hospedeiro ela o infecta podendo vir ou não a provocar a doença. Muitas bactérias fazem parte da microbiota normal que o homem abriga em vários dos seus órgãos e, em geral, causa apenas infecção. 
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Distinção de infecção e doença
É interessante distinguir infecção e doença porque pode ocorrer infecção sem doença, e este estado geralmente é chamada infecção inaparente.
Os agentes infecciosos, para sobreviverem e multiplicarem, necessitam de condições apropriadas. Os locais em que tais condições existem são os reservatórios.
A doença infecciosa ao ocorrer em uma população assume diferentes formas. Diz-se que uma doença endêmica quando esta mante nível de ocorrência relativamente estável, não importando que este nível seja alto ou baixo. 
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Biomarcadores
 Os biomarcadores são classificados em: 
Os marcadores do agente: O método mais tradicionalmente utilizado é o isolamento do agente pela cultura que tem alta especificidade diagnóstica, e é o padrão-ouro nos testes de novos métodos de diagnósticos.
Os marcadores de exposição: Os testes mais rotineiramente são os de anticorpos no soro, a despeito de muitos outros fluídos corporais.
Os marcadores de suscetibilidade: Define o quão suscetível o organismo se encontra com relação as infecções em geral ou com relação a uma infecção específica.
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Reprodutibilidade e validade das variáveis epidemiológicas 
São as que necessitam de alto grau de precisão (reprodutibilidade) e de validade para que seja possível derivar inferências razoáveis a partir delas.
Em caso de uma variável contínua a reprodutibilidade pode ser medida através do desvio padrão, coeficiente de variação ou coeficiente de correlação intraclasse.
Quando a variável a ser validada é o resultado de um teste diagnóstico outros indicadores importantes de validade são o valor preditivo positivo(VPP) e o valor preditivo negativo(VPN). 
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MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO
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Conceito
O diagnóstico das infecções bacterianas pode ser realizado pelas diversos procedimentos. O diagnóstico pelo isolamento e pela identificação do agente bacteriano a partir de materiais clínicos colhidos adequadamente. Outros métodos podem ser utilizados para o diagnóstico. Ex: 
Demonstração de bactérias por técnicas de coloração
Detecção de antígenos
Métodos imunológicos
Métodos bacteriológicos
Pesquisa de genes
Pesquisa de anticorpos
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Métodos de diagnóstico
Demonstração de bactérias por técnicas de coloração:
Tem como objetivo revelar e enumerar microrganismos, podendo identificar agentes etiológicos e orientar o microbiologista na escolha dos meios de cultura mais indicados. A coloração é o método mais utilizado em exames diretos ao microscópio de amostras clínicas e de colônias bacterianas.
Detecção de antígenos:
São diagnóstico das doenças infecciosas com testes imunológicos pode ser feito pela pesquisa de Ags diretamente na amostra clinica ou para a identificação de um dado agente após ele ser isolado em cultura. 
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Métodos de diagnóstico
Exame ao microscópio óptico com iluminação direta.
Ex: exame direto: material celular e microrganismo são frequentemente transparentes e podem ser mais bem distintos pelo uso de corantes.
 Pesquisa de DNA:
O diagnóstico microbiológico convencional das infecções bacterianas envolve o isolamento do microrganismo e sua caracterização fenotípica e bioquímica.
Ex: Mycobacterium leprae e Chlamydia sp., uma vez que esta bactéria não cresce in vitro.
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Métodos de diagnóstico
Métodos bacteriológico por isolamento: 
O processamento inicial da amostra clínica para o exame bacteriológico é um procedimento que envolve varias considerações. Deve-se primeiro avaliar a amostra e a sua origem anatômica, depois selecionar o meio de cultura a ser empregada para cada amostra e, por final, a escolha da temperatura e atmosfera de incubação.
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Referências
TRABULSI, L.R; ALTERTHUM, F. Microbiologia .5.ed. São Paulo: Atheneu, 2008.

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